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INCLUSÃO ESCOLAR

IndianaraLaurethZanelato1 Monique Michels2 Gislaine Jeronimo3 Patrícia Dutra4 Jéssica Meurer Souza5 Samara Dutra6 Carolina Bardini Silveira7 Josieli da Silva Avelino8

Ariana Della Justina9 Vanessa Orben Perin10 Eveline Machado Waterkemper11 Daiana Orben Martins12 Analice W. Barbi13 RosimeriFuchterPhilippi14 Sandra Regina da Silva Torres15 Eliane NolaSchmoeller16

1 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

2 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

3 Acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

4 Acadêmica do Curso de Matemática da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

5 Acadêmica do Curso de Matemática da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

6 Acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

7 Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

8 Acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

9 Acadêmica do Curso de Matemática da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

10 Acadêmica do Curso de Letras da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciação à Docência.

11 Acadêmica do Curso de Letras da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciação à Docência.

12 Acadêmica do Curso de Letras da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa Institucional

de Bolsas de Iniciação à Docência.

13 Acadêmica do Curso de Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina e bolsista do Programa

Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.

14 Supervisora do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.na E. M. P. Antônio Rohden. 15 Supervisora do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência.na E. M. P. Antônio Rohden.

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RESUMO: O tema inclusão escolar passou a ser amplamente discutida nas escolas, a realidade nos mostra que incluir não é somente inserir alunos com deficiência na escola. Percebe-se que muitos alunos por terem dificuldades na aprendizagem, ou por estarem com a idade incompatível com a série são excluídos do contexto escolar. Diante disso, sentiu-se a necessidade de abordar a Lei de nove anos do Ensino Fundamental, tomando como lócus de pesquisa as sextas séries da Escola Municipal Professor Antônio Rohden, levando em consideração a dificuldade no processo ensino aprendizagem e considerando ainda que estes compunham as últimas turmas da antiga grade curricular de oito anos. Como instrumento de coleta, utilizamos um questionário. Com base nos dados tivemos por objetivo intervir em sala de aula e contribuir para a inclusão destes. A partir disto, optamos por elaborar um artigo tomando como referencial a visão do aluno sobre o contexto escolar e traçando o seu perfil.

PALAVRAS CHAVE: Inclusão escolar; Ensino de nove anos; Dificuldade na aprendizagem.

1. Introdução

Historicamente, a proposta de integração escolar foi elaborada em 1972 na Educação Especial por um grupo de profissionais da Escandinávia, liderados por Wolfensberger, na forma do chamado princípio de normalização. Este princípio apregoa que todas as pessoas portadoras de deficiências têm o direito de usufruir de condições de vida o mais comum ou “normal” possível, na sociedade em que vivem. (BATISTA e EMUNO, 2004 p. 1, grifo do autor).

Segundo Batista e Emuno (2004), normalizar não quer dizer tornar normal, mas significa dar a pessoa oportunidades, garantindo o direito de ter suas necessidades reconhecidas e atendidas pela sociedade.

A partir do século XX, o termo integração começou a perder força, sendo substituído pela idéia de inclusão, uma vez que o objetivo é incluir, sem distinção, todas as crianças, independentemente de suas habilidades. (BATISTA e EMUNO, 2004, p. 2).

Vygotsky assume uma posição que privilegia a importância dada à aprendizagem escolar como promotora do desenvolvimento e que reconhece o papel desempenhado pelo professor como mediador no processo de aquisição de conhecimento, na formação de conceitos científicos e no desenvolvimento cognitivo de seus alunos.

O processo de inclusão pressupõe uma reestruturação do sistema de ensino, que deverá adequar-se às diferentes necessidades dos alunos [...] Por outro lado os professores deverão conhecer as formas de aprender e as potencialidades de cada educando, nos diferentes níveis de ensino. (GOTTI, 2011, p. 2).

A inclusão escolar propõe reverter o processo da exclusão de qualquer caráter e ampliar as probabilidades de inserção de crianças, jovens e adultos em escolas regulares. É muito comum observarmos nas escolas a exclusão de alunos que não possuem idade compatível com a série em que estão matriculados e, se não houver professores flexíveis e profissionais para ajudar estes alunos na inserção e na inclusão com a turma, terão sua aprendizagem afetada.

Portanto a escola tem o dever de preparar seus alunos para que a sociedade não se torne excludente, mas sim capaz de lidar com as diferenças, com as situações e buscar melhorar casos como este que acontecem muito comumente nas escolas e na sociedade.

Para haver uma educação inclusiva na escola, é de suma importância que as propostas pedagógicas busquem a interação entre as diversas áreas de conhecimento e aspectos da vida cidadã como conteúdos básicos para a constituição de conhecimentos e valores, promovendo a autonomia, a responsabilidade e a solidariedade. E para recebê-las, a escola precisa muitas vezes reorganizar as formas de gestão, os ambientes, as metodologias, os objetivos, e a

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avaliação, de modo que as crianças se sintam inseridas e acolhidas num ambiente prazeroso e propicio á aprendizagem.

O presente artigo é proveniente de uma pesquisa realizada na Escola Municipal Professor Antônio Rodhen com alunos da sexta série, desenvolvida por acadêmicas do Curso de Ciências Biológicas, Letras, Matemática e Pedagogia da Universidade do Sul de Santa Catarina e que participam do Projeto Institucional de Bolsa de Iniciação a Docência – PIBID.

Tivemos por objetivo desenvolver uma pesquisa com os alunos das sextas séries da escola, estes que compõe a última turma da antiga grade curricular do Ensino Fundamental de oito anos, visto que apresentam uma distorção em relação a idade e série em que estão matriculados e também uma grande dificuldade no processo ensino-aprendizagem, o qual foi visto pelos professores da escola quando comparados as outras turmas.

Neste sentido, através da pesquisa buscamos traçar o perfil dos alunos das sextas séries, abordando temas como família, violência, drogas e escola, visto que todos estes itens possuem uma estreita relação com a inclusão desses alunos no ambiente escolar e que podem estar afetando o rendimento desses estudantes. E a partir dos dados da pesquisa foram realizadas intervenções em sala de aula e extraclasse no intuito de melhorar o processo de ensino aprendizagem.

2. Inclusão Escolar

A inclusão é uma inovação, cujo sentido tem sido muito distorcido é um movimento, muito polemizados pelos mais diferentes segmentos educacionais e sociais. (MANTOAN, 2011, p.1).

MANTOAM, (2011, p. 1) afirma que:

O princípio democrático da educação para todos só se evidencia nos sistemas educacionais que se especializam em todos os alunos, não apenas em alguns deles. A inclusão, como conseqüência de um ensino de qualidade para todos os alunos provoca e exige da escola brasileira novos posicionamentos e é um motivo a mais para que o ensino se modernize e para que os professores aperfeiçoem as suas práticas. É uma inovação que implica num esforço de atualização e reestruturação das condições atuais da maioria de nossas escolas de nível básico.

Pereira (2005), defende a idéia de que uma sociedade inclusiva se fundamenta numa filosofia que reconhece e valoriza a diversidade, como característica inerente à constituição de qualquer sociedade. Partindo desse principio e tendo como horizonte o cenário ético dos Direitos Humanos, sinaliza a necessidade de se garantir o acesso e a participação de todos, a todas as oportunidades, independentemente das peculiaridades de cada individuo.

“A escola está estruturada para trabalhar com a homogeneidade e nunca com a diversidade” (PEREIRA, 2005, p 2), esta é uma das primeiras dificuldades encontradas na escola quando se fala em inclusão de alunos com diferentes tipos de dificuldade, não falamos apenas de pessoas com deficiência física, mas quando falamos de inclusão estamos nos referindo também aos alunos com dificuldades na aprendizagem, na família e na vida social, pois estes são fatores que influenciam muito no processo de formação das crianças e dos adolescentes.

Além disso, muitos desafios são encontrados no momento em que a escola e os professores tentam reverter a exclusão, pois muitos alunos que apresentam déficit de atenção e de aprendizagem não conseguem acompanhar as exigências e atender as expectativas da escola no ensino regular.

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Pereira (2005), afirma que priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social.

Muitas escolas não atendem os alunos com dificuldade na mesma sala de alunos regulares, a justificativa é que falta preparação dos professores, este é um exemplo claro de exclusão que não poderia acontecer, pois o aluno se sente inferior aos outro e isso prejudica na sua formação.

“A inclusão de fato é muito mais que estar no mesmo espaço, trocar experiências, socializar-se. É ser respeitado nas suas diferenças, e também se sentir parte do grupo, identificar-se com ele” (VARGAS, BECHE e SILVA, 2003, p. 64). Uma escola pode ser considerada inclusiva, quando não faz distinção entre seres humanos, não seleciona ou diferencia com base em julgamentos de valores como “perfeitos e não perfeitos”, “normais e anormais”.

A escola inclusiva deve estar preparada para receber o aluno sem dar a ele uma diferenciação (deficiente, pobre, marginalizado, repetente e analfabeto), recebê-lo como um ser humano que tem capacidade de progredir, desde que lhe proporcione condições para tal. Para isso, é preciso que todos os envolvidos percebam a inclusão como uma luta constante de conhecimento e motivação, visando uma aprendizagem.

Perceber a importância da escola inclusiva é aceitar e valorizar a diversidade no contexto escolar. É possível então, afirmar que a inclusão não mais deve ser tratada como algo exclusivo de quem apresenta deficiência, mas sim de todos os alunos que de certa forma são discriminados.

Segundo Brasil, (2012, p. 5):

[...] o princípio fundamental da escola inclusiva é o de que todas as crianças deveriam aprender juntas, independentemente de quaisquer dificuldades ou diferenças que possam ter. As escolas inclusivas devem reconhecer e responder às diversas necessidades de seus alunos, acomodando tanto estilo como ritmos diferentes de aprendizagem e assegurando uma educação de qualidade a todos por meio do currículo apropriado, modificações organizacionais, estratégias de ensino, usam de recursos e parcerias com a comunidade [...]

Aceitar as diferenças é importante para a educação, visto que jamais teremos uma classe homogênea onde todos aprenderão no mesmo momento e da mesma maneira. É necessário que haja tanto adaptações físicas como pedagógicas para que a escola se torne apta para atendê-los sem que qualquer tipo de distinção seja feita. Martins (1996, p. 32) considera que para o processo de inclusão é de extrema importância a redução de alunos por turma, podendo assim, dar mais atenção não somente aos alunos com deficiência, mas também aqueles que apresentam dificuldades de aprendizagem.

Pacheco (2007, p. 14) afirma que:

[...] Como resposta à diversidade dos alunos, a educação inclusiva tornou-se uma política aceita internacionalmente. As iniciativas feitas pela União Européia, pelas Nações Unidas, pela UNESCO, pelo Banco Mundial e por organizações não-governamentais contribuíram para um crescente consenso de que todas as crianças têm o direito a ser educadas em escolas integradoras, independentemente de suas deficiências ou de suas necessidades educacionais especiais. [...].

Trabalhar de forma inclusiva requer dar ao professor e à escola o suporte necessário à sua ação pedagógica (BRASIL, 2001, p 17.).

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3. METODOLOGIA

A pesquisa foi de caráter qualitativo de intervenção e quantitativo. Para Rauen (2002, p. 56) as pesquisas quantitativas são conhecidas como:

[...] levantamentos de dados, de sondagem ou survey. A pesquisa de levantamento consiste na solicitação de informações a um grupo estatisticamente significativo de pessoas sobre um problema estudado, para posterior análise de quantitativa e/ou qualitativa. O desenho metodológico recorrente é o da pesquisa de campo.

Ainda assim Rauen (2002), as pesquisas qualitativas de intervenção não se delimitam aos dados bibliográficos, elas intervêm na realidade. No presente artigo foi realizado um breve questionário com os alunos e após a obtenção dos resultados efetivamos intervenções com os mesmos em sala de aula.

Para Rauen (2002, p. 126, grifo do autor)

“o questionário consiste numa lista de indagações escritas que devem ser respondidas pelo informante, igualmente por escrito. A grande vantagem do questionário é a possibilidade de se indagar muitas pessoas”.

Primeiramente, aplicou-se um questionário com setenta e três questões fechadas aos alunos de sextas séries da antiga grade curricular dos 8 anos,com intuito de investigar a percepção dos mesmos em relação as respectivas metodologias de seus professores, aos aspectos físicos e humanísticos da escola, o trabalho do PIBID e por fim estes analisaram o seu comportamento dentro e fora sala de aula.

A partir dos resultados dos questionários, planejamos as possíveis intervenções dentre e fora da sala de aula baseados nas disposições e sugestões dos respectivos professores das turmas. As intervenções desempenhadas aconteceram através de monitorias extraclasses realizadas pelas bolsistas do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) de matemática e pedagogia. Já as intervenções em sala de aula, juntamente com o professor regente ficou sob responsabilidade das bolsistas do PIBID de ciências biológicas e letras.

Para Rauen (2002), são fundamentais as população e amostra.

A palavra população ou universo indica, de maneira geral, o conjunto de pessoas que mora em uma área geográfica qualquer. Em pesquisa, designa a totalidade de indivíduos que possuem, pelo menos, uma característica comum definida para a investigação. Ele destaca que. Amostra é o conjunto de elementos de uma população, que é escolhida de acordo com regra ou plano para representá-la, em função de alguma característica sob estudo.(RAUEN, 2002, p. 120, grifo do autor).

A amostra desse trabalho foi constituída por 153 alunos da Escola Municipal Prof. Antônio Rohden, sendo que abrangeu todos os alunos das sextas séries dos períodos, matutino e vespertino.

3.1 Intervenções realizadas com os alunos

As intervenções acontecerão conforme a presença das acadêmicas e as disponibilidades das mesmas junto à escola, também contaram com a disponibilidade dos professores em nos aceitarem em sala de aula e nos auxiliarem nas monitorias extraclasses.

Conforme Lins (2008), a monitoria consiste numa atividade de natureza complementar, na qual o aluno tem a oportunidade de desenvolver e ampliar os

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conhecimentos adquiridos na escola por meio do apoio ao docente na condução da disciplina em que este se encontra com dificuldade de aprendizagem.

As monitorias em sala de aula foram realizadas pelas acadêmicas de Ciências Biológicas juntamente comas as de Letras. A aceitação dos professores foi à maior dificuldade, pois somente os professores de Ensino Religioso, Geografia, Inglês e Português permitiram a presenças destas em sala de aula.

As intervenções acontecerão de formas variadas, apresentação de vídeos, trabalhos escritos, estimulação da leitura e interpretação e auxilio nas aulas principalmente de Inglês, sempre priorizando os alunos com mau comportamento e com dificuldades de aprendizagem.

Nas aulas de Ensino Religioso utilizamos da música “Andar com fé” do cantor Gilberto Gil para complementar o conteúdo ministrado pelo professor em sala de aula, logo apresentamos um vídeo com várias imagens relacionados a música e em seguida pedimos para ele montarem um acróstico utilizando o titulo da canção, todos participaram e foram parabenizados pela sua atuação e disponibilidade.

Nas aulas de Geografia os alunos estavam trabalhando a Amazônia e utilizamos de um vídeo “A Amazônia selvagem” da NAT GEO, onde o mesmo se tratava da cultura dos povos, diversidade ecológica e clima desta região. Em seguida os alunos fora convidados a escrever o que mais lhe chamou atenção e em seguida fazer um desenho do seu texto. Alguns educandos não quiseram fazer o trabalho e optamos em uma atividade fora da sala e este compareceram em contra turno para fazer a atividade com auxílio mais priorizado e com mais atenção.

Nas aulas de Inglês os alunos receberam monitorias em sala de aula onde as acadêmicas acompanharam o professor em suas aulas disponibilizando atenção aos alunos que apresentavam dificuldades no conteúdo.

E por fim nas aulas de Português trabalhamos com os alunos na feira de ciências auxiliando nas confecções de cartazes e na escrita correta dos mesmos.

As intervenções não puderam ser mais abrangentes pelo fato de alguns professores não nos aceitarem e não concordarem com a nossa presença em sala de aula juntamente com eles. Buscamos em nossas intervenções a interdisciplinaridade atuando sem distinções das disciplinas, buscando o auxilio de todas quando precisassem ou tivéssemos dúvidas.

4. Resultados e discussão

Como citado na metodologia acima utilizamos de um questionário com 73 questões fechadas com o objetivo de traçar o perfil dos alunos, verificarem o interesse da família no processo de ensino aprendizagem, saber qual a visão do aluno em relação à metodologia utilizada pelo professor e verificar se o mesmo tinha conhecimento do Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID).

A partir das analises do questionário buscamos nos aproximar destes alunos para podermos realizar intervenções em sala de aula e extraclasse, buscando melhorar seu desempenho em sala de aula.

.1 Perfil sócio econômico dos alunos

Segundo o INEP (2012) o sistema educacional brasileiro considera a idade de sete anos a mais adequada para ingressar no Ensino Fundamental, tendo este uma duração de oito anos. De acordo ainda com o INEP (2012) no sistema educacional seriado, existe uma adequação teórica entre a série e a idade do aluno, sendo que quando este se encontra com idade avançada em uma determinada série ele sofrerá a Distorção Idade-Série.

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Os alunos das sextas séries da Escola Municipal Professor Antonio Rohden em sua maioria, 74%, correspondem à idade certa para a série em que estão alocados já 26% apresentam distorção de idade, tendo alunos de até 17 anos freqüentando um ambiente com alunos de 11 anos, estes foram os nossos alvos nas intervenções buscando melhorar o processo de ensino aprendizagem e fazendo com que os mesmos possam interagir em sala de aula com os outros alunos.

De acordo com Neri (2010) a classe C é a classe central, abaixo da A e B e acima da D e E, a faixa C central está comprometida entre R$ 1064 e os R$ 4561 baseados na grande São Paulo. O autor ainda afirma que a classe C está acima do dos 50 % mais pobres e os 10% mais ricos na virada do século.

Para Neri (2010, p. 29, grifo do autor), alguns olham a nossa classe C e a enxergam como média baixa. Conforme o autor ainda a classe média ou C indicam hoje a ocorrência de um boom onde em sua maioria estes possuem casa, carro, computador, crédito e carteira de trabalho.

As análises dos resultados ainda nos proporcionaram dados como a do perfil sócio-econômico e o comprometimento da família com o aprendizado dos educandos Percebe-se que os alunos em sua maioria são de classe C ou média baixa, onde 36% das famílias dos alunos recebem um salário mínimo e 56% recebem de 2 a 5 salários mínimos e 8% não responderam o questionário.

Os alunos foram questionados se estes tinham algum tipo de emprego e 18% deles já trabalhavam e 12% faziam algum “bico” para auxiliar nas despesas da casa.

Como tínhamos que conhecer os alunos com estávamos lidando e tivemos um índice alto de distorção idade série perguntamos aos mesmos se estes já haviam usado droga ilícitas17ou se já tinham visto, e até mesmo se os seus pais usavam de alguma droga. E de acordo com as respostas do mesmo 3% já usaram de algum tipo de droga e 82% somente às vezes, o que se torna um índice agravante conforme a sua idade. Já relacionado aos pais 80% respondeu que não usam droga e somente 6% usam algum tipo.

Também questionamos os mesmo sobre o uso de drogas lícitas18 e no total 22 % consome álcool de vez em quando e apenas 3% afirmaram que consomem quase todos os dias, e 56% conhecem algum alcoólatra. E 20% dos alunos têm pais fumantes.

Perceberam-se ainda com os dados do questionário que os alunos sabem onde precisam mudar para melhorar seu desempenho em sala de aula e que 37% dos alunos disseram que tinha que ter mais responsabilidade com o estudo, já 26% afirmou que tinha que ter mais capricho em relação aos seus estudo e 22% pra melhorar suas notas e aprendizado deveria mudar seu comportamento.

4.2. A relação dos pais no processo de ensino aprendizagem dos alunos

Segundo Ehrlich (1981), o envolvimento dos pais na educação pode ser considerado um elemento primordial na ligação entra casa e a escola. Escola, pais e sociedade formam uma rede de interação na a criança/adolescente está envolvida

De acordo com Comer e Haynes (1991) a participação dos pais na educação é essencial para o desenvolvimento escolar de seus filhos, é a família que promove o suporte social, cultural e emocional.

Nesse sentindo perguntamos aos alunos se os seus pais lhe obrigavam a vir a escola e 52% disse que não que vinha por vontade própria já 40% disse que era obrigado a vir e 7% somente às vezes os pais os obrigavam a vir.

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Também questionamos sobre o acompanhamento de seus pais nos estudos se eles os ajudam nas tarefas escolares e 60% respondeu que sim que seus pais os ajudam nas tarefas e 54% acompanham o rendimento escolar dos mesmos, já 12% não tem acompanhamento dos pais e 33% às vezes.

Através do questionário também vimos que 77% dos pais explicam ou comentam com seus filhos a importância de estudar e ir para escola, mostrando que a maioria dos alunos tem devida atenção em sua família em relação aos estudos.

A partir desses resultados buscamos priorizar os alunos que não tem atenção de seus pais em casa buscando sempre fazer com que eles sentissem prazer em fazer as atividades.

4.3 Percepções dos alunos sobre a escola, a metodologia dos professores e o PIBID19

É importante saber dos alunos o que eles gostam e o que eles não gostam na escola, pois o ambiente escolar é primordial para uma boa aprendizagem.

De acordo com Lima (1995, p. 187):

“Para qualquer ser vivo, o espaço é vital, não apenas para a sobrevivência, mas, sobretudo para o seu desenvolvimento. Para o ser humano, o espaço, além de ser um elemento potencialmente mensurável, é o lugar de reconhecimento de si e dos outros, porque é no espaço que ele se movimenta, realiza atividades, estabelece relações sociais”.

Conforme Zanlorenço e Schnekenberg (2008):

Na escola, a atuação de todos os envolvidos deve acontecer com competência, para que o ensino realmente se faça e que a aprendizagem se realize, que ocorra diálogo, companheirismo, ética construindo assim um ambiente favorável à aprendizagem. (ZANLORENÇO E SCHNEKENBERG, 2008, p.5):

Nas analises dos dados vimos que os alunos desejam algumas mudanças físicas na escola como recreio com horário diferenciado para os alunos, lanches diferentes, e bebedouros com água gelada. Ainda assim 78% dos alunos acham importante vir para escola e continuar os seus estudos.

Já em relação aos seus professores vimos que eles anseiam por aulas diferenciadas mais dinâmicas e como jogos, vídeos, utilizar os computadores da escola, saídas de campo entre outros. Conforme os dados da coleta 20% dos alunos não entendem o conteúdo explicado e acaba não questionando novamente o professor para atender as suas duvidas.

Conforme Freire (1997, p. 39), “é preciso que o educador não se restrinja ao âmbito da sala de aula, da estrutura interna na escola, aos problemas de legislação escolar, mas volte-se para assuntos mais importantes dentro do contexto social e político em que vivemos”.

Segundo Zanlorenço e Schnekenberg (2008, p. 8)

O modo de ser e de fazer do professor, influencia na orientação da aprendizagem dos alunos. É necessário que possua habilidade para construir planos ou projetos de aula, tomar decisões, direcionar ações e determinar procedimentos, comportamentos e gestos. Sua competência, expectativas, formação, valores e atitudes são fatores importantes na determinação de quanto, como e o que o aluno aprende. O professor exerce o papel de mediador entre o universo social e o particular do aluno. Para tanto, deve possuir qualidades como: compreensão da realidade para a qual trabalha comprometimento, competência no campo teórico de conhecimento em que atua e competência técnico profissional.

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Os resultados obtidos, relacionados ao Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência, mostram que 71% dos alunos conhecem o PIBID, 78% dos educandos acham importante o Programa estar presente na escola e ainda 74% gostam de freqüentar as monitorias contra turno e em sala de aula e que mais chama atenção dos alunos a participarem das monitorias é a forma diferenciada de ministrar o conteúdo. O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência está presente na escola desde Julho de 2010 a escola foi escolhida por apresentar um déficit de aprendizagem baixo, apesar disso, 29% dos alunos não sabiam ainda o que era o PIBID e 12% dos alunos nunca participaram das monitorias, das monitorias.

Para poder melhorar a interação dos alunos com as bolsistas do PIBID, antes de começar as intervenções todos nós nos apresentamos e falamos uma pouco sobre o Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência e a importância dele para escola.

4.4 Resultados e discussões das intervenções

As intervenções começaram em Agosto de 2011 e terminou somente em Dezembro de 2011, percebemos que os alunos quando tem uma atenção especifica, eles demonstraram-se mais responsáveis com as atividades a eles submetidos, tiveram uma melhora em seu comportamento e respeitaram aqueles que os orientava na realização das atividades.

Percebeu-se que os alunos se sentirão mais seguros para fazer perguntas relacionadas às suas dúvidas sem medo de algum colega rir ou caçoar, estes fizeram suas atividades com mais comprometimento e buscando um bom resultado e ao serem parabenizados se sentiram confiantes em tentar buscar o seu melhor.

Durante as intervenções buscamos trabalhar a com os alunos mais velhos da turma, os mais inquietos (ditos bagunceiros), os alunos mais distantes dos colegas e aqueles com leve deficiência, sempre com o intuito de incluí-los ao restante da turma, e vimos que os alunos ditos como normais e bons alunos aceitaram estes com bastante afeto e carinho durante a realização dos trabalhos e foi possível ver que a inclusão escolar desses alunos é uma questão de atenção e de segundos professores em sala de aula que auxiliem o professor regente durante as aulas ministradas pelo mesmo.

5. Considerações finais

Contudo percebeu-se que os alunos das sextas séries precisam de uma atenção específica, pois, nestas turmas encontramos alunos com distorção idade série, com baixa renda familiar, baixo estima e desatentos, sendo estes nosso alvo de intervenção, buscando incluí-los a turma de forma a trabalharem juntos durante as atividades. Contudo vimos que nas monitorias em sala de aula e extraclasse, os educandos receberam atenção específica e na realização das atividades, estes se demonstraram mais atenciosos e concentrados no que estavam elaborando.

Deixamos como proposta o segundo professor em cada sala para auxiliar o professor regente, os alunos com déficit de aprendizagem e aqueles que não têm atenção dos pais fora da escola, buscando fazer com os mesmos um trabalho diferenciado e que traga bons resultados ao futuro do educando.

Além disso, a metodologia dos professores nessas salas merece um pouco mais de diversidade, pois se deve cativar o aluno a prestar atenção, e estes reclamaram da forma como os professores ministram suas aulas. A inclusão dos alunos é processo contínuo e demorado, e estes precisam ser avaliados diferenciadamente, pois, além dos problemas já destacados esses

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baseado nesses fatos o trabalho com essas turmas deve ser contínuo buscando sempre a inclusão destes a turma e a escola.

6. Referências

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