• Nenhum resultado encontrado

PARTE 1. DEBATES INICIAIS. Semana 2. Introdução substantiva: entre as sociologia(s) e as geopolíticas(s) do conhecimento

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "PARTE 1. DEBATES INICIAIS. Semana 2. Introdução substantiva: entre as sociologia(s) e as geopolíticas(s) do conhecimento"

Copied!
5
0
0

Texto

(1)

Sociologia da sociologia: produção, circulação e recepção de conhecimento Prof. Breno Bringel

Horário: Terça-feira, das 9 às 12 horas Consultas: A combinar com o professor

O presente curso busca discutir a dimensão geopolítica e reflexiva do conhecimento científico a partir de uma perspectiva sociológica sensível às variáveis contextuais, históricas, socioculturais e às relações entre poder/saber e centro/periferia. Situa-se na sociologia do conhecimento, entendida em um sentido amplo, e em suas fronteiras conexas (filosofia e sociologia da ciência, história das ciências sociais, sociologia das ideias e dos intelectuais, pensamento social, etc.) com o objetivo principal de problematizar as transformações recentes deste campo de estudos e algumas de suas principais controvérsias, limitações e possibilidades.

O debate, que contará com a participação de professores convidados em algumas sessões, está organizado em três partes principais. Inicialmente, pretende-se apresentar alguns dos debates seminais deste campo. O percurso sugerido abrange desde contribuições clássicas sobre conhecimento, ciência, ideologia e intelectuais até a delimitação de um campo próprio de discussão no inicio do século XX que delimita a sociologia do conhecimento em um sentido mais estrito. A segunda parte do curso, abre-se para um duplo movimento de crítica: por um lado, a crítica cultural, pós-estruturalista e feminista emergente nos anos 1960 e 1970 principalmente nos Estados Unidos e na Europa; e, por outro, a crítica pós-colonial e periférica – africana e principalmente latino-americana, que marca a institucionalização das ciências sociais na região e uma problematização mais profunda da geopolítica do conhecimento e suas consequências. Diante da crescente diferenciação e pluralização da discussão sobre o tema, a última parte do curso pretende discutir propostas mais recentes (não somente epistêmicas e teórico-metodológicas, mas também empíricas) voltadas para o entendimento contemporâneo das formas de produção do conhecimento científico e suas dinâmicas de circulação e apropriação. Incluem-se aqui debates contemporâneos sobre dependência acadêmica e as desigualdades geográficas e de gênero/raça, história transnacional, colonialismo intelectual, posicionalidade, perspectivismo, legitimidade, tradução, entre outros. A bibliografia listada abaixo tenta abranger leituras importantes sobre os temas propostos, mas pode ser revista ao longo do curso.

PARTE 1. DEBATES INICIAIS Semana 1. Apresentação geral do curso

Semana 2. Introdução substantiva: entre as sociologia(s) e as geopolíticas(s) do conhecimento

Aula expositiva sem textos para discussão

Semana 3. Conhecimento e ciência / Ideologia e consciência

DURKHEIM, Emilie; MAUSS, Marcel [1903] (1969) “Algumas formas primitivas de classificação”. Tradução de Maria Isaura Pereira de Queiroz de “De quelques formes

(2)

primitives de classification - contribution a l’étude des représentations collectives”, Année Sociologique, n.6, p.183-203.

MARX, Karl; ENGELS, F. [1932] A ideologia alemã, várias edições. Leitura dos três capítulos.

GRAMSCI, Antonio [1929] (1967) La formación de los intelectuales. México D.F.: Grijalbo, p.21-36.

Semana 4. A sociologia do conhecimento: fundação, propostas e polêmicas MANHEIM, Karl [1929] (1968) Ideologia e Utopia. Rio de Janeiro: Zahar, capítulo V (“A Sociologia do Conhecimento”), p.286-330.

Semana 5. Natureza da ciência, epistemologia e os paradigmas

KUHN, T. [1962] (1998) A Estrutura das Revoluções Científicas. São Paulo: Editora Perspectiva, p.67-171.

MERTON, Robert (1973) The Sociology of Science: Theoretical and Empirical Investigations. Chicago: University of Chicago Press, capítulos 1, 5, 7 e 20.

PARTE 2. GUINADAS CRÍTICAS Semana 6. A crítica cultural e o campo científico/intelectual

BORDIEU, Pierre (1975) “The Specificity of the Scientific Field and the Social

Conditions of the Progress of Reason”, Social Science Information, v.14, n.6, p.19-47. BOURDIEU, Pierre [1984] (2008) Homus Academicus. Buenos Aires: Siglo XXI, cap.3.

MICELI, Sergio (1979) Intelectuais e classe dirigente no Brasil: 1920-1945. São Paulo: Difel. Fragmentos selecionados.

PÉCAUT, Daniel (1990) Os Intelectuais e a Política no Brasil: Entre o Povo e a Nação. São Pauulo, Ática. Fragmentos selecionados.

Semana 7. Da abertura pós-estruturalista às intersecções entre imperialismo, conhecimento e a construção da pesquisa

FOUCAULT, Michel [1970] (1994) The Order of Things: An Archeology of the Human Sciences. New York: Vintage. (Prefácio e Capítulo 10 - “The Human Sciences”).

TUHIWAI, Linda (1999) Decolonizing methodologies. Research and Indigenous Peoples. Londres: Zed Books, caps. 1 a 4, 7, 9 e 10.

(3)

Semana 8. Críticas feministas

COLLINS, Patricia (1990) Black Feminist Thought: Knowledge, Consciousness and the Politics of Empowerment. New York: Routledge, caps.1, 10 e 11.

GARGALLO, Francesca (2014) Feminismos desde Abya Yala. Ciudad de México: Editorial Corte y Confección, introdução e capítulo 1.

HARAWAY, D. (1988) “Situated Knowledges: The Science Question in Feminism and the Privilege of Partial Perspective”, Feminist Studies, v.14, n.3, p.575-599. Semana 9. Críticas pós-coloniais

MIGNOLO, Walter (2001) Historias locales/diseños globales. Colonialidad, conocimientos subalternos y pensamento fronterizo. Madrid: Akal, p.19-58. SLATER, David (2004) Geopolitics and the post-colonial. Rethinking North-South Relations. Oxford: Blackwell, caps.1 e 9.

THIONG’O, Ngũgĩ wa (1981) Decolonising the Mind. Nairobi: East African Educational Publishers, cap.4.

Semana 10. Perspectivas latino-americanas: descolonização, liberação e pesquisa-ação

ARGUMEDO, Alcira (1993) Los silencios y las voces en América Latina. Buenos Aires: Ediciones del Pensamiento Nacional, capítulos 1 e 2.

FALS BORDA, Orlando et al. (1972) Causa Popular, ciencia popular. Bogotá: Publicaciones de la Rosca.

PARTE 3. DEBATES CONTEMPORÂNEOS Semana 11. Dependência acadêmica e colonialismo intelectual

ALATAS, S.F (2003) “Academic Dependency and the Global Division of Labour in the Social Sciences”, Current Sociology 51(6), p.599-613.

BEIGEL, Fernanda (2013) “Centros y periferias en la circulación internacional del conocimiento”, Nueva Sociedad, Buenos Aires, n.245, p.110-123.

HANAFI, Sari; ARVANITIS, Rigas (2016) “Academic (in)dependency in the Arab World and Latin America: a comparative perspective”. In: Lufti Sunar (Ed.)

Eurocentrism at the margins. Encounters, Critics and Going Beyond. Londres: Routledge, p.103-120.

(4)

GARCIA, Afranio (2005) “Circulation internationale et formation d’une ‘école de pensée’ latino-américaine (1945-2000)”, Information sur les Social Sciences, v.44 (ns 2 e 3), p.521-555.

VESSURI, Hebe (2009) “Cambios recientes en la internacionalizacion de las ciencias sociales: la socialidad de redes impacta América Latina”. In: Sylvie Didou Aupetit e Etienne Gérard (Eds.) Fuga de Cerebros, Movilidad Académica y Redes Científicas: Perspectivas latinoamericanas. México: IESALC/CIVENSTAV, p.189-203.

HEILBRON, Johan (1999) “Towards a sociology of translation: book translations as a cultural world-system”, European Journal of Social Theory, v.2, n.4, p.429-444. Semana 13. Repensando a construção do debate sociológico no Rio de Janeiro, no Brasil e na América Latina

LIPPI, Lucia (2005) “Diálogos intermitentes: relações entre Brasil e América Latina”, Sociologias, n.14, p.110-129.

MIGLIEVICH, Adelia (2015) Heloísa Alberto Torres e Marina de Vasconcellos: pioneiras na formação das ciências sociais do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ.

SORA, Gustavo (2003) Traducir el Brasil: una antropologia de la circulación internacional de ideas. Fragmentos selecionados.

TRINDADE, Helgio (2004) “Institucionalização e internacionalização das ciências sociais na América Latina em questão”. In: Ana M. Almeida et al. (Eds.) Circulação internacional e formação intelectual das elites brasileiras. Campinas: Editora da Unicamp, p.144-167.

Semana 14. Novas sociologias/geopolíticas do conhecimento? Debate final

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR

BASTOS, Elide Rugai (2013) “A construção do debate sociológico no Brasil”, Ideias, v.4, p.287-300.

BERGER, Peter; LUCKMANN, Thomas [1966] (1985) A construção social da realidade: tratado de sociologia do conhecimento. Petrópolis: Vozes.

BRINGEL, Breno; DOMINGUES, José Maurício (2015) “Teoria social, extroversão e autonomia: impasses e dilemas da sociologia (semi)periférica contemporânea”, Caderno CRH, v.28, n.73, p.59-76.

BURKE, Peter (2003) Uma história social do conhecimento. Rio de Janeiro: Zahar. CASANOVA, Pablo González (2004) “Las nuevas ciencias y la política de las

(5)

alternativas”, in: Las nuevas ciencias y las humanidades: de la academia a la política, Barcelona, Anthropos/UNAM-IIS, pp. 283-357.

COLLINS, Randall (1998) The Sociology of Philosophies: A global theory of intellectual change.

ELIAS, Norbert (1971) “Sociology of knowledge: new perspectives”, Sociologia, n.5, p.149-168.

GRACIARENA, Jorge (1970) “La crisis latinoamericana y la investigación sociológica”, Revista Mexicana de Sociología, v.32, n.2, p.195-228.

GURVITCH, Georges (1966). The Social Frameworks of Knowledge. New York: Harper and Row.

HARDING, Sandra (1986) The Science Question in Feminism. Ithaca: Cornell University Press.

IANNI, Octavio (1971) Sociologia da sociologia latino-americana. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

KEIM. Wiebke et al. (Eds.) (2014) Global Knowledge Production in the Social Sciences. Made in Circulation. Londres: Routledge.

LATOUR, Bruno; WOOLGAR, Steve [1979] (1986) Laboratory Life: The

Construction of Scientific Facts. Princeton, NJ: Princeton University Press. p.15-53 MBEMBE, Achile (2015) Decolonizing knowledge and the question of the archive. Johannesburg: WISER.

PATEL, Sujata (Ed.) (2010) The ISA Handbook of Diverse Sociological Traditions. Londres/California: Sage.

SCHELER, Max. [1924] (1980) Problems of a Sociology of Knowledge. Londres: Routledge.

STAVENHAGEN, Rodolfo (1971) “Cómo descolonizar las ciencias sociales? In: Sociología y subdesarrollo. México D.F.: Editorial Nuestro Tiempo, p.207-234. SWIDLER, A.; ARDITI, J. (1994) “The New Sociology of Knowledge”, Annual Review of Sociology, n.20, p.305-29.

VERÓN, Eliseo (1968) “Ideología y producción de conocimientos sociológicos en América Latina”, Revista América Latina, CLAPCS, Rio de Janeiro.

VESSURI, Hebe (2007) O inventamos o erramos: La ciencia como idea-fuerza en America Latina. Buenos Aires: Universidad Nacional de Quilmes.

VIEIRA PINTO, Álvaro (1979) Ciência e Existência. Rio de Janeiro: Paz e Terra.

Referências

Documentos relacionados

FACULDADE DE ENGENHARIA DE ILHA SOLTEIRA - UNESP - DEPARTAMENTO DE FITOSSANIDADE, ENGENHARIA RURAL E SOLOS ÁREA DE ENGENHARIA RURAL - HIDRÁULICA e IRRIGAÇÃO FONE: 0xx18 3743 -1180

O foco fundamental desse trabalho é a utilização de técnicas de processamento e análise digital de imagens para a estimativa da fração volumétrica de estruturas

Na Figura 4.2 não se apresentam os valores referentes ao ensaio TVM4002 devido ao facto de ter ocorrido um problema com o macaco hidráulico, como referido em 4.2. Nas Figuras 4.3 a

Diante dessa análise tem-se a problemática de pesquisa: ​dentre os pontos analisados na PEC 188/2019, pode-se afirmar que esta contribui para a reformulação do pacto

De facto, dar uma dimensão europeia à Escola, aplicar práticas inovadoras e novas metodologias com vista à melhoria das práticas letivas e de trabalho com os alunos

Isso posto, acredita-se que a presente pesquisa trouxe contribuições significativas para o campo da CCT, mais especificamente ao grupo temático “projetos de identidade”, ao

As informações foram sendo coletadas via observação, para que posteriormente pudesse se fazer as análises dos dados através de um paralelo com a pesquisa bibliográfica,

Promovida pela Fundação Stickel, a oficina “Arte: história, percepção, prática” abordou os principais conceitos e movimentos artísticos ao longo da história e contou