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RICARDO AUGUSTO CALLEGARI PRODUTIVIDADE, QUALIDADE DE FRUTOS DE MELOEIRO E EVOLUÇÃO DOS TEORES DE NPK NO SOLO DURANTE UM CICLO DE PRODUÇÃO

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PRODUTIVIDADE, QUALIDADE DE FRUTOS DE MELOEIRO E

EVOLUÇÃO DOS TEORES DE NPK NO SOLO DURANTE UM

CICLO DE PRODUÇÃO

MOSSORÓ - RN 2010

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PRODUTIVIDADE, QUALIDADE DE FRUTOS DE MELOEIRO E

EVOLUÇÃO DOS TEORES DE NPK NO SOLO DURANTE UM

CICLO DE PRODUÇÃO

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciência do Solo.

ORIENTADOR:

Prof. Dr. NEYTON DE OLIVEIRA MIRANDA

MOSSORÓ - RN 2010

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Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da UFERSA

C157p Callegari, Ricardo Augusto .

Produtividade, qualidade de frutos de meloeiro e evolução do teor de NPK no solo durante um ciclo de produção. / Ricardo Augusto Callegari. -- Mossoró: 2009.

45f.: il.

Dissertação (Mestrado em Ciência do Solo: Área de concentração em Manejo e Conservação do Solo) – Universidade Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de Pós-Graduação.

Orientador: Prof.º Dr. Sc. Neyton de Oliveira Miranda

1.Cucumis Melo L.. 2.Variabilidade espacial.

3.Fertirrigação. Título. CDD:635.611

Bibliotecária: Marilene Santos de Araújo CRB-5/1033

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PRODUTIVIDADE, QUALIDADE DE FRUTOS DE MELOEIRO E

EVOLUÇÃO DOS TEORES DE NPK NO SOLO DURANTE UM

CICLO DE PRODUÇÃO

Dissertação apresentada à Universidade Federal Rural do Semi-Árido, como parte das exigências para obtenção do título de Mestre em Ciência do Solo.

APROVADA EM: 08/FEV /2010

Prof. Dr. Neyton de Oliveira Miranda - UFERSA Orientador

Prof. Dr. Pahlevi Augusto de Souza - IFCE Conselheiro

Prof. Dr. Vander Mendonça - UFERSA Conselheiro

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Professor e orientador NEYTON DE OLIVEIRA MIRANDA pela competência com que orientou esta minha dissertação e o tempo que generosamente me dedicou transmitindo-me os melhores e mais úteis ensinamentos, com paciência, lucidez e confiança. Pelo acesso que me facilitou a uma pesquisa mais alargada e enriquecedora e pela sua crítica sempre tão atempada, como construtiva, bem-haja estou-lhe muito, muito grato.

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Agradeço inicialmente DEUS e meu anjo da guarda e a todos que acreditarão neste trabalho e que me abraçaram nos momentos, mas difíceis desta jornada.

A meu pai Nelson Antônio Callegari e minha mãe Cleonice Queiroz Callegari, vocês são espelho de luta, amor e vitórias, amo muito vocês.

A meus irmãos Luciana, Sérgio e Fernando pelo incentivo ao longo destes anos.

Agradeço a Universidade Federal Rural do Semi Árido por dar total suporte à pesquisa bem como seus professores e funcionários.

A empresa W.G Fruticultura e o senhor Wilson Galdino que mais uma vez abriu as portas da empresa para a pesquisa e extensão.

A equipe de trabalho que sempre foi arrojada e não mediu esforços para a concretização desta dissertação em especial a Joana, Valdívia e Alisson seguem meu muito obrigado.

Aos amigos Gleidson e Alexandre que se dedicaram de corpo e alma a este trabalho. A todos os Professores e Funcionários e colegas do mestrado de Ciência do Solo segue minha gratidão.

Ao CNPq pelo financiamento e auxilio ao desenvolvimento da pesquisa.

A meu colega de república André Mauricio Atuati por anos de convivência e companheirismo.

A minha segunda família, Dona Marly, Senhor João, Andrezza e a todos que compõe esta linda família.

Ao amigo de sempre Gilberto e Ana, meus sinceros agradecimentos.

A meus amigos (irmãos) Marcelo, Marquinhos , Tiago Castro e Nelson Callegari Neto, amo vocês.

A todos meus amigos de Olímpia-SP, em especial Marcos Balbo e Luiz Carlos Rosa.

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CALLEGARI, Ricardo Augusto. Produtividade, qualidade de frutos de meloeiro e evolução

dos teores de NPK no solo durante um ciclo de produção. 2010. 44f. Dissertação (Mestrado

em Ciência do Solo) - Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró - RN, 2010.

O trabalho foi desenvolvido para, durante um ciclo de produção comercial de melão, monitorando a aplicação de nitrogênio, fósforo e potássio e a variação de seus teores no solo, de maneira a correlacionar esta variação com a produtividade e qualidade dos frutos, possibilitando identificar a deficiência ou excesso destes nutrientes. O trabalho foi realizado em 2008, em duas áreas de produção da W.G. Agropecuária Ltda., em Baraúna - RN. Nelas, o híbrido de melão amarelo ‘Iracema’ foi irrigado pelo sistema de gotejamento sendo que, além da adubação de fundação, os nutrientes estudados foram aplicados via fertirrigação. O esquema experimental de ambas as áreas seguiu uma malha de amostragem com espaçamento regular de 20 m, totalizando quarenta parcelas. As coletas de solo ocorreram aos 10, 26, 38, 51 e 64 dias após plantio, para determinação dos teores de N total, P e K. Após a colheita os frutos de melão foram classificados para determinar as produções dos tipos exportação, mercado nacional e comerciável. As características de qualidade determinadas foram firmeza de polpa e teor de sólidos solúveis. As variáveis de produção e qualidade de frutos, além dos teores no solo de nitrogênio total, fósforo e potássio, nas cinco épocas de amostragem, foram analisados por meio da estatística descritiva, para visualizar o comportamento geral dos dados e identificar possíveis valores discrepantes. A análise de correlação visou identificar a influência dos teores no solo de N, P e K nas cinco épocas de amostragem sobre as variáveis de produção e de qualidades. Os teores de nitrogênio, fósforo e potássio no solo variaram ao longo do ciclo nas duas áreas estudadas. A variação destes teores correlacionou-se com a produtividade e qualidade dos frutos de forma diferente conforme a fase do ciclo da cultura. O trabalho possibilitou identificar a ocorrência de deficiência ou excesso dos nutrientes ao longo do ciclo da cultura.

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CALLEGARI, Ricardo Augusto. Melon fruit yield and quality and evolution of soil contents

of NPK during one production cycle. 2010. 45f. Dissertation (Master’s degree in Soil

Science) - Universidade Federal Rural do Semi-Àrido (UFERSA), Mossoró - RN, Brazil 2010. The following work has been developed, during a commercial production cycle of melon crop, for monitoring fertilization with nitrogen, phosphorus and potassium, and to assess the variation of their soil contents for correlating soil nutrient variation with melon fruit yield and quality, and to allow the identification of soil nutrient deficit or excess. The work was carried out in 2008, at two production areas of W.G. Agropecuária Ltda., in Baraúna-RN, Brazil. Melon hybrid ‘Iracema’ was grown according to the technology recommended for the region. Irrigation was provided by a drip system and nutrients were furnished in part prior to planting and part by fertirrigation. Experimental scheme followed a grid with a 20 x 20 m regular spacing, where each node was in the center of a 20 m2 plot, in a total of forty plots. Soil samplings occurred at 10, 26, 38, 51 and 64 days after planting, for determination of soil contents of total N, P and K. After harvesting, melon fruits were classified and yields of export type, national market type and marketable type were determined. Quality characteristic determined were flesh firmness and soluble solids content. Yield and quality variables, as well as soil contents of total nitrogen, phosphorus and potassium in the five sampling dates were analyzed by means of descriptive statistics for assessing general behavior of data. Correlation analysis was performed for identifying influence of soil contents of N, P and K from five sampling dates on yield and quality variables. Soil contents of nitrogen, phosphorus and potassium varied along crop cycle in both areas. This variation correlated with melon fruit yield and quality in accordance with phase of the cycle. The work allowed identifying nutrient deficiency or excess along crop cycle.

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1. INTRODUÇÃO ... 09

2. REVISÃO DE LITERATURA ... 11

2.1.ASPECTOSGERAISDACULTURADOMELÃO ... 11

2.2.QUALIDADEDEFRUTOS ... 11

2.3.IRRIGAÇÃOEFERTIRRIGAÇÃO ... 12

2.4.IMPORTÂNCIADAADUBAÇÃONACULTURADOMELÃO ... 14

2.5.IMPORTÂNCIADONITROGÊNIONACULTURADOMELÃO ... 14

2.6.IMPORTÂNCIADOFÓSFORONACULTURADOMELÃO ... 16

2.7.IMPORTÂNCIADOPOTÁSSIONACULTURADOMELÃO ... 17

3. MATERIAIS E MÉTODOS ... 20

3.1.LOCALIZAÇÃODOSEXPERIMENTOS ... 20

3.2.PREPÁRODAÁREA ... 21 3.3.IMPLANTAÇÃODACULTURA ... 21 3.4.IRRIGAÇÃO... 21 3.5.ADUBAÇÃO ... 22 3.6.DELINEAMENTO EXPERIMENTAL ... 22 3.7.ANÁLISESDESOLO ... 23 3.8.COLHEITAEPÓS-COLHEITA ... 23 3.9.ANÁLISESESTATÍSTICAS ... 24 4. RESULTADOS E DISCUSSÃO ... 25 5. CONCLUSÕES ... 36 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 37

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1. INTRODUÇÃO

O melão (Cucumis melo L.), que é o segundo colocado em exportações de frutas frescas no Brasil (BRAGA SOBRINHO et al., 2008), teve, na safra 2005/2006, um aumento de 20% na produção, acompanhado por aumento na exportação de 44% em volume e 26% em valor. Além disso, a cadeia produtiva do melão gera em torno de 28.000 empregos diretos e 94.000 empregos indiretos. A região Nordeste do Brasil apresenta clima semi-árido e alta luminosidade e se destaca como maior produtor de melão irrigado, sobressaindo-se o Rio Grande do Norte, com 44% da área total e produtividade média de 26,6 t ha-1 (IBGE, 2005).

Apesar do excelente desempenho da cultura na região, é necessário pesquisar formas de manejo de solo, água e planta que melhorem a rentabilidade da cultura e diminuir o impacto ambiental da produção. A produtividade e a qualidade dos frutos produzidos atendem aos requisitos básicos do mercado internacional, mas estão abaixo da média dos países concorrentes, impedindo a obtenção de melhores preços nos maiores mercados consumidores (NEGREIROS et al., 2003).

O melão é uma cucurbitácea muito exigente em relação à adubação (FARIA e FONTES, 2003), para a qual são necessários conhecimentos de solo, exigências nutricionais da planta e nutrientes que devem ser aplicados, sempre considerando época, modo de aplicação, quantidade e fonte de cada nutriente. Segundo Holanda et al. (2008) devem-se desprezar as recomendações prontas, usadas generalizadamente. A noção errada de que os campos de produção são homogêneos é causa de ineficiência, por acarretar uso excessivo de insumos como fertilizantes e causar aumento desnecessário de custos e danos ambientais.

A expansão da cultura do melão se deve além das condições edafoclimáticas favoráveis, a práticas culturais de alta tecnologia, como a fertirrigação, de maneira que o manejo de água e nutrientes requer muito cuidado, para evitar possíveis perdas por percolação e lixiviação. Neste aspecto, a fertirrigação por gotejamento é uma opção eficiente e tecnicamente viável de adubação, visto que permite o parcelamento dos nutrientes, obedecendo às exigências da cultura, conforme as fases do seu desenvolvimento, além de permitir o controle da umidade adequada às culturas.

A aplicação de fertilizantes e de outros produtos químicos na água de irrigação é uma realidade no Brasil. No entanto, algumas vezes é feita de forma inadequada, pois faltam parâmetros relacionados com período e freqüência de aplicação, doses e fontes de nutrientes para as culturas de maior expressão econômica, como as hortaliças e as frutíferas (PINTO et al., 1993).

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As causas mais prováveis da variabilidade da produtividade e qualidade da cultura do melão estão associadas ao déficit ou excesso de irrigação, à reação do solo e disponibilidade de nutrientes, às características físicas do solo e à infestação por pragas e doenças, cuja investigação deve partir da constatação da variabilidade espacial e da localização de regiões do campo com baixo desempenho. A produtividade e a qualidade dos frutos de melão podem ser prejudicadas pelo desequilíbrio entre nutrientes no solo e por adubações excessivas e desuniformes, as quais, além de acumular no solo os nutrientes não assimilados pelas plantas, nem lixiviados, originam regiões no campo com fertilidade diferente da média utilizada para recomendação de corretivos e fertilizantes. Por isto, mesmo em campos com fertilidade média adequada, a qualidade dos produtos agrícolas pode ser reduzida em regiões com pH e teores de nutrientes inadequados.

Segundo Braga Sobrinho et al. (2008) a moderna produção de melão deve procurar a sustentabilidade, adotando cuidados como o equilíbrio do ciclo de nutrientes, a preservação e o desenvolvimento da fertilidade do solo e a diversidade ambiental como alguns dos componentes essenciais, utilizando métodos e técnicas biológicas e químicas cuidadosamente equilibradas, de forma a se proteger o ambiente e, ao mesmo tempo, obter retorno econômico e social.

O presente trabalho foi conduzido visando monitorar, durante um ciclo de produção comercial de melão, a aplicação dos nutrientes, nitrogênio, fósforo e potássio e a variação de seus teores no solo, de maneira a correlacionar esta variação com a produtividade e qualidade dos frutos, possibilitando identificar a ocorrência de deficiência ou excesso destes nutrientes ao longo do ciclo da cultura.

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2. REVISÃO DE LITERATURA

2.1. ASPECTOS GERAIS DA CULTURA DO MELÃO

O melão (Cucumis melo L.) é uma hortaliça conhecida no mundo todo, que vem tendo aumento significativo de área cultivada. Esta área, em 2004, chegou a 1,16 milhões de hectares, os quais produziram em torno de 21,6 milhões de toneladas, com produtividade média de 18,75 t ha-1. A China é o maior produtor, com cerca de 33,47% da produção mundial, seguido pela Turquia, Irã, EUA e Espanha. O Brasil é um dos grandes produtores mundiais, com produção ao redor de 340 mil toneladas, dos quais a região Nordeste produz 95% e o estado do Rio Grande do Norte produz 55,5% (BRAGA SOBRINHO et al., 2008).

O melão vem se destacando nos últimos anos como uma das principais olerícolas cultivadas no semi-árido nordestino, tendo como principais produtores os Estados do Rio Grande do Norte e Ceará, que responderam em 2005 com aproximadamente 79% da produção nacional (IBGE, 2007). Neste mesmo ano o melão ocupou o 3° lugar no ranking das frutas brasileiras exportadas.

Em relação ao Estado do Rio Grande do Norte, a cultura do melão ocupa uma área de 12.000 hectares no eixo Assu-Mossoró-Baraúna, gerando 28.000 empregos diretos e 52.000 empregos indiretos (SET, 2005). Em 2006 foi o produto 1º lugar na pauta de exportações do Estado, representando 15,64 % do total, com faturamento FOB de 58 milhões de dólares, correspondente a venda de 115.800 t (SECEX, 2007).

2.2. QUALIDADE DE FRUTOS

O estudo dos aspectos produtivos da cultura do melão tem sido enfatizado, contribuindo para o aumento da utilização dos insumos agrícolas. Porém, o mercado internacional obriga a produzir segundo estritos requerimentos de qualidade. A qualidade dos frutos de melão pode ser definida por critérios nutricionais, higiênicos, tecnológicos e sensoriais, que influenciam a aceitação pelo consumidor, além de resistência ao manuseio, transporte e armazenamento que determinam o preço recebido pelo produto (MENEZES, 1996). O mercado europeu exige frutos muito firmes com conteúdo médio de sólidos solúveis totais acima de 9%. O fruto deve estar

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suficientemente desenvolvido e em estádio de maturação satisfatório para suportar as condições de transporte e manuseio, de modo que chegue ao local de destino em condição satisfatória. À medida que o fruto passa do momento ideal de colheita o conteúdo de sólidos solúveis totais vai aumentando, porém sua firmeza vai diminuindo o que não seria problema quando o fruto se destina a mercados mais próximos (MENEZES et al., 2000).

O conteúdo de sólidos solúveis (SS) no suco extraído da polpa é uma das características mais estudadas e usada como principal critério para estabelecer padrões de qualidade nas regulamentações do mercado. Ele indica amadurecimento, pois exibe correlação positiva com o conteúdo de açúcares e, por isto, pode dar idéia da doçura da fruta, atributo sensorial mais importante para aceitação pelo consumidor. Dependendo do país, os valores mínimos de SS estão entre 8 e 10 % (SANTOS JÚNIOR, 2002; SILVA et al., 2003). Em geral, melões colhidos com menos de 9 % são considerados não comercializáveis porque SS não aumenta após a colheita (MENEZES et al., 2000).

A firmeza da polpa é um importante atributo de qualidade em frutos porque indica propriedades mecânicas de resistência fundamentais no manuseio, transporte e armazenamento (MENEZES et al., 2000). Frutos com maior firmeza são mais resistentes às injúrias mecânicas durante o transporte e a comercialização (GRANGEIRO et al., 1999). O fruto de melão deve ter polpa espessa e conseqüentemente uma cavidade interna pequena, que proporciona maior resistência ao manuseio e transporte, impedindo o deslocamento da placenta, fator que acelera a deterioração do fruto. São considerados frutos de polpa espessa aqueles com espessura entre 4 e 5 cm (PAIVA et al., 2003).

2.3. IRRIGAÇÃO E FERTIRRIGAÇÃO

Segundo Faria e Fontes (2003) o ciclo fenológico do meloeiro é curto, tendo crescimento lento até 15 dias após germinação, intensificando-se logo após e atingindo os maiores incrementos de crescimento entre 30 e 45 dias, sendo que a maturação dos frutos ocorre entre 70 a 75 dias. Quanto à taxa de absorção de nutrientes, ela acompanha a produção de matéria seca da planta, havendo uma absorção mais rápida no período logo após o florescimento, aproximadamente a partir de 30 dias, até a fase inicial da colheita.

O melão produzido no estado do Rio Grande do Norte é cultivado sob irrigação, sendo uma das culturas em que mais se pratica a fertirrigação, que é a aplicação de fertilizantes via água de irrigação, sendo uma das mais avançadas e eficientes técnicas de fertilização. Ela

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combina dois importantes e essenciais fatores para o crescimento e desenvolvimento das plantas: água e nutrientes. A irrigação localizada e outros sistemas de microirrigação, que são altamente eficientes para aplicação de água, são considerados como ideais para fertirrigação (PAPADOPOULOS, 2001).

A fertirrigação assumiu papel importante por conferir maior eficácia ao sistema de produção e proporcionar melhor distribuição dos nutrientes no volume de solo explorado pelo sistema radicular durante o ciclo das culturas (SOUZA, 1993); além disto, promove o parcelamento das aplicações dos nutrientes, que, associadas às irrigações diárias, favorece uma menor perda desses nutrientes por lixiviação. A economia de fertilizantes pode ser da ordem de 25 a 50% com a aplicação via água de irrigação (HAYNES, 1985). A fertirrigação também confere maior eficiência ao uso dos equipamentos de irrigação (COSTA et al., 1986; SOUZA, 1993).

O parcelamento do fornecimento dos fertilizantes, atendendo às necessidades das plantas, faz com que a fertirrigação contribua para que a fertilidade do solo seja mantida em níveis elevados durante todo o ciclo de desenvolvimento da cultura, maximizando a absorção de nutrientes pelas raízes e resultando em ganhos de produtividade e qualidade (MAROUELLI et al., 2001). A variação da concentração do nutriente no solo é reduzida, favorecendo a absorção (BAR-YOSEF, 1999). Os processos de perdas e ganhos de nutrientes no sistema solo-planta determinam a eficiência de absorção de um nutriente pela planta, que é a medida da quantidade efetivamente absorvida de um nutriente para cada unidade do nutriente aplicada ao solo (BALIGAR e FAGERIA, 1997); tais medidas podem ser utilizadas como parâmetro para corrigir a dose do nutriente. Neste sentido, Holanda et al. (2008) ressaltam que, com relação aos adubos aplicados, pode-se esperar que as plantas aproveitem entre 40 e 60% do nitrogênio; 5 a 20% do fósforo e 20 a 50% do potássio. Esta é uma das causas de que as adubações não proporcionem o resultado esperado, podendo acarretar insucesso e prejuízo. O próprio adubo pode contribuir para os problemas, devido a fórmulas desequilibradas, épocas inadequadas de aplicação, distribuição desuniforme, incompatibilidade de misturas.

Segundo Marouelli et al. (2003), por razões econômicas, nem todos os nutrientes precisam ser aplicados via fertirrigação para o cultivo do meloeiro. Quando se utiliza o gotejamento, recomenda-se que 90% do N e do K sejam aplicados via fertirrigação, ao longo do ciclo da cultura. Neste caso, todo o fósforo poderia ser aplicado na adubação de fundação. Embora resultados de pesquisa indiquem que a aplicação de fósforo por gotejamento é pouco eficiente. Em termos de aumento de produtividade, vários agricultores o aplicam via fertirrigação, usando principalmente ácido fosfórico e fosfato monoamônico.

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2.4. IMPORTÂNCIA DA ADUBAÇÃO NA CULTURA DO MELÃO

A adubação é uma prática extremamente importante para qualquer frutífera explorada comercialmente. Uma adubação adequada e bem equilibrada beneficia o produtor em termos de qualidade dos frutos obtidos, estado fitossanitário e vigor das plantas, bem como a produtividade de seu pomar (ABREU et al., 2005).

A prática de adubação, além de constituir um fator indispensável para o desenvolvimento das mudas, acelera considerável o crescimento das mesmas, reduzindo os custos de produção. A eficiência das adubações, principalmente daquelas realizadas em cobertura, depende basicamente das doses e fontes dos adubos utilizados, da capacidade de troca catiônica e das características físicas do solo (SGARBI et al., 1999). O aproveitamento dos fertilizantes depende muito do fornecimento e da disponibilidade de água para a planta.

O uso de fertilizantes em cultivos com alta extração de nutrientes exige cautela. O suprimento inadequado de nutrientes, seja falta ou excesso, pode provocar restrições ao crescimento das plantas e alterar relações entre biomassa aérea e radicular, bem como promover alterações entre estádios vegetativos e reprodutivos (BUWALDA e GOH, 1982; PENG et al., 1993; BALIGAR e FAGERIA, 1997; MARSCHNER, 1995). Quanto maior a produtividade, maiores serão as quantidades de fertilizante para suprir as necessidades da cultura. Por outro lado, a quantidade de nutrientes removidos pela planta não deve ser utilizada como critério único de reposição, considerando-se que a lixiviação e as reações que ocorrem quando os fertilizantes são aplicados no solo contribuem para diminuir a disponibilidade de nutrientes para as plantas (SOBRAL, 1998).

2.5. IMPORTÂNCIA DO NITROGÊNIO NA CULTURA DO MELÃO

O nitrogênio (N) promove modificações morfofisiológicas nas plantas, estando relacionada com a fotossíntese, desenvolvimento e atividades das raízes, absorção iônica de nutrientes, crescimento e diferenciação celular (CARMELLO, 1999). Além de ser um dos nutrientes absorvidos em maior quantidade, o Nitrogênio exerce influência no crescimento e desenvolvimento tendo efeito direto nas relações fonte-dreno, por alterar a distribuição de assimilados entre a parte vegetativa e reprodutiva (HUETT e DETTMANN, 1991).

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Em geral, é mais evidente a influência do nitrogênio sobre o crescimento vegetativo das plantas, especialmente em relação à área foliar. A clorose das folhas do meloeiro é o sintoma clássico e de relativamente fácil percepção da deficiência de N. Outros sintomas seriam retardamento do crescimento, menor número de frutos, folhas e frutos pequenos, com baixo teor de açucares e maturação retardada. Em plantas bem supridas de nitrogênio os frutos apresentam polpa consistente, formato regular e cores firmes. O aumento na produtividade do melão, provocado pela adição de nitrogênio, se deve ao aumento no número e no peso dos frutos. Em termos de qualidade, o nitrogênio exerce controle sobre a fisiologia dos frutos de melão, os quais, em plantas deficientes em nitrogênio, podem apresentar polpa mole, serem deformados e descoloridos, devido a influencia sobre a percentagem de suco, o teor de açúcares, acidez total e a espessura da casca. Por outro lado, o excesso de nitrogênio promove o desenvolvimento de coloração verde-escuro das folhas, os ramos são suculentos e as plantas são menos resistentes às pragas e doenças (CRISÓSTOMO et al., 2002; COELHO et al. 2003; FARIA e FONTES, 2003; FOGAÇA et al., 2008; HOLANDA et al., 2008).

Segundo Faria e Fontes (2003), a resposta do meloeiro ao nitrogênio depende da dose aplicada, havendo indicações de que o melão respondeu até níveis variando de 75 a 200 kg ha-1. Todavia, segundo Cardoso et al., (2006), é comum a aplicação de doses excessivas de N em cultivos sob ambiente protegido, resultando em crescimento vegetativo excessivo e redução da produção comercial de frutos. Aumentando-se a dose de nitrogênio, até determinado limite, haverá mudanças em várias características do meloeiro, como acréscimos na área foliar, na massa da folha, na intensidade da cor verde das folhas, no número de flores e de frutos por planta, refletindo na massa média e na produção de frutos de melão (CARDOSO et al., 2006). A aplicação de doses excessivas resulta em crescimento vegetativo excessivo e redução da produção comercial de frutos de melão, além de aumentar a probabilidade de salinização do solo.

A eficiência da utilização do nitrogênio do fertilizante pode ser aumentada através de aplicações parceladas durante o período de crescimento das plantas (PAIVA et al., 2003). O parcelamento melhora a absorção do elemento pelas plantas e reduz as perdas por lixiviação e volatilização, devido ao sistema radicular das plantas já estar desenvolvido. No entanto, o melhor aproveitamento do fertilizante pelas culturas está relacionado com a dose aplicada e com o potencial de absorção das mesmas, podendo ocorrer aumento das perdas de nitrogênio com o aumento das doses aplicadas, no caso de o suprimento do nitrogênio exceder as necessidades das culturas.

Segundo Marouelli et al. (2003) a dosagem total de nitrogênio a ser aplicada via fertirrigação no meloeiro pode ser determinada de acordo com a produtividade esperada da

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cultura, considerando-se que para cada tonelada de fruto produzido, deve-se aplicar cerca de 3 kg de N. Em dois experimentos realizados com o melão irrigado num Vertissolo, em Juazeiro, foi determinada a dose econômica de 74 kg ha-1 de N, proporcionando incremento de 52% sobre a testemunha (FARIA et al., 1994). Outros trabalhos demonstraram que a dose adequada de N estaria entre 80 e 139 kg ha-1 (PINTO et al., 1995), sendo a uréia uma das fontes de N mais eficiente (SOARES et al., 1999), e que a aplicação com freqüência diária, até o período de 42 dias após a germinação, foi um dos métodos mais adequados (PINTO et al., 1994).

Em trabalho de Faria e Fontes (2003), o nível de 40 kg ha-1 proporcionou melhor crescimento, floração e frutificação. Por outro lado, o experimento indicou que o aumento do nível de 30 para 120 kg ha-1 aumentou significativamente a produção de frutos. Outros trabalhos indicaram 80 kg ha-1 como a melhor dose em um solo franco arenoso com pouca matéria orgânica; outro demonstrou resposta quadrática do meloeiro à adubação nitrogenada, com nível ótimo em 97 kg ha-1; num Vertissolo da Bahia, o melão respondeu significativamente a nitrogênio, com dose ótima de 74 kg ha-1, obtendo produtividade entre 30 e 45 t ha-1.

Srinivas e Prabhakar (1984) obtiveram aumento de 200% na produtividade de melão com a aplicação de 50 kg ha-1 de N; Wilcox (1973) observou que as maiores produtividades de melão foram obtidas com as doses de 80 a 90 kg ha-1 de N; 80 kg ha-1 foi considerada a melhor das diversas doses de N testadas por Meisheri et al. (1984) na cultura do melão; a produtividade mais alta do melão, segundo Bhella e Wilcox (1986) foi obtida com a aplicação de 67 kg ha-1 de N ao solo mais 50 ou 100 mg L-1 de N na água de irrigação por gotejamento.

2.6. IMPORTÂNCIA DO FÓSFORO NA CULTURA DO MELÃO

O fósforo (P) desempenha papel importante na floração e frutificação das plantas em geral, e particularmente do meloeiro, agindo como fator decisivo na qualidade dos frutos. Segundo Holanda et al. (2008) o fósforo é nutriente com finalidade energética, que faz parte do ATP e participa da síntese de vários compostos orgânicos. Segundo Faria e Fontes (2003), o fósforo desempenha função importante na fase reprodutiva da planta, tendo sido constatados maior número de frutos resultante da aplicação deste nutriente. Eles citam estudos que mostram influência positiva do fósforo no teor total de sólidos solúveis, além da constatação do aumento significativo no peso e número de frutos de melão, devido à aplicação de fósforo. De modo geral, plantas deficientes em fósforo apresentam folhas de coloração verde-escuro, ramificações

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com crescimento retardado (plantas raquíticas), sistema radicular reduzido pequeno número de flores, frutos pequenos e de qualidade inferior.

Tradicionalmente, o P é aplicado em fundação, antes do plantio. Com a introdução no mercado de nutrientes fosfatados solúveis em água, partiu-se para estudar sua aplicação diretamente na água de irrigação. Dependendo do pH do meio (solo ou solução nutritiva) as plantas absorvem o fósforo nas formas: H2PO4

-, H2PO4

e PO3-. Nos tecidos vegetais o fósforo pode ser encontrado nas formas orgânicas e inorgânicas. Dos compostos orgânicos o mais importante é o ATP por estar envolvido no transporte de energia no interior das células e na síntese de vários compostos orgânicos. As fontes de fósforo também influenciam a produtividade, o peso médio dos frutos e o teor de sólidos solúveis. A produtividade com base em frutos comerciais segundo Pinto et al., (1996) foi influenciada pelas diferentes fontes de fósforo, ao aplicarem o superfostato pelo método convencional; fosfato monoamônico (MAP) pelo método convencional e por fertirrigação. Com relação à exigência em P, 116 kg ha-1 de P2O5 foi à dose que proporcionou a produtividade máxima esperada (29,1 t ha

-1

) num Vertissolo da região de Petrolina (FARIA et al., 1994).

As doses de fósforo recomendadas para o melão variam muito na literatura; da mesma maneira que há casos de doses entre 40 e 90 kg ha-1 de P2O5 não forneceram resposta devido aos

teores de fósforo já existentes no solo, já foi observado que, em outros locais, 60 kg ha-1 de P2O5

aumentaram significativamente a produção e, inclusive, informação de que uma dose de 114 kg ha-1 de P2O5 para proporcionar produtividade média entre 30 e 45 t ha-1. Isto evidencia que os

resultados podem variar com o tipo de solo, teores de nutrientes já existentes, variedade estudada e produtividade esperada. Atualmente, as recomendações estão sendo feitas de acordo com os teores de fósforo no solo, variando entre 40 kg ha-1 de P2O5 para teores muito altos a 160

kg ha-1 de P2O5 para teores muito baixos (FARIA et al., 1994; FARIA e FONTES, 2003).

2.7. IMPORTÂNCIA DO POTÁSSIO NA CULTURA DO MELÃO

O potássio é o macronutriente mais utilizado pelo melão, seguido do nitrogênio (VITTI et al., 1995); os dois participam com 45 e 38% do total de nutrientes extraídos, respectivamente (SILVA JÚNIOR et al., 2006). O potássio, ao contrário do nitrogênio e do fósforo, não forma compostos orgânicos, contudo está envolvido em vários processos bioquímicos e fisiológicos, sendo encontrado na forma do íon K+. O elemento é de grande mobilidade no interior da planta

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e seu maior movimento é na direção dos tecidos meristemáticos. De modo geral, o potássio é mobilizado dos tecidos velhos para os novos.

Segundo Marschner (1995), do ponto de vista dos processos fisiológicos e metabólicos, o potássio está envolvido na translocação dos assimilados e dos compostos fotossintetizados, formação e ativação enzimas, participa da elongação celular reforçando a parede celular; por isto, tem influência sobre a qualidade dos frutos: tamanho, conteúdo de sólidos solúveis, espessura e coloração da casca. Devido à mobilidade do potássio no interior das plantas, os sintomas característicos de deficiência são observados, em primeiro lugar, nas folhas mais velhas as quais apresentam as margens descoloridas podendo, posteriormente, tornarem-se necrosadas. Além disso, as ramificações são menos desenvolvidas e os frutos são irregulares (HOLANDA et al., 2008). O excesso de potássio pode causar desenvolvimento vegetativo de pouco vigor, frutos de menor peso médio e maturação prematura, diminuindo a assimilação de fósforo (HARIPRAKASA e SRINIVAS, 1990; PINTO et al., 1995).

O potássio é extraído pelo meloeiro em maiores quantidades que o dos outros nutrientes (385 kg de potássio ha-1) mantendo-se sua necessidade depois que os frutos alcançam tamanho normal, até completar a maturação, para só então conseguir boa qualidade (BAR-YOSEF, 1999). O aumento na produtividade do melão, causado pela adição de potássio, decorre do aumento no peso médio de frutos, em virtude do papel importante do potássio na translocação dos carboidratos para os mesmos (PRABHAKAR et al., 1985; FARIA e FONTES, 2003). Estudos apontam a influência positiva do potássio sobre peso e número de frutos de melão. Além disto, as mudanças no teor de sólidos solúveis durante o amadurecimento do fruto correlacionam-se positivamente com o pH e a disponibilidade de sódio e potássio.

A adubação potássica tem sido motivo de controvérsias entre alguns autores, entretanto, Prabhakar et al., (1985) constataram o aumento na produtividade do melão causado pela adição de potássio em virtude do importante papel na translocação de carboidratos. Em cultivos do meloeiro em alguns solos de origem calcária do RN e CE, irrigados com água rica em Ca2+ e com aplicações elevadas de K2O, observa-se deficiência de K

+

para a cultura, devido à inibição competitiva da absorção de K+ pelos altos teores de Ca2+ no solo (CRISÓSTOMO et al., 2002). Por outro lado, altas concentrações de Ca2+ e K+ podem inibir a absorção de Mg2+, diminuir sua translocação da raiz à parte aérea, e, assim, causar sua deficiência. Isto acontece porque K+, Ca2+ e Mg2+ competem pelos mesmos sítios de absorção na raiz, de maneira que o cátion em maior concentração na solução do solo tem absorção preferencial em detrimento dos outros. Além disto, teores elevados de cátions monovalentes na solução do solo podem induzir deficiência dos divalentes, que são retidos mais fortemente pelo complexo de troca do solo (MALAVOLTA et al., 1997).

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A resposta do meloeiro ao potássio varia conforme as condições em que se realizam os estudos, havendo condições em que não houve resposta e condições em que doses de 60 kg ha-1 ou de 90 kg ha-1 de K2O aumentaram significativamente a produção de melão. Havendo,

inclusive, indicação de uma dose ótima de 156 kg ha-1 de K2O, para atingir produtividades de 30

a 45 t ha-1. Da mesma maneira que para o fósforo, existem recomendações de adubação entre 40 e 160 kg ha-1 de K2O, conforme os teores de potássio no solo (FARIA et al., 1994; FARIA e

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3. MATERIAL E MÉTODOS

3.1. LOCALIZAÇÃO DOS EXPERIMENTOS

O trabalho foi desenvolvido em duas áreas de produção comercial de melão da W.GAgropecuária Ltda., em Baraúna - RN, ambos em Cambissolo Háplico Ta eutrófico léptico (CX), segundo o SiBCS (EMBRAPA, 2006). A área denominada Sumidouro se localiza na sede da Empresa, com coordenadas geográficas 5º 06’ 50” de latitude sul e 37º 39’ 04” de longitude oeste. A área denominada Bismarck se localiza no lado esquerdo da rodovia RN 015, sentido Baraúna - Quixeré (CE), nas coordenadas geográficas 5º 04’ 08” de latitude sul e 37º 38’ 47” de longitude oeste. Algumas características químicas e físicas do solo das duas áreas estão apresentadas na Tabela 1.

Tabela 1 - Caracterização química e frações granulométricas das duas áreas cultivadas com

melão, estudadas em Baraúna – RN. UFERSA, 2008

Características Área Sumidouro Área Bismarck

pH em água 7,41 7,27

Acidez trocável (cmolc dm-3) 1,22 2,13

Ca (cmolc dm-3) 5,72 6,17 Mg (cmolc dm-3) 2,04 2,42 K (cmolc dm-3) 0,73 0,56 Na (cmolc dm-3) 0,20 0,20 P (mg dm-3) 118,18 112,78 N (g kg-1) 1,19 1,13 Areia grossa (g kg-1) 400,00 390,00 Areia fina (g kg-1) 200,00 220,00 Areia (g kg-1) 600,00 610,00 Silte (g kg-1) 230,00 160,00 Argila (g kg-1) 170,00 230,00

O clima da região é do tipo BSwh’ de Köppen, isto é, seco, muito quente com a estação chuvosa no verão, atrasando-se para o outono e temperatura média anual e temperatura do mês mais frio maior do que 18º C. A precipitação pluvial média anual é de 500 a 600 mm, com chuvas predominando de fevereiro a maio. Pela classificação de Thornthwaite, o clima é do tipo DdA’a’, semi-árido, com pequeno ou nenhum excesso de água durante o ano, e megatérmico (CARMO FILHO e OLIVEIRA, 1989).

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3.2. PREPARO DA ÁREA

O solo das duas áreas apresentou cobertura abundante de vegetação espontânea seca. O preparo do solo consistiu da seguinte ordem de implementos e operações: grade aradora para triturar a vegetação; subsolador/escarificador com 5 hastes retas, ponteiras de 8 cm de largura, espaçamento de 35 cm entre hastes a uma profundidade de 35 cm; grade destorroadora; sulcador a 20 cm de profundidade; adubação de fundação; grade niveladora de discos fechando o sulco, com rolo nivelador traseiro para formar o canteiro. Após a formação dos canteiros, foi realizada a colocação de filme de polietileno preto para cobertura do solo (mulching).

3.3. IMPLANTAÇÃO DA CULTURA

O híbrido de melão amarelo ‘Iracema’ foi conduzido conforme tecnologia recomendada para a região, citada em CRISÓSTOMO et al. (2002) e BRAGA et al. (2008). A semeadura foi realizada em 12/08/2008 na área Sumidouro e em 05/09/2008 na área Bismarck. Para isto foram utilizadas bandejas de isopor com 128 células, devidamente esterilizadas, contendo substrato composto por fibra de coco, sendo as mudas transplantadas manualmente doze dias após semeadura (DAS), utilizando-se espaçamento entre linhas de 2,0 m e uma planta a cada 40 cm, quando foi colocada uma muda por cova de acordo com o espaçamento entre gotejadores. Após uma semana, foi realizado o replantio. No início do ciclo foi utilizada cobertura temporária (até 25 DAS) da parte aérea com manta de tecido-não-tecido. Os tratamentos fitossanitários seguiram a recomendação da empresa. As capinas foram realizadas manualmente sempre que necessário.

3.4. IRRIGAÇÃO

Foi utilizado o sistema de irrigação por gotejamento, utilizando-se tubos com emissores espaçados de 40 cm, sendo esperada a vazão de 1,5 L h-1 a uma pressão de 98 kPa na extremidade das mangueiras. O manejo da irrigação foi baseado em critérios da Empresa. A quantidade de água aplicada, nas duas áreas, foi de 5075 m3 ha-1, que equivale a uma lâmina

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bruta de 507,5 mm. Algumas características da água dos poços que abastecem as duas áreas estão apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2 - Caracterização química da água dos poços usados para irrigação das duas áreas

cultivadas com melão, estudadas em Baraúna - RN. UFERSA, 2008

Características Área Sumidouro Área Bismarck

pH 6,85 7,10 CE (dS m-1) 1,31 1,13 Ca (mmolc L-1) 9,15 8,55 Mg (mmolc L-1) 2,60 2,05 K (mmolc L-1) 0,10 0,06 Na (mmolc L-1) 2,87 1,93 Cl (mmolc L-1) 6,20 4,70 CO3 (mmolc L-1) 0,00 0,00 HCO3 (mmolc L-1) 6,20 5,85 RAS (mmolc L-1) 1,15 0,85 Dureza (mg L-1) 587,50 530,00 Cátions (mmolc L-1) 14,70 12,60 Ânions (mmolc L-1) 12,40 10,55 3.5. ADUBAÇÃO

A adubação de fundação foi realizada no sulco, antes do plantio, e constou da aplicação de 40 kg ha-1 de N e 200 kg ha-1 de P2O5. O restante dos nutrientes foi aplicado parceladamente,

via fertirrigação, a qual constou da aplicação de 137 kg ha-1 de N, totalizando 177 kg ha-1, 136 kg ha-1 de P2O5, totalizando 336 kg ha-1, 275 kg ha-1 de K2O, 20 kg ha-1 de Mg2O, 40 kg ha-1 de

SO3 e 1,7 kg ha -1

de boro.

3.6. DELINEAMENTO EXPERIMENTAL

O delineamento experimental de ambas as áreas seguiu uma malha de amostragem com espaçamento regular de 20 m, na qual cada nó da malha centralizava uma parcela com 20 m2, totalizando quarenta parcelas. Uma amostra composta de solo de cada parcela foi coletada em cinco épocas distintas, durante o ciclo da cultura (10, 26, 38, 51 e 64 dias após semeadura), para determinação dos teores de N, P e K, no Laboratório de Análise de Solo, Água e Planta do Departamento de Ciências Ambientais da UFERSA-RN.

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3.7. ANÁLISES DE SOLO

As amostras de solo foram secas ao ar e passadas em peneiras de 2 mm, obtendo-se a terra fina seca ao ar (TFSA) utilizada para as determinações químicas, conforme metodologia da EMBRAPA (1997).

A determinação do nitrogênio mineral total (nitrato mais amônio) foi realizada através da destilação por arrasto de vapores (Kjeldahl), que se baseia na transformação do nitrogênio da amostra em sulfato de amônio por meio da digestão com ácido sulfúrico e posterior destilação com liberação da amônia, que é fixada em solução ácida e titulada.

O fósforo foi extraído pela solução extratora Mehlich-1, também chamada de solução dupla ácida ou de Carolina do Norte, a qual é constituída por uma mistura de HCl 0,05 M e H2SO4 0,0125 M. A determinação foi obtida por leitura da densidade ótica no fotocolorímentro,

utilizando filtro vermelho de comprimento de onda 660 nm.

O potássio foi determinado após ser deslocado das cargas negativas do solo por meio de uma solução de HCl 0,05 N; este deslocamento para a solução do solo é feito pelo íon H+, que passa então a ocupar as suas posições devido à concentração utilizada; posteriormente, a concentração de K+ foi determinada através de fotometria de chama.

Os teores no solo de nitrogênio (g kg-1), fósforo (mg dm-3) e potássio (cmolc dm-3) foram transformados em kg ha-1 de N, P2O5 e K2O seguindo a mesma metodologia empregada

por Silva Júnior et al. (2007), tendo sido considerada uma área molhada de 2.500 m2 ha-1 e uma camada de solo de 0,20 m, a partir da superfície, com densidade de 1300kg m-3 . Com os valores transformados foram confeccionados gráficos da evolução das quantidades em kg ha-1 no solo de cada nutriente nas cinco épocas de coleta e plotados junto com as quantidades de cada nutriente fornecido via fertirrigação.

3.8. COLHEITA E PÓS-COLHEITA

A área Sumidouro foi colhida em 01/11/2008 e a área Bismarck em 25/11/2008. Após a colheita, realizada por funcionários treinados, os frutos de melão foram distribuídos em caixas de plástico capazes de receber até 13 kg de frutos (dimensões de 55 cm x 36 cm x 17,5 cm) e classificados, por funcionário especializado da empresa, em tipo exportação e tipo mercado nacional, sendo considerado refugo aqueles com evidentes defeitos de forma, tamanho, danos,

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cor e sanidade. De cada tipo foram determinados o número e o peso de frutos por parcela, além do peso médio dos frutos. A produção de frutos comerciáveis foi considerada a soma dos tipos exportação e mercado nacional.

Para as análises qualitativas foram retirados quatro frutos comerciáveis de cada parcela. As metodologias empregadas foram às mesmas utilizadas por Menezes et al. (2000). As características avaliadas foram firmeza de polpa (FP), determinada pela resistência à penetração utilizando-se um penetrômetro manual com haste de ponta cilíndrica com oito mm de diâmetro, cujos resultados em kgf foram transformados em Newton (N) multiplicando pelo fator 4,45; sólidos solúveis (SS), determinados após trituração do melão em liquidificador, utilizando-se refratômetro digital ATAGO com compensação automática de temperatura, sendo o resultado expresso em %.

3.9. ANÁLISES ESTATÍSTICAS

As variáveis de produção e qualidade de frutos, além dos teores no solo de nitrogênio total, fósforo e potássio, nas cinco épocas de amostragem, foram inicialmente analisados por meio da estatística descritiva, para visualizar o comportamento geral dos dados e identificar possíveis valores discrepantes. As análises de correlação foram realizadas visando identificar possíveis causas da variação das variáveis dependentes de produção (massa por fruto, número de frutos e produções de frutos de cada tipo) e de qualidade (firmeza de polpa e teor de sólidos solúveis) entre variáveis independentes, que foram os teores no solo de N, P e K nas cinco épocas de amostragem. Foram excluídos valores considerados discrepantes, conforme os limites de dados não discrepantes citados por Queiroz et al (1999).

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4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

A estatística descritiva indica, pelo teste de Shapiro Wilk (Tabela 3), o ajuste à normalidade da maioria das variáveis das áreas Sumidouro e Bismarck. As variáveis de produtividade apresentaram variabilidade média e as de qualidade, variabilidade baixa, possivelmente devida à seleção dos frutos após a colheita, que os uniformiza, visando ao mercado de exportação. Mesmo havendo pequena variabilidade, pode haver prejuízo econômico importante, pela redução de receita na parte do campo com baixo desempenho. O número de observações indica que, na área Sumidouro, foi excluído um valor considerado discrepante.

Tabela 3 - Estatística descritiva dos parâmetros de produção e de qualidade do meloeiro

‘Iracema’ nas áreas Sumidouro e Bismarck em Baraúna - RN. UFERSA, 2008

Amostras Média Mínimo Máximo Amplitude DP CV SW

Área Sumidouro NEXP 40 16.906 8.750 24.375 15.625 4.080 24,0 0,95ns PEXP (Mg ha-1) 40 27,10 15,18 38,62 23,4 0,60 22,0 0,97ns PMEXP (kg) 39 1,64 1,28 1,96 0,68 0,18 11,0 0,95 ns NNAC 40 7.578 2.500 17.500 15.000 2.976 39,0 0,95ns PNAC (Mg ha-1) 40 13,12 9,84 26,76 22,92 0,51 38,0 0,97ns NCOM 40 24.484 16.250 35.625 19.375 3.937 16,0 0,97ns PCOM (Mg ha-1) 40 40,25 24,54 55,59 31,05 0,67 17,0 0,97ns SS (%) 40 9,04 7,70 10,80 3,10 0,79 9,0 0,96ns Firmeza de polpa (N) 40 21,65 17,94 26,28 8,34 2,26 10,0 0,93* Área Bismarck NEXP 40 7.359 1.875 11.875 10.000 2.657 36,0 0,95ns PEXP (Mg ha-1) 40 12,51 3,31 21,75 18,44 4,26 34,0 0,98ns PMEXP (kg) 40 1,73 1,34 2,31 0,97 0,19 11,0 0,92** NNAC 40 4.312 0 7.500 7.500 1.503 35,0 0,97ns PNAC (Mg ha-1) 40 8,88 0 16,06 16,06 3,17 36,0 0,99ns NCOM 40 11.672 5.000 16.875 11.875 3.260 28,0 0,96ns PCOM (Mg ha-1) 40 21,39 9,54 31,76 22,22 5,46 28,0 0,98ns SS (%) 40 8,30 6,70 11,60 4,90 0,85 10,0 0,92** Firmeza de polpa (N) 40 22,14 17,80 26,24 8,44 2,01 9,0 0,95ns

NEXP = o número de frutos tipo exportação; PEXP = produção de frutos tipo exportação; PMEXP = peso médio de frutos tipo exportação; NNAC = número de frutos tipo mercado nacional; PNAC = produção de frutos tipo mercado nacional; NCOM = número de frutos comerciáveis; PCOM = produção de frutos comerciáveis; SS = teor de sólidos solúveis; DP = desvio padrão; CV = coeficiente de variação em %; SW = valor calculado do teste de Shapiro Wilk; ns = indica que os dados seguem a distribuição normal; ** e *indicam que os dados não se ajustam à distribuição normal.

Os dados, em geral, apresentaram menor amplitude na área Bismarck do que na área Sumidouro, com exceção do peso médio de frutos tipo exportação e do teor de sólidos solúveis. A amplitude dos dados mostra que existe variabilidade importante dos fatores de produção da qual se poderia tirar proveito através de técnicas de manejo localizado.

A produtividade média de frutos comerciáveis (PCOM) na área Sumidouro foi de 40,25 Mg ha-1, enquanto que na área Bismarck foi menor (21,39 Mg ha-1), as causas desta grande diferença não foram determinadas, devendo estar relacionadas a falhas na condução da cultura. Segundo Paiva et al. (2003), os produtores esperam produtividade do melão acima de 25 Mg ha

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obteve-se produtividade comerciável de até 41 Mg ha-1 para o melão amarelo Gold Mine em condições experimentais, com CV de 32% (ARAÚJO, 2000). A produção de frutos tipo exportação (PEXP), isoladamente, apresentou média de 27,10 Mg ha-1, na área Sumidouro e 12,50 Mg ha-1 na área Bismarck (Tabela 3), devendo-se notar que algumas regiões do campo produziram mais de 38 toneladas de frutos tipo exportação na área Sumidouro e, na área Bismarck, chegaram, no máximo a 21,75 Mg ha-1 do tipo exportação. A produtividade de frutos tipo mercado nacional (PNAC) na área Sumidouro (13,12 Mg ha-1) foi inferior à produção de frutos tipo exportação (PEXP), representando 32% da produção comerciável, enquanto que na área Bismarck a PNAC (8,88 Mg ha-1) representou uma proporção de 42% da produção comerciável, bem maior do que os agricultores projetam

O peso médio dos frutos tipo exportação (PMEXP) da área Sumidouro foi de 1,64 kg (Tabela 3) e está dentro do requerido para melões Amarelos, que varia de 1,1 a 1,8 kg, segundo Gurgel (2000), apesar da observação de frutos com mais de 1,8 kg. Os frutos de tamanho maior são destinados ao mercado local ou de outros estados. Na região de Mossoró-RN, foram obtidos valores médios de frutos comerciáveis de melões amarelos ao redor de 1,8 kg (ARAÚJO, 2000; PAIVA et al., 2000). A amplitude encontrada indica a existência de regiões do campo com frutos grandes, embora a preferência dos consumidores europeus seja por frutos cujo tamanho permita ser consumido de uma só vez (GURGEL, 2000). O peso médio dos frutos tipo exportação (PMEXP) da área Bismarck, que foi de 1,73 kg, está no limite superior aceitável para melões amarelos, tendo sido observados frutos com mais de 2,3 kg, considerados muito grandes para exportação.

Em relação à qualidade do melão, a qual segundo Vasquez et al. (2005) é uma característica decisiva na comercialização dos frutos, a área sumidouro apresentou SS com média de 9,04% (Tabela 3), no limite inferior do que é citado por Souza et al. (1994), segundo os quais os melões cultivados para exportação devem ser colhidos com um teor de SS variando de 9 a 11%. No entanto, observaram-se regiões do campo com frutos com SS bem mais baixo. A área Bismarck apresentou SS média de 8,40%, o que compromete aquele campo para fins de exportação. Além disto, a amplitude encontrada é maior do que na área Sumidouro, podendo-se encontrar regiões do campo com SS bem mais baixo e bem mais alto do que foi obtido na outra área.

Em relação à firmeza de polpa, importante para que os frutos enfrentem adequadamente o manuseio, transporte e armazenamento (FILGUEIRAS et al., 2000), o valor médio apresentado na Tabela 3 para a área Sumidouro (21,65 N) foi menor do que os valores aceitos por ocasião da colheita (30 N) segundo Filgueiras et al. (2000) e valores entre 38 e 43 N

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observados na região de Mossoró por Paiva et al. (2000). Na área Bismarck, todos os parâmetros estatísticos da firmeza de polpa foram muito semelhantes aos da área Sumidouro.

Os teores de nitrogênio total no solo na área Sumidouro (Tabela 4) diferiram entre si, pelo teste T, nas datas 10, 26 e 38 DAS, tendendo à diminuição até o final do ciclo. O teor máximo de N no solo ocorreu aos 26 DAS, o que não pode ser explicado pela adubação, pois o coeficiente de variação obtido (18,26%) demonstra variabilidade importante destes teores, o que é corroborado pelos valores mínimos e máximos obtidos, ou seja, não se pode ignorar o erro associado a esta estimativa. Pinto et al. (1997) apresentam doses de N entre 80 e 139 kg ha-1 como adequadas para o meloeiro sob fertirrigação. A amplitude dos teores observados demonstra que existem vários fatores de variabilidade associada à produção, sejam eles do solo, do desenvolvimento das plantas e da aplicação de nutrientes, entre outros.

Tabela 4 - Estatística descritiva dos teores de nitrogênio total no solo (g kg-1) em cinco épocas durante o ciclo do meloeiro ‘Iracema’ nas áreas Sumidouro e Bismarck em Baraúna - RN. UFERSA, 2008

10 DAS 26 DAS 38 DAS 51 DAS 64 DAS Média

Área Sumidouro Número de amostras 40 40 40 40 40 40 Média 1,30 b 1,42 a 1,07 c 1,07 c 1,11 c 1,19 Mínimo 0,79 0,98 0,63 0,77 0,88 0,88 Máximo 1,66 2,10 1,49 1,31 1,31 1,35 Amplitude 0,87 1,12 0,86 0,54 0,43 0,47 Desvio Padrão 0,18 0,26 0,18 0,13 0,11 0,11 Coeficiente de Variação (%) 13,98 18,26 16,82 12,43 10,06 9,67

Teste Shapiro Wilk 0,95ns 0,92** 0,92** 0,91** 0,92** 0,90**

Área Bismarck Número de amostras 40 40 37 40 39 40 Média 1,08 b 0,96 c 1,21 a 1,11 b 1,16 a 1,13 Mínimo 0,61 0,7 0,53 0,79 0,7 0,85 Máximo 1,49 1,23 2,01 1,4 1,49 1,45 Amplitude 0,88 0,53 1,48 0,61 0,79 0,6 Desvio Padrão 0,19 0,14 0,35 0,15 0,15 0,15 Coeficiente de Variação (%) 17,63 14,77 28,84 13,27 13,19 12,98

Teste Shapiro Wilk 0,92** 0,89** 0,94ns 0,93* 0,92** 0,97ns

DAS = dias após semeadura; médias de cada data seguidas da mesma letra não diferem pelo teste T.

Em relação à área Bismarck, os teores iniciais de N foram bem menores do que na área Sumidouro e o teste T indicou que os teores de nitrogênio no solo foram maiores aos 38 e 64 DAS, tendo o menor teor ocorrido aos 26 DAS. Nesta análise não foram utilizados alguns dados considerados discrepantes. De forma semelhante ao que ocorreu aos 26 DAS na área Sumidouro, o teor da área Bismarck aos 38 DAS não pode ser explicado pela adubação e está acompanhado por um coeficiente de variação bem maior do que nas outras datas, possibilitando que a estimativa tenha um erro importante associado a ela. Outro aspecto na área Bismarck é a tendência à elevação dos teores para o final do ciclo, o que, associado às baixas produtividades obtidas, configura que a cultura não se beneficiou do nitrogênio aplicado. Segundo Marouelli et al. (2003) a dosagem total de nitrogênio a ser aplicado via fertirrigação no meloeiro pode ser

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determinada de acordo com a produtividade esperada da cultura, considerando-se que para cada tonelada de fruto produzido, deve-se aplicar cerca de 3 kg de N.

A disponibilidade de nitrogênio total no solo da área Sumidouro, observada na Figura 1 (a), estava alta no início do ciclo devido à adubação de fundação e apresentou diminuição acentuada após 26 DAS, apesar do fornecimento freqüente de nitrogênio via adubação, apresentado na mesma Figura. Como o nitrogênio é o nutriente envolvido diretamente com o crescimento vegetativo das plantas, especialmente em relação à área foliar (FOGAÇA et al., 2008), a diminuição na disponibilidade de N pode ser explicada pelo grande desenvolvimento vegetativo da cultura a partir dos 26 DAS, além de perdas significativas de nitrogênio do solo, podendo-se esperar que as plantas aproveitem apenas 40 a 60% do nitrogênio aplicado (HOLANDA et al. 2008).

(a) (b)

Figura 1 - Disponibilidade de nitrogênio total no solo em cinco épocas de amostragem e fornecimento acumulado de nitrogênio via fertirrigação ao meloeiro Iracema nas áreas: (a) Sumidouro e (b) Bismarck em Baraúna - RN. UFERSA, 2008

Após os 51 DAS houve estabilização da disponibilidade de N no solo da área Sumidouro, coincidindo com diminuição no fornecimento de N. Isto ocorre porque no estádio fenológico de enchimento e maturação dos frutos o N é requerido em menor quantidade pelas plantas.

Na área Bismarck, representada na Figura 1 (b), a disponibilidade de N iniciou alta, devido à adubação de fundação e, diferentemente da área Sumidouro, apresentou queda acentuada já aos 26 DAS, apesar do fornecimento freqüente de nitrogênio via adubação. Aos 38 DAS ficou evidenciado o incremento de N via fertirrigação. Não se observa na Figura a estabilização das quantidades de N no solo após os 51 DAS, o que pode indicar que o N aplicado não estaria sendo aproveitado pelas plantas.

As correlações da Tabela 5 demonstram influência negativa do teor de N da primeira amostragem na área Sumidouro (10 DAS) sobre o número de frutos comerciáveis e, mais especificamente, o número de frutos tipo exportação. Isto pode ser explicado pelo grande crescimento inicial das plantas sob disponibilidade elevada de N. A segunda amostragem (26

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DAS) apresentou o maior teor de N no solo, no entanto os locais do campo que apresentavam menores teores naquela fase tiveram melhor comportamento, pois os locais com maiores teores sofreram influência negativa sobre peso médio de frutos e teor de sólidos solúveis, o que, como conseqüência resultou em maior firmeza de polpa dos frutos. Enquanto isto, a pequena influência dos teores de N nas outras datas pode indicar um excesso de nitrogênio na adubação nas fases iniciais da cultura. Nas duas áreas foram usados 40 kg ha-1 de N como adubação de fundação, mais 137 kg ha-1 fornecidos via fertirrigação durante todo o ciclo da cultura, bem acima das doses de nitrogênio até 112 a 134 kg ha-1 às quais o melão respondeu segundo Faria e Fontes (2003).

Tabela 5 - Correlações de Spearman entre características de produção e qualidade do meloeiro

Iracema e teores de nutrientes no solo em cada amostragem nas áreas Sumidouro e Bismarck em Baraúna – RN. UFERSA, 2008

NEXP PEXP PMEXP NNAC PNAC NCOM PCOM SS Firmeza de polpa Área Sumidouro N1 -0,32* - - - - -0,38** - 0,26+ - N2 0,26+ - -0,35* - - - - -0,47** 0,32* N3 0,29+ - -0,28+ - - - - - - NX - - -0,34* - - - - -0,26+ - P1 - - - -0,30* -0,35* - - - - P3 - 0,28+ - - - - P4 - - - 0,34* 0,29+ - 0,33* 0,31+ -0,30+ P5 -0,29+ - - - - - - - - K1 - - - -0,43** -0,42** - -0,31* -0,26+ 0,35* K2 - - - -0,27+ - K5 - - - -0,27+ - - - KX -0,26+ - - - - - - - - Área Bismarck N1 - - - -0,33* N3 - - -0,26+ 0,50** 0,52** 0,39** 0,44** - - N4 - - -0,28+ - - - - - - N5 0,27+ 0,28+ - - - 0,29+ - - -0,33** NX - - - 0,37** 0,33* 0,38** 0,38** - -0,30* P1 - - 0,51** - - - - - - P3 -0,37** -0,36* - - - -0,29+ -0,28+ - - P5 -0,31* -0,31** - - - -0,26+ - - - PX -0,28+ - 0,42** - - -0,28+ - - - K1 0,28+ - - - -

As iniciais do nutriente seguidas de número ou de X indicam a época de amostragem ou a média das amostragens; NEXP é o número de frutos tipo exportação; PEXP é a produção de frutos tipo exportação; PMEXP é o peso médio de frutos tipo exportação; NNAC é o número de frutos tipo mercado nacional; PNAC é a produção de frutos tipo mercado nacional; NCOM é o número de frutos comerciáveis; PCOM é a produção de frutos comerciáveis; SS é o teor de sólidos solúveis; + significativo a 10% de significância; * significativo a 5%; ** significativo a 1%.

Na área Bismarck as correlações indicam que os teores de N na terceira amostragem (38 DAS), quando se observou os maiores teores de N no solo, foram os que mais influenciaram a produtividade da cultura, em geral de forma positiva. A influência foi marcante sobre a produção de frutos do tipo nacional, os quais, em geral, são maiores que o tipo exportação, o mais desejável para o produtor. Esta mesma influência positiva se refletiu na produção de frutos comerciáveis, podendo-se inferir disto um efeito negativo sobre a produção de frutos tipo exportação devido ao excesso de nitrogênio naquela fase. Os teores médios de N no solo tiveram influência semelhante, porém menos acentuada. Os teores de nitrogênio no solo aos 10

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e 64 DAS mostraram influência negativa sobre a firmeza de polpa dos frutos; aos 64 DAS observou-se que o teor de N no solo continuava a aumentar, apesar de ser final do ciclo, o que pode ter tido efeito negativo sobre a maturação dos frutos. Os efeitos negativos do teor médio de N durante o ciclo podem evidenciar excesso de nitrogênio aplicado.

Os teores de fósforo (P) no solo da área Sumidouro (Tabela 6) apresentaram diferença significativa pelo teste T apenas na segunda amostragem (26 DAS), apesar disto todos os teores obtidos são considerados muito altos (CRISÓSTOMO et al., 2002; FARIA e FONTES, 2003).

Tabela 6 - Estatística descritiva dos teores de fósforo no solo (mg dm-3) em cinco épocas durante o ciclo do meloeiro ‘Iracema’ nas áreas Sumidouro e Bismarck em Baraúna - RN. UFERSA, 2008

10 DAS 26 DAS 38 DAS 51 DAS 64 DAS Média

Área Sumidouro Número de amostras 40 39 38 37 38 40 Média 98,94 a 75,89 b 116,40 a 105,62 a 101,82 a 100,80 Mínimo 20,35 9,70 19,19 11,11 17,67 32,82 Máximo 228,06 171,27 291,85 251,6 290,71 171,64 Amplitude 207,71 161,57 272,66 240,49 273,04 138,82 Desvio Padrão 57,87 35,13 67,86 61,36 63,21 29,40 Coeficiente de Variação (%) 58,48 46,28 56,08 58,09 62,08 29,16

Teste Shapiro Wilk 0,93* 0,96ns 0,96 ns 0,94ns 0,52** 0,98ns

Área Bismarck Número de amostras 39 40 40 39 40 40 Média 118,12 a 93,20 b 117,98 a 127,62 a 114,37 ab 112,78 Mínimo 25,11 6,55 34,15 32,43 26,63 30,21 Máximo 282,97 213,68 285,86 255,72 287,01 175,06 Amplitude 257,86 207,13 251,71 223,29 260,38 144,85 Desvio Padrão 71,60 64,41 64,14 54,2 73,95 30,25 Coeficiente de Variação (%) 60,62 74,18 54,37 42,47 64,65 26,82

Teste Shapiro Wilk 0,92** 0,88** 0,93** 0,96ns 0,90** 0,97ns

DAS = dias após semeadura; médias seguidas da mesma letra não diferem pelo teste T.

Alguns valores considerados discrepantes foram eliminados nas duas áreas. As amplitudes encontradas nas duas áreas são grandes, evidenciando a grande variabilidade da área, o que é corroborado pelos altos coeficientes de variação, os quais não são muito diferentes de coeficientes de variação encontrados em trabalhos sobre variabilidade espacial do solo. Este fato evidencia que como o campo foi adubado pelo requerimento médio de nutrientes (336 kg ha-1 de P2O5 nas duas áreas), muitos locais do campo receberam fósforo em excesso, do qual, segundo

Holanda et al. (2008), pode-se esperar que as plantas aproveitem apenas 5 a 20%. Com relação à exigência em P, 116 kg ha-1 de P2O5 foi a dose que proporcionou a produtividade máxima

esperada (29,1 t ha-1) num Vertissolo de Juazeiro da Bahia (FARIA et al., 1994). Dependendo dos teores de fósforo no solo Faria e Fontes (2003) apresentam recomendações de fósforo variando entre 40 kg ha-1 de P2O5, para teores muito altos, e 160 kg ha

-1

de P2O5 para teores

muito baixos. Em geral, os teores de fósforo no solo durante o ciclo na área Bismarck foram maiores do que na área Sumidouro e, também, considerados muito altos, tendo o teor aos 26

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DAS sido significativamente menor pelo teste T do que as outras datas, com exceção de 64 DAS.

O fósforo (P) foi aplicado em sua grande maioria em fundação, nas duas áreas. Segundo Costa et al. (1986), a quantidade de P aplicada no plantio, geralmente, satisfaz às necessidades da cultura, pois as plantas necessitam de P, principalmente, no início do desenvolvimento. Por isto, a disponibilidade inicial de fósforo (10 DAS) era elevada na área Sumidouro (Figura 2a) e teve diminuição acentuada até os 26 DAS, devido tanto aos requerimentos das plantas em crescimento, como à imobilização do fósforo no solo.

(a) (b)

Figura 2 - Disponibilidade de fósforo (P2O5) no solo em cinco épocas de

amostragem e fornecimento acumulado de fósforo via fertirrigação ao meloeiro Iracema nas áreas: (a) Sumidouro e (b) Bismarck em Baraúna – RN. UFERSA, 2008

Mesmo assim, a quantidade de fósforo no solo aos 26 DAS é considerada muito alta. Devido ao fornecimento constante de fósforo entre 26 e 51 DAS a disponibilidade no solo se recompôs e permaneceu constante até o final do ciclo. A fase de floração, que é intensa ao redor de 38 DAS, requer grandes quantidades de fósforo. Segundo Prabhakar et al. (1985), a influência de P sobre os frutos do melão tem efeito indireto, pela sua importante função na fase reprodutiva da planta. Esses autores também observaram aumento no número de frutos com a aplicação deste nutriente. Resultados semelhantes foram encontrados por Faria et al. (1994), que além do aumento no número de frutos, observaram aumento no peso médio dos frutos.

A área Bismarck (Figura 2b) recebeu a mesma quantidade de fósforo do que a área Sumidouro, aplicado em sua grande maioria em fundação. Por isto, a disponibilidade inicial (10 DAS) de fósforo foi a maior e teve diminuição acentuada até os 26 DAS. A diferença que ocorreu na área Bismarck é que a disponibilidade aumentou aos 38 DAS e continuou aumentando até os 51 DAS, para só então diminuir. Isto pode configurar um crescimento mais lento da cultura na área Bismarck, o qual se refletiu no mau desempenho da cultura na área. Silva Júnior et al. (2006), também constataram, em experimento realizado com a cultura do melão fertirrigado em Baraúna - RN, que o maior acúmulo de P nas plantas do meloeiro foi na fase de frutificação, chegando a mais de 50% do total acumulado.

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