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Automaquiagem: a influência na autoestima das mulheres

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Academic year: 2021

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AUTOMAQUIAGEM: A INFLUÊNCIA NA AUTOESTIMA DAS MULHERES1

Fernanda Flores Silva2 Siegried Xavier Pontes3

Resumo: A autoimagem é uma representação interna e psíquica capaz de destruir a autoestima, podendo ter como consequência prejuízos emocionais como quadros de depressão e distúrbios alimentares. A autoestima é a avaliação que o sujeito faz de si em termos de valores; é a forma como nos sentimos acerca de nós mesmos, afetando crucialmente todos os aspectos da nossa experiência. A presença de uma autoestima positiva leva o indivíduo a sentir-se confiante, adequado à vida, competente e merecedor, sendo assim, indispensável para uma vida satisfatória. Essa autovalorização não é sinônimo de narcisismo, portanto faz se necessária a busca constante de formas de exprimi-la positivamente. Diante disto o mercado da beleza dispõe de diversos instrumentos que auxiliam nessa busca da aceitação e autovalorização. Um instrumento disponível é a automaquiagem aliada ao Visagismo, que quando utilizada de forma correta e com produtos adequados ao biotipo pessoal, pode contribuir positivamente nesse aspecto. Objetivo: Analisar a influência da automaquiagem na autoestima das mulheres. Metodologia: Pesquisa exploratória, descritiva, quase experimental e qualitativa, que ocorreu através da análise da escala de autoestima de Rosenberg, entrevista e escala de satisfação pessoal, com um grupo de 7 mulheres, com idade acima dos 18 anos, participantes de dois dias de workshop prático de automaquiagem. Resultados: Melhora na visão positiva de si mesmas nas voluntárias. O aumento positivo no nível de autoestima ocorreu, pois a utilização correta das técnicas de automaquiagem aliadas ao Visagismo levou às participantes a momentos de reflexão e análise sobre si mesmas, tornando o processo de identificação de imagem mais claro e eficaz. Priorizando as belezas individuais e desmistificando as técnicas de maquiagem de forma coerente com a personalidade e gostos das voluntárias. Conclusão: A prática da Automaquiagem pode ser o passo inicial que impulsionará a busca por diversas outras ferramentas para a manutenção de uma autoestima positiva e saudável, levando assim a um aumento na qualidade de vida do sujeito.

Palavras-chave: Automaquiagem. Autoestima. Mulheres.

1 Artigo apresentado como trabalho de conclusão do Curso de Superior de Tecnologia em Cosmetologia

e Estética da Universidade do Sul de Santa Catarina, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Cosmetologia e Estética.

2 Acadêmica da 5ª fase do curso de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da Universidade do Sul

de Santa Catarina – UNISUL. E-mail: nandaafsilva@gmail.com

3 Professora Orientadora do Curso Superior de Tecnologia em Cosmetologia e Estética da

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1 INTRODUÇÃO

A imagem corporal pode ser definida como uma síntese das vivências humanas refletidas em seu corpo, Freud (1980) compreende que a percepção de si mesmo é o que dá a identidade e o reconhecimento do self, levando em consideração que o ego inicialmente, é totalmente corporal.

A autoestima é o aspecto avaliativo do self, ou seja, a avaliação que o sujeito faz de si em termos de valores; é a forma como nos sentimos acerca de nós mesmos, afetando crucialmente todos os aspectos da nossa experiência (DA SILVA et al, 2013).

A imagem que construímos de nós mesmos é baseada naquilo que vemos e apropriamos do nosso corpo. Entretanto, podemos percebê-lo como defeituoso, indesejado e fonte de grande sofrimento (FERRAZ, SERALTA, 2007).

Veiga (2006) acrescenta que a autoimagem é uma representação interna e psíquica capaz de destruir a autoestima, podendo ter como consequência prejuízos emocionais como quadros de depressão e distúrbios alimentares, ou seja, sofrimento. Pessoas que não se sentem atraentes são mais propensas a avaliações negativas de si mesmas.

Ao encontro deste aspecto Floriani et al (2010) cita que o conceito de autoestima tem sido considerado um indicador importante da saúde mental, pois é através desta capacidade que o ser humano percebe o seu valor, consegue traçar metas e objetivos e reconhece também suas potencialidades. E que a autoestima, resumidamente, refere-se a auto aceitação ou não em relação a si mesmo, aprovando ou desaprovando a própria imagem, atitudes, princípios, crenças e valores.

Por isto, é notório que a manutenção de uma autoestima positiva proporciona o equilíbrio geral da saúde mental, dessa forma as relações pessoais e interpessoais são favorecidas e alimentadas de formas saudáveis e consistentes. Ao encontro disto, Branden (2000) enfatiza que a presença de uma autoestima positiva leva o indivíduo a sentir-se confiante, adequado à vida, competente e merecedor, sendo assim, indispensável para uma vida satisfatória.

Desenvolver uma autoestima positiva através de uma vaidade saudável não é sinônimo de narcisismo, Tornambe (2010) sugere que a este aspecto da vaidade, quando cultivada saudavelmente, eleva o grau de confiança e traz uma sensação de conforto de estar na sua pele e uma visão positiva de si mesmo ao

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indivíduo, possibilitando assim a capacidade de enxergar e trabalhar seus pontos fortes e fracos da melhor maneira possível.

Tendo em vista estes aspectos faz se necessária a busca constante de formas de exprimir positivamente a autoestima. Cezimbra (2014) apresenta que, entre as várias formas de expressar a autoestima da mulher, destaca se o culto a beleza e bem-estar que supõe se que já venha de 400 a.c. aproximadamente. Diante disto o mercado da beleza dispõe de diversos instrumentos que auxiliam nessa busca da aceitação e autovalorização e um instrumento disponível é a Automaquiagem aliada ao Visagismo.

Na etiologia da palavra, AUTO: (do grego autós, -ê, -ó, eu mesmo, ele mesmo, mesmo) exprime a noção de próprio, de si próprio, por si próprio. MAQUIAGEM: Substância usada para ficar mais bonito(a). Geralmente usada no rosto. Pode ser um conjunto de itens: base, pó, lápis de olho, batom, brilho labial, máscara de cílios, delineador, sombra, etc. (FERREIRA, 1988). Portanto auto maquiagem refere-se ao ato de “se maquiar”.

Molinos (2010) defende que a maquiagem não é um nicho reduzido a profissionais, e enfatiza que o próprio indivíduo tem ampla capacidade para saber e fazer a sua maquiagem, afirmando seu estilo pessoal e evidenciando o que acredita que tem de melhor, sendo um recurso que existe para expressar suas ideias e personalidade independente de modismos, padrões de beleza e protocolos prontos.

O termo Visagismo, derivado da palavra francesa visage, que significa “rosto”, foi criado em 1936 pelo cabeleireiro e maquilador francês, Fernand Aubry, surgiu no final dos anos 30, e segundo Hallawell (2008) com o objetivo de valorizar a beleza individual e da não padronização como uma regra geral de beleza. Refere-se à arte de criar uma imagem pessoal, revelando as qualidades de uma pessoa, utilizando de recursos como o corte, delineamento de sobrancelhas, maquiagem, cosméticos, coloração de cabelos e penteados entre outros.

Ao encontro de Hallawell, Molinos (2010) ressalta que a maquiagem não serve apenas para embelezar, é um poderoso acessório que reforça seu estilo, a personalidade ou atitude. Porém não se trata de se encaixar em uma máscara, e sim em explorar diversas possibilidades do uso desta ferramenta.

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Diante destes aspectos é possível compreender que a Automaquiagem aliada ao Visagismo pode propiciar ao praticante, o aumento do autoconhecimento e das técnicas que evidenciam os pontos positivos de suas feições faciais que deseja destacar. Levando assim a oportunidade de revelar melhores versões dela mesma, e o não encaixe de uma máscara, que a transformará em outra pessoa.

Nesse sentido o objetivo deste artigo foi de averiguar através da escala de autoestima de Rosenberg, qual a influência sobre a autoestima, com a prática da automaquiagem em dois dias de workshop, em mulheres adultas.

2 METODOLOGIA

A presente pesquisa teve como natureza exploratória, descritiva, quase experimental e qualitativa e ocorreu através da análise da escala de autoestima de Rosenberg, entrevista e escala de satisfação pessoal, com um grupo de 7 mulheres, acima dos 18 anos, participantes de dois (2) dias de workshop prático de automaquiagem.

As voluntárias foram escolhidas através da divulgação dos workshops dentro da Unisul, bem como nos canais de mídias sociais da internet. O presente estudo foi realizado na Clínica Escola de Cosmetologia e Estética da UNISUL, localizada na Avenida Pedra Branca, 25, Cidade Universitária Pedra Branca, CEP 88137- 270, Palhoça, SC.

Após o projeto ser aprovado pelo Comitê de Ética da Unisul, sob o protocolo de número 74394417.8.0000.5369, a coleta dos dados foi realizada nos dias 20/10/2017 e 27/10/2017. Foram utilizados como critérios de inclusão: mulheres com idade entre 18 e 60 anos, que tivessem interesse em participar dos workshops de automaquiagem. Estas, aceitaram participar da pesquisa através da assinatura do Termo de consentimento Livre e Esclarecido e do Termo de autorização de uso de imagem.

Foram utilizados como critérios de exclusão: Pessoas alérgicas a algum cosmético e maquiagens, o não comparecimento aos dois dias de workshop de automaquiagem e profissionais integrantes da área da Estética.

As voluntárias foram enumeradas de 01 a 07 aleatoriamente e então foram coletadas as respostas da escala de auto estima, desenvolvida originalmente por

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Rosenberg (1965), intitulada Rosenberg self-esteem, baseada na adaptação de Hutz (2000) para o Brasil. Possuindo dez itens, sendo seis referentes a uma visão positiva de si mesmo e quatro referentes a uma visão autodepreciativa/negativa.

As voluntárias responderam dois questionários idênticos, antes e depois dos workshops, em uma escala tipo Likert de cinco pontos da seguinte forma: 1 = Discordo totalmente, 2 = Discordo, 3 = Nem concordo, nem discordo, 4 = Concordo 5 = Concordo totalmente. Foi realizada a soma dos valores das questões positivas bem como das negativas, sendo que quanto maior o valor das somas das positivas e mais baixo o das questões negativas, considera-se mais alto o nível de autoestima da participante, levando assim a comparação das pontuações entre as fichas.

Objetivando uma maior consistência dos resultados, foi adotado também a realização de uma entrevista pessoal, sobre aspectos relacionados ao workshop, bem como uma escala simples de avaliação de satisfação pessoal que foi respondido ao final do segundo dia.

Foi solicitado para as voluntárias que respondessem o mais rapidamente a todos os protocolos de investigação, transcrevendo o que surgia como resposta de imediato sobre a questão, para que realmente pudesse apresentar um resultado fidedigno às emoções e sentimentos de cada uma. Foram utilizados os aspectos éticos que permeiam o trabalho com seres humanos, realizado uma explicação dos objetivos, metodologia e garantia de confidencialidade e sigilo do seu nome. Todas as voluntárias foram previamente informadas sobre a desistência voluntária e espontânea a qualquer momento da pesquisa.

A coleta dos procedimentos de escalas e entrevistas foram realizadas após uma explicação audiovisual, através de slides, perante a todo grupo. Os conteúdos dos workshops ocorreram com 6 dias de intervalo entre um e outro, com o objetivo de que as voluntárias já implementassem os novos hábitos da maquiagem durante o experimento.

As voluntárias aprenderam a se maquiar utilizando o seu próprio material, porém foi disponibilizado um material completo de apoio da pesquisadora, que atua como Maquiadora Profissional e instrutora de Cursos da área há 7 anos. O conteúdo ministrado foi apresentado com auxílio de slides, foi disponibilizado também apostila contendo todos os conteúdos ensinados para cada participante e o mesmo foi dividido da seguinte forma:

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Dia 1: História da Maquiagem; Visagismo e Maquiagem; Cuidados pré maquiagem; Tipos de Pele; Formatos de Rostos; Máscara da Beleza; Preparação de pele (primer, base, corretivos, pó facial, contornos, blush e iluminador)

Dia 2: Correção de Sobrancelhas; Estruturas dos olhos; Delineado correto aplicado; Aplicação de Batom; Cores corretas para cada tom de pele.

Inicialmente contou-se com o número de 10 participantes, porém três voluntárias contaram com problemas pessoais, duas não compareceram no primeiro dia e uma não pode estar presente no segundo dia de workshop, levando assim à perda da amostra inicial para 7 participantes.

Foram feitas fotos das participantes antes e depois de maquiadas com câmera profissional da marca NIKON, modelo D-5100, as fotos foram tiradas com iluminação direta em forma de anel (ring ligth), possibilitando uma foto sem sombras, com fundo escuro, e a câmera posicionada há 60 cm da participante na altura dos olhos, sem utilização de zoom. As montagens das fotos foram feitas com o programa de computador PICASA, e não foi feita nenhuma edição de imagem afim de averiguar e comprovar os resultados.

Os resultados das pontuações das Escalas de Autoestima de Rosenberg foram apresentados em forma de gráficos, e as entrevistas de satisfação pessoal transcritas de modo geral em forma de texto, como seguirão descritas abaixo.

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com o gráfico geral das pontuações da escala de autoestima de Rosenberg (Gráfico 1), o grupo obteve um aumento de 26 pontos nas questões positivas e uma diminuição de 11 pontos nas questões autodepreciativas/negativas. Levando em consideração que, quanto menor a pontuação nas questões negativas, maior é o nível de autoestima, podemos afirmar que a pesquisa proporcionou uma melhora na visão positiva de si mesmas nas voluntárias.

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Gráfico 1 – Gráfico da soma geral da Escala de Rosenberg.

Fonte: Elaboração da autora, 2017.

Ao avaliar individualmente (Gráfico 2) podemos perceber um aumento mais significativo nas pontuações das questões positivas nas voluntárias V1, V2 e V6, estas apresentando também uma diminuição nos pontos das questões negativas (Gráfico 3), evidenciando que a prática da automaquiagem aliada ao Visagismo é uma possibilidade para praticar a vaidade de forma saudável.

Gráfico 2 – Soma das Questões Positivas Antes e Depois da Escala de Rosenberg.

Fonte: Elaboração da Autora, 2017.

163

189 74

63

Positivas ANTES Positivas DEPOIS Negativas ANTES Negativas DEPOIS

18 18 30 26 22 20 27 30 23 30 27 24 27 28 0 5 10 15 20 25 30 35 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 Es ca la d e P o n to s Voluntárias Antes Depois

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Gráfico 3 – Soma das questões Negativas Antes e Depois da Escala de Rosenberg

Figura 3. Dados coletados pela pesquisadora, 2017.

De uma forma geral, é possível observar que houve um aumento dos pontos nas questões positivas de seis (6) voluntárias e houve diminuição nas pontuações das questões negativas de cinco (5) das participantes. Apresentando que mais da metade das voluntárias obtiveram um impacto positivo na autoestima, produzindo resultados de importância relevantes.

Através análise da escala de satisfação pessoal, onde obteve-se 100% de satisfação e pelas entrevistas pessoais, pudemos perceber que todas as participantes relataram que vivenciaram uma oportunidade de se conhecer melhor e de se sentirem belas, independentemente de estarem maquiadas ou não.

A experiência proporcionou às voluntárias um momento único em que precisaram se analisar frente ao espelho, pois reproduziram técnicas adequadas ao seu biotipo com o objetivo valorizar suas belezas já existentes.

Seis (6) dos sete relatos descritos, informam que os conhecimentos e técnicas adquiridos do workshop trouxeram a possibilidade do autoconhecimento e aceitação, corroborando com o fato de que a automaquiagem trouxe mais confiança para enfrentar o dia a dia, valorizando os pontos fortes das suas feições proporcionando assim, um resultado visivelmente mais harmônico e o aumento da admiração por si mesmas.

A voluntária nº 5 relatou que o workshop proporcionou um aumento significativo dos conhecimentos das técnicas de maquiagem, pois apesar de já fazer o uso da maquiagem na sua rotina, percebeu que utilizava alguns produtos e técnicas

17 14 5 9 15 10 4 16 11 4 9 11 8 4 0 2 4 6 8 10 12 14 16 18 V1 V2 V3 V4 V5 V6 V7 Es ca la d e P o n to s Voluntárias Antes Depois

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de forma inadequada para o seu biotipo. Essa falta dos conhecimentos das técnicas de maquiagem aliadas ao Visagismo, pode ser um dos fatores que levam muitas mulheres a desistirem de usar a maquiagem no seu dia-a-dia. Outro fator que pode levar a este abandono seria a projeção de uma imagem distorcida de si mesmas que é resultante de uma má execução da automaquiagem, levando ao não reconhecimento de sua imagem perante ao espelho.

Outra discussão relevante e necessária na atualidade é a despadronização da beleza imposta, e por isso, a importância do Visagismo ao reproduzir técnicas de maquiagem. Esse processo proporciona ao praticante a utilização correta para executar em suas feições, dando-lhe liberdade para evidenciar e focar nos aspectos que tem de positivo de sua imagem. Molinos (2010) ressalta que não se trata de se mascarar/esconder seus defeitos atrás da maquiagem e sim, buscar em si, diversas versões de você mesmo evitando assim a padronização da figura feminina.

Ao encontro deste aspecto, o Visagismo, conforme Hallawel (2009), se propõe à despadronização da imagem, exaltando que cada beleza é única e singular. Um dos aspectos dessa despadronização é o sistema de avaliação temperamental apresentado dentro do estudo do Visagismo, que surgiu há cerca de dois mil e quinhentos anos e foi criado por Hipócrates.

Os temperamentos humanos foram divididos em quatro categorias: sanguíneo, colérico, melancólico e fleumático, sendo que todas as pessoas apresentam características das quatro categorias, mas em graus diferentes. Essas características têm aspectos positivos, chamados de forças, e outros negativos, chamados de fraquezas. Existem pessoas que revelam pertencer essencialmente a uma única categoria, e outras que se mostram uma mistura de dois ou até três tipos. Há também aquelas que têm suas forças concentradas em uma categoria e suas fraquezas em outra, salienta Hallawell (2009).

Uma das dinâmicas utilizadas no último dia de workshop foi o questionamento sobre o uso do batom vermelho, que pode trazer um maior entendimento das características pessoais da personalidade de cada voluntária através da identificação dos quatro temperamentos. Como por exemplo: apenas as mulheres com características do temperamento colérico afirmaram que usariam ou usam o batom vermelho.

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Hallawel (2008) salienta que pessoas com temperamento colérico expressam atitude, são determinadas, emotivas, dramáticas, passionais, muitas vezes explosivas e são motivadas pelo desafio. As características físicas do temperamento colérico se apresentam com o formato do rosto mais quadrado, com queixo forte e pronunciado. É marcado pelas linhas retas e horizontais, como podemos perceber na foto da Voluntária 6 (Figura 1).

Figura 1 - Voluntária 6, com características Coléricas (que relatou usar batom vermelho).

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Para Resina (2009) o batom vermelho é um item clássico na maquiagem e ressalta a imagem da mulher ousada. Porém o seu uso é relacionado por algumas pessoas, com uma conotação negativa influenciada por diversos fatores emocionais/temperamentais e pela falta de representação/ identificação.

A Voluntária nº 3 (Figura 5), que possui características do temperamento Melancólico, relatou se sentir muito exposta ao utilizar o batom vermelho. Para Hallawell, 2008 os melancólicos costumam ser organizados, disciplinados, sensíveis, pacientes, elegantes, introvertidos e competentes. Não gostam de enfrentar coisas novas, preferem a rotina. Ou seja, reportam uma tendência a não ousar. As características físicas apresentadas pelos melancólicos tendem a ter o físico magro e longilíneo, o rosto oval, a testa, alta, e o queixo frequentemente retraído. É guiado pelas linhas curvas, que expressam lirismo, sensibilidade e delicadeza.

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Figura 5: Voluntária 3 com características físicas do temperamento melancólico.

Fonte: Elaborado pela autora, 2017.

Os resultados visuais das imagens realizadas antes e depois apresentou um efeito suave, pois o maior objetivo com o ensinamento das técnicas foi de introduzir sutilmente as participantes nesse universo amplo e possibilitar a reprodução das técnicas posteriormente na rotina diária das voluntárias.

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(Voluntária 2)

(Voluntária 4)

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(Voluntária 7)

A utilização correta das técnicas aliada a personalização da imagem através do Visagismo proporcionou às participantes momentos de reflexão e análise, tornando o processo de identificação de imagem mais claro e eficaz, priorizando as belezas individuais e desmistificando as técnicas de maquiagem de forma coerente com a personalidade e gostos das voluntárias. ANDRADE et all (2009) afirma que depois de resolvidas as questões ligadas a autoimagem, os indivíduos podem construir um autoconceito mais saudável e positivo.

Brandem (2000) relata que a função da autoestima não é somente trazer uma sensação positiva sobre si mesmo, mas também de que se viva melhor. O aprendizado das técnicas de automaquiagem, proporcionou a essas mulheres a oportunidade de experimentar uma nova perspectiva sobre a sua imagem pessoal, aprendendo a reconhecer e realçar suas características positivas, que, consequentemente desencadeará uma série de mudanças e situações positivas em outros aspectos da sua vida.

Uma vez que toda mudança exterior provoca reações e mudanças internas (HALLAWELL, 2008), o trabalho realizado com esse grupo de mulheres proporcionou um acréscimo positivo na autoestima considerado significativo e que proporcionou conhecimentos que serão lembrados para o resto da vida pelas voluntárias, bem como momentos de autoconhecimento e aceitação.

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4 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Além de buscar entender qual influência que a automaquiagem tem sobre a autoestima das mulheres, um dos principais objetivos da realização desta pesquisa foi fomentar, por parte dos profissionais da área a necessidade de mais estudos neste ramo. Muitas foram as dificuldades de encontrar referências relevantes para a execução do presente trabalho, e poder contribuir para o eixo da maquiagem em nível científico tornou-se motivação para a execução deste, mesmo perante todas as dificuldades em encontrar referências teóricas da área.

Porém, para que se possa trazer mais reconhecimento como pesquisadores, necessita-se que mais profissionais da área de Maquiagem e Estética se proponham a investigar e a pesquisar cada vez mais. Para obter resultados mais satisfatórios sugere-se também a repetição de estudos como este, com amostragem maior e em mais dias de workshop, afim de aprofundar os conteúdos e conhecimentos adquiridos.

O presente estudo proporciona o acesso a um aprendizado técnico de Automaquiagem através do Visagismo, também demonstra que são técnicas que podem apresentar resultados significativos e efetivos na promoção da saúde. Conforme o conceito da Organização Mundial da Saúde (2011), a saúde não é apenas ausência de doença, mas também um completo bem-estar físico, social e mental.

Cabe ressaltar que a análise do Visagismo, feita nos resultados e discussão do presente trabalho, foi executada de forma rápida e literal necessitando de mais vivências com as voluntárias para exprimir com consistência um diagnóstico mais preciso acerca dos temperamentos explicados anteriormente.

A maquiagem não é o único dos recursos existentes para o resgate de uma autoestima positiva. Todas as ferramentas que proporcionam um aprofundamento no autoconhecimento (preferências individuais, tipos de roupas, terapias diversas, consultorias e etc.) são maneiras de se priorizar, que buscam um olhar para dentro de si mesmo. A prática da Automaquiagem pode ser o passo inicial que impulsionará a busca por diversas outras ferramentas para a manutenção de uma autoestima positiva e saudável, levando assim a um aumento na qualidade de vida do sujeito. Ou seja, aprender técnicas de valorização personalizadas, não padronizadas e que busquem o conceito da beleza única e especial de cada um pode ser a chave para abrir portas de múltiplas felicidades.

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SELF MAKE UP: THE INFLUENCE IN THE SELF-ESTEEM OF WOMEN

Abstract: Self-image is an internal and psychic representation capable of destroying self-esteem, which can lead to emotional losses such as depression and eating disorders, that is, suffering. Self-esteem is the evaluation that the subject makes of himself in terms of values; is how we feel about ourselves, affecting crucially all aspects of our experience. The presence of a positive self-esteem leads the individual to feel confident, fit for life, competent and deserving, and thus indispensable for a satisfactory life. This self-valorization is not synonymous with narcissism, so it is necessary to

search for ways of expressing it positively.

In front of this the beauty market has several instruments that help in this search for acceptance and self-valorization. An instrument available is the Self-Make-up, combined with Visagism, which, when used correctly and with products suitable for the personal biotype, can contribute positively in this aspect. Objective: To analyze the

influence of self-makeup on women's self-esteem.

Methodology: The present study was exploratory, descriptive, quasi-experimental

and qualitative, and it was performed through the analysis of the Rosenberg self-esteem scale, interview and personal satisfaction scale, with a group of 7 women, aged over 18 , participants of two (2) days of practical workshop of self-makeup. Results:

We can affirm that the research provided an improvement in the positive view of themselves in the volunteers. The group obtained a positive increase in the level of self-esteem after the workshops, because the correct use of the techniques as well as the deepening in techniques of self-knowledge led the participants to moments of reflection and analysis, making the image identification process more clear and effective. Conclusion: The practice of Automaquiagem can be the initial step that will drive the search for several other tools to maintain a positive and healthy self-esteem, leading to an increase in the quality of life of the subject.

Keeywords: Self-makeup. Self-esteem. Women. REFERÊNCIAS

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Apêndice A – FOTOS

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