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ATUAÇÃO DO PSICÓLOGO NA HEMODIÁLISE

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Academic year: 2021

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VI Sem an a d e Ps ico lo g ia d a F a cu ld a d e Lu cia n o F eijã o . 2 7 a 2 9 d e ag o sto d e 2 0 1 8 .

A

TUAÇÃO

DO

P

SICÓLOGO

NA

H

EMODIÁLISE

NATCHÉCIA DÁLET FERREIRA PARENTE1

RAYSSA GOMES CARNEIRO ANDRESSA BRAGA ALVE JAMILLE MARIA VASCONCELOS PORTELA

SAMARA VASCONCELOS ALVES

INTRODUÇÃO

Ao falarmos da Doença Renal Crônica – DRC, que quando instalada torna-se “incurável”, o adoecimento adquire um estatuto de permanência e as rupturas acontecem em diversos âmbitos da vida dos pacientes. Ou seja, após a perda completa da função renal o paciente terá que se submeter a sessões de hemodiálise para sobreviver e, se desejar, inscrever-se na fila de espera para transplante, sendo também uma medida terapêutica. A pessoa acometida pela Insuficiência Renal Crônica – IRC pode apresentar dores no corpo, tais como dores, cansaço, pressão alta, sangue pela urina, inchaço, falta de ar, dentre outros.

Segundo o Censo Brasileiro de Diálise da Sociedade Brasileira de Nefrologia – SBN de 2011 a cada ano cerca de 20 mil brasileiros precisam começar o processo dialítico e são altas as taxas de mortalidade. Conforme dados do Ministério da Saúde (2004), no Brasil a hemodiálise representa 89,63% da terapêutica dialítica, geralmente antecedendo o transplante no percurso de tratamento do paciente. O procedimento da hemodiálise acontece através de uma máquina ligada diretamente na veia do paciente para ocorrer a filtração do sangue e este procedimento faz o trabalho de um rim que não funciona. O tratamento acontece entre três a quatro vezes por semana com a duração de quatro horas em dias intercalados onde o paciente é atendido em hospitais ou clínicas, dessa forma é

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muito importante que o paciente não falte o tratamento para que não prejudique sua saúde e piore o seu caso.

Vale ressaltar que, esse processo de hemodiálise o qual o paciente terá que passar, acarreta várias mudanças em sua vida, principalmente nos laços sociais, onde há mudança no período de trabalho, e há casos que o paciente deixa de trabalhar, mudanças na alimentação, nas amizades, por saber que é uma doença grave e crônica, muitos se sentem oprimidos em participar de rodas de conversas por conta da doença, privando-se de comer determinados alimentos, de participar de algumas atividades pelo fato do processo causar desgaste e cansaço.

Um sujeito condenado a conviver com um corpo adoecido, além de aprender duramente a aceitar tal condição ainda necessita lidar com as mudanças e limitações impostas pela patologia (SANTOS & SEBASTIANI, 1998).

É nesse contexto que o psicólogo é chamado para trabalhar juntamente com o paciente, pois é um momento que o sujeito, na maioria das vezes, se encontra fragilizado por estar iniciando um tratamento em sua vida que irá mudar sua rotina, ou seja, mudanças devastadoras que precisam de um aparatado profissional. Dessa forma, faz-se importante o suporte do Psicólogo na escuta do paciente, ajudando-o nesse novo processo.

Assim, o presente trabalho tem como objetivo abordar a atuação da psicologia com os pacientes em tratamento hemodialítico, discutindo a inserção do psicólogo no trabalho equipe e apresentando os desafios.

Torna-se relevante para esta pesquisa abordar qual a importância da psicologia na equipe de clínicas de hemodiálise. Pois o psicólogo ampara o paciente em diferentes formas como a quebra de tabus, medos, preconceitos e amplia conhecimentos, muitas vezes restritos, além de excitar as pessoas a desenvolverem suas capacidades, levando-as a terem um novo olhar sobre o mundo e ver sua doença por um novo ângulo. Aproximar-se da atuação do psicólogo neste Aproximar-setor é de fundamental importância para explorar cada

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vez mais o assunto e integrar conhecimentos para assim facilitar o acesso a este tipo de experiência.

PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

Trata-se de uma pesquisa qualitativa de natureza descritiva do tipo relato de experiência, a partir de uma visita realizada no período de maio de 2018, no setor de Hemodiálise de um hospital referência no interior do Ceará.

“A pesquisa qualitativa não se preocupa com representatividade numérica, mas, sim, com o aprofundamento da compreensão de um grupo social, de uma organização, etc.” (GERHARDT; SILVEIRA, p. 31, 2009) Ou seja,

Os métodos qualitativos buscam explicar o porquê das coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos (suscitados e de interação) e se valem de diferentes abordagens. (Gerhardt; Silveira, p. 32, 2009)

A Prática está sugerida e supervisionada pela docente da disciplina de Psicologia Hospitalar do Curso de Psicologia da Faculdade Luciano Feijão.

RESULTADOS E DISCUSSÕES

O procedimento de hemodiálise é bastante complicado, uma vez que a vida do paciente muda por completo e aquele processo começa a fazer parte da sua rotina diária, fora o que terá que abrir mão para que o tratamento ocorra da forma esperada. Como nos diz Viegas (2016) são pessoas que tinham um sonho a ser realizado, um desejo e que teve que deixá-lo por conta do processo da doença renal. Fatos relacionados à doença e ao tratamento, que afetam drasticamente a vida, causando limitações físicas, sociais, nas atividades laborais, nos hábitos alimentícios e culturais (VIEGAS, 2017, p.2).

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Percebemos a partir da visita ao setor de hemodiálise, o psicólogo hospitalar possui pacientes fixos, onde semanalmente são assistidos, havendo todo um cuidado para não sobrecarregar o paciente, respeitando o tempo dele.

Observamos que o fazer psicológico dentro do hospital, se dá através da acolhida ao paciente, a escuta e propostas de intervenções tanto com os pacientes como com os familiares, tais como envolver os pacientes em uma conversa em grupo com algum tema especifico, dinâmicas, músicas para quebrar o silencio e envolve-los, buscando a interação entre os pacientes etc.

O psicólogo dentro do hospital tem como principal objetivo a minimização do sofrimento, porém vale ressaltar que o fazer do psicólogo de forma assistencial inserida no ambiente hospitalar vai para além, incluindo também outros objetivos, tais como a triagem, assistir tanto o paciente, quanto a família e a equipe de saúde, análise do diagnóstico, Inter consultas, intervir tanto individualmente quanto em grupo, registrar dados no prontuário, etc.

Identificar o indivíduo por de trás da doença torna-se um dos papéis principais do psicólogo que está inserido na equipe de saúde, suas vivências, medos e ansiedades, seu contexto de vida, sua percepção de si mesmo e da doença são primordiais para entender o paciente. É fundamental que o paciente saiba sobre sua realidade e sobre sua doença crônica, para isso deve ter em mente os conhecimentos de como levar o tratamento.

Saber sobre o paciente é fundamental para poder ajudá-lo, inclinar-se para a forma de ser e pensar do paciente antes e depois da doença, observar seu comportamento, o quanto ele conhece do seu diagnóstico, seus desejos e projetos de vida. Segundo Leão (1994), o psicólogo hospitalar tem uma colocação ativa e real que corresponde a informações da realidade que exerce e não é puramente interpretativa.

Segundo Ferreira & Cosmo (2010) os pacientes portadores de doenças renais necessitam de uma capacidade de manter uma atitude cooperativa mesmo diante das dificuldades impostas pela doença. Isso se traduz em uma força vinda deles mesmos e

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essa força deve ser estimulada constantemente por um ambiente de acolhimento que seja compatível com suas expectativas.

Para Ferreira & Cosmo (2010) cada indivíduo lida de maneira diferente com essas dificuldades, uma característica deles é criar alguns mecanismos de defesa com o objetivo de se adaptar a doença e isso pode formar um empobrecimento da personalidade, o paciente se ver incapaz de adaptar-se a novas situações e de manter relações de interesse sobre o mundo externo.

Assim, constatamos o quanto há essa importância de empatia dentro do hospital, onde a equipe a todo momento interage com os pacientes quebrando o silencio deles, buscando um dialogo a fim de ouvi-los e não apenas escutar o barulho das máquinas. Buscam conversas de superação na tentativa de não deixar o lado negativo da doença prevalecer, incentivando-os a manterem laços sociais.

Notamos que, o psicólogo hospitalar muitas vezes enfrenta suas dificuldades com a falta de instrumentos de apoio do próprio hospital. Utilizando a palavra e a escuta como suas principais ferramentas. E é função dele compreender os fenômenos subjetivos das relações, conhecer os retornos do paciente, orientar familiares e profissionais. Estimular as capacidades do paciente para se adaptar. Construir uma possível autonomia.

É fundamental a presença do psicólogo que juntamente com a equipe possa incentivar nos sujeitos o desenvolvimento de suas capacidades envolvendo em uma interação e incentivando, igualmente, um novo olhar sobre a própria enfermidade, além de assim conseguir promover mais qualidade de vida e saúde para o paciente.

CONCLUSÃO

Conclui-se, a partir do tema estudado que a hemodiálise é um processo cansativo, porém necessário aos pacientes com insuficiência renal. Podendo ser doloroso e gerando sofrimento, tanto no paciente quanto na família, sofrimentos estes que não são

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apenas físicos, mas também psicológico. Daí vem a importância do psicólogo compondo a equipe multidisciplinar nesse setor, o qual é importante o acompanhamento terapêutico para incentivo desses sujeitos no decorrer desse tratamento, além de poder aparecer casos onde o paciente rejeite-o, e é importante o psicólogo entender isso, e fazer a família e a equipe compreender que isso é uma escolha dele, e que ele é livre para isto.

Ainda é importante destacar, que como foi experienciado na visita, o psicólogo não pode fazer muitas intervenções e/ou utilizar muitos recursos com os pacientes, na sala de hemodiálise, além de escuta e trocas de diálogos, pois os pacientes não podem se levantar das poltronas e eles ficam muito limitados, e até mesmo fadigados com todo o processo. Mas, pode ser feito vivências e outras intervenções com a família, pois ela é o público que sofre também, por passar horas do lado de fora esperando e muita das vezes ociosos.

REFERÊNCIAS

CABRAL, A. S. Sociedade Brasileira de Nefrologia. 2008. Disponível em: https://sbn.org.br/publico/tratatamentos/hemodialise/ Acesso em: 29 de maio de 2018.

FREITAS, P. P. W.; COSMO, M. “Atuação do psicólogo em Hemodiálise”. In: Rev. SBPH vol.13 no.1 Rio de Janeiro jun. 2010. Pontificia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Disponível em:

http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-08582010000100003&lng=pt&nrm=iso&tlng=pt Acesso em: 29 de maio de 2018.

GERHARDT, T. E.; SILVEIRA, D. T.; Metodo de pesquisa. Coordenado pela Universidade Aberta do

Brasil – UAB/UFRGS e pelo Curso de Graduação Tecnológica – Planejamento e Gestão para o Desenvolvimento Rural da SEAD/UFRGS. – Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.

SANTOS, C.T., SEBASTIANI, R.W. “Acompanhamento Psicológico à pessoa portadora de doença crônica”. In: ANGERAMI-CAMON, V.A. (Org.) E a psicologia entrou no hospital… São Paulo, Ed. Pioneira, 1998, p.147-176.

SIQUEIRA, H. Saúde Plena. Exame simples e acessível indica como anda a saúde dos rins e pode até

evitar o transplante. 2013. Disponível em:

https://www.uai.com.br/app/noticia/saude/2013/12/16/noticias-saude,193277/exame-simples-e-acessivel-indica-como-anda-a-saude-dos-rins-e-pode-ate.shtml Acesso em: 29 de maio de 2018.

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