UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA
LABORATÓRIO DE PROCESSOS CATALÍTICOS
Tópicos em Adsorção
César A. M. Abreu
1. INTRODUÇÃO
Interações fluido-sólido, envolvendo contato de componentes de fases fluidas com as superfícies de sólidos podem destacar efeitos físicos e/ou químicos. No processo adsortivo as espécies das fases fluidas aderem e são ou não retidas nas superfícies em dois principais níveis de interação. Um primeiro tipo, de natureza física, é dito adsorção física. Interações mais fortes, a nível energético de reações químicas são identificados como adsorção química. Etapas de liberação dos componentes adsorvidos incorrem sobre o fenômeno de dessorção.
Decorrentes das possibilidades de interações em diferentes níveis, devido as naturezas dos componentes das fases fluidas e dos materiais sólidos adsorventes, os processos elementares de adsorção e dessorção podem ser utilizados para a operacionalização de processos de separação, em catálise, como técnicas analíticas e em tratamentos de remoção de impurezas e sub-produtos. Caracterizado o potencial de materiais para aplicação como adsorvente, buscam-se viabilizar suas aplicações com agentes determinantes nos processos adsortivos. Para tais fins orientam-se seus usos em termos cinéticos e de equilíbrio, procurando-se garantir tempos exeqüíveis de processamento e capacidades adsortivas significantes para determinadas interações adsorvente-adsorvato.
CINÉTICA E EQUILÍBRIO DE ADSORÇÃO
A evolução cinética do processo adsortivo em sistema fechado pode ser descrita pelo balanço de massa referente ao adsorvato (A), assim escrito:
TAXA MÁSSICA REMOVIDA DA FASE FLUIDA = TAXA MÁSSICA ADSORVIDA NO ADSORVENTE O balanço equacionado é expresso por:
dt dq m dt dC V A S A F = − (1)
Resulta então que:
(
CA0 −CA)
=(
mS VF)
qAAo se interpretar a cinética de adsorção segundo Langmuir, propõe-se a seguinte taxa de adsorção:
(
A)
d A A ad A A AC 1 k k dt dq = −θ − θ (2)A inserção desta taxa na equação de balanço (Eq. 1), fornece uma equação diferencial (Eq. 3), cuja solução descreve o processo cinético de adsorção em um adsorvedor descontínuo.
(
)
[
ad A A d A]
S A F dt m k AC 1 k A dC V = −θ − θ − (3) Visto que S A A A =q q θ ; A A d ad A k k K = e qA(
CA CA)
VF mS 0 − = reescreve-se a Eq. 3 na seguinte forma, em termos da concentração do adsorvato na fase fluida:⎪⎭ ⎪ ⎬ ⎫ ⎪⎩ ⎪ ⎨ ⎧ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − − ⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − − ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ = − F S A A A F S A A A A ad F S A V m C C K 1 V m C C 1 C q k V m dt dC 0 0 S A (4)
Tendo em vista a integração da equação formulada, esta pode assim ser representada:
⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎣ ⎡ − ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − + + = − A A A A A F S 2 A A ad A K C C C K 1 V m C q k dt dC 0 0 S A (5)
A integração da Eq. 5 nos limites de CA0 a CA no intervalo de 0 a t, conduz à solução
(
)
t q k X X X C X C X C X C ln S A 0 0 A ad A A A A = ′′− ′ ⎟ ⎟ ⎠ ⎞ ⎜ ⎜ ⎝ ⎛ ′′ − ′ − ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ ′ − ′′ − (6) na qual C 4C K 2 K 1 V m C K 1 V m X , X 2 1 A A 2 A A F S A A F S 0 0 0 ⎪ ⎭ ⎪ ⎬ ⎫ ⎪ ⎩ ⎪ ⎨ ⎧ ⎥ ⎥ ⎦ ⎤ ⎢ ⎢ ⎣ ⎡ + ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − + ± ⎟⎟ ⎠ ⎞ ⎜⎜ ⎝ ⎛ − + = ′′ ′Conhecido o comportamento cinético adsortivo através de observação da variação da concentração do adsorvato A na fase fluida em função do tempo, é possível ajustar-se a Eq. 6 aos dados experimentais extraindo-se a constante cinética de adsorção e confirmando-se a ocorrência de um processo puramente adsortivo.
Conhecidos CA0, mS e VF; determinados KA e qAS segundo observações sobre a
cinética, tem-se acesso a X´ e X´´. A partir do ajuste linear obtido da Eq. 6, através de
( ) (
CA X X)
kadAt qASf
ln = ′′− ′ , estima-se kadA. Na Figura 1 estão apresentadas a evolução cinética e a caracterização de parâmetros inseridos no modelo.
Figura 1 Representação da isoterma de Langmuir para a fase fluida. Em t=teq,
eq
A
A C
C = e tem-se o correspondente valor qA
(
CA CA)
VF mS eq0
eq = − ,
podendo-se calcular KA impondo-se condição de equilíbrio sobre a Eq. 2. Sob condições
particulares o equilíbrio se estabelece com saturação do adsorvente, tendo-se
S eq A A q q = . C Aeq C A teq t
Situando-se no equilíbrio a Eq. 2 transforma-se em: eq A A A A eq A A C K 1 C K q q S + = (7)
A qual está identificada com a isoterma de Langmuir. Na forma linear a Eq. 7 assim se apresenta:
eq S S eq eq A A A A A A C q 1 q K 1 q C + = (8)
Observações experimentais de estabelecimento de equilíbrio de adsorção, partindo-se de diferentes concentrações do adsorvato na fase fluida, revelam diferentes valores de CAeq e qAeq , os quais introduzidos na Eq. 8 podem se submeter a um ajuste linear, fornecendo KA e
qAS. Na Figura 2 representa-se a isoterma de equilíbrio e a identificação dos parâmetros do modelo de Langmuir.
Figura 2 Representação da isoterma de Langmuir para a fase sólida. Saturação Linear q Aeq C Aeq
Para valores reduzidos de CAeq tem-se
eq S
eq A A A
A q K C
q = , na região linear. Na faixa de saturação, para valores elevados de CA, identifica-se qAeq =qAS.
Outras formas de representação dos comportamentos cinéticos e de equilíbrio de adsorção incluem em destaque a formulação de Freundlich, a qual combinada à teoria de Langmuir indica um maior grau de generalização. Assim, identificadas com enfoque de Langmuir-Freunlich, tem-se as seguintes representações :
- para a cinética de adsorção fluido-sólido monocomponente,
(
A)
d A n A ad A A Ak
1
C
k
dt
dq
=
−
θ
−
θ
(9)- para o equilíbrio correspondente,
eq n A A n A A eq As A
C
K
1
C
K
q
q
S+
=
(10)O ajuste da isoterma de Langmuir-Freundlich (Eq. 10) aos resultados experimentais decorre de sua aplicação na forma linear assim expressa :
As n A A As A
q
1
C
1
K
q
1
q
1
+
⎟⎟
⎠
⎞
⎜⎜
⎝
⎛
=
(11)Propõe-se um valor para n e procede-se o ajuste linear de 1/qA versus 1/CA . determinando-se
KA e qAs .
Considerando o recobrimento da superfície pela monocamada molecular de um componente A gasoso, tem-se Vm como o volume de gás utilizado para o recobrimento
completo desta camada. Assim, tem-se θA = VA/Vm, com VA sendo o volume do componente
adsorvido em determinado instante na correspondentes pressão de equilíbrio. Introduzindo esta definição de θA consegue-se,
A A A A m A P K 1 P K V V + = (12)
A equação 12 na forma linear torna-se,
A m m A A A P V 1 V K 1 V P = + ⋅ (13)
Variações de pressão conduzem a correspondentes mudanças na quantidade de adsorvato na superfície sólida, podendo-se atingir seu recobrimento total a uma determinada pressão, quando VA=Vm, resultando θA =1.
A partir de medidas de pressão para correspondentes volumes de gás adsorvido, representa-se graficamente a equação na Figura 3 com as quantificações de Vm e KA para o
componente gasoso adsorvido no sólido adsorvente.
P P / V m KV 1 β m V 1 tgβ=
Uma análise da equação 13, segundo o domínio de pressões aplicadas, ressalta comportamentos distintos do equilíbrio de adsorção sob condições extremas:
− sob baixas pressões ( KAPA<<1 ),
P K
θA = A A (domínio linear) (14)
− sob pressões elevadas ( KAPA>>1 ),
1
θA = (domínio de saturação) (15)
2. EQUILÍBRIO DE ADSORÇÃO MULTICOMPONENTE
Quando dois ou mais componentes gasosos são adsorvidos sobre a mesma superfície, ocorre adsorção multicomponente, com cada gás i, sob determinadas condições de pressão e temperatura, ocupando θi, a fração de superfície recoberta por cada um desses componentes. A
fração de superfície não recoberta correspondente é dada por (1–θi).
As velocidades de adsorção e dessorção para os componentes de uma mistura gasosa, sobre uma superfície sólida, são assim escritas:
(
)
[
1 ...]
P k ra1= a1 1 − θ1+θ2+θ3+ (16) 1 1 d 1 d k r = θ (17)(
)
[
1 ...]
P k ra2 = a2 2 − θ1+θ2+θ3+ (18) 2 2 d 2 d k r = θ (19)(
)
[
1 ...]
P k raj = aj j − θ1+θ2 +θ3+ (20) j j d j d k θ r = (21)No equilíbrio de adsorção e dessorção, quando ra1=rd1; ra2 =rd2; raj =rdj , resultam as equações: eq i i 1 1 eq 1 P K 1 P K θ
∑
+ = (22) eq i i 2 2 eq 2 P K 1 P K θ∑
+ = (23) eq i i j j eq j P K 1 P K θ∑
+ = (24)3. DINÂMICA DA ADSORÇÃO EM LEITO FIXO
Os fenômenos decorrentes da operação em leito fixo contínuo incluem efeitos de convecção forçada e acumulação na fase fluida intersticial do leito na fase sólida adsorvente. Estes fenômenos são representados como segue:
NA = U0.CA representa o fluxo convectivo forçado, impulsionado por
bombeamento ou compressão, expresso em mol.m-2.s-1. . CA
t
ε ∂
∂ , quantifica a taxa de acumulação do componente A, relativa ao fluido contido na região entre as partículas sólidas de adsorvente, ocupando uma fração ε do volume do leito, nas unidades mol.m-3.s-1.
. qA
t
ε ∂
∂ , significa a taxa de acumulação do componente A, correspondente ao fluido estagnado no interior das partículas sólidas, incluindo a região dos poros e suas superfícies, ocupando uma fração 1 - ε do volume total do leito, expresso nas unidades de mol-1.m-3.s-1.
Um balanço de massa aplicado a um elemento de volume ∆V, do leito fixo constituído de partículas sólidas, é representado, referente ao componente A, em escoamento na fase fluida que percorre o leito, como sendo:
. . . A. (1 ). A. . A e t A s t s dC dq N S N S V V dt dt ε ε ρ − = ∆ + − ∆ (1)
Dividindo todos os termos por ∆V = St .∆z, consegue-se:
(
)
. (1 ). . A s A e A A s N N dC dq z ε dt ε dt ρ − − = + − ∆ (2)No limite quando ∆z tende a zero, tem-se:
0 lim A . A (1 ). A. s z N C q z ε t ε t ρ ∆ → ∆ ∂ ∂ − = + − ∆ ∂ ∂ (3)
. (1 ). . A A A s N C q t ε t ε t ρ ∂ ∂ ∂ − = + − ∂ ∂ ∂ (4) Substituindo NA = U0.CA resulta: 0. . (1 ). . A A A s C C q U t ε t ε t ρ ∂ ∂ ∂ − = + − ∂ ∂ ∂ (5)
Considerando equilíbrio instantâneo, recorre-se à representação de Langmuir para relacionar a concentração do adsorbato na fase fluida com aquela da fase sólida adsorvida, equação (6), em cada ponto do leito fixo:
. 1 . S A A A A A q K C q = +K C (6)
Para baixas concentrações do componente A, ela transforma-se na expressão linear seguinte:
. .
A
A A A A
q =K q C (7)
Conduzindo a equação (5), deve-se derivá-la obtendo-se:
. . A A A A A q C K q t t ∂ = ∂ ∂ ∂ (8)
Assim, na equação (5), tem-se:
0. A . A (1 ). .s A. AS. A C C C U K q t ε t ε ρ t ∂ ∂ ∂ − = + − ∂ ∂ ∂ (9)
De outro modo: 0. (1 ). . . S . A A s A A C C U K q z ε ε ρ t ∂ ⎡ ⎤ ∂ − =⎣ + − ⎦ ∂ ∂ (10)
Sabe-se que CA = f (z,t), podendo-se escrever:
. . A A A t z C C dC dz dt z t ∂ ∂ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ =⎜ ⎟ +⎜ ⎟ ∂ ∂ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
Para CA = cte: tem-se que dCA = 0 e conseqüentemente:
. 0 A A A C t t C z C z t t ∂ ∂ ∂ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞ +⎛ ⎞ = ⎜ ⎟ ⎜ ∂ ⎟ ⎝∂ ⎠ ⎜ ∂ ⎟ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠ (11)
Da relação anterior consegue-se a relação abaixo:
A A t A t C C t C z z t ∂ ⎛ ⎞ ⎜ ∂ ⎟ ∂ ⎛ ⎞ = −⎝ ⎠ ⎜ ∂ ⎟ ⎛∂ ⎞ ⎝ ⎠ ⎜∂ ⎟ ⎝ ⎠ (12) Observa-se que A c C z U t ∂ ⎛ ⎞ = ⎜∂ ⎟
⎝ ⎠ expressa uma velocidade linear, mantida constante em uma determinada consideração, representando a velocidade de propagação (Uc) da frente de onda
da concentração do adsorbato. Resulta que:
A t A c t C t C z U ∂ ⎛ ⎞ ⎜ ∂ ⎟ ∂ ⎛ ⎞ = −⎝ ⎠ ⎜ ∂ ⎟ ⎝ ⎠ (13)
0. (1 ). . . . A A A s A A c C U C z K q U ε ε ρ t ∂ ⎛ ⎞ ⎜ ∂ ⎟ ∂ ⎝ ⎠ ⎡= + − ⎤ ⎣ ⎦ ∂ (14)
Resulta a seguinte expressão para a velocidade de propagação do adsorbato ao longo do leito fixo de adsorvente. 0 (1 ). . . S c s A A U U K q ε ε ρ = ⎡ + − ⎤ ⎣ ⎦ (15)
A aplicação do valor de Uc na parte superior de leito fixo da coluna de adsorção permite que se
expresse: c L U t = ∆ (16)
Ou de modo análogo, tem-se o tempo de saturação do leito (∆t ≈ ∆ts):
s c L t U = (17)
Aplicando um balanço de massa global para o componente A, sobre o leito fixo da coluna de adsorção:
Massa de A Massa de A Massa de A que entra na na fase adsorvida na coluna líquida fase sólida
⎛ ⎞ ⎛ ⎞ ⎛ ⎞
⎜ ⎟ ⎜= ⎟ ⎜+ ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎜ ⎟ ⎜ ⎟ ⎜ ⎟
⎝ ⎠ ⎝ ⎠ ⎝ ⎠
De forma quantificada consegue-se: . . . . (1 ).
S S S
A f A L A
F C t =εC Y + −ε q (18)
Na qual F(Kg.h-4), CA0 (Kg.m-3), qA0 (Kg.m-3) são respectivamente a vazão mássica do
fluido, a concentração do componente A no fluido de alimentação e a concentração do componente A no sólido adsorvente.
As variáveis tf, YL e YS são o tempo de deslocamento da frente de onda de adsorção e os
volumes das fases líquida e sólida. Definindo o tempo espacial .v
F ε τ = e o fator k’, ' 1 . S A A q k C ε ε − ⎛ ⎞ = ⎜ ⎟ ⎝ ⎠ , transforma-se a equação (19) em: .(1 ') f t =τ +k (19)
A partir do comportamento dinâmico do processo contínuo de adsorção em leito fixo, representado pela curva de ruptura, são fixados o tempo de saturação do leito (ts), o
tempo de deslocamento (t0) e o tempo de ruptura (tR).
Assim é possível estimar as capacidades total (Ctot) e útil (Cut) da coluna de
adsorção. 0 . ( ). S A t tot A A C =F
∫
C −C dt (20) 0 . ( ). b A t ut A A C =F∫
C −C dt (21)4. ADSORÇÃO LÍQUIDO SÓLIDO - OPERAÇÃO DESCONTÍNUA
A operação adsortiva decorre de contato líquido-sólido em batelada, operando-se desde o carregamento das duas fases até se atingir o equilíbrio para o adsorvato distribuído entre a fase líquida e a fase sólida. De forma otimizada a operação deve durar o tempo necessário para que seja estabelecido o equilíbrio fluido-sólido.
A evolução do processo de transferência de massa do adsorvato da fase líquida para a fase sólida, com a adsorção sobre esta, se identifica com o controle pela cinética do processo adsortivo intrínseco, observando-se uma redução do teor do adsorvato no líquido e um aumento deste sobre o adsorvente.
Sejam as variáveis Y(g adsorvato/g solução) e X(g adsorvato/g adsorvente), assumindo valores Xo = 0 e Yo na alimentação do adsorvedor tipo tanque de mistura, o qual é carregado com L( kg) de líquido e S( kg) de sólido. Opera-se o sistema isotermicamente até que o equilíbrio de adsorção seja estabelecido.
As variáveis expressas para um componente A, CA (g A/L de solução) e qA (g A/g
adsorvente), se relacionam com as variáveis operacionais nas formas seguintes: Y = CA/ρ e
X = qA , sendo ρ ( g/cm3) a massa específica da solução.
No equilíbrio as concentrações mássicas do adsorvato no líquido e sobre o adsorvente podem estar relacionadas pela isoterma de equilíbrio Freundlich :
Y = mX
n (22) com m e n parâmetros específicos adsorvarto-adsorvente.5. OPERAÇÃO DE ADSORÇÃO LÍQUIDO-SÓLIDO EM UM ESTÁGIO SIMPLES DE MISTURA
Na Figura 1 está representada a operação descontínua de adsorção líquido-sólido em um tanque de mistura, identificada em estágio simples.
Figura 1. Operação de adsorção líquido-sólido em um estágio simples de mistura. Alimentação: S(Xo)+L(Yo) Descarga: S(X1)+L(Y1)
Y0
L
X0,S
X1
Atingidas as condições de equilíbrio um balanço de massa no sistema adsorvedor é elaborado, permitindo quantificar a operação:
Massa de Adsorvato Transferida do Líquido =
Massa de Adsorvato Transferida para o Sólido Em termos das variáveis operacionais tem-se:
L Y
(
0−
Y
1)
=
S X
(
1−
X
0)
(23)Desta equação de balanço, conhecidas as concentrações do adsorvato nas fases em contato, estabelece-se o calculo da massa de sólido adsorvente para que se efetue a adsorção até que se atinja o equilíbrio fluido-sólido, reduzindo a concentração do líquido de Y0 para Y1.
Na forma a seguir a equação de balanço é denominada reta de operação:
(
)
0 1 1 0L
y
y
x
x
S
−
=
−
(24)No equilíbrio, quando se completa a operação:
1 1 1 n
y
x
m
⎛ ⎞
= ⎜ ⎟
⎝ ⎠
(25)Adicionalmente tem-se que X0 = 0 (sólido limpo). Em conseqüência, obtém-se:
0 1 1 1
(
)
nS y
y
L
y
m
−
=
⎛ ⎞
⎜ ⎟
⎝ ⎠
(26)
Figura 2. Representação gráfica da operação em estágio simples.
6. OPERAÇÃO DE ADSORÇÃO LÍQUIDO–SÓLIDO EM DOIS ESTÁGIOS SIMPLES COM ALIMENTAÇÕES CRUZADAS
Na Figura 3 está representada a operação descontínua de adsorção líquido-sólido em dois tanques de mistura, identificada em estágios simples com alimentações cruzadas.
y0 y y1 A B x x1 x0 Curva de Equilíbrio Reta de Operação
Figura 3. Operação de adsorção líquido-sólido em dois estágios simples de mistura com alimentações em correntes cruzadas.
Alimentação-1: S(Xo)+L(Yo) , Descarga: S(X1)+L(Y1)
Alimentação-2: S(Xo)+L(Y1) , Descarga: S(X2)+L(Y2)
Atingidas as condições de equilíbrio um balanço de massa para cada sistema adsorvedor é elaborado, permitindo quantificar a operação:
Adsorvedor 1:
L y
(
0−
y
1)
=
S x
1(
1−
x
0)
(27)Adsorvedor 2:
L y
(
1−
y
2)
=
S x
2(
2−
x
0)
(28)Destas equações de balanço, conhecidas as concentrações do adsorvato nas fases em contato, estabelece-se o calculo da massa de sólido adsorvente em cada um deles, para que se efetue a adsorção até que se atinja o equilíbrio fluido-sólido, reduzindo a concentração do líquido de Y0 para Y1, e de Y1 para Y2 .
y0 L x0,S1 x0,S2 x1 y1 y1 x2 y2 1 2
Na forma a seguir as equações de balanço são denominadas retas de operação:
Reta de operação do adsorvedor 1:
y
0y
1S
1(
x
1x
0)
L
−
=
−
(29)
Reta de operação do adsorvedor 2:
y
1y
2S
2(
x
2x
0)
L
−
=
−
(30)Nos equilíbrios estabelecidos em cada adsorvedor tem-se:
Adsorvedor 1: 1 1 1 n
y
x
m
⎛ ⎞
= ⎜ ⎟
⎝ ⎠
(31) Adsorvedor 2: 1 2 2 ny
x
m
⎛
⎞
= ⎜ ⎟
⎝
⎠
(32)Objetiva-se calcular a massa de sólido para que se efetue a adsorção nos dois estágios reduzindo a concentração do líquido de Y0 para Y2. Opera-se com X0 = 0 (adsorvente limpo
nas alimentações).
Visto que massas distintas do adsorvente podem ser adicionadas em cada adsorvedor, é possível ter-se diferentes concentrações do adsorvato na saída do primeiro estágio (Y1),
alimentando o segundo. Nestes termos busca-se a otimização da quantidade de adsorvente utilizado nos dois adsorvedores. Assim, as equações dos dois adsorvedores se transformam nas seguintes relações:
massa do sólido no adsorvedor 1: 1 0 1 1 1
(
)
nL y
y
S
y
m
−
=
⎛ ⎞
⎜ ⎟
⎝ ⎠
(33)massa do sólido no adsorvedor 2: 2 1 1 2
2
(
)
nL y
y
S
y
m
−
=
⎛
⎞
⎜
⎟
⎝
⎠
(34)nos dois adsorvedores: 1 2 0 11 1 12
1 n 2 n
y
y
y
y
S
S
L
y
y
m
m
⎡
⎤
⎢
⎥
−
−
⎢
⎥
+
=
+
⎢
⎛ ⎞
⎛
⎞
⎥
⎢
⎜ ⎟
⎜
⎟
⎥
⎝ ⎠
⎝
⎠
⎣
⎦
(35)Procede-se a otimização da operação com minimização da carga total de adsorvente impondo a seguinte condição, tendo em vista a dependência com a composição de saída do primeiro adsorvedor: 1 2 1
(
)
0
d S
S
dy
+
=
(36)(
1 2)
0 1 1/ 1/ 1/ 1/ 1 1 2 1 1/ 0 1 2 1(1 1/ )
1
0
1
1
1
0
n n n n n n nd S
S
y
n
dy
m
y
y
nm
y
m
y
y
y
n y
n
+ − −+
= −
−
−
+
=
⎛
⎞
⎜
⎟
⎝
⎠
⎛
⎞
⎛
⎞ ⎛
⎞
−
+ −
⎜
⎟
=
⎜
⎟
⎜
⎟ ⎝
⎠
⎝
⎠
⎝
⎠
(37)Utilizando-se a condição de mínima carga, tendo-se Y0, Y2 estabelecidas, estima-se Y1.
Na seqüência aplica-se Y1, resultando:
n 1 1 1 0 1
m
y
)
y
y
(
L
S
⎟
⎠
⎞
⎜
⎝
⎛
−
=
; 2 1 1 2 2(
)
nL y
y
S
y
m
−
=
⎛
⎞
⎜
⎟
⎝
⎠
;S
1+
S
2 (38)
Figura 4. Representação gráfica da operação em dois estágio simples com correntes de alimentação cruzadas. y0 y y1 A B x x1 x0 Curva de Equilíbrio Reta de Operação D C x2
7. OPERAÇÃO DE ADSORÇÃO LÍQUIDO–SÓLIDO EM DOIS ESTÁGIOS SIMPLES COM REUTILIZAÇÃO DO ADSORVENTE ALIMENTADO NO SEGUNDO ESTÁGIO
Na Figura 5 está representada operação de adsorção líquido–sólido em dois estágios simples em contra-corrente, com reutilização do adsorvente alimentado no segundo estágio.
Figura 5. Operação de adsorção líquido–sólido em dois estágios simples contra-corrente com reutilização do adsorvente alimentado no segundo estágio
Alimentação-1: S(X2)+L(Yo) , Descarga: S(X1)+L(Y1)
Alimentação-2: S(X3)+L(Y1) , Descarga: S(X2)+L(Y2)
Atingidas as condições de equilíbrio um balanço de massa para cada sistema adsorvedor é elaborado, permitindo quantificar a operação:
Adsorvedor 1:
L
(
Y
0−
Y
1)
=
S
(
X
1−
X
2)
(39) Adsorvedor 2:L
(
Y
1−
Y
2)
=
S
(
X
2−
X
3)
(40) y0 L L x3,S x1, S y1 y1 x2, S y2 1 2 x2, S LNa forma a seguir as equações de balanço são expressas pelas retas de operação:
Reta de operação do adsorvedor 1:
y
0y
1S
(
x
1x
2)
L
−
=
−
(41)Reta de operação do adsorvedor 2:
y
1y
2S
(
x
2x
3)
L
−
=
−
(42)Nos equilíbrios estabelecidos em cada adsorvedor tem-se:
Adsorvedor 1: 1 1 1 n
y
x
m
⎛ ⎞
= ⎜ ⎟
⎝ ⎠
(43) Adsorvedor 2: 1 2 2 ny
x
m
⎛
⎞
= ⎜ ⎟
⎝
⎠
(44)Combinando-se as equações de balanço dos adsorvedores busca-se a quantificação de Y1.
0 1 1 2 1 2 2 3
y
y
y
y
S
L
x
x
x
x
−
−
=
=
−
−
(45)Considerando a aplicação de X3 = 0 (adsorvente limpo), visto que y2 = mx21/n, efetua-se o
calculo de Y1, conhecido Y0, na alimentação, e Y2 especificado no segundo adsorvedor.
1 1 1
2n
(
0 1)
1n(
1 2)
2n(
1 2) 0
y
y
−
y
−
y
y
−
y
−
y
y
−
y
=
(46) A introdução de Y1 calculado conduz ao calculo de S:0 1 1 2 1 2 2
(
)
(
)
(
)
y
y
y
y
S
L
x
x
x
−
−
=
=
−
(47)A representação gráfica da operação em dois estágios com reutilização do adsorvente está exposta na Figura 6 .
Figura 6. Representação gráfica da operação em dois estágio simples em contra-corrente. y0 y y1 A B x x1 x0 Curva de Equilíbrio Reta de Operação D C x2
8. ADSORÇÃO GÁS-SÓLIDO EM CONTATO CONTÍNUO EM CONTRA-CORRENTE
Balanço de massa do componente em contato adsortivo em contra-correntes em seção com variações de concentração na fase fluida (dx) e na fase sólida adsorvente(dy):
A A FS A A A Gdy=Sdx=N dz N =a K (C -αq ) Fluxos de massa: G, S (g/m2s), NA (g/m3s), aFS (m2/m3), KA (m/s)
Coeficientes de transferência de massa:
FS A FS Aext FS Aint
1 1 α
= +
a K a k a k
Calculo da altura da seção de transferência de massa e adsorção:
A FS FS A A A 2 FS A 1 A A 2 1 A A 1 FS A Gdy=N dz Gdy=a Gdy=a K (C -αq )dz dy G H= a K (C -αq ) dy (C -αq ) G(a K ) A y y y TOG y K dz H N − = =
∫
∫
G/(aFSKA)-1 = HTOGNTOG = número de unidades de transferência; HTOG = altura de uma unidade de transferência;