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HIPERTENSÃO E CIRURGIA BARIÁTRICA: UMA REVISÃO DA LITERATURA ATUAL APÓS O ESTUDO RANDOMIZADO DE SCHIAVON

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HIPERTENSÃO E CIRURGIA BARIÁTRICA: UMA REVISÃO DA

LITERATURA ATUAL APÓS O ESTUDO RANDOMIZADO DE

SCHIAVON

Marcos Eduardo Mezzomo da Silva¹; Tiago de Castro Pimentel²; Patrick de Abreu Cunha Lopes³; Pedro Henrique Matos Monteiro4; Paulo Roberto Hernandes Júnior5; Márcia Célia

Galinski Kumschilies6

¹ Instituto D’Or de Pesquisa e Ensino. Rio de Janeiro, Brasil. Especialista em Cirurgia Geral e Cirurgia Bariátrica e Metabólica.edukar2014@hotmail.com.

² Universidade Iguaçu (UNIG), Itaperuna, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina. tiagopimentel1993@hotmail.com.

³ Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina. patrick.abreu33@gmail.com

4 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina.

riquebetta@gmail.com

5 Universidade de Vassouras (UV). Vassouras, Rio de Janeiro, Brasil. Discente do curso de Medicina.

paulorh.med@gmail.com

6 Universidade de Ribeirão Preto (UNAERP). Guarujá, São Paulo, Brasil. Coordenadora do Núcleo de

Pesquisa Fernando Lee. mgalinski@unaerp.br

Seção: Saúde.

Formato: Artigo de Revisão da Literatura.

ABSTRACT

The obesity epidemic is a global crisis that is undeniably intensifying. Many of the comorbidities associated with obesity are facilitated or contribute to an extremely high prevalence of hypertension in the obese population. In this context, the objective of the present study was to analyze the topic of bariatric surgery and hypertension and to review the current scientific literature after the study by Schiavon et al. to assess the impact of bariatric surgery on improving hypertension in patients with obesity. A non-systematic literature review was carried out by searching for the terms: “Bariatric surgery”; “Hypertension”; “Obesity surgery”; "Obesity"; in the following databases: PubMed, Scielo, LILACS. Articles originally published in English were considered eligible, from 33 articles chosen based on the theme: bariatric surgery and hypertension. Bariatric surgery has been shown to be the most effective therapy for patients with severe obesity, achieving greater weight loss than that obtained with conventional treatment and favoring the remission of obesity-related comorbidities. The scientific literature lacks studies on the remission of hypertension as a primary

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outcome. Finally, to date, bariatric surgery represents an effective strategy for controlling blood pressure in a wide population of patients with obesity and hypertension.

KEY WORDS: Bariatric surgery; hypertension; Obesity surgery; obesity.

RESUMO

A epidemia da obesidade é uma crise global que está inegavelmente se intensificando. Muitas das comorbidades associadas à obesidade são facilitadas ou contribuem para uma prevalência extremamente alta de hipertensão na população obesa. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi analisar o tema cirurgia bariátrica e hipertensão e revisar a literatura científica atual após o estudo realizado por Schiavon et al. para avaliar o impacto da cirurgia bariátrica na melhora da hipertensão em pacientes com obesidade. Realizou-se uma revisão de literatura não sistemática por meio da busca dos termos: “Bariatric surgery”; “hypertension”; “Obesity surgery”; “obesity”; nas seguintes bases dados: PubMed, Scielo, LILACS. Foram considerados elegíveis os artigos publicados originalmente em inglês, a partir de 33 artigos escolhidos com base no tema: cirurgia bariátrica e hipertensão. A cirurgia bariátrica tem se mostrado a terapia mais eficaz para pacientes com obesidade grave, alcançando maior perda de peso do que a obtida com o tratamento convencional e favorecendo a remissão de comorbidades relacionadas à obesidade. A literatura científica carece de estudos sobre a remissão da hipertensão como um desfecho primário. Por fim, até o momento a cirurgia bariátrica representa uma estratégia eficaz para o controle da pressão arterial em uma ampla população de pacientes com obesidade e hipertensão.

PALAVRAS-CHAVE: Cirurgia bariátrica, hipertensão, Cirurgia na obesidade, obesidade.

1 INTRODUÇÃO

A epidemia da obesidade é uma crise global que está inegavelmente se intensificando. Uma consequência crítica do aumento da prevalência da obesidade é o ônus da doença associado ao excesso de peso corporal. O excesso de peso corporal está associado a 7,1% das mortes por qualquer causa e 4,9% da incapacidade em todo o mundo. Muitas das comorbidades associadas à obesidade são facilitadas ou contribuem para uma prevalência extremamente alta de hipertensão na população obesa (MARCK et al, 2016; KUMAR et al, 2017; FINUCANE et al, 2011).

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Somado a isso, a obesidade é uma doença crônica, grave e progressiva que não tem cura. Por esse motivo, o aumento da incidência nos últimos anos se tornou um grande desafio à saúde pública. Para a OMS (2019), enquanto o número de sobrepeso e obesidade é estável em torno de 65%, o percentual de obesos mórbidos está aumentando anualmente. No Brasil, a obesidade e o excesso de peso atingiram mais da metade da população e, nos últimos anos, demonstram crescente incidência e prevalência na população adulta, como na infância e juventude. A partir da alta prevalência atual de obesidade, um número crescente de casos de hipertensão ocorre em pessoas com excesso de peso. Vários pacientes com hipertensão requerem mais de 2 medicações para alcançar o controle da pressão arterial, o que cria desafios para a adesão a longo prazo ao tratamento, e está bem documentado que a hipertensão é pouco controlada em pacientes com obesidade.

A prevalência de obesidade apresentou aumento exponencial nos últimos anos, tornando-se um grave problema de saúde pública (FINUCANE et al, 2011; WILHELM et al, 2014; OMS 2019). Além disso, pacientes com aumento do índice de massa corporal apresentam diferentes comorbidades, incluindo hipertensão, que estão fortemente relacionadas ao alto risco cardiovascular dessa população. Nos Estados Unidos, metade dos pacientes com hipertensão apresenta obesidade (GROSSMAN et al. and LEGGIO et al, 2017). Além disso, um terço dos obesos apresenta níveis pressóricos elevados, comparados aos 20% observados em indivíduos com índice de massa corporal normal. Além disso, a estratégia de intervenção para hipertensão em pacientes com obesidade implica vários desafios em relação ao efeito do tratamento farmacológico. Nesse sentido, a obesidade leva à resistência à medicação anti-hipertensiva, além de distúrbios na distribuição do volume e na depuração hepática e renal (COHEN et al, 2017). Isso implica que pacientes com hipertensão e obesidade em geral necessitam de um tratamento anti-hipertensivo mais “agressivo” para atingir níveis desejáveis de pressão arterial.

Além disso, a cirurgia bariátrica representa o método mais eficaz para tratar a obesidade. Embora muitos esforços de pesquisa recentes tenham se concentrado na melhoria metabólica e na resolução do diabetes mellitus, estudos anteriores sugerem que uma porcentagem significativa de pacientes com obesidade e hipertensão coexistentes são capazes de reduzir ou mesmo interromper seus medicamentos

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anti-hipertensivos após a cirurgia bariátrica (HALLERSUND et al, 2012; SCHAUER et al, 2012; WILHELM et al, 2014). Como o controle da pressão arterial não era o foco principal desses estudos e a maioria dos estudos randomizados estava restrita a pacientes com diabetes mellitus, os efeitos da cirurgia bariátrica em uma população mais ampla de pacientes com obesidade e hipertensão permanecem incertos. Nesse contexto, o objetivo do presente estudo foi analisar o tema cirurgia bariátrica e hipertensão e revisar a literatura científica atual após o estudo GATEWAY realizado por SCHIAVON et al. 2018, (Bypass gástrico para tratar pacientes obesos com hipertensão constante) para avaliar o impacto da cirurgia bariátrica na melhora da hipertensão em pacientes com obesidade.

2 JUSTIFICATIVA

Atualmente, a cirurgia bariátrica é o melhor tratamento para a obesidade. A cirurgia mais realizada é o Bypass Gástrico, mas o Sleeve tem aumentado atualmente. Como existem dados científicos entre os riscos e benefícios potenciais dos procedimentos cirúrgicos bariátricos, esta revisão, a partir das evidências da cirurgia bariátrica, visa orientar os pacientes adultos e seus médicos por meio de um processo de decisão compartilhado e bem informado.

3 OBJETIVOS 3.1. Objetivo geral

O objetivo geral do presente estudo é avaliar o impacto da cirurgia bariátrica na melhora da hipertensão em pacientes com obesidade.

3.2. Objetivos específicos

Esta revisão sobre o tema cirurgia bariátrica e hipertensão resume o trabalho de Schiavon et al. sobre evidências recentes relacionadas à segurança, eficácia e resultados metabólicos da cirurgia bariátrica para orientar a tomada de decisão clínica na hipertensão.

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4 MÉTODO(S)

Estudo de revisão de literatura não sistemática, realizado até o dia 10 de julho de 2020. Buscou-se os termos: “Bariatric surgery”; “hypertension”; “Obesity surgery”; “obesity”; nas seguintes bases dados: PubMed, Scielo, LILACS. Foram considerados elegíveis os artigos publicados originalmente em inglês e espanhol. Para tanto, foram priorizados os artigos publicados no ano de 2020 e, destes, foram somente excluídos, após amplo debate entre os autores, aqueles considerados inoportunos para contribuir nesta revisão.

5 RESULTADOS

A baixa eficácia de modificações no estilo de vida e exercícios como tratamento para a obesidade tem sido amplamente descrita na literatura científica. Isso pode ser explicado, pelo menos em parte, devido à dificuldade em aderir às mudanças no estilo de vida desses pacientes. Por outro lado, a cirurgia bariátrica tem se mostrado a terapia mais eficaz para pacientes com obesidade grave, alcançando maior perda de peso do que a obtida com o tratamento convencional e favorecendo a remissão de comorbidades relacionadas à obesidade (CARLSSON et al, 2017; OWEN et al, 2018; KOLIAKI et al, 2017). A esse respeito, a derivação gástrica em Y de Roux tem sido considerada a técnica padrão-ouro devido aos resultados favoráveis obtidos tanto na perda de peso quanto na remissão de comorbidades, incluindo hipertensão. O efeito da cirurgia bariátrica na remissão da hipertensão foi analisado em vários estudos observacionais, algumas meta-análises e escassos ensaios clínicos randomizados (SCHAUER et al, 2012 and 2017; MAYER et al, 2016; KWONG et al, 2018; BENAIGES et al, 2016). Os resultados desses estudos mostraram consistentemente uma melhora na hipertensão um ano após a cirurgia bariátrica, com taxas de remissão acima de 60-70%. Quanto ao seguimento a longo prazo, o recente estudo de coorte comparou cirurgia bariátrica (92% de bypass gástrico) versus tratamento médico com um acompanhamento médio de 6,5 anos (JAKOBSEN et al, 2018). A remissão da hipertensão foi de 31,9% no grupo cirúrgico em comparação com 12,4% no grupo médico.

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O tratamento da hipertensão na obesidade é complicado pela alta prevalência de hipertensão resistente, além de efeitos hemodinâmicos imprevisíveis de muitos medicamentos (SCHIAVON et al, 2014). A perda de peso estabiliza a atividade neuro-hormonal e causa reduções clinicamente significativas na pressão arterial. Embora as intervenções no estilo de vida possam melhorar a pressão arterial, elas não produzem consistentemente perda de peso sustentada e não demonstraram benefícios a longo prazo. A cirurgia para perda de peso proporciona uma redução mais permanente do peso, correspondendo a reduções drásticas da pressão arterial e atenuação do risco cardiovascular a longo prazo (COHEN et al, 2017; BÄCKDAHL et al, 2018; MORIS et al, 2018; WANG et al, 2018).

6 DISCUSSÃO

No estudo randomizado GATEWAY (Bypass Gástrico para Tratamento de Pacientes Obesos com Hipertensão Arterial) relatado por Schiavon et al. em março de 2018, foram analisados os efeitos da circulação gástrica em pacientes hipertensos com obesidade. Pacientes com hipertensão (usando ≥2 medicações em doses máximas ou> 2 em doses moderadas) e um índice de massa corporal entre 30,0 e 39,9 kg / m 2foram randomizados para derivação gástrica em Y de Roux mais terapia médica ou terapia médica isolada. O desfecho primário (redução de ≥30% do número total de medicamentos anti-hipertensivos, mantendo a pressão arterial sistólica e diastólica <140 e 90 mmHg, respectivamente, aos 12 meses) ocorreu com maior frequência no grupo de bypass gástrico (83,7%) em comparação ao grupo controle (12,8%). Além disso, a remissão da hipertensão, definida como pressão arterial sistólica e diastólica <140 e 90 mmHg, respectivamente, com retirada prévia de todos os medicamentos, ocorreu em cerca da metade dos pacientes submetidos ao grupo de circulação extracorpórea e nenhum no grupo de tratamento convencional.

A relevância deste estudo está principalmente relacionada ao seu desenho, pois é o primeiro ensaio clínico randomizado com o objetivo de avaliar o efeito da cirurgia bariátrica na hipertensão. Além disso, inclui apenas pacientes com hipertensão que requerem tratamento anti-hipertensivo “agressivo”. Portanto, no caso

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hipotético em que a cirurgia bariátrica é indicada principalmente para controlar a hipertensão refratária, a chance de alcançar remissão seria próxima de 50%. Vale ressaltar que essas taxas de remissão são inferiores às descritas em relatórios anteriores, pois incluíram pacientes com hipertensão “mais leve” que foram controlados com um ou nenhum medicamento anti-hipertensivo.

Além disso, essa taxa de remissão também parece diminuir com um acompanhamento a longo prazo, como observado no estudo mencionado anteriormente. Nesta publicação, a remissão da hipertensão foi de quase 32% no grupo cirúrgico, em comparação com os quase 50% de um ano após a cirurgia no presente estudo GATEWAY.

Algumas limitações do presente estudo GATEWAY também devem ser destacadas. Em primeiro lugar, os pacientes incluídos no estudo tinham um índice de massa corporal de 30 a 39,9 kg / m 2 e, portanto, não seguem rigorosamente as indicações para a cirurgia bariátrica das diretrizes gerais. Além disso, o tamanho da amostra foi limitado; dos 1.489 pacientes avaliados quanto à elegibilidade, apenas 96 foram incluídos na análise principal.

Apesar da alta relevância dos resultados do estudo GATEWAY, algumas questões relacionadas ao efeito da cirurgia bariátrica na hipertensão ainda estão aguardando resposta. Primeiro, pouco se sabe sobre os efeitos de médio (3-5 anos) e longos (> 5 anos) da cirurgia bariátrica na remissão da hipertensão. Em relação à hipertensão, estudos observacionais indicam que a pressão arterial também piora após o primeiro ano após a cirurgia, paralelamente à recuperação do peso. De acordo com esses achados, um estudo anterior do nosso grupo, com seguimento de 36 meses, observou que 21,9% dos pacientes que apresentaram remissão da hipertensão 12 meses após a cirurgia apresentaram recidiva aos 3 anos. Além disso, a perda de peso foi um dos fatores independentes associados à recidiva da hipertensão. Portanto, os resultados da extensão do estudo GATEWAY serão extremamente úteis para confirmar ou contrastar essas observações anteriores.

Por outro lado, também seria de grande interesse identificar preditores pré-operatórios de remissão da hipertensão após cirurgia bariátrica. Esta informação

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ajudaria o médico que prescreveu a cirurgia bariátrica e o paciente, a fim de satisfazer expectativas reais antes do procedimento (BENAIGES et al, 2016; DANG et al, 2019; DE OLIVEIRA et al, 2018). Assim, o número de anti-hipertensivos antes da cirurgia foi inversamente relacionado à remissão da hipertensão após o procedimento.

Finalmente, também seria necessário avaliar o efeito diferencial das várias técnicas de cirurgia bariátrica na remissão da hipertensão. A esse respeito, o uso da gastrectomia vertical tem aumentado nos últimos dez anos devido à sua simplicidade técnica e resultados semelhantes em curto prazo aos do Bypass gástrico em Y-de-Roux, em termos de perda de peso e remissão da comorbidade. Essas vantagens colocaram pela primeira vez o Sleeve como a técnica de cirurgia bariátrica mais utilizada em todo o mundo em 2014 (KHORGAMI et al, 2014; REGES et al, 2018; TELEM et al, 2017). Dois ensaios clínicos randomizados comparando os resultados de cinco anos da circulação extracorpórea laparoscópica em Y de Roux e gastrectomia laparoscópica vertical foram recentemente publicados (SALMINEN et al and PETERLI et al, 2018). Resultados contraditórios foram obtidos, pois o estudo SM-BOSS não encontrou diferenças entre os dois procedimentos cirúrgicos em relação à remissão da hipertensão, enquanto o estudo SLEEVEPASS mostrou maiores taxas de remissão após a circulação extracorpórea laparoscópica em Y-de-Roux em comparação à gastrectomia laparoscópica vertical. No entanto, vale ressaltar que, nos dois estudos, a remissão da hipertensão foi, mais uma vez, um desfecho secundário. Além disso, houve diferenças nas características basais dos pacientes incluídos nos grupos de estudo e também houve discrepâncias em relação aos critérios utilizados para definir a remissão da hipertensão nos dois estudos.

Por fim, uma revisão sistemática e metanálise realizada por Climent et al, publicada em fevereiro de 2020, teve Trinta e dois artigos incluídos (seis ensaios clínicos randomizados, 18 coorte e oito estudos caso-controle). Na proporção de pacientes com hipertensão, a remissão foi maior nos pacientes tratados com bypass gástrico em comparação à gastrectomia vertical aos 5 anos e 1 ano. O bypass gástrico e a gastrectomia vertical não diferiram em termos de alteração da pressão arterial sistólica ou pressão arterial diastólica. Então para esse estudo único, pacientes

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tratados com bypass gástrico apresentam maior taxa de remissão da hipertensão aos 1 e 5 anos.

7 CONCLUSÃO

Portanto, ensaios clínicos randomizados futuros comparando ambos os procedimentos cirúrgicos de Bypass gástrico e Sleeve com um endpoint primário destinado a avaliar a remissão da hipertensão a curto, médio e longo prazo são obrigatórios para esclarecer mais esse assunto. Somado a isso, estudos prospectivos futuros são necessários para explorar ainda mais a prevalência, preditores e mecanismos de recuperação de peso após cirurgia bariátrica em pacientes com hipertensão e obesidade. Para tanto, a investigação científica necessita de estudos maiores, bem delimitados e adaptados às características da população como forma de garantir maior confiabilidade aos dados apresentados, permitindo a consequente correlação entre estudos científicos e prática clínica na cirurgia bariátrica. Por fim, até o momento a cirurgia bariátrica representa uma estratégia eficaz para o controle da pressão arterial em uma ampla população de pacientes com obesidade e hipertensão.

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Referências

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