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VACINAS A IMPORTÂNCIA DA IMUNIZAÇÃO

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Edição 25 | Novembro/2020

VACINAS

A IMPORTÂNCIA

DA IMUNIZAÇÃO

(2)

art

.

03

Sarampo

Uma doença reemergente

Docente da Disciplina de Infectologia Pediátrica Universidade Federal de São Paulo

Consultora em Vacinas da Dasa

Dra. Maria Isabel de Moraes-Pinto Médica Infectopediatra

(3)

Sarampo

Desde 2018 estamos vivenciando o ressurgimento do sarampo, o que fez com que o Brasil perdesse a certificação de país livre da doença. Em 2018 foram 10.326 casos confirmados no Brasil, sendo a maioria no Amazonas e em Roraima, com 12 óbitos. Em 2019, tivemos 17.841 casos confirmados só no Estado de São Paulo.

Uma doença reemergente

Em 2020,

o país já registra

+ de 2 mil

casos da doença

em 19 Estados.

O Estado de SP

registrou, até

3 de agosto de 2020,

772 casos

confirmados e um óbito.

Dra. Maria Isabel de Moraes-Pinto

Esta é uma situação muito preocupante, que nos leva a rever uma série de condutas e coloca todos os profissionais de saúde em alerta.

(4)

Definição

O sarampo é uma infecção aguda causada por um vírus RNA do gênero Morbillivirus, família

Paramyxoviridae. Ele é transmitido por

meio de contato direto com gotículas e também aerossóis, sendo altamente contagioso entre o período que compreende desde quatro dias antes e quatro dias depois do aparecimento do exantema.

Quadro clínico

Os primeiros sintomas são febre alta, rinorreia, conjuntivite, fotofobia e tosse, e têm duração de quatro dias. Nessa época, podem-se observar pontos esbranquiçados sobre a base eritematosa na face interna da região geniana (bochechas), em geral próximo aos dentes molares inferiores. Trata-se do sinal de Koplik, que se aloja de um a três dias antes do início e desaparece dois dias após a instalação do exantema.

O

exantema maculopapular

é do tipo morbiliforme,

que se instala a partir de região retroauricular e tem progressão craniocaudal. Nessa época, a febre se eleva, podendo chegar a mais de 40°C (Figuras 1 e 2). A partir do quarto dia, o exantema tende a esmaecer, aparecendo descamação fina e de coloração acastanhada. A tosse é o último sintoma a desaparecer.

(5)

Figura 1. Foto de criança

com sarampo. Figura 2. Exantema máculo-papular típico do sarampo.

Complicações

As complicações incluem otite média, broncopneumonia, laringotraqueobronquite e diarreia. Casos de encefalite aguda, geralmente com sequela neurológica permanente, ocorrem em 1 para cada 1.000 casos.

Sazonalidade

Nos países em que o sarampo é endêmico, observa-se um pico de incidência no final do inverno e primavera, ocorrendo principalmente em pré-escolares e escolares. Desde 2018, temos observado no Brasil uma maior incidência da doença em crianças

menores de 1 ano e em adultos jovens.

Isso se deve ao fato da população abaixo de 12 meses de idade estar suscetível por não ser vacinada. No caso dos adultos jovens, muitos não receberam as duas doses de vacinas recomendadas atualmente.

(6)

Sarampo grave

Pessoas com comprometimento do sistema imune, tais como aqueles que convivem com o vírus da imunodeficiência humana (HIV), com leucemia e desnutrição grave, além daqueles em uso de medicação imunossupressora, têm maior risco de evolução fatal. Nelas, o exantema característico pode não se manifestar.

Tratamento

Não existe tratamento específico da infecção.

Tendo em vista quadros mais graves de sarampo em pessoas com baixos níveis séricos de vitamina A, a Organização Mundial de Saúde recomenda a dose diária de 200.000 UI (para crianças com mais de 12 meses), 100.000 UI (crianças entre 6 e 11 meses) ou 50.000 UI (para lactentes menores de 6 meses) por dois dias consecutivos. Atualmente, a Secretaria de Estado de Saúde de São Paulo limitou o uso de vitamina A para os casos de criança com sarampo que necessitarem de internação hospitalar.

(7)

Profilaxia

Tendo em vista a atual situação do sarampo e a baixa cobertura vacinal (77,3%), é muito importante que todos atualizem a carteira de vacinação.

O esquema de vacinação no Estado de São

Paulo está atualmente sendo realizado da

seguinte maneira:

Crianças com 1 ano

de idade devem tomar a primeira dose regular. Se tiverem sido vacinadas antes de 12 meses em bloqueio ou campanha, deve ser observado intervalo de 1 mês

Crianças de 15 meses

devem tomar a segunda dose regular

Crianças de 1 a 4 anos

devem atualizar a sua carteira de vacinação

Todas as demais crianças, adolescentes

e adultos jovens até 29 anos

de idade devem receber duas doses da vacina

Adultos de 30 a 59 anos

devem ter tomado pelo menos uma dose da vacina

Na rede privada,

adultos de 30 a 59 anos

podem tomar 2 doses de vacina

(8)

Profissionais de saúde (médicos,

enfermeiros, dentistas e demais

profissionais

que

atendem

pacientes), independentemente da

idade, devem ter registradas duas

doses válidas de vacina.

A vacina tríplice viral

(sarampo-caxumba-rubéola ou SCR) está

disponível em todos os laboratórios da dasa que possuem o serviço de vacinação. Ela pode ser administrada em crianças a partir dos 6 meses, adolescentes e adultos de qualquer idade em duas doses, com intervalo de um a dois meses.

A

vacina tetraviral

(sarampo-caxumba-rubéola-varicela ou SCRV)

também pode ser administrada em crianças

a partir de 9 meses até 12

anos de idade

.

Pessoas

com história

pregressa de

sarampo são

consideradas

imunizadas

contra a

doença, mas

é preciso ter

certeza do

diagnóstico.

Na dúvida,

recomenda-se

a vacinação.

Tanto a vacina SCR quanto a SCRV são vacinas com vírus vivos atenuados. Por isso, são

contraindicadas

em algumas situações:

Pessoas com história de anafilaxia após aplicação de dose anterior da vacina ou a algum componente;

Grávidas;

Crianças menores de 6 meses;

Pessoas com comprometimento da imunidade por doença ou medicação.

(9)

Nessas situações

em que a vacina é contraindicada, é importante que todos os contactantes do indivíduo sejam vacinados, de modo a conferir, a quem não pode ser vacinado, uma proteção indireta.

Caso suspeito de sarampo

Todo indivíduo com febre e exantema acompanhado de tosse e/ou coriza e/ ou conjuntivite é considerado um caso

suspeito de sarampo, independentemente de vacinação prévia.

Vigilância epidemiológica

do sarampo

Todos os casos

suspeitos e confirmados de sarampo deverão ser notificados em 24 horas

para a vigilância municipal e registrados no SinanNet.

Central de Vigilância do CVE

0800 555 466

www.cve.saude.sp.gov.br

notifica@saude.sp.gov.br

(10)

Controle de surtos

A vacina pode ser utilizada para controle de surtos se administrada a indivíduos

imunocompetentes suscetíveis (não vacinados) até 72 horas da

exposição. Indivíduos com algum grau de imunocomprometimento que contraindique a vacinação, se expostos ao sarampo, devem receber imunoglobulina humana intravenosa (IGIV) até seis dias da exposição, na dose de 150 mg/kg.

Sarampo:

o que é preciso saber.

Incubação

8 a 12 dias

Quadro clínico

- Enantema após 2 dias (sinal de Koplik), - Febre, tosse, coriza e conjuntivite; com exantema 2 dias mais tarde

Lesões cutâneas

Exantema maculopapular confluente que evolui para cor amarronzada e descamação fina

Distribuição

Craniocaudal, iniciando em região retroauricular

Controle de surto

-Vacina com componente de sarampo até 72h do contato -IGIV em imunossuprimidos até

6 dias após o contato

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1. American Academy of Pediatrics. Measles. In: Kimberlin DW, Brady MT, Jackson MA, Long SS, eds Red Book: 2018 Report of the Committee on Infectious Diseases. 31st ed. Elk Grove Village, IL: American Academy of Pediatrics 2018; p 537-50.

2. de Moraes-Pinto MI. Síndrome exantemática. In: Salomão R. Infectologia: bases clínicas e tratamento. 1a ed. Rio de Janeiro. Guanabara Koogam, 2017. p 398-406.

3. Centro de Vigilância Epidemiológica “Prof. Alexandre Vranjac”/CCD/SES-SP. Sarampo, número de casos por ano. Estado de São Paulo, 2000-2020, dados em 03/08/2020.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Referências

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