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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

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CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

MANEJO DE IRRIGAÇÃO PARA CULTIVARES DE PALMA DE ÓLEO

(Elaeis guineensis Jacq.) EM FASE INICIAL DE

DESENVOLVIMENTO NO NORTE DE MATO GROSSO.

AIRTON CAZARIN JÚNIOR

Engenheiro Agrônomo

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE MATO GROSSO

CAMPUS UNIVERSITÁRIO DE SINOP

INSTITUTO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS

MANEJO DE IRRIGAÇÃO PARA CULTIVARES DE PALMA DE ÓLEO

(Elaeis guineensis Jacq.) EM FASE INICIAL DE

DESENVOLVIMENTO NO NORTE DE MATO GROSSO.

AIRTON CAZARIN JÚNIOR

Orientador: Prof. Dr. Kelte Resende Arantes

Dissertação apresentada ao Programa de Pós Graduação em Agronomia, como parte das exigências para a obtenção do título de Mestre em Agronomia. Área de concentração: Agronomia.

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DADOS CURRICULARES DO AUTOR

AIRTON CAZARIN JÚNIOR – Nascido em 14 de setembro de 1986, no município de Rondon do Pará, estado do Pará. Ingressou na Universidade Estadual do Estado de Mato Grosso (UNEMAT), Instituto de Ciências Agrárias e Ambientais, curso de Engenharia Agronômica, campus de Alta Floresta, em Julho de 2004. Em outubro de 2008 obteve o titulo de Engenheiro Agrônomo. Iniciou o curso de mestrado em Agronomia em março de 2012.

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Dedicatória

Á Deus, Aos meus pais, Airton Cazarin e Neuza Maria Cardoso Cazarin, A minha noiva, Carla Dahmer, Por todo amor, carinho, apoio e confiança.

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Primeiramente a Deus que sempre me acompanha dando coragem, força, saúde e inteligência para tomar as decisões corretas.

Ao programa de pós-graduação em Agronomia da Universidade Federal de Mato Grosso campus Sinop UFMT e à Embrapa Agrossilvipastoril.

Ao meu orientador, Kelte Resende Arantes e aos doutores Cornélio Alberto Zolin e Vanessa Quitete Ribeiro da Silva da Embrapa Agrossilvipastoril, pela orientação, dedicação, alegria e ensinamentos para a minha formação profissional e realização deste trabalho.

Aos membros da Comissão Examinadora.

Aos professores do curso da pós-graduação, pelos ensinamentos.

Aos colegas e amigos do Curso de Mestrado. Especialmente, Fabiano, Gerônimo e Fernando, pela amizade e contribuição.

E a todas as pessoas que de alguma forma contribuíram para realização deste trabalho.

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SUMÁRIO

Página

RESUMO... vi

ABSTRACT ... viii

CAPÍTULO 1 – CONSIDERAÇÕES GERAIS ... 1

1. Introdução ... 1

2. Revisão de Literatura... 4

2.1 A Palma de Óleo... 4

2.2 Importâncias Socioambientais da Palma de Óleo ... 6

2.3 Morfologia da Palma de Óleo ... 9

2.4 Ecofissiologia da Palma de Óleo ... 10

2.5 Estresse Hídrico ... 13

2.6 Irrigação ... 14

3. Referências Bibliográficas ... 19

CAPÍTULO 2 - MANEJO DE IRRIGAÇÃO PARA CULTIVARES DE PALMA DE ÓLEO (Elaeis guineensis Jacq.) EM FASE INICIAL DE DESENVOLVIMENTO NO NORTE DE MATO GROSSO ... 26

RESUMO... 26 ABSTRACT ... 27 1. Introdução ... 27 2. Material e Métodos ... 30 3. Resultados e Discussão ... 35 4. Conclusões ... 42 5. Considerações Finais ... 42 6. Referências Bibliográficas ... 43

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MANEJO DE IRRIGAÇÃO PARA CULTIVARES DE PALMA DE ÓLEO (Elaeis

guineensis Jacq.) EM FASE INICIAL DE DESENVOLVIMENTO NO NORTE DE

MATO GROSSO.

RESUMO - No Brasil, dentre os óleos vegetais empregados na produção de biodiesel, a palma de óleo apresenta grande potencial, sendo uma opção ao diesel de petróleo e contribuindo para a geração de um mercado de produção de biodiesel em grande escala. Além de ocupar uma posição de destaque na produção e geração de energia renovável de origem agrícola, o Brasil dispõe de extensas áreas agricultáveis que podem ser incorporadas ao processo produtivo de maneira sustentável. A palma de óleo é atualmente a oleaginosa de maior produtividade mundial, apresentando rendimento de óleo de 3 a 6 toneladas por hectare anualmente. Apresenta boa capacidade adaptativa, sendo ótima alternativa para recuperação de áreas degradadas. De acordo com o Zoneamento Agroecológico da Palma de óleo, o norte do estado de Mato Grosso se enquadra como área regular e marginal, apresentando restrições de déficit hídrico variando de 200 a 450 mm ano. Nesse contexto objetivou-se avaliar o desenvolvimento inicial de dois cultivares de palma de óleo sob-regime irrigado e de sequeiro, no município de Sinop – MT, visando estabelecer um manejo adequado de irrigação. Para tanto, realizou-se dois experimentos. No primeiro utilizou-se delineamento experimental de Blocos Casualizados, com dois cultivares (BRS C2501 e BRS C2528) e quatro níveis de depleção de água no solo (10, 20, 30 e 40% da disponibilidade total de água no solo), todos com três repetições (blocos). No segundo utilizou-se delineamento experimental de Blocos Casualizados, com dois cultivares (BRS C2501 e BRS C2528) e dois sistemas de cultivo (sequeiro e irrigado), todos com três repetições (blocos). Cada parcela experimental foi composta por cinco plantas, das quais foram avaliadas mensalmente: diâmetro médio de projeção da copa (DMP), número de folhas (NF) e largura do folíolo (LF). Os valores obtidos foram analisados em três períodos (chuvoso 1, seca e chuvoso 2), sendo comparados os dois cultivares, os níveis de depleção e o desenvolvimento nos dois sistemas de cultivo (irrigado e de sequeiro). Quando significativamente diferentes, as médias foram submetidas à comparação pelo teste de Tuckey ou regressão, sempre a 5% de probabilidade. Concluiu-se que as cultivares BRS C2501 e BRS C2528 apresentaram

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desenvolvimento vegetativo semelhante e o sistema irrigado foi superior ao não irrigado.

Palavras-chave adicionais: Zoneamento Agroclimático, Suporte Hídrico, Bioenergia.

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IRRIGATION MANAGEMENT STRATEGIES FOR OIL PALM VARIETIES (Elaeis

guineensis Jacq.), IN INITIAL GROWING STAGE IN THE NORTH REGION OF

THE STATE OF MATO GROSSO.

ABSTRACT - In Brazil, among the vegetable oils used in biodiesel production, oil

palm has grest potential, standinpas an option to petroleum diesel and contributing to the creation of a market for large-scale production of biodiesel. Besides occupying a prominent position in the production and generation of renewable energy from agricultural sources, the Brazil has extensive agricultural areas that can be incorporated into the production process in a sustainable manner. Palm oil is currently the world's largest oilseed productivity, presenting oil yield of 3 to 6 tons per hectare annually. It has a good adaptive capacity and is a great alternative for restoration of degraded areas. According to the Agro-Ecological Zoning of Oil Palm, the northern state of Mato Grosso is considered as a regular and marginal area, with restrictions on water deficit ranging from 200 to 450 mm year. In this context the goal of this study was to evaluate the initial development of two oil palm cultivars under irrigated and rainfed system, in Sinop - MT, to establish a the best strategy for irrigation management. The experimental randomized block was designed with two cultivars (BRS C2501 and BRS C2528), and four soil water depletion levels (10, 20, 30 and 40% of the total available water in the soil) as well as a rainfed conditions, all with three replications (blocks). Each experimental plot consisted of five plants, that were evaluated on monthly basis regarding their morphological characteristics: canopy average diameter (DMP), number of leaves (NL) and width of leaves (LF). Therefore, it took two experiments. In the first we used a randomized blocks, with two cultivars (BRS C2501 and C2528 BRS) and four levels of water depletion in the soil (10, 20, 30 and 40% of the total soil water availability), all with three replications (blocks). In the second we used a randomized blocks, with two cultivars (BRS C2501 and C2528 BRS) and both systems (rainfed and irrigated), all with three replications (blocks). Each plot consisted of five plants, which were evaluated monthly: average diameter of crown projection (DMP), number of leaves (NF) and width of leaves (LF). The data were analyzed in three periods (1 rainy, dry and rainy 2), and compared the two cultivars, depletion levels and development in both systems (irrigated and

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rainfed). When significantly different, the means were submitted to comparison by Tukey test or regression, where a 5% probability. It was concluded that the BRS C2501 and C2528 BRS cultivars showed similar vegetative growth and the irrigation system was higher than non-irrigated.

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CAPÍTULO 1-

CONSIDERAÇÕES GERAIS

1. Introdução

As mudanças climáticas, a falta de oportunidade de trabalho nos grandes centros e a necessidade de alterar drasticamente a matriz energética mundial são os três maiores desafios a serem enfrentados pela humanidade neste século. Os biocombustíveis emergem, neste cenário, como uma das mais importantes alternativas energéticas, capazes de reduzir a dependência de combustíveis fósseis e as emissões de gases de efeito estufa no setor de transportes. Além dos benefícios econômicos e ambientais almejados, os biocombustíveis criam a expectativa de geração de emprego e renda no campo, onde os níveis de pobreza são maiores que em áreas urbanas.

No Brasil, dentre os óleos vegetais, empregados na produção de biodiesel, o dendê se sobressai aos demais, sendo uma opção ao diesel de petróleo e contribuindo para a geração de um mercado para a produção em grande escala de biodiesel. Além de ocupar uma posição de destaque na produção e geração de energia renovável de origem agrícola, o país dispõe de extensas áreas agricultáveis que podem ser incorporadas ao processo produtivo de maneira sustentável.

A palma de óleo (Elaeis guineensis Jacq.) é uma palmeira de origem africana, que apresenta melhor desenvolvimento em regiões tropicais, com clima quente e úmido, precipitação elevada e bem distribuída ao longo do ano. Faz parte de uma das famílias de plantas mais importantes do mundo: “as palmáceas”. Foi introduzido no continente americano a partir do século XV, coincidindo com o início do tráfico de escravos (século XVII) entre a África e o Brasil, tendo chegado à Bahia.

A importância social da palma de óleo se apresenta com intensiva utilização de mão-de-obra e torna a sua cultura uma excelente opção de produção para pequenas propriedades. A utilização da palma de óleo como principal exploração, poderá diminuir, de forma acentuada, o êxodo rural. Em média, o cultivo de dez hectares de palma de óleo gera trabalho e renda para uma família com 5 pessoas por um período de 20 anos ou mais.

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O cultivo da palma de óleo é praticado com baixo nível de agressão ambiental, podendo ser cultivada em solos de baixa fertilidade, estabelecendo rapidamente uma cobertura arbórea, protegendo estes solos contra a lixiviação e a erosão. Oferece ainda, bases para a implantação de um mecanismo limpo de desenvolvimento, devido a sua extraordinária capacidade de retenção de carbono, uma vez que um hectare de palma de óleo com 15 anos de idade fixa aproximadamente 13 toneladas de carbono por ano.

A palma de óleo é a oleaginosa cultivada de maior produtividade mundial, superando 25 toneladas de cacho por hectare anualmente. Além de ter uma alta produtividade de cachos e produção durante todo o ano, o rendimento do óleo é um dos principais atrativos para a cultura do dendê, variando de 3 a 6 toneladas de óleo por hectare anualmente.

Dentre os fatores climáticos mais importantes para o desenvolvimento da cultura podemos citar a exigência com chuvas em torno de 2.500 mm.ano-1, sendo

que meses com precipitação menor que 150 mm devem ser complementados com irrigação. Não se recomendando cultivar em locais com precipitação inferior a 1.500 mm.ano-1.

De acordo com o Zoneamento Agroecológico da Palma de óleo feito pela Embrapa, dividindo dois tipos de manejo B e C (baixo e alto nível tecnológico). O norte do estado de Mato Grosso se enquadra na classificação de área regular e marginal, ou seja, apresenta potencial médio a alto, com limitações moderadas para a produção da palma de óleo, com déficit hídrico de 200 a 350 mm para área regular e 350 a 450 mm para área marginal, o que representa limitações fortes para a produção da cultura.

Pela necessidade hídrica da palma de óleo ser elevada e a distribuição pluviométrica da região ser concentrada em apenas uma estação (estação seca e chuvosa), objetivou-se, com este trabalho, avaliar o desenvolvimento inicial de cultivares de palma de óleo, determinar parâmetros de manejo da água na irrigação e avaliar a necessidade da irrigação para a cultura na região de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado no norte do estado de Mato Grosso.

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2. Revisão de Literatura

2.1. A palma de óleo.

A palma de óleo (Elaeis guineensis Jaqc.) é uma espécie originaria da África Ocidental cultivada em regiões tropicais úmidas na África, Ásia e América. Foi introduzida no Brasil, inicialmente, no estado da Bahia, no final do século XVI, oriunda do tráfico de escravos, se adaptando bem ao clima do litoral brasileiro (SANTOS, 2010; VENTURIERI et al., 2009).

Segundo Embrapa (2006), a palma de óleo, por ser uma cultura perene e de grande porte, possibilita um perfeito recobrimento da área quando adulta, e na fase de implementação pode ser associada a leguminosas de cobertura de solo, gerando assim um sistema de grande estabilidade ecológica e de baixos impactos ambientais.

Seu ciclo produtivo dura em média 25 anos, iniciando sua produção entre o terceiro e quarto ano. É a oleaginosa cultivada de maior produtividade mundial, superando 25 toneladas de cacho por hectare anualmente. Além de ter uma alta produtividade de cachos e produção durante todo o ano, o rendimento do óleo é um dos principais atrativos para a cultura do dendê, variando de 3 a 6 toneladas de óleo por hectare anualmente, o que ultrapassa as principais matérias-primas cultivadas com esta finalidade, inclusive a soja, que apresenta 0,2 a 0,6 toneladas de óleo por hectare. (SIMAS; PENTEADO, 2012; MOURA, 2008; ROCHA, 2007). Segundo Maciel (2012) a palma de óleo possui ainda grande capacidade de fixação de carbono e alta eficiência na conversão energética, além de gerar subprodutos para fins energéticos (cascas, fibras e efluentes de usina de processamento de cachos).

No ano de 2012 a produção mundial de óleo de palma foi de 52,3 milhões de toneladas, em área cultivada de 14,2 milhões de hectares, apresentando assim produtividade média de 3,7 toneladas por hectare de óleo de palma (OIL WORD, 2012). A safra 2011/12, a cultura da soja teve produção mundial de 42,16 milhões de toneladas de óleo de soja, em área cultivada de 102,16 milhões de hectares, tendo produtividade media de 0,41 toneladas por hectare de óleo de soja (USDA, 2012). Esses números destacam que a palma de óleo é atualmente a principal fonte de

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óleo vegetal do mundo, apresentando alta produtividade em menores áreas de produção, longo ciclo de exploração e cobertura permanente do solo.

Os principais países produtores de óleo de palma são a Indonésia com 48,9 %, Malásia com 36,19 % e Tailândia com 3,09 % da produção mundial. O Brasil atualmente é o 10º maior produtor mundial com 310 mil toneladas de óleo de palma, equivalente a 0,59 % da produção mundial (Tabela 1).

Tabela 1 - Produção (1.000 t/ha), Produtividade (t/ha) e Área Cultivada (1.000 ha) mundial de óleo de palma dos principais países produtores.

País Produção Produtividade Área Cultivada

2012 2011 2010 2009 2012 2011 2010 2009 2012 2011 2010 2009 Indonésia 25600 24100 22100 21000 3.95 3.96 3.85 3.91 6480 6090 5740 5370 Malásia 18930 18912 16993 17566 4.30 4.42 4.11 4.38 4400 4280 4130 4010 Tailândia 1620 1530 1380 1310 2.51 2.47 2.34 2.40 645 620 590 545 Colômbia 950 941 753 802 3.36 3.53 3.00 3.40 283 267 251 236 Nigéria 940 930 885 870 2.06 2.07 2.06 2.08 457 450 430 418 Papua/N.Guiné 545 520 500 478 3.81 3.71 3.70 3.95 143 140 135 121 Equador 525 495 380 429 2.16 2.11 1.69 2.00 243 235 225 214 C. Marfim 360 400 330 345 1.55 1.73 1.47 1.57 233 231 225 220 Honduras 330 320 275 280 3.00 3.05 2.75 3.01 110 105 100 93 Brasil 310 270 250 240 2.82 2.50 2.35 3.31 110 108 106 104 Camarões 272 254 250 238 2.19 2.13 2.16 2.13 124 119 116 112 Costa Rica 270 250 230 220 4.15 4.17 4.11 4.15 65 60 56 53 Outros Países 1648 1530 1380 1310 1.83 1.83 1.79 1.83 899 871 841 814 Mundial 52300 50518 45829 45265 3.69 3.72 3.54 3.68 14192 13576 12945 12310

Fonte: Oil Word, 2012.

O Brasil ainda representa uma pequena parte da produção em relação ao cenário mundial da palma de óleo, entretanto a baixa disponibilidade de áreas nos países tradicionais, e a grande demanda destes para a produção de grãos em detrimento da produção de óleos vegetais, permite que os países que possuem áreas e tecnologia necessárias para a expansão da cultura da palma de óleo galgarem uma maior fatia do mercado mundial (EMBRAPA, 2006). De acordo com Rocha (2007), o Brasil possui a maior área apta para expansão do mundo, de aproximadamente 70 milhões de hectares (Tabela 2), sendo que a maior parte desta área já se encontra em estado alterado, sem utilização comercial, degradados por sistemas agropecuários inaptos as condições climáticas da região.

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Estado Área potencial para cultivo (ha) Acre 2.500.000 Amapá 1.500.000 Amazonas 50.000.000 Bahia 900.000 Mato Grosso 500.000 Pará 10.000.000 Rondônia 1.000.000 Roraima 4.000.000 Tocantins 500.000 Total 71.000.000 Fonte: Agropalma (2010)

O dendezeiro ou palma de óleo apresenta boa capacidade adaptativa, representando assim, ótima alternativa para a recuperação e desenvolvimento sustentável dessas áreas, gerando renda e desenvolvimento para diversas regiões.

2.2. Importâncias socioambientais da palma de óleo.

A crescente expansão dos plantios de palma de óleo em áreas nativas nos países tradicionais provocou a destruição de habitats naturais. Com isso foram tomadas medidas preventivas de implantação da cultura afim de tornar as produções sustentáveis. Nesse cenário, tendo as produções nos países tradicionais estagnadas e a crescente demanda por óleo vegetal, novas áreas devem ser procuradas para a expansão da produção (ALVES, 2011).

O governo federal, com a finalidade de incentivar a sustentabilidade e a inserção dos pequenos produtores na agricultura, criou o Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB) o qual conta com o “Selo Combustível Social”, e tem a finalidade de implementar técnica e economicamente a produção e o uso do biodiesel, com enfoque na inclusão social e desenvolvimento regional gerando empregos e renda. O selo combustível social garante ao produtor de biodiesel que inserir o pequeno produtor na cadeia produtiva ou adquirir percentuais mínimos de matéria-prima dos mesmos, capacitação e assistência técnica. Além de garantir a

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inclusão social, o PNPB visa à produção do biodiesel de diversas fontes de oleaginosas, fortalecendo assim as potencialidades regionais para a produção da matéria-prima (SIMAS e PENTEADO, 2012).

Nesse panorama o óleo de palma representa uma importante perspectiva de desenvolvimento social nas regiões aptas à produção, sendo produzido entre os pequenos produtores, impulsionando o desenvolvimento regional.

Abramovay e Magalhães (2007) apontam que esta iniciativa em que o governo crie condições para que parte da matéria-prima para a produção do biodiesel origina-se da agricultura familiar é algo inédito nacionalmente e internacionalmente. Porém de acordo com Simas e Penteado (2012), ao serem analisados os primeiros anos do PNPB, percebeu-se que a principal fonte de matéria-prima que se estabeleceu foi a soja, diminuindo assim as metas sociais planejadas. Portanto é necessário de fato investir em projetos que valorizem a diversidade de oleaginosas disponíveis, gerando emprego e inclusão social.

A implantação de projetos agropecuários, construções de hidroelétricas, expansão de novas áreas agrícolas e a escassez de opções econômicas para a população geram, nos trópicos, consequências como o desmatamento e as queimadas. Logo, para combater tais atividades, é necessária a oferta de alternativas econômicas capazes de absorver a mão-de-obra atualmente ocupada na agricultura (VILLELA, 2009).

Atualmente os projetos para o desenvolvimento dessas regiões tem se preocupado com a sustentabilidade, sob uma visão social, econômica e ambiental. Gerando um desafio para a promoção de um modelo de desenvolvimento rural que aproveite as potencialidades econômicas, tornando a agricultura familiar forte e com um mínimo de impacto ambiental (FURLAN et al, 2006).

O estado de Mato Grosso, de acordo com o artigo 2 da lei nº 5.173, de outubro de 1966, é considerada área da Amazônia Legal. A Medida Provisória 2.166 de 2001 impôs aos proprietários de terras pertencentes à Amazônia Legal a preservação de 80% da área como reserva legal, sendo um fator de desestimulo para atividades agro-florestais (VILLELA, 2009; EMBRAPA, 2010).

Para incentivar o desenvolvimento de algumas atividades agroflorestais o projeto de lei (PL) 6.424 de 2005, altera o código florestal, permitindo o

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reflorestamento de áreas já desmatadas com o plantio de espécies nativas ou outras espécies, ou o plantio de palmáceas nativas ou exóticas em 30% da área total. Sendo assim, na pratica, a reserva florestal passaria para 50% da área total (VILLELA, 2009).

Neste contexto, a palma de óleo é uma importante cultura a ser explorada nestas regiões, podendo ser utilizada como planta para reflorestamento com intuito econômico ou para recuperar áreas já degradadas com atividades anteriores, podendo ser consorciada com outras culturas.

A palma de óleo por ser uma cultura perene é praticada com baixo nível de agressão ambiental, estabelecendo rapidamente uma cobertura arbórea, protegendo o solo contra a lixiviação e erosão (BERTHAUD et al, 2000).

Além de favorecer uma melhor proteção ao solo, a palma de óleo, por ser uma espécie arbórea, também contribui para a manutenção do ciclo hidrológico. Uma das importâncias do cultivo da palma de óleo é a extraordinária eficiência não somente na produção de óleo, mas de biomassa de uma forma geral. A cultura da palma de óleo apresenta um crescimento de biomassa maior do que de uma floresta tropical, por apresentar maior eficiência fotossintética, como se pode observar na tabela 3 (MPOB, 2007; LOVEJOY e KAKABADSE, 2007; VILLELA, 2009).

Tabela 3 - Comparação de Parâmetros Fisiológicos da Palma de Óleo com a Floresta Tropical.

Parâmetros Palma de Óleo Floresta Tropical

Assimilação Bruta (tCO2/ha/ano) 161 163,5

Respiração Total (tCO2/ha/ano) 96,5 121,1

Assimilação Líquida (tCO2/ha/ano) 64,5 42,4

Índice de Área Foliar 5,6 7,3

Eficiência Fotossintética (%) 3,18 1,73

Eficiência de Conversão da Radiação (g/MJ) 1,62 0,86

Biomassa em pé (t/ha) 100 431

Incremento de Biomassa (t/ano) 8,3 5,8

Produtividade de Matéria Seca (t/ano) 36,5 25,7

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Segundo Villela (2009), a agricultura praticada nas regiões mais ao norte do país tem como principal característica a substituição da floresta nativa pela agricultura ou pecuária, gerando desmatamento e queimada. A ocupação destas áreas, cuja cobertura vegetal já foi removida, com culturas perenes e de grande porte como a palma de óleo favoreceria a redução da migração dos agricultores diminuindo a abertura de novas áreas, aumentando a fixação do homem no campo, gerando empregos e suporte financeiro.

É evidente a grande expansão de áreas agrícolas na região norte do Mato Grosso, principalmente da cultura da soja, decorrente a grande demanda de alimentos e óleo vegetal, gerando a ocupação de áreas já degradadas pela pecuária e também provocando desmatamentos. A palma de óleo pode ser uma importante solução de renda e de sustentabilidade para estas áreas, pois sua instalação e produção gera impacto ambiental consideravelmente menor, oferecendo renda aos produtores por longo prazo.

As principais oleaginosas de domínio tecnológico atualmente são o amendoim, algodão, mamona, soja, girassol, gergelim, canola e palma de óleo. Dentre todas essas, a palma de óleo está entre as oleaginosas com maior potencial para a produção de biodiesel, possuindo alta produtividade, teor de óleo e densidade energética. Além de ser uma opção de energia renovável e a substituição do biodiesel pelo diesel de petróleo, apresenta vantagens sociais, econômicas e ecológicas (PERES E BELTRÃO, 2006; MATOS, 2009).

Os resíduos sólidos gerados pelo processamento dos frutos da palma de óleo geram ainda energia térmica e/ou elétrica para a própria indústria ou para uso nas pequenas propriedades ou comunidades rurais (BRAZILIO et al., 2012).

2.3. Morfologia da palma de óleo.

A palma de óleo é atualmente agrupada no reino Plantae, filo Magnoliophyta, classe Liliopsida (Monocotiledonae), devido à posição assimétrica do embrião e a presença de apenas um cotilédone na semente. Esta inserido na ordem Arecales (Palmales), família Arecaceae (Palmaceae), pois as folhas são do tipo penada e ocorrem formações de frutos simples. Pertence também a subfamília

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Arecoideae, tribo Cocoseae (Cocoinaea), subtribo Elaeidinae. O gênero Elaeis é composto por três espécies Elaeis guineensis (palma de óleo), Elaeis oleifera (caiaué) e Elaeis odora (CONCEIÇÃO e MULLER, 2000).

A espécie mais cultivada comercialmente é a Elaeis guineensis, possuindo fruto do tipo Tenera, pois apresentam maiores produtividades de óleo (EMBRAPA, 2010; VILLELA, 2009; CUNHA et al., 2010).

É uma palmeira monocaule podendo atingir 25 a 30 metros de altura, sua base apresenta uma coluna cônica e a partir de 1 metro de altura o diâmetro do seu tronco torna-se constante.

A semente da palma de óleo é uma noz constituída de endocarpo e uma amêndoa (endosperma). Seu sistema radicular é do tipo fasciculado e se desenvolve a partir do bulbo, órgão esférico, que pode atingir 80 centímetros de diâmetro, localizado na extremidade inferior do estipe. A partir do estipe ramificam as raízes primárias, cerca de 8.000 a 100.000 raízes com 4 a 10 milímetros de diâmetro, paralelamente ao solo. As principais raízes se concentram a uma profundidade de 20 a 60 centímetros (EMBRAPA, 2010; SILVA, 2006).

Na sua extremidade superior, possui uma coroa de folhas formadas por sua gema apical, possuindo de 30 a 45 folhas funcionais quando adulta, apresentando pecíolo de aproximadamente 1,5 metros de comprimento inserido no estipe, seguido por uma seção mais grossa e triangular com espinhos e uma raque com 5 a 7 metros de comprimento, mais longa e afilada, possuindo de 125 a 175 folíolos em cada lado da raque. Apresenta flores masculinas e femininas separadas na mesma planta em ciclos sexuais separados, sendo classificada como monoica. Devido ao ciclo sexual separado, a fecundação ocorre de forma cruzada, definindo assim a espécie como alógama (CUNHA et al., 2007; HARTLEY, 1988; TINKER, 2009).

2.4. Ecofisiologia da palma de óleo.

Segundo Furlan et al. (2006), devido às exigências climáticas da palma de óleo, o estabelecimento da cultura é limitado em aproximadamente 10 graus para mais ou para menos de latitude em torno do Equador, o que representa apenas alguns países onde se pode estabelecer a cultura. Nesta faixa de latitudes, está inclusa parte da América do Sul, África e sudeste da Ásia (Figura 1).

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Figura 1 – Faixa latitudinal ótima para o desenvolvimento da cultura da palma de óleo.

Fonte: Villela, 2009.

A palma de óleo requer temperatura média entre 24 ºC e 28 ºC, e temperatura mínima não inferior a 18 ºC, fator esse que ocasiona uma redução do crescimento de plantas jovens e diminuição acelerada de produção das plantas adultas. A insolação é um fator importante para a cultura, devido a sua elevada atividade fotossintética, exigindo mínimo de cinco horas de luz diária, luminosidades inferiores não são recomendadas, pois a radiação solar reflete no teor de óleo nos frutos e na homogeneidade de maturação dos mesmos (FURLAN et al., 2006; EMBRAPA, 2010).

As exigências pluviométricas para a cultura são de 2.500 milímetros por ano e umidade relativa do ar superior a 70%. Mais do que o volume de chuvas anual, a distribuição durante todo o ano é essencial. Esse é o fator que mais influencia na produtividade da palmeira, não podendo apresentar três meses abaixo de 100 milímetros, o que demandaria uma suplementação hídrica com irrigação. A falta de água ocasiona diminuição no crescimento da planta, na emissão foliar, na quantidade e no peso dos cachos e no rendimento de óleo do fruto (VILLELA, 2009; REIS et al., 2011; EMBRAPA, 2010; ALVES, 2011). Gomes Junior (2010) salienta ainda que o estresse hídrico influencia no aumento da razão sexual masculina e

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abortamento de inflorescências femininas de 7 a 13 meses de idade e diminuição da produtividade de 10 a 20% a cada 100 milímetros de ocorrência de déficit hídrico.

Maillard et al. (1974), observaram em Pobé (Benin, África) a redução da produtividade de cachos de palma de 30 para 10 toneladas por hectare anualmente, quando o déficit hídrico médio anual se elevou de zero para 600 milímetros.

Apesar de sua alta necessidade hídrica a palma de óleo é considerada uma espécie de elevada capacidade de sobrevivência, pois possui um sistema estomático eficiente e consegue reduzir sua área foliar em situações de estresse hídrico. Esses mecanismos de sobrevivência reduzem a taxa fotossintética e a translocação de fotoassimilados, ocorrendo à diminuição da produtividade (GONÇALVES, 2001; SILVA, 2006).

Como em qualquer cultura as características químicas do solo são importantes. No caso da palma de óleo há a necessidade de reposição de nutrientes quando o solo apresentar baixos níveis de fertilidade, além do que, sendo uma cultura perene é necessária a reposição de nutrientes no solo devido à extração da cultura. Apesar disso, a palma de óleo adapta-se a solos ácidos se desenvolvendo normalmente na faixa de pH entre 4,0 e 6,0 (RODRIGUES, 1993).

As propriedades físicas do solo são igualmente importantes quanto a sua fertilidade, uma vez que, a sua manutenção pode contribuir para o aumento do rendimento produtivo e ainda uma melhor utilização dos fertilizantes pela planta.

Em geral, a cultura da palma de óleo ocupa grandes áreas em regiões com elevada precipitação pluviométrica ou grande aporte de irrigação, com isso recomenda-se áreas que apresentem relevo com declividade máxima de 10%, evitando assim o escoamento superficial e consequente erosão do solo e comprometimento da colheita. Fisicamente os solos devem ser não compactados, de textura média a argilosa, com boa drenagem e profundos. Devido ao sistema radicular da palma de óleo ser fasciculado, este é extremamente sensível a solos compactados, impedindo seu completo desenvolvimento.

Observou-se na Costa do Marfim, que solos compactados influenciaram na redução de 20 a 30% do potencial de produção, induzindo também uma menor resistência a seca e acarretando no fechamento precoce dos estômatos (FURLAN et al. 2006; EMBRAPA, 2010; SILVA, 2006).

(24)

2.5. Estresse hídrico.

O estresse hídrico é um fator externo que geralmente exerce influência negativa no desenvolvimento da planta, está relacionado à tolerância da planta ao estresse, ou seja, qual a aptidão da planta em enfrentar este ambiente desfavorável (TAIZ & ZEIGER, 2004). O estresse altera significativamente as condições fisiológicas da planta, induzindo mudanças e respostas em todos os sistemas funcionais dos organismos, os quais podem ser reversíveis no início, podendo se tornar permanente (LARCHER, 2000).

A deficiência hídrica pode ser definida como sendo todo o conteúdo de água de um tecido ou célula que está abaixo do nível de água mais alto no maior estado de hidratação. Sendo esta deficiência um dos fatores de estresse que causam mais danos nos processos fisiológicos e metabólicos das plantas (TAIZ & ZEIGER, 2004).

O primeiro efeito biofísico da deficiência hídrica é a perda de turgidez, sendo assim, o crescimento celular (crescimento foliar), processo diretamente dependente da turgidez, é um dos primeiros efeitos do estresse hídrico. À medida que o conteúdo de água diminui a célula reduz cada vez mais, as paredes celulares relaxam, ocorre a concentração de solutos e a membrana plasmática fica mais espessa, cobrindo assim uma menor área. A deficiência hídrica não reduz apenas a dimensão das folhas, mas também o número de folhas numa planta, outras partes de crescimento são menos estudadas como o caule, mas acredita-se que o estresse hídrico afeta o crescimento da planta por completo pelas mesmas razões que limitam o crescimento foliar (TAIZ & ZEIGER, 2004).

Inman-Bamber (2004) afirma que temperaturas elevadas em ambientes com estresse hídrico causam diminuição da área foliar, uma vez que as folhas são órgãos responsáveis por 90% da massa seca acumulada nas plantas decorrente da atividade fotossintética. O tempo de exposição ao estresse hídrico afeta negativamente o crescimento foliar, a produção de folhas e acelera a senescência foliar.

Shigaki et al. (2004) afirma também que a limitação da expansão da área foliar é uma resposta à deficiência hídrica, não apenas limitando a dimensão foliar, mas diminuindo o surgimento de novas folhas.

(25)

De modo geral, plantas em ambientes de estresse hídrico apresentam características como a diminuição das taxas de crescimento e fotossintética, aumento da razão raiz/parte área, menor capacidade de absorção de nutrientes e pouca capacidade de renovação dos tecidos.

2.6 . Irrigação.

De acordo com o Zoneamento Agroecológico da Palma de óleo feito pela Embrapa (EMBRAPA, 2010), dividindo dois tipos de manejo B e C (baixo e alto nível tecnológico), o norte do estado de Mato Grosso se enquadra na classificação de área regular e marginal, ou seja, apresenta potencial médio a alto, com limitações moderadas para a produção da palma de óleo, com déficit hídrico de 200 a 350 mm para área regular e 350 a 450 mm para área marginal, o que representa limitações fortes para a produção da cultura. (FIGURA 2).

Figura 2 - Zoneamento Agroecológico do Dendezeiro no estado de Mato-Grosso, níveis de manejo B e C.

Fonte: Embrapa, 2010.

Estima-se que a palma de óleo será capaz de reduzir o impacto ambiental negativo de áreas degradadas por apresentar uma maior ciclagem de água e sequestro de carbono, desde que o cultivo seja feito de forma racional. Entretanto,

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na região do Cerrado, a distribuição da precipitação é irregular, 85% do total precipitado ocorre no período chuvoso, sendo necessário o aporte de irrigação no período seco (SILVA et al., 2003; AZEVEDO et al., 2008).

O Cerrado é o segundo maior bioma do país, ocupando área de aproximadamente 204 milhões de hectares, englobando os estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, Bahia, Piauí, Maranhão, Minas Gerais e norte de São Paulo, representando cerca de 25% do território nacional.

De acordo com Embrapa (2006), o estado de Mato Grosso localiza-se a oeste da região Centro-Oeste. O clima é considerado como tropical chuvoso com estação seca determinada, ocorrendo cerca de 95% das chuvas no período de outubro a abril e de maio a setembro a estação seca. A precipitação pluviométrica durante o ano é considerada elevada, podendo atingir valores superiores a 2.750 mm.

Tendo em vista este cenário regional, é de extrema importância a necessidade do aporte de irrigação no período seco para o cultivo da palma de óleo, uma vez que as exigências hídricas da cultura são elevadas e a distribuição pluviométrica do estado é irregular.

A água, por ser o meio de difusão dos solutos nas células e um solvente para a grande maioria das reações bioquímicas, está entre os fatores que afetam o desenvolvimento vegetativo. Funciona ainda como regulador de temperatura (RAMOS et. al., 2002).

Na maioria dos vegetais em desenvolvimento ocorre um continuo fluxo da água do solo para atmosfera devido aos mecanismos de absorção, translocação e transpiração, os quais dependem de características climáticas e edáficas, além de variarem de espécie para espécie. Tanto a falta como o excesso de água provocam diminuição da produção, sendo de fundamental importância seu manejo para uma maximização da produção (RAMOS et. al., 2002).

Segundo Miranda et. al. (2006), a cultura do coqueiro se adapta a vários sistemas de irrigação, entretanto recomenda-se o sistema de irrigação localizada por microaspersão, pois apresenta maior eficiência na aplicação da água. Este sistema é conhecido como sistema de alta frequência, ou seja, aplica-se baixas quantidades de água, mas com alta frequência de irrigação.

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A aplicação da água diretamente no solo pelos sistemas localizados torna esses métodos mais eficientes, permitindo ao agricultor alcançar um melhor aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis. Como este sistema consiste em molhar apenas uma parte do solo, minimiza as perdas de água. Além de ter maior maleabilidade de introdução em diferentes culturas ou estágios de crescimento.

O tensiômetro é considerado o instrumento mais econômico e mais utilizado para a mensuração da força com que a água esta retida no solo (potencial mátrico). É um instrumento simples, constituído por uma cápsula de cerâmica ou porcelana porosa conectada por um tubo plástico a um medidor de vácuo (MIRANDA E GOMES, 2006).

O principio de funcionamento do tensiômetro baseia-se no equilíbrio entre a água contida no interior do aparelho com a solução do solo pelo princípio de capilaridade, este equilíbrio se dá pelo contato da cápsula do aparelho com o solo. Se a solução do solo está retida sob uma tensão, esta irá exercer uma sucção sobre o aparelho, retirando a água contida nele fazendo com que a pressão interna diminua. Como a parte superior do instrumento é vedada, ocorre à formação de vácuo nessa região, a leitura desta pressão negativa pelo vacuômetro fornece o potencial matricial do solo.

De uma forma mais simplificada, este valor de tensão de água no solo, representa a força de sucção que as raízes terão que exercer para poder extrair a água para o seu sustento. Neste sentido, quanto maior for esta tensão maior será o gasto de energia pela planta para sua hidratação.

Ramos et al. (2002), estudando o desenvolvimento vegetativo da cultura da pupunha com três anos em relação aos níveis de depleção de água no solo, demonstrou, que dentre as variáveis analisadas, encontraram maior desenvolvimento em diâmetro de caule, altura e maior número de folhas emitidas no tratamento com maior intensidade de aplicação de água.

Avaliações realizadas por Ramos et. al. (2002) no desenvolvimento e produtividade da pupunheira (Bactris gasipaes Kunth) sob níveis de irrigação e adubação nitrogenada, comprovaram que os tratamentos com a menor lâmina de água e o tratamento de sequeiro apresentaram menores valores de crescimento nos parâmetros avaliados de diâmetro da planta, altura da planta, número de perfilhos

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por planta, número de folhas, comprimento das folhas e área foliar, acarretando redução de produtividade de palmito de18 a 27%.

Tabela 3 – Produtividade da palma de óleo em diferentes localidades com e sem irrigação.

Local Déficit Hídrico Idade das plantas (anos)

Produção de Cachos (t/ha/ano) Sem Irrigação Irrigado Incremento

(%) Costa do Marfim 660 4-8 6,4 14,5 125 Benin 582 8-11 16,1 23,4 47 Costa do Marfim 275 3-5 6,5 11,5 76 Malásia - 13-16 30,7 34,1 11 Malásia 82 5-10 24,7 25,3 2 Malásia - 11-14 24,6 32,1 30 Malásia 38 5-14 25,4 30,1 19 Costa do Marfim 572 5-10 16,6 22,3 34 Colômbia 130 5-7 14,2 20,3 43 Colômbia 266 4-8 14,2 19,3 36 Colômbia 245 3-5 7,2 11,2 55 Malásia 164 5-10 29,2 32,6 12 Tailândia 214 8-14 18,7 24,5 31 Tailândia 214 10-13 19,5 23,9 23 Malásia 210 16-20 20,9 24,0 15 Equador - - 22,4 28,3 26 Fonte: Embrapa (2005).

Em alguns plantios experimentais iniciados em 1972/73 para a cultura de palma de óleo irrigada por gotejamento no Benin/África, tendo um clima com déficit hídrico de 560 mm e umidade relativa do ar baixando até 20% foram obtidas produções de 30 toneladas de cachos por ano por hectare contra 12,7 toneladas para os plantios sem irrigação. Outro plantio experimental foi instalado na região de Ouidah Nord, apresentando déficit hídrico de 800 mm e umidade relativa do ar na estação seca do ano variando de 10 a 30%. As produções no período de 1981/82 do

(29)

plantio sem irrigação foi de quatro toneladas de cachos por hectare por ano, e com a aplicação de uma lâmina equivalente a 5 mm por dia, atingiu produções de 20,6 toneladas (EMBRAPA, 2005).

A Embrapa (2005) divulgou alguns valores de experimentos com e sem irrigação em diferentes locais com variáveis déficits hídricos apresentando incrementos de produtividade nos cultivos irrigados de palma de óleo (Tabela 3).

Embrapa (2008) avaliou cultivares de dendê sob irrigação durante o período de estiagem em plantas jovens cultivadas no cerrado, tendo em média 134,8 dias de irrigação com intervalos de 4,30 dias, aplicando por irrigação 638,9 litros por planta. Verificou-se que as cultivares de palma de óleo mostraram em média pequena variação da medida de diâmetro de projeção de copa, obtendo variação de 1,96 m a 2,27m.

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CAPÍTULO 2-

MANEJO DE IRRIGAÇÃO PARA CULTIVARES DE

PALMA DE ÓLEO (Elaeis guineensis Jacq.) EM FASE INICIAL DE

DESENVOLVIMENTO NO NORTE DE MATO GROSSO.

RESUMO - A palma de óleo é atualmente a oleaginosa de maior produtividade mundial, apresentando rendimento de óleo de 3 a 6 toneladas por hectare anualmente. Apresenta boa capacidade adaptativa, sendo ótima alternativa para recuperação de áreas degradadas. De acordo com o Zoneamento Agroecológico da Palma de óleo, o norte do estado de Mato-Grosso se enquadra como área regular e marginal, apresentando restrições de déficit hídrico variando de 200 a 450 mm ano. Nesse contexto objetivou-se avaliar o desenvolvimento inicial de dois cultivares de palma de óleo sob regime irrigado e de sequeiro, no município de Sinop – MT, visando estabelecer um manejo adequado de irrigação. Para tanto, realizou-se dois experimentos. No primeiro utilizou-se delineamento experimental em Blocos Casualizados, com dois cultivares (BRS C2501 e BRS C2528) e quatro níveis de depleção de água no solo (10, 20, 30 e 40% da disponibilidade total de água no solo), todos com três repetições (blocos). No segundo utilizou-se delineamento experimental em Blocos Casualizados, com dois cultivares (BRS C2501 e BRS C2528) e dois sistemas de cultivo (sequeiro e irrigado), todos com três repetições (blocos). Cada parcela experimental foi composta por cinco plantas, das quais foram avaliadas mensalmente as características morfológicas: diâmetro médio de projeção da copa (DMP), número de folhas (NF) e largura do folíolo (LF). Os valores obtidos foram analisados em três períodos (chuvoso 1, seca e chuvoso 2), sendo comparados os dois cultivares, os níveis de depleção e o desenvolvimento nos dois sistemas de cultivo (irrigado e de sequeiro). Quando significativamente diferentes, as médias foram submetidas à comparação pelo teste de Tuckey ou regressão, sempre a 5% de probabilidade. Concluiu-se que as cultivares BRS C2501 e BRS C2528 apresentaram desenvolvimento vegetativo semelhante e o sistema irrigado foi superior ao não irrigado.

Palavras-chave adicionais: Zoneamento Agroclimático, Suporte Hídrico, Bioenergia.

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IRRIGATION

MANAGEMENT

STRATEGIES

FOR

OIL

PALM

VARIETIES (Elaeis guineensis Jacq.), IN INITIAL GROWING STAGE

IN THE NORTH REGION OF THE STATE OF MATO GROSSO.

ABSTRACT - Palm oil is currently the world's largest oilseed productivity,

presenting oil yield of 3 to 6 tons per hectare annually. It has a good adaptive capacity and is a great alternative for restoration of degraded areas. According to the Agro-Ecological Zoning of Oil Palm, the northern state of Mato Grosso is considered as a regular and marginal area, with restrictions on water deficit ranging from 200 to 450 mm year. In this context the goal of this study was to evaluate the initial development of two oil palm cultivars under irrigated and rainfed system, in Sinop - MT, to establish a the best strategy for irrigation management. Therefore, it took two experiments. In the first we used a randomized blocks, with two cultivars (BRS C2501 and C2528 BRS) and four levels of water depletion in the soil (10, 20, 30 and 40% of the total soil water availability), all with three replications (blocks). In the second we used a randomized blocks, with two cultivars (BRS C2501 and C2528 BRS) and both systems (rainfed and irrigated), all with three replications (blocks). Each plot consisted of five plants, which were evaluated monthly: average diameter of crown projection (DMP), number of leaves (NF) and width of leaves (LF). The data were analyzed in three periods (1 rainy, dry and rainy 2), and compared the two cultivars, depletion levels and development in both systems (irrigated and rainfed). When significantly different, the means were submitted to comparison by Tukey test or regression, where a 5% probability. It was concluded that the BRS C2501 and C2528 BRS cultivars showed similar vegetative growth and the irrigation system was higher than non-irrigated.

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1. Introdução

A estratégia de pesquisa e desenvolvimento do Brasil tem por prioridade fundamentar-se em matéria-prima barata e de alta densidade energética, processos de transformação competitivos e agregação de valor no complexo agroindustrial. A palma de óleo, por ser uma cultura perene e de grande porte, possibilita um perfeito recobrimento da área quando adulta, e na fase de implementação pode ser associada a leguminosas de cobertura de solo, gerando assim um sistema de grande estabilidade ecológica e de baixos impactos ambientais.

No ano de 2012 a produção mundial de óleo de palma foi de 52,3 milhões de toneladas, em área cultivada de 14,2 milhões de hectares, apresentando assim produtividade média de 3,7 toneladas por hectare de óleo de palma (OIL WORD, 2012). Na safra 2011/12, a cultura da soja teve produção mundial de 42,16 milhões de toneladas de óleo de soja, em uma área cultivada de 102,16 milhões de hectares, tendo produtividade media anual de 0,41 toneladas por hectare (USDA, 2012). Esses números destacam que a palma de óleo é atualmente a principal fonte de óleo vegetal, apresentando alta produtividade em menores áreas de produção, longo ciclo de exploração e cobertura permanente do solo.

De acordo com o Zoneamento Agroecológico da Palma de óleo feito pela Embrapa, dividindo dois tipos de manejo B e C (baixo e alto nível tecnológico). O norte do estado de Mato Grosso se enquadra na classificação de área regular e marginal, ou seja, apresenta potencial médio a alto, com limitações moderadas para a produção da palma de óleo, com déficit hídrico de 200 a 350 mm para área regular e 350 a 450 mm para área marginal, o que representa limitações fortes para a produção da cultura.

Tendo em vista este cenário regional, é necessário avaliar a importância do aporte de irrigação no período seco para o cultivo da palma de óleo, uma vez que as exigências hídricas da cultura são elevadas e a distribuição pluviométrica do estado é concentrada em apenas uma estação (estação seca e chuvosa).

Considerando-se os custos de um sistema de irrigação, tanto no que diz respeito ao projeto, mão de obra qualificada e aos equipamentos, quanto à energia despendida e à água consumida, existe a necessidade de uma otimização da irrigação, pela aplicação adequada da água fornecida à cultura.

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Os métodos de manejo de irrigação, como o balanço hídrico climatológico simplificado (tanque Classe A - TCA) e a tensiometria, são passíveis de serem adotados por agricultores irrigantes, porém o método de tensiometros se apresenta como mais adequado, podendo apresentar uma maior eficiência do uso da água de irrigação do que o TCA, resultando em uma economia média de 15% na água utilizada.

A aplicação da água diretamente no solo pelos sistemas localizados torna esses métodos mais eficientes, permitindo ao agricultor alcançar um melhor aproveitamento dos recursos hídricos disponíveis. Como este sistema consiste em molhar apenas uma parte do solo, minimiza as perdas de água, além disso, permite maior maleabilidade de introdução em diferentes culturas ou estágios de crescimento.

Com o presente trabalho, objetivou-se avaliar o desenvolvimento inicial de cultivares de palma de óleo, determinar parâmetros de manejo da água na irrigação e avaliar a necessidade da irrigação para a cultura na região de transição entre os biomas Amazônia e Cerrado no norte do estado de Mato Grosso.

2. Material e métodos

Foram realizados dois experimentos no município de Sinop, MT, na área experimental da Embrapa Agrossilvipastoril, coordenadas 11º51’51” S e 55º30’09” W, e altitude média de 380 m, durante o período de dezembro de 2012 a dezembro de 2013. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é Aw (clima tropical com estação seca), com temperatura e precipitação média anual de 24,7 °C e 1.974 mm ano-1, respectivamente (SOUZA et al., 2013). O solo no local do experimento foi

classificado como Latossolo Vermelho-Amarelo de textura argilosa com horizonte A moderado seguindo classificação do SiBCS (SiBCS, 2006). Durante a condução do experimento ocorreram 2.783 mm de chuva distribuídos em três períodos, dezembro de 2012 a abril 2013 (chuvoso 1), abril de 2013 a setembro de 2013 (seca) e outubro 2013 a dezembro de 2013 (chuvoso 2), coletados com pluviômetro do tipo Ville de Paris HD 307 (Figura 1).

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Figura 1 – Distribuição das chuvas na área experimental.

Os experimentos foram conduzidos em área de 2,94 ha, totalizando 384 plantas de dendê (192 de cada cultivar) com espaçamento em formato de triangulo equilátero de 9 m de distância uma das outras (Figura 2).

1752.76 69.2 961.81 0 200 400 600 800 1000 1200 1400 1600 1800 2000

Chuvoso 1 Seco Chuvoso 2

Pr e ci p itaç ão Pl u vi o m é tr ic a (m m ) Períodos

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Figura 2 – Croqui da área experimental. Sketch of the experimental area.

As plantas de dendê foram analisadas mensalmente entre os períodos de 18 a 30 meses de idade. Utilizou-se o sistema de irrigação de microaspersão, com emissores autocompensantes do modelo DAN 2002, pressão de serviço de 1,5 a 4,0 bar, vazão de 40,0 a 49,0 l/h e diâmetro de molhamento de 4,2 m, por planta. O controle de cada faixa de irrigação foi realizado por registros instalados no inicio de cada parcela experimental.

No primeiro experimento utilizou-se delineamento experimental em Blocos Casualizados, com quatro níveis de depleção de água no solo (10, 20, 30 e 40% da disponibilidade total de água no solo) nas parcelas e com dois cultivares (BRS C2501 e BRS C2528) nas sub-parcelas, todos com três repetições (blocos). No segundo experimento utilizou-se delineamento experimental em Blocos Casualizados, com dois sistemas de cultivo (sequeiro e irrigado) nas parcelas e dois cultivares (BRS C2501 e BRS C2528) nas sub-parcelas, todos com três repetições (blocos). Os valores referentes ao nível de depleção de água no solo foram representados pelos potenciais mátricos do solo, obtido através da Curva característica de retenção de água no solo. As cultivares de palma de óleo estudadas foram os híbridos BRS C2501 e BRS C2528 desenvolvidos pela Embrapa.

Para a determinação da curva de retenção de água no solo foram coletadas amostras indeformadas do solo na profundidade (20 – 40 cm). Os valores de umidade e potencial mátrico do solo foram ajustado pela modelo de Van Genuchten (1980) gerando os seguintes valores de coeficientes: α = 0,1277; m = 0,2331; n = 1.3040; θs (umidade de saturação) = 0,62 cm3.cm-3 e θr (umidade residual) = 0,28

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Figura 3 – Curva de retenção de água no solo da profundidade de 20 – 40 cm ajustada pelo modelo de Van Genuchten (1980).

Para o manejo da irrigação foi utilizado um tensiômetro em cada parcela experimental, na profundidades supracitada. Foi considerada a profundidade de 20 a 40 cm para o momento de irrigação profundidade efetiva do sistema radicular, a profundidade da cova de plantio (40x40x40 cm), bem como a fase inicial de desenvolvimento da cultura, uma vez que as plantas de palma de óleo se encontravam em estádio fenológico inicial.

Com os resultados da curva de retenção (Figura 3) determinou-se a DTA, a partir da capacidade de campo (CC) considerando a tensão de -10,0 kPa, e do ponto de murcha permanente (PMP) -1500,0 kPa, a capacidade real de água no solo (CRA) e a umidade crítica (θ*, teta crítico) para cada nível de depleção de água (Tabela 1).

Tabela 1 – Valores de θ* e tensão mátrica para cada nível de depleção de água no solo. Values of θ* and soil matric potential for each level of water depletion in the soil.

Níveis de depleção de água da DTA (%)

Θ* (cm³/cm³) Tensão mátrica (kPa)

20 0,41 -18,4

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