UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARA CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PESCA
SOBRE 0 DESENVOLVIMENTO DO OVO E EM BRIM DO TAMBAQUI, COLOSSOMA MACROPO-MUM CUVIER, 1818.
MANOEL OLIVEIRA DE ALBUQUERQUE
Dissertação apresentada ao Departamento de Engenharia de Pesca do Centro de Ci encias Agrrias da Universidade Federal do Cear, como parte das exigências pa ra a obtenção do titulo de Engenheiro de Pesca.
FORTALEZA - CEARA 1990.2
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação Universidade Federal do Ceará
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A311s Albuquerque, Manoel Oliveira de.
Sobre o desenvolvimento do ovo e embrião do Tambaqui, Colossoma macropomum Cuvier, 1818 / Manoel Oliveira de Albuquerque. – 1990.
19 f. : il.
Trabalho de Conclusão de Curso (graduação) – Universidade Federal do Ceará, Centro de Ciências Agrárias, Curso de Engenharia de Pesca, Fortaleza, 1990.
Orientação: Prof. José William Bezerra e Silva.
AGRADECIMENTOS
A Prof. Jose William Bezerra e Silva, pelo incentivo e precisa orientação deste trabalho.
A Prof. Dra. Maria Ivone Mota Alves, pelo apoio e aju da prestada durante a execução deste trabalho.
Aos amigos Aldeney Andrade Soares Filho, Alcelene S. Gomes de Lima, Ricardo C. de Oliveira, Jose Wilson Callope de Freitas, Lilian Negreiros, Mary-Celia N. de AraUjo, Francisco An-tOnio Q. Barros, Leda Maria Lopes Maciel, Fátima Edba de Oliveira Antunes, Darci de Castro e Silva, Edilson Alves da Silva, AntOnio de Pádua Chaves, Pereira Canafistula, Iatamir, Jose Tavares, San-dro Regio, Jose Augusto Ara-hjo Lima, Jose Carlos de Almeida, Jose Guedes Leite, Fábio Camilo, Walfran Miranda Braga, Jose Barbosa. Alexandre Almir Rivas, Francisco da Costa Vasconcelos, Cleidenora de P. e Souza, Marcos Avelino, Carlos Edvar, Mainor, Alexandra M. Magalhaes, Lindberg C. de Aragao, Carmelio Filho, Luis Augusto O. Fernandes, Renato Melo, William Sousa, Edidio Dantas Lima, rica Sayuri Shibata, Luis Pessoa Aragao, Masayoshi Ogawa, Vera Lucia Mota Klein e Carlos Geminiano Nogueira Coelho, pelo apoio, amiza-de e incentivo durante esta jornada.
Ao Centro de Pesquisas IctiolOgicas do DNOCS,Pentecos-te, Ceará, pela utilizagao de equipamentos e materiais de labora-trio. Em especial ao Dr. Gyula Kovács.
SOBRE 0 DESENVOLVIMENTO DO OVO E EMBRIA0 DO TAMBAQUI, COLOSSOMA
MACROPOMUM CUVIER, 1818.
Manoel Oliveira de Albuquerque
INTRODUÇAO
De origem da Bacia AmazOnica, o tambaqui, Colossoma ma-cropomum Cuvier, 1818, e nativo dos rios Solimbes, Madeira, Ore /loco e seus afluentes ( NOMURA, 1984 ).
e
Especie onivora, da familia Caracidae, e um dos primei ros peixes migradores a desovar. A ovulagão ocorre em novembro e inicio de dezembro. Em periodo de pre-desova o tambaqui começa a se movimentar lentamente rio acima. Este comportamento e bem co nhecido pelos pescadores, os quais sugerem que os peixes estão procurando áreas apropriadas para a desova, ao longo das restin
gas que estão começando a submergir nesta poca do ano.
A maior produção do tambaqui vem do medio rio Madeira, logo antes do perlodo de desova da especie, tendo um grande va br econômico, sustentando milhares de pescadores profissionaise fornecendo proteina de origem animal para os habitantes da regi
ao.
Desde 1934 já se recomendava o estudo da biologia e aclimatação da especie para o povoamento de rios e açudes nordes tinos ( IHERING, 1934 ).
Em 1966, o DNOCS recebeu o primeiro lote de 24 alevinos de tambaqui, procedentes de Manaus (AM), cedidos pelo Sr. Jose Lopes, funcionário da Secretaria de Agricultura do Acre ( FONTE NELE & NEPOMUCENO, 1982 ). Os alevinos foram aclimatados, inici almente, em tanques, depois em viveiro da Estação de Piscicultu ra " Valdemar C. de França ", ex-Posto de Piscicultura de Amana
Em 1972, o citado lote de tambaqui foi transferido para a Unidade Experimental de Piscicultura Intensiva ( Pentecoste, Cea rá ), hoje integrada ao Centro de Pesquisas IctiolOgicas "RodoIpho von Ihering". Dois anos apOs, 2m 1974, os exemplares machos pesa vam, em media, 7,2kg, e as fêmeas, 11,0kg.
Em fevereiro de 1974 realizou-se a primeira tentativa de propagação artifical da especie (LOVSHIN et alii,1974; LOVSHIN, 1975), sem êxito. Os trabalhos tiveram prosseguimento em 1977, uti lizando-se tambaquis oriundos de Iquitos (Per{) e hipOfeses de cu rimatã comum, Prochilodus cearaensis Steindachner (SILVA et alii , 1978).
IHERING et alii ( 1981 ) conseguiram elucidar os deta lhes essenciais da desova de curimatã, Prochilodus marggravii (Wal brun, 1829 ). Contudo, para o tambaqui não foi realizado nenhum es tudo dessa natureza.
No presente trabalho, faz-se consideragbes sobre o de senvolvimento do ovo e do embrião do tambaqui, tentando caracteri zar fases do desenvolvimento embrionário. Isto contribuirá para o maior aproveitamento da incubação de ovos da especie, mediante o conhecimento do que se passa durante todo o processo evolutivo, re lacionando-se com o tempo.
Lembramos que a especie vem se destacando como uma das principais na produção de alevinos, pelas EstagOes de Piscicultura nacionais, principalmente as das Regibes Nordeste e NOrte.
MATERIAL E MtTODOS
Reprodutores e reprodutrizes de tambaqui,utilizados nes te estudo, eram mantidos em viveiro natural, com área de 2.500 M2,
no Centro de Pesquisa IctiolOgicas do DNOCS, Pentecoste, Ceará, a
limentados com raga() balanceada, peletizada, contendo 32% de pro
tema bruta. Em 22 de outubro de 1989, foi feita a seleção dos re
produtores e reprodutrizes no viveiro, conforme FONTENELE (1959).
Os exemplares foram capturados com rede de arrasto, no total de
quatro, sendo duasTemeas ( com 5 e 7 kg ) e dois machos ( com 4
kg cada um ). Na ocasião as fêmeas apresentavam abdomen volumosoe
papila genital dilatada; os machos, apos pressão no abdomen, dei
xaram fluir semen.
Os peixes foram transportados para o'nfish-Con", imedia
tamente pesados eM balança com precisão de 20g e obtido o perime
tro corporal, com trena milimetrica, para cálculos das doses hor
monais.
A seguir foram colocados em tanques de 2.000 1,
comre
novação de água constante, atraves de um sistema de
cano/cotovelo,que regula o nivel da agua.
Para induzir a ovulação, foram administradas duas doses
de hormOnios hipofisários, diluidos em soro fisiolOgico. ,Usou-se
hipOfese de carpa comum,
Cyprinus carpioL., 1758, secas em aceto
na, conforme WOYNAROVICH ( 1986 ).
Foram administradas duas doses nas fêmeas e uma dose 'ice
machos. Na primeira dose das fêmeas empregou-se 0,5mg de hipOfe
se/kg de peso. Na segunda usou-se 5,0mg de hip5fese/kg de peso. 0
intervalo entre aquelas foi de 14 horas.
A quantidade'utilizada de soro fisiolOgico foi de
2m1
por peixe
EMcada dose. Nos machos foi aplicado dose ;mica,
cor
respondente a 2,5mg de hipOfese/kg de peso, logo apOs a segundado
se das femeas.
Por segurança, e para evitar perdas de Ovulos,
foram
feitas suturas na dobra que protege a abertura sexual das fêmeas
antes da segunda dose.
as, fez-se a leitura da temperatura da água, em intervalos de uma hora. As temperaturas foram registradas em formulário prOprio, pa ra calculo da hora-grau.
Foi utilizado tranquilizante para os peixes, quando da aplicação das doses e da extrusão dos Ovulos e do semen, na pro porção de 1 ml de quinaldina para 100 1 de água.
No momento da extrusão das fêmeas retirou-se a sutura e pressionou-se a região abdominal, os ovulos fluiram, sendo coleta dos em bacia plástica, seca e pesada numa balança com divisão de lOg e capacidade de lkg.
A extrusão dos Ovulos e semen foi feita a seco. 0 semen foi coletado atraves de uma seringa plástica de 5cc.
Em seguida, realizou-se a mistura de Ovulos e semen, a dicionando-se água pura em pequena quantidade, mexendo-se minter ruptamente o conte-ado da bacia, durante 5min, aproximadamente. A pos este periodo, maiores quantidades de agua foram adicionadas , permanecendo na bacia por mais 5min. Neste intervalo CG ovos fo ram lavados duas vezes. Em seguida, foram colocados em incubado ras de fibra de vidro, com capacidade de 60 1 cada, com renovação
0 de água constante, em torno de 4 1/min, numa temperatura de 27C.
Utilizando-se uma placa de Petri de 8,5cm de diametro, coletou-se ovos na bacia e na incubadora os quais foram levados para o laboratOrio. As coletas foram feitas sempre que se notou alteragão no desenvolvimento dos ovos.
Para microfotografias dos ovos, utilizou-se microscOpi o estereoscOpico,marca PZO WARSZAWA, com ocular 3,2X e objetiva
2,5.
Para exame da motilidade do espermatozOide, utilizou-se microscOpio NIKON, com ocular HKW 10X e objetiva 20X.
RESULTADOS E DISCUSSA0
Características do semen
0 semen do tambaqui se apresentou do tipo semi-denso com coloração branco-gelo. Do estado de inercia em que se encon travam no testículo, os espermatozoides adquirem movimentação lo go que entram em contato com a agua. Esta movimentação foi obser vada em três fases: Primeira, com duração media de 21s, os esper matozoides apresentam movimentação ativa e forte para frente e o nUmero de choques entre eles e muito alto; Segunda, com duração media de 35s, o movimento diminui em velocidade, mais tarde para, mas os espermatozoides permanecem vibrando; e Terceira, com dura gao media de 84s, os espermatozoides vibram apenas no mesmo in gar. 0 numero de choques entre as celulas e insignificante, a vi bragao diminui e mais tarde pára, as celulas morrem ( KOVÁCS
1990 ).
A quantidade de semen obtida foi de 2m1/kg de peso do reprodutor. 0 n-amero de espermatozOide varia de 6 a 10 milhes/ cm3, conforme KOVÁCS ( op. cit. ). Segundo WOYNAROVICH ( 1986 ), " Um macho de tambaqui produz 2 a 5 ml de esperma/kg ".
Características dos óvulos e Ovo
Os Ovulos recem extrusados se apresentam como uma peque na esfera, cor esverdeada e com diametro variando de 0,9 a 1,0mm, sendo que o globo vitelino tem-no entre 0,8 a 0,9mm. Estes dados estão de acordo com os obtidos por WOYNAROVICH ( 1986 ), o qual afirma, ainda, que o Ovulo tem, em media, 0,58mg de peso.
0-ovo apos hidratado alcançou o diametro de 4,0 a 4,3mm e tem coloração verde escura. Livre decanta na água para o fundo do tanque, bacia ou incubadora ( SILVA et alii, 1981 ).
Desenvolvimento do Ovo e do Embrião
Na presente pesquisa, a extrusão de Ovulos foi feita as 16h Omin, do dia 22.10.1989. Logo apOs fez-se a coleta do semen.
-
Misturou-se na bacia ovulos e semen, homogenizando-se com colher ,
de plástico. as 17h 05min, colocou-se agua na bacia, ocorrendo en tão a fecundação ( Tabela I ).
Decorridos 20min da fecundação, os ovos apresentavam-se quase que totalmente hidratados, observando-se o inicio da seg mentaglo celular ( Tabela I e figura 01 ). Segundo observou SILVA et alii ( 1981 ), o cono germinativo do ovo do tambaqui aparece 15 min apOs a fecundação. WOYNAROVICH ( 1986 ), refere-se que o ovo de tambaqui está completamente hidratado 30 a 40min apOs a fecun dação. Os polos germinativos e vegetativos do ovo formam um " cleo " central, envolto pela câmara de hidratação. 0 vitelo e re lativamente volumoso. Com a temperatura da agua a 2800, a divisão celular para dois blastemeros observou-se 23min apos a fecundação ( Tabela I e figuras 02 e03 ). Na f1gura.03, vê-se que os blasteme ros estão bem destacados e o vitelo se apresenta algo elipsOide . Segundo SILVA et alii ( 1981 ), com 30min da fecundação o ovo do tambaqui alcança a formação de dois blastemeros. Isto a temperatu ra de 27o C.
Apas 30min da fecundação observa-se quatro blastemeros no polo germinativo, bem destacados ( Tabela I e figuras 04 e 05 ). 0 polo vegetativo apresenta-se mais claro. Ambos os polos ain da formam um " nucleo " bastante centralizado, envoltos pelo es paço perivitelino do ovo, onde Se posiciona a câmara de hidrata gão. 'HERING et alii ( 1981 ) observaram, para Prochilodus
mar-ggravii Walbrun, que apOs 50min da fecundação os ovos alcançavam dois blastemeros.
Passados 42min, o ovo apresentava oito celulas ( Tabs
la I e figura 06 ), com diâmetro diminuidos em relação aos bias tOmeros da fase anterior.
Fase de 16 a 32 blastOmeros foi observada Olh 03min a pos a fecandação ( Tabela I e figura 07 ). Para curimatã pacu, P. marggravii Walbrun, no Nordeste brasileiro IHERING et alii ( 1981 ) observaram 32 celulas no ovo apOs Olh 53min da fecunda gão.
Maciço de celulas semelhantes a uma mOrula foi obser vada apOs Olh 22min da fecundação ( Tabela I e figura 08 ).
Esboço do embrião, mostrando cabeça e cauda em inicio de formação, envolvendo cerca de dois terço do vitelo, foi ob servado apOs 04h 23min da fecundação ( Tabela I e figura 09 ) . Para alcançar esta fase, ovos de P. marggravii Walbrun demora llh 20min, segundo IHERING et alii ( op. cit. ). uma fase pou co alem da de blástula. 0 vitelo mostra-se na forma quase cir cular.
Decorridos 07h 37min da fecundação, o embrião esta em franca formação, aparecendo as vertebras bem nitidas e cabeça e cauda mostram-se bem diferenciadas ( Tabela I e figura 10 ). 0 vitelo assume uma forma algo prolongada, na direção da cauda, e tem cerca de dois terços envolvidos pelo embrião.
EmbriOes com caudas bem destacadas e soltas do vitelo foram observados apOs 10h 55min da fecundação ( Tabela I e figu ra 11 ). Há. um alongamento do vitelo em direção cauda e as vertebras continuam bem nitidas. Observa-se diferenciação de vs siculas oticas. Para P. marggravii Walbrun, IHERING et alii 1981 )observaram esta fase apOs 19 horas da fecundação.
Apos llh 55min da fecundação do ovo, as larvas ja es tavam formadas e se movimentavam na cápsula ovular ( Tabela e figura 12 ). Para a curimatã pacu isto ocorreu 25 horas apos a fecundação, IHERING et alii ( 1981 ).
temperatura de 28° C para a agua ( Tabela I ). Segundo LOPES et alii ( 1982 ), a eclosão da larva do tambaqui ocorre cerca de 12 horas apOs a fecundação, com temperatura da água a 27°C. SILVA et alii ( 1981 ), obtiveram eclosão 17 horas apOs a fecundação , com temperatura da água em torno de 27° C. Segundo WOYNAROVICH ( 1986 ), a uma temperatura de 28°C, o desenvolvimento do ovo do tambaqui e muito rápido, cerca de 12 horas.
CONCLUSÕES
Da análise dos resultados, conclui-se o seguinte:
a) 0
semen
do tambaqui e do tipo semi-denso, com colo ração branco-gelo. O período de movimentação ativa dos espermato,
zoides dura, em media, 21 segundos;
b) A quantidade de
semen
obtida foi de 2m1/kg de peso do reprodutor;c) Os Ovulos são pequenos ( 0,9 a 1,0mm de diâmetro cor esverdeada, com reserva nutritiva volumosa;
d) 0 ovo hidratado apresenta 4,0 a 4,3mm de diâmetro e apresenta coloragão verde escura;
e) 0 desenvolvimento do ovo e do embrião e rápido, 13 horas apOs a fecundação, a uma temperatura media da água de 28° C. Isto está ligado ao tipo de reprodução natural da especie, o que requer um desenvolvimento embrionário assaz rápido. Quanto a es te aspecto, a especie supera a curimatã pacu da bacia do rio
Sao
Francisco e aclimatizada nos açudes nordestinos; ef) As condigbes da presente propagação artificial e de incubação dos ovos, aliados a temperatura da água, mostraram-se ideais para o tambaqui, haja vista a rapidez do desenvolvimento dos ovos e embrião.
SUMÁRIO
No presente trabalho estudou-se o desenvolvimento do ovo e do embriao do tambaqui, Colossoma macropomum Cuvier, 1818 , aproveitando-se a propagação artificial de dois machos e duas fe meas, realizada no Centro de Pesquisas IctiolOgicas " Rodolphown Ihering " ( Pentecoste, Ceará, Brasil ), pertencente ao Departa mento Nacional de Obras Contra as Secas ( DNOCS ).
0 metodo da propagação foi a usualmente adotada pelo DNOCS. Para exame do semen utilizou-se microscOpicio NIKON, com o cular HKW1OX e objetiva 20X. Para microfotografia dos ovos,.uso-U-
,
se microscOpio estereoscopico,PZO WARSZAWA, com ocular 3,2X e ob jetiva 2,5.
Os resultados mostraram que o semen do tambaqui e do ti po semi-denso, com coloração branco-gelo. 0 período de movimenta-ção ativa dos espermatozOides dura, em media, 21 segundos.A quan tidade de semen obtida foi de 2m1/kg de peso do reprodutor.
Os Ovulos são pequenos ( 0,9 a 1,0mm de diâmetro ), cor esverdeada, com reserva nutritiva volumosa. 0 ovo apos hidratado apresenta 4,0 a 4,3mm de diâmetro e apresenta coloração verde es
„ cura. 0 desenvolvimento do ovo e do embrião e rápido, 13 horas a pOs a fecundação, a uma temperatura media da água de 28°C. Isto esta ligado ao tipo de reprodução natural da especie, o que
,
quer um desenvolvimento embrionário assaz e rápido. Quanto a este aspecto, a especie supera a curimata pacu da bacia do rio Sao Francisco e aclimatizada nos açudes nordestinos. As condigbes da presente propagação artificial e de incubação dos ovos, aliados a temperatura da água, mostraram-se ideais para o tambaqui, haja vis ta a rapidez do desenvolvimento dos ovos e embrião.
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macropomum Cu Oc. PZO 25X ; FIGURA 01 - Ovo embrionado de tambaqui, Colossoma
vier, 1818, com 20 minutos fecunaado. Obj. 1,6
FIGURA 02 - Ovo embrionado de tambaqui, Colossoma macropomum Cu vier, 1818 com 23 minutos fecundado, notando-se o inicio da divisão celular para formação de dois bias tOmeros. Cc. PZO 25X ; Obj. 1,6
-
FIGURA 03 - Ovo embrionado de tambaqui, Colossoma macropomum Cu
vier, 1818, com 30 minutos fecundado, vendo-se os blastOmeros bem destacados e o vitelo se apresenta elipsOide. Oc.PZO 25X ;obj.1,6
FIGURA
FIGURA 04 - Ovo embrionado de tambaqui, Colossoma macropomum Cu
FIGURA 05 - Ovo embrionado de tambaqui, Colossoma macropomum Cu vier, 1818, apOs 30 minutos fecundado, vendo-se ni tidamente os quatro blastOmeros. Oc.pz0 25X
Obj.1,6
FIGURA 06 - Ovo embrionado de tambaTui, Colossoma macropomum Cu vier, 1818, com 42 minutos fecundado, observando-se oito celulas, com diâmetro diminuidos em relação aos blastOmeros da fase anterior. Oc.PZO 25X ;Obj. 2,4
FIGURA 07 - Com 1 hora e 3 minutos o ovo embrionado de tamb aqui, Colossoma macropomum Cuvier, 1818, apresenta de 16 a 32 blastOmeros. Oc. PZO 25X; Obj. 2,4
FIGURA 08 - Fase de mOrula do ovo embrionado de tambaqui, Colos-soma macropomum Cuvier, 1818, com 1 hora e 22 minu tos fecundado. Oc.PZO 25X ; Obj. 2,4
FIGURA 09 - Esboço do embrião de tambaqui, Colossoma macropomum Cuvier, 1818, mostrando cabeça e cauda em inicio de Formação, com 4 horas e 23 minutos fecundado. Oc.
PZO 25X, Obj. 2,5
FIGURA 10 - Formação do embrião de tambaqui, Colossoma macropomum Cuvier, 1818, aparecendo as vertebras bem nitidas, ca beça e cauda bem diferenciadas, decorrido 7 horas e 37 minutos da fecundação. Oc.PZO 25X;Obj. 2,5
FIGURA 11 - Embrião de tambaqui, Colossoma macropomum Cuvier, 1818, com 10 horas e 55 minutos fecundado, notan do-se cauda bem destacada e solta do vitelo. Oc.
PZO 25X; Obj. 2,5
FIGURA 12 - Apos 11 horas e 55 minutos da fecundação, nota-se o ' embrião de tambaqui, Colossoma macropomum Cuvier
Tabela I - Observagbes sobre o desenvolvimento do ovo e embrião do tambaqui, Colossoma macropomum(Cuvier, 1818), em função do tempo.
Hora/min Tempo decorrido da fecundidade Fase de desenvolvimento
17h 05min 17h 25min 17h 28min 17h 35min 17h 47min 18h 08min 18h 27min 21h 28min 00h 42min 04h 00min 05h 00min 06h 08min 00h 00min 00h 20min 00h 23min 00h 30min 00h 42min Olh 03min Olh 22min 04h 23min 07h 37min 10h 55min llh 55min 13h 03min
Fecundação (colocação de água na bacia com Ovulos e esperma).
Ovo quase totalmente hidratado, inicio da segmentação(formação do blastodisco).
Divisão celular para dois blasts-meros.
Fase de quatro blastOmeros. Fase de oito blastOmeros.
Fase de dezeseis a trinta e dois blastOmeros.
Fase de mOrula.
Esboço do embriao, mostrando cabe ga e cauda em inicio de formação. Formação do embrião. Vertebras bem nitida, cabeça e cauda se di-ferenciando.
Embrião com cauda bem destacada e solta do vitelo.
Embrião movimentando-se na cápsu-la ovucápsu-lar.