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Caderno de Prova B02, Tipo 001

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Academic year: 2021

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CONHECIMENTOS BÁSICOS Língua Portuguesa Atenção: As questões de números 1 a 3 referem-se ao texto abaixo.

Os filhos dos japoneses davam um duro danado, em poucos anos tinham feito muitas coisas, trabalho de um século. Na roça deles tinha tudo... Entravam na água e cortavam a juta, eram corajosos e disciplinados.

Vi vários deles, magros e tristes, na ilha das Ciganas, em Saracura, Arari, Itaboraí, e até no Paraná do Limão. Cortavam juta com um terçado, secavam as fibras num varal e depois as carregavam para a propriedade, onde eram prensadas e enfardadas; a maioria dos empregados morava em casebres espalhados em redor de Okayama Ken; quando adoeciam, eram tratados por um dos poucos médicos de Parintins, que uma vez por semana visitava os trabalhadores da propriedade.

(Cinzas do Norte. Milton Hatoum. São Paulo: Cia das Letras, 2005, p.71, com adaptações) 1. Está INCORRETO o que se afirma em:

(A) Segundo o narrador, os trabalhadores da propriedade em questão tinham acesso precário à saúde.

(B) O narrador deixa claro que admira os filhos dos imigrantes japoneses por trabalharem com afinco e eficiência. (C) A cultura da juta constitui um trabalho pesado, que envolve várias etapas de produção.

(D) No local descrito no texto, os trabalhadores são apresentados como pessoas de baixo poder econômico, embora com acesso aos meios de subsistência.

(E) A tristeza dos trabalhadores famélicos retratados no texto desperta emoções negativas com relação a eles no narrador do texto.

2. Os filhos dos japoneses em poucos anos tinham feito o trabalho de um século. Entravam na água e cortavam a juta,

eram corajosos e disciplinados.

O período acima está reescrito com correção, mantendo o sentido original, em:

(A) Corajosos e disciplinados, os filhos dos japoneses entravam na água e cortavam a juta, e em poucos anos tinham feito o trabalho de um século.

(B) Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados, em poucos anos tinham feito o trabalho de um século, entravam na água e cortavam a juta.

(C) Entravam na água e cortavam a juta, os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados e em poucos anos tinham feito o trabalho de um século.

(D) Os filhos dos japoneses, entravam na água, cortavam a juta, eram corajosos, disciplinados e tem feito o trabalho de um século em poucos anos.

(E) Os filhos dos japoneses corajosos e disciplinados entravam na água e cortavam a juta, tinha sido feito o trabalho de um século em poucos anos.

3. ...secavam as fibras num varal e (...) as carregavam para a propriedade, onde eram prensadas e enfardadas... Invertendo-se as vozes passiva e ativa da frase acima, a frase correta resultante será:

(A) As fibras eram secadas num varal e carregadas para a propriedade, onde a prensava e enfardava. (B) As fibras secavam num varal e eram carregadas para a propriedade, onde lhes prensavam e enfardavam. (C) As fibras eram secas num varal e carregadas para a propriedade, onde as prensavam e enfardavam. (D) As fibras secaram num varal e foram carregadas para a propriedade, onde lhes prensavam e enfardavam. (E) As fibras ficavam secando num varal e lhes carregavam para a propriedade, onde as prensavam e

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4 TRT8R-Conhecimentos Básicos1 Atenção: As questões de números 6 a 11 referem-se ao texto abaixo.

Há uma rotina de ideias a que não escapa sequer o escritor original. Os grandes temas, os temas universais, reduzem-se a uma contagem nos dedos – e quem escreve ficção vai beber sempre na mesma aguada. Um ficcionista puxa outro. Dostoievski, Faulkner, Kafka deflagraram muitos contemporâneos, graças à sua força extraordinária de gravitação. Servem de impulso à primeira largada, seus modos de dizer e maneira de ver e sentir o mundo deixam de ser propriedade privada, incorporam-se à literatura como conquista de uma época, um condomínio em que as ideias se desligam e flutuam soltas.

Fala-se comumente em influências na obra deste ou daquele autor. O termo, com o tempo, perdeu contorno pejorativo. Quem não tem influências, quem não se abeberou em alguém? Literatura é um organismo vivo que não cessa de receber subsídios. Felizes os que, contribuindo com essa coisa inquietante que é escrever, revigoram-lhe o lastro. Eles se realizam em termos de criação artística e contribuem, com sua experiência e suas descobertas, para que outros cheguem e deitem ali, também, o seu fardo.

Stendhal inventou para o amor a teoria da cristalização que se poderia aplicar à coisa literária. No fundo, as ideias são as mesmas, descrevem um círculo vicioso que o escritor preenche conscientemente, se acrescentar ao que já encontrou feito uma dimensão pessoal. Criação espontânea, inspiração, musa? Provavelmente não existem, pelo menos na proporção em que os românticos quiseram valorizar as manifestações do seu espírito. Escrever – e falo sempre em termos de criar – é um exercício meticuloso em busca do amadurecimento; quem escreve retoma uma experiência sedimentada, com o dever, que só alguns eleitos cumprem, de alargá-la dentro da perspectiva do homem e da época.

(Hélio Pólvora. Graciliano, Machado, Drummond & Outros. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1975, pp. 37-38) 6. A ideia central do texto está corretamente reproduzida em:

(A) Alguns temas, que são universais, tornam-se a matéria-prima de escritores, que habitualmente se influenciam uns aos outros.

(B) Obras que tratam de alguns temas, abordados sob influência explícita de outros autores, nem sempre apresentam verdadeiro valor literário.

(C) Poucos escritores conseguiram, em sua época e em seu meio, abordar em suas obras temas edificantes para o acervo cultural da humanidade.

(D) Os autores românticos parecem ter sido, realmente, os únicos inovadores quanto à transformação de experiências de vida em temas literários.

(E) Temas de domínio comum, compartilhados por autores sob influência mútua em uma mesma época, resultam em pequena valorização das obras em que são tratados.

7. A afirmativa correta, de acordo com o texto, é:

(A) A criação literária deve ser entendida como resultado de um amadurecimento pessoal, capaz de trabalhar temas universais segundo novos prismas, característicos de um tempo específico.

(B) A literatura se baseia, segundo alguns escritores, em grandes causas humanistas, principalmente aquelas pertencentes a uma única comunidade, ainda que em épocas distintas.

(C) O fato de se transformarem em conhecimento de domínio público, pela troca recíproca de influências entre os autores de uma mesma época, compromete o valor literário de certas obras.

(D) Os ficcionistas realmente considerados como modelo para que outros se deixem influenciar por eles são pouquíssimos, ainda que a literatura, como organismo vivo, sempre esteja se modificando.

(E) A ideia de transformação da literatura em um condomínio, com temas inalteráveis tanto no tempo quanto nos mais variados lugares, reduz o ato de criação a mero exercício imitativo de publicações anteriores.

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8. Fala-se comumente em influências na obra deste ou daquele autor. O termo, com o tempo, perdeu contorno

pejorativo. (2o parágrafo)

A opinião exposta acima está corretamente reproduzida, com outras palavras, em:

(A) Um ou outro autor recebem influências, que pode ser apontado por seu viés negativista, como a perda do sentido da própria criação.

(B) Mudanças positivas na maneira de se avaliar obras literárias, a partir das influências recebidas nessas mesmas obras, sempre foi bem recebido por um ou outro autor.

(C) A maneira pejorativa de comparar obras literárias com influência deste ou daquele autor coexistiu nas críticas elaboradas ao longo do tempo.

(D) Influências que, com frequência, são apontadas em obras de diferentes autores passaram a ser vistas, ao longo do tempo, sem conotação negativa.

(E) Quando se fala em influências na obra escrita por certo autor, é comum haver conotação pejorativa na avaliação da mesma.

9. É correto afirmar que as questões colocadas nos 2o e 3o parágrafos

(A) estimulam a estranheza do leitor por introduzirem uma voluntária incoerência de seu autor no contexto. (B) apresentam semelhança de sentido e pressupõem respostas que embasam a opinião defendida pelo autor. (C) constituem recursos enfáticos adotados pelo autor para contradizer a opinião exposta no 1o parágrafo.

(D) assinalam uma crítica velada do autor a escritores que recebem influência de outros, pois tratam dos mesmos temas.

(E) permitem perceber o sentido irônico do questionamento que se coloca entre a criação artística espontânea e a imitação de terceiros.

10. A respeito do 1o parágrafo, é INCORRETO o que se afirma em:

(A) Há uma rotina de ideias a que não escapa sequer o escritor original.

Uma nova redação, sem alteração do sentido original da frase acima, está em: Nem mesmo o escritor original escapa a uma rotina de ideias.

(B) ... e quem escreve ficção vai beber sempre na mesma aguada ...

O sentido da afirmativa acima é retomado na questão colocada no 2o parágrafo: quem não se abeberou em

alguém?

(C) Dostoievski, Faulkner, Kafka deflagraram muitos contemporâneos, graças à sua força extraordinária de

gravitação.

Observa-se entre as orações do período acima relação sintática de consequência e sua causa imediata, respectivamente.

(D) Servem de impulso à primeira largada, (...) incorporam-se à literatura como conquista de uma época ... Os segmentos grifados exercem a mesma função sintática, em seus respectivos períodos.

(E) ... um condomínio em que as ideias se desligam e flutuam soltas.

Na frase acima, a noção de condomínio pressupõe um conjunto de autores que deixaram o testemunho de sua maneira de ver e de sentir o mundo, característica de determinada época.

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6 TRT8R-Conhecimentos Básicos1 11. Considere as afirmativas abaixo.

I. O emprego do pronome lhe em revigoram-lhe o lastro imprime a esse pronome valor de possessivo, pois equivale a revigoram seu lastro ou, de outro modo, revigoram o lastro da literatura. (2o parágrafo)

II. O emprego das formas verbais contribuem, cheguem e deitem, flexionadas nos mesmos tempo e modo, denota, no contexto, uma mesma noção, a de hipótese provável. (2o parágrafo)

III. Ao transpor para a voz passiva a oração que o escritor preenche conscientemente, o resultado será preenchidas conscientemente pelo escritor, porque o pronome que refere-se diretamente a ideias. (3o parágrafo)

IV. A forma pronominal grifada em alargá-la dentro da perspectiva do homem e da época evita a substituição, no contexto, da expressão uma experiência sedimentada. (3o parágrafo)

Está correto o que se afirma APENAS em: (A) II e III.

(B) I e IV. (C) I, III e IV. (D) I, II e III. (E) II, III e IV.

12. Minha frase célebre

I. O remédio é a gente silenciar, "pondo a modéstia de parte", como dizia o bom Noel. II. Até eu já posso posar como ladrão de frase.

III. Em todo caso, Noel, desculpe o mau jeito.

IV. A letra de Noel foi esquecida por muita gente, e várias vezes, através dos anos, encabulei ao ganhar elogios pela "minha" frase.

V. Afinal ele escreveu tanta coisa bonita que com certeza não se importaria muito com este pequeno furto. VI. É que certa vez escrevi: Nasci, modéstia à parte, em Cachoeiro de Itapemirim – mas escrevi parodiando

declaradamente uma letra de Noel Rosa sobre Vila Isabel.

Para que o texto de Rubem Braga (Recado de primavera. Rio de Janeiro: Record, 7.ed, 1998, p. 94) seja entendido com lógica e clareza, os parágrafos numerados acima devem ser lidos na seguinte ordem:

(A) I, IV, VI, III, II, V. (B) II, VI, IV, I, V, III. (C) III, VI, V, II, I, IV. (D) V, III, VI, IV, II, I. (E) VI, V, III, IV, I, II. 13. Leia a tirinha reproduzida abaixo.

(Quino. Toda a Mafalda. São Paulo, Martins Fontes, 1993, p.40) É correto afirmar que o diálogo entre Susanita e Mafalda opõe, do modo mais cru, a fim de provocar o riso, (A) a vaidade de uma à modéstia da outra.

(B) a ignorância de uma à sabedoria da outra.

(C) o egocentrismo de uma ao desprendimento da outra. (D) o senso de realidade de uma ao idealismo da outra. (E) a esperteza de uma à ingenuidade da outra.

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CONHECIMENTOS GERAIS Língua Portuguesa

Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto que segue.

O poder nuclear e a civilização

Considerando que nosso futuro será, em grande parte, determinado por nossa atitude perante a questão nuclear, é bom nos perguntarmos como chegamos até aqui, com o poder de destruir a civilização. O que isso nos diz sobre quem somos como espécie?

Nossa aniquilação é inevitável ou será que seremos ca-pazes de garantir nossa sobrevivência mesmo tendo em mãos armas de destruição em massa? Infelizmente, armas nucleares são monstros que jamais desaparecerão. Nenhuma descoberta científica “desaparece”. Uma vez revelada, permanece viva, mes-mo se condenada comes-mo imes-moral por uma maioria. O pacto que acabamos por realizar com o poder tem um preço muito alto. É irreversível. Não podemos mais contemplar um mundo sem ar-mas nucleares. Sendo assim, será que podemos contemplar um mundo com um futuro?

O medo e a ganância – uma combinação letal – trouxe-ram-nos até aqui. Por milhares de anos, cientistas e enge-nheiros serviram o Estado em troca de dinheiro e proteção. Cer-camo-nos de inimigos reais ou virtuais e precisamos proteger nosso país e nossos lares a qualquer preço. O patriotismo é o maior responsável pela guerra. Não é à toa que Einstein queria ver as fronteiras abolidas.

Olhamos para o Brasil, os Estados Unidos e a Comuni-dade Europeia, onde fronteiras são cada vez mais invisíveis, e temos evidência empírica de que a união de Estados sem fronteiras leva à estabilidade e à sobrevivência. A menos que as coisas mudem profundamente, é difícil ver essa estabilidade ameaçada. Será, então, que a solução – admito, extremamente remota – é um mundo sem fronteiras, uma sociedade de fato globalizada e economicamente integrada? Ou será que existe outro modo de garantir nossa sobrevivência a longo prazo com mísseis e armas nucleares apontando uns para os outros, prontos a serem detonados? O que você diz?

(Adaptado de Marcelo Gleiser, Folha de S. Paulo, 18/04/2010)

1. Entre as razões que podem sustentar uma posição pes-simista, no que toca ao futuro de uma civilização com o poder de se destruir, estão

(A) a globalização político-econômica e o aferrado sen-timento patriótico.

(B) a inevitabilidade de uma detonação nuclear e o pro-tecionismo econômico.

(C) a permanência inexorável das armas nucleares e a exacerbação do patriotismo.

(D) a desintegração econômica dos Estados e o desejo de se abolirem as fronteiras.

(E) o pacto com o poder a qualquer preço e a iminência de uma globalização econômica.

_________________________________________________________ 2. Atente para as seguintes afirmações:

I. Diante da questão das fronteiras entre os Estados, a posição do autor do texto e a de Einstein, uma vez confrontadas, acusam uma séria divergência. II. A indagação anterior a O que você diz? é um

exemplo de pergunta retórica.

III. O autor não isenta cientistas e engenheiros da res-ponsabilidade pelas consequências do emprego do poder nuclear, mas não os vincula às razões de Estado.

Em relação ao texto, está correto APENAS o que se afir-ma em (A) I. (B) II. (C) III. (D) I e II. (E) II e III. _________________________________________________________ 3. Ao considerar que Nenhuma descoberta científica

“desa-parece”, o autor sugere que

(A) as evidências do progresso da ciência são tantas que não temos razões para colocá-lo em ques- tão.

(B) nada se extingue no campo da ciência porque tudo obedece ao princípio básico da transformação. (C) os cientistas têm razões éticas para alterar o rumo

de descobertas que lhes pareçam nocivas.

(D) a ciência implica acumulação e preservação, e não o descarte das suas descobertas.

(E) a ciência, em seu processo de desenvolvimento, é imune à ingerência do poder político.

(6)

2 TRT9R-Conhecimentos-Gerais2

CONHECIMENTOS GERAIS Língua Portuguesa

Atenção: As questões de números 1 a 12 referem-se ao texto que segue.

Sobre a crença e a ciência

A pergunta que mais me fazem quando dou palestras é se acredito em Deus. Quando respondo que não acredito, vejo um ar de confusão, às vezes até de medo no rosto das pes-soas. “Mas como é que o senhor consegue dormir à noite?”

Não há nada de estranho em perguntar a um cientista sobre suas crenças. Mesmo o grande Newton via um papel essencial para Deus na natureza: Ele interferia para manter o cosmo em xeque, de modo que os planetas não desenvol-vessem instabilidades e acabassem todos amontoados no cen-tro, junto ao Sol. Porém, logo ficou claro que a natureza podia cuidar de si mesma. O Deus que interferia no mundo trans-formou-se no Deus criador: após criar o mundo, deixou-o à mercê de suas leis. Mas, nesse caso, o que seria de Deus? Se essa tendência continuasse, a ciência tornaria Deus desne-cessário? Foi dessa tensão que surgiu a crença de que a agenda da ciência é roubar Deus das pessoas.

Eu conheço muitos cientistas religiosos que não veem qualquer conflito entre a sua ciência e a sua crença. Para eles, quanto mais entendem o Universo, mais admiram a obra do seu Deus. (São vários) Mesmo que essa não seja a minha posição, respeito os que creem. A ciência se propõe simplesmente a interpretar a natureza, expandindo nosso conhecimento do mundo natural. Sua missão é aliviar o sofrimento humano, aumentando o conforto das pessoas, desenvolvendo técnicas de produção avançadas, ajudando no combate de doenças. O problema se torna sério quando a religião se propõe a explicar fenômenos naturais: dizer que o mundo tem menos de 7.000 anos ou que somos descendentes diretos de Adão e Eva é equivalente a viver no século 16 ou antes disso. A insistência em negar os avanços e as descobertas da ciência é, franca-mente, inaceitável.

Podemos dizer que há dois tipos de pessoa: os naturalistas e os sobrenaturalistas: estes veem forças ocultas por trás dos afazeres dos homens, escravizados por crenças inexplicáveis, e aqueles aceitam que nunca teremos todas as respostas. Mas, em vez de temer o desconhecido, os naturalistas abraçam essa ignorância como um desafio, e não uma prisão. É por isso que eu durmo bem à noite.

(Adaptado de Marcelo Gleiser, cientista e professor de física teórica. Folha de S. Paulo, 28/03/2010)

1. Ao refletir sobre a relação entre ciência e religião, o autor defende a seguinte convicção:

(A) elas são caminhos de conhecimento igualmente aceitáveis e compatíveis, variando apenas a meto-dologia de cada uma.

(B) nada obsta a que um cientista seja religioso, desde que confie à ciência a explicação dos fenômenos naturais.

(C) os conflitos históricos entre ciência e religião devem-se ao fato de que aquela busca ocupar o lugar des-ta.

(D) sendo naturalistas, os cientistas temem que os so-brenaturalistas venham a obter todas as respostas que a ciência persegue.

(E) ambas oferecem interpretações legítimas do univer-so, apenas divergindo quanto à razão primeira da Criação.

_________________________________________________________ 2. Atente para as seguintes afirmações:

I. No 2o parágrafo, afirma-se que a ciência fundamen-tou o papel de Deus como criador do universo, ao negar seu papel de interventor na natureza.

II. No 3o parágrafo, evidências científicas, como a de que o mundo tem muito mais que 7.000 anos, são lembradas para contestar o que apregoam certas crenças.

III. No 4o parágrafo, identifica-se nos mistérios do uni-verso a fonte de um temor que tanto pode assaltar um cientista como a um crente.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, apenas. (C) I e III, apenas. (D) II e III, apenas. (E) II, apenas. _________________________________________________________ 3. A afirmação que NÃO constitui um argumento utilizado

pelo autor na defesa de suas convicções é:

(A) O papel da ciência não é o de se indispor contra os que têm fé, pois seus objetivos não se prendem a um mundo sobrenatural.

(B) Os cientistas que são também crentes exercem sua função de intérpretes da natureza, vendo-a como uma obra de Deus.

(C) São, na verdade, vários os deuses em que os cien-tistas do mundo todo podem crer e aos quais podem cultuar.

(D) Uma das missões da ciência é negar o misticismo, para assim dissipar o temor que têm os homens do desconhecido.

(E) Para um cientista, o desconhecido instiga, em vez de assustar, desafia, em vez de submeter o homem à crença no inexplicável.

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CONHECIMENTOS BÁSICOS Português

Atenção: As questões de números 1 a 12 referem-se ao texto que segue.

Janelas quebradas

A deterioração da paisagem urbana é lida como au-sência dos poderes públicos, portanto enfraquece os controles impostos pela comunidade, aumenta a insegurança e convida à prática de crimes. Essa tese, defendida pela primeira vez em 1982 pelos americanos James Wilson e George Kelling, re-cebeu o nome de “teoria das janelas quebradas”. Segundo ela, a presença de lixo nas ruas e de grafite sujo nas paredes provoca mais desordem, induz ao vandalismo e aos pequenos crimes. Com base nessas ideias, a cidade de Nova York iniciou, nos anos 1990, uma campanha para remover os grafites do metrô, que resultou numa diminuição dos crimes realizados em suas dependências.

O sucesso da iniciativa serviu de base para a política de “tolerância zero” posta em prática a seguir. Medidas semelhan-tes foram adotadas em diversas cidades dos Estados Unidos, da Inglaterra, da Holanda, da Indonésia e da África do Sul. Mas, apesar da popularidade, a teoria das janelas quebrada gerou controvérsias nos meios acadêmicos, por falta de dados em-píricos capazes de comprová-la.

Mas houve, sim, alguns experimentos bem sucedidos. Na Holanda, um deles foi conduzido numa área de compras da cidade de Groningen. Para simular ordem, os pesquisadores limparam a área e colocaram um aviso bem visível de que era proibido grafitar. Para a desordem, grafitaram as paredes da mesma área, apesar do aviso para não fazê-lo. A grafitagem constava apenas de rabiscos mal feitos, para evitar confusão com arte. Em ambas as situações, penduraram um panfleto inútil nos guidões de bicicletas, de modo que precisasse ser retirado pelo ciclista antes de partir. Não havia lixeiras no local. Na situação ordeira, sem grafite, 77% dos ciclistas levaram o panfleto embora. Na presença do grafite, apenas 31% o fizeram, os demais jogaram-no no chão.

Em outra experiência holandesa, foi colocado, numa caixa de correio da rua, um envelope parcialmente preso à boca da caixa (como se tivesse deixado de cair para dentro dela) com uma nota de 5 em seu interior, em local bem visível para os transeuntes. Na situação ordeira, a caixa estava sem grafite e sem lixo em volta; na situação de desordem, a caixa estava grafitada e com lixo em redor. Dos transeuntes que passaram diante da caixa limpa, 13% furtaram o dinheiro. Esse número aumentou para 27% quando havia grafite e sujeira. A men-sagem é clara: desordem e sujeira nas ruas mais do que duplicam o número de pessoas que praticam contravenções ou pequenos crimes no espaço público.

(Adaptado de Drauzio Varella, Folha de S. Paulo, 18/07/2009)

1. De acordo com o contexto, deve-se entender que a “teoria

das janelas quebradas” sustenta a tese de que

(A) o espaço público deve ser administrado a partir de iniciativas dos cidadãos.

(B) a concentração urbana é fator determinante para os serviços dos poderes públicos.

(C) a atitude dos indivíduos é influenciada pela ação ou omissão dos poderes públicos.

(D) a deterioração do espaço público decorre da ação irresponsável da maioria dos cidadãos.

(E) a iniciativa dos cidadãos é determinante para a for-mulação de políticas públicas.

_________________________________________________________ 2. Deve-se deduzir que a expressão janelas quebradas aponta para um fenômeno típico dos espaços urbanos indiciados, também, pela expressão

(A) aviso bem visível. (B) situação ordeira. (C) caixa de correio da rua. (D) lixo em redor.

(E) envelope parcialmente preso.

_________________________________________________________ 3. Atente para as seguintes afirmações:

I. O relato das duas experiências ocorridas na Ho-landa fornece sérios fundamentos para que se re-chace a “teoria das janelas quebradas”.

II. A tese defendida pelos americanos James Wilson e George Kelling encontra sustentação na remoção dos grafites do metrô de Nova York.

III. A rejeição dos meios acadêmicos à “tese das ja-nelas quebradas” deveu-se à frágil sistematização teórica dos experimentos holandeses.

Em relação ao texto, está correto o que se afirma em (A) I, II e III. (B) I e II, somente. (C) I e III, somente. (D) II e III, somente. (E) II, somente. _________________________________________________________ 4. Entre as situações referidas como de ordem ou de

de-sordem, verifica-se uma relação de

(A) franca oposição, caracterizada pelos tipos de indi-víduos que são incitados a delas participarem. (B) franca oposição, caracterizada pelos elementos

físi-cos que qualificam os espaços.

(C) complementaridade, dado que se aplicam a indi-víduos de índoles semelhantes.

(D) complementaridade, visto que a qualidade do espaço urbano real não encontra gradações entre uma e outra.

(E) subordinação, pois é a existência da segunda situa-ção que determina a da primeira.

(8)

TRT4R-Conhecimentos Básicos1 3 5. Do relato do experimento realizado em Groningen (3o.

pa-rágrafo), deve-se deduzir que

(A) os rabiscos mal feitos funcionaram como índices de desordem.

(B) a maior parte dos ciclistas na situação desordeira interessou-se pelo que dizia o panfleto.

(C) há muita gente que considera artísticos os grafites mal rabiscados.

(D) a existência ou não de lixeiras foi a variável mais relevante.

(E) nem mesmo os avisos bem visíveis impedem a ação dos grafiteiros.

_________________________________________________________ 6. Com base no relato da segunda experiência holandesa

(4o parágrafo), comprova-se que há uma relação causal entre

(A) palavras grafitadas e eficácia das caixas de correio.

(B) qualidade do meio urbano e comportamento moral.

(C) dinheiro exposto e criminalidade urbana.

(D) aumento da segurança e índice de criminalidade.

(E) incitamento ao furto e situação ordeira.

_________________________________________________________ 7. Considerando-se o contexto, está INCORRETA a tradução

de sentido do segmento sublinhado em:

(A) a deterioração da paisagem urbana é lida como

ausência dos poderes públicos = é interpretada

co-mo omissão

(B) convida à prática de crimes = estimula a

(C) induz ao vandalismo = acomete com

(D) constava apenas de rabiscos mal feitos = constituía-se tão somente

(E) Na situação ordeira, apenas 31% o fizeram

Referências

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