CURSO de SUPERVISÃO e FORMAÇÃO em
PSICOTERAPIA PSICANALÍTICA
COORDENAÇÃO
Celeste Malpique e Carlos Farate
EQUIPA DE FORMAÇÃO PERMANENTE (FACULDADE)
Carlos Farate, Celeste Malpique, Raquel Quelhas Lima, Isabel Quinta da
Costa
INTRODUÇÃO
A finalidade formativa (prática e curricular) da 3.ª edição deste Seminário é claramente reforçada com um programa teórico-clínico completo e abrangente em articulação com um processo estruturado de supervisão clínica.
Assim, o Seminário evolui para Curso e é estruturado, como habitualmente, por Sessões Clínicas e Teóricas de periodicidade quinzenal e que decorrerão nas instalações do Instituto de Formação e Terapêutica Psicanalítica do Porto aos sábados de manhã e de tarde, entre as 10 h e as 13h e as 14h e as 17h (Sessões Teóricas e Sessões Clínicas), e com uma carga horária-base de 310 horas de formação especializada (220 teóricas e 90 de supervisão clínica).
A 3.ª edição deste Seminário terá a duração de 2 anos (início previsto a 29 de Novembro de 2014 e data de conclusão provisória a 5 de Novembro de 2016) e incluirá 2 Workshops e 1 Colóquio (a realizar durante os anos de 2015 e 2016 e cujas datas
serão definidas com antecedência) sobre o tema geral da “Especificidade do Método Terapêutico e do Processo de Supervisão em Psicoterapia Psicanalítica”.
Para efeitos curriculares e de certificação final, a carga horária das 1.ª e da 2.ª edição do Seminário de Supervisão e Formação em Psicoterapia Psicanalítica acumula com as horas atribuídas à sua 3.ª edição (para os formandos que completaram uma das edições anteriores do Seminário). Poderão, ainda, ser contabilizadas como horas teóricas e de supervisão clínica para esta Formação as horas correspondentes quer à participação em sessões científicas, ou em outros em eventos científicos, quer a processos de supervisão clínica individual, desde que devidamente homologadas pela Coordenação Científica do Seminário.
No final, cada formando elaborará uma memória descritiva de um caso em supervisão validado com a duração mínima de 1 ano, que será objecto de apresentação e de discussão por um júri definido pela Coordenação do Curso.
A conclusão do Curso com êxito dará lugar à passagem de Certificado de Formação em Psicoterapia Psicanalítica.
ESTRUTURA TEMÁTICA
O Seminário é estruturado segundo 4 eixos temáticos:
I. Psicoterapia Psicanalítica: definição, modalidades, requisitos e indicações II. Instrumentos da técnica: conceito e operacionalização
III. Vicissitudes do processo psicoterapêutico: identificação e resolução IV. Resultados e consequências: critérios de avaliação
PROGRAMA CURRICULAR
I.1. Perspetiva histórica e posição actual: Os primórdios (S. Freud, S. Ferenczi, M. Balint, A. Adler e Alexander) e os desenvolvimentos (P. Sifneos, D. Malan, H. Davanloo) até à atualidade
I.2. Entrevista psicoterapêutica como momento de avaliação e instrumento diagnóstico
I.3. Contrato, delimitação e dinâmica do setting psicoterapêutico
II. Instrumentos da técnica: conceito e operacionalização
II.1 Aliança terapêutica, para além da transferência positiva (objetivos, tarefas e ligação terapeuta-paciente)
II.2. Transferência: entre “neurose de transferência” e transferência como “situação total”
II.3. Contratransferência como indicador da transferência e instrumento de manejo do processo psicoterapêutico
II.4. Interpretação da transferência e interpretação reconstrutiva: da resolução do impasse à geração de insight
III. Vicissitudes do processo psicoterapêutico: identificação e resolução
III. 1. Enactment e acting-out: distinção conceptual e operativa, identificação e resolução
III. 2. Reação terapêutica negativa: aspetos transferenciais e manejo preventivo III.3. Reversão da perspetiva: significado psíquico e efeito contratransferencial
IV. Resultados e consequências: critérios de avaliação
IV. 1. Critérios de melhoria terapêutica: sintomatológicos, socioprofissionais e relacionais
IV. 2. A questão da mudança psíquica: possibilidades e limites
IV. 3. Eficácia, eficiência e efetividade terapêutica: diferença de resultados entre a psicoterapia psicanalítica/psicodinâmica e outros modelos terapêuticos
ESTRATÉGIA FORMATIVA
As sessões teóricas e clínicas são intercaladas ao longo do tempo de duração deste Curso e será priorizada a articulação operacional entre os temas em debate teórico e o processo de supervisão, a fim de possibilitar a ilustração clínica aprofundada de cada um dos conceitos e instrumentos da técnica que são estudados nas sessões teóricas
PLANO LETIVO
Início do Curso a 29 de Novembro de 2015 com uma apresentação do Curso de Supervisão e Formação pela equipa de formadores (Faculdade) que decorrerá no início da 1.ª aula teórica, e que também serve de recepção aos formandos na 3.ª edição do Seminário
Calendário das sessões
29/11/ 2014 (data de início prevista, sendo, por isso, o calendário ainda provisório quanto às datas seguintes)
Perspetiva histórica e posição atual: Os primórdios (S. Freud, S. Ferenczi, M. Balint, A. Adler e Alexander) e os desenvolvimentos (P. Sifneos, D. Malan, H. Davanloo) até à atualidade
13/12/2014
Entrevista psicoterapêutica como momento de avaliação e instrumento diagnóstico 10/1/2015
Manhã: 1.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
24/1/2015
Contrato, delimitação e dinâmica do setting psicoterapêutico 7/2/2015
Manhã: 2.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
21/2/2015
Manhã: 3.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
7/3/2015
Aliança terapêutica, para além da transferência positiva (objetivos, tarefas e ligação terapeuta-paciente)
21/3/2015
Manhã: 4.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
11/4/2015
Manhã: 5.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
25/4/2015
Transferência: entre “neurose de transferência” e transferência como “situação total” 9/5/2015
Manhã: 6.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
23/5/2015
Manhã: 7.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
6/6/2015
Contratransferência como indicador da transferência e instrumento de manejo do processo psicoterapêutico
20/6/2015
Manhã: 8.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
4/7/2015
Manhã: 9.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
18/7/2015
Manhã: 10.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
12/9/2015
Interpretação da transferência e interpretação reconstrutiva: da resolução do impasse à geração de insight
26/9/2015
Manhã: 11.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
3/10/2015
Manhã: 12.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
17/10/2015
Enactment e acting-out: distinção conceptual e operativa, identificação e resolução 31/10/2015
Manhã: 13.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
14/11/2015
Manhã: 14.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
28/11/2015
Manhã: 15.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
12/12/2015
Reação terapêutica negativa: aspetos transferenciais e manejo preventivo 9/1/2016
Manhã: 16.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
23/1/2016
Manhã: 17.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
6/2/2016
Manhã: 18.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
20/2/2016
Reversão da perspetiva: significado psíquico e efeito contratransferencial 5/3/2016
Manhã: 19.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
19/3/2016
Manhã: 20.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
9/4/2016
23/4/2016
Critérios de melhoria terapêutica: sintomatológicos, socioprofissionais e relacionais 7/5/2016
Manhã: 22.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
21/5/2016
Manhã: 23.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
4/6/2016
Manhã: 24.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
18/6/2016
A questão da mudança psíquica: possibilidades e limites 2/7/2016
Manhã: 25.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
16/7/2016
Manhã: 26.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
30/7/2016
10/9/2016
Eficácia e efetividade terapêutica: diferença de resultados entre a psicoterapia psicanalítica/psicodinâmica e outros modelos terapêuticos
24/9/2016
Manhã: 28.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
8/10/2016
Manhã: 29.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
22/10/2016
Manhã: 30.ª sessão de supervisão clínica (para cada um dos subgrupos constituídos) Tarde: integração teórico-clínica do material de supervisão
5/11/2016
Sessão de encerramento do Seminário (avaliação pelos formandos e calendarização da apresentação e discussão das memórias descritivas)
BIBLIOGRAFIA DE BASE
Akhtar, Salman (2009) Turning points in dynamic psychotherapy: Initial assessment, boundaries, money, disruptions and suicidal crises Londres: Karnac.
Baranger, M., & Baranger, W. (1961-1962) The analytic situation as a dynamic field, The international Journal of Psychoanalysis, 89 (4), 795-826
Binder, J. (2004) Key Competencies in Brief Dynamic Psychotherapy – clinical practice beyond the manual, New York, Guilford
Chessick, R. (1998) Empathy in psychotherapy and psychoanalysis, Journal of American Academy Psychoanalysis, 26, 487-502.
Farate, Carlos (2012) Psicanálise com Limites, Psicanálise Ilimitada: o setting como estrutura dinâmica e instrumento técnico da psicanálise, Lisboa, Fenda
Etchegoyen, Horácio (1991) Fundamentos da Técnica Psicanalítica. Porto Alegre, Artes Medicas. 2.ª Edição
Freud, S (1919 [1918]) Linhas de Progresso na Terapia Psicanalítica. Sigmund Freud. Obras Completas, 1969. Rio de Janeiro: Imago Editora. Vol. XVII: 169-181
Green, André (1990) La Folie Privée - Psychanalyse des cas-limites Paris: Gallimard Heimann, P. (1950). On counter-transference, International Journal of Psychoanalysis, 31, 81-84
Hinshelwood, R. (2002) Countertransference. Michels, R. (Ed.). Key papers on countertransference (41-79), Londres: Karnac.
Kernberg, O., Selzer, M, Carr, C, Appelbaum, A (1991) Psicoterapia Psicodinâmica de Pacientes Borderline, São Paulo, Artes Médicas
Klein, M (1946) Notes on some schizoid mechanisms International Journal of Psycho Analysis, 27, 99-110
Malpique, Celeste (2010) Pais/Filhos em Consulta Psicoterapêutica, Porto, Afrontamento
Ogden, Thomas (1992) The matrix of the mind: object relations and the psychoanalytic dialogue. Londres: Maresfield Library
Racker, H. (2002) Transference and countertransference, Londres: Karnac
Rosenfeld, Herbert (1987) Impasse and interpretation - Therapeutic and anti-therapeutic factors in the psychoanalytic treatment of psychotic, borderline, and neurotic patients Londres: Routledge.
Sandler, J. (1976). Countertransference and role-responsiveness, International Review of Psycho-Analysis, 3, 43-47
Sandler, J, Dare, C., Holder, A. (1992) The Patient and the Analyst, London: Karnac Winnicott, D. W. (1949) Hate in the Counter-Transference, International Journal of Psycho-Analysis, 30:69-74
Winnicott, D. W. (1968). Playing: its theoretical status in the clinical situation, The International Journal of Psycho-Analysis, 49, 591-599