07 de novembro de 2017 • 2ª edição
ENTREVISTA
RUBENS ADORNO
Presidente da ABRAMD fala das expectativas para o evento.PÁGINAS 4 e 5
CERIMÔNIA E
CONFERÊNCIA DE ABERTURA
6º Congresso da ABRAMD é abertocom a presença de profissionais de referência na área. PÁGINA 6
GALERIA DE FOTOS
Confira os registros do primeiro dia de atividades do congresso. PÁGINA 9BOLETIM ELETRÔNICO
REALIZAÇÃO
PROGRAMAÇÃO
EXPEDIENTE
SUPERVISÃO E REVISÃO: CINDA MURTAEDIÇÃO, FOTOGRAFIA E DIAGRAMAÇÃO: ANDRÉ CORREIA REPORTAGEM: GABRIELLE ASSIS e LEONARDO PARRELAESTAGIÁRIOS: ANA BEATRIZ DIAS, LUCAS FARIA E WALLACE LOPES
08/11/2017 - QUARTA-FEIRA
08:00 às 18:00 | Credenciamento Local: Sala Multiuso, Prédio 43
09:00 às 10:30 | Conferência 01 | Drogas, Movimento
Ambien-tal e autonomia |
Local: Auditório 3, Prédio 43
09:00 às 10:30 | Conferência 02 | Arqueologia de cuidados e
controvérsias médicas
Local: Anfiteatro, Prédio 30 10:30 às 11:00 | Intervalo
11:00 às 12:30 | Conferência 03 | Territórios psicotrópicos:
diversidade e autonomia
Local: Auditório 01, Prédio 4 12:30 às 14:00 | Intervalo
14:00 às 16:00 | Grupos de Trabalho - Comunicação Oral 16:00 às 17:00 | Intervalo
16:00 às 17:00 | Lançamento de Livros Local: Hall do Anfiteatro, Prédio 30 16:00 às 17:00 | Sessão de Pôsteres Local: Hall do Anfiteatro, Prédio 30 17:00 às 18:30 | Mesas Redondas
MR01 | A experiência do tratamento comunitário no
aten-dimento ao usuário de drogas na rede de saúde no Distrito Federal
Local: Anfiteatro, Prédio 30
MR03 | Desafios associados a comportamentos compulsivos Local: Auditório 1, Prédio 4
MR04 | Desafios na conjuntura Nacional e Internacional sobre
a política de drogas
Local: Auditório 2, Prédio 5
MR05 | Desafios para a Formação no Campo AD em tempos
de crise ética e epistemológica
Local: Auditório 3, Prédio 43
MR06 | Direitos Humanos e vulnerabilidade:
pessoas, drogas e contextos
Local: Sala Multiuso, Prédio 14
18:30 às 19:30 | Fórum Especial: “Comportamento social entre
animais”: Elo comum de todos seres vivos do mundo animal.
Local: Auditório 3, Prédio 43
APOIO
SUPERVISÃO E REVISÃO: CINDA MURTA
EDIÇÃO, FOTOGRAFIA E DIAGRAMAÇÃO: ANDRÉ CORREIA REPORTAGEM: GABRIELLE ASSIS e LEONARDO PARRELA
ESTAGIÁRIOS: ANA BEATRIZ DIAS, LUCAS FARIA E WALLACE LOPES
ÍNDICE
Entrevista | Rubens Adorno
PÁGINAS 4 e 5
Cerimônia e
Conferência de Abertura
PÁGINA 6Atividades Pré-Congresso
PÁGINA 7Atividades do
segundo dia de Congresso
PÁGINA 8
Galeria de Fotos
PÁGINA 9
www.congressointernacional2017.abramd.org/
ENTREVISTA
Rubens Adorno, presidente da
ABRAMD, fala sobre a importância
da discussão sobre drogas na
sociedade atual.
4
Rubens Adorno
Qual a importância
dos congressos para a ABRAMD?
Os congressos são o ponto alto das atividades da ABRAMD. A cada dois anos acaba reunindo, além dos sócios, novos sócios e vários coletivos e associações menores. Serve para aglutinar pessoas Brasil afora, em torno desse campo amplo da ABRAMD, que envolve as relações en-tre as drogas e a sociedade. Esse é um campo muito amplo e bastante complexo. Os congressos têm pautado essas ques-tões do momento, dos contextos, das con-junturas. O último congresso, realizado em Brasília, teve como tema a mudança de paradigma, focando bem nessa transição do momento em que se muda a maneira com que se falou e se agiu em relação ao termo drogas. Porque acho que as drogas são identificadas como ilícitas, com senti-do negativo. Mas quansenti-do fala-se de dro-gas, fala-se de psicoativos lícitos, ilícitos e
até mesmo os prescritos, que são medi-camentos.
Como o tema do 6º Congresso se insere no contexto da
discussão sobre as drogas?
O quinto congresso pautou um pou-co essa mudança de paradigma e a cri-se do modelo proibicionista e eu acredito que este VI Congresso, quando fala de Drogas e Autonomia: Ciência, Diversida-de, Política e Cuidados, está pautando muito o retorno de ações absolutamente ineficazes e retrógradas, que são as in-ternações. O modelo do confinamento está falido, é um modelo do século XIX, que se reinstitui na política brasileira hoje. Uma vez que a autonomia nada tem a ver com o desejo das pessoas também quererem se afastar do lugar, por livre e espontânea vontade, por autonomia. Isso nada tem a ver com o modelo de confinamento pro-posto como cuidado ou tratamento. Essa temática chama atenção pra esse contexto e para o fato de que há uma diversidade de maneiras de poder olhar, de poder exer-cer cuidados.
Qual a importância da realização do 6º Congresso no ambiente acadêmico?
Eu defendo uma universidade aberta, que seja totalmente transparente e per-meável com a sociedade. Até porque, o lugar da univeridade, que é um lugar de reflexão e conhecimento, tem que estar,
5
Professor Associado III na Universidade de São Paulo, possui graduação em Ciências Sociais pela Univer-sidade Estadual de Campinas (1977), Especialização em Saúde Pública pela Faculdade de Saúde Pública
da USP, Mestrado em Saúde Pública pela Univer-sidade de São Paulo (1992). Doutorado em Saúde Pública pela Universidade de São Paulo (1992),
apro-vado como Professor Livre Docente em 1997. Exerce atualmente a presidência da ABRAMD - Associação Brasileira Multidisciplinar de Estudos sobre Drogas.
necessariamente, articulado com o contex-to em que está. Então, eu sempre defen-di o espaço universitário para realização de seminários e congressos, porque eles têm virado, também, uma grande feira de eventos, movimentando muitos recursos. E o fato de trazer para a universidade é po-der integrar essa discussão acadêmica. E poder trazer para a universidade pessoas desde cuidadores, gerenciadores de políti-cas públipolíti-cas, usuários – problemáticos ou não problemáticos -, cidadãos que se inte-ressem pela discussão do tema, etc. En-tão, fazer o evento em uma universidade tem esse significado, de abrir também as portas e deixar a universidade como algo transparente e de marcar essa posição de que ali é um espaço onde se reflete, se produz ideias, conhecimentos. E não se trata apenas de uma feira, ou convenção de negócios.
Quais as expectativas para este 6º Congresso?
Pela amostra do Pré-Congresso, o que me deixa animado é que estou vendo temas diferentes, grupos, coletivos, cole-gas, pessoas de diferentes partes do Bra-sil. Acho que isso mostra que o congresso está aglutinando essas diversas pessoas. A marca do congresso é que ele é
inter-nacional, com ênfase numa discussão ibero-latina-americana, com a presença de pesquisadores internacionais que têm uma afinidade com essa orientação que a ABRAMD propõe. É importante esse lugar, em que a gente fala com a internacionali-zação e com o mundo.
Por fim, qual a relevância da discussão de drogas para a sociedade em geral, especificamente nos dias de hoje?
O mundo que envolve a discussão sobre drogas é cheio de representações e mitos. Um congresso como o da ABRAMD, que tem uma visão aberta e que marca uma posição nesse campo, vendo o direito das pessoas em terem as suas experiên-cias, o direito das pessoas não serem es-tigmatizadas pelos seus usos, faz toda a diferença. Porque a mídia fala muito em “guerra às drogas”, “combate às drogas” e, com isso, o campo das drogas está atra-vessado por expressões militares. Essa discussão serve para quebrar uma série de mitos. E o primeiro mito é esse mito da guerra. O país está precisando, mais do que nunca, de algo que possa oxigenar as mentes, porque acho que há uma ausência de reflexão nos dias de hoje. As pessoas falam coisas sem nem terem ideia do que estão dizendo.
6
NOTÍCIAS
Cerimônia e Conferência de Abertura
marcam primeiro dia de evento
Com o auditório lotado, a professora Regina Medei-ros (PUC Minas) deu início às atividades do 6º Congresso da ABRAMD na Cerimônia de Abertura. Ela foi acompanha-da na Mesa Solene pelo pro-fessor Rubens Adorno (USP), presidente da ABRAMD; pro-fessor Raul de Barros Neto, diretor do Instituto de Ciên-cias Biológicas e da Saúde da PUC Minas; Bernardo Ju-non de Alencar, representan-te do Pró-reitor de pesquisa e Pós-Graduação da PUC Minas; professor André Jun-queira Caetano, coordenador da Pós-Graduação em Ciên-cias Sociais da PUC Minas; Watrislene Duarte, da ONG Terceira Margem Prevenção e Pesquisa em Toxicomania; Danille Vassalo, representan-te da Frenrepresentan-te Mineira sobre Drogas e Direitos Humanos e do coletivo feminista anti proibicionista Maria Fumaça; e por Lucas Tadeu, artesão e representante das pessoas
usuárias de drogas.
A Cerimônia de Abertu-ra foi marcada por homena-gens a pessoas relevantes na área de estudo sobre dro-gas e elogios às iniciativas da ABRAMD e, em especial, à pessoa da presidente do VI Congresso, professora Regi-na. Ela deu espaço para que os integrantes da mesa fizes-sem uma pequena introdu-ção, dando destaque para a fala de Lucas Tadeu. Para ele, que vive a realidade de um usuário de drogas, estar pre-sente no evento “é importante porque é uma oportunidade social única”. O jovem, de 21 anos, en-fatizou a ne-c e s s i d a d e de medidas sociais mais bem elabora-das, uma vez que “comba-ter o uso das
drogas com violência não dá resultado”.
Dando continuidade às atividades, o professor Ru-bens Adorno, acompanhado dos professores Oriol Romaní (Universidad Rovira i Virgili) e Dartiu Xavier da Silveira (UNI-FESP), iniciou a Conferência de Abertura, com o tema “Dro-gas e Ciência, relações difí-ceis: enfermidades cerebrais, adições e outros mitos”, com exposição de estudos e uma conversa muito enriquecedora para as pessoas que estive-ram presentes na solenidade.
NOTÍCIAS
Antes mesmo da Cerimônia de
Abertura, as Atividades Pré-Congresso
reuniram profissionais e pesquisadores
para diversas discussões e debates. De
acordo com o presidente da ABRAMD,
professor Rubens Adrono (USP),
es-sas atividades ajudaram a
engrande-cer ainda mais o evento, uma vez que
agregaram conteúdo aos
participan-tes, através de oficinas e minicursos.
O Pré-Congresso foi uma
oportu-nidade de debates mais livres e incluiu
Minicursos, com conteúdos
apresenta-dos de forma breve; Fóruns de
Discus-são, com reunião de pesquisadores
so-bre conteúdos específicos; e Reuniões
de Trabalho, com debates e trocas de
informações sobre estudos de caso.
Para um grupo de participantes
que integrou a discussão sobre
“Meto-dologia de Pesquisa Etnográfica”, por
exemplo, a exposição do professor Luis
Maria Chaves de Almeida e
Vasconce-los (USP/SICAD Portugal) foi além da
expectativa e, como ele deu exemplos
cotidianos, facilitou o entendimento
sobre o assunto.
Segundo o presidente da ABRAMD,
os conteúdos discutidos nas
Ativida-des Pré-Congresso, no geral,
pode-rão ser usados durante as exposições
no próprio Congresso e, além disso,
serão levados para a vida acadêmica.
E foi exatamente o que os
participan-tes enfatizaram, afirmando que houve
um grande aumento de conhecimento
específico sobre os assuntos, que vão
auxiliar nas pesquisas e atividades
in-dividuais.
Gabrielle Assis
Atividades Pré-Congresso agregam conhecimento
8
NOTÍCIAS
Programe-se para o segundo dia de Congresso
Nesta quarta-feira as atividades do Congresso iniciam-se já pela manhã. As Conferências acontecem a partir de 9h00, com os temas “Drogas, Mo-vimento Ambiental e Autonomia” e “Ar-queologia de cuidados e controvérsias médicas”. E após o intervalo, às 11h, inicia-se a conferência sobre “Territó-rios psicotrópicos: diversidade e auto-nomia”.
No início da tarde, os Grupos de Trabalho pretendem fazer comunicação oral sobre diversos temas, com exposi-ção de trabalhos e discussão de seus conteúdos. Os 15 grupos vão debater sobre: “Formação para a garantia dos Direitos Humanos dos usuários de dro-gas”, “Modelos de cuidados a pessoas com transtornos decorrentes do uso de SPAs”, “Maconha e etnografias”, “CAPS ad como dispositivo de cuidado”, “Dro-gas e Contexto da Justiça”, “As múlti-plas faces da proibição”, “Perspectivas Institucionais”, “Concepções sobre a
prevenção ao uso de drogas nas es-colas”, “As interfaces do cuidado aos usuários ad”, “Educação e serviços de saúde: drogas e instituições”, “Carac-terização do CAPS ad”, “Processo de Trabalho - Núcleo e campo”, “Práticas de saúde, drogas e redução de danos”, “A reinvenção do cuidado do usuário de substância psicoativa” e “Ações na área de educação sobre drogas”.
Para encerrar o dia de atividades, a partir de 17h, as Mesas Redondas vão debater sobre “A experiência do trata-mento comunitário no atenditrata-mento ao usuário de drogas na rede de saúde no Distrito Federal”, “Desafios associados a comportamentos compulsivos”, “De-safios na conjuntura Nacional e Interna-cional sobre a política de drogas”, “De-safios para a Formação no Campo AD em tempos de crise ética e epistemoló-gica” e “Direitos Humanos e vulnerabili-dade: pessoas, drogas e contextos”.
www.abramd.org • www.congressointernacional2017.abramd.org/ • facebook.com/abramd.org
Fórum Especial
O professor Elisaldo Carlini (UNIFESP) vai expor sobre “Comportamento so-cial entre animais: elo comum de todos seres vivos do mundo animal” no início da noite, no auditório 3, prédio 43, com coordenação da professora Regina de Paula Medeiros (PUC Minas). Não perca!
Fique ligado!
De 16h às 17h vai acontecer o lançamento de livros no hall do anfiteatro, no prédio 30 (Teatro João Paulo II).
Confira também
Durante os dias do 6º Congresso Internacional da ABRAMD a área externa do Teatro João Paulo II (Prédio 30) contará com a tradicional Feira de Economia Solidária.
Vários produtos artesanais poderão ser adquiridos diretamente com seus produtores.
Diversão durante o almoço
O Teatro de Arena da PUC Minas, localizado próximo ao prédio 43, será palco de atrações musicais durante o horário
de almoço nos dias do Congresso. Aproveite o momento de descontração que