UNIVERSIDADE FEDERAL DE
SÃO JOÃO DEL-REI
ENERGIAS RENOVÁVEIS – TE
ENERGIA E MUDANÇAS CLIMÁTICAS
Sumário
1. Introdução
2. Clima
3. Mudança Climática
4. Impacto da energia sobre o meio ambiente
5. Bibliografia
Introdução
Ainda que o clima da Terra sempre tenha sofrido
mudanças naturais, agora, pela primeira vez, a atividade humana é a principal força que afeta este processo, com consequências potencialmente drásticas.
Todos os dias usamos enormes volumes de combustíveis fósseis na forma de gasolina, petróleo, carvão e gás natural, liberando dióxido de carbono. Isto, junto a outras emissões geradas pela atividade humana, como o metano e o óxido nitroso, acentuam o “efeito estufa” natural que torna a Terra um planeta habitável.
Introdução
Esta velocidade de alterações sem precedentes está
ameaçando os sistemas sociais e ambientais, que não podem
ajustar-se no mesmo ritmo. No mundo, aumenta-se a ocorrência de eventos meteorológicos cada vez mais extremos, às vezes com manifestações inesperadas.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança do Clima
(IPCC) conclui que algumas mudanças poderiam ser repentinas e irreversíveis. O aumento do nível do mar e extensas perdas de
biodiversidade são apenas dois entre uma variedade de possíveis impactos.
Introdução
É provável que, para os países em desenvolvimento, seja
mais difícil combatê-lo, porque possuem menos capacidade técnica, econômica e institucional para adaptar-se.
Considerando o legado de emissões de gases de efeito estufa e o crescente consumo mundial de energia, parece inevitável que se aproxime um maior aquecimento da Terra.
Para enfrentar os efeitos da mudança climática, há dois tipos de ações: mitigação e adaptação. Ambas as medidas estão inter-relacionadas.
Introdução
O primeiro termo - mitigação - refere-se às políticas, tecnologias e medidas que limitam e reduzem as emissões de gases de efeito estufa.
A adaptação se refere a iniciativas e medidas que
reduzam a vulnerabilidade dos sistemas naturais e humanos contra os efeitos reais ou esperados das mudanças climáticas.
As possíveis medidas a serem adotadas estão em discussão e consistem nas compensações a países que
renunciem ao desmatamento, os incentivos tributários para
tecnologias de baixa emissão e o uso e desenvolvimento de
Clima
O clima está mudando, principalmente devido às emissões de CO2 e de outros gases de efeito estufa derivados de atividades humanas, especialmente da combustão dos combustíveis fósseis e do desmatamento. Estes gases
permanecem na atmosfera por várias décadas e capturam o calor do Sol, exercendo o efeito de uma estufa.
O último relatório do IPCC (2007), afirma que a temperatura global elevou-se 0,76 ºC nos últimos 100 anos.
Prevê-se uma elevação da temperatura média da superfície do planeta entre 1,4 e 5,8 graus para o ano 2100, o que poderia ser devastador.
Clima
Denominam-se gases de efeito estufa (GEE), ou gases estufa, os gases cuja presença na atmosfera contribui com o
efeito estufa. Os mais importantes estão presentes na atmosfera de maneira natural, ainda que sua concentração possa ser modificada pela atividade humana, mas também entram neste conceito alguns gases artificiais, produtos da indústria. O gases de efeito estufa são:
Vapor de água (H2O);
Dióxido de carbono (CO2);
Metano (CH4);
Óxidos de nitrogênio (NOx);
Ozônio (O3);
Clima
Os glaciais dos Andes, que fornecem água potável ao
formar rios que, por sua vez, servem como fontes de irrigação, estão desaparecendo.
O degelo das massas polares, do mesmo modo, provocará o aumento do nível do mar, o que eventualmente poderia pôr em risco países inteiros, como a Holanda ou Bangladesh.
Estas não são suposições sem fundamentos. Prevê-se que, em 2080, haverá uma grave escassez de água na China e na Austrália. A corrente do Golfo, que aquece o norte da Europa, poderia ser interrompida, caso haja mudanças na
Mudança Climática
A Convenção Quadro das Nações Unidas sobre a Mudança do Clima define a ‘mudança climática’ como: ‘uma mudança no clima atribuída direta ou indiretamente à atividade humana, que altera a composição da atmosfera mundial e que
se soma à variabilidade natural do clima, observada durante períodos de tempos comparáveis’.
O IPCC faz uma distinção entre ‘mudança climática’
atribuída a atividades humanas, que alteram a composição atmosférica, e a ‘variabilidade climática’, atribuída a causas naturais.
O gráfico da Fig. 1.3 mostra as mudanças de temperatura global nos últimos 150 anos.
Mudança Climática
A mudança climática, originada pelas emissões de gases de efeito estufa à atmosfera, tem consequências significativas na
temperatura, no nível de precipitações e, principalmente, sobre o padrão e características dos eventos naturais extremos.
O efeito da mudança climática sobre as atividades econômicas, a população e os ecossistemas são significativos e, em alguns casos, irreversíveis.
Os países em desenvolvimento e, particularmente, as populações que vivem em condição de pobreza, são as mais vulneráveis à mudança climática.
Mudança Climática
O relatório do IPCC menciona a vulnerabilidade existente em alguns sistemas naturais. Por exemplo, as selvas tropicais da América Latina incrementaram sua sensibilidade aos incêndios devido a maior frequência de secas e às mudanças no uso da
terra.
Os manguezais localizados nas costas baixas são particularmente vulneráveis ao aumento do nível do mar, ao aumento da temperatura e à frequência de furacões.
Na agricultura, os rendimentos de alguns cultivos são afetados com a redução do ciclo de crescimento e a maior incidência de doenças e pragas.
Mudança Climática
As chuvas escassas e as temperaturas elevadas originam
deficiências hídricas e problemas na qualidade da água. Na maioria dos países da América Latina, a energia hidráulica é a principal fonte de eletricidade e é muito vulnerável às anomalias persistentes e de grande escala das precipitações.
Ainda que os impactos da mudança climática sejam basicamente físicos ou biofísicos, seus efeitos no bem-estar da população são econômicos, sociais e políticos. Assim, é importante tomar medidas preventivas para minimizar o impacto da mudança climática e a responsabilidade das autoridades por promovê-las dentro das políticas de planejamento.
Mudança Climática
A energia é um elemento essencial para a atividade
econômica e o bem-estar, estando fortemente relacionada com a mudança climática. A energia é responsável por 80% das emissões de gases de efeito estufa na União Europeia e constitui a causa fundamental da mudança climática e da contaminação atmosférica.
Atualmente, os objetivos do setor energético focam em desenvolver um sistema sustentável e abastecido com recursos
especialmente renováveis ou amplamente disponíveis no mercado mundial. As tecnologias destinadas a melhorar a eficiência energética e reduzir o consumo de energia também fazem parte destes objetivos, sem esquecer outras atividades, cuja finalidade é mitigar, prevenir e adaptar-se à mudança
Impacto da energia sobre
o meio ambiente
Impacto da energia sobre o meio ambiente
O desenvolvimento e uso da energia estão intimamente ligados. De fato, um problema fundamental a ser enfrentado nos próximos anos é como garantir fontes de energia suficientemente confiáveis e econômicas para assegurar um nível de desenvolvimento adequado.
No entanto, o problema não termina aí. Está claro que
toda atividade terá um impacto sobre o meio ambiente. O problema começa quando este impacto é negativo ou, inclusive,
irreversível. A disponibilidade de energia é uma limitação ao
desenvolvimento; mas, além disso, os impactos ambientais também podem limitar ou condenar o desenvolvimento.
Impacto da energia sobre o meio ambiente
A atividade humana, com relação a aspectos relacionados com a energia, pode exercer os seguintes impactos no meio ambiente:
Em Atividades de Extração: contaminação por atividades de mineração de carvão, petróleo ou outras. Impacto ambiental
pela construção de represas.
Em Geração: emissões sólidas, líquidas ou gasosas.
Impacto da energia sobre o meio ambiente
Em distribuição: vazamentos sólidos ou líquidos. Impacto
ambiental de linhas de alta tensão, impacto de gasodutos.
Utilização: emissões sólidas, líquidas ou gasosas.
Contaminação de recintos fechados, contaminação térmica e
Impacto da energia sobre o meio ambiente
São muitos os contaminantes específicos associados a estas atividades, e é importante destacá-los por sua gravidade:
CO2: Dióxido de carbono. Origina o chamado efeito estufa. Nos últimos 100 anos verificou-se um aumento da concentração de CO2 na atmosfera de um pouco mais de 30%. Teme-se que este gás de efeito estufa (junto a outros como o metano) esteja causando um aumento significativo da temperatura média terrestre. Isto originará mudanças climáticas indefinidas. A evidência desta mudança pode ser vista na diminuição dos glaciais e de parte da calota polar.
Impacto da energia sobre o meio ambiente
Chuva Ácida: Muitos processos industriais (queima de carbono, refinamento de minerais - especialmente o cobre) desprendem gases ou substâncias que contém SO2 e SO3. Estes gases são os precursores da chuva ácida. Na Europa e na América do Norte, a chuva ácida causou danos a grandes superfícies florestais. Também danifica as construções; por exemplo, ataca o mármore, pedras calcárias e outros revestimentos.
Impacto da energia sobre o meio ambiente
CFC: são os clorofluorcarbonetos. Inicialmente eram usados como refrigeradores para o uso doméstico e industrial. Logo, passaram a ser usados em frascos propulsores de spray e espumas para plásticos. Ao emigrar à alta atmosfera, o Cloro
destrói as moléculas de Ozônio (O3) que estão na camada de Ozônio. Isto permite a entrada da radiação UV que corta a superfície terrestre.
Dentre seus efeitos estão danos genéticos à pele e tecidos expostos, bem como destruição de materiais fotossensíveis (plásticos, pinturas). Em 1990 assinou-se a Convenção de Montreal, que limita a produção e uso dos CFC. Calcula-se que o efeito do dano à camada de Ozônio (mais notório no hemisfério Sul) atingirá seu máximo a princípios do
Impacto da energia sobre o meio ambiente
NOx: Óxidos de nitrogênio. São produtos da combustão a temperaturas maiores do que 800°C. Portanto, são muito típicos em motores de combustão interna (gasolina e diesel), bem como em turbinas a gás. Ainda que o Ozônio seja benigno a 60 km de altitude, é maligno ao nível do solo. Principalmente porque é um forte oxidante, com efeitos nocivos sobre a pele, mucosas e órgãos, além de pinturas, revestimentos e outros materiais inorgânicos.
Impacto da energia sobre o meio ambiente
Resíduos Nucleares: A grande quantidade de centrais nucleares de fissão nuclear originam uma enorme quantidade de resíduos radioativos. O manuseio, tratamento e armazenamento destes resíduos é uma questão ainda sem solução. Ademais, seu volume aumentará na medida em que as centrais nucleares antigas sejam desativadas e desmanteladas.
Resíduos químicos: são abundantes e variados. Estão presentes na contaminação por mercúrio e cádmio, resíduos de determinados processos, nos restos da indústria petroquímica e, inclusive, na enorme variedade de
contaminação de lençóis freáticos por pesticidas, fertilizantes e outros.
Impacto da energia sobre o meio ambiente
Os impactos ambientais mais importantes das atividades energéticas são:
As centrais térmicas são responsáveis por 90% das emissões de contaminantes atmosféricos (SO2 e NOx) procedentes das grandes instalações de combustão, sendo os principais causadores das chuvas ácidas. A responsabilidade restante,
Impacto da energia sobre o meio ambiente
As centrais nucleares são responsáveis por 95% dos resíduos radioativos de média e alta atividade.
Os produtos petrolíferos utilizados no transporte e na
indústria são responsáveis por 60% das emissões de CO2 do Brasil, gás considerado como o principal responsável pelo efeito estufa.
Impacto da energia sobre o meio ambiente
Os impactos ambientais produzidos são de todas as índoles, podendo possuir um alcance local ou global, ou ter efeitos de curto e longo prazo.
Assim, por exemplo, as emissões de partículas
procedentes das centrais de geração têm um alcance local, enquanto que suas emissões de CO2 possuem um alcance
global. Os impactos dos resíduos das refinarias costumam ter um alcance de curto prazo, enquanto que o problema dos
Impacto da energia sobre o meio ambiente
Os preços da eletricidade, do gás natural ou dos
produtos petrolíferos não abrangem, atualmente, o
custo total dos impactos ambientais a eles associados.
Os preços, portanto, não informam o verdadeiro custo
social das atividades energéticas, de modo que podem
ocorrer alocações ineficientes de recursos, já que o
custo ambiental não tem repercussões sobre os
agentes contaminantes, mas sobre o conjunto da
sociedade.
Bibliografia
1. Benito, Y., “Energia e mudança climática”, Programa de Capacitação em Energias Renováveis, ONUDI, 2013.