• Nenhum resultado encontrado

O ENSINO DE HISTÓRIA: ENTRE A INTOLERÂNCIA E O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "O ENSINO DE HISTÓRIA: ENTRE A INTOLERÂNCIA E O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO"

Copied!
15
0
0

Texto

(1)

ELIZETE DA SILVA*1

RESUMO

A proposta desta comunicação é analisar como o dialogo ecumênico e a intolerância religiosa repercutem no Ensino de História. A diversidade cultural e a pluralidade religiosa existentes no Brasil exigem uma formação específica dos docentes de História, a qual deve oferecer subsídios e aportes científicos capazes de responder aos desafios contemporâneos. Entendemos a religião e a religiosidade como formas de expressão do sagrado, as quais mantêm estreitos vínculos com os demais elementos constitutivos de um sistema cultural e tem se manifestado com variadas nuances e matizes ao longo da História. A religiosidade está presente na História da Humanidade desde os seus primórdios pré-históricos. Quanto à intolerância religiosa pode ser entendida como o oposto da tolerância e da aceitação da religião do outro, a qual às vezes pode se manifestar de forma subreptícia, dissimulada ou agressivamente desrespeitosa, classificada como racismo religioso, no Brasil ocorre, geralmente, em relação às religiões de matrizes africanas. Ao contrário, o diálogo inter-religioso é o compartilhamento do direito de divergir, em matéria fé e de crenças, mantendo a alteridade e o respeito às diferenças. Após seculares divergências entre católicos e protestantes, no século XIX o movimento ecumênico se consolidou na Europa, ao abrir possibilidades de uma convivência pacífica e cooperativa entre as diversas denominações Cristães e outras confissões religiosas, numa visão do macro ecumenismo. Com a hegemonia do Catolicismo no período medieval e o objetivo de manter a pureza da fé, a hierarquia eclesiástica criou a Inquisição e empreendeu Cruzadas contra o Islamismo, quando se mesclavam interesses mercantis, políticos e religiosos, tais como tomar o Santo Sepulcro do território dos infiéis, seguidores de Alá e ao mesmo tempo preservar os territórios da Cristandade contra o avanço do Islã. Práticas Inquisitoriais também ocorreram entre os protestantes: na cidade protestante de Genebra, João Calvino e demais pastores sistematizaram em 1541, um órgão disciplinador da fé, das doutrinas e das práticas cotidianas dos fiéis reformados: o Consistório tinha a função de manter a disciplina eclesiástica, excomungar e punir com a morte na fogueira os heréticos. Em termos gerais, as religiões monoteístas, isto é, as que adoram um único Deus, tendem para o exclusivismo, na medida em que desqualificam outras divindades ou outras crenças como idolatria, isto é, cultuar ídolos ou outros deuses, um pecado grave tanto no Judaísmo, no Cristianismo quanto no Islamismo. Tal concepção doutrinária impede ao fiel um olhar mais amplo, que permita admitir a existência de outras divindades, mesmo sem cultua-las. “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei do Egito, não terás outros deuses diante de mim” (BÍBLIA, Êxodo 20: 2, 3) Deus! Não há Deus, senão Ele, o Deus vivo, o Absoluto” sobre a idolatria completa o Texto Sagrado

(2)
(3)

Racismo religioso, travestido de pureza doutrinária também é um fator a ser considerado. A avalanche neopentecostal e fundamentalista, que o Brasil vive nas últimas décadas têm impulsionado a intolerância religiosa: a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada em 1977 e as demais comunidades neopentecostais condenam a cultura afro-brasileira e aportes culturais do Catolicismo. Tem havido perseguição e demonização das Religiões de Matrizes Africanas e do Espiritismo, bem como de seus sacerdotes e sacerdotisas. O desafio aos docentes é vencer o desconhecimento, proporcionando nos ambientes escolares estudos sistemáticos de todas as religiões que formam o campo religioso brasileiro, através de atividades que contemplem os vários saberes abordados nos currículos e conforme a faixa etária dos educandos. Uma metodologia apropriada, com uma bibliografia específica, tal qual ocorre com as demais disciplinas devem ser utilizadas, tomando como base as instruções normativas. Analisamos a experiência desenvolvida pela Coordenação de História da SEDUC em Feira de Santana, no que tange ao Ensino de História a diversidade religiosa e seus desdobramentos na Educação Básica. Aproveitando a carga horária de Formação Continuada (AC Formativa) vem realizando rodas de conversa e palestras sobre Intolerância Religiosa. O Comitê Inter-religioso Contra a Intolerância (COINTER) tem sido parceiro nas atividades. Trabalhamos na perspectiva da História Cultural, destacando os conceitos de representação e apropriação de Roger Chartier (2002). O conceito de campo religioso de Pierre Bourdieu (1974) é relevante para analisarmos as vinculações entre a religião e a dinâmica dos contextos históricos sociais. O ensino de História das Religiões pode se constituir em um eficiente instrumento para desenvolvermos a cultura da Paz e a formação de cidadãos democráticos.

Palavras-chave: Ensino de História, Religião, Alteridade, Intolerância. 1. INTRODUÇÃO

A formação de um profissional de História exige um amplo leque de saberes, que perpassam a historiografia internacional, global, nacional e local, porém os historiadores e as historiadoras se remetem sempre a um local determinado, portanto nesta ótica toda produção histórica deve também ser local e preocupada com o seu entorno. Os e as historiadoras são homens e mulheres, que se debruçam sobre o passado, mas como diria March Bloch (2001) são homens e mulheres do seu tempo, do presente que nos impõe uma agenda e demandas concretas.

Uma demanda urgente que temos atualmente no País é entender o papel da religião e seus desdobramentos na sociedade brasileira, inclusive no campo político. A proposta desta comunicação é analisar como o dialogo ecumênico e a intolerância religiosa repercutem no Ensino de História. A diversidade cultural e a pluralidade religiosa existentes no Brasil exigem uma formação especifica dos docentes de História, a qual deve oferecer subsídios e aportes científicos capazes de responder aos desafios contemporâneos. Entendemos a religião e a religiosidade como formas de expressão do sagrado, as quais mantêm estreitos vínculos com os demais elementos constitutivos de um sistema cultural e tem se manifestado com

(4)

variadas nuances e matizes ao longo da História. A religiosidade está presente na História da Humanidade desde os seus primórdios pré-históricos.

Existem vários conceitos que tratam dos fenômenos religiosos, conforme as diversas linhas de abordagens. Segundo Rubem Alves religião é “Teia de símbolos, redes de desejos, confissão de espera, horizonte dos horizontes, a mais fantástica e pretensiosa tentativa de transubstanciar a natureza” (ALVES, 1985). A religião é a forma organizada de crenças, ritos e instituições. Já “a religiosidade caracteriza-se pela maneira como são internalizados devoções e sentimentos, pelos fiéis, ou seja, trata-se da religião vivida” (TEIXEIRA, 1983).

Quanto à intolerância religiosa pode ser entendida como o oposto da tolerância e da aceitação da religião do outro, a qual às vezes pode se manifestar de forma subreptícia, dissimulada ou agressivamente desrespeitosa, classificada como racismo religioso, no Brasil ocorre, geralmente, em relação às religiões de matrizes africanas. Ao contrário, o diálogo inter-religioso é o compartilhamento do direito de divergir, em matéria fé e de crenças, mantendo a alteridade e o respeito às diferenças. Após seculares divergências entre católicos e protestantes, no século XIX o movimento ecumênico se consolidou na Europa, ao abrir possibilidades de uma convivência pacífica e cooperativa entre as diversas denominações Cristães e outras confissões religiosas, numa visão do macro ecumenismo.

Práticas e discursos de intolerância religiosa têm acompanhado a trajetória do Ocidente. Já na Antiguidade, quando o mundo estava dominado pelo Império Romano, o Judaísmo e o Cristianismo e as Religiões Orientais foram perseguidos como opositores, especialmente pelo fato de não cultuarem o Imperador como divindade. Após as perseguições, num claro jogo político, o Cristianismo tornou-se religião oficial.Com o processo de constantinização do Cristianismo a Igreja Católica aprendeu a perseguir os gentios, que seguiam deuses e doutrinas diferentes, condenando-os como infiéis ou heréticos.

Trabalhamos na perspectiva da História Cultural, destacando os conceitos de representação e apropriação de Roger Chartier (2002). O conceito de campo religioso de Pierre Bourdieu (1974) é relevante para analisarmos as vinculações entre a religião e a dinâmica dos contextos históricos sociais. Entendemos a religião e a religiosidade como formas de expressão do sagrado, as quais mantêm estreitos vínculos com os demais elementos constitutivos de um sistema cultural e têm se manifestado com variadas nuances ao longo da História.

Com a hegemonia do Catolicismo no período medieval e o objetivo de manter a pureza da fé, a hierarquia eclesiástica criou a Inquisição e empreendeu Cruzadas contra o

(5)

Islamismo, quando se mesclavam interesses mercantis, políticos e religiosos, tais como tomar o Santo Sepulcro do território dos infiéis, seguidores de Ala e ao mesmo tempo preservar os territórios da Cristandade contra o avanço do Islã. Práticas Inquisitoriais também ocorreram entre os protestantes: na cidade protestante de Genebra, João Calvino e demais pastores sistematizaram em 1541, um órgão disciplinador da fé, das doutrinas e das práticas cotidianas dos fiéis reformados: o Consistório tinha a função de manter a disciplina eclesiástica, excomungar e punir com a morte na fogueira os heréticos.

A semelhança com a Inquisição Católica, não foi apenas no plano discursivo! Os sentenciados recalcitrantes eram considerados como partidários de Satanás, “aquele que perturba a paz da Igreja”, também foram supliciados pelo Consistório, numa tentativa clara de extirpar, pela força a heresia, a idolatria e a superstição. A Inquisição Romana e o Consistório Calvinista contra os hereges e zombadores da Bíblia são expressões do mesmo autoritarismo religioso. São representações do espírito intolerante dos senhores da verdade bíblica, sustentados pelos príncipes ávidos de poder, do início dos tempos modernos.

2. ALGUNS FATORES QUE LEVAM A INTOLERÂNCIA RELIGIOSA

Em termos gerais, as religiões monoteístas, isto é, as que adoram um único Deus, tendem para o exclusivismo, na medida em que desqualificam outras divindades ou outras crenças como idolatria, isto é, cultuar ídolos ou outros deuses, um pecado grave tanto no Judaísmo, no Cristianismo quanto no Islamismo. Tal concepção doutrinária impede ao fiel um olhar mais amplo, que permita admitir a existência de outras divindades, mesmo sem cultua-las. “Eu sou o Senhor teu Deus, que te tirei do Egito, não terás outros deuses diante de mim”. (BÍBLIA, Êxodo 20: 2, 3). “Deus! Não há Deus, senão Ele, o Deus vivo, o Absoluto” sobre a idolatria completa o Texto Sagrado do Islã: “Combatei-os até que não haja mais idolatria e que prevaleça a religião de Deus” (ALCORÃO, s\d, p.17).

O campo religioso brasileiro, no que pese a hegemonia do Catolicismo desde o período colonial, sempre se apresentou com ampla diversidade: a presença e a oficialidade da Igreja Católica até 1889; Religiões Indígenas; Religiões de Matrizes Africanas; os grupos Protestantes; Espiritismo; os grupos minoritários: Judeus, Islâmicos, Budistas. Atualmente observam-se os novos movimentos religiosos ou alternativos, a exemplo da Nova Era, Seichonoiê, os quais ressignificam doutrinas e práticas de religiões tradicionais, com uma visão holística e terapêutica. Até 1889, com a proclamação da República, o Catolicismo era a religião oficial do Brasil, com base no Padroado Régio, um acordo entre o Papa e a

(6)

Monarquia Portuguesa. As outras formas de religiosidade não eram aceitas no território brasileiro.

Na sociedade brasileira, a intolerância religiosa se apresenta secularmente. A ação do Tribunal do Santo Oficio da Inquisição no Brasil também se respaldava no exclusivismo da Igreja Católica. Os livros didáticos de História, normalmente, registram que não houve Tribunal de Inquisição no Brasil, porém são omitidos informações e fatos que atestam as Visitações do Tribunal do Santo Oficio de Lisboa ao território brasileiro e os processos inquisitoriais, que resultaram em delações, prisões, morte na fogueira e degredo de pessoas acusadas de crimes de judaísmo, luteranismo, calvinismo ou feitiçaria.

O etnocentrismo religioso, que considerava o Cristianismo no topo da pirâmide como uma religião superior, em detrimento das formas religiosas menos prestigiadas persistiu, mesmo após a República estabelecer, constitucionalmente, a liberdade religiosa. O Estado Brasileiro passou a ser laico e a liberdade religiosa passou a vigorar no País, porém em clara contradição: o Código Penal de 1890, nos seus artigos 156, 157 e 158, proibia a magia, o espiritismo e o curandeirismo, elementos que ainda figuram nos rituais de Religiões de Matrizes Africanas e no Espiritismo. Manteve perseguições policiais aos Candomblés e aos Centros Espíritas. De fato, só o Protestantismo obteve os benefícios da liberdade de crença. Os grupos religiosos de matrizes africanas continuaram lutando pela liberdade religiosa por décadas. No I Congresso Afro- Brasileiro a questão foi amplamente discutida. Com a liderança de Edson Carneiro, Jorge Amado, Gilberto Freyre, dentre outros intelectuais e membros de terreiros de Candomblé foi realizado o II Congresso Afro- Brasileiro em 1937 e fundada a União das Seitas Africanas, a qual exigia Direitos Constitucionais de expressão religiosa. O Candomblé deixou de ser caso de Policia na Bahia, apenas em 1976, antes os Terreiros deveriam ter licença da Secretária de Segurança Pública para fazer seus cultos e festas.

Racismo religioso, travestido de pureza doutrinária também é um fator a ser considerado. A avalanche neopentecostal e fundamentalista, que o Brasil vive nas últimas décadas têm impulsionado a intolerância religiosa: a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), fundada em 1977 e as demais comunidades neopentecostais condenam a cultura afro-brasileira e aportes culturais do Catolicismo. Tem havido perseguição e demonização das Religiões de Matrizes Africanas e do Espiritismo, bem como de seus sacerdotes e sacerdotisas.

(7)

Em 1995, a intolerância e a disputa da mídia televisiva resultaram no chute na imagem de Nossa Senhora Aparecida na TV Record, por um bispo da Igreja Universal do Reino de Deus, ao tempo em que bradava impropérios. No I Congresso do Coração de Jesus realizado em Salvador, no dia 30 de outubro de 1995, a Igreja Católica reuniu 70 mil pessoas no Estádio da Fonte Nova e, publicamente, fez-se um desagravo à Nossa Senhora Aparecida, que havia sido agredida pelo pastor iurdiano. O Arcebispo Primaz do Brasil, D. Lucas Moreira Neves, rebateu os impropérios contra a santa e a sua devoção: “Nem as citações truncadas nem a zombaria e nem a perseguição poderiam nos impedir de te amar, Maria, preferimos a morte. Ninguém pode na sua ignorância ou má-fé nos acusar de idólatras” (TRIBUNA DA BAHIA, 1995, p.4). O incidente provocou, ainda, uma intensa polêmica entre os protestantes.

Segundo o Bispo Edir Macedo em seu livro Orixás, caboclos e guias:

Na igreja onde sou pastor, temos centenas de ex-pais de-santo e ex -mães-de-santo que foram enganadas pelos espíritos malignos [...] Depois de assistirem nossas reuniões, levados pelo programa de rádio ou televisão transformaram-se em novas criaturas (MACEDO, 1993, p. 2).

A guerra santa entre iurdianos e candomblecistas tem provocado vítimas: em 2000 morreu a Ialorixá Mãe Gilda em Salvador, acusada de embusteira e feiticeira pelo jornal

Folha Universal. Houve vários processos jurídicos contra líderes da IURD, acusação de

intolerância e racismo, que é crime, conforme a Constituição Brasileira.

A desqualificação das Religiões de Matrizes Africanas também toma a forma de silenciamento da memória afro-brasileira, nos espaços escolares. O Brasil levou séculos para reconhecer a importância da herança africana na sua formação cultural. Apenas na primeira metade do século XXI, em decorrência da militância de várias gerações, o Ministério da Educação implantou, oficialmente, os estudos históricos sobre a cultura africana, com a promulgação da Lei 10.639 de 2003, que incluiu na rede oficial de ensino a obrigatoriedade curricular da História e Cultura Afro-brasileira. Uma das dificuldades para a efetivação da referida lei é a débil formação dos professores, a falta de domínio de conteúdos, agravada por um preconceito secular contra os aportes culturais negros, especialmente das manifestações religiosas.

As crianças e os jovens, inseridos na educação formal, demandam o aprendizado do reconhecimento, da aceitação e do respeito à diversidade religiosa, enquanto patrimônio cultural da humanidade e expressão básica da cidadania e da democracia. O ensino de

(8)

História, em constante diálogo com a pesquisa, deve se constituir como espaço privilegiado para o debate em torno da diversidade religiosa na escola e na sociedade.

2.1 DESCONSTRUINDO A INTOLERÂNCIA E FORJANDO O DIÁLOGO ECUMÊNICO

Após intensa polêmica, a Lei de Diretrizes e Bases (LDB 9394/96), no artigo 33, institui o Ensino Religioso como parte integrante do sistema de ensino, mas o Legislativo nunca regulamentou como se daria este conteúdo, abrindo espaço para que as crenças pessoais da direção de cada instituição escolar ou professor como o parâmetro para a construção dos conteúdos. Constata-se que a disciplina tem sido praticada em algumas escolas como recurso proselitista para defender algumas religiões, em detrimento de outras e não como conhecimento histórico. As Religiões de Matrizes Africanas, pelo histórico de discriminação e etnocentrismo, têm sido as mais prejudicadas e omitidas.

Os conteúdos de História do Brasil ou de História das Religiões precisam destacar a relevância das religiões no processo de formação da sociedade brasileira, destacando todas as confissões religiosas, não apenas a Igreja Católica ou valores do Cristianismo, como algumas escolas praticam. Uma alternativa é adotar a matéria História das Religiões propondo um conteúdo abrangendo todas as religiões, que formam o campo religioso do País. É uma área epistemológica que a partir do século XIX ganhou corpo na Europa, porém no Brasil, apenas a partir da segunda metade do século XX as universidades começaram a criar linhas de pesquisa sobre religião e suas interfaces. Os docentes que ministram a disciplina devem ser capacitados, tal qual os de matemática ou de português. O conhecimento histórico das religiões é um antídoto à intolerância.

Em 1948, o órgão ecumênico designado como Conselho Mundial de Igrejas (CMI) realizou a sua primeira assembleia em Amsterdã, Holanda, com o significativo tema: A

desordem humana e o desígnio de Deus e tinha o propósito de uma aliança ecumênica

fundamentada na fé cristã e que se manifestava no compromisso de trabalhar concretamente pelo Reino de Deus. No entanto, as tensões e conflitos ideológicos se apresentavam já naquele conclave, como um fruto da conjuntura do pós-guerra e da guerra fria que se avizinhava (SILVA, 2010).

A repercussão da criação do Conselho Mundial de Igrejas (CMI) no Brasil foi imediata. Algumas denominações históricas, como os Batistas bem como a Assembleia de Deus, permaneceram hostis ao órgão ecumênico. Outras prontamente aderiram, a exemplo da

(9)

Igreja Metodista, da Igreja Evangélica de Confissão Luterana do Brasil, a Igreja Episcopal Anglicana do Brasil, a Igreja Evangélica Pentecostal “O Brasil para Cristo”, sob a liderança do missionário Manoel de Mello, também se filiou ao Conselho Mundial de Igrejas (CMI).

A partir de 1950 vicejou no Brasil o Protestantismo Ecumênico, com um olhar inclusivo e engajado, que atuou de forma propositiva, construindo espaços ecumênicos e diálogo inter-religioso, a exemplo do Setor de Igreja e Sociedade da Confederação Evangélica do Brasil, que desenvolveu um discurso de responsabilidade social e de valores do Reino de Deus. Era uma terceira geração de jovens protestantes, da estirpe de João Dias de Araújo, Josué Mello, Áureo Bispo, Celso Dourado, Rubem Alves, Anivaldo Padilha, Jaime Wright, Paulo Wright, João Parahyba D. Silva, Eliabe Barbosa, Djalma Torres, que desafiaram as estruturas conservadoras e propuseram outra teologia, outra práxis tolerante e respeitosa, bem como novas estruturas politicas e sociais para o País.

Em plena Ditadura Militar os Protestantes Ecumênicos formaram com católicos as Comunidades Eclesiais de Base, a tendência dos igrejeiros do Partido dos Trabalhadores (PT), fundado em 1980, com uma plataforma voltada para os trabalhadores, fim da Ditadura Militar e eleições diretas. Havia uma atuação ecumênica com as Dioceses Católicas, trabalhos conjuntos com a Comissão Pastoral da Terra (CPT). Quando da visita do Papa João Paulo II à Bahia, em 1991, o pontífice parlamentou com grupos ecumênicos. Reverendo João Dias e sua esposa Professora Ithamar Bueno Araújo fizeram parte da comitiva protestante ecumênica recebida pelo Papa( SILVA, 2010).

Apesar da repressão militar durante a Ditadura, as preocupações sociais do setor protestante ecumênico persistiram numa tentativa de resistência, a exemplo da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE). Antecedeu à sua fundação oficial a realização de uma pré-consulta, realizada em Feira de Santana, em 1970, sob os auspícios do Conselho Mundial de Igrejas, na qual se discutiram os problemas sociais do País. Participaram do evento várias denominações evangélicas, a Igreja Católica, representada pelo Padre Albertino Carneiro, na época um atuante clérigo vinculado à Teologia da Libertação (CORRESPONDÊNCIA DA CESE, 26 fev.1970 e ENTREVISTA A AUTORA em 15 dez. 2006).

Em 1972 realizou-se em Salvador uma Consulta do Conselho Mundial de Igrejas (CMI). A coordenação ficou sob a responsabilidade de Enilson Rocha, (presbiteriano e posteriormente membro da Igreja Evangélica Pentecostal O Brasil para Cristo) Frei Felix Neefjes (católico) e os Reverendos Josué Mello e Celso Dourado, líderes ecumênicos, fundadores da Igreja Presbiteriana Unida. Estiveram presentes na consulta representantes das igrejas – membros do CMI no Brasil, além do clérigo católico citado, representando a

(10)

Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, o Arcebispo Primaz do Brasil D. Avelar Brandão Vilela. Representaram o CMI o Rev. João D. Parahyba da Silva e o Rev. Allan Brash. Após quatro dias de debates a plenária da Consulta Ecumênica recomendou a criação da Coordenadoria Ecumênica de Serviço (CESE).

Como defensora dos Direitos Humanos e signatária de vários acordos nacionais e internacionais a Coordenadoria Ecumênica de Serviços tem contribuído para a execução de projetos que visam os interesses indígenas e dos afrodescendentes, enquanto populações que sofreram, historicamente, relações escravistas e de subalternidade religiosa. Conforme seus Estatutos a CESE destinava-se “a promoção da vida integral do homem na sociedade, nos moldes da fé cristã, em todo o território nacional, sem discriminação social, econômica, religiosa ou racial” (ESTATUTOS da CESE, 1973). Juntamente com o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs (CONIC), Conselho Latino -Americano de Igrejas (CLAI), Koinonia, e as igrejas que compõem a CESE formam o Fórum Ecumênico Brasil (FÉ BRASIL) com uma proposta de compartilhamento religioso e contrário a quaisquer práticas de intolerância cultural e religiosa.

Com a morte da Ialorixá Mãe Gilda, em Salvador, acusada de embusteira e feiticeira pela Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) houve uma reação organizada e vários grupos ofendidos moveram ações judiciais contra a intolerância da IURD. A Coordenadoria Ecumênica de Serviços e outros órgãos de Direitos Humanos promoveram campanhas de desagravo, culminando com a lei municipal, proposta pela vereadora Olívia Santana, do Partido Comunista do Brasil, que transformou o dia 21 de janeiro, como Dia Contra a Intolerância Religiosa. Em 2007, tornou-se lei nacional, projeto de lei do deputado federal Daniel Almeida do Partido Comunista do Brasil (SILVA, 2010).

A promulgação da lei foi comemorada em um ato ecumênico, no dia 21 de janeiro de 2008, em cerimônia pública no Teatro Castro Alves, em Salvador e que contou com a presença de líderes de diversas religiões e autoridades constituídas, inclusive representantes da Reitoria da Universidade Estadual de Feira de Santana. Na ocasião a saudosa Makota Valdina, líder religiosa do Candomblé, ressaltou a intolerância dos neopentecostais, admoestando para o cumprimento da legislação (OBSERVAÇÃO PARTICIPANTE, 21 jan., 2008).

Por outro lado, fiéis candomblecistas também fazem restrições às apropriações realizadas pelos neopentecostais, a exemplo do uso do banho do descarrego e afirmam que nisso há um pouco de Candomblé. Lizandra Santana, em pesquisas sobre o trânsito religioso em Cachoeira entrevistou um seguidor do Candomblé que opinou:

(11)

Pra que banho do descarrego? Dia de terça-feira eles estão lá de branco, não é um Candomblé disfarçado? Como tem uma igreja aí que bate um coro danado parecendo que é Candomblé, isso é um modo que estão inventando para atrair as pessoas? (SANTANA, 2010, p.47).

3. ENSINO DE HISTÓRIA E RELIGIÃO NA EDUCAÇÃO BÁSICA E NOVAS EXPERIÊNCIAS

Num Estado laico como o Brasil, o Ensino Religioso tem provocado intensa polêmica. Na década de 1940, ocasionou debates no Parlamento. Almeida, no seu estudo sobre os Colégios Metodistas, reconheceu que parlamentares de várias procedências religiosas eram contrários ao estabelecimento da Disciplina Ensino Religioso no País, temendo o predomínio e a hegemonia da Igreja Católica (ALMEIDA, 2002).

A UNESCO na década de 1990 produziu um relatório sobre os conflitos que assolavam o planeta e reconheceu que todas as guerras e disputas tinham um conteúdo religioso, a falta de respeito às diferentes formas de expressão religiosa ocasionavam as querelas e embates. Recomendou o organismo internacional, que deveria ser ministrada nas escolas do mundo todo a matéria História das Religiões, com o objetivo de dirimir a ignorância, que por sua vez produz o preconceito e a intolerância.

O desafio aos docentes é vencer o desconhecimento, proporcionando nos ambientes escolares estudos sistemáticos de todas as religiões, que formam o campo religioso brasileiro, através de atividades que contemplem os vários saberes abordados nos currículos e conforme a faixa etária dos educandos. Uma metodologia apropriada, com uma bibliografia específica, tal qual ocorre com as demais disciplinas devem ser utilizadas, tomando como base as instruções normativas, a exemplo dos Parâmetros Curriculares Nacionais, História,

Geografia de 1997, bem como as demandas específicas do alunado.

A situação exige um eficiente esforço pedagógico para formar novos valores, de uma educação inclusiva, sem o autoritarismo da imposição de crenças religiosas majoritárias, muito menos da tolerância arrogante. A ação educativa almejada é conceber todas as Religiões no mesmo patamar compondo o amplo leque da cultura brasileira, sem hierarquias ou ideias preconcebidas. Um bom antídoto contra o veneno do preconceito e da intolerância religiosa é o conhecimento histórico. Seguindo um conselho da Ialorixá Maria Stella de Azevedo: “conhecer, entender e respeitar” (JORNAL A TARDE, 2012).

Como uma resposta positiva aos diversos ataques contra Terreiros de Candomblé e a outros grupos de matrizes africanas na região feirense, em 2015 foi organizada uma

(12)

Campanha Contra a Intolerância Religiosa na cidade e ao mesmo tempo criado o Comité Inter-religioso Contra a Intolerância Religiosa (COINTER), composto por lideranças das Religiões de Matrizes Africanas, Espíritas, Evangélicos Ecumênicos, Católicos, Ateus e um representante do Centro de Pesquisas da Religião da Universidade Estadual de Feira de Santana.

A finalidade precípua da entidade COINTER é promover o diálogo inter-religioso na região e defender as liberdades laicas, com campanhas educativas, palestras, visitas as escolas e espaços religiosos, ou não, dispostos ao debate, bem como denunciar quaisquer práticas de intolerância religiosa. A experiência do COINTER demonstra que o diálogo inter-religioso e ecumênico é possível e necessário à formação do cidadão e a construção de uma sociedade mais inclusiva, com menos discriminação.

No município de Feira de Santana, por iniciativa do Grupo de Currículo do Ensino Fundamental (GCEF), a Coordenação de História, a cargo da Professora Simone Dias Cerqueira de Oliveira tem realizado uma experiência exemplar no que tange ao Ensino de História a diversidade religiosa e seus desdobramentos na Educação Básica. Aproveitando a carga horária de Formação Continuada (AC Formativa) vem realizando rodas de conversa e palestras sobre Intolerância Religiosa. O COINTER tem sido parceiro nas atividades. Como parte do planejamento anual das ACs Formativas dos professores de História da Rede Pública Municipal de Educação de Feira de Santana, que trabalham nos Anos Finais do Ensino Fundamental, inserem-se dois momentos de Rodas de Conversas com temáticas escolhidas pelos próprios professores.

Conforme relato da Professora Simone Oliveira: entre os dias 13 e 19 de julho de 2019 foi realizada uma enquete com esses professores com o objetivo de escolher duas temáticas, que interferem atualmente no desenvolvimento do Currículo Escolar, a saber: Intolerância Religiosa, Masculinidade Tóxica e Homofobia Função social da História, Racismo, Educação Especial, Violências contra crianças e adolescentes Escola sem Partido e Outra temática. “Destas 07 (sete) temáticas, as 02 (duas) mais votadas foram, respectivamente: Intolerância Religiosa e Masculinidade Tóxica e Homofobia. Participaram da enquete 38 professores” (OLIVEIRA, 2019).

Segundo a Coordenadora de História, Professora Simone Cerqueira Oliveira, a escolha dos professores motivou o convite feito ao COINTER para participar de um momento na AC Formativa de História do dia 16 de julho de 2019. A atividade foi tão produtiva, que decidiram como um desdobramento deste encontro, coordenação de História e COINTER, “realizar um Seminário com professores de História (6° ao 9º anos) e professores que ensinam

(13)

História (1º ao 5º anos) sobre Ensino de História e Intolerância Religiosa” (OLIVEIRA, 2019).

Para nortear as atividades, os questionamentos segundo a Coordenadora Simone Oliveira devem ser: Por que a História, ciência e disciplina escolar, têm uma dívida com as questões das religiosidades africanas no Brasil? Em outras palavras, quais relações podemos estabelecer entre Ensino de História e intolerância religiosa no Brasil? Como a formação nas duas temáticas mais votadas pode contribuir para melhorar as práticas docentes? Questões de extrema pertinência a serem consideradas na atuação dos docentes.

4. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A intolerância religiosa não é novidade no campo religioso brasileiro, porém com o crescimento dos neopentecostais e outros grupos religiosos mais conservadores recrudesceu. No final da década de 1970, o chamado neopentecostalismo, espalhou-se vigorosamente como um verdadeiro movimento inovador no campo religioso nacional. A Casa da Benção, Igreja Internacional da Graça Divina, Igreja Renascer em Cristo, Igreja Sara Nossa Terra são algumas que se destacam no grupo neopentecostal, acrescido de algumas pequenas congregações dissidentes de menor porte e visibilidade, que pululam nos bairros periféricos das grandes e médias cidades, como Salvador, Feira de Santana e Cachoeira. Observamos a

guerra santa como uma prática sistemática, causa de conflitos numa sociedade multicultural e

de religiosidade plural. A Bíblia é um livro de sabedoria e pode ser lido com outro olhar, além do dogmatismo e do fundamentalismo.

O Ensino de História das Religiões se constitui num campo de trabalho muito fértil para a atuação dos historiadores. Estudar as diversas entidades religiosas que formam o cenário religioso do País é conhecer o imaginário, visões de mundo e o cotidiano de grupos sociais que mantêm relações com o sagrado, crenças e ricas práticas rituais, que foram preservadas ao longo da História.

Entendemos que o conhecimento histórico sobre religiões e religiosidades difundido no espaço escolar pode ser uma contribuição efetiva para dirimir a intolerância religiosa e incentivar práticas de convivência social entre diferentes, garantindo a alteridade, o direito à diversidade de invocar as forças do sagrado.

O pêndulo da História aponta para o crescimento de instituições eclesiásticas, que disputam o mercado religioso com um perfil fundamentalista, em contrapartida ao descenso do setor ecumênico no cenário nacional. O atual Presidente da República, e a Ministra

(14)

Damares Alves fazem propostas e distribuem cargos aos “terrivelmente cristãos” como se o Estado Brasileiro voltasse ao Padroado Régio Imperial, em desrespeito às demais confissões religiosas existentes na sociedade. Todos os brasileiros merecem ser respeitados nas suas crenças ou descrenças, como um direito constitucional e garantido pela Declaração dos Direitos Humanos. Autoridades não devem fazer proselitismo, como pregadores, pois o Estado é laico. O crescimento dos neopentecostais no País, não lhes confere o direito de aspiração de um Padroado Evangélico.

Cabe aos professores de História desconstruir tais discursos autoritários e fundamentalistas, com argumentos históricos e políticos consistentes, que podem ser ministrados desde a Escola Básica até ao Ensino Superior. O ensino de História das Religiões pode se constituir em um eficiente instrumento para desenvolvermos a cultura da Paz e a formação de cidadãos democráticos.

5. BIBLIOGRAFIA BÁSICA

ALMEIDA, Vasni. Colégios Metodistas. Revista História, Goiânia, v.1, n. 12, p. 4,2007.

ALMEIDA, Vasni; SANTOS, Lyndon; SILVA, Elizete da (org.). Fiel é a Palavra: Leituras Históricas dos Protestantes no Brasil. Feira de Santana: UEFS Editora, 2011.

ALVES, Rubem. O que é religião. São Paulo: Civilização Brasileira, 1985.

_______. Protestantismo e Repressão. São Paulo: Ática, 1979.

BASTIDE, Roger. As Religiões Africanas no Brasil. Contribuição a uma Sociologia das Interpretações da Civilização. São Paulo: Pioneira, 1971.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes. Ensino de História: fundamentos e métodos. 4 ed. São Paulo: Cortez, 2011.

BLOCH, March. Apologia pela História ou O Oficio do Historiador. Rio de Janeiro, Zahar, 2001.

BOURDIEU, Pierre. A Economia das trocas simbólicas. São Paulo: Perspectiva, 1974.

BRAGA, Julio. Fuxico de Candomblé. Estudos Afro-brasileiros. Feira de Santana: UEFS, 1998.

(15)

CHARTIER, Roger. A História cultural: entre práticas e representações. Portugal: Difel, 2002.

COUTO, Edilece; FERREIRA, Muniz; SILVA, Elizete da. Ecumenismo e Cidadania: a trajetória da Coordenadoria Ecumênica de Serviço. São Leopoldo: CEBI, 2013.

CURY, Carlos R. Jamil. Ensino Religioso na Escola pública: o retorno de uma polêmica recorrente. Revista Brasileira de Educação, Rio de Janeiro, v. [s/n], n. 27, p. 183-213, set/dez., 2004.

JUNQUEIRA, Sérgio Rogério; BRANDRNBURG, Laude; KLEIN, Remi. Compêndio do Ensino Religioso. São Leopoldo: Sinodal; Petrópolis: Vozes, 2017.

MACEDO, Edir. Orixás, caboclos e guias: deuses ou demônios? Rio de Janeiro: Gráfica Editorial, 1993.

OLIVEIRA, Simone Dias Cerqueira de. Entre a tradição e a inovação: configurações curriculares do ensino de história em escolas públicas do Ensino Fundamental no município de Feira de Santana-Ba (1994-1999). 2011. Dissertação (Mestrado em Educação) -

Universidade Federal de Sergipe, São Cristóvão, 2011.

SANTOS, Adriana Martins. A Igreja Universal e as instituições políticas soteropolitanas 1980-2002. 2008. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2008.

SANTOS, Fabrício Lyrio. Da Catequese à Civilização: colonização e povos indígenas na Bahia. Cruz das Almas: Editora UFRB, 2014.

SENNA, Ronaldo S. Feira de Encantados: uma presença afro-brasileira em Feira de Santana; construções simbólicas e ressignificações. Feira de Santana: UEFS Editora, 2014.

SILVA, Elizete da Silva. Protestantismo ecumênico e realidade brasileira: evangélicos progressistas em Feira de Santana. Feira de Santana: Editora UEFS, 2010.

SILVA, Lizandra Santana. Do Axé ao Aleluia. O Trânsito no Campo Religioso Cachoeirano. Feira de Santana. 2014. Dissertação (Mestrado em História) - Universidade Estadual de Feira de Santana, Feira de Santana, 2014.

TEIXEIRA, Marli Geralda. “... nós, os Batistas...”: um estudo de História das Mentalidades. 1983. Tese (Doutorado em História) Universidade de São Paulo, São Paulo, 1983.

Referências

Documentos relacionados

segunda guerra, que ficou marcada pela exigência de um posicionamento político e social diante de dois contextos: a permanência de regimes totalitários, no mundo, e o

Este estudo apresenta como tema central a análise sobre os processos de inclusão social de jovens e adultos com deficiência, alunos da APAE , assim, percorrendo

Para essa discussão, selecionamos o programa musical televisivo O fino da bossa, apresentado por Elis Regina e Jair Rodrigues, na TV Record de São Paulo, entre os anos de 1965 e

Estes resultados demonstram que o processo de oxidação ocorreu em diferentes graus em cada síntese, formou óxidos com baixo espaçamento interplanar e a morfologia de folhas

No entanto, maiores lucros com publicidade e um crescimento no uso da plataforma em smartphones e tablets não serão suficientes para o mercado se a maior rede social do mundo

Agora quando eles brigam eu não sinto mais medo: sinto apenas ódio deles e fico nervoso e meu estômago ferve.. Mas do verão eu

a) Oração – Estimule as crianças a falarem com Deus. É importante variar com oração de gratidão, de intercessão, de confissão, de petição e também variar os motivos de

Este banho é apenas o banho introdutório para outros banhos ritualísticos, isto é, depois do banho de descarrego, faz-se necessário tomar um outro