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GRAU DE SATISFAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS NO ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE FISIOTERAPIA DAS DISFUNÇÕES POSTURAIS DE UMA CLÍNICA ESCOLA DE UMA INSTITUIÇÃO PRIVADA

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GRAU DE SATISFAÇÃO DOS PACIENTES ATENDIDOS NO

ESTÁGIO SUPERVISIONADO DE FISIOTERAPIA DAS

DISFUNÇÕES POSTURAIS DE UMA CLÍNICA ESCOLA DE UMA

INSTITUIÇÃO PRIVADA

LIMA, Lucas Marcelino ̽ ; FILHO, Geraldo Magela Cardoso ̽ ̽ ; GUIMARÃES, Élcio Alves ̽ ̽ ̽ FARIA Mariana Nunes ̽ ̽ ̽ BOAVENTURA, Cristina de Matos***, MAGAZONI, Valéria Sachi ***

̽ Acadêmico do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo – MG, lucas.lima4567@gmail.com

̽ ̽ Orientador e professor do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo – MG, gmcardoso25@hotmail.com ̽ ̽ ̽ Coorientadores e professores do Curso de Fisioterapia do Centro Universitário do Triângulo – MG, elcio@triang.com.br

RESUMO

Introdução: A qualidade do serviço em saúde relaciona-se com à satisfação dos pacientes que é de fundamental importância na medida da assistência prestada, pois proporciona informações sobre os resultados do atendimento fisioterapêutico em relação as expectativas do paciente. Objetivo: Avaliar o grau de satisfação de usuários do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais de uma clínica escola de uma instituição privada. Metodologia: 13 usuários do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais de uma clínica escola de uma instituição privada foram questionados através do instrumento Medrisk quanto a satisfação em relação ao atendimento recebido. Resultados: todas as questões do questionário Medrisk obtiveram altos escores, principalmente as que estavam relacionadas com a interação terapeuta-paciente. Conclusão: Pode-se concluir que o grau de satisfação dos usuários do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais de uma clínica escola de uma instituição privada foi elevado.

Palavras-Chave: Satisfação, Fisioterapia, MedRisk.

INTRODUÇÃO

A satisfação do paciente é de fundamental importância na medida da qualidade da assistência, pois proporciona informações sobre os resultados do provedor da assistência em relação aos valores e as expectativas do paciente, além de constituir um instrumento valioso de investigação, administração e planejamento (SILVA et al, 2014).

Considerando que o conhecimento do grau de satisfação do paciente é capaz de demonstrar a impressão obtida sobre um serviço realizado, atribuindo elogios e críticas que podem orientar a tomada de decisão para garantir o sucesso organizacional, faz-se necessária

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a aferição da percepção que o paciente tem sobre o serviço. Para tanto, realizam-se pesquisas que abrangem as várias dimensões que este serviço pode oferecer, desde os aspectos tangíveis até os intangíveis, o que resumidamente pode ser classificado como uma avaliação do grau de satisfação do paciente (OLIVEIRA et al, 2014).

Pesquisas foram realizadas para identificar se os fatores determinantes para a satisfação dos pacientes são os mesmos em diferentes países ou se cada país possui seu determinante individual. Evidências preliminares demonstram que tanto fatores universais quanto determinantes regionais são importantes para a satisfação dos pacientes, na América do Norte, no Reino Unido, na Europa e na Austrália o determinante mais efetivo é a comunicação terapeuta-paciente, que é responsável pelo maior índice de satisfação dos pacientes. Outros fatores como, facilidade para estacionar, conforto da sala de espera, higiene da clínica são também determinantes para a satisfação dos pacientes e variam de acordo com o país ou região (HUSH et al, 2013).

A qualidade do serviço em saúde relaciona-se à satisfação dos pacientes no que se refere ao atendimento das suas necessidades. Por isso, é indispensável a realização de pesquisas de satisfação dos usuários, para a melhor adequação dos serviços às suas necessidades. Embora estejam associadas aos valores pessoais e sociais, as pesquisas de satisfação consistem um importante instrumento para avaliar esses serviços (CARVALHO et al, 2013).

Muitos serviços de saúde não suprem as necessidades da população, em termos de cobertura e/ou qualidade de atendimento e preconiza que a ação do SUS visando aproximar a área de fisioterapia e as demandas da população seja fundamentada não somente nas práticas de atuação profissional exclusivamente reabilitadoras, mas que também apresente aspectos preventivos, tendo uma visão do indivíduo como um todo. Isto porque podemos dizer que existem dois modelos de saúde com concepções distintas caracterizadas por ações, muitas vezes, opostas e presentes na prática dos profissionais da saúde. No modelo hegemônico que predominou por muito tempo, a parte que pode ser exemplificada como a patologia, lesão e/ou alteração da função, é o foco da atenção em detrimento do todo (indivíduo de forma integral) e, com isso, fragmenta o conhecimento e o corpo, valorizando as especialidades e a tecnologia e promovendo atendimentos de fisioterapia organizados com base em ações curativas e individualizadas, centradas na doença, lesão e/ou limitação e não na pessoa. Em contrapartida, o modelo contra hegemônico, mais atual, sem negar a importância do conhecimento técnico, valoriza também as dimensões sociais e humanas ao considerar o indivíduo como um todo (visão integral), centrado no usuário do serviço, por isso busca a integralidade, valorizando a interdisciplinaridade, a intersetorialidade e a continuidade da

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atenção que são prerrogativas do SUS (JUNIOR et al, 2014).

Diversos tipos de instrumentos são utilizados por fisioterapeutas para mensurar a condição de saúde ou tratamento realizado, porém a avaliação do contentamento do paciente com o tratamento proposto está diretamente relacionada a uma série de fatores, tais como as preferências pessoais, as expectativas do paciente, o atendimento recebido e os serviços prestados, sendo alguns validados e padronizados (BERNARDINO et al, 2015).

Um novo instrumento, Medrisk Instrument for Measuring Patient Satisfaction (MRPS) foi desenvolvido com o objetivo de investigar as variáveis associadas à satisfação global dos pacientes que recebem cuidados fisioterapêuticos para condições musculoesqueléticas em setores públicos ou privados. Esse instrumento foi previamente traduzido e transculturalmente adaptado para o português brasileiro, e já foi utilizado em alguns países como Estados Unidos e Austrália, facilitando possíveis comparações internacionais (MEDEIROS et al, 2016).

O aumento da difusão dos princípios de qualidade dentro de organizações de saúde proporcionará maiores chances do reconhecimento de sua importância e maiores esforços coletivos para sua obtenção (BARRETO, 2013).

A presente pesquisa irá fornecer a gestão da clínica escola da instituição privada em questão, o feedback dos usuários do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturas em relação à qualidade do ensino entregue aos futuros fisioterapeutas formados na instituição, através da mensuração do grau de satisfação dos usuários, o que possibilitará a melhora dos atendimentos fisioterapêuticos e da qualidade dos estagiários, por meio da identificação dos pontos fortes e dos pontos que precisam ser melhorados no serviço.

Diante do exposto, o grau de satisfação dos pacientes em relação à qualidade do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais de uma clínica escola de uma instituição privada em Uberlândia foi mesurado através do questionário Medrisk.

METODOLOGIA

Tratou-se de uma pesquisa empírica, exploratória, aplicada em campo, de objetivo descritivo e abordagem quantitativa, aprovada pelo comitê de ética sob o número 1.335.160. A pesquisa foi realizada na clínica escola de fisioterapia de uma instituição privada em Uberlândia, entre os meses de março e abril de 2018.

Todos os usuários do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais da

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usuários maiores de 18 anos, capazes de responder ao questionário e que foram submetidos a mais de 4 atendimentos fisioterapêuticos durante o primeiro semestre de 2018. Foram excluídos da pesquisa usuários menores de 18 anos, que se recusaram a responder o questionário e/ou tenham sido submetidos a menos de 4 atendimentos fisioterapêuticos durante o primeiro semestre de 2018.

Os usuários foram abordados durante o período de espera do atendimento. Durante a abordagem foram apresentados os objetivos da pesquisa, assim como foram realizados os esclarecimentos devidos acerca do critério de sigilo, da liberdade de não participar, da inexistência de qualquer prejuízo ou constrangimento perante o vínculo estabelecido com a instituição, bem como a condição de assinar o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Em caso de aceite, foi solicitada a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido no momento que antecedeu o preenchimento do questionário.

Os dados foram coletados por documentação direta, sendo utilizado o questionário Medrisk - Instrumento para Medida da Satisfação dos Pacientes com Serviços de Fisioterapia (MRPS). Ele foi entregue a cada usuário, que procedeu ao preenchimento sem intervenção do pesquisador.

O instrumento MRPS é um questionário de 13 itens, subdivididos em três fatores. O Fator 1, denominado interpessoal, contém seis itens relacionados à interação terapeuta-paciente ou à interação do terapeuta-paciente com os outros funcionários da clínica. O Fator 2, denominado conveniência e ciência, é composto por três itens, como a afirmativa “Os horários de atendimento desta clínica foram convenientes para mim”. O Fator 3, denominado educação do paciente, possui dois itens referentes ao comprometimento do fisioterapeuta em conscientizar e educar seus pacientes, como a afirmativa “Meu fisioterapeuta forneceu-me instruções detalhadas sobre o programa de exercícios para casa”. Finalmente, o instrumento possui dois itens não alocados em fatores específicos, que são considerados itens globais, como a afirmativa “Eu retornaria a essa clínica para futuros serviços”. O paciente responde seu nível de satisfação para cada item por meio de uma escala do tipo Likert, que varia de 1 (“discordo completamente”) a 5 (“concordo completamente”), além da opção “não se aplica”, disponível para algumas afirmativas. Escores mais altos representam maior satisfação. Esse instrumento foi previamente traduzido e transculturalmente adaptado para a população brasileira (MEDEIROS et al, 2016).

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Dos 15 usuários cadastrados no estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais de uma clínica escola de uma instituição privada em Uberlândia, 2 foram excluídos por terem sido atendidos menos de 4 vezes no serviço. A amostra final foi composta por 13 usuários, sendo 12 mulheres (90%) e 1 homem, com média de idade de 41.30 anos ± 9.74.

O sexo feminino compôs (90%) da amostra desse estudo, o que vai ao encontro dos estudos

de Cattani et al. (2016), que avaliaram a satisfação dos usuários de fisioterapia em uma

clínica escola de uma universidade do meio oeste catarinense, e constataram que 67,60% dos participantes da pesquisa eram do gênero feminino; esse predomínio do gênero na procura pelos serviços de saúde é um fato já antes relatado na literatura e deve-se ao fato das mulheres se preocuparam mais com a sua saúde quando comparadas aos homens.

Hingarajia (2013), fez uma análise psicométrica da satisfação dos usuários dos serviços de fisioterapia na Índia, sua amostra final foi composta de (56%) de indivíduos do sexo masculino, neste país a cultura influencia na atitude com relação ao cuidado com a saúde, os homens são mais ativos na sociedade e as mulheres se preocupam mais com as tarefas domésticas e com os filhos.

A média de idade dos participantes do estudo foi de 41.30 anos, o que se assemelha aos trabalhos de Hush et al. (2013), que fizeram uma comparação intercultural sobre a satisfação dos pacientes atendidos nos serviços de fisioterapia na Austrália e na Coreia e encontrou uma média de idade de 40 anos na Austrália e 44 anos na Coreia, Oliveira et al. (2014), que mediram as propriedades da versão em português do questionário MedRisk e avaliaram a satisfação dos pacientes de uma clínica de fisioterapia em Belo Horizonte, encontraram uma média de idade de 43,50 anos na primeira aplicação do questionário e 43,10 na segunda aplicação. No entanto, outros estudos apresentaram uma média de idade maior como o de Almeida (2013), que fez uma análise sobre o nível de satisfação dos usuários dos serviços de fisioterapia do Rio de Janeiro e encontrou uma média de idade de 65 anos.

Os participantes da pesquisa foram questionados quanto ao tempo gasto para chegar a clínica e 53,84%, ou seja, 7 indivíduos, relataram gastar de 16 a 30 minutos, 2 gastam de 31 a 60 minutos e 4 gastam menos de 15 minutos. Esses dados foram surpreendentes devido a situação geográfica da clínica que se encontra afastada do centro da cidade, dificultando o acesso para muitos usuários, o que nos leva a crer que ou os pacientes habitam próximo a clínica, ou possuem meio próprio de transporte, ou o serviço de transporte público é eficaz, o que não foi comprovado pois o meio que o usuário utilizou para chegar a clínica não foi

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questionado. Guimarães et al. (2017), também avaliaram a satisfação dos usuários de uma clínica escola de fisioterapia de uma instituição privada através do questionário Medrisk e encontraram dados semelhantes em relação a questão do tempo gasto pelos usuários para chegar a clínica.

A Tabela 1 apresenta a média dos escores de cada questão do questionário.

Tabela 1 - Médias de escores das 13 questões avaliadas (11 individuais e 2 globais)

Questões avaliadas Média ± DP

1 - A recepcionista foi cortês 4.61 ±0.52

2 - O processo de registro foi adequado 4.69 ±0.48

3 - A sala de espera era confortável (iluminação, temperatura, móveis) 4.30 ±0.75 4 - Os horários de atendimento desta clinica foram convenientes para mim 4.69 ±0.48 5 - Meu fisioterapeuta me explicou cuidadosamente os tratamentos que eu recebi 4.53 ±0.52

6 - Meu fisioterapeuta me tratou respeitosamente 4.84 ±0.37

7 - Os funcionários da clínica foram respeitosos 4.69 ±0.48

8 - Meu fisioterapeuta respondeu a todas as minhas questões 4.69 ±0.48 9 - Meu fisioterapeuta aconselhou-me sobre formas de evitar futuros problemas 4.30 ±0.75

10 - A clínica e suas dependências estavam limpas 4.69 ±0.48

11 - Meu fisioterapeuta forneceu-me instruções detalhadas sobre meu programa 4.69 ±0.48 de exercícios para casa

12 - De uma forma geral, estou completamente satisfeito (a) com os serviços que 4.53 ±0.52 eu recebi do meu fisioterapeuta

13 - Eu retornaria a esta clínica para futuros serviços ou tratamento 4.92 ±0.27

Média geral 4.65 ±0.32

A tabela 1 mostra a média dos escores de cada questão avaliada, a questão 13 “Eu retornaria a esta clinica para futuros serviços ou tratamento” foi o que apresentou maior escore 4,92, seguida pela questão 6 “Meu fisioterapeuta me tratou respeitosamente” 4,84. As questões 3 “A sala de espera era confortável (iluminação, temperatura, móveis)” e 9 “Meu fisioterapeuta aconselhou-me sobre formas de evitar futuros problemas” foram as que apresentaram menores escores quando comparadas as demais, ambas com 4,30. No entanto, em geral, os valores encontraram-se bastante próximos de 5, o que indica um elevado grau de satisfação.

Segundo Carvalho et al. (2013), que avaliaram a satisfação dos pacientes atendidos no estágio curricular de fisioterapia na comunidade, em Maceió, a relação terapeuta-paciente está intimamente ligada a satisfação do usuário em relação ao serviço, visto que, essa relação é considerada um dos aspectos mais importantes quando se avalia a satisfação. Na presente pesquisa, a satisfação da relação terapeuta-paciente foi considerada ótima, visto que, as

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questões 13 “Eu retornaria a esta clínica para futuros serviços ou tratamento” e 6 “Meu fisioterapeuta me tratou respeitosamente”, foram as que receberam maiores escores e estão relacionados respectivamente com a satisfação global e com o fatores interpessoais.

Estes dados vão ao encontro dos estudos de Hush et al. (2013), onde a comunicação e o respeito entre o terapeuta e o paciente foram determinantes na satisfação dos pacientes com o atendimento recebido. Os pacientes avaliaram tanto o conhecimento, as explicações, a capacidade de diagnosticar e o tratamento do terapeuta, quanto outros atributos profissionais como o respeito e a atenção. Um dos elementos de comunicação mais importantes para os paciente foi a clareza sobre o tratamento domiciliar e o aconselhamento sobre formas de evitar futuros problemas, esta questão foi uma das que receberam menor escore nesta pesquisa (4,30), quando comparada as demais questões.

Outra questão que obteve menor escore, mas ainda muito satisfatória, foi a questão 3

“A sala deespera era confortável (iluminação, temperatura, móveis)” (4,30). Pode-se afirmar

que a sala de espera da clínica escola em questão, deixa muito a desejar, pois trata-se de bancos de ferro, desconfortáveis situados do lado de fora das salas de atendimento, o que não favorece o bem estar dos pacientes, podendo provocar uma má primeira impressão sobre o atendimento fisioterapêutico prestado. Isso corrobora com o estudo de Almeida (2015), que realizou uma adaptação transcultural do instrumento MedRisk para o contexto brasileiro, no Rio de Janeiro e encontrou o menor escore na mesma questão.

Os estudos de Barbarian et al. (2018), relataram a experiência de pacientes na sala de espera de emergências pediátricas em Quebec e Montreal, no Canadá, apontam que os usuários que passam por uma experiência positiva na sala de espera, aceitam melhor o tratamento. Os pais das crianças relataram que o tempo excessivo de espera era um importante fator que impactava negativamente a satisfação dos usuários. Foi sugerido a melhora do conforto da sala de espera, assim como, atividades apropriadas para a idade das crianças, o que melhoraria a experiência na sala de espera.

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Tabela 2 - Descrição da condição atual dos pacientes comparada a anterior ao tratamento Condição atual 1 - Extremamente melhor 2 15,38% 2 - Muito melhor 8 61,53% 3 - Pouco melhor 2 15,38% 4 - Pouquíssimo melhor 0 0,00% 5 - Mesmo 1 7,69% 6 - Pouquíssimo pior 0 0,00% 7 - Pouco pior 0 0,00% 8 - Muito pior 0 0,00% 9 - Extremamente pior 0 0,00% Total de usuários 13 100%

A tabela 2 mostra à situação atual dos usuários no momento da avaliação quando comparada a anterior ao tratamento, 76,91% dos usuários relataram sentir-se ‘extremamente melhor e muito melhor’ após o início do tratamento o que corrobora com Melo et al. (2014), que avaliaram a satisfação dos usuários de Fisioterapia SUS em Paranaguá/PA e com vários outros autores citados por este ao identificar a melhora nas atividades de vida diária após os atendimentos da fisioterapia. Todos os entrevistados sentiram melhora após o tratamento com relação ao equilíbrio, aos movimentos, as atividades de vida diária e a dor. Segundo esses autores, a percepção dos usuários sobre os cuidados fisioterapêuticos estaria relacionada com a diminuição da dor e com a melhora da função.

Medeiros et al. (2016), que realizaram um estudo transversal da satisfação de pacientes

que recebem cuidados fisioterapêuticos para condições musculoesqueléticas, em São Paulo e Carvalho et al. (2013), também apresentaram um alto grau de satisfação geral dos usuários, obtendo uma média quase máxima. Essa satisfação é referente ao atendimento, respeito, gentileza, conhecimento do profissional.

Na tabela 3, as questões individuais sobre: a idade dos usuários, o tempo gasto no deslocamento da residência do usuário até a clínica e as questões de 1 a 11 foram cruzadas com as duas questões globais 12 e 13 para verificar qual fator influencia mais na satisfação global. Para isso foi utilizado o coeficiente de Spearman. Para que haja um nível de significância de p˂0,05, o coeficiente deve ser < -0,56 ou > 0,56, e quanto mais próximo estiver dos extremos (-1 e 1), maior será́ a associação entre as variáveis (Systat, 1984). Estes dados estão demonstrados na tabela 3.

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Tabela 3 - Descrição da correlação entre a idade, o tempo de deslocamento e questões individuais e com as duas questões globais, por meio do coeficiente de Spearman

12 - de forma geral, estou 13 - Eu retornaria completamente satisfeito a esta clínica para

(a) com os serviços que eu futuros serviços recebi do meu fisioterapeuta ou tratamento Questões avaliadas Idade do paciente 0,33 0,15 Tempo de deslocamento -0,22 -0,08

1 - A recepcionista foi Cortez 0,53 0,36

2 - O processo de registro foi adequado 0,72 0,43

3 - A sala de espera era confortável (iluminação, temperatura,

móveis) 0,29 0,16

4 - Os horários de atendimento desta clinica foram 0,72 0,43

convenientes para mim

5 - Meu fisioterapeuta me explicou cuidadosamente 0,38 0,31

os tratamentos que eu recebi

6 - Meu fisioterapeuta me tratou respeitosamente 0,46 0,67

7 - Os funcionários da clínica foram respeitosos 0,38 0,43

8 - Meu fisioterapeuta respondeu a todas as minhas questões 0,38 0,43

9 - Meu fisioterapeuta aconselhou-me sobre formas de 0,85 0,16

evitar futuros problemas

10 - A clínica e suas dependências estavam limpas 0,72 0,43

11 - Meu fisioterapeuta forneceu-me instruções 0,72 0,43

detalhadas sobre meu programa de exercícios para casa

A pesquisa indica uma correlação entre as questões individuais e a questão global 12 “De uma forma geral, estou completamente satisfeito (a) com os serviços que eu recebi do meu fisioterapeuta”, tendo sido 5 questões correlacionadas, enquanto que com a questão global 13 “Eu retornaria a esta clinica para futuros serviços ou tratamento”, não apresentou nenhuma correlação com as questões individuais.

As questões que apresentaram maiores correlações são: a questão 9 “Meu fisioterapeuta aconselhou-me sobre formas de evitar futuros problemas” índice 0,85, a questão 2 “O processo de registro foi adequado” índice 0,72, a questão 4 “Os horários de atendimento desta clínica foram convenientes para mim” índice 0,72, a questão 10 “A clínica e suas dependências estavam limpas” índice 0,72, a questão 11 “Meu fisioterapeuta forneceu-me instruções detalhadas sobre meu programa de exercícios para casa” índice 0,72.

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Orientar o paciente para realização de suas atividades de vida diária e indicar exercícios domiciliares, evitam futuros problemas e melhoram a sua qualidade de vida. Segundo Sarmento et al. (2016), que avaliaram o efeito da fisioterapia convencional e Pilates na funcionalidade, força muscular respiratória e capacidade de exercício em pacientes renais crônicos hospitalizados em São Paulo, um bom atendimento é sinônimo de satisfação. É evidente que pacientes satisfeitos são mais propensos a aderir e se beneficiar de um tratamento, bem como ter uma melhor qualidade de vida.

A pesquisa atual demonstrou que a organização de uma clínica escola é fator determinante na satisfação de seus usuários. O processo de registro, os horários disponíveis, a higiene das instalações foram variáveis que obtiveram altos escores e influenciaram a satisfação do usuário com o atendimento recebido. É importante considerar que a satisfação do paciente com o tratamento deve se diferenciar dos resultados obtidos. Segundo Oliveira

et al. (2014), que avaliaram quais dimensões se sobressaíram na satisfação dos pacientes que

receberam cuidados de enfermagem, em Fortaleza, a satisfação do paciente está relacionada com o que acontece durante o atendimento fisioterapêutico, enquanto que a satisfação com os resultados do tratamento está relacionada com os efeitos do tratamento no quadro clínico do paciente. Embora estas duas satisfações estejam ligadas, elas devem ser medidas separadamente com parâmetros adequados.

De acordo com Oliveira et al. (2014), quanto mais elevado o escore encontrado, maior a satisfação do usuário do serviço, sendo o maior valor possível 5. A média do grau de satisfação encontrado no presente trabalho foi de (4,65) (±0.32), o que confirma um elevado grau de satisfação dos usuários. Segundo Medeiros et al. (2016), nos estudos que apresentam em comum o desfecho satisfação, é constatada uma elevada satisfação com os cuidados recebidos, isso independentemente do setor de saúde avaliado, da população ou do instrumento utilizado. A satisfação é uma variável muito ampla e é muito difícil detectar as diferenças e aspectos importantes que poderiam influenciar ou distinguir os diferentes níveis de satisfação. Os questionários utilizados para essas pesquisas podem ser a causa desta dificuldade, pois a capacidade de especificação do nível de satisfação diminui consideravelmente com a amplitude e a complexibilidade das questões.

O presente estudo propôs avaliar a satisfação dos usuários do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais de uma clínica escola de uma instituição privada em Uberlândia. Estudos realizados como o de Balica et al. (2016), que avaliaram a satisfação dos pacientes em uma clínica de saúde de fisioterapia em Caxias/MA, corroboram com o tipo de estudo aplicado e com um dos objetivos que é melhorar a atuação dos profissionais

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de fisioterapia e contribuir para o planejamento de ações e programas de atendimento

fisioterapêutico em clínicas de saúde. Aconteceram mudanças positivas na fisioterapia ao longo

dos anos, com os avanços em recursos tecnológicos e bases em evidências científicas. Melo et al. (2014), apontam a importância dos 3 pilares da prática baseada em evidências (as melhores evidências de estudos, a experiência clínica do profissional de saúde e as preferências e valores do paciente) na satisfação dos pacientes com o atendimento fisioterapêutico.

CONCLUSÃO

Pode-se concluir que o grau de satisfação dos usuários do estágio supervisionado de fisioterapia das disfunções posturais de uma clínica escola de uma instituição privada em Uberlândia foi elevado e que os usuários apresentam uma percepção positiva quanto ao atendimento fisioterapêutico especializado em disfunções posturais, com melhoras em sua função. Todas as questões avaliadas na pesquisa obtiveram escores satisfatórios e pela visão dos usuários essa satisfação está mais relacionada ao atendimento, ao respeito, a gentileza e ao conhecimento do fisioterapeuta.

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