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A Cultura da Pupunha: cultivo e beneficiamento

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Academic year: 2021

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A Cultura da Pupunha

CULTIVO E BENEFICIAMENTO

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Wanders B. Chavez Flores Willian D. Pereira da Silva Jucimara Gonçalves dos Santos Sonia Sena Alfaia

Manaus 2019 1ª edição

A Cultura da Pupunha

CULTIVO E BENEFICIAMENTO

AUTORES

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FICHA CATALOGRÁFICA

Antonia Maria Ramos Franco Pereira Fernandes.

Bolsistas: Alan Alves, Luiza Veloso, Mariana Franco, Miriam Fontoura, Neoliane Cardoso, Stefany de Castro

Editora do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia Av. André Araújo, 2936, Petrópolis

Cep : 69067-375 Manaus – AM, Brasil Tel: 55 (92) 3643-3223

www.inpa.gov.br | e-mail: editora@inpa.gov.br

C968 A Cultura da Pupunha: cultivo e beneficiamento / Autores Wanders B. Chavez Flores, Willian D. Pereira da Silva, Jucimara Gonçalves dos Santos, Sonia Sena Alfaia. Manaus : Editora INPA, 2019. 16 p.: il., color.

ISBN : 978-85-211-0197-0

1. Pupunha. 2. Frutos de pupunha. 3. Cultivo da pupunha. I. Flores, Wanders B. Chavez. II. Willian D. Pereira da Silva. III. Jucimara Gonçalves dos Santos. IV. Sonia Sena Alfaia.

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Apresentação

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sta cartilha faz parte do Projeto “Melhoramento Participativo

de camu - camu, pupunha e açaí-do-amazonas para uso imediato na Amazônia Central” que o INPA vem conduzindo

em parceria com o Instituto de Saúde e Biotecnologia/UFAM e com os produtores familiares de pupunha no Município de Coari - AM, principal produtor de pupunha do estado do Amazonas. O projeto conta com financiamento da Fundação de Amparo a Pesquisa do Amazonas - FAPEAM, Edital 004/2018 – Amazonas Estratégico. Em linguagem simples e compressiva; a cartilha tem como objetivo proporcionar aos produtores do Município informações sobre a forma do plantio (aspectos da cultura) da pupunheira com ênfase no aspecto agronômico de seu cultivo e beneficiamento.

Os autores agradecem a FINEP, por meio do projeto Implantação

de Unidades Demonstrativas Agroflorestais na Amazônia -

IUDAA, o apoio financeiro para a publicação desta cartilha.

Autores

Wanders B. Chavez Flores Willian D. Pereira da Silva Jucimara Gonçalves dos Santos Sonia Sena Alfaia

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Sumário

A pupunha (Bactris gasipaes, Kunth) ...7

Seleção de plantas ...7

Seleção de frutos ...7

Preparo das sementes para plantio ...8

Semeadura e germinação ...9

Produção de mudas ...10

Tratos culturais e controle de pragas e doenças no viveiro ...11

Aspectos agronômicos ...11 Plantio ...11 Sistemas de cultivo ...12 Adubação ...13 Tratos culturais ...13 Produção de frutos ...14 Colheita ...14

Beneficiamento de frutos de pupunha ...15

Farinha de pupunha ...15

Cerveja de pupunha ...15

Bolo de pupunha ...15

Biscoito de pupunha ...16

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A Pupunha (Bactris gasipaes Kunth)

Planta originária da Amazônia, a pupunha produz frutos ricos em amido, vitamina A (a cor alaranjada da polpa do fruto) e as vezes com óleo. O fruto é cozido com sal a gosto, geralmente por 30 a 60 minutos para realçar o sabor. O fruto é consumido no café da manhã ou como petisco em outros momentos. Também pode ser usado na confecção de bolos, preparado a partir de uma farinha feita do fruto cozido. O palmito é de excelente qualidade, mas é mais importante no Sudeste do Brasil, onde tem consumo.

Seleção das plantas

Os produtores de Coari consideram que a qualidade do fru-to é a mais importante característica na seleção das sementes para novos plantios. A qualidade refere-se ao sabor, à textura agradável, pouco de óleo e mais amido e à cor da polpa mais alaranjada. O tamanho do cacho e o número de frutos no cacho também são importantes, bem como o número de cachos por planta. Plantas que reúnem estas características são chamadas de matrizes, pois irão fornecer sementes para os novos plantios.

Seleção de frutos

Após seleção das matrizes, na época de produção (de prefe-rência no início, como o mês de dezembro) deve-se coletar um cacho por planta (matriz) para realizar uma avaliação final dos frutos. Cozinhar 10 frutos para degustação pela família e amigos. Se a degustação dos frutos confirma que a matriz é realmente boa, pode-se tirar as sementes dos outros frutos do cacho e de todos os cachos maduros da matriz, dependendo do número de sementes que precisar. Para se evitar o cruzamento, pode-se eliminar as flores das outras plantas não selecionadas. Devido à grande variabilidade da pupunha, não é possível garantir que os frutos das futuras plantas terão as mesmas características da planta matriz, mas sua seleção aumenta as chances.

OBS.: A variabilidade está relacionada com o fato de as plan-tas de pupunheira produzirem frutos das mais diferentes formas e gostos (vermelho, amarelo, verde, pequenos, grandes, oleo-sos, secos, com e sem sementes, planta com e sem espinhos). Durante a floração, diferentes plantas se cruzam (polinizam uma a outra), resultando em mais variabilidade (Figura 1).

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Preparo das sementes

Após retirar as sementes dos frutos, deixa-las de molho em água limpa por 1 a 3 dias, trocando-se a água uma vez por dia para evitar a fermentação. Retira os restos de polpa aderida as sementes esfregando as mesmas com areia ou em uma peneira de malha grossa (Figura 2). Elimine as sementes que apresen-tarem defeitos, perfurações, fungos ou aquelas que boiarem. Depois de limpas, estas devem ser desinfetadas, mergulhando-as em uma solução feita da mistura de 1 litro de água sanitária em 9 litros de água, durante 2 a 5 minutos. Após a desinfecção, secar à sombra por 3 a 6 horas. Guardar as sementes em sacos de plástico duplo, até fazer o momento de se fazer a semeadura.

Figura 1. Variedade de tipos de fruto de pupunha em um plantio no município de Coari.

Foto: Wanders Chavez

Figura 2. Limpeza e seleção de sementes.

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Semeadura e germinação

A semeadura pode ser feita em caixas de madeira ou em canteiros, os quais podem ser cheios com serragem, ou com uma mistura de areia e serragem na proporção de uma parte de areia com uma parte de serragem, ou simplesmente com terriço (parte superficial do solo). O tamanho da caixa de madeira ou da sementeira pode ter 1 metro de largura com o comprimento desejado. As caixas ou canteiros devem ser organizados con-forme a demanda para novas plantas (Figura 3A). Se precisar de muitas plantas, pode-se construir um viveiro de tamanho adequado. Pode-se cobrir todo com palha ou apenas cobrir as caixas ou canteiros para dar ao redor de 50 % de sombra. Na semeadura, espalhar uma camada uniforme de sementes e cobri-las com uma camada de 1 a 2 cm de areia, serragem ou terriço (Figura 3B). Regar de acordo com as necessidades, tendo cuidado de não encharcar as caixas ou os canteiros para evitar apodrecimento das sementes (Figura 3C).

Figura 3. Distribuição das sementes por matrizes dentro das caixas de germinação (A) e cobertura das sementes com serragem (B). Irrigação e controle da água nos canteiros (C)

Foto: Wanders Chavez

A germinação inicia entre os 30 a 120 dias. Entre 70 a 80% das sementes devem germinar antes dos 120 dias (Figura 4). Após 120 dias, descarta as sementes não germinadas, que ainda estão nas caixas ou canteiros.

Figura 4. Caixa germinadora mostrando a emergência das sementes (A) e plantas germinadas após 40 dias (B).

Foto: Wanders Chaves.

A A

B

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partes de terriço e uma parte de esterco. Os sacos devem ser organizados em canteiros (10 a 12 sacos por linha, em quan-tas linhas forem necessárias), com ou sem protetores laterais (madeira, bambu, ou outro), num viveiro rústico com 50 % de sombreamento (Figura 5B).

Figura 5. Retirada das mudas para o transplante (A) e mudas transplantadas em área coberta com sombrite (B).

Foto: Wanders Chavez

A

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Após dois meses, retire o sombreamento (palhas) progressi-vamente à medida que as plantas se desenvolvem. Roedores se alimentam das sementes. Nesse caso, deve-se cercar a área do viveiro. As mudas prontas para o transplante (com 5 a 6 folhas e 30 a 40 centímetros de altura) devem estar completamente adaptadas às condições de luz na área para seu plantio defini-tivo. Dependendo das condições do viveiro, as mudas podem ser transplantadas entre os 4 - 8 meses depois da repicagem.

Tratos culturais e controle de pragas e doenças

no viveiro

Os tratos culturais em viveiro consistem em irrigar as mudas conforme a necessidade, retirar as plantas daninhas, manual-mente, e observar a ocorrência de pragas e doenças. A podridão do colo ou da raiz (doença causada por um fungo, chamada de antracnose) é a principal doença em viveiro. Recomenda-se eliminar imediatamente as mudas afetadas, levando-as para longe do viveiro. É possível que a podridão apareça devido a excesso de irrigação, nesse caso deve-se diminuir a quantidade de água. As pragas mais comuns em viveiro são gafanhotos, brocas e ácaros. Animais silvestres, tais como macacos, capi-varas, pacas e veados, podem comer as plantas enviveiradas. Nesse caso, deve-se cercar a área do viveiro.

Aspectos agronômicos

Plantio

A área para o plantio deve ser escolhida com critério. Quanto melhor o solo da área escolhida, melhor as plantas se desen-volverão. Se o plantio for numa roça de mandioca, escolha uma roça aberta em capoeira velha, pois vai ter mais matéria orgânica no solo após a colheita da mandioca. Se somente tem acesso a solos de estrutura pesada ou compactados por usos anteriores, aração e gradagem são recomendadas. Se o solo foi muito usado no passado, recomenda-se a análise do solo. Neste caso, procure o apoio dos técnicos do IDAM. Se precisa fazer correção de acidez do solo, que é muito comum em solos argilosos, use calcário dolomítico.

Se vai plantar somente pupunha na área, deve-se usar um espaçamento de 5 x 5 metros. Se vai plantar outras fruteiras com a pupunha, use um espaçamento que permita que ambas espécies possam ter suficiente quantidade de luz na fase adulta.

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Figura 6. Plantio das mudas no campo.

Foto: Wanders Chavez

Sistemas de cultivo

Se for plantar a pupunha dentro de uma roça ativa de man-dioca, a planta de mandioca serve para cobrir o chão durante o período de chuvas. Caso a área seja aberta, deve-se plantar entre as linhas de pupunha algum cultivo anual, como man-dioca, feijão, amendoim, arroz, que servem para cobrir o chão e ainda oferecer uma colheita no primeiro ano.

A pupunha pode ser cultivada em sistema de monocultivo, mas é comum plantar pupunha com outros cultivos perenes. Em Coari, existem sistemas de consórcio com guaraná, banana e cupuaçu. A vantagem deste sistema de cultivo é que o produtor poderá ter uma renda extra (Figura 7).

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Adubação

Um mês após o plantio, aplique 40 gramas de ureia em cobertura ao redor de cada muda. Repete esta aplicação nova-mente antes do fim do período chuvoso. No próximo período chuvoso, repetem estas aplicações a cada dois meses. A partir do terceiro ano no campo, aumenta a quantidade de ureia para 60 gramas em cada aplicação. De acordo com a análise de solo (com apoio do IDAM), pode-se aplicar 140 a 280 gramas de superfosfato triplo e 120 a 240 gramas de cloreto de potássio, também em cobertura.

Pode-se ainda introduzir nos plantios as plantas legumino-sas arbóreas (como ingá, gliricídia, palheteira, entre outras) e de cobertura (puerária, desmodium, mucuna preta, guandu, feijão-de-porco, etc.). As leguminosas são plantas adubadoras que têm a capacidade de aumentar a quantidade de nitrogênio (N) no solo, além de fornecer outros nutrientes e podem servir como proteção do solo contra a erosão.

Tratos culturais

Como em qualquer plantio, é importante controlar o cresci-mento de ervas daninhas ou mato, para que estas não compitam com a pupunha e outros cultivos consorciados. Se decidir roçar com enxada, evite ferir as raízes da pupunheira e evite deixar o solo descoberto.

Pode ocorrer ataque de besouros. O inseto deve ser con-trolado por meio de iscas utilizando pedaços do tronco de bananeira sobre o qual se espalha uma mistura de melado de cana (atrativo) e um inseticida específico (consulte com IDAM).

Figura 7. Plantio em monocultivo (A) e consórcio entre a pupunha e outras fruteiras, como cupuaçu, banana e açaí (B).

Foto: Wanders Chavez

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A colheita dos frutos é operação difícil, devido a altura das plantas e à presença de espinhos no caule. É feita comumente utilizando uma vara com foice na extremidade e uma rede feita de lona para aparar os cachos evitando o impacto direto dos mesmos com o solo, mantendo assim a qualidade dos frutos. Alguns produtores usam paneiros ou cestos que deslizam na vara (Figura 8).

Figura 8. Colheita, forma de aparar os cachos de pupunha.

Foto: Wanders Chaves

Os cachos devem ser colhidos quando metade dos frutos nos cachos apresentarem-se maduros, pois resistem melhor à coleta e ao transporte. Evite o estádio avançado de maturação, pois os frutos são mais facilmente danificados, o que permite o desenvolvimento de fungos que podem prejudicar a qualidade. Se for vender os cachos, sempre elimine frutos atacados por insetos ou fungos, pois dá uma melhor aparência ao cacho e chama a atenção do comprador.

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Beneficiamento de frutos de pupunheira

O fruto da pupunha pode ser consumido após cozido e tam-bém utilizado para a produção de farinha e bebidas. A partir da farinha vários produtos podem ser feitos, como biscoitos e bolos.

O beneficiamento dos frutos requer higiene. Os frutos de-vem ser lavados antes de serem cozidas. Se for fazer farinha ou bebidas, é importante lavar os mãos e a área de preparo.

Farinha de pupunha

Modo de fazer

Cozinhe pupunhas em água e sal a gosto. Jogue a água do cozimento fora. Descasque os frutos, retire as sementes e passe a polpa numa máquina de moer carne ou ralador de mandioca. Esta massa pode ser usada logo para qualquer receita, ou secado para uso posterior. Se for secar, use o forno de mandioca ou o forno da cozinha em fogo baixo. Após a secagem, guardar a farinha em sacos plásticos ou recipientes bem fechados e a conservada em lugar escuro, fresco e ventilado.

Cerveja de pupunha

Modo de fazer

Use a massa fresca preparada para farinha e para cada parte de pu-punha, adicione quatro partes de água. Coloque esta mistura em um pote grande. Adicione o fermento-de-cerveja Fleischman (ou a garapa fermentada) e deixe fermentar por 48 a 72 horas com a tampa do pote bem fechada. Para servir, mexa a cerveja com uma colher de pau e passe-a numa peneira para retirar as fibras. Sirva puro ou com açúcar. Esta bebida não deve ser consumida em excesso, pois a fermentação pode produzir outros tipos de álcoois em pequena concentração, tais como o metanol e o butanol, que são tóxicos.

Bolo de pupunha

Ingredientes

• 2 copos de pupunha cozida e amassada;

• 2 copos de leite de coco (ou leite comum, ou ainda leite de coco e de vaca);

• 1 colher de sopa de manteiga ou margarina; • 2 copos de açúcar;

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a 40 minutos.

Biscoitos de pupunha

Ingredientes

• 1 xícara de manteiga ou margarina; • 1 ½ xícaras de açúcar;

• sal a gosto;

• 2 colheres de sopa de leite em pó; • 1 colher de sopa de fermento em pó; • 3 xícaras de pirão de pupunha; • 3 xícaras de farinha de trigo; • 1 ovo.

Modo de fazer

Misture a manteiga com o açúcar, sal, leite em pó e o fermento. Adicione a pupunha, trigo, ovo e a água suficiente para fazer uma massa lisa e espessa que não grude nas mãos. Numa mesa salpicada com farinha, abra a massa até uma espessura de 5-6 mm. Corte os biscoitos na forma desejada e coloque-os numa bandeja untada com manteiga. Leve-a ao forno previamente aquecido a 200 graus por 10 minutos ou até os biscoitos ficarem dourados. Retire a bandeja e deixe os biscoitos esfriarem antes de servir.

Referências

Carvalho, A.V.; Vasconcelos, M.A.M.; Moreira, D.K.T. Obtenção e

aproveitamento da farinha de pupunha. Comunicado Técnico

no. 145, EMBRAPA, Belém, 2005.

Kerr, L.S.; Clement, R.N.S.; Clement, C.R.; Kerr, W.E. 1997.

Coz-inhando com a pupunha. INPA, Manaus. 95 p.

Silva, M.G.C.P.C. 2006. Cultivo da pupunheira. Relatório Técnico de Pesquisa. CEPLAC. Ilhéus, BA. 2006.

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Referências

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