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Fermentação de Lactobacillus plantarum em soro de tofu para produção de exopolissacarídeos

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(1)

Fermentação de Lactobacillus plantarum em soro de tofu para produção

de exopolissacarídeos

Alceu Alves Azambuja

Trabalho

apresentado

à

disciplina

BIO7016

Trabalho de Conclusão de

Curso, como requisito para

conclusão

do

Curso

de

Graduação em Bacharelado

em Ciências Biológicas.

ORIENTADOR: Márcio José Rossi

COORIENTADOR: Carla Maísa Camelini

Florianópolis

2014

(2)

Azambuja, A.A.

Fermentação de Lactobacillus plantarum para produção de exopolissacarídeos [TCC]. Alceu Azambuja; Orientador, Márcio José Rossi - Florianópolis, SC, 2014.

58 p.

Trabalho de Conclusão de Curso - Universidade Federal de Santa Catarina, Centro de Ciências Biológicas. Curso de Ciências Biológicas.

1. Bactéria ácido lática. 2. Cultivo submerso. 3. Concentração. 4. Nanofiltração I. Rossi, Márcio José. II. Universidade Federal de Santa Catarina. Curso de Ciências Biológicas. III. Fermentação de Lactobacillus plantarum para produção de exopolissacarídeos.

(3)

Alceu Alves Azambuja

Fermentação de Lactobacillus plantarum em soro de tofu para produção

de exopolissacarídeos

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado para obtenção do Título de

“Bacharel em Ciências Biológicas”, e aprovado em sua forma final pelo Curso

de Ciências Biológicas.

Florianópolis, 24 de fevereiro de 2014.

__________________________________

Profa Dra Maria Risoleta F. Marques

Coordenadora do Curso de Ciências Biológicas

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

Dr. Márcio José Rossi

Presidente

__________________________________

Dr. José Miguel Müller

Examinador

__________________________________

MSc. Douglas Henrique Cardoso Cortez

(4)
(5)

AGRADECIMENTOS

Gostaria de agradecer a todos aqueles que participaram de minha

jornada acadêmica.

Aos grupos SIMBIOSIS, AISEC Florianópolis, ao DMS, a FEJESC, a

Liga Empreendedora Florianópolis, a Voe Ideias e a Agência Veterana.

Aos meus amigos Bia, Vandy, Bidu, Benito, Thiago, Renato, Cris,

João, Brunão, Leticia, Uchoa, Fran, Ana e Fe. Aos meus irmãos e camaradas

da Frat. πkAu Gustavo, Raphael, Lucas, Luan e Ziemath.

E um agradecimento muito especial à Carla, que colaborou com todo

seu conhecimento e paciência na produção deste trabalho, à minha mãe

Valquiria que teve a sorte de ter um filho como eu, minha irmã Karine que

apesar dos pesares nos damos bem, ao meu padrasto Tio Sérgio que a mais de

10 anos é meu paizão e à minha afilhada Iris.

(6)
(7)

Resumo

Os alimentos funcionais podem trazer benefícios fisiológicos específicos, além

da propriedade de alimentar e nutrir, graças à presença de ingredientes

fisiologicamente saudáveis, como os probióticos e prebióticos. Dentre os

probióticos está o Lactobacillus plantarum, que pertence ao grupo das

bactérias ácido láticas (BAL). A obtenção de energia desses microrganismos

ocorre pela fermentação de carboidratos produzindo ácido lático, e também

exopolissacarídeos (EPS) no meio de cultivo. Os EPS apresentam aplicações

tecnológicas consideráveis, que se destacam em setores da indústria de

alimentos, sendo amplamente utilizados por suas propriedades prebióticas.

Para explorar a obtenção dos EPS foi estabelecido um processo de produção de

biomassa de L. plantarum em biorreator Airlift com controle das variáveis de

processo, que permitiu a padronização dos EPS obtidos. O cultivo foi realizado

em dois substratos líquidos, meio MRS e soro de tofu suplementado (STS),

inoculado em um escalonamento de 10% do volume final. Para concentração

dos EPS empregou-se a técnica de nanofiltração e para a separação foi

realizada precipitação com etanol. O cultivo controlado em biorreator permitiu

obter um rendimento em biomassa de 2,7 g.L

-1

e 3,2 g.L

-1

, de EPS de 210

mg.L

-1

e 350 mg.L

-1

nos meios MRS e STS, respectivamente. No processo de

nanofiltração a 35 °C e 6 bar foi obtido o extrato concentrado no final do

processo com FRV 4,0 e aumento de 80 % dos teores de EPS presentes no

concentrado. Verificou-se que a maior parte da resistência ao fluxo foi causada

pela camada polarizada de 59,37 %, seguida da resistência pela membrana de

39,8 %, enquanto a resistência devido ao fouling foi responsável por apenas

0,83 % da resistência total. Verificou-se que a utilização de soro de tofu

(8)

Palavras-chave: bactérias ácido láticas, cultivo submerso, nanofiltração,

concentração

(9)

Abstract

Functional foods can have specific physiological benefits, in addition to the

property of feed and nurture, thanks to the presence of physiologically healthy

ingredients, such as prebiotics and probiotics. Among the probiotic ones is

Lactobacillus plantarum, a bacteria belonging to lactic acid bacteria (LAB)

group. In these microorganisms, energy obtention happens by fermenting

carbohydrates into lactic acid and exopolysaccharides (EPS) on culture media.

EPS present considerable technological applications that stand out in food

industry, being widely used for its prebiotic properties. In order to explore EPS

obtention a biomass production process for L. plantarum was set up in an airlift

bioreactor, with process control, allowing EPS production standardization.

Cultivation was performed in two liquid substrates, MRS medium and

supplemented tofu whey (STS), inoculated in a scaling of 10% of the final

volume. For EPS concentration, a nanofiltration technique was used and for

separation ethanol precipitation was used. Controlled cultivation in bioreactor

allowed for yield values of 2.7 g.L

-1

and 3.2 g.L

-1

(biomass) and 210 mg.L

-1

and 350 mg.L

-1

(EPS) in MRS and STS, respectively. At the end of the

nanofiltration process at 35°C and 6 bar, a concentrated extract was obtained

with VRF 4.0 and an 80 % increase on EPS content. It was verified that most

of flow resistance was caused by the polarized layer (59.37 %), followed by

membrane resistance (39.8 %), while fouling resistance was responsible for

only 0.38% of total resistance. Thus, it was observed that supplemented tofu

serum increased EPS production and nanofiltration process was efficient for

concentration of these prebiotic compounds from L. plantarum culture media.

(10)
(11)

Lista de Tabelas e Figuras

Tabela 1 Composição do soro de tofu (ST).

Tabela 2 Composição dos meios de cultura caldo nutriente (CN), Man Rogosa

e Sharpe (MRS) e soro de tofu suplementado (STS).

Figura 1 Análise de parâmetros de crescimento do L. plantarum no meio MRS.

Figura 2 Análise de parâmetros de crescimento do L. plantarum no meio STS.

Figura 3 Variação da concentração de oxigênio dissolvido e vazão de ar

durante o cultivo do L. plantarum em biorreator Airlift. Meio de cultura MRS.

Figura 4 Variação da concentração de oxigênio dissolvido e vazão de ar

durante o cultivo do L. plantarum em biorreator Airlift. Meio de cultura STS.

Figura 5 Análise do µ

x

e µ

EPS

do cultivo de L. plantarum no meio de cultura

MRS.

Figura 6 Análise do µ

x

e µ

EPS

do cultivo de L. plantarum no meio de cultura

(12)

Figura 8 Fluxo de permeado em função da temperatura de processamento sobre

a água e o extrato do cultivo de L. plantarum em STS.

Figura 9 Fluxo de permeado em função da pressão de processamento sobre a

água e o extrato do cultivo de L. plantarum em STS.

Figura 10. Concentração de EPS ao longo do processo de nanofiltração em

STS.

Figura 11. Média das duplicatas da concentração de EPS ao longo do processo

de nanofiltração em STS.

Figura 12. Percentual de resistência no fluxo de permeado causado pela

resistência total da membrana (Rt), resistência da membrana (Rm), resistência

do fouling (Rf), resistência por polarização (Rp).

(13)

Sumário

1.

Introdução ... 1

2. Objetivos ... 5

2.1 Objetivo Geral ... 5

2.2 Objetivo Específico ... 5

3 Revisão da literatura ... 7

3.1 Báctérias ácido láticas ... 7

3.2 Lactobacillus plantarum ... 8

3.3 Polissacarídeos... 10

3.4 Soro de tofu ... 12

3.5 Biorreator ... 13

3.6 Nanofiltração ... 15

4. Material e Métodos ... 17

4.1 Microrganismo... 17

4.2 Procedimentos de desinfecção e esterilização ... 17

4.3 Meios de cultura ... 18

4.4 Preparo do inóculo ... 19

4.5 Cultivo em biorreator Airlift ... 20

4.6 Separação das células ... 20

4.7 Concentração dos EPS ... 21

(14)

4.9.2 Determinação da biomassa ... 22

4.9.3 Determinação de glicose ... 23

4.9.4 Cálculo da velocidade especifica de crescimento e produção de EPS

... 24

4.9.5 Determinação dos EPS ... 24

4.9.6 Cálculo do fator de redução volumétrica ... 25

4.9.7 Cálculo das resistências da membrana de nanofiltração ... 26

5. Resultados e Discussão ... 29

5.1 Cultivo em biorreator e estudos cinéticos ... 29

5.2 Nanofiltração ... 35

6. Conclusões ... 45

(15)
(16)
(17)

1. Introdução

O interesse por diferentes produtos obtidos por meio de processos

biotecnológicos fermentativos utilizando microrganismos tem aumentado nos

últimos anos. Entre os produtos de relevante significância estão os alimentos

funcionais, nutracêuticos e os medicamentos obtidos de fontes naturais. Esses

produtos podem ser obtidos pela sua extração, utilização integral dos

microrganismos ou recuperação de sua biomassa principalmente na indústria.

Os alimentos funcionais são todos os alimentos ou bebidas que,

consumidos na alimentação cotidiana, podem trazer benefícios fisiológicos

específicos, graças à presença de ingredientes fisiologicamente saudáveis. As

substâncias biologicamente ativas encontradas nestes alimentos podem ser

classificadas como: probióticos e prebióticos.

Os probióticos são microrganismos não patogênicos que quando

administrados em quantidades adequadas exercem benefícios para a saúde do

hospedeiro, dentre estes incluem as bactérias ácido láticas (BAL). Essas

bactérias compreendem um grupo amplo de microrganismos, mas que

apresentam características morfológicas, metabólicas e fisiológias comuns.

Dentre essas características estão a capacidade de converter açúcares, ácidos

orgânicos, proteínas ou gorduras em componentes de sabor e aroma, além dos

metabólitos como o ácido lático e exopolissacarídeos (EPS).

Os EPS são fibras incluídas no grupo de prebióticos, que são definidos

como ingredientes de alimentos não digeríveis que podem beneficiar o

hospedeiro no sentido de selecionar a microbiota intestinal. O L. plantarum é

(18)

uma alternativa viável de utilização como probiótico e também como

prebiótico, pois secretam elevadas quantidades de EPS no meio de cultivo.

A fermentação desses microrganismos pode ser realizada em

biorreator com meios de cultura quimicamente definidos utilizados em

pesquisas de laboratório. Os nutrientes ideais para composição dos meios de

cultura para cultivo de BAL estão presentes na composição do meio elaborado

por Man, Rogosa & Sharpe (1960), denominado MRS. Porém, em escala

industrial, por razões econômicas, são utilizados substratos complexos de

composição variável, subprodutos de outras indústrias. Esses substratos devem

ser adaptados para o cultivo por meio de processos de extração, suplementação

e balanceamento da composição do meio visando aumentar o rendimento da

produção do microrganismo selecionado, utilizando experimentos de triagem

previamente ao cultivo em biorreatores.

Como alternativa ao meio MRS existe o soro de tofu, originado da

fabricação de “queijos” de soja, é um subproduto com baixa aplicação

industrial devido ao seu elevado conteúdo de água, mas com uma quantidade

considerável de sólidos totais, por esses motivos o resíduo pode ser utilizado

como substrato na fermentação de L. plantarum e obtenção de EPS.

O potencial desses produtos vem sendo explorado pelas indústrias de

alimentos, utilizando processos de separação e concentração. A separação de

polissacarídeos, de acordo sua massa molar, pode ser utilizada para purificação

de extratos brutos.

O processo de concentração por membranas tem sido amplamente

utilizado com a finalidade de manter a alta qualidade desses compostos. Esse

processo é baseado no princípio da permeação seletiva de moléculas através de

(19)

membranas. A nanofiltração faz uso de membranas com menores diâmetros de

poros, sendo mais eficiente na concentração dos polissacarídeos bioativos.

Nesse contexto, estudar a produção e extração de EPS em meios de

cultura que aproveitem resíduos da indústria alimentícia é extremamente

importante para o desenvolvimento e crescimento de setores da própria

indústria alimentícia.

(20)
(21)

2. Objetivos

2.1 Objetivo Geral

O presente trabalho teve como objetivo estabelecer processos eficientes de

produção e extração de EPS de L. plantarum cultivada em diferentes

substratos.

2.2 Objetivos Específicos

 Verificar qual meio de fermentação proporciona maior rendimento na

produção dos EPS;

 Determinar parâmetros de crescimento de L. plantarum visando a produção

de EPS;

 Concentrar o extrato EPS de L. plantarum por nanofiltração em condições

ideais de operação;

 Realizar a extração de EPS do meio de cultivo e quantificar seu teor no

concentrado e no permeado.

(22)
(23)

3 Revisão da literatura

3.1 Báctérias ácido láticas

As BAL compreendem um grupo amplo de microrganismos, que

apresentam características morfológicas, metabólicas e fisiológicas comuns.

Elas não são definidas sistematicamente com base em relações evolutivas, mas

sim em um grupo funcional utilizado por microbiologistas para as bactérias que

são inofensivas tanto para a qualidade alimentar quanto para a saúde humana e

que crescem espontaneamente fermentando alimentos (D’SOUZA et al., 2002).

São bactérias Gram-positivas, no formato de cocos, bacilos ou bacilos

cocóides, não esporulantes, geralmente imóveis. Pertencem a este grupo as

famílias Lactobacillaceae e Streptococcaceae. A obtenção de energia desses

microrganismos ocorre pela fermentação de carboidratos produzindo ácido

lático, podendo ser homo ou heterofermentativas. As homofermentativas

produzem ácido láctico como produto principal da fermentação da glicose e as

heterofermentativas produzem ácido lático em menor quantidade e também

produzem etanol e, em alguns casos, ácido acético e dióxido de carbono (CO

2

)

(FRANCO, LANDGRAF, 1996; MASSAGUER, 2005).

Embora sua principal função quanto a conversão fermentativa dos

açúcares presentes nas matérias-primas seja a produção de ácido láctico, elas

são capazes de converter açúcares, ácidos orgânicos, proteínas ou gorduras em

peptídeos anti-microbianos e EPS, que se caracterizam por ser uma variedade

de metabólitos de propriedades importantes com componentes de sabor e

(24)

aroma característicos, e de melhorar a textura e a viscosidade de produtos

fermentados (DE VUYST, DEGEEST, 1999; RUAS-MADIEDO et al., 2002).

Os EPS produzidos por BAL apresentam aplicações tecnológicas

consideráveis que se destacam em alguns setores da indústria de alimentos,

sendo ainda amplamente utilizadas na produção de alimentos por suas

propriedades probióticas (TORINO et al., 2005).

Dentro das BAL tem o gênero Lactobacillus, que tem microrganismos

encontrados no intestino de seres humanos e outros animais, com seu número

variando de acordo com as espécies, a idade do hospedeiro ou a localização

dentro do intestino. Desses organismos apenas algumas espécies são

envolvidas em processos fermentativos industriais e residem no intestino

humano, sendo estas L. crispatus, L. gasseri, e L. plantarum (CATALOUK,

GOGEBAKAN, 2004).

3.2 Lactobacillus plantarum

Lactobacillus plantarum é uma espécie de bactéria do enorme e

diversificado gênero de Lactobacillus, que compreende cerca de 90 espécies.

Por tradição os indivíduos desse gênero foram divididos em três grupos

funcionais, dependendo das suas capacidades de fermentação, os

obrigatoriamente

homofermentativos

(Grupo

I),

os

facultativos

heterofermentativos (Grupo II) e os obrigatoriamente heterofermentativos

(Grupo III) (KANDLER, WEISS, 1986). Os indivíduos do Grupo I são capazes

de fermentar exclusivamente hexoses em ácido lático, enquanto que os do

Grupo II além de fermentarem hexoses em ácido lático são capazes de

(25)

fermentar pentoses e/ou glutamato. Já os pertencentes ao Grupo III fermentam

hexoses em ácido láctico, ácido acético e/ou etanol e dióxido de carbono.

O L. plantarum é facultativa heterofermentativa e se difere das demais

Lactobacillus spp. pois tem o genoma relativamente grande, o que indica a

capacidades para se adaptar a diversas condições diferentes (KLEEREBEZEM

et al., 2003). Inclui a capacidade de fermentar muitos carboidratos diferentes e

uma alta tolerância ao baixo pH (DAESCHEL, NES, 1995). Isso ocorre devido

ao fato do L. plantarum frequentemente predominarem nos alimentos de forma

espontânea e também sobreviverem à passagem através das condições ácidas

do estômago humano, onde o pH é geralmente inferior a 4,0 (JOHANSON et

al., 1993). Essa BAL também pode possuir atividade da tanase (OSAWA et al.,

2000; VAQUERO et al., 2004 ), e são capazes de metabolizar os ácidos

fenólicos (BARTHELMEBS et al., 2000; BARTHELMEBS et al., 2001).

Essa espécie de bactéria é versátil e encontrada em uma variedade de

nichos ambientais, ocorrendo frequente e espontaneamente, em número

elevado, na maioria dos alimentos fermentados, especialmente quando o

alimento tem como base material vegetal, por exemplo, azeitonas em salmoura

(FERNÁNDEZ GONZALEZ et al., 1993), alcaparras (PULIDO et al., 2005) ,

chucrute (DEDICATORIA et al., 1981; PLENGVIDHYA et al., 2007), picles

(MCDONALD et al., 1993). Essas bactérias têm grande importância em

produtos como o leite e seus derivados. Elas são usadas como culturas

iniciadoras na indústria e na fermentação do alimento animal, uma vez que

contri buem para a conservação, o sabor e a textura dos fermentados (DE

VUYST, DEGEEST, 1999; RUAS-MADIEDO et al., 2002).

Por outro lado, o L. plantarum pode estar envolvido na deterioração de

alimentos, tais como carne, vinho (BENEDUCE et al., 2004) ou suco de

(26)

laranja (ALWAZEER et al., 2002), e é encontrado geralmente no sistema

gastrointestinal humano desde a boca até ao reto (MOLIN et al., 1993;

AHRNÉ et al., 1998).

3.3 Polissacarídeos

Os polissacarídeos pertencem a uma classe de polímeros constituídos

de monômeros de açúcar de cadeias longas, elevado peso molecular e

hidrossolúvel. Atuam como agentes espessantes, gelificantes, estabilizantes e

encapsuladores (DE VUYST; DEGEEST, 1999). Por apresentarem tais

características, são amplamente utilizados em formulações de produtos

nutricêuticos e prebióticos.

Os prebióticos são definidos como ingredientes de alimentos não

digeríveis que podem beneficiar o hospedeiro no sentido de selecionar a

microbiota intestinal (BROWNAWELL et al., 2012). Já a atividade biológica

dos polissacarídeos depende de sua estrutura química, relacionada ao tipo da

cadeia principal e de suas ramificações, da massa molar, e da solubilidade em

água

(

ZHANG et al., 2013).

A capacidade de produzir esses polissacarídeos é verificada em

diferentes microrganismos, como fungos e bactérias. Eles são gomas

hidrossolúveis que apresentam características vantajosas na sua utilização pela

indústria alimentícia, farmacêutica, entre outras. Sua aplicabilidade oferece

vantagens sobre as de outras fontes de origem vegetal ou animal, pois a

produção ocorre independentemente das condições climáticas e disponibilidade

de matéria-prima. Os parâmetros de produção são controlados e estabelecidos

de acordo com as melhores condições para o microrganismo (GRANDI, 2010).

(27)

Os polissacarídeos são conhecidos como biopolímeros e sua

classificação é feita de acordo com a localização morfológica em três grupos:

intracelulares, localizados no citoplasma da célula e usados como fonte de

carbono, integrantes da parede celular, como os peptideoglucanos e ácidos

teicóicos; e extracelulares associados ou não à célula microbiana (CERNING,

1990; 1995). Quando são excretados para o meio extracelular, denominados

EPS, podem estar aderidos à célula na forma de cápsula, associados com a

sobrevivência celular, ou sintetizados e excretados na forma de um

polissacarídeo livre de aspecto limoso, com pouca ou nenhuma aderência

celular (SUTHERLAND, 1972; CERNING, 1990).

No ambiente natural, os EPS oferecem proteção natural à célula

microbiana contra agentes de dessecação, fagocitose, antibióticos, compostos

tóxicos variados, estresse osmótico, adesão às superfícies sólidas e formação

de biofilmes, além de contribuírem para o reconhecimento celular (DE

VUYST; DEGEEST, 1999; RUAS-MADIEDO et al., 2002). Sua síntese

depende de um maquinário enzimático próprio de cada espécie, e um exemplo

de microrganismo capaz de converter açúcares em EPS são as BAL.

Essa capacidade de produzir EPS é altamente variável entre as BAL,

característica que depende tanto do microrganismo quanto da composição do

meio de fermentação e das condições de crescimento. (GAMAR et al., 1997;

DE VUYST et al., 1998).

Na indústria de alimentos, a aplicação dos polissacarídeos de origem

microbiana oferecem vantagens sobre os polímeros de outras fontes. Tais

vantagens estão relacionadas principalmente à produção sob condições

controladas, que possibilita a utilização de diferentes substratos e maior rapidez

na obtenção do produto, sem necessitar de grande espaço para a produção,

(28)

tornando-se assim uma classe alternativa para utilização na indústria. Produtos

lácteos fermentados por bactérias produtoras de EPS têm sido relacionados

com uma elevada viscosidade e um menor grau de sinérese, quando

comparados com produtos produzidos por outras não produtoras de EPS

(CERNING, 1990; MARSHALL, RAWSON, 1999).

3.4 Soro de tofu

O soro de tofu (ST) é um subproduto do processo de produção do

“queijo” de soja, recentemente este tem sido utilizado no lugar do soro de leite

e outros meios de crescimento para o cultivo de bactérias ácido láticas

(NGUYEN et al., 2003).

Dentre as vantagens de utilizar o ST como alternativa é seu baixo

valor comercial (NGUYEN et al., 2003) e o fato do material ser considerado

um problema ambiental e industrial (PEÑAS et al., 2006). O ST é uma fonte

rica de carbono, como sacarose, rafinose, estaquiose e os oligossacarídeos, que

é consumida pelas bactérias ácidas láticas, além de ser considerado uma fonte

rica em proteínas e sais minerais (SHURTLEFF & AOYAGI, 1984). Nguyen

et al. (2003) avaliaram o crescimento de L. paracasei ssp. paracasei em soro

de tofu, e como resultados obtiveram uma elevada contagem de células viáveis,

superior aquelas observadas em cultivo utilizando soro de leite (NGUYEN et

al., 2003).

Estas condições levam a uma substituição eficiente e bem aceita pelo

mercado entre os meios sintéticos, como o meio desenvolvido por Man,

Rogosa & Sharpe (MRS) (MAN et al., 1960), produzido especialmente para

(29)

crescimento de bactérias ácido lá ticas, e o ST com suplementação, que é um

meio de cultura de baixo custo pode alavancar a produção de prebióticos.

3.5 Biorreator

Os cultivos em biorreatores são utilizados nos processos

biotecnológicos para o aumento da escala produtiva de microorganismos,

antibióticos, enzimas, hormônios, anticorpos, cultura de células e tecidos

vegetais (ZHANG et al., 1995; CAMACHO et al., 2001; MARTIN et al., 2004;

MARTIN et al. 2005).

Os biorreatores podem ser divididos de acordo com o processo de

fermentação podendo ser no estado sólido e fermentação submersa (FSm).

Para a FSm existem diferentes tipos de biorreatores, sendo os

fermentadores aerados os mais utilizados na indústria (CRUEGER;

CRUEGER, 1990). Pela adaptação dos reatores químicos feita no início do

desenvolvimento dos bioprocessos. Cerca de 90 % é de tanque agitado

tradicional representa a maioria dos biorreatores utilizados, sendo a minoria

restante é representada pelos biorreatores pneumáticos, sem agitação mecânica

como os Airlifts e colunas de bolhas (CHISTI, 1989).

Os biorreatores de tanque agitado apresentam algumas desvantagens

para o cultivo de certos microorganismos, principalmente devido ao alto grau

de agitação requerido para a transferência de oxigênio, causando danos às

células pela alta tensão de cisalhamento das pás do agitador (NIENOW, 1998).

Já o biorreator Airlift evita esse problema, já que o sistema de circulação do

fluido no biorreator é gerado pela diferença de densidade do líquido dividido

em duas zonas distintas, onde somente uma recebe a injeção de ar. A

(30)

circulação do fluido no biorreator Airlift afeta a turbulência, a transferência de

massa gás-líquido e de calor, e também as forças de cisalhamento que os

micro-organismos estão expostos, e às quais possuem limites de tolerância

(CHISTI; MOO-YOUNG, 1988).

A FSm é uma área que tem se desenvolvido nas últimas décadas,

possibilitando um maior controle do processo, menor risco de contaminação, e

obtenção de biomassa com maior pureza, já que a biomassa é facilmente

separada do meio de cultivo e os polissacarídeos isolados. Além disso, é

possível recuperar os polissacarídeos secretados pela bactéria no meio de

cultura durante o seu desenvolvimento, aumentando o rendimento do processo

(CAMELINI et al., 2010).

As pequenas bolhas de ar no biorreator aumentam a área superficial de

transferência de oxigênio e o tubo de corrente de ar uniformiza as forças de

cisalhamento por todo biorreator, fatores que incrementam a produção de

biomassa (KUNAMNENI et al., 2007).

Uma das grandes vantagens do biorreator Airlift é a simplicidade do

projeto e da construção (MORESI, 1981), possibilitando uma manutenção fácil

e barata. A ausência de partes mecânicas móveis para a agitação reduz o perigo

de contaminação, pois facilita a limpeza e a esterilização. A injeção do gás

serve para agitar e aerar, eliminando o gasto de energia e promovendo um

aumento na capacidade de transferência de massa e calor (SIEGEL,

ROBINSON, 1992), tornando-se atrativo para utilização em processos

aeróbios.

Outra vantagem dos Airlifts sobre os demais biorreatores, em

processos biológicos, está relacionada ao fato da força de cisalhamento, devida

à turbulência, sobre as células ou pellets suspensos no meio, ser muito menor.

(31)

O campo de cisalhamento também é mais homogêneo, sendo relativamente

constante ao longo do biorreator, apresentando padrões de escoamento melhor

definidos (MERCHUK, 1986). Mesmo com sobreposição de movimentos ao

acaso, há total direcionalidade do escoamento do líquido (SIEGEL,

ROBINSON, 1992). Um fluxo menos turbulento parece ter um efeito positivo

na produção de células sensíveis ao cisalhamento. Já foi demonstrado

experimentalmente, que mesmo em meios altamente viscosos, o uso de

biorreatores Airlift pode ser vantajoso (KESSLER et al., 1993).

As vantagens dos biorreatores Airlift são os fracos campos de

cisalhamento, boa capacidade de mistura e operação asséptica por longos

períodos, tornados possíveis graças à eliminação dos agitadores, selos e

conexões. Produção contínua de cerveja, vinagre, ácido cítrico e biomassa de

levedura, bactérias e fungos, tem sido conduzida em Airlifts com diferentes

capacidades de trabalho (MORESI, 1981).

3.6 Nanofiltração

Para a separação dos polissacarídeos produzidos no cultivo, em função

de sua massa molar, pode ser utilizada a cromatografia líquida, seguida de

precipitação por solventes orgânicos. O etanol é o principal álcool utilizado

para a recuperação dos polissacarídeos (MIZUNO et al., 1990; CAMELINI et

al., 2005). Geralmente, o volume de álcool necessário para uma recuperação

total do polissacarídeo tem proporção de 3:1 de extrato aquoso contendo os

polissacarídeos. Essa quantidade é elevada e gera resíduos na recuperação do

produto.

(32)

No entanto, uma alternativa que pode ser utilizada para reduzir o

volume do extrato com polissacarídeo, concentrar o volume do extrato com

polissacarídeo e separar as moléculas pela sua massa molar são as membranas

de filtração densas ou microporosas. Esse processo contribui para a diminuição

da quantidade de álcool utilizado na precipitação, conjuntamente com a

possibilidade de seleção do polissacarídeo de interesse. A tecnologia permite

um aumento da produção do polissacarídeo visando a escala piloto e industrial.

A tecnologia de membranas em processos biotecnológicos tem sido

utilizada na área de concentração e separação de compostos bioativos. A

separação de polissacarídeos conforme sua massa molar, assim como de

oligossacarídeos, pode ser utilizada para purificar extratos brutos

(BOTELHO-CUNHA et al., 2010).

O processo de concentração por membranas tem sido amplamente

utilizado com a finalidade de manter a alta qualidade desses compostos. Esse

processo é baseado no princípio da permeação seletiva de moléculas através de

membranas, denominado nanofiltração (NF; MELLO et al., 2010).

A NF faz uso de membranas com menores diâmetros de poros, sendo

mais eficiente na concentração dos polissacarídeos bioativos (CAMELINI,

2010). Além disso, os processos com membranas apresentam vantagens como

o uso de baixas temperaturas; baixo consumo de energia; redução do impacto

ambiental, devido à eliminação do uso de solventes; além da manutenção das

propriedades creditadas a estes compostos (XU et al., 2004; MELLO et al.,

2010).

(33)

4. Material e Métodos

4.1 Microrganismo

Utilizou um isolado de L. plantarum (CCT 0580, ATCC 8014)

adquirido na forma liofilizada da Coleção Tropical de Culturas André Tosello,

Campinas, SP. O isolado foi reidratado conforme orientação do fornecedor e

cultivada em meio de cultivo MRS, sendo mantida em tubos eppendorf com

meio MRS contendo 20 % de glicerol a 24° C até a sua utilização.

4.2 Procedimentos de desinfecção e esterilização

A esterilização de meios de cultura e utensílios foi realizada em

autoclave a 121 °C e 1 atm. Os meios de cultura, com volumes inferiores a 1 L

foram esterilizados durante 15 min, já os meios de cultura em volumes de 5 L,

para fermentações em biorreator Airlift foram esterilizados durante 30 min.

Todos os materiais e acessórios para manipulação direta com a

bactéria foram esterilizados durante 20 min. O biorreator Airlift de aço inox foi

esterilizado durante 45 min com vapor a 121 °C, gerado por uma autoclave de

20 L, conectada por uma derivação da entrada de ar. Os procedimentos de

inoculação dos meios e de repicagens foram realizados sob condições

assépticas em capela de fluxo laminar.

(34)

4.3 Meios de cultura

Foram utilizados os meios para fermentação Caldo Nutriente, MRS e o

soro de tofu (fornecido pela empresa Tofutura Indústria de Alimentos Ltda),

além de soro de tofu suplementado. A composição desses meios é apresentada

na Tabela 1 e na Tabela 2.

Tabela 1 Composição do soro de tofu (ST).

Determinações analíticas

ST

Proteínas (%m/v)

0,35±0,02

Carboidratos (%m/v)

0,85±0,02

Lipídios (%m/v)

<0,10

Umidade (%m/v)

98,44±0,01

Cinzas (%m/v)

0,36±0,01

Acidez total (mL sol. N 100 mL

-1

) 1,78±0,04

pH

5,20±0,01

Sólidos solúveis (º Brix)

2,1±0,01

Condutividade elétrica (µS/cm)

3,75±0,07

Isoflavonas totais (mg L

-1

)

33,50±0,17

(35)

Tabela 2 Composição dos meios de cultura caldo nutriente (CN), Man Rogosa

e Sharpe (MRS) e a suplementação do soro de tofu (STS).

4.4 Preparo do inóculo

O inóculo foi obtido a partir da bactéria ativada em um escalonamento

de 10% V/V, ou seja, partindo de um inóculo inicial de 2 mL armazenado em

glicerol estéril 20 % a -20 °C, foi inoculado em 20 mL de caldo nutriente e

esse por sua vez inoculado em 200 mL, tanto para o meio MRS quanto para o

meio STS. Cada etapa do escalonamento foi realizada a 30

o

C por 18 h, até

atingir um volume de inóculo final para o biorreator Airlift de 5 L. Todo

procedimento foi realizado em pH inicial de 6,0, corrigido com HCl 1 mol.L

-1

.

CN

MRS STS

(g.L

-1

) (g.L

-1

) (g.L

-1

)

Peptona

5

10

-Extrato de Carne

1,5

10

-Extrato de Levedura

1,5

5

1

Glicose

-

20

11,5

Tween 80

-

1

1

Citrado de Amônio

-

2

-Acetato de Sódio

-

5

-MgSO4

-

0.1

0.2

MnSO4

-

0.05

0.05

K2HPO4

-

-

1,4

Citrato de Sódio

-

-

3

KH2PO4

-

2

1

Cloreto de sódio

5

-

-Ingredientes

(36)

4.5 Cultivo em biorreator Airlift

Para padronizar a produção de EPS e o cultivo de L. plantarum foi

feito cultivo nos meios MRS e STS em biorreator Airlift com pH, temperatura

e aeração controlados. O cultivo foi realizado a uma temperatura de 30 °C.

Com a função de auxiliar na manutenção do pH em 6,0 foi utilizado

HCl/NaOH 0,1 mol.L

-1

. Também foram utilizados de 0,2 a 0,4 mL.L

-1

do

antiespumante polipropilenoglicol no meio de cultivo. O biorreator Airlift foi

programado para manter as condições de O

2

acima do valor crítico.

Durante os cultivos foram coletadas amostras de 30 mL a cada 2 h, e

essas foram avaliadas quanto a biomassa produzida (gravimetria), EPS

produzido e glicose consumida ao longo do cultivo.

4.6 Separação das células

Após o cultivo, os meios de cultura e as amostras foram centrifugados

para separação dos microrganismos a 1100g por 30 min e congelados a -4°C

até sua utilização para análises e concentração por nanofiltração.

Os microrganismos separados das amostras foram desidratados a 55

°C, até peso constante e pesados em balança de precisão. Os dados foram

utilizados para medir o aumento de biomassa ao longo do cultivo em

biorreator. O sobrenadante da centrifugação foi utilizado na etapa de NF dos

EPS.

(37)

4.7 Concentração dos EPS

A concentração dos polissacarídeos por membranas foi realizada no

Laboratório de Separação por Membranas (LABSEM), Departamento de

Engenharia Química e Engenharia de Alimentos, Universidade Federal de

Santa Catarina.

Para concentração dos polissacarídeos totais foi utilizada uma

membrana de NF em um equipamento piloto operando com fluxo tangencial.

Foi utilizada uma membrana orgânica de polifluoreto de vinilideno com ponto

molar de corte de 150-300 g.mol

-1

e área filtrante útil de 0,9m

2

(Modelo

HL2521TF, GE Osmonics®, Filadélfia, EUA).

Dezesseis litros de extrato polissacarídico foram submetidos à NF por

aproximadamente 90 min, sendo este o tempo necessário para concluir a

operação de concentração em um sistema sem reciclo de permeado, atingindo

um fator de redução volumétrico (FRV) igual a 4,0.

Os parâmetros de operação controlados durante o processo de NF foram

35±1 ºC, e pressão transmembranar de 6 bar, para serem preservadas as

propriedades do extrato. Esta concentração foi realizada a partir da reciclagem

do concentrado e remoção do permeado utilizando 16 L de extrato aquoso. As

amostras de concentrado e permeado foram coletadas em diferentes tempos do

procedimento, relacionados aos valores de FRV de 1,5; 2,0; 2,5; 3,0; 3,5 e 4,0.

(38)

Para a separação dos compostos foi realizada precipitação por

solventes orgânicos. O solvente utilizado foi o EtOH 96 °GL, principal álcool

utilizado para a recuperação dos EPS, na proporção de 3:1 de extrato aquoso.

As amostras foram centrifugadas a 1100 g durante 15 min, e os precipitados

foram desidratados a 55 °C, até peso constante, e pesados em balança de

precisão.

No cultivo em biorreator Airlift o volume de 500 µL das amostras

foram adicionados 1000 µL de etanol PA para precipitação dos

polissacarídeos, e submetidas à centrifugação. Já nas amostras da NF alíquotas

de 40 mL dos retentados dos diferentes FRV, foram adicionados 80 mL de

EtOH 96 ºGL para precipitação dos polissacarídeos e determinação por

gravimetria.

4.9 Métodos analíticos

4.9.1 Conservação das amostras

As amostras de 30 mL retiradas ao longo do cultivo em biorreator

foram armazenadas congeladas a -4 °C para posterior análise do aumento de

biomassa e consumo de glicose. Já na NF foram retiradas amostras de 40 mL

tanto do retentado quanto do permeado de cada FRV, estas foram também

congeladas a -4 °C para posterior análise de quantidade de EPS retido no

processo.

(39)

A concentração celular foi determinada através da massa seca, para

isso, amostras de volume conhecido foram filtradas em papel de filtro

previamente pesado e secadas a 55 °C até peso constante (tempo mínimo de 48

h). A concentração celular foi, então, determinada pela Equação 1:

Onde:

X = concentração de biomassa (g.L

-1

)

m

a+f

= massa da amostra seca + massa do papel filtro (g)

m

f

= massa do papel filtro (g)

V

a

= volume da amostra (L)

O mesmo processo serviu para calcular a quantidade de EPS produzida

ao longo dos cultivos em biorreator Airlift e no processo de NF.

A taxa de conversão de substrato em biomassa foi calculada seguindo

a equação 2.

4.9.3 Determinação de glicose

(40)

A concentração de glicose nas amostras de cultivo foi determinada

pelo método enzimático GOD, fundamentado na clássica reação de Trinder,

envolvendo a oxidação da D-glicose, pela glicose oxidase, a ácido glucônico e

peróxido de hidrogênio. O peróxido de hidrogênio, na presença de peroxidase,

reage com o fenol e 4-amino pantipirina para formar uma antipirilquinonimina

vermelha cuja intensidade de cor é proporcional à concentração da glicose na

amostra, podendo ser medida por espectrofotometria. Neste estudo, foi

utilizado o reagente comercial Glicose Liquiform da Labtest. A determinação

da absorbância em espectrofotômetro foi feita a 480 nm, uma curva padrão de

glicose foi preparada com concentrações na faixa de 0 a 3 g.L

-1

.

4.9.4 Cálculo da velocidade especifica de crescimento e produção de EPS

Pelo fato da concentração celular aumentar durante um cultivo

descontínuo, aumentando consequentemente a concentração das enzimas

responsáveis pela transformação do substrato, seria mais coerente analisar o

valor da velocidade instantânea com relação à referida concentração celular. A

velocidade específica de crescimento celular e a produção de EPS foram

determinadas pelo método proposto por Le Duy e Zajic (HISS, 2001).

4.9.5 Determinação dos EPS

A massa molar e a quantificação do polissacarídeo de maior massa

molar nas amostras do cultivo foram determinadas por CLAE-IR utilizando a

coluna TSK Gel 5000 PW (7.8×300 mm, Tosoh Corporation) com pré-coluna

(41)

acoplada no cromatógrafo Perkin Elmer série 200 com detector de Indíce de

Refração Perkin Elmer série 200a acoplado ao detector UV a 280 nm, fase

móvel NaOCH

3

0,003 mol.L

-1

, fluxo 1 mL.min

-1

. A curva padrão foi realizada

com padrões dextranas de massa molar de 12 a 2.000 g.mol

-1

(Sigma, EUA)

com concentração de 3 mg.mL

-1

e injeção de 20 µL. As amostras foram

analisadas na concentração de 3 mg.mL

-1

dissolvidas na fase móvel.

4.9.6 Cálculo do fator de redução volumétrica

Para a NF o FRV foi calculado pela razão entre o volume inicial de

extrato polissacarídico utilizado na alimentação e o volume final de

concentrado após a NF. Durante a NF foi medido o fluxo do permeado J.(L.h

-1

.m

-2

), a cada cinco minutos e calculado de acordo com a Equação 3:

Onde:

J = fluxo permeado

V

p

=

volume permeado

t = tempo

A

p

= área de permeação

O desempenho do processo de filtração foi medido baseado na

quantidade de EPS presente no concentrado. Amostras do concentrado e do

(42)

permeado foram coletadas em diferentes intervalos de tempo, durante o ensaio,

cada um relacionado com os valores FRV. A eficiência do processo foi

determinada tendo em conta a porcentagem de polissacarídeos retidas, o que

demonstra a capacidade da membrana para filtrar o compostos de interesse. A

porcentagem de retenção foi calculada de acordo com a Equação 4:

Onde:

C

p

= concentração total de polissacarídeo no permeado

C

c

= concentração total de polissacarídeo no concentrado

Antes de realizar o processo de concentração do EPS o permeado do

fluxo foi medido com água filtrada, adotando as mesmas condições descritas

anteriormente. O valor obtido a partir do fluxo de permeado com água foi

utilizada como referência para verificar o estado da membrana após o uso e

limpeza. Antes de depois de cada experimento, o equipamento foi limpo com

uma solução alcalina (0,1 %), seguindo as instruções do fabricante.

4.9.7 Cálculo das resistências da membrana de nanofiltração

Depois de realizada a NF, as resistências do fluxo do permeado foram

determinadas. As análises de resistências foram baseadas na limpeza da

membrana

com

água,

considerando

diferentes

fenômenos

de

reversibilidade/irreversibilidade. Nessa condição, as diferentes taxas de fluxo

(43)

resultaram em diferentes incrustações e resistências polarizadas. Neste estudo,

foi calculado a resistência total (R

t

) utilizando o valor final de fluxo (j

f

), mais o

valor de viscosidade do permeado (μ

p

) e da pressão transmembrana (

P

t

)

utilizada no experimento. Estes cálculos estão presentes na Equação 5.

A resistência da membrana (R

m

) foi determinada utilizando o valor de

viscosidade da água (μ

w

) e o valor do fluxo medido com água no início do

experimento enquanto a membrana foi limpa (J

w

), conforme a Equação 6.

A resistência causada por fouling (R

f

) foi determinada usando a

Equação 7. Esse procedimento foi realizado utilizando o fluxo de água filtrada

através da membrana após a remoção da camada polarizada, lavando-a com

água (J

WF

).

Desde que R

t

é a soma das resistências R

m

, R

F

, e R

p

, a resistência

produzido pela polarização, causada pela concentração e a existência de uma

camada de gel de polarização (R

p

), foi determinado pela diferença entre os

parâmetros, presente na Equação 8.

(5)

(6)

(7)

(44)
(45)

5. Resultados e Discussão

5.1 Cultivo em biorreator e estudos cinéticos

Os dados representados entre as Figuras 1 a 6 referem-se aos cultivos

submersos em biorreator Airlift em meio MRS e STS, para produção de

biomassa e EPS de L. plantarum. Embora para o cultivo em meio STS não se

tenha amostras iniciais suficientes para afirmar a existência de uma fase lag, no

meio MRS observou-se uma fase lag de pelo menos 5 h. Os cultivos foram

conduzidos durante 45 h, apesar da glicose ter sido consumida em menos

tempo. Esse maior tempo foi devido à complexidade nutricional dos meios.

Figura 1 Análise das grandezas de crescimento do L. plantarum no meio MRS

() X(g.L

-1

), ()glicose, (

(46)

Figura 2 Análise das grandezas de crescimento do L. plantarum no meio STS

() X (g.L

-1

), () glicose, (

) EPS (g.L

-1

).

Ao final de 30 h de cultivo obteve-se uma concentração final de

biomassa de 2,7 g.L

-1

e 3,2 g.L

-1

para os meios MRS e STS, respectivamente.

A taxa de conversão em biomassa foi de 20,5% para o cultivo em MRS e de

19,8 % para o cultivo em STS, com 41 e 45 h, respectivamente. Vale ressaltar

que Feltrin et al. (1998) obtiveram até 2,2 g.L

-1

de biomassa de L. plantarum

em cultivo a 35 °C com duração de 24 h no meio MRS.

A continuidade do crescimento do L. plantarum em meio STS após o

término da glicose deve-se ao consumo de outros nutrientes presentes no soro

de tofu, como sacarose, rafinose, estaquiose e oligossacarídeos (OUNIS et al.,

2007). O mesmo ocorreu no meio MRS com o consumo das proteínas do

extrato de carne e peptonas.

(47)

Nas Figuras 1 e 2 observa-se que a produção de EPS acompanhou o

aumento da biomassa ao longo do tempo para os dois cultivos, fato este

também observado por Zhang et al. (2013) em seus estudos com L. plantarum.

O pH se manteve estabilizado em torno de 6,0 e o biorreator manteve

as condições de O

2

acima do valor crítico para ambos os cultivos Figuras 3 e 4.

A concentração crítica foi determinada preliminarmente com valor de 10 %.

Figura 3 Variação da concentração de oxigênio dissolvido e vazão de ar

durante o cultivo do L. plantarum em biorreator Airlift. Meio de cultura MRS.

(

) OD, () vvm

Embora os cultivos tenham sido conduzidos em condições não críticas

para o oxigênio, o cultivo em meio MRS esteve mais no limite dessa condição,

provavelmente por causa da maior concentração de células e nutrientes

metabolizados em maior velocidade, conforme se observa nas velocidades

específicas nas Figuras 5 e 6.

(48)

Figura 4 Variação da concentração de oxigênio dissolvido e vazão de ar

durante o cultivo do L. plantarum em biorreator Airlift. Meio de cultura STS.

(

) OD, () vvm.

Foi observado que o L. plantarum produziu dois EPS de massas

molares 2,9 x 10

5

Da e 1,7 x 10

6

Da. Esses EPS foram encontrados tanto no

meio MRS, quanto no STS utilizado no cultivo. Após a purificação do EPS de

maior massa molar, por diálise, esse foi utilizado como padrão para

quantificação por HPLC-IR. O rendimento máximo desse polissacarídeo foi de

210 mg.L

-1

e 350 mg.L

-1

para os meios MRS e STS, respectivamente, com 30 h

de cultivo (Figura 1 e 2)

Zhang et al. (2013) obtiveram em seus experimentos com L.

plantarum em MRS a produção de 69 mg.L

-1

de EPS com massa molar de 1,15

x 10

6

Da. Já Tallon et al. (2003) verificaram em cultivo também em meio MRS

a 25 °C a produção de 126 mg.L

-1

e de 135,8 mg.L

-1

a 18 °C, e encontraram

dois EPS distintos de 8,5 x 10

5

Da e 4 x 10

4

Da. O EPS de elevada massa molar

foi escolhido para o monitoramento, por HPLC-IR, nos cultivos devido a sua

considerável atividade biológica como anti-oxidante (Zhang et al., 2013).

(49)

Figura 5 Análise do µx e µ

EPS

do cultivo de L. plantarum no meio MRS. ()

µ

x

, (

) µ

EPS

Figura 6 Análise do µx e µ

EPS

do cultivo de L.plantarum no meio STS. () µ

x

,

(50)

É importante observar que diferentes EPS podem ser obtidos com L.

plantarum controlando-se fatores como pH, temperatura e OD, e que a

composição do meio de cultura parece não afetar o tamanho dessas moléculas.

Comparando os cultivos, o meio STS foi mais favorável dentro de 30 h

de cultivo tanto para o aumento de biomassa quanto para a produção de EPS,

nas mesmas condições operacionais. Entretanto, sem a suplementação de

glicose no soro de tofu o crescimento não ocorre. Essa foi também uma

constatação em ensaios preliminares de cultivo. Pode-se dizer que o soro de

tofu é um suplemento nutricional importante para o crescimento e formação de

EPS, mas não como um meio em si para crescimento.

As diferenças encontradas em cada um dos experimentos em relação à

quantidade de biomassa, EPS e massa molecular de EPS encontrados confirma

as observações de Ruasmadiedo et al. (2002) e De Vuyst et al. (1999), de que

fatores exógenos, tais como fonte de carbono, oxigênio dissolvido e tempo de

cultivo interferem na produção de EPS e no crescimento do L. plantarum.

A Figura 6 mostra também que o cultivo no meio STS foi realizado

com facilidade pelas células, acompanhado pela produção de EPS, o que não

aconteceu no meio MRS (Figura 5). Isso é constatado pelo perfil de velocidade

específica de crescimento, onde as células no meio STS iniciaram o cultivo

numa velocidade alta, enquanto no meio MRS as células atingem a velocidade

máxima em 25 h, embora essa velocidade tenha sido, tanto no máximo quanto

na média, maior que no meio STS.

(51)

5.2 Nanofiltração

O processo de separação por membranas tem sido bastante utilizado

em cultivos com BAL para separação de lactato, ácido lático e até mesmo do

próprio microrganismo, mecanismos descritos por Timmer et al. 1994, Dey et

al. 2012 e Sikder et al. 2012 em seus trabalhos. Embora não tenha nenhum

trabalho descrevendo a utilização deste processo para separação de EPS,

Camelini et al. (2013) realizaram um processo semelhante para separação de

EPS de A. subrufescens, tornando plausível a comparação da forma de extração

e comportamento da membrana de nanofiltração utilizada no experimento.

O comportamento do fluxo de permeado (J) durante a NF de extratos

de L. plantarum é demonstrado na Figura 7. Verificou-se o declínio em função

do tempo, e a média do fluxo foi de 9,0 L.m

-2

.h

-1

, os processos foram

realizados a uma temperatura e pressão fixa de 35 ± 1ºC, 6 bar,

respectivamente e teve duração de 90 min. O fluxo permeado médio obtido

para o extrato da biomassa fúngica de A. subrufescens foi de 58,9 L.m

-2

.h

-1

, e

26,8 L.m

-2

.h

-1

para o seu meio de cultivo (CAMELINI et al. 2013).

A diferença entre o fluxo de permeado de água e do extrato indica a

formação de uma camada de gel polarizada e ao fouling, fenômenos

normalmente presentes nos processos de separação por membranas. Esses

fenômenos colaboraram para a redução do fluxo de permeado em cerca de 60

%.

(52)

Figura 7. Decaimento do fluxo ao longo do processo de nanofiltração para

extrato de STS.

A influência da temperatura e da pressão durante a NF do extrato de

cultivo de L. plantarum foi comparado com fluxo de água, e os resultados estão

expressos nas Figuras 8 e 9, respectivamente. Os efeitos da pressão e da

temperatura no fluxo do permeado foram caracterizados pela diferença entre a

os fluxos de permeado para água e para o extrato de STS, alterando a

temperatura de 20 a 45 °C e a pressão de 1 a 7 bar.

A Figura 8 mostra o fluxo sobre efeito da temperatura a uma pressão

constante de 6 bar com variação da temperatura, é possível notar um pequeno

aumento do fluxo de permeado com o aumento da temperatura, porém este

aumento é baixo quando comparado com o que Camelini et al. (2013)

encontraram em seus experimentos com extratos aquosos fúngico, resultando

em um aumento de até 30 % do fluxo com o aumento da temperatura.

(53)

Figura 8. Fluxo de permeado em função da temperatura de processamento

sobre a água e o extrato do cultivo de L. plantarum em STS (

) extrato ()

água.

A Figura 9 mostra o fluxo sobre efeito da pressão a uma temperatura

constante de 35 °C com variação da pressão, demonstrando que o aumento da

pressão resultou num aumento de fluxo de 30 %.

(54)

Figura 9. Fluxo de permeado em função da pressão de processamento sobre a

água e o extrato do cultivo de L. plantarum em STS (

) extrato () água.

As Figuras 10 e 11 apresentam os dados de EPS na amostra inicial e

nos concentrados do meio de cultura, representando as duplicatas e a média dos

valores verificados em cada amostra, respectivamente. Verifica-se que o teor

de EPS no concentrado em diferentes valores de FRV foram todos diferentes

do resultado encontrado para o extrato inicial.

Analisando separadamente cada um dos gráficos, observa-se na Figura

10 que a concentração dos EPS ao longo do tempo é equivalente à uma

equação polinominal, ou seja quanto maior for o FRV maior será a quantidade

de exopolissacarídeo precipitada após o processo de NF, aumentando de forma

exponencial os compostos precipitados.

y = 3,7725x R² = 0,915 y = 14,742x R² = 0,9955 0 20 40 60 80 100 120 0 2 4 6 8 F lu jo ( L .h -1.m -2) p ( bar)

(55)

Figura 10. Concentração de EPS ao longo do processo de nanofiltração em

STS

Já a média das duplicatas, representado na Figura 11 leva à uma

equação linear, e à medida que for aumentando seu FRV a concentração de

compostos tende a aumentar porém em uma menor proporção quando se

compara com a amostras analisadas separadamente.

(56)

Figura 11. Média das duplicatas da concentração de EPS ao longo do processo

de nanofiltração em STS.

Após a NF, com a média das duplicatas, verificou-se o aumento de 80

% dos teores de EPS presentes no concentrado, com um rendimento de 12,4

g.L

-1

no FRV 4. Dessa forma, verificou-se que a utilização de soro de tofu

incrementou a produção de EPS e a NF foi eficiente para a concentração desses

compostos prebióticos a partir do meio de cultivo de L. plantarum.

Comportamento semelhante foi observado por Camelini et al. (2013) na

concentração por membranas de diferentes extratos fúngicos aquosos, que teve

as maiores porcentagens de retenção nos FRVs 5, 6 e 7 de até 92 %.

De acordo com a Figura 12 observa-se que a maior parte da resistência

ao fluxo foi causada pela camada polarizada de 59,37 %, seguida da resistência

pela membrana de 39,8 %, enquanto a resistência devido ao fouling foi

responsável por 0,83 % da resistência total, comparando com os dados obtidos

por Camelini et al. (2013), observamos uma grande diferença nas resistências

(57)

da membrana, esta obteve aproximadamente 90% causado pela resistência por

polarização,

seguido

pela

resistência

da

membrana

representando

aproximadamente 10 %, e por último a resistência devido ao fouling chegando

a quase 0 %. A resistência de fouling apresentada em ambos experimentos

indica que após o experimento teve recuperação total da membrana

possibilitando reutilizar a mesma membrana em outros experimentos.

A maior influência da polarização por concentração pode ocorrer

devido à presença dos polissacarídeos, mas também aos sais e de carbono

residual presente no meio de cultura. É importante salientar que a resistência

causada pela polarização por concentração pode ser reduzida por meio da

alteração das condições operacionais. Dessa forma, é possível obter maiores

fluxos permeados com a mesma alimentação alterando-se as condições de

operação. Já o fouling, é considerado um fenômeno irreversível, que

aumentaria os custos operacionais com a diminuição da permeação (Listiarini

et al., 2009).

Figura 12. Percentual de resistência no fluxo de permeado causado pela

resistência total da membrana (Rt), resistência da membrana (Rm), resistência

do fouling (Rf), resistência por polarização (Rp).

(58)

Vale ressaltar que a filtração tangencial possui uma série de vantagens,

tais como baixo consumo de energia, simplicidade de operação, alta

seletividade e eficiência na separação. Além disso, é possível a obtenção de

produtos com maior qualidade devido à baixa temperatura do processo, e a

preservação das suas características estruturais e nutricionais (Mulder, 2000).

(59)
(60)
(61)

6. Conclusões

1. A produção da biomassa de L. plantarum pode ser realizada eficientemente

em biorreator Airlift, tomando o cuidado para utilizar meios mais diluídos,

permitindo concentrações celulares mais baixas.

2. O soro de tofu pode ser utilizado como um suplemento nutricional para a

produção de EPS, mas não como um meio de cultura per si.

3. Foi observado produção de EPS com massas molares de 2,9 x 10

5

e 1,7 x

10

6

Da, que após purificação em HPLC-IR representou um rendimento de

350 mg.L

-1

em meio STS. Os tipos de EPS parecem depender mais das

condições operacionais de cultivo, do que das condições do meio de

cultura.

4. Para a obtenção dos EPS totais, de elevadas massas molares, a membrana

de nanofiltração permitiu a concentração dos extratos de até quatro vezes

em relação ao seu volume inicial, colaborando para a diminuição da

quantidade de etanol necessária para a precipitação dessas moléculas e

aumentando o rendimento em 80 % dos EPS extraídos.

(62)

Referências

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