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Diagnóstico do plano municipal de gestão integrada de resíduos sólidos de Ijuí - RS

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DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIAS

GLAUCIA ADRIELE PRAUCHNER KRAUSE

DIAGNÓSTICO DO PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE IJUÍ - RS

Ijuí / RS 2018

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GLAUCIA ADRIELE PRAUCHNER KRAUSE

DIAGNÓSTICO DO PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS DE IJUÍ - RS

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Colegiado de Coordenação do Curso de En-genharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (UNIJUÍ), apresentado como requisito parcial para obtenção do Título de Bacharel em Enge-nharia Civil.

Orientador: Prof. Dr. Giuliano Crauss Daronco

Ijuí / RS 2018

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GLAUCIA ADRIELE PRAUCHNER KRAUSE

DIAGNÓSTICO DO PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍ-DUOS SÓLIDOS DE IJUÍ - RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de EN-GENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Ijuí, 12 de julho de 2018

Prof. Dr. Giuliano Crauss Daronco

Doutor pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul - Orientador

Prof. Dr. Dieter Wartchow

Doutor pela Universidade de Stuttgart – Coorientador

Prof. Lia Geovanna Sala

Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

Prof. Me. Joice Viviane de Oliveira (UNIJUÍ)

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Importante não é ver o que ninguém nunca viu, mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou sobre algo que todo mundo vê.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Deus pela vida, a meus familiares por todo apoio e compre-ensão nos inúmeros momentos de ausência e aos amigos pelo incentivo nos momentos de difi-culdade.

À toda a equipe de funcionários da UNIJUÍ, aos professores por todo o conhecimento compartilhado durante o curso, em especial à Profª Ma. Joice Viviane de Oliveira, por me apre-sentar o saneamento básico e orientar a construção de uma carreira na área e também ao meu orientador Profº Dr. Giuliano Crauss Daronco, pela transparência e consideração em todas nos-sas convernos-sas acerca do saneamento.

Agradeço também à FAURGS, pela concessão da bolsa de estágio e ao IPH/UFRGS por participar do processo de revisão do PLAMSAB e elaboração do PMGIRS de Ijuí, o qual faz parte deste trabalho de conclusão de curso.

Ainda, à toda a equipe de trabalho, mestrando Ian Rocha de Almeida, geógrafo Leo-nardo da Silva Cotrim e ao Profº Dr. Dieter Wartchow, coorientador deste trabalho.

Também à Prefeitura Municipal de Ijuí, especialmente à equipe do DEMASI, pela con-tribuição indispensável neste trabalho e por toda atenção prestada.

Aos colegas de graduação pela colaboração nas atividades conjuntas.

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RESUMO

KRAUSE, G. A. P. Diagnóstico do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos

Só-lidos de Ijuí - RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,

Univer-sidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

A gestão inadequada dos resíduos sólidos acarreta grandes perdas de ordem econômica, social e ambiental. O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) é uma ferramenta que orienta a administração municipal no gerenciamento dos resíduos sólidos gera-dos na cidade. O diagnóstico de resíduos sóligera-dos é parte fundamental no processo de elaboração dos PMGIRS, pois através dos dados apresentados nesse plano, a gestão pública pode direcionar seus investimentos. Dessa forma, o objetivo desse estudo é realizar a apresentação do diagnós-tico para elaboração do PMGIRS e adequá-lo ao cenário do município de Ijuí, cidade localizada no interior do Rio Grande do Sul. Para tanto, será feita uma apresentação dos dados técnicos e resultados das reuniões do processo participativo. O diagnóstico de resíduos sólidos evidencia sua importância na elaboração do PMGIRS e, ainda, indica a necessidade de uma participação mais efetiva da população de Ijuí.

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ABSTRACT

KRAUSE, G. A. P. Diagnóstico do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos

Só-lidos de Ijuí - RS. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil,

Univer-sidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ, Ijuí, 2018.

The inadequate management of the solid residues result large losses: economic, social and en-vironmental. The Municipal Plan of Solid Residue Integrated Management (PMGIRS) is a in-strument that guide the city government at the management of the solid residues generated at the towns. The solid residues diagnostic is essential part in the development of PMGIRS, by the date presented, the public management can direct their investments. In this study is proposed the presentation of the diagnosis for the elaboration of PMGIRS and adequacy to the scenario of the city of Ijuí, a city located in the interior of Rio Grande do Sul. For this, a presentation of the technical data and results of the meetings of the participatory process will be made. The solid residues diagnostic evidences its importance in the elaboration of PMGIRS and also indi-cates the need for more effective participation of the population of the city of Ijuí.

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LISTA DE ABREVIATURAS

ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas

ABRELPE Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resí-duos Especiais

ACATA Associação de Catadores de Materiais Recicláveis de Ijuí AMUPLAN Associação dos Municípios do Planalto Médio

ANIP Agência Nacional de Indústria de Pneumáticos ARL6 Associação de Recicladores da Linha 6

COREDE Conselho Regional de Desenvolvimento

CRVR Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos

DEMASI Departamento Municipal de Águas e Saneamento de Ijuí

DOU Diário Oficial da União

FAURGS Fundação de Apoio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul

FEE Fundação de Economia e Estatística

FEPAM Fundação Estadual de Proteção Ambiental

IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IPH Instituto de Pesquisas Hidráulicas

IPTU Imposto Territorial Urbano

LNSB Lei Nacional de Saneamento Básico

MMA Ministério do Meio Ambiente

NBR Norma Brasileira

PMGIRS Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos PLAMSAB Plano Municipal de Saneamento Básico

PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

PNRS Política Nacional de Resíduos Sólidos

PTCC Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso

RS Rio Grande do Sul

RSD Resíduos Sólidos Domiciliares

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RSU Resíduos Sólidos Urbanos

SISNAMA Sistema Nacional do Meio Ambiente

SMODUTRAN Secretaria Municipal de Desenvolvimento Urbano, Obras e Trân-sito

SNIS Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento

SNVS Sistema Nacional de Vigilância Sanitária

TAC Termo de Ajuste De Conduta

TCC Trabalho de Conclusão de Curso

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 - Mapa de Localização de Ijuí no RS e no COREDE Noroeste Colonial ... 26

Figura 2 - Flyer de divulgação das reuniões setoriais ... 31

Figura 3 - Abertura reuniões setoriais ... 32

Figura 4 - Análise dos resultados ... 32

Figura 5 – Localidades de realização das reuniões no meio rural ... 34

Figura 6 - Resíduos Sólidos no meio rural ... 35

Figura 7 - Localidades de realização das reuniões no meio Urbano ... 37

Figura 8 - Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos no meio urbano ... 39

Figura 9 – Capa do Diagnóstico do PMGIRS de Ijuí ... 41

Figura 10 - Fluxograma da gestão dos resíduos sólidos em Ijuí – 2017 ... 43

Figura 11 - Fluxograma da gestão dos resíduos sólidos Ideal para Ijuí ... 44

Figura 12 - Pirâmide Etária do Rio Grande do Sul no ano 2010 ... 46

Figura 13 - Descarregamento dos resíduos na área de seleção... 49

Figura 14 - Resíduos na área de seleção ... 49

Figura 15 - Homogeneização manual dos resíduos ... 50

Figura 16 - Amostra em separação ... 50

Figura 17 - Seleção e homogeneização de papéis - ACATA ... 55

Figura 18 – Papéis prensados e estocados ... 55

Figura 19 - Prensa de embalagens PET ... 55

Figura 20 - Estocagem de plástico cristal ... 55

Figura 21 - Caminhão compactador coleta RSD ... 56

Figura 22- Caminhão baú coleta RSR ... 56

Figura 23 - Setores e frequência de coletas de RSD... 57

Figura 24 - Setores e frequência de coletas de RSR ... 58

Figura 25 - Coletor fazendo a retirada dos RSR ... 59

Figura 26 - Caminhão de coleta de RSR em operação ... 59

Figura 27 - RSR aguardando coleta em lixeira improvisada ... 60

Figura 28 - RSR aguardando coleta no chão ... 60

Figura 29 - Local de recebimento dos pneumáticos ... 62

Figura 30 - Armazenamento dos pneus ... 62

Figura 31 - Ecoponto Móvel de Resíduos Eletrônicos ... 66

Figura 32 - Localização da nova Estação de Transbordo de Ijuí... 67

Figura 33- Licença de Instalação do Transbordo de RSU ... 68

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Figura 35 - Estrutura de contenção da rampa da Estação de Transbordo ... 69

Figura 36 – Aterro Municipal ... 70

Figura 37 - Catadores no momento de operação de transbordo ... 70

Figura 38 – Vista aérea do Aterro Sanitário de Giruá - RS ... 73

Figura 39 - Sede da ACATA ... 75

Figura 40 - Entrega de RSR na Associação ... 75

Figura 41 - Caminhão de coleta de RSR da ARL6 e ACATA ... 79

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1- Participantes e respondentes por Localidade ... 33

Gráfico 2 - Participantes e respondentes por Localidade ... 37

Gráfico 3 - Composição dos RSD de Ijuí – 2011 ... 52

Gráfico 4 - Composição dos RSD de Ijuí –2018 ... 52

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 - Projeção populacional e produção de Resíduos Domiciliares de Ijuí-RS ... 47

Tabela 2 - Composição dos RSD de Ijuí ... 48

Tabela 3 - Composição dos RSD de Ijuí ... 51

Tabela 4 - Caracterização dos Resíduos da Coleta Seletiva ... 53

Tabela 6 - Valores de comercialização dos materiais selecionados ... 77

Tabela 7 - Resíduos Sólidos Recicláveis triados pela ACATA (2017) ... 78

Tabela 8 - Resíduos Sólidos Recicláveis triados pela ARL6 (2017) ... 80

Tabela 9 – Valores pagos para coleta de RSR ... 82

Tabela 10 - Valores pagos para coleta de RSD ... 82

Tabela 12 - Valores pagos para o transporte e destinação final de RSD ... 83

(14)

SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 16

2 REFERENCIAL TEÓRICO ... 18

2.1 PANORAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 18

2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS: DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO ... 20

2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS: DISPOSIÇÃO FINAL ... 21

2.3.1 Lixão ... 22

2.3.2 Aterro Controlado ... 22

2.3.3 Aterro Sanitário ... 22

2.4 LEGISLAÇÃO PARA RESÍDUOS SÓLIDOS ... 23

2.5 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NOS MUNICÍPIOS ... 24

2.6 DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 24

2.7 IJUÍ: PANORAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS ... 25

2.7.1 Caracterização do Município ... 25

2.7.2 Resíduos Sólidos ... 26

3 METODOLOGIA DO PMGIRS ... 28

3.1 METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO DO PMGIRS ... 28

3.1.1 Dados técnicos ... 28

3.1.2 Processo Participativo ... 30

4 DIAGNÓSTICO DO PMGIRS DE IJUÍ ... 41

4.1 GESTÃO DOS RESÍDUOS EM IJUÍ-RS ... 43

4.1.1 Ecopontos distribuídos pela cidade ... 44

4.2 GERAÇÃO DE RESÍDUOS EM IJUÍ ... 45

4.2.1 Crescimento populacional de Ijuí e evolução da geração dos resíduos sólidos ... 45

4.2.2 Composição e caracterização dos resíduos sólidos domiciliares de Ijuí – PLAMSAB ... 48

4.3 COLETA DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM IJUÍ ... 55

4.3.1 Coleta de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) ... 57

4.3.2 Coleta de Resíduos Sólidos Recicláveis (RSR) ... 58

4.3.3 Acondicionamento dos Resíduos nas Lixeiras de Rua ... 59

4.3.4 Serviço de Varrição e de Limpeza Urbana ... 60

4.3.5 Condução e Supressão de Vegetação ... 60

(15)

4.3.7 Pneumáticos ... 61

4.3.8 Embalagens de Agrotóxicos ... 62

4.3.9 Resíduos de Serviço de Saúde (RSS) ... 64

4.3.10 Resíduos de Construção e Demolição (RCD) ... 65

4.3.11 Vidros e Baterias ... 65

4.3.12 Resíduos Tecnológicos ... 66

4.3.13 Resíduos Perigosos ... 66

4.3.14 Nova Estação de Transbordo Em Obras ... 66

4.4 ATERRO MUNICIPAL ... 69

4.4.1 Cronologia do Termo de Ajuste de Conduta ... 71

4.5 DESTINO FINAL DOS RESÍDUOS SÓLIDOS DOMICILIARES ... 72

4.6 ASSOCIAÇÕES DE RECICLADORES DE IJUÍ ... 73

4.6.1 Associação de Catadores de Material Reciclável de Ijuí (ACATA) ... 73

4.6.2 Associação de Recicladores da Linha 6 (ARL6) ... 78

4.7 VALORES GASTOS COM A GESTÃO DOS RESÍDUOS SÓLIDOS EM IJUÍ - 2016 ... 81

5 CONCLUSÃO ... 85

REFERÊNCIAS ... 87

ANEXOS. ... 90

a. Mapa de Coleta de Resíduos Recicláveis Zona Urbana ... 91

b. Mapa de Coleta de Resíduos Domiciliares Zona Urbana ... 92

c. Mapa de Coleta de Resíduos Recicláveis Zona Rural ... 93

(16)

1 INTRODUÇÃO

O crescente processo de urbanização e desenvolvimento das cidades, evidencia a neces-sidade de projetos de gestão que promovam a integração da sociedade como um todo e que busquem o desenvolvimento socioeconômico em equilíbrio com o meio ambiente.

O surgimento de novas tecnologias de produção, especialmente na área de alimentos e bens de consumo, dirige o comportamento do indivíduo enquanto consumidor e corrobora para o crescimento da geração de resíduos sólidos. Esses, tem se tornado um desafio crescente no que diz respeito ao seu gerenciamento, sobretudo, na destinação final ambientalmente ade-quada.

No entanto, o país passa por um momento de discussão, buscando dar uma atenção es-pecial às questões ambientais, amparando, inclusive legalmente, as esferas do poder público no que tange ao sistema de gestão de resíduos. Ainda que o cenário seja por vezes desafiador, diversos instrumentos têm sido colocados à disposição dos municípios, inclusive com possibi-lidades de amparos financeiros aos que buscarem a adequação legal de seus planos de gestão.

Mediante o objetivo deste trabalho, que é apresentar parte do diagnóstico de resíduos sólidos do município de Ijuí para formulação de seu Plano de Gestão Integrada (PMGIRS), será abordado um breve referencial teórico na área e apresentação do diagnóstico consolidado, bem como será feita uma breve análise do caráter participativo do processo.

Naturalmente que, no referencial teórico, serão abordadas as definições e classificações dos resíduos sólidos, a legislação atual vigente e os conceitos nela inclusos, bem como as prá-ticas de disposição finais mais utilizadas.

A apresentação dos dados da cidade de Ijuí, que é objeto do diagnóstico de resíduos sólidos, consiste em uma breve exposição do panorama municipal de resíduos sólidos, no que tange as características relevantes e práticas exercidas atualmente.

Portanto, a partir dessas abordagens, será realizada uma análise de caráter investigativo, definida como exploratória, com o objetivo de avaliar a metodologia utilizada para empregar o caráter participativo do processo de diagnóstico e culminar na criação de um Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos adequado à realidade de Ijuí. Serão avaliadas a sua influência na possibilidade de êxito e a adequação ao cenário municipal, pois torna seu conteúdo

(17)

mais explícito e aprimora a capacidade de desenvolvimento de percepções e compreensões so-bre o assunto.

(18)

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Com o objetivo de promover a correta compilação e posterior organização de dados referentes aos resíduos sólidos no município de Ijuí, segue abaixo um breve referencial teórico, o qual contempla conceitos, classificações bem como a legislação, relacionados ao assunto. 2.1 PANORAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo Pichat (1998, p. 11-13), a palavra resíduo teria surgido no século XIV, sendo derivada do latim residuu que significa “a diminuição do valor de uma matéria, de um objecto, até que se tornam inutilizáveis num dado lugar e num dado tempo”. Nesse sentido, vale ressaltar a relatividade do valor e de utilização de um resíduo sólido, sendo esse passível de processos de valorização, conferindo-lhe valor econômico.

A geração de resíduos está intrinsecamente ligada ao desenvolvimento da civilização, sendo que, de acordo com Santaella et al. (2014, p. 13), “acredita-se que os primeiros acúmulos de materiais residuais originados de atividades humanas surgiram quando o Homem deixou de ser nômade e passou a se fixar em determinados locais”. Ainda, segundo os autores, o cresci-mento na geração de resíduos acompanha o avanço do desenvolvicresci-mento tecnológico, industrial e econômico da sociedade de consumo atual.

A capacidade de consumo dita a quantidade de resíduos a ser produzida e, torna-se cada vez mais rápida a necessidade de descarte do que é produzido. Estando, esse processo, direta-mente ligado à qualidade de vida, seja nos meios rural ou urbano, se torna indispensável que a administração pública proponha soluções adequadas para um desenvolvimento humano e que respeite não só a sociedade, mas também o meio ambiente. (STRAUCH et al., 2008, p. 5-8).

A gestão inadequada dos resíduos sólidos acarreta grandes perdas: econômica, social e ambiental. Conforme Santaella et al. (2014, p. 14), perde-se economicamente na inutilização de materiais passíveis de reciclagem e, possivelmente, como matérias primas alternativas; na área social ao deixar de desenvolver atividade econômica de interesse humano, podendo for-malizar um trabalho marginalizado até então e, ambientalmente, ao agravar o risco de contami-nação do solo, ar e água e proliferação de vetores transmissores de doenças.

Segundo a ABRELPE - Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resí-duos Especiais, a geração de total de resíResí-duos sólidos urbanos (RSU) em 2016, foi de quase 78,3 milhões de toneladas em todo o país. Embora este montante represente uma queda em

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relação ao ano anterior e o índice de cobertura contemple 91% do país, a disposição final dos RSU piorou, passando de 58,7% para 58,4% sendo enviados para aterros sanitários. Enquanto isso, mais de 29,7 milhões de toneladas de resíduos foram destinados de forma inadequada, em lixões e aterros. (ABRELPE, 2016 p. 14).

Embora todos os regulamentos, leis e procedimentos para tratamento sejam definidos pelas esferas federal, estadual e municipal, a maior responsabilidade pelo correto sistema de coleta, transporte e destinação final dos resíduos sólidos é do município e esse, deve ter um local que seja ambientalmente seguro. (DIAS et al., 1999, p. 232-233).

A discussão acerca da gestão dos resíduos sólidos urbanos encontra-se em um ambiente de aprofundamento de reflexões teóricas, que ocorrem a partir do marco regulatório do setor, definido pela Lei Federal nº 11.445 (BRASIL, 2007), que estabelece as diretrizes nacionais para o saneamento básico (Lei Nacional de Saneamento Básico – LNSB), e pela Lei Federal nº 12.305, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS) (BRASIL, 2010).

O gerenciamento de resíduos sólidos engloba vários aspectos quanto à origem, geração, armazenamento, coleta, tratamento e disposição final. A geração excessiva de resíduos, resul-tado do acelerado crescimento populacional, vêm gerando um problema quanto à coleta e dis-ponibilidade de locais para a correta disposição final desses. A gestão dos resíduos sólidos recebeu uma orientação a partir da criação de legislações como a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), em 2010, que estabeleceu distinções entre resíduo e rejeito, e a Lei Federal 12.305/2010, que determinou uma responsabilidade compartilhada entre fabricantes, comerci-antes, consumidores e responsáveis pelo manejo de resíduos sólidos, de forma a promover a qualidade de ambiental e segurança à saúde humana. (RODRIGUEZ; SOBRINHO, 2013, p. 21).

No âmbito municipal, para serem beneficiados por incentivos financeiros da União, destinados a empreendimentos e serviços relacionados à limpeza urbana e ao manejo de resí-duos sólidos, os municípios devem elaborar os Planos de Gestão Integrada de Resíresí-duos Sólidos (PGIRS). (SANTAELLA, 2014, p. 98).

(20)

2.2 RESÍDUOS SÓLIDOS: DEFINIÇÃO E CLASSIFICAÇÃO

No Brasil, os resíduos sólidos são definidos pela Norma Brasileira (NBR) nº 10.004, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004, p.1), da seguinte forma: “[...] resí-duos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem industrial, domés-tica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição”.

Com a constante transformação da sociedade, o conceito de resíduo sólido vem variando ao longo do tempo. O avanço da tecnologia aliado ao apelo da sustentabilidade, que preza pela utilização de matérias primas recicladas, somados à preocupação com a correta destinação do que realmente é inservível, evidenciam a relatividade do conceito de “lixo”. (SANTAELLA, 2014, p.21).

Desta forma, a Lei nº 12.305 (Capítulo II, art. 3º) que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), publicada no Diário Oficial da União (DOU) em 03 de agosto de 2010, é bastante abrangente, definindo rejeitos como resíduos sólidos que, após esgotadas “to-das as possibilidades de tratamento e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e eco-nomicamente viáveis, não apresentem outra possibilidade que não a disposição final ambien-talmente adequada” (BRASIL, 2010, s/p) e resíduos sólidos como:

[...] substância, objeto ou bem descartado resultante de atividades humanas em socie-dade, a cuja destinação final se procede, se propõe proceder ou se está obrigado a proceder, nos estados sólido ou semissólido, bem como gases contidos em recipientes e líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou em corpos d’água, ou exijam para isso soluções técnica ou economica-mente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível. (BRASIL, 2010, s/p).

Ainda, essa mesma Lei 12.305/2010, descreve minuciosamente, no Título III, a classi-ficação dos resíduos sólidos:

Art. 13. Para os efeitos desta Lei, os resíduos sólidos têm a seguinte classificação: I - Quanto à origem:

a) resíduos domiciliares: os originários de atividades domésticas em residências urba-nas;

b) resíduos de limpeza urbana: os originários da varrição, limpeza de logradouros e vias públicas e outros serviços de limpeza urbana;

c) resíduos sólidos urbanos: os englobados nas alíneas “a” e “b”;

d) resíduos de estabelecimentos comerciais e prestadores de serviços: os gerados nes-sas atividades, excetuados os referidos nas alíneas “b”, “e”, “g”, “h” e “j”;

e) resíduos dos serviços públicos de saneamento básico: os gerados nessas atividades, excetuados os referidos na alínea “c”;

f) resíduos industriais: os gerados nos processos produtivos e instalações industriais; g) resíduos de serviços de saúde: os gerados nos serviços de saúde, conforme definido em regulamento ou em normas estabelecidas pelos órgãos do Sistema Nacional do Meio Ambiente (SISNAMA) e do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS);

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h) resíduos da construção civil: os gerados nas construções, reformas, reparos e de-molições de obras de construção civil, incluídos os resultantes da preparação e esca-vação de terrenos para obras civis;

i) resíduos agrossilvopastoris: os gerados nas atividades agropecuárias e silviculturais, incluídos os relacionados a insumos utilizados nessas atividades;

j) resíduos de serviços de transportes: os originários de portos, aeroportos, terminais alfandegários, rodoviários e ferroviários e passagens de fronteira;

k) resíduos de mineração: os gerados na atividade de pesquisa, extração ou benefici-amento de minérios;

II - quanto à periculosidade:

a) resíduos perigosos: aqueles que, em razão de suas características de inflamabili-dade, corrosiviinflamabili-dade, reativiinflamabili-dade, toxiciinflamabili-dade, patogeniciinflamabili-dade, carcinogeniciinflamabili-dade, tera-togenicidade e mutagenicidade, apresentam significativo risco à saúde pública ou à qualidade ambiental, de acordo com lei, regulamento ou norma técnica;

b) resíduos não perigosos: aqueles não enquadrados na alínea “a”.

Parágrafo único. Respeitado o disposto no art. 20, os resíduos referidos na alínea “d” do inciso I do caput, se caracterizados como não perigosos, podem, em razão de sua natureza, composição ou volume, ser equiparados aos resíduos domiciliares pelo po-der público municipal. (BRASIL, 2010, s/p).

A NBR 10.004 da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT, 2004, p. 3-5), também classifica os resíduos sólidos, quanto à periculosidade:

 Classe I – perigosos: são aqueles que apresentam periculosidade ou alguma ca-racterística como “inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade e/ou patogenicidade”;

 Classe II – não perigosos: que se subdividem em:

 Subclasse IIA – não inertes: podem ter propriedades como “biodegrada-bilidade, combustibilidade ou solubilidade em água”.

 Subclasse IIB – inertes: resíduos que, quando amostrados, segundo a NBR 10.007 (amostragem de resíduos sólidos) e ensaiados, segundo a NBR 10.006 (procedimento para obtenção de extrato solubilizado de re-síduos sólidos), “não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade de água, excetu-ando-se aspecto, cor, turbidez, dureza e sabor”. São exemplos os tijolos, vidros e alguns tipos de borrachas e plásticos, não facilmente decompos-tos.

2.3 RESÍDUOS SÓLIDOS: DISPOSIÇÃO FINAL

A Lei 12.305 (BRASIL, 2010, s/p), que institui a PNRS, estabelece um conjunto de diretrizes, instrumentos e ações, visando “a eliminação e recuperação de lixões, associadas à inclusão social e à emancipação econômica de catadores de materiais reutilizáveis e reciclá-veis”. No que diz respeito à disposição final de resíduos, um dos objetivos é a “não geração,

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redução, reutilização, reciclagem e tratamento dos resíduos sólidos, bem como disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos”.

Ainda, segundo a Lei supracitada, a disposição final ambientalmente adequada é defi-nida como a distribuição de forma ordenada dos rejeitos em aterros, evitando riscos ou danos à saúde, promovendo a segurança pública e ambiental, através da observância de normas opera-cionais específicas.

Segundo Machado (2013), as formas mais comuns de destinação e disposição finais dos resíduos sólidos são: lixões a céu aberto, aterro controlado e aterro sanitário, sendo esse último o único permitido por lei no Brasil. Essa destinação final é direcionada apenas para resíduos sólidos efetivamente não mais passíveis de nenhuma forma de tratamento para reutilização ou reciclagem.

2.3.1 Lixão

Segundo Santaella et al. (2014, p. 25), os lixões são caracterizados pela simples descarga de resíduos sólidos, sem qualquer medida de proteção, acompanhamento ou tratamento dos resíduos, ou mesmo da área para disposição. Geralmente esses locais apresentam a presença de insetos, animais roedores, aves e todo o tipo de vetores, ocasionando a disseminação de doen-ças, especialmente aos seres humanos que se ocupam desses locais em busca de matérias pas-síveis de venda, consequentemente, ocasionando a geração de renda.

2.3.2 Aterro Controlado

Diante da grande quantidade de resíduos sólidos gerada, os aterros controlados surgiram como rápida solução para a disposição final. O problema é que essa técnica se torna inadequada por não apresentar qualquer impermeabilização prévia do local de disposição dos resíduos, pos-sibilitando que o chorume contamine o solo e o lençol freático. Ainda, esse método consiste apenas no confinamento dos resíduos, aplicando-se uma cobertura de material inerte (solo) após a conclusão de cada jornada de trabalho, não havendo a coleta e controle da emissão de gases. Essa é, portanto, uma forma de disposição de resíduos melhor que o lixão, porém considerada inadequada no Brasil. (MACHADO, 2013).

2.3.3 Aterro Sanitário

Esse, baseado em critérios técnicos e normas operacionais, é o método mais adequado ambientalmente para confinamento de resíduos sólidos sem que ajam grandes impactos ao meio

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ambiente. Nessa técnica, o solo é previamente impermeabilizado e o chorume gerado é condu-zido a estação de tratamento de efluentes. De igual maneira, os gases producondu-zidos são coletados e queimados ou utilizados no próprio aterro, como combustíveis. O confinamento dos resíduos é controlado de forma a não gerar odores ou atrair vetores ao local, sendo efetuada uma camada de 20cm de solo, após a compactação dos resíduos. (SANTAELLA et al., 2014 p. 26-28).

2.4 LEGISLAÇÃO PARA RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo consta na Constituição de 1988, art. 225 (s/p):

[...] todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso co-mum do povo e essencial à qualidade de vida sadia, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defende-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Dessa forma, é um direito e, ao mesmo tempo, um dever da sociedade como um todo, preservar e defender o meio ambiente, de forma a promover e capacitar a vida humana com qualidade e dignidade. Santaella et al. (2014, p. 18-19) corrobora com tal ideia, pois, segundo o autor, o acesso de todos os cidadãos ao conhecimento da legislação referente ao meio ambi-ente e sua preservação torna mais efetiva a gestão participativa, especialmambi-ente na elaboração e cumprimento das metas e ações.

Em 2 de agosto de 2010, a Lei nº 12.305 foi aprovada e instituiu a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). Estabelecendo um marco, definindo instrumentos de planejamento para estruturação do setor público no gerenciamento de resíduos sólidos, bem como as respon-sabilidades do poder público, geradores e demais envolvidos, na busca pelo desenvolvimento sustentável e responsável. (BRASIL, 2010).

Essa Lei determina a elaboração do Plano Nacional de Resíduos Sólidos, instrumento da PNRS, contendo ações e metas de redução, reutilização e reciclagem, de forma a otimizar o envio apenas de rejeitos e resíduos para disposição e/ou destinação finais corretas. Da mesma forma, a PNRS determina a elaboração de Plano Estadual de Resíduos Sólidos, de forma a viabilizar e incentivar a regionalização da gestão dos resíduos sólidos. Os planos, conforme previsto na Lei Federal 12.305, tem vigência por prazo, com horizonte de atuação de 20 (vinte) anos e revisões a cada 4 (quatro) anos. Explicitam propostas para diversos setores da economia, de forma a promover a preservação ambiental e desenvolvimento econômico sustentável. (BRASIL, 2010).

Finalmente, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), exige também que os mu-nicípios apresentem os Planos de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PGIRS), promovendo

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a possibilidade de firmar convênios financeiros com a União, por meio dos programas voltados para a implementação da política. Para municípios de pequeno porte, com menos de 20.000 habitantes, a PNRS permite que o PGIRS tenha conteúdo simplificado. Tal condição não se aplica a municípios de interesse turístico, atividade de impacto ambiental significativo ou que abranjam unidades de Conservação. (BRASIL, MMA, 2012).

2.5 PLANO MUNICIPAL DE GESTÃO INTEGRADA DE RESÍDUOS SÓLIDOS NOS MU-NICÍPIOS

O Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) é um instru-mento baseado em critérios ambientais e econômicos, que orienta a administração municipal no gerenciamento dos resíduos sólidos gerados na cidade. Segundo Santaella et al. (2014, p. 98), o PMGIRS deve conter: diagnóstico da situação dos resíduos sólidos gerados no território, identificação de áreas favoráveis para disposição final ambientalmente adequada dos rejeitos, identificação da possibilidade de implantação de soluções consorciadas com outros municípios, procedimentos operacionais a serem adotados, definição de responsabilidades de operacionali-zação, programas, ações e metas para capacitação técnica, educação ambiental, redução, reuti-lização, coleta seletiva e reciclagem, cálculo de custos, meios de controle e fiscareuti-lização, iden-tificação de passivos ambientais e periodicidade da revisão.

Deverão ser respeitadas as peculiaridades de cada município, definindo o formato do plano municipal, levando em conta o conteúdo mínimo estipulado. Os aspectos econômicos e o perfil socioambiental do município ajudam a compreender os tipos de resíduos sólidos gera-dos, o tratamento adequado e as formas de destinação possíveis de serem implantadas. (BRA-SIL – MMA, 2012, p. 29).

Dessa forma, o conceito de PMGIRS difere bastante da abordagem convencional da gestão de resíduos, por buscar a participação dos interessados, fazendo a investigação conjunta das práticas regionais e incluindo as interações com outros sistemas, promovendo, assim, uma integração de diferentes escalas (cidade, bairro, unidade residencial). O PMGIRS comtempla, além da questão técnica da gestão de resíduos, o fator político e social do município. (ABRE-LPE, 2013. p. 23).

2.6 DIAGNÓSTICO DE RESÍDUOS SÓLIDOS

Segundo Machado (2014), o diagnóstico de resíduos sólidos é parte fundamental no processo de elaboração dos PGIRS, pois é através dos dados apresentados nele que a gestão

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pública pode dimensionar e quantificar os investimentos financeiros, bem como definir a téc-nica do sistema de coleta, transporte, transbordo e destinação final mais adequada à sua reali-dade. São indissociáveis no processo de elaboração dos PMGIRS o conhecimento técnico e a participação social. A coletividade, alvo do plano, poderá validar e, até mesmo, auxiliar na construção de ações e metas, evidenciando o caráter compartilhado da responsabilidade sobre os resíduos sólidos.

Ainda, segundo o autor acima citado, o diagnóstico deve ser estruturado com informa-ções sobre o perfil do município, características físicas, sociais e econômicas. Pode contar com o suporte de informações coletadas pelos Comitês de Bacia Hidrográfica, bem como utilização de dados sistematizados pelas iniciativas federais como o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS). Podendo conter dados quantitativos e qualitativos dos resíduos, o sistema de gestão existente, e também o panorama financeiro do sistema municipal de gestão de resíduos municipal.

2.7 IJUÍ: PANORAMA DE RESÍDUOS SÓLIDOS

2.7.1 Caracterização do Município

O município de Ijuí se localiza na região noroeste do estado do Rio Grande do Sul (RS), e tem como limite ao Norte, os municípios de Chiapeta e Nova Ramada; ao Sul, os municípios de Augusto Pestana, Boa Vista do Cadeado; ao Leste, o município de Bozano e Ajuricaba; e a Oeste, as cidades de Catuípe e Coronel Barros. Está localizado a 320 quilômetros de Porto Alegre, capital do RS, em linha reta. É integrante do Conselho Regional de Desenvolvimento (COREDE), Noroeste Colonial e da Associação dos Municípios do Planalto Médio (AMU-PLAM), conforme Figura 01. (UFRGS, 2011, p.15).

(26)

Figura 1 - Mapa de Localização de Ijuí no RS e no COREDE Noroeste Colonial

Fonte: COREDE (2017)

Segundo os dados do Censo de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e estatística (IBGE), a população do município de Ijuí em 2010 era de 78.915 habitantes, apre-sentando um crescimento populacional de apenas 5,0% na última década, percentual muito abaixo dos 12,3% atingidos pela população brasileira no mesmo período. Esse aumento quali-fica o Rio Grande do Sul (RS) como estado brasileiro com menor crescimento populacional na primeira década, a partir do ano 2000. (IBGE, 2010).

2.7.2 Resíduos Sólidos

A gestão dos resíduos sólidos é efetuada pelo Departamento Municipal de Águas e Sa-neamento de Ijuí (DEMASI), sendo esse órgão o responsável pela fiscalização dos serviços de coleta no município, tendo a responsabilidade, também, de representar os cidadãos em suas reclamações e sugestões junto à empresa responsável pelos serviços. (MUNICÍPIO DE IJUÍ, s/a).

Os resíduos sólidos das zonas rural e urbana são separados constituindo uma fração de Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) e Resíduos Sólidos Recicláveis (RSR). Os RSR são en-caminhados para duas associações de catadores do município: Associação de Catadores de

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Ma-teriais Recicláveis de Ijuí (ACATA) e Associação de Recicladores da Linha 6 (ARL6) (MUNI-CÍPIO DE IJUÍ, s/a). Em virtude de o município não possuir alternativa de disposição final adequada para os RSD, esses são enviados ao aterro sanitário de Giruá.

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3 METODOLOGIA DO PMGIRS

O município de Ijuí firmou em 2016, mediante licitação, um contrato com a FAURGS, com o objetivo de capacitar e assessorar o grupo gestor municipal na revisão do Plano Munici-pal de Saneamento Básico (PLAMSAB), elaborado em 2011, dando ênfase à gestão integrada de resíduos sólidos. Atualmente, o contrato encontra-se aditado, com prazo de término previsto para o dia 17 de agosto de 2018.

Com intuito de atender a demanda na área de resíduos sólidos, prevista no contrato, foi iniciado o processo de elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS). O objetivo inicial foi a reunião de informações relevantes para a construção de um diagnóstico de resíduos sólidos, com o intuito de formar uma base sólida para a construção do posterior prognóstico. O diagnóstico de resíduos sólidos do município de Ijuí é, portanto, o objetivo do trabalho.

Para tanto, foi formada uma equipe multidisciplinar com alunos de diferentes áreas: um mestrando em recursos hídricos e saneamento ambiental, um geógrafo e analista ambiental e, ainda, uma graduanda em engenharia civil, todos sob a coordenação do Profº Dr. Dieter Wartchow.

3.1 METODOLOGIA DO DIAGNÓSTICO DO PMGIRS

O PMGIRS busca a participação de todos os interessados, sejam eles gestores, população ou colaboradores dos diversos processos pelos quais os resíduos sólidos são sujeitos. Dessa forma, a busca de informações para o diagnóstico não pode se limitar apenas às questões técnicas, mas também necessita buscar referências políticas e sociais, atribuindo ao trabalho um caráter participativo.

3.1.1 Dados técnicos

O relatório de Diagnóstico do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos busca dados oficiais disponibilizados pelo SNIS, IBGE, FEE, MMA, MC e Município de Ijuí – Poder Executivo (DEMASI e SMMA).

(29)

SNIS

O Sistema Nacional de Informações sobre o Saneamento (SNIS) é o maior banco de dados com informações qualitativas e quantitativas sobre saneamento no país. Os órgãos encar-regados da gestão dos serviços de saneamento, sejam públicos ou privados, são os responsáveis por disponibilizar as informações anualmente, as quais ficam passíveis de consulta diretamente no site www.snis.gov.br. Foram observados indicadores de qualidade dos serviços de sanea-mento, bem como a evolução dos mesmos.

IBGE

O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística provê informações estatísticas da soci-edade e órgãos públicos em âmbitos federal, estadual e municipal. Os dados sobre disposição final dos resíduos sólidos no panorama nacional, histórico de crescimento populacional bem como estimativa desse crescimento para o município de Ijuí, foram coletados junto ao IBGE.

FEE

Ao disponibilizar dados socioeconômicos oriundos de pesquisas dos municípios gaú-chos, a Fundação de Economia e Estatística forneceu informações essenciais ao relatório de diagnóstico, inclusive com dados subdivididos por COREDEs (Conselhos Regionais de Desen-volvimento.

MMA

O Ministério do Meio Ambiente formula e implementa as políticas públicas nacionais. A partir das informações disponíveis diretamente no site www.mma.gov.br, foram respondidas perguntas referentes à elaboração dos Planos Municipais de Gestão Integrada de Resíduos Só-lidos (PMGIRS), bem como coletados percentuais de disposição final de resíduos sóSó-lidos no Brasil.

MC

O Ministério das Cidades tem como um de seus objetivos promover o saneamento como transformador de condições sociais. Uma das formas de acesso a investimentos públicos em saneamento é a inscrição de projetos no programa “Avançar Cidades Saneamento”, do Governo Federal. São analisadas as cartas-consulta para que os municípios e concessionárias públicas tenham acesso a financiamentos com condições benéficas e prazos estendidos para pagamento.

(30)

Prefeitura Municipal de Ijuí

São órgãos municipais responsáveis por gerir o saneamento ambiental a Secretaria Mu-nicipal do Meio Ambiente (SMMA) e o Departamento MuMu-nicipal de Águas e Saneamento de Ijuí (DEMASI). No âmbito dos resíduos sólidos o DEMASI é responsável pela administração dos serviços de coleta de RSD e RSR, enquanto que a SMMA é responsável por administrar os serviços de transporte, transbordo e destinação final dos mesmos e, ainda, administrar os Eco-pontos de vidros, pilhas, pneus e demais resíduos, bem como auxiliar as associações e promover ações de educação ambiental.

3.1.2 Processo Participativo

A fim de atribuir um caráter evidentemente participativo ao processo de construção do PMGIRS de Ijuí e construir o conceito de responsabilidade compartilhada, foram desenvolvidas diversas reuniões previamente organizadas, buscando apresentar a proposta e, em contrapartida, ouvir os mais variados grupos e entidades representativos, organizados social, política e economicamente no município.

Promoveu-se uma série de reuniões setoriais junto à comunidade, tanto no meio rural quanto no meio urbano, onde as localidades e bairros foram reunidos por proximidade geográ-fica, de forma a agilizar o processo. Posteriormente, foram elencados setores específicos dentro do âmbito do saneamento básico e convidados protagonistas dessas esferas para formularem grupos de trabalho setoriais.

O Comitê de Elaboração do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Ijuí (PMGIRS) e revisão do Plano Municipal de Saneamento Básico (PLAMSAB), criado com representantes de diferentes setores da gestão pública, reuniu-se inicialmente para planejar a forma de participação da comunidade no levantamento de dados, bem como na construção de soluções aplicáveis ao município de Ijuí.

Inicialmente, identificou-se a necessidade de ouvir novamente as comunidades urbana e rural quanto à atual situação do saneamento básico, semelhantemente ao processo de diag-nóstico efetuado para subsídios na criação do PLAMSAB (2011). Com o intuito de agilizar o processo, desenvolveram-se reuniões setoriais, agrupando bairros por proximidade geográfica. Optou-se por realizar as reuniões no turno da noite, a partir das 19 (dezenove) horas, a fim de propiciar uma maior participação do público interessado. Segue cronograma de reuniões e seus respectivos locais, conforme figura 2:

(31)

Figura 2 - Flyer de divulgação das reuniões setoriais

Fonte: Município de Ijuí (2017)

A divulgação das reuniões desenvolveu-se através da distribuição dos flyers em locais públicos, através de meios de comunicação como rádio, jornal e redes sociais, contando com o apoio das escolas municipais, estaduais e das lideranças dos bairros e comunidades do meio rural.

A metodologia de realização das reuniões foi de caráter informal e participativo, sendo presidida por integrantes dos DEMASI, bem como demais servidores engajados no processo de revisão do PLAMSAB e elaboração do PMGIRS. Uma breve exposição do atual cenário do Saneamento Básico no município dava início à reunião (Figura 3), seguida do preenchimento de formulário pelos participantes, o qual contempla os quatro eixos do saneamento básico e, ainda, a gestão dos mesmos no município.

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Figura 3 - Abertura reuniões setoriais

Fonte: DEMASI (2017)

Posteriormente, reunidos em pequenos grupos, de acordo com o número de presentes, os munícipes deveriam elencar aspectos positivos, negativos e sugestões para possíveis solu-ções das problemáticas, analisando o seu bairro de residência. Finalizando, os resultados eram apresentados ao grande grupo para discussão final (Figura 4).

Figura 4 - Análise dos resultados

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Reuniões Territoriais – Meio Rural

Segundo o censo de 2010 do IBGE, a população de Ijuí era de 78.915 habitantes. Desses, cerca de 9% no meio rural. A população estimada em 2017 seria de 83.330 habitantes, mantendo a mesma proporção para cálculo de habitantes do meio rural, a população do meio rural atual-mente seria de 7.770 pessoas.

No Gráfico 1 abaixo exposto, pode-se observar o número de participantes em cada reu-nião, por localidade, bem como o número de respondentes que forneceram seus dados de forma anônima, através do preenchimento dos formulários desenvolvidos para investigação e levan-tamento de dados.

Gráfico 1- Participantes e respondentes por Localidade

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)1

1 Elaborado por Wartchow, D.; Almeida, I. R.; Cotrim, L. S.; e Krause, G. A. P. O diagnóstico faz parte do Plano

Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos (PMGIRS) de Ijuí, efetuado pelo Instituto de Pesquisas Hi-dráulicas (IPH) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e com previsão de publicação em julho de 2018. 18 25 26 12 20 11 21 18 7 10 0 5 10 15 20 25 30 Alto da União

Santana Mauá Itaí Barreiro

Participantes Respondentes

N

º

NÚMERO DE PARTICIPANTES E RESPONDENTES POR LOCALIDADE Zona Rural

(34)

As reuniões territoriais no meio rural desenvolveram-se no período de 10 a 14 de julho de 2017, no período da noite, em locais estratégicos, reunindo geograficamente comunidades próximas, conforme Figura 5.

Figura 5 – Localidades de realização das reuniões no meio rural

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)

Considerando o número de participantes, de respondentes gerais no meio rural e ainda, a projeção da população atualmente, os participantes representam cerca de 1,31% da população, enquanto que a amostra coletada representa 0,87% da população rural.

Dentro do questionário aplicado no meio rural, levando em conta a investigação do eixo do saneamento básico que contempla o manejo e disposição de resíduos sólidos, os resultados obtidos observam-se na Figura 6:

Localidades Local Participantes Respondentes 1

Alto da União, Parador, Faixa Velha, Rincão dos Becker, Rincão dos

Goi, Rincão dos Fabrim, Arroio das Antas Alto da União 18 11

2 Chorão, Santana, Floresta, Esquina Irgang, Fonte Ijuí Santana 25 21

3 Mauá, Capão Bonito Mauá 26 18

4 Itaí, Santo Antônio Itaí 12 7

5 Barreiro, Esquina Dutra, esquina Heidmann Barreiro 20 10

TOTAL 101 67

(35)

Figura 6 - Resíduos Sólidos no meio rural

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)

No que diz respeito à separação de resíduos para coleta seletiva, 55% dos respondentes afirmou efetuar a prática todos os dias, enquanto que 15% responderam que não, sendo que apenas 1% declarou não saber como separar adequadamente os seus resíduos.

Acerca da coleta seletiva, 72% é favorável à ampliação e melhoria do serviço, enquanto que 18% mostra-se contente com o atual desempenho, afirmando que a mesma deve ser mantida como está. Quando se questionou quanto a conteinerização (sistema coletivo de armazenamento

a) Na sua residência é realizada separação dos resíduos para coleta seletiva (lixo seco e orgânico)?

Sim, todos os dias 37 55%

Sim, eventualmente 12 18%

Não 10 15%

Não sei separar o lixo 1 1%

Não respondeu 7 10%

b) O que você acha da coleta seletiva?

Não deveria existir 2 3%

Deve ser mantida como está 12 18%

Deve ser ampliada e melhorada 48 72%

Não respondeu 5 7%

Melhora a coleta 12 18%

Não faz diferença 0 0%

Inviável para o município 1 1%

Não respondeu 54 81%

d) Quanto a compostagem dos resíduos orgânicos (seleção dos resíduos orgânicos para transformar em adubo através da decomposição):

Pratico em minha residência 50 75%

Não faço e não tenho interesse 6 9%

Não faço mas tenho interesse 3 4%

Tenho interesse mas não sei fazer 0 0%

Não respondeu 8 12%

e) Na sua rua há acúmulo de lixo despejado irregularmente?

Sempre 2 3%

Frequentemente 11 16%

Raramente 16 24%

Não 32 48%

Não respondeu 6 9%

c) O que você acha da coleta seletiva com contêiner (sistema coletivo de armazenamento de lixo)?

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de lixo), grande maioria da população rural (81%) absteve-se de responder e apenas 18% ad-mitiram que melhora a coleta.

É de 75% o percentual de respondentes que afirmam praticar em suas residências a com-postagem, onde desenvolve-se a seleção de resíduos orgânicos para transformação em adubo através da decomposição. Ainda, 48% respondeu não haver acúmulo de lixo despejado irregu-larmente na rua em que reside, 24% afirmou que raramente acontece e 16% afirma que a situ-ação é frequentemente assistida.

Observa-se que a população rural não faz uso da coleta de rejeitos para descarte de re-síduos orgânicos, ficando essa em sua grande maioria na propriedade particular. Dessa forma deveria haver uma maior intensificação no tocante à divulgação da agenda de coleta dos RSD e RSR bem como de projetos de educação ambiental, buscando potencializar a separação e reduzir a prática de incineração de resíduos que poderiam ser reciclados. E ainda, aumentar os pontos de coleta dos resíduos diminuindo os pontos de depósito clandestinos.

Existe grande preocupação com o descarte adequado de embalagens de agrotóxicos, que possuem alto potencial poluidor. A coleta dos mesmos é feita anualmente e espera-se que que possa ser efetuada mais frequentemente. Também se observa a necessidade de disposição de um local para armazenamento adequado de resíduos de saúde animal, bem como de medica-mentos para posterior descarte adequado; de organizar coleta periódica de lixo tecnológico nes-sas comunidades com ampla divulgação; e de orientar a população sobre a disposição adequada de animais mortos no meio rural.

Reuniões Territoriais – Meio Urbano

Segundo o censo de 2010 do IBGE, a população de Ijuí era de 78.915 habitantes. Se-gundo informações disponíveis no DATASUS, a população abastecida pelo SAA atualmente compreende 75.610 pessoas, cerca de 91% da população do município.

Organizadas por proximidade geográfica, da mesma forma que no meio rural, aconte-ceram as reuniões territoriais nos bairros de Ijuí. Foram 12 datas, compreendendo o período de 17 de julho a 07 de agosto de 2017, para a realização de todos os encontros. Segue abaixo a Figura 7, informando os bairros reunidos e os locais em que ocorreram os encontros:

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Figura 7 - Localidades de realização das reuniões no meio Urbano

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)

Levando em conta a população urbana aproximada de 75.610 habitantes e o número de participantes respondentes ao questionário a ser analisado, a amostra abrange apenas 0,12% da população urbana.

Gráfico 2 - Participantes e respondentes por Localidade

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)

Bairros Local Participantes Respondentes

1 Lambari, Novo Leste, Modelo, Parque Modelo 12 5

2 São José, Storch, Glória Glória 8 3

3 Progresso, Mundstock, Burtet, São Paulo, Hammastron Progresso 12 8

4 Colonial, Tancredo Neves, 15 de Novembro Tancredo 11 8

5 Lulu Ilgenfritz, Thomé de Souza, Pindorama, Distrito Industrial Thomé 34 24

6 Osvaldo Aranha, Tiaraju, Penha Osv. Aranha 10 4

7 Sol Nascente, Chácaras, Jardim Jardim 14 6

8 Morada do Sol, Universitário, São Geraldo Mor. Sol 13 6

9 Getúlio Vargas, Industrial Get. Vargas 13 5

10 Boa Vista,Luis Fogliato, Alvorada * Alvorada * *

11 Herval, Ferroviário, Elizabeth Herval 27 19

12 Centro * Centro * *

TOTAL 154 88

* Não houve quorum para reunião

ZONA URBANA 12 8 12 11 34 10 14 13 13 0 27 0 5 3 8 8 24 4 6 6 5 0 19 0 0 5 10 15 20 25 30 35 40 Participantes Respondentes N º

NÚMERO DE PARTICIPANTES E RESPONDENTES POR LOCALIDADE Zona Urbana

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No Gráfico 4 acima, pode-se visualizar o número de participantes, de respondentes e cada local de realização. Nota-se que em dois locais, Alvorada e Centro, não houve quórum para a realização das reuniões.

Assim como no meio rural, os resíduos sólidos domiciliares (RSD) e recicláveis (RSR) possuem turnos e dias da semana pré-estabelecidos para a coleta no meio urbano, atendendo em guarnições formadas por 1 motorista e 3 coletores, divididos de acordo com setores da ci-dade.

Submetidos ao mesmo questionário aplicado no meio rural, os resultados obtidos nas reuniões no meio urbano para o manejo e disposição de resíduos sólidos, (Figura 8):

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Figura 8 - Limpeza Urbana e Manejo de Resíduos Sólidos no meio urbano

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)

No que diz respeito à separação de resíduos para coleta seletiva, 77% dos respondentes afirmou efetuar a prática todos os dias, 14% declarou efetuar eventualmente, enquanto que ape-nas 4% respondeu de forma negativa em relação à prática da separação.

Acerca da coleta seletiva, 60% são favoráveis à ampliação e melhoria do serviço en-quanto que 35% mostram-se contentes com o atual desempenho, afirmando que a mesma deve ser mantida como está. Quando questionados quanto a conteinerização (sistema coletivo de

Sim, todos os dias 68 77%

Sim, eventualmente 12 14%

Não 4 5%

Não sei separar o lixo 0 0%

Não respondeu 4 5%

b) O que você acha da coleta seletiva?

Não deveria existir 0 0%

Deve ser mantida como está 31 35%

Deve ser ampliada e melhorada 53 60%

Não respondeu 4 5%

Melhora a coleta 45 51%

Não faz diferença 11 13%

Inviável para o município 20 23%

Não respondeu 12 14%

Pratico em minha residência 55 63%

Não faço e não tenho interesse 7 8%

Não faço mas tenho interesse 18 20%

Tenho interesse mas não sei fazer 3 3%

Não respondeu 5 6%

e) Na sua rua há acúmulo de lixo despejado irregularmente?

Sempre 8 9%

Frequentemente 19 22%

Raramente 25 28%

Não 35 40%

Não respondeu 1 1%

d) Quanto a compostagem dos resíduos orgânicos (seleção dos resíduos orgânicos para transformar em adubo através da decomposição):

c) O que você acha da coleta seletiva com contêiner (sistema coletivo de armazenamento de lixo)?

LIMPEZA URBANA E MANEJO RESÍDUOS SÓLIDOS a) Na sua residência é realizada separação dos resíduos para coleta seletiva (lixo seco e orgânico)?

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armazenamento de lixo), 51% admitiram que melhoraria a coleta, 13% acredita que o sistema não faz diferença e 23% acredita que a adoção do sistema é inviável ao município.

É de 63% o percentual de respondentes que afirmam praticar em suas residências a com-postagem, onde desenvolve-se a seleção de resíduos orgânicos para transformação em adubo através da decomposição e 20% da população urbana declarou ter interesse em fazer. 40% res-pondeu não haver acúmulo de lixo despejado irregularmente na rua em que reside, 28% afirmou que raramente acontece, 22% que a situação é frequentemente assistida e, ainda, 9% afirmou sempre haver acúmulo de lixo em sua rua.

A população reconhece a regularidade nas coletas de RSD e RSR, porém lamenta as más práticas quanto ao acondicionamento dos resíduos nas lixeiras. Outro dado lamentável é existência de depósitos clandestinos junto a bosques, arroios e beiras da rodovia.

Há embalagens de resíduos rompidas por catadores em busca de materiais reutilizáveis ou recicláveis passíveis de comercialização. Os coletores não efetuam o recolhimento dos reci-cláveis, caso verifiquem que há irregularidade na separação, mediante inspeção visual.

Foram elencadas como sugestões:

 Aumento da fiscalização do sistema de coleta quanto à postura do coletor e do usuário do serviço;

 Ações contínuas de educação ambiental junto à população, inclusive com visitas às residências;

 Mutirões de coleta de resíduos nas comunidades/bairros;  Incentivo à prática da compostagem;

 Implantação da logística reversa no meio comercial do município;

 Potencializar ações das associações de catadores, regularizando os serviços e pro-movendo a utilização de EPIs;

 Aumentar a divulgação a disposição nos dias corretos (RSR e RSU) e Ecopontos;  Padronização das lixeiras;

 Propor soluções para móveis, eletros e resíduos de podas, que geram grandes vo-lumes;

 Fiscalização após eventos onde há grandes aglomerações de pessoas e, consequen-temente, geração de resíduos.

(41)

4 DIAGNÓSTICO DO PMGIRS DE IJUÍ

Após a organização dos dados levantados na metodologia anteriormente apresentada, criou-se o Diagnóstico do Plano Municipal de Gestão Integrada de Resíduos Sólidos de Ijuí, documento que representa a compilação dos dados que determinarão os objetivos a serem al-cançados pelo PMGIRS (Figura 9). A partir desses objetivos, estipulam-se metas e ações espe-cíficas para cada subdivisão de resíduos, podendo-se orientar para áreas vulneráveis ou em que houveram apenas progressos sensíveis.

Figura 9 – Capa do Diagnóstico do PMGIRS de Ijuí

(42)

O conteúdo do diagnóstico busca apresentar o cenário municipal de Ijuí no tocante à gestão dos seus resíduos sólidos, buscando apresentar conteúdos mínimos exigidos pelo Minis-tério do Meio Ambiente. Os capítulos do Diagnóstico do PMGIRS de Ijuí são:

1. Introdução 2. Arcabouço Legal

3. A gestão de resíduos sólidos - panorama nacional 4. Gestão dos resíduos em Ijuí – RS

5. Geração de resíduos em Ijuí 6. Coleta dos resíduos sólidos em Ijuí 7. Aterro municipal

8. Destino final dos resíduos domiciliares - serviço terceirizado 9. Associações de recicladores de Ijuí – RS

10. Valores gastos com a gestão dos resíduos sólidos em Ijuí – 2016 11. Ações de educação ambiental em Ijuí

12. Identificação dos problemas na gestão dos resíduos sólidos em Ijuí

13. Estudo do aterro regional - Consórcio Multifuncional Intermunicipal de Saúde do Noroeste do RS

14. Conclusão da etapa de Diagnóstico do PMGIRS de Ijuí 15. Referências bibliográficas

16. Anexos

Para fins desta pesquisa, serão apresentados a seguir apenas os capítulos 4 (quatro) a 10 (dez), tendo em vista que os conteúdos dos capítulos iniciais foram descritos anteriormente neste trabalho.

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4.1 GESTÃO DOS RESÍDUOS EM IJUÍ-RS

A Gestão dos Resíduos Sólidos do município de Ijuí é administrada pela Secretaria Mu-nicipal de Meio Ambiente (SMMA) juntamente com o Departamento MuMu-nicipal de Águas e Saneamento de Ijuí (DEMASI), conforme Fluxograma na Figura 10.

Figura 10 - Fluxograma da gestão dos resíduos sólidos em Ijuí – 2017

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)

Uma gestão ideal para os resíduos de Ijuí seguiria as linhas de fluxo conforme a Figura 11 abaixo:

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Figura 11 - Fluxograma da gestão dos resíduos sólidos Ideal para Ijuí

Fonte: IPH/UFRGS (s/d)

Os resíduos sólidos gerados no município são coletados por uma empresa privada, contratada através de licitação. O município oferece à população a coleta de resíduo domiciliar e a coleta seletiva. A empresa contratada, Ansus Serviços Ltda., tem sede em Santa Maria, na rua Orlando Fracão, 118, Sala 102, Medianeira. Essa empresa opera o sistema de coleta e transporte no município de Ijuí com 30 coletores, 10 motoristas, totalizando quarenta pessoas para operar todo o sistema de coleta e transporte de resíduos sólidos urbanos, sem contar administração e diretores.

Fica ao encargo da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA), juntamente com o DEMASI, a fiscalização do serviço prestado, no que diz respeito à execução da coleta, e representação da comunidade no tocante à reclamações e sugestões junto à empresa contratada.

4.1.1 Ecopontos distribuídos pela cidade

Distribuídos em mais de 100 diferentes locais da cidade, estão localizados os Ecopontos que recebem vidros e pilhas, nos quais são feitas coletas regulares ou conforme a necessidade. As coletas são feitas por servidores da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMMA). Os

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Ecopontos se encontram comumente em escolas municipais e estaduais e condomínios residen-ciais. As localizações são disponibilizadas através da página do município de Ijuí.

4.2 GERAÇÃO DE RESÍDUOS EM IJUÍ

Dentre os temas aqui tratados, a geração dos resíduos é um dos mais importantes, haja vista que é o ponto inicial de toda cadeia de gestão dos resíduos. Nessa etapa é onde a população adquire seus produtos no varejo, tais como: alimentos, bens de consumo, vestuário, industriais, de serviços de saúde entre outros.

A partir das escolhas de seus produtos e fornecedores, a sociedade descarta seus resíduos conforme costumes culturais ou por orientações através de educação ambiental, legislações e/ou responsabilidade ambiental. Essa última cada vez mais incentivada nas mídias sociais, sendo que grandes corporações têm orientando sua metodologia organizacional ao desenvolvimento sustentável. Sem dúvidas, a educação ambiental, aliada às Leis rigorosas no tocante à proteção e conservação do meio ambiente, atingem a maior parte da população.

4.2.1 Crescimento populacional de Ijuí e evolução da geração dos resíduos sólidos

De acordo com os resultados do Censo de 2010, realizado pelo IBGE, o estado do RS atingiu uma população de 10,7 milhões de habitantes em 1º de agosto de 2010, apresentando um crescimento populacional de 5,0% na última década, sendo este percentual muito abaixo dos 12,3% atingidos pela população brasileira no mesmo período. Com esse pequeno aumento, o Rio Grande do Sul (RS) é o estado brasileiro com menor crescimento populacional na pri-meira década do novo milênio. Contudo, o Estado permanece sendo o quinto maior do Brasil em população, atrás de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Bahia.

Segundo as PNADs (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) realizadas ao longo da década e através de projeções feitas sobre o Censo de 2010, é possível inferir: o RS manteve-se entre os estados com menor taxa de fecundidade total no período (número médio de filhos por mulher durante seu período reprodutivo), possui uma das pirâmides etárias mais envelhecidas do País (possuindo, assim, menos mulheres em idade fértil) e, historicamente, apresenta um saldo migratório negativo.

O Censo de 2010 apresentou o RS como o estado brasileiro com menor quantidade de habitantes por domicílio, confirmando uma tendência de diminuição desse valor desde o Censo de 1970. Na última década, a média passou de 3,35 para 2,98 habitantes por domicílio. A razão

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de sexos (número de homens por mulher) passou de 0,935 para 0,948, apresentando uma leve diminuição da proporção feminina na população, porém permanece havendo uma maior quantidade de mulheres, como observado na Figura 12. O percentual da população do RS residente em áreas urbanas (grau de urbanização) e passou de 81,6% em 2000 para 85,1% em 2010. Contudo, esse valor deve ser analisado com ressalva, tendo-se em vista que algumas áreas dos municípios que eram consideradas rurais em 2000, passaram a ser urbanas em 2010, sem haver alterações nas suas estruturas, mas, sim, por mudança de lei nos municípios.

Figura 12 - Pirâmide Etária do Rio Grande do Sul no ano 2010

Fonte: IBGE (2010)

As estimativas de crescimento da população são realizadas pelo método geométrico. Em termos técnicos, para se obter a taxa de crescimento (r), subtrai-se 1 da raiz enésima do quociente entre a população final (Pt) e a população no começo do período considerado (P0), multiplicando-se o resultado por 100, sendo "n" igual ao número de anos no período.

A Tabela 1 apresenta a base na projeção do crescimento populacional para a cidade de Ijuí no horizonte do PLAMSAB, uma previsão da produção dos RSU. Essas previsões serão utilizadas para a construção dos cenários visando o planejamento do gerenciamento integrado para os resíduos sólidos do município.

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Tabela 1 - Projeção populacional e produção de Resíduos Domiciliares de Ijuí-RS

Ano População Total População Urbana Produção RSU

Projeção Populacional 0,25% a.a. Habitantes Habitantes Toneladas/dia

2016 83.089 75.337 44,45 2017 83.296 75.525 44,56 2018 83.504 75.713 44,67 2019 83.713 75.902 44,78 2020 83.922 76.092 44,89 2021 84.131 76.282 45,01 2022 84.341 76.472 45,12 2023 84.552 76.663 45,23 2024 84.763 76.854 45,34 2025 84.974 77.046 45,46 2026 85.186 77.238 45,57 2027 85.399 77.431 45,68 2028 85.612 77.625 45,80 2029 85.826 77.818 45,91 2030 86.040 78.013 46,03 2031 86.255 78.207 46,14 2032 86.470 78.402 46,26 2033 86.686 78.598 46,37 2034 86.902 78.794 46,49 2035 87.119 78.991 46,60 2036 87.337 79.188 46,72 2037 87.555 79.386 46,84 2038 87.773 79.584 46,95 2039 87.992 79.783 47,07 2040 88.212 79.982 47,19 2041 88.432 80.181 47,31 2042 88.653 80.381 47,43 2043 88.874 80.582 47,54 2044 89.096 80.783 47,66 2045 89.318 80.985 47,78 2046 89.541 81.187 47,90 Fonte: IPH (2016)

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4.2.2 Composição e caracterização dos resíduos sólidos domiciliares de Ijuí – PLAMSAB

A quantidade de resíduos domiciliares coletados e submetidos a uma triagem e/ou tratamento através de sua disposição em aterro sanitário licenciado em Ijuí é de 1.340 ton/mês de resíduos sólidos domiciliares (2016). Em relação aos dados apresentados no PLAMSAB de 2011, a geração estimada por indivíduo reduziu de 0,607 kg/habitante/dia para 0,535 kg/habitante/dia. Esse decréscimo atende tanto aos requisitos técnicos do PNRS quanto à geração per capita, que é de 0,600 kg/habitante/dia.

Segundo os dados disponibilizados, pode-se afirmar que as características básicas relativas à produção e características dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD) gerados em Ijuí são:

a) Produção per capita de resíduo: 0,535 kg/hab.dia, considerando 365 dias/ano: (83.089 habitantes gerando 44.450 kg diariamente = 0,535 kg/hab.dia);

b) Densidade do resíduo (aparente): 0,4 t/m³

c) Densidade do resíduo compactado (5 passadas de trator): 0,85 t/m³

d) Peso específico: 3.250 m³/d para 1.029 t/d

4.2.2.1 Caracterização dos Resíduos Sólidos Domiciliares (RSD)

A composição dos RSDs de Ijuí foi determinada a partir de amostras retiradas da massa total de resíduos geradas pela população. As análises gravimétricas foram realizadas no Aterro Municipal, localizado na Linha 06 Leste e também nas Associações de Catadores conveniadas ao município, que recebem material proveniente da coleta seletiva.

Em 2011, na elaboração do PLAMSAB, foi desenvolvida a gravimetria baseada na massa de resíduos obtida de uma amostra, conforme se observa na Tabela 3, não considerando os resíduos sólidos recicláveis (RSR), os quais encaminham-se para as associações de recicladores devidamente cadastradas junto ao sistema municipal.

Tabela 2 - Composição dos RSD de Ijuí

Material Fração (%)

Referências

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