SUPRAM – TM e AP
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PARECER ÚNICO
PROTOCOLO Nº 082035/2009
Indexado ao(s) Processo(s)
Licenciamento Ambiental Nº: 00272/2000/004/2003
Licença de Operação CorretivaOutorga Nº: 3165/2004
Empreendimento: UNIÃO COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA
CNPJ: 25.630.575/0001-19
Município: Uberlândia
Unidade de Conservação: Parque Municipal Distrito Industrial (Cinturão Verde), Parque
Municipal Victorio Siquieroli e Parque Municipal Luizote de Freitas.
Bacia Hidrográfica: Rio Araguari
Sub Bacia: Rio Uberabinha
Atividades objeto do licenciamento:
Código DN 74/04
Descrição
Classe
E-01-16-3
Terminal de cargas exceto minérios e produtos químicos
e petroquímicos.
3
Medidas mitigadoras: (X) SIM ( ) NÃO
Medidas compensatórias: ( ) SIM (X) NÃO
Condicionantes: (X) SIM ( ) NÃO
Automonitoramento: ( X )SIM ( ) NÃO
Responsável pelo empreendimento
Cargo
Aderbal Paranhos Júnior
Coordenador de Desenvolvimento e gestão
Responsável Técnico pelos Estudos Técnicos Apresentados
Registro de classe
Maurício Soares Gasques (Eng. Químico)
CREA 47233/D-MG
Wilson Akira Shimizu (Eng. Civil)
CREA-SP 122982
Processos no Sistema Integrado de Informações Ambientais – SIAM SITUAÇÃO
Relatório de vistoria/auto de fiscalização: 082234/2009
DATA: 14/08/08
Data: 18/03/2009
Equipe Interdisciplinar:
MASP
Assinatura
Evandro de Abreu Fernandes Júnior
1.155.586-9
Luciene de Paula Oliveira
1.198.226-1
Amilton Alves Filho
1.146.912-9
Arlene Cortes da Rocha
1.148.094-4
Junia Gontijo Cunha
1.176.635-9
Kamila Borges Alves
1.151.726-5
Wanessa Rangel Alves - Estagiária Acadêmica
Rodrigo Angelis Alvarez
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1. INTRODUÇÃO
O empreendimento UNIÃO Comércio Importação Exportação Ltda. – Atacado Distribuidor, localizado na Rodovia Municipal Neuza Rezende, KM 03, Distrito Industrial do município de Uberlândia, vem, através do processo administrativo nº. 00272/2000/004/2003, requerer a Licença de Operação Corretiva.
Na data de 24 de janeiro de 2003, a empresa requereu, junto à FEAM, Licença de Operação Corretiva, conforme protocolo FEAM no. 063383/2002 para o respectivo empreendimento.
O Relatório de Controle Ambiental (RCA) apresentado, atendendo aos requisitos do Processo de Licença Prévia (LP), foi elaborado por ECOPLANO Projetos Ambientais (Julho de 2000), Equipe Técnica Responsável, Maurício Soares Gasques, Engenheiro Químico (CREA 47233/D-MG) e Wilson Akira Shimizu, Engenheiro Civil (CREA SP 122.982).
2. DIAGNÓSTICO AMBIENTAL
2.1.
CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO
A empresa UNIÃO Atacadista está instalada em uma propriedade rural de 26,9 hectares. A respectiva área situada na beira da rodovia supracitada encontra-se, atualmente, dentro do distrito industrial de Uberlândia, havendo em sua divisa norte a nascente de um curso d’água, tributário do rio Araguari e na porção sudeste, a Reserva Legal de 5,39 hectares.
A atividade principal do empreendimento é a comercialização atacadista e a atividade de logística de distribuição de gêneros para supermercados e varejistas. Os itens comercializados (número da ordem de 2400 itens) são classificados de acordo com as seguintes categorias: Farmacêuticos,
Higiene e Beleza, Agropecuária e Camping, Limpeza e Conservação, Bebidas, Biscoitos e
Bombonier, Institucional (Restaurantes), Utilidades Domésticas, Material Escolar/Escritório,
Alimentícios, Bicicletas, Importados e Diversos.
Com relação à atividade realizada pela empresa, segundo a DN COPAM 74/2004, o empreendimento enquadra-se como Terminal de Cargas, exceto minérios, produtos químicos e petroquímicos, código E-01-16-3, sendo o parâmetro para sua classificação a área total em hectares. De acordo com os estudos apresentados, a área total do empreendimento é de 26,9 hectares, sendo de médio porte e médio potencial poluidor – CLASSE 5.
Além do terminal de cargas, o empreendimento é composto de boxe de lavagem, posto de abastecimento de combustível destinado ao atendimento da frota de caminhões e oficina de manutenção.
O óleo diesel utilizado para o abastecimento dos veículos é estocado em três tanques aéreos de 15m3/cada, inseridos em bacia de contenção. Ambos os tanques foram instalados em 2002 – tanque atmosférico em aço carbono (ABNT NBR 13312) de parede simples com revestimento. As unidades abastecedoras são do tipo pedestal composta por Kit de Bomba Industrial, possuem válvulas de retenção nos pedestais de abastecimento seguido de válvula esfera e não há SUMP’s (unidades coletoras sob as bombas) como se dá nas bombas comerciais. Quaisquer vazamentos nas bombas seguem por canaletas até a caixa separadora de água e óleo. A respectiva unidade encontra-se coberta e as canaletas na sua projeção.
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Conforme declaração de anuência emitida pela Secretaria Municipal de Planejamento e Meio Ambiente, processo no. 19242/2008, o empreendimento desta declaração, em observância à Lei nº 9.985, de 18 de julho de 2000, SNUC, nas condições hoje verificadas, não provoca interferência ambiental negativa às Unidades de Conservação Parque Municipal Distrito Industrial (Cinturão Verde) (4,3km), Parque Municipal Victorio Siquieroli (5,1km) e Parque Municipal Luizote de Freitas (9,8km).Conforme certificado no. 1261/2008 emitido pela Diretoria de Atividades Técnicas (DAT) do Quinto Batalhão do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, a edificação de propriedade da UNIÃO COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO Ltda. possui processo de segurança contra incêndio e pânico aprovado conforme as normas previstas no decreto estadual no. 44746 de 29 de fevereiro de 2008, e demais dispositivos legais pertinentes.
A Empresa UNIÃO Comércio Importação e Exportação Ltda. está autorizada a armazenar, distribuir, expedir, e transportar medicamentos, conforme AUTORIZAÇÂO do Ministério da Saúde AUTORIZ/MS nº. 1.05508.7.
2.1.1.
RESERVA LEGAL E ÁREA DE PRESERVAÇÃO PERMANENTE
A reserva legal e a área de preservação permanente encontram-se devidamente cercadas. A implantação da cerca foi constatada durante a vistoria realizada para subsidiar o processo de licenciamento prévio. A área de reserva legal soma 5,39 ha, não inferior aos 20% exigidos por lei, conforme AV-02-68.855.
2.2.
UTILIZAÇÃO DE RECURSOS HÍDRICOS
O empreendimento possui autorização de direito de uso de águas públicas estaduais para captação de água subterrânea, para fins de consumo humano, vazão autorizada de 5m3/h, tempo de captação de 1h15min por dia, 12 meses por ano, poço no ponto compreendido pelas coordenadas geográficas de 18°50’17”S de latitude e 48°18’19”W de longitude, com NE de 17,5m e ND de 22,5m e profundidade de 126m. A Portaria que autoriza a captação é de nº. 3165/2004, de 25 de novembro de 2004, com validade de 5 (cinco) anos.
2.3.
IMPACTOS IDENTIFICADOS
2.3.1. EFLUENTES LÍQUIDOSA lavagem diária de 20 caminhões por dia é a principal fonte geradora de efluente líquido. Drenagem oleosa oriunda do posto de abastecimento. Efluentes gerados na manutenção dos veículos.
2.3.2. ESGOTO SANITÁRIO
O esgoto doméstico é proveniente dos sanitários do setor administrativo e dos banheiros e sanitários destinados aos funcionários.
2.3.3. RESÍDUOS SÓLIDOS
Os resíduos sólidos relacionados no Programa de Acompanhamento de Resíduos Sólidos do empreendimento são: plásticos recicláveis gerados na montagem das cargas, diversos (copos
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plásticos, resíduos alimentares, papéis/higiene pessoal), resíduos diversos oriundos do acondicionamento de embalagens e matérias primas, resíduo de jardinagem, óleos residuais oriundos das atividades de manutenção mecânica, pneus e diversos resíduos de manutenção mecânica (peças e ferramentas usadas, estopas e uniformes contaminados, sucatas metálicas, etc.).Além destes resíduos sólidos citados acima, são gerados também, lâmpadas, baterias, produtos estocados danificados, óleos e resíduos sólidos oriundos das caixas separadoras de água óleo (SAO), tambores vazios, material de ambulatório e lodo de fossa séptica.
2.3.4. RUÍDOS
Não há fonte estacionária geradora de ruídos, pois não possui máquinas ou equipamentos de transformação ou produção que possam gerar ruídos. A característica da atividade do atacado, pelo seu histórico, trabalha com níveis de ruídos bem abaixo do limite, sendo utilizados equipamentos tais como: empilhadeiras elétricas de baixo impacto, palleteiras pneumáticas e com rolamentos de borrachas, armazenamento em transpalletes fixados e estáticos e estrutura de armazenagem devidamente preparada para suportar grandes volumes de movimentação de mercadorias.
2.4.
MEDIDAS MITIGADORAS
2.4.1. EFLUENTES LÍQUIDOSA tancagem de combustível bem como o posto de abastecimento encontram-se inseridos em bacia de contenção. O efluente oleoso gerado na área de abastecimento é direcionado para caixa separadora de água e óleo. O efluente das caixas é direcionado para o sistema de tratamento de esgoto para depois a disposição em vala de infiltração.
O efluente do lavador de veículos é tratado através de caixa desarenadora seguido de separador de água óleo. Após o separador, o efluente é então contido em uma caixa de recirculação que retorna ao lavador o efluente tratado para ser utilizado na limpeza inicial dos veículos. O sistema de reciclagem promove o retorno ao lavador de 50% de todo o efluente gerado. Esta mesma caixa possui um ladrão que destina o efluente não recirculado para uma lagoa facultativa. Nesta lagoa, o efluente é tratado e armazenado até ser utilizado na irrigação dos taludes gramados e das áreas de jardim do respectivo empreendimento.
A área de manutenção, onde é realizada a lavagem de peças, troca de óleo e operações de lubrificação – é contemplada por sistema de coleta e separação de óleos e graxas. Após o respectivo tratamento, o efluente é disposto junto com o esgoto sanitário.
O Sistema de Lavagem de Veículos (Projeto Complementar de Implantação) foi elaborado pelo Engenheiro Químico Maurício Soares Gasques (CREA 47233/D-MG). O projeto de irrigação com água residual foi elaborado pelo engenheiro agrônomo José Paulo Valarelli, CREA 126.752/D.
2.4.2. ESGOTO SANITÁRIO
O sistema adotado para tratamento do esgoto gerado no empreendimento compõe-se de tanque séptico seguido de filtro anaeróbio e valas de infiltração construídas sobre um aterro. O respectivo tratamento foi elaborado em conformidade com as normas NBR 7729/1993 e NBR 13969/1997.
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O efluente gerado na limpeza do filtro é direcionado à caixa de passagem, onde se juntará com o esgoto sanitário e o efluente da caixa SAO responsável por atender o posto de abastecimento. O percolado do leito de secagem, efluente gerado na etapa de secagem do lodo gerado na fossa séptica, retorna à fossa séptica para promover seu tratamento.O NA encontra-se a 3,5m de profundidade da área da vala de infiltração. Existem três poços de monitoramento (piezômetros) do lençol freático localizados lateralmente à região das valas de infiltração.
Segundo a NBR 13969 – Tanques Sépticos, Unidades de Tratamento Complementar e Disposição Final dos Efluentes Líquidos, vala de infiltração é um processo de tratamento/disposição final do esgoto que consiste na sua percolação no solo, onde ocorre a depuração devido aos processos físicos (retenção de sólidos) e bioquímicos (oxidação). Como utiliza o solo como meio filtrante, seu desempenho depende grandemente das características do solo, assim como do seu grau de saturação por água.
De acordo com NBR acima citada, deve ser mantida uma distância mínimia vertical entre o fundo da vala de infiltração e o nível máximo da superfície do aqüífero a 1,5m.
O uso de vala de infiltração é preferível como substituto do sumidouro, quando o lençol freático é muito elevado ou o terreno pouco permeável. A percolação do líquido através do solo permitirá a mineralização dos esgotos, antes que estes se transformem em fonte de contaminação das águas subterrâneas e de superfície. A área por onde são assentadas as canalizações de infiltração também são chamados de campo de nitrificação. (Fundação Nacional de Saúde – FUNASA – Manual de Saneamento, Brasília, 2004, p.206).
Para avaliação do sistema adotado (fossa séptica, filtro anaeróbio e vala de infiltração) como método de disposição do esgoto sanitário, foram apresentados, após solicitação, laudos de análise do efluente bruto, efluente tratado e piezômetro instalado após vala de infiltração. Ambas as análises foram realizadas em setembro de 2008 pelo Laboratório de Ensaios de Alimentos e Meio Ambiente do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI/FIEMG) de Uberlândia. Os resultados estão dispostos na tabela a seguir.
Parâmetros Entrada Saída Piezômetro
DBO (mg/L) 291,00 204,00 9,80
DQO (mg/L) 472,44 328,17 15,41
Óleos e Graxas (mg/L) 59,60 33,20 13,20
pH 6,63 6,62 5,70
Sólidos Suspensos Totais (mg/L) 225,00 37,00 14,50
Detergente (mg/L) 4,26 3,44 0,21
Temperatura (°C) 25,0 25,00 25,00
Tabela 1: resultados das análises realizadas para as amostras Efluente de Entrada da ETE,
Efluente de Saída da ETE e Efluente do Piezômetro.
De acordo com os valores apresentados foi possível determinar a eficiência de remoção dos parâmetros DBO5,20 e DQO – 30% e 30,53% respectivamente para o sistema tanque séptico
seguido de filtro anaeróbio. Estes valores de eficiência estão abaixo da faixa determinada pela NBR
13969/1997 que dispõe sobre o projeto, construção e operação de tanques sépticos da ABNT.
Segundo esta norma, em sua Tabela 1 – Faixas prováveis de remoção dos poluentes, conforme o tipo de tratamento, consideradas em conjunto com o tanque séptico (em %), a
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eficiência de remoção dos parâmetros DBO5,20 e DQO esperada para operação do sistema tanqueséptico seguido de filtro anaeróbio submerso seriam 40 a 75% para DBO5,20 e 40 a 70% para DQO.
No entanto o sistema de tratamento utilizado pelo empreendimento conta ainda com uma Vala de Infiltração, sendo este o método de disposição do esgoto após fossa e filtro anaeróbio. Conforme os dados mensurados no piezômetro instalado logo após a vala, a eficiência do sistema fossa+filtro+vala de filtração para os parâmetros DBO5,20 e DQO foram respectivamente 96,6% e
96,7%. A tabela supracitada não dispõe sobre a eficiência do sistema operado em conjunto com Vala de Infiltração (somente Vala de Filtração).
Ao retirar uma amostra do piezômetro, outros fatores poderiam influenciar nestes parâmetros, como a capacidade de diluição destes parâmetros ao retirar uma amostra das águas subterrâneas. No entanto, é importante ressaltar que o período de amostragem (mês de setembro) das respectivas análises caracteriza período de seca, quando as contribuições pluviais são reduzidas e as águas subterrâneas apresentam seu nível mais baixo.
A equipe sugere como condicionante promover as adequações necessárias no sistema Fossa Sépticas seguida de Filtro Anaeróbio, uma vez que sua eficiência está bem abaixo da esperada para o sistema. A respectiva adequação deverá ser apresentada na forma de projeto acompanhado de ART do técnico responsável por sua elaboração.
Conforme a norma supracitada (NBR13969/2007 da ABNT), para manutenção da condição aeróbia no interior da vala de infiltração e desobstrução dos poros do solo, deve ser previsto o uso alternado de valas. Assim, o número mínimo de valas deve ser dois, cada um correspondendo a 100% da capacidade total necessária. As valas devem ser alternadas em um prazo máximo de 6 meses. Diante da exposição acima, retirada da referida norma da ABNT, e da condição do sistema utilizado pelo empreendimento, que conta somente com uma vala de infiltração, a equipe sugere como condicionante a instalação de uma nova vala. Esta medida deverá ser precedida de projeto acompanhado de ART, atendendo as disposições da Norma NBR13969/2007 da ABNT – item
5.1.3, Fatores determinantes no projeto e no uso da vala de infiltração (Características do solo onde
a vala de infiltração será instalada; nível máximo do aqüífero e distância vertical mínima deste; manutenção da condição aeróbia no interior da vala; distância mínima do poço de captação de água; processo construtivo; alternância; e índice pluviométrico).
Outro detalhe que chama atenção quanto à gestão dos efluentes gerados pelo empreendimento é a disposição do efluente das caixas Separadoras de Água e Óleo instaladas para promover a separação das drenagens oleosas geradas nas áreas de manutenção e posto de abastecimento, em conjunto com o esgoto sanitário, que passa por Fossa Séptica, Filtro Anaeróbio e Vala de Infiltração.
Segundo a NBR14605/2000 da ABNT que estabelece parâmetros para concepção, instalação e operação de sistema de drenagem oleosa para postos de serviços, e define afluente oleoso como todo resíduo oriundo de abastecimento de veículos, descarga de combustíveis, lavagem de veículos, troca de óleo serviços gerais, após passagem pelo sistema de drenagem, o efluente já praticamente isento de fração oleosa pode ser descartado na rede de coleta de esgoto sanitário ou, caso não exista, na rede de águas pluviais.
De acordo com análise do piezômetro a concentração de Óleos e Graxas na água subterrânea foi de 13,20mg/L, valor abaixo do parâmetro estipulado para lançamento em corpos hídricos superficiais – COPAM CERH 01/2008 e CONAMA 357/2005 (≤20mg/L para óleos minerais e
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≤50mg/L para óleos vegetais gorduras animais). No entanto trata-se de uma disposição em água subterrânea, cujo parâmetro não está determinado por Lei.Como a Resolução CONAMA 396/2008, que dispõe sobre a classificação e diretrizes ambientais para o enquadramento, prevenção e controle da poluição das águas subterrâneas, considera a necessidade de promover a proteção da qualidade das águas subterrâneas, uma vez que poluídas ou contaminadas, sua remediação é lenta e onerosa, a equipe sugere como condicionante a eliminação do direcionamento das drenagens oleosas provenientes das caixas SAO instaladas nas áreas de manutenção e abastecimento para o esgoto sanitário, uma vez que, mesmo que estas caixa estejam operando em conformidade com as disposições previstas em norma, seus poluentes ainda presentes são tóxicos (hidrocarbonetos diversos) e capazes de conferir ás águas subterrâneas características indesejáveis.
Caberá ao empreendedor apresentar nova proposta de disposição deste efluente levando em consideração seu potencial de poluição e o volume gerado.
Por fim o empreendedor estará condicionado a realizar o monitoramente trimestral do piezômetro caracterizando as amostras quanto aos parâmetros DBO5,20, DQO, Detergentes, Sólidos
sedimentáveis, Nitrogênio amoniacal, Nitrato, Fosfato e Coliformes fecais.
O sistema de tratamento de esgoto, as caixas SAO, e a lagoa facultativa também serão objetos de monitoramento, cujos parâmetros estão descritos no ANEXO AUTOMONITORAMENTO.
2.4.3. DRENAGEM PLUVIAL
A retenção do escoamento superficial nos períodos chuvosos é realizada em sulcos em curva de nível.
2.4.4. RESÍDUOS SÓLIDOS
O empreendimento executa um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos, selecionando, organizando e armazenando convenientemente todo o resíduo gerado no empreendimento. Nas dependências do empreendimento, existem locais específicos para a armazenagem temporária dos diversos resíduos sólidos. O resíduo sólido contido na caixa desaneradora foi caracterizado de acordo com a NBR10004 e esse apresentou característica suficiente para ser disposto no aterro sanitário municipal. O lodo da fossa séptica secado em leito de secagem é destinado ao aterro sanitário.
2.5.
CONTROLE PROCESSUAL
O processo encontra-se formalizado e instruído corretamente no tocante à legalidade processual, haja vista a apresentação dos documentos necessários e exigidos pela legislação ambiental em vigor, conforme enquadramento no disposto da Deliberação Normativa nº 74/2004.
Da mesma forma, o local e o tipo de empreendimento encontram-se de acordo com as normas, leis e regulamentos municipais, conforme Declaração da Prefeitura Municipal de Uberlândia/MG, presente nos autos.
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A equipe interdisciplinar de análise deste processo, do ponto de vista técnico e jurídico, opina pelo deferimento da concessão da Licença de Operação em caráter corretivo, prazo de validade de 6 (seis) anos para as atividade de Terminal de Cargas, exceto minérios e produtos químicos epetroquímicos do empreendimento UNIÃO COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÂO LTDA.,
localizada na Rodovia Neuza Rezende, KM 3, no município de Uberlândia/MG, desde que atendidas as medidas mitigadoras de impactos ambientais descritas neste parecer e no PCA apresentado, aliadas às condicionantes listadas no Anexo I, ouvida a Unidade Regional Colegiada do Conselho Estadual de Política Ambiental do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba.
Cabe esclarecer que a SUPRAM TM AP não possui responsabilidade técnica sobre os projetos dos sistemas de controle ambiental e programas de treinamento aprovados para implantação, sendo a execução, operação, comprovação de eficiência e/ou gerenciamento dos mesmos, de inteira responsabilidade da própria empresa, seu projetista e/ou prepostos.
Data:
18/03/2009
Equipe Interdisciplinar:
MASP
Assinatura
Evandro de Abreu Fernandes Júnior
1.155.586-9
Luciene de Paula Oliveira
1.198.226-1
Amilton Alves Filho
1.146.912-9
Arlene Cortes da Rocha
1.148.094-4
Kamila Borges Alves
1.151.726-5
Wanessa Rangel Alves – Estagiária Acadêmica
Junia Gontijo Cunha
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ANEXO I
Processo COPAM Nº: 000272/2000/004/2003
Classe/Porte:
3
/
M
Empreendimento: UNIÃO COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.
Atividade: Terminal de Cargas exceto minérios e produtos químicos e
petroquímicos
Endereço: Rodovia Neuza Rezende KM 03.
Localização: Zona Rural.
Município: Uberlândia.
Referência: CONDICIONANTES DA LICENÇA
VALIDADE:
06 anos.
ITEM
DESCRIÇÃO
PRAZO
*1
Promover as adequações necessárias no sistema Fossa Sépticas seguida de Filtro Anaeróbio. A respectiva proposta de adequação deverá ser apresentada antecipadamente na forma de projeto acompanhado de ART do técnico responsável por sua elaboração.
3 meses*
2
Instalar uma nova Vala de Infiltração para disposição do efluente sanitário. O projeto deverá ser acompanhado de ART, e atender
as disposições da Norma NBR13969/2007 da ABNT.
3 meses*
3
Eliminar o direcionamento do efluente após passagem pelo sistema de drenagem oleosa (Caixas SAO das áreas de manutenção e de abastecimento) para o sistema de esgotamento sanitário e apresentar nova proposta de disposição deste efluente. Esta proposta deverá estar acompanhada de ART do responsável pela sua operação.
3 meses**
4
Executar o Programa de Automonitoramento conforme definido
pela SUPRAM TM AP no Anexo II.
Durante a
vigência da LO
* Prazo contado a partir do recebimento do Certificado de Licença.
Observação: Em razão do que dispõe o art. 6º da Deliberação Normativa COPAM nº
13/1995, o empreendedor tem o prazo de 10 (dez) dias para a publicação em periódico
local ou regional de grande circulação da concessão da presente licença.
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ANEXO II
Processo COPAM Nº: 000272/2000/004/2003
Classe/Porte:
3
/
M
Empreendimento: UNIÃO COMÉRCIO IMPORTAÇÃO E EXPORTAÇÃO LTDA.
Atividade: Terminal de Cargas exceto minérios e produtos químicos e
petroquímicos
Endereço: Rodovia Neuza Rezende KM 03.
Localização: Zona Rural.
Município: Uberlândia.
1. EFLUENTES LÍQUIDOS
Local de amostragem Parâmetros Freqüência
Entrada e Saída da Lagoa Facultativa
pH, DBO5,20, DQO, Sólidos Suspensos,
Sólidos Sedimentáveis, Sólidos Totais Dissolvidos, Óleos e Graxas, e detergentes
Mensal Caixa SAO do posto de
abastecimento, do lavador de veículos e da área de manutenção.
DBO5,20, DQO, óleos e graxas, pH, sólidos
suspensos totais, sólidos dissolvidos totais. Trimestral
Piezômetro
DBO5,20, DQO, Detergentes, Sólidos
sedimentáveis, pH, Nitrogênio amoniacal, Nitrato, Fosfato, Coliformes fecais e óleos e graxas.
Trimestral
Entrada e Saída da ETE
DBO5,20, DQO, Detergentes, Sólidos
sedimentáveis, Nitrogênio amoniacal, Nitrato, Fosfato, Óleos e Graxas, pH, Coliformes Fecais.
Mensal
Relatórios: Enviar trimestralmente à SUPRAM TM AP, até o dia 10 do mês subseqüente, os
resultados das análises efetuadas. O relatório deverá conter a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas análises alem da produção industrial e o número de empregados no período.
Método de análise: Normas aprovadas pelo INMETRO, ou na ausência delas, no Standard
Methods for Examination of Water and Wastewater APHA – AWWA, última edição.
2. RESÍDUOS SÓLIDOS
Enviar semestralmente à SUPRAM TM AP, até o dia 10 do mês subseqüente, os relatórios de controle e disposição dos resíduos sólidos gerados, contendo, no mínimo os dados do modelo abaixo, bem como a identificação, registro profissional e a assinatura do responsável técnico pelas informações.
RESÍDUO TRANSPORTADOR DISPOSIÇÃO FINAL
Empresa responsável Denominação Origem Classe
Taxa de geração (kg/mês) Razão social Endereço completo Forma (*) Razão social Endereço completo OBS.
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(*)1– Reutilização 6 – Co-processamento2 – Reciclagem 7 – Aplicação no solo
3 – Aterro sanitário 8 – Estocagem temporária (informar quantidade estocada) 4 – Aterro industrial 9 – Outras (especificar)
5 – Incineração
Os resíduos devem ser destinados somente para empreendimentos ambientalmente regularizados junto à administração pública.
Em caso de alterações na forma de disposição final de resíduos, a empresa deverá comunicar previamente à SUPRAM TM AP, para verificação da necessidade de licenciamento específico; As doações de resíduos deverão ser devidamente identificadas e documentadas pelo empreendimento;
As notas fiscais de vendas e/ou movimentação e os documentos identificando as doações de resíduos, que poderão ser solicitadas a qualquer momento para fins de fiscalização, deverão ser mantidos disponíveis pelo empreendedor.