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FERNANDA ANGELONI DE SOUZA

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CURSO DE ODONTOLOGIA

FERNANDA ANGELONI DE SOUZA

MOTIVOS DA OPÇÃO PELA ODONTOLOGIA E EXPECTATIVAS

PARA COM A PROFISSÃO: ESTUDO COM ACADÊMICOS DO

CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI.

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FERNANDA ANGELONI DE SOUZA

MOTIVOS DA OPÇÃO PELA ODONTOLOGIA E EXPECTATIVAS

PARA COM A PROFISSÃO: ESTUDO COM ACADÊMICOS DO

CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção de título de cirurgião-dentista do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Orientadora: Profª Elisabete Rabaldo Bottan

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FERNANDA ANGELONI DE SOUZA

MOTIVOS DA OPÇÃO PELA ODONTOLOGIA E EXPECTATIVAS

PARA COM A PROFISSÃO: ESTUDO COM ACADÊMICOS DO

CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI.

Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito parcial para obtenção do título de cirurgião-dentista, Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí, aos 05 dias do mês de maio do ano de dois mil e onze, e considerado aprovado.

1. Profª Elisabete Rabaldo Bottan (Presidente)____________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

2 Prof. Mário Uriarte Neto ___________________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

3. Prof. Raphael Nunes Bueno_________________________________________ Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI)

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DEDICATÓRIA

Aos meus pais, Francisco e Terezinha, que não mediram esforços para que esse sonho se tornasse realidade, que sempre me apoiaram com muito amor e carinho, que sempre me incentivaram a seguir em frente e não desistir desse sonho.

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AGRADECIMENTOS

Agradeço, primeiramente, a Deus, por me iluminar em mais uma de muitas jornadas da minha vida.

Aos meus pais, Francisco e Terezinha, e a meus irmãos, Gabriela e Vilmar, por sempre me apoiar e me ajudar quando eu mais precisei e, principalmente, por acreditar e incentivar meu sonho.

Aos meus amigos que estiveram presentes em minha jornada acadêmica, compartilhando festas, alegrias e preocupações com a Faculdade.

A minha orientadora, Elisabete, que sempre esteve disponível para me orientar e aconselhar com este trabalho, ela que foi de suma importância para a finalização deste trabalho.

Um agradecimento especial ao Programa de Iniciação Científica Artigo 170/Governo do Estado de Santa Catarina/ProPPEC UNIVALI, pelo financiamento desta pesquisa. E, aos professores componentes da Banca Avaliadora cujas considerações contribuíram para a melhoria da qualidade deste trabalho.

A minha dupla, Carolina Ardenghi Favretto, que foi essencial nesses anos todos, quando juntas, superamos obstáculos e nos divertimos muito.

E, por último, mas não menos importante, quero agradecer ao Matheus, que esteve presente em toda a confecção deste TCC, que soube entender minhas preocupações e me ajudou, com palavras e gestos, a deixar tudo mais fácil.

Muito obrigada a todos que estiveram presentes em minha vida!

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SUMÁRIO

1 ARTIGO... 06 2 REVISÃO DE LITERATURA... 21

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1 ARTIGO

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MOTIVOS DA OPÇÃO PELA ODONTOLOGIA E EXPECTATIVAS PARA COM A PROFISSÃO: ESTUDO COM ACADÊMICOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI.

REASONS OF THE OPTION FOR THE ODONTOLOGY AND EXPECTATIONS TO THE PROFESSION: STUDY WITH ACADEMICS OF THE ODONTOLOGY COURSE OF THE UNIVALI.

Fernanda Angeloni de Souza

Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí; Bolsista de Iniciação Científica

Carolina Ardenghi Favretto

Acadêmica do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí; Bolsista de Iniciação Científica

Elisabete Rabaldo Bottan

Professora do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí; Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à Saúde Individual e Coletiva em Odontologia. Mário Uriarte Neto

Doutor em Engenharia de Produção – Área de Concentração em Ergonomia; Professor do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí; Integrante do Grupo de Pesquisa Atenção à Saúde Individual e Coletiva em Odontologia. Raphael Nunes Bueno

Mestre em Engenharia de Produção – Área de Concentração em Ergonomia; Professor do Curso de Odontologia da Universidade do Vale do Itajaí.

Endereço para Correspondência: Profa. Elisabete Rabaldo Bottan

Rua Uruguai, 458 – Caixa Postal 360 – Bloco 14 – Sala 202 Campus da UNIVALI

88302-202 – Itajaí – SC Fone: (47) 33417564

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MOTIVOS DA OPÇÃO PELA ODONTOLOGIA E EXPECTATIVAS PARA COM A PROFISSÃO: ESTUDO COM ACADÊMICOS DO CURSO DE ODONTOLOGIA DA UNIVALI.

REASONS OF THE OPTION FOR THE ODONTOLOGY AND EXPECTATIONS TO THE PROFESSION: STUDY WITH ACADEMICS OF THE ODONTOLOGY COURSE OF THE UNIVALI.

Resumo

O objetivo da pesquisa foi conhecer os motivos e as expectativas dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI com relação à profissão de cirurgião-dentista.Trata-se de pesquisa descritiva transversal, mediante levantamento de dados primários. A população-alvo constou de 228 alunos matriculados nos períodos iniciais (1º ao 3º períodos) e finais (7º ao 9º períodos). A amostra foi não probabilística, tendo sido obtida por conveniência. O instrumento de coleta de dados foi um questionário autoaplicavel. A coleta de dados ocorreu no segundo semestre de 2010. Participaram da pesquisa 47% dos alunos; a maioria do gênero feminino e com idades entre 20 e 22 anos. Os motivos mais citados quanto à escolha pela Odontologia foram: admiração pela profissão e profissão compensadora em termos financeiros. Para iniciar a profissão, a maioria pretende trabalhar como autônomo, seguida pela opção trabalhar em órgão público, concomitante a atuação como profissional liberal. A maioria não pretende ter uma atividade paralela à odontologia e almeja fazer um curso de especialização.

Palavras-chaves: Área de Atuação Profissional; Prática profissional; Recursos Humanos em Odontologia.

Abstract

The objective of the research was to know the reasons and the expectations of the pupils of the course of dentistry of the UNIVALI with regard to the surgeon-dentist profession. Is a transversal descriptive research, by means of primary data-collecting. The population-target consisted of 228 pupils registered the initial

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periods (1º to 3º periods) and ends (7º to 9º periods). The sample was not probabilist, having been gotten for convenience. The instrument of collection of data was himself questionnaire. The collection of data occurred in as the semester of 2010. They had participated of research 47% of the pupils; the majority of the feminine sort and with ages between 20 and 22 years. The reasons to the choice for the dentistry more cited had been: admiration for the profession and compensating profession in financial terms. To initiate the profession, the majority intends to work as independent, followed for the option to work in public agency, concomitant the liberal performance as professional. The majority does not intend to have a parallel activity to the dentistry and longs for to make a specialization course.

Keywords: Professional Practice Location; Professional Practice; Dental Staff; Introdução

As transformações no fazer saúde, em especial na Odontologia, que ocorreram a partir da década de 80 causaram fortes impactos em vários setores da produção de bens e serviços e, como não poderia deixar de ser, o mercado de trabalho também sofreu esta influência. Ao longo dos anos, o processo de trabalho odontológico tornou-se cada vez mais complexo. Portanto, uma série de mudanças na organização da produção e do trabalho marca a fase atual da Odontologia, tanto em nível internacional quanto em nível nacional1,7,8.

Deste modo, ficar atento ao mercado de trabalho, entender qual é o perfil profissional desenhado pela sociedade para cada momento histórico, é fundamental para quem está pretendendo investir em uma profissão. A escolha profissional é, e sempre foi, um dos motivos de maior preocupação entre os jovens de um modo geral. Muitas vezes, ao ingressar em um curso universitário o estudante traz consigo expectativas que podem mudar no decorrer da graduação4,9,21.

Considerando-se as constantes e significativas mudanças pelas quais a Odontologia vem passando, é importante que as instituições formadoras estejam atentas à percepção de seus alunos sobre a profissão. Desta forma, definiu-se como objetivo desta investigação conhecer quais são os motivos e expectativas dos alunos do curso de Odontologia da UNIVALI sobre a profissão de

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cirurgião-dentista. Identificar o que os acadêmicos pensam e esperam da profissão é uma possibilidade de se fazer emergir consistentes aspectos sobre os diferentes momentos vivenciados coletivamente no curso.

Portanto, a análise dos resultados desta pesquisa pode se constituir em um processo de retroalimentação que venha favorecer a criação de espaços e a identificação de caminhos que conduzam às mudanças necessárias ao preparo do aluno para o ingresso na profissão, de acordo com as reais necessidades do mercado de trabalho.

Materiais e métodos

Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo tipo descritivo, transversal, através da análise de dados primários.

A população-alvo foi constituída por 228 acadêmicos do Curso de Odontologia, matriculados no primeiro semestre de 2010, da Universidade do Vale do Itajaí, cursando os três períodos iniciais (1º, 2º e 3º) e os três períodos finais (7º, 8º e 9º) do curso. A amostra não-probabilística foi obtida por conveniência, ou seja, integraram a pesquisa os alunos presentes em sala de aula, no momento da coleta de dados, que aceitaram, por livre e espontânea vontade, participar da pesquisa.

O instrumento de coleta de dados foi um questionário autoaplicável, que foi elaborado com base nos trabalhos de Junqueira et al.16 e de Unfer et al.28. Previamente à aplicação do questionário à população-alvo, foi realizado um piloto com alunos do quinto período; estes instrumentos não foram incluídos na análise dos dados.

O instrumento final ficou estruturado em três campos, contendo perguntas do tipo fechado. O primeiro campo continha três questões para caracterizar os sujeitos quanto ao gênero, faixa etária e semestre em que estavam matriculados. O segundo campo estava constituído por uma única questão de múltipla escolha enfocando os fatores determinantes da escolha da profissão de cirurgião-dentista. O terceiro campo abordava as expectativas em relação à profissão, através de cinco questões diversificadas entre questões dicotômicas, de múltipla escolha e

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de grau de importância, mediante uma escala tipo Likert com quatro categorias nominais. (APÊNDICE A)

A coleta de dados ocorreu no período de agosto a setembro de 2010, tendo sido efetuada por uma única pesquisadora que, mediante anuência da Coordenação do Curso, passou nas salas de aula dos períodos selecionados, explicando objetivos e procedimentos da pesquisa e, posteriormente, entregando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido juntamente com o questionário. Foi estipulado um prazo de até quinze dias para a devolutiva dos instrumentos preenchidos.

Os dados foram tabulados e organizados com auxílio do programa Microsoft Excel 2007 a fim de se obter a frequência relativa das respostas emitidas em cada questão. Para a organização e análise dos dados, os sujeitos foram agrupados segundo o período de matrícula, tendo sido constituídos dois grupos: Grupo 1: Períodos iniciais (alunos matriculados do primeiro ao terceiro períodos); Grupo 2: Períodos finais (alunos matriculados do sétimo ao nono períodos).

O projeto de pesquisa foi submetido à Comissão de Ética em Pesquisa da UNIVALI e foi aprovado sob o nº 88/10.

Resultados

O índice de participação dos acadêmicos foi de 47%, ou seja, dos 228 alunos matriculados nos períodos selecionados, 107 completaram e devolveram o questionário.

Observou-se que os envolvidos na pesquisa eram, na sua maioria, do sexo feminino (57%) e estavam na faixa etária entre 17 e 22 anos (77,9%). As idades variaram de 17 a 33 anos.

Os motivos que levaram os acadêmicos a escolherem o curso de Odontologia estão dispostos no Gráfico 1, onde se observa que admiração pela profissão e profissão compensadora em termos financeiros foram alternativas mais citadas, havendo semelhanças nas respostas obtidas pelos dois grupos. Nessa questão, o pesquisado poderia assinalar mais que uma alternativa.

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73 48 36,5 21,1 26,9 11,5 72,7 56,3 47,2 27,2 21,8 0 0 20 40 60 80 Admiração pela profissão Profissão compensadora

Autonomia Prestígio social Influência dos pais

Outros fatores Per. Iniciais Per. Finais

%

Gráfico 1: Distribuição da frequência relativa das categorias que expressam os motivos

da escolha pela Odontologia.

Quando lhes foi perguntado sobre as pretensões para o início da carreira, a maioria dos acadêmicos dos períodos iniciais e dos períodos finais respondeu que pretende trabalhar como profissional liberal. Como a pergunta admitia mais de uma alternativa, no gráfico 2 estão todas as alternativas e respectivas frequências segundo o período de matrícula dos acadêmicos integrantes da pesquisa.

Gráfico 2: Distribuição da frequência relativa das pretensões dos acadêmicos quanto ao

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O gráfico 3 mostra a pretensão dos acadêmicos quanto a realizarem alguma atividade paralela ao exercício profissional da Odontologia. Muito embora a maioria não pretenda exercer outra atividade em paralelo à Odontologia, dentre os que admitem realizá-la, a maioria citou a docência, em curso de Odontologia (graduação ou pós-graduação). 13 6 8 73 14 4 7 75 0 20 40 60 80

Docência Consultoria Outra Não exercerá outra atividade Per. Iniciais Per. Finais

%

Gráficos 3: Distribuição da frequência relativa das intenções dos acadêmicos quanto ao

exercício de atividade paralela à Odontologia.

Quanto à capacitação contínua, a maioria deseja começar uma especialização logo após o término de sua graduação, tanto os iniciantes (90%), quanto os concluintes (75%). A segunda opção i diferenciada entre os grupos, pois 47% dos concluintes desejam fazer uma atualização como reforço à graduação e 25% dos iniciantes desejam fazer um mestrado (Gráfico 4).

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21 90 25 0 0 47 75 13 5 3 0 20 40 60 80 100

Atualização Especialização Mestrado Estágio profission.

Outro

Grupo I Grupo II %

Gráfico 4: Distribuição da frequência relativa de acordo com a pretensão de fazer algum

curso após a graduação.

Com relação ao terceiro campo do instrumento de coleta de dados, que abordava as expectativas em relação à profissão, através de questões de múltipla escolha associada à valoração de importância, também, se identificou similaridade entre as respostas dos dois grupos. O gráfico 5 mostra a valorização das escolhas, sendo que os quesitos “aplicação de competências e habilidades técnicas” e “retorno financeiro”, foram os que obtiveram o maior grau de importância (100%), nos dois grupos.

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0 20 40 60 80 100 Aplicar competências e habilidades técnicas 100 100 0 0 Prestígio e reconhecimento social 86 94,5 14 5,5 Autonomia 86,3 90,7 13,7 9,3 Retorno financeiro 100 100 0 0

Atuar com responsabilidade social

96 96,4 4 3,6

Per. Iniciais Per. Finais Per. Iniciais Per. Finais

Muito Importante Pouco Importante

%

Gráfico 5: Frequência da categoria muita importância para cada um dos itens listados,

segundo o grupo de acadêmicos.

Discussão

Escolher uma profissão é, e sempre foi, um dos motivos de maior preocupação entre os jovens de um modo geral. Muitas vezes, ao ingressar em um curso universitário, o estudante traz consigo expectativas que podem mudar no decorrer da sua formação9,14,21,24,26. O entendimento de expectativa pauta-se na origem da palavra, que vem do latim medieval, e significa situação de quem espera a ocorrência de algo, ou sua probabilidade de ocorrência, em determinado momento. E, este trabalho centrou seu foco nas expectativas e nas motivações dos acadêmicos do curso de Odontologia da UNIVALI, isto é, objetivou-se

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conhecer o que estes estudantes esperam da profissão e quais foram os motivos que os levaram a escolher a carreira de cirurgião-dentista.

Esta temática, nos últimos dez anos, conforme levantamento bibliográfico efetuado junto às bases de dados BBO, LILACS, MEDLINE/ PUBMED, tem sido objeto de inúmeros estudos2-4,6,9-11,13-18,20-28, tanto em âmbito nacional quanto em

outros países de distintas partes do mundo. Acreditamos que esta preocupação decorra das profundas mudanças pelas quais a Odontologia vem passando, como reflexo das discussões sobre promoção da saúde, a partir da Primeira Conferência Internacional de Promoção da Saúde, no Canadá, em 1986.

As mudanças que vem ocorrendo na Odontologia estão se refletindo no perfil dos profissionais, no tipo de serviço oferecido, no número de horas trabalhadas, nos estudos de pós-graduação, no nível de satisfação profissional, dentre outros aspectos relacionados à profissão do cirurgião-dentista. Todos estes aspectos devem ser objeto de discussão e análise no decorrer da formação do acadêmico, uma vez que eles podem exercer influências nas expectativas e na própria opção pelo curso.

A escolha pelo curso de Odontologia, de acordo com os estudos revisados é influenciada por diversos fatores, dentre eles se destacam: admiração pela profissão, influência de familiares, ambição socioeconômica, vocação, profissão da área da saúde1-4,6,8-17,20,24,26-28. Nesta pesquisa, os principais motivos citados pelos acadêmicos de períodos iniciais e de períodos concluintes foram admiração pela profissão e por ser uma profissão compensadora em termos financeiros, ratificando-se, portanto, os dados reportados pela literatura.

Quanto às pretensões para o início profissional, a tendência dos acadêmicos de diferentes regiões do Brasil e de outros países, ainda, se concentra na atuação como profissional autônomo1-4,8-26. As pesquisas revelam

que a maioria dos concluintes dos cursos de Odontologia e dos CD´s que estão no mercado de trabalho têm optado pelas seguintes formas de trabalho: ter seu próprio consultório; assalariado de outro CD; trabalhar em parceria com outro CD; assalariado do serviço público; atuar como profissional liberal e assalariado no serviço público2,3,8,9,11,14-21,25-28. Entre os sujeitos desta pesquisa, as pretensões informadas sobre o início de carreira, também, seguem estas tendências.

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A valorização, pelos acadêmicos participantes desta pesquisa, de aspectos como autonomia; retorno financeiro; prestígio e reconhecimento social; aplicação e conhecimentos e habilidades técnicas; e tendência à especialização, evidencia uma postura, ainda centrada na Odontologia Tradicional, que se caracteriza pelo exercício de uma profissão liberal, com expectativas de obter um bom padrão de vida 2,6,10,15-17,25-27.

Apesar deste perfil ser marcante, chama-nos a atenção o fato de que a alternativa atuar com responsabilidade social foi destacada com um altíssimo percentual pelos alunos dos dois grupos. Entende-se que este é um reflexo do processo de mudança de formação do acadêmico, que vem sendo implementado no curso de Odontologia da UNIVALI, com o suporte do Programa Nacional de Reorientação da Formação Profissional em Saúde - PRÓ-SAÚDE.

Assim, podemos afirmar que processo de mudança curricular, balizado nas Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), que vem sendo vivenciado no curso de odontologia da UNIVALI não tem se mostrado refratário à incorporação de novos modos de pensar a saúde. Dentre estes, estão as reflexões sobre a concepção da prática em saúde e da responsabilidade ética e social das instituições e dos profissionais frente à realidade sanitária do país.

Essa é uma discussão complexa, pois redefine os valores historicamente estabelecidos, tais como: do biológico para os determinantes sociais do processo saúde-doença; da soberania das especialidades para a atenção integral; do status profissional individual para atuação em equipe; do sucesso reabilitador para o cuidado longitudinal de uma população adstrita5.

Conclusão

Com base no estudo realizado, conclui-se que, dentre os fatores determinantes na escolha pelo curso de Odontologia, para os sujeitos desta pesquisa, admiração pela profissão foi o mais destacado.

Quanto às expectativas em relação ao exercício profissional, observou-se que a maioria pretende atuar como profissional liberal, em parceria ou não com outros cirurgiões-dentistas e participar de cursos de especialização. E, finalmente, os resultados obtidos evidenciaram que as expectativas com relação à profissão

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e os motivos da opção pela Odontologia são semelhantes entre os dois grupos (períodos iniciais e períodos finais).

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Carvalho e Carvalho (1997) analisaram as motivações e expectativas de formandos de cursos de Odontologia de três faculdades (UNIP, UNISA e USP) da cidade de São Paulo. A amostra constou de 179 formandos. O instrumento de coleta de dados foi um questionário com questões de múltipla escolha e dicotômicas. Dos entrevistados, 64,2% eram do sexo feminino, 80,3% com idade até 24 anos e 93,9% solteiros. As principais razões da escolha pelo curso foram: vocação (52,9%) e vocação para atender o próximo (45,3%). Sobre a visão quanto à Odontologia, foi relatado que a profissão é muito mais técnica e científica do que parecia (54,2%). Em relação aos aspectos importantes para o exercício da profissão, as chances de se qualificar (63,7%) e o horário de trabalho bem definido (51,4%) ficaram entre as primeiras escolhas. Os resultados deste trabalho permitiram concluir que mudanças e tendências estão ocorrendo nas relações entre o exercício profissional e o ensino da Odontologia.

Costa et al. (1999) investigaram as expectativas que um grupo de alunos de odontologia sobre aspectos da profissão, tais como: pretensão para o inicio da vida profissional, segurança para enfrentar o mercado de trabalho, como vêem a quantidade de dentistas que se forma anualmente e que dificuldades imaginam encontrar, quando da sua inserção na carreira odontológica. A amostra constituiu-se de alunos matriculados no 1º e 4º anos (grupos I e II respectivamente) da Faculdade de Odontologia de Araçatuba/UNESP, no ano de 1998. Para a coleta de dados, foi utilizado um questionário composto de questões de múltipla escolha, cujas respostas foram codificadas e processadas em programa Epi Info 6.0. Dos 152 alunos entrevistados, 78 do grupo I e 74 do grupo II, houve predominância do sexo feminino; 99% eram solteiros e da faixa etária de 17 a 29 anos. No que diz respeito aos motivos de escolha da odontologia como profissão, os mais citados foram: ser um profissional liberal (40% no grupo I e 37% no grupo II); ser útil à sociedade (no grupo I, com 31,21%); e vocação (no grupo II, com 30,58%). Quanto à pretensão para o inicio das atividades profissionais, apenas 6 do grupo I e 21 do grupo II, pretendem ser assalariados de outro cirurgião-dentista; ter consultório próprio consultório foi citado por 26 sujeitos do grupo I e 6 do grupo II; 29 alunos do grupo I e 36 do grupo II querem ser assalariados do serviço público. Cerca de 57% de ambos os grupos sentem-se inseguros para enfrentar a vida profissional e consideram desfavorável o contingente de dentistas lançados no

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mercado a cada ano. Quanto às dificuldades esperadas, a saturação do mercado e a condição financeira da população se destacam entre os dois grupos.

Hallissey, Hanningan e Ray (1999) afirmaram que as motivações para a escolha da odontologia como uma carreira na República da Irlanda não são claramente definidas. Para entender melhor por que os alunos escolhem esta profissão, 150 estudantes de odontologia de todos os períodos de uma Escola de Odontologia da Universidade foram examinados durante o ano letivo 1998-99. Os candidatos foram convidados a marcar a influência de determinados fatores em sua decisão de escolher a odontologia como uma carreira, e tiveram a oportunidade de adicionar comentários. O cálculo de resposta geral foi de 80,6%. Cerca de dois terços indicaram odontologia como sua primeira escolha de carreira, com a medicina sendo a alternativa primária. As razões para escolher odontologia incluem a facilidade de emprego, ser autônomo, horário de trabalho regular, seguido de uma boa oportunidade de renda e oportunidade de ajudar as pessoas. Tendo parentes ou amigos na profissão e ambição foram os fatores menos importantes para essa amostra. Não foram encontradas diferenças significativas na maioria das respostas, quando analisados por sexo ou idade escolar. Os autores concluíram que esta amostra de alunos é atraída para odontologia principalmente devido a uma percepção positiva das condições de trabalho e pelas motivações de ajudar as pessoas e melhorar a sua aparência.

Macedo et al. (2002) avaliaram as expectativas dos formandos em Odontologia da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal de Uberlândia quanto ao seu futuro no exercício profissional. O roteiro de entrevista foi composto por quatro questões subjetivas, aplicadas aos formandos do ano de 1999 e primeiro semestre de 2000, somando 87 alunos. No que diz respeito ao motivo que os levaram a cursar odontologia, 35,24% respondeu por ser área da saúde e 24,59% por vocação. Quando perguntado onde pretendiam atuar profissionalmente, 26,31% responderam em cidades menores do interior e 25,26% na sua cidade de origem; 34,65% têm pretensão de trabalhar inicialmente como generalista para ter certeza da especialização desejada. Sobre a opção do formando para a modalidade de atuação, 33,87% preferem procurar um emprego e 17,74% manifestaram a intenção de montar um consultório.

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Junqueira et al. (2002) avaliaram aspectos pessoais, econômicos, sociais e culturais do graduando da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos – UNESP. A investigação se caracteriza como um estudo descritivo observacional do tipo transversal. O instrumento de coleta de dados foi um questionário com 25 questões, sendo 23 de múltipla escolha e 2 dissertativas. Os graduandos optaram pela odontologia, principalmente, por vocação e por ser uma profissão liberal. Os alunos preferem aulas teóricas e práticas e não demonstram interesses por seminários. As opções mais escolhidas em relação à previsão de início das atividades profissionais foram montar consultório próprio, ser assalariado de outro cirurgião-dentista e trabalhar em clínica de convênios. Os autores avaliaram nesta pesquisa que a maioria dos formandos acredita que está sendo bem preparado para o mercado de trabalho porque a faculdade, o corpo docente e ensino são de boa qualidade.

Nicodemo e Naressi (2002) traçaram o perfil do aluno da Faculdade de Odontologia de São José dos Campos quanto às expectativas em relação ao curso e à visão de um bom cirurgião-dentista. A pesquisa se caracterizou como um estudo descritivo do tipo transversal, através da aplicação de um questionário com perguntas abertas e fechadas. Foram selecionados alunos do primeiro e segundo ano. A opção pela Odontologia, para a maioria, foi justificada pela possibilidade de realização e contribuição para a sociedade. A realização profissional foi justificada pelo fato desta ser uma profissão liberal, que oferece mais autonomia. Quanto ao perfil de um bom cirurgião-dentista, os alunos afirmaram que deve ser um profissional com conhecimento teórico/técnico e habilidade manual e que se relacione bem com os pacientes. A pretensão para atuação profissional, para a grande maioria, é de trabalho assalariado e em consultório sob a forma de co-participação e, também, na rede pública. Os autores concluíram destacando que estes resultados podem contribuir para o trabalho pedagógico.

Meinicke et al. (2002) analisaram as perspectivas de exercício profissional de alunos do curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, Paraná, e compararam as expectativas que o acadêmico possui ao ingressar e ao sair da instituição. O instrumento utilizado para a coleta das informações foi um questionário com questões abertas e fechadas. A população-alvo utilizada foi

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constituída por 125 alunos matriculados no curso de Odontologia da Universidade Estadual de Ponta Grossa, dos quais 57 eram calouros e 68 formandos, na maioria do sexo feminino. Os motivos que levaram a optar pelo curso de Odontologia foram a vocação para as ciências médicas (calouros 57,8%, formados 61,7%). A maioria dos calouros (63,1%) e formandos (63,2%) deseja iniciar a atividade profissional logo após a formatura. A maioria almeja um emprego associado ao serviço público, para poder dispor de uma renda fixa mensal, além da renda particular do consultório (75,4% dos calouros; 82,3% dos formandos). Quase a totalidade pretende cursar alguma pós-graduação (98,2% dos calouros; 98,5% dos formandos). Os resultados obtidos evidenciaram que as expectativas, na maioria das vezes, são semelhantes entre calouros e formandos. Ambos esperam iniciar as atividades profissionais logo após a formatura. Porém, enquanto os formandos pretendem iniciá-la após conseguirem um emprego, os calouros, somente após a realização de uma pós-graduação.

Slavutzky et al. (2002) identificaram o perfil do acadêmico de odontologia, buscando conhecer as razões para a escolha do curso e suas expectativas em relação à profissão no futuro. Fizeram parte deste estudo os acadêmicos do 6º período da FOUFRGS, no período de 1998 a 2001, constituindo uma amostra de 166 sujeitos. As informações foram obtidas através de um questionário, auto-aplicável, contendo uma combinação de 12 perguntas fechadas. Quando perguntado “por que você escolheu a profissão de cirurgiã-dentista?”, 75% dos acadêmicos responderam que fizeram essa escolha por ser uma profissão liberal e por vocação; 62% dos estudantes buscam a satisfação pessoal, sucesso profissional, remuneração adequada e contribuir para melhorar a qualidade de vida das pessoas. A maioria (76%) não escolheu, ainda, que especialização deseja cursar. Sobre o local de trabalho, 57% pretendem atuar em consultório próprio individual ou em clínica própria compartilhada.

Bastos et al. (2003) determinaram o perfil profissional dos cirurgiões-dentistas graduados na Faculdade de Odontologia de Bauru – USP entre os anos de 1996 a 2000. Um questionário foi enviado, em uma única vez, aos 248 cirurgiões-dentistas graduados na Faculdade de Odontologia de Bauru – USP, contendo questões abertas e de múltipla escolha. O período de aplicação do questionário foi de maio/2001 a outubro/2001. O índice de retorno foi de 39,5%.

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Dos que responderam ao questionário 56,1% eram do gênero masculino. Os principais motivos pela escolha da Odontologia foram afinidade (24,5%) e por ser uma área da saúde (15,3%). Quando perguntado se hoje eles tivessem que escolher uma carreira, 54,1% escolheriam novamente a Odontologia; 63,3% se sentem realizados profissionalmente, mas apenas 12,2% sentem-se realizados financeiramente. Dentre as dificuldades enfrentadas, destacaram: a alta competitividade; a saturação do mercado de trabalho; o baixo poder aquisitivo da população. O perfil predominante do profissional relatado nesse trabalho é aquele que trabalha em consultório particular ou trabalho por porcentagem.

Unfer et al. (2004) pesquisaram as expectativas dos acadêmicos no decorrer da formação odontológica em escolas pública e privada, avaliando os projetos profissionais dos acadêmicos após a conclusão do ensino superior e as dificuldades esperadas no exercício profissional. A população-alvo foi formada por estudantes matriculados na UFSM e PUC-RS. Os estudantes foram solicitados a preencher um questionário com dezessete perguntas fechadas e apenas uma questão em aberto. O questionário aplicado continha questões referentes a: características sócio-demográficas, características do curso escolhido, expectativas quanto ao exercício profissional e a educação continuada. A análise de dados foi realizada através o programa Epi Info 2000. Responderam ao questionário 90 alunos do curso de Odontologia da Universidade Federal de Santa Maria e 93 estudantes da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. Em ambas as instituições, a maioria era do sexo feminino, solteiros, da classe social A ou B, com idades de 23 a 24, na UFSM, e de 21 a 24 na PUC-RS. Em ambas as instituições, a escolha pelo curso foi motivada pelo desejo de trabalhar na área da saúde. A maioria, nas duas instituições, pretende exercer a profissão não apenas em consultório particular, mas também em mais um emprego. No âmbito profissional, os alunos esperam realização profissional, pessoal e financeira, deixando em último plano a promoção de saúde bucal da população. Ao serem questionados sobre a pós–graduação, 97% dos estudantes da UFSM e 99% da PUC afirmaram que pretendem continuar os estudos, em sua maioria em nível de especialização, sendo que as especialidades de maior interesse foram Ortodontia, Periodontia e Endodontia. Os autores concluíram que os grupos identificam as mudanças e tendências que ocorrem na Odontologia e

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conhecem a tendência de assalariamento da profissão, mas ainda apostam na atuação privada.

Hoeppner et al. (2005) pesquisaram sobre a motivação e as expectativas dos alunos do Curso de Odontologia da Universidade Paranaense - UNIPAR - Umuarama, Paraná, com relação à profissão. Os dados foram obtidos através de um questionário aplicado em uma amostra de 32 alunos da primeira série e 47 alunos da quarta série do curso. De acordo com os itens questionados, entre os alunos da primeira série, 66% eram do gênero feminino, 93,75% solteiros, 75% eram provenientes do Estado do Paraná. Entre os alunos da quarta série, 74% do feminino, 89,36% eram solteiros. Quanto aos motivos da escolha da profissão, para 34,38%, da primeira série, foi a vocação e para 34,38% o contato com dentistas na infância/adolescência. A vocação também foi fator predominante no grupo da quarta série (34,04%), seguida por vontade de ser um profissional liberal (21,28%). Com relação às expectativas após a formatura, 78,79% pretendem trabalhar em consultório particular; a maioria dos alunos da primeira série alegou não saber se cursará pós-graduação. Entre os acadêmicos da quarta série, 63,83% pretendem trabalhar em consultório particular e 25,53% em consultório por porcentagem; 40,43% querem atualizar-se em Prótese e Dentística, 25,53% especializar-se em Ortodontia, enquanto que 3% pensam em cursar o mestrado em Ortodontia. Os pesquisadores concluíram que a maioria escolheu o curso/profissão motivada, principalmente, pela vocação. E, como expectativas para o início das atividades profissionais foram destacadas o trabalho em consultório próprio e a continuidade dos estudos.

Neste estudo, Matos (2005) pesquisou as motivações da escolha da profissão e as expectativas em relação ao mercado de trabalho dos alunos do último semestre do curso de graduação em Odontologia de uma universidade pública do sul do Brasil. A produção de dados foi realizada por meio de questionários direcionados a trinta e oito alunos do último semestre do curso de Odontologia. O estudo evidenciou que os concluintes do curso têm a imagem da Odontologia como uma profissão eminentemente liberal. Sobre os fatores para conseguir-se uma situação profissional desejada, os três mais indicados foram o reconhecimento da profissão, a obtenção de título de especialista e as relações que se tem. Ao serem perguntados sobre a importância de alguns aspectos na

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atividade profissional, os quatro mais citados foram: chances de continuar se qualificando, possibilidade de aplicar as qualificações obtidas no curso, ser útil à sociedade e o salário. A escolha da Odontologia foi feita pelo fato de ser mais adequada às aptidões e interesses, por ser uma profissão liberal, apresentar perspectivas de boa situação financeira ou de realização profissional, para citar os fatores mais indicados por eles.

Mello et al. (2005) tiveram como objetivo deste estudo verificar a percepção dos alunos de Odontologia em relação ao nível do seu curso e suas perspectivas em relação ao mercado de trabalho. A pesquisa qualitativa foi desenvolvida com alunos formandos em Odontologia/2004, da Faculdade de Odontologia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul. O instrumento de coleta de dados foi um teste com perguntas fechadas e um questionário com perguntas abertas, a fim de conhecer qual é a percepção dos formandos em relação a sua formação acadêmica e a sua inserção no mercado de trabalho. Somente participaram alunos voluntários, dentre estes foram selecionados alunos de forma randomizada para responderem o questionário discursivo. Os resultados apresentaram certo desconforto nos alunos ao responder as disciplinas consideradas deficientes, no entanto grande maioria deles considera-se preparada para ingressar no mercado de trabalho, cada vez mais competitivo, e exercer a profissão com segurança.

Brustolin et al. (2006) traçaram o perfil socioeconômico, cultural e comportamental dos acadêmicos do curso de odontologia da UNIPLAC, Lages (SC). A investigação se caracteriza como um estudo descritivo observacional do tipo transversal. A população-alvo incluiu todos os 242 acadêmicos matriculados da primeira à décima fase do curso de Odontologia. O instrumento de pesquisa foi um questionário estruturado com questões abertas, semiabertas e fechadas. Responderam ao questionário 214 alunos, ou seja, 88,5% da população-alvo, sendo 53,3% do sexo feminino e as idades variaram de 16 a 43 anos, tendo como faixa etária média de 20 a 21 anos. Em todos os períodos do curso, a realização profissional e pessoal foi o motivo mais observado quanto à opção pelo curso. Sobre a principal finalidade da Odontologia, 28,2% afirmaram que é a prevenção e a manutenção da saúde bucal, para 19,6% é a prevenção e o tratamento e para 19% é a promoção de higiene e a estética. As principais expectativas dos

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acadêmicos com a profissão foram: melhores salários, formação profissional voltada para o trabalho. A grande maioria (86,4%) afirmou que o serviço privado exclusivo não é mais uma realidade e 49% pretendem trabalhar no serviço público e privado. A atuação exclusiva no serviço privado foi justificada pelo fato de que, neste tipo de serviço, há mais autonomia, lucro e estabilidade e melhores condições de trabalho. Um expressivo percentual (98,1%) pretende fazer curso de pós-graduação. Os autores concluíram afirmando que os achados da pesquisa permitiram identificar mudanças e tendências que estão ocorrendo no exercício profissional.

Orenuga e Costa (2006) afirmaram que dentistas ocupam uma posição importante na sociedade como trabalhadores de cuidados de saúde. Um levantamento da literatura sobre os motivos para escolha da odontologia como carreira revelou que a necessidade de status e prestígio, para muitos, são os principais fatores. A escolha de uma carreira é uma decisão crítica que tem um impacto óbvio sobre o padrão de vida futura. Também é importante entender as prioridades e formações sócio-demográficas os fatores econômicos podem influenciar indivíduo um nível de compromisso. Os autores desenvolveram uma pesquisa para determinar os motivos da escolha da profissão da Odontologia. Foram incluídos no estudo todos os alunos das clínicas dentárias nos quatro escolas de odontologia na Nigéria. Um questionário auto-aplicável foi enviado para 220 alunos, tendo havido o retorno de 197 questionários devidamente preenchidos, ou seja, 89,55%. O questionário buscou determinar aspectos sócio-demográficos e os fatores que influenciaram na escolha da profissão. As perguntas, na sua maioria, eram do tipo fechado. O grupo ficou formado por 49,7% de sujeitos do sexo masculino 50,3% eram do sexo feminino. A idade dos alunos variou de 19 a 34 anos, sendo a idade média de 24,9 anos. Entre os fatores que interferiram na escolha da profissão estão: influência de familiares e amigos; a valorização da odontologia como um veículo para a realização dos objetivos pessoais (bom trabalho, independência financeira e prestígio).

No entender de Casalechi et al. (2007), a odontologia brasileira sempre foi considerada como uma profissão de exercício autônomo, de caráter privado, e no decorrer dos anos, continuou atraindo um grande número de novos adeptos, e quando passou a fazer parte da crise geral a sua autonomia passou a ser

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contestada. Essa crise tem como umas das justificativas, profundas alterações que vêm ocorrendo no mercado brasileiro. Dentre essas alterações, o grande aumento no número de faculdades de odontologia formando atualmente cerca de doze mil novos cirurgiões-dentistas a cada ano, fazendo com que competição e seletividade se tornem fatores presentes na vida do profissional. Os autores conduziram uma pesquisa de caráter exploratório, descritivo e analítico. Foi aplicado um questionário com questões abertas e de múltipla escolha, para 46 alunos do curso de odontologia da Universidade do Vale do Paraíba – UNIVAP, em São José dos Campos - SP. Dentre os alunos dessa universidade, foram utilizados na pesquisa alunos do primeiro ano do curso, pois, estes ainda estavam conhecendo a profissão. Também participaram formandos do ano de 2004, que estavam no último período do curso, ou seja, próximos do momento em que estariam ingressando no mercado de trabalho. Os alunos foram divididos em dois grupos principais: G1, referente aos alunos do 1º ano da Universidade do Vale do Paraíba; e G2, referente aos alunos do 5º ano da mesma. Tendo como amostra 23 alunos em cada grupo. Referente à questão 1 do questionário, “O que o estimulou para o ingresso no curso de odontologia?”, dentre as alternativas a mais assinaladas (32%) foi a vocação, seguida por autonomia profissional e influência de familiares, com 20% cada um.

Freitas (2007) buscou compreender a dinâmica e as mudanças que atingem a profissão de dentista, com base na categoria autonomia profissional e seus significados no discurso da profissão. Investigou, também, que estratégias são utilizadas para preservar a autonomia profissional. As reflexões são fundamentadas na sociologia das profissões, particularmente nos conceitos de autonomia, expertise e ideal de serviço. A pesquisa do tipo qualitativa foi desenvolvida com doze cirurgiões-dentistas da cidade de João Pessoa (PB), tendo como instrumento de coleta de dados uma entrevista semi-estruturada. A análise foi norteada pela técnica da análise do discurso. Os resultados revelaram que a autonomia profissional continua a ser um forte elemento que conforma a identidade do grupo, não estando abalada, apesar das mudanças do mercado de trabalho.

Martelli Júnior et al. (2007) avaliaram o perfil profissional dos egressos da Odontologia analisando diversos aspectos profissionais dos formandos em

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odontologia pela Unimontes, entre julho de 2002 a dezembro de 2005. O estudo teve caráter transversal e foi realizado através da aplicação de um questionário. Os questionários foram enviados pelo correio, com retorno pré-pago; o período de envio ocorreu entre setembro e 2006 e fevereiro de 2007. Foram enviados questionários para 102 profissionais que compuseram a população do estudo. O questionário contemplava diversas dimensões sobre o egresso e sua atuação profissional. Após retorno das correspondências, realizou-se construção de um banco de dados, seguida de análise estatística descritiva realizada no programa SPSSº, versão 13.0. Dos 102 questionários enviados aos egressos do curso de graduação, houve o retorno de 54, ou seja, 52% da população estudada. Dentre os respondentes, 31 (57,4%) eram do gênero feminino e 23 (42,6%) do masculino. A faixa etária prevalente foi de 26 a 30 anos (64,8%), a maioria era oriunda de Montes Claros (55,6%) e de outros municípios do norte de Minas Gerais (18,9%); 33,3% fizeram ou estavam realizando especialização, principalmente nas áreas de saúde da família, prótese odontológica e endodontia. Em relação à atuação profissional, houve equilíbrio entre consultório particular, atuação exclusiva no serviço público e em ambos. Quanto à satisfação profissional, 66,7% respondeu afirmativamente.

Rezende et al. (2007) traçaram o perfil e avaliaram as motivações e expectativas dos graduandos e egressos de Odontologia da UNITAU. A população-alvo foram os alunos do primeiro e quarto anos e profissionais formados pela UNITAU. Foram elaborados dois questionários com questões de múltipla escolha e dissertativas. O primeiro foi aplicado aos alunos do primeiro e quarto anos e possuía 16 questões. O segundo apresentava 20 questões e foi aplicado aos egressos do período de 1993 e 1995 (Grupo 1) e do período de 1998 e 2000 (Grupo 2). Em relação ao motivo da escolha da Odontologia como profissão, a maioria respondeu vocação seguido pelo desejo de se tornar profissional liberal. Sobre especialização todos os grupos destacaram a importância da formação continuada. As aspirações dos alunos, após a graduação, são montar um consultório próprio e prestar concurso público.

Khami et al. (2008) investigaram os motivos da escolha da carreira junto a um grupo de estudantes iranianos do curso de Odontologia. Na primavera de 2005, um questionário foi administrado a 327 estudantes sêniors de sete escolas

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de Odontologia, no Irã, escolhidos de forma aleatória. O instrumento de coleta de dados foi um questionário que abordava informações sobre idade, gênero, parentes que atuassem na odontologia, vinculação com instrução e emprego precedente na área da higiene dental, motivos da escolha da carreira. As análises estatísticas foram feitas usando o teste independente da amostra t, a análise de fator, e o modelo de regressão logístico binário. Com base na análise de fator, que explicou 73% da variação total, foram identificadas cinco dimensões da escolha da profissão: altruísmo e desafios intelectuais, características da profissão, status social e segurança, recomendação de outras pessoas e não ter sido admitido em outros programas do estudo. Quanto às perspectivas para início da carreira, 70% dos respondentes pretendem participar de estudos de aperfeiçoamento. Os pesquisadores concluíram afirmando que as características e os motivos de ordem pessoal dos estudantes são os fatores com maior importância para os estudantes da pesquisa quanto às preferências pela carreira.

Costa et al. (2008) identificaram e analisaram as representações sociais da odontologia através de uma abordagem qualitativa junto aos acadêmicos do Curdo de Odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros, Unimontes, em Montes Claros, MG, Brasil. Para a coleta de dados foi utilizada uma entrevista semi-estruturada realizada com graduandos de todos os períodos do Curdo de Odontologia da instituição. As questões norteadoras foram: “Como a sociedade vê a Odontologia? Qual a sua visão da Odontologia?” os dados foram coletados no período de março a julho de 2006. A amostra foi selecionada de forma probabilística, casual simples e estratificada, através da numeração dos acadêmicos em cada período, conforme ordem alfabética e sexo. Participaram deste estudo 20 acadêmicos, sendo 10 do sexo feminino e 10 do sexo masculino, e 2 estudantes de cada período da graduação. Para maior precisão na coleta de dados, foi efetuada a gravação das discussões em áudio. A idade dos entrevistados variou de 18 a 27 anos, com média de 22 anos. A partir da análise de conteúdo as entrevistas foram pós-categorizadas em três categorias de análise: Odontologia valorizada, Odontologia desvalorizada e Odontologia problema. Na categoria odontologia valorizada, sete acadêmicos consideraram a Odontologia uma profissão que possibilita um bom futuro profissional, pois garante o titulo de “doutor”, o qual é muito valorizado pela sociedade, a “roupa

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branca” foi relacionada ao status e à identificação do profissional da saúde. Na categoria odontologia desvalorizada, que sete acadêmicos perceberam uma desvalorização da sociedade com relação à profissão. Para os estudantes a sociedade não valoriza os órgãos dentais como parte indissociável e importante do corpo humano, posto que as doenças que os comprometem não levam à morte. Na categoria Odontologia “problema”, onze estudantes apontaram problemas como: mercado de trabalho saturado; alto custo do consultório, do curso de graduação e do trabalho odontológico; postura inadequada de profissionais e banalização da profissão. Os autores concluíram que as maiores dificuldades enfrentadas pelos profissionais da Odontologia são a alta competitividade e saturação do mercado de trabalho, assim como o baixo poder aquisitivo das pessoas e a concorrência desleal através dos baixos preços de tratamentos odontológico.

Segundo Gallagher, Patel e Wilson (2009), a pesquisa sobre a motivação e as expectativas em relação à carreira de Odontologia tem como propósito evidenciar informações que possam direcionar as decisões políticas. O objetivo desta pesquisa foi examinar os objetivos a longo prazo e as influências percebidas por alunos concluintes do curso de odontologia do King's College London. Foi aplicado um questionário compreendendo perguntas sobre aspectos demográficos, objetivos e influências a longo prazo da carreira. A análise estatística incluiu testes de qui-quadrado para a associação linear. Participaram da pesquisa 90% dos estudantes (n = 126), a maioria tinha 23 anos (59%), era do gênero feminino (58%) e 70% eram asiáticos. As perspectivas profissionais para a maioria dos respondentes (≥80%) eram obter estabilidade financeira e desenvolvimento profissional. Os fatores pessoais são percebidos como as influências chaves no futuro da carreira. A motivação para escolher a odontologia como uma carreira profissional, deve-se à possibilidade de o trabalho fornece flexibilidade e os permite ser um profissional autônomo. A metade dos pesquisados demonstrou interesse em transformar-se em um especialista.

Pinheiro et al. (2009) realizaram um levantamento bibliográfico acerca dos estudos sobre formação odontológica no Brasil, acreditando que a importância desse mapeamento na literatura está, principalmente, em fornecer um panorama sobre o que tem sido pesquisado no país com relação a esse tema, contribuindo,

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dessa forma, com dados que possam servir de subsídios para discussão e para que possam reavaliar as práticas de ensino na Odontologia que a realidade impõe. Foram mapeados os estudos publicados na literatura nacional, de 1992 a 2005, com os seguintes critérios de busca de dados: palavras-chaves utilizadas foram formação do cirurgião-dentista, ensino odontológico e educação na odontologia; as fontes de pesquisa seriam periódicos, base de dados online da BIREME e dissertações. Os resultados mostraram que os artigos sobre formação odontológica não são muitos, provavelmente por ser um tema relativamente novo ou por ser recente a preocupação com a atuação do cirurgião-dentista. Os estudos mapeados e registrados no trabalho evidenciam o caminho de uma formação diante das necessidades da população de um país em desenvolvimento, com vasto território e carências sociais para serem atendidas.

Cavalcanti et al. (2010) analisaram os motivos de ingresso e evasão dos acadêmicos de Odontologia da Universidade Estadual da Paraíba. O universo foi composto por 82 alunos regularmente matriculados no Curso de Odontologia, cujo ingresso ocorreu no ano de 2008 (primeiro e segundo semestres) e no primeiro semestre de 2009. A amostra do tipo não probabilística compreendeu 46 acadêmicos, ou seja, 56,1% do total. O instrumento de pesquisa consistiu de um questionário desenvolvido pelos autores, sendo composto por questões fechadas e abertas, dicotômicas e de múltipla escolha. As variáveis estudadas foram: socioeconômicas, motivos da escolha do curso, realização de outros vestibulares e permanência no curso. A coleta dos dados foi realizada no período de outubro de 2008 a março de 2009 por dois pesquisadores. Os dados foram digitados e analisados através do programa Epi Info 3.4.1 e apresentados por meio da estatística descritiva (frequências absoluta e percentual). A análise bivariada foi realizada por meio dos testes do Qui-quadrado e Exato de Fisher, sendo empregado um nível de significância de 5%. A caracterização sócio-demográfica dos discentes revelou que a maioria é do gênero masculino (63%), tem entre 17 e 20 anos (67,4%), é solteira (100%). Quanto ao tipo de escola na qual cursou o Ensino Médio, 69,6% estudaram em escolas particulares e 30,4% em escolas públicas. A maioria dos estudantes não exerce atividade remunerada (84,8%). Quanto aos fatores que motivaram a escolha da Odontologia como opção profissional, a vocação foi a mais comumente reportada (39%), seguida do

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prestígio proporcionado pela profissão (20,3%), da renda salarial (18,6%), da influência familiar (15,3%) e da possibilidade de conseguir emprego (6,8%).

Dastjerdie et al. (2011) avaliaram os motivos da escolha pela profissão de cirurgião-dentista em um grupo de estudantes do curso de Odontologia, em uma população iraniana. A população-alvo ficou formada por 422 estudantes concluintes do curso de Odontologia, de quatro faculdades de Teerã. Um questionário do tipo auto-aplicável foi respondido por 331 acadêmicos, perfazendo 75% da população-alvo. O questionário constava de perguntas sobre idade, gênero, familiares vinculados à odontologia, motivos da escolha pela carreira odontológica e perspectivas quanto á profissão. Os dados foram incorporados ao programa SPSS 13. A análise estatística incluiu o teste de Mann-Whitney, a análise de fator e a regressão múltipla. A maioria dos estudantes apresentava 26 anos de idade (12,4%), era do gênero feminino (59,5%) e estado civil solteiro (53%). Os principais fatores para a escolha pela carreira de Odontologia foram aspectos relacionados às características do trabalho, tais como status de trabalho independente (79%); status social (78%). Os fatores foram afetados significativamente pelo gênero. A análise de fator explicou 64% da variação total, indicando cinco dimensões para os motivos de escolha da profissão. A maioria (70%) pretende ingressar em cursos de aperfeiçoamento logo no início da carreira. As principais conclusões do estudo indicam que os estudantes concluintes de cursos de Odontologia sofrem grande influência para a escolha da odontologia, em função da idade e da carreira dos pais. Aspectos como status profissional e social foram os fatores mais importantes que influenciam na escolha da carreira.

Freire et al. (2011) conduziram um estudo com o objetivo de conhecer as razões da escolha da Odontologia como uma ocupação e as expectativas profissionais junto a um grupo de estudantes brasileiros. A população-alvo foi formada por alunos ingressantes do curso de Odontologia da Universidade Federal de Goiás. A pesquisa se caracterizou como um estudo de seção transversal que foi executado usando dados de um questionário aplicado a todos os estudantes do primeiro ano, matriculados nos períodos de 1993-1995 e de 2006-2008, que totalizavam 376 sujeitos. Destes, participaram da pesquisa 296 estudantes (78,7%). Os testes da análise e do qui-quadrado de freqüência foram

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usados para comparar frequências entre os dois períodos de tempo. A concepção do trabalho foi mencionada como a razão principal para escolher a odontologia, e os estudantes consideraram a promoção oral da saúde e a prevenção oral da doença como as finalidades preliminares da odontologia. A maioria mencionou um interesse na especialização em campos clínicos; ortodontia foi a opção mais citada. Este estudo revelou diferenças significativas quanto às motivações e perspectivas profissionais em função do período analisado. Os conceitos pessoais sobre a profissão são os fatores que exercem maior influência quando da escolha da odontologia como uma carreira.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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Referências

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