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PRODUTIVIDADE DO AMENDOIM SOB FREQUÊNCIA DE FERTIRRIGAÇÃO POTÁSSICA

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Academic year: 2021

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Graduanda em Agronomia, Bolsista CNPQ, Universidade Federal do Ceará, Caixa Postal: CEP: 60455-760, Fortaleza, CE. Fone (85) 86498504. e-mail: kei-via@hotmail.com.

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PRODUTIVIDADE DO AMENDOIM SOB FREQUÊNCIA

DE FERTIRRIGAÇÃO POTÁSSICA

K. L. Chagas1; G. G, Sousa2; B. M. Azevedo3; M. L. S. Silva1; C. N. V. Fernandes4; G. L. Silva5 RESUMO: O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes frequências de aplicação de K2O via fertirrigação na produtividade do amendoim. O experimento foi desenvolvido no período de setembro a dezembro de 2010, em condições de campo, na área experimental da UFC, Fortaleza, CE. O delineamento experimental utilizado foi o de blocos ao acaso, com 5 repetições. Os tratamentos empregados foram: frequências de fertirrigação com potássio, sendo: 2F - 2 fertirrigações no ciclo; 4F - 4 fertirrigações no ciclo; 6F - 6 fertirrigações no ciclo; 8F - 8 fertirrigações no ciclo e 16F - 16 fertirrigações no ciclo. A colheita foi realizada aos 90 DAS, sendo retiradas, ao acaso, 5 plantas da linha central de cada tratamento, em cada bloco. As variáveis agronômicas avaliadas foram: número de vagem por planta, peso de vagem e produtividade. O tratamento 16 F de fertirrigação potássica proporcionou maior número de frutos, peso de vagem e produtividade de amendoinzeiro aos 90 DAS em relação aos demais tratamentos. PALAVRAS-CHAVE: Arachis hypogaea L., quimigação, KCl

PRODUCTIVITY OF PEANUT IN FREQUENCY OF

POTASSIUM FERTIRRIGATION

SUMMARY: The objective of this study was to evaluate the effects of different frequencies of fertigation application of K2O in peanut production. The experiment was carried out during September-December on 2010, under field conditions at the site of the UFC, Fortaleza, CE. The experiment was randomized complete block design with five replicates. The treatments were: frequency of irrigation with potassium being: 2F -two fertigation; 4F - four fertigation; 6F – six fertigation; 8F - eight fertigation and 16F – sixteen fertigation. Plants were harvested at 90 DAS, being drawn at random from five plants of the centerline of each treatment in each block. The agronomic traits evaluated were: number of pods per plant, pod weight and productivity. The tratament 16Fof fertigation caused a larger number of fruits, weight of pods and yield of peanut at 90 DAS compared to other treatments.

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INTRODUÇÃO

O amendoinzeiro (Arachis hypogaea L.) é uma dicotiledônea, da família Fabaceae, subfamília Papilionoidae, gênero Arachis. (TASSO JÚNIOR; MARQUES; NOGUEIRA, 2004). É uma cultura de relevante importância econômica, pelo seu alto valor nutritivo. Suas sementes podem ser processadas e utilizadas diretamente na alimentação humana, nas indústrias de conservas, nas confeitarias e no biodiesel (TASSO JÚNIOR; MARQUES; NOGUEIRA, 2004). O manejo da adubação potássica via água de irrigação, é uma alternativa pata aumentar a produtividade da cultura do amendoim. A fertirrigação é uma técnica que consiste na aplicação simultânea de água e fertilizantes por meio de um sistema de irrigação (SOUSA et al., 1999). Guedes (2009) relata que a fertirrigação é a aplicação dividida em doses menores do fertilizante visando fornecer à planta as quantidades requeridas de nutrientes de acordo com o estágio fenológico da cultura, quando os nutrientes são mais ou menos requeridos, ou observando a marcha de absorção de cada espécie. Importante ressaltar, que a freqüência de aplicação de fertilizantes em pequenas doses reduz sua lixiviação, evita a contaminação do lençol freático e de reservatórios de água superficiais e subterrâneas.

Entre os nutrientes aplicados por esse método, os fertilizantes potássicos merecem especial atenção. Apesar de apresentar boa solubilidade, o K apresenta suscetibilidade a perdas por processos erosivos, principalmente em solos com baixa capacidade de troca de cátions (CTC) (ERNANI; ROSCOE; SANTOS, 2007), e também devido ao elevado grau de salinidade do cloreto de potássio (KCl), principal fonte de potássio utilizada na agricultura (MEURER, 2006). Na cultura do amendoim, segundo Tasso Júnior; Marques; Nogueira, (2004), o potássio é o segundo nutriente mais consumido pela cultura. No entanto, para áreas irrigadas, Fernandes (1993), recomenda adubação convencional com cerca de 50 kg ha-1 de K2O para a cultura do amendoim.

De acordo com Meurer (2006); Taiz e Zaiger (2009) o suprimento inadequado de potássio ocasiona o funcionamento irregular dos estômatos, podendo diminuir a assimilação de CO2 e a taxa fotossintética. Já aplicações excessivas da adubação potássica podem inibir a absorção de Ca2+ e Mg2+, bem como a diminuição na assimilação do fósforo, chegando, muitas vezes, a causar a deficiência desses nutrientes, implicando, desse modo, em efeitos depressivos sobre a produção das plantas (VIANA et al., 2008; PRADO, 2008).

O objetivo desse trabalho foi avaliar os efeitos de diferentes frequências de aplicação de K2O via fertirrigação na produtividade do amendoim.

MATERIAL E MÉTODOS

O trabalho foi desenvolvido na área experimental da Estação Agrometereológica do Departamento de Engenharia Agrícola, da Universidade Federal do Ceará, localizada no Campus do Pici, Fortaleza, CE, no período de setembro a dezembro de 2010. O clima da região é classificado, segundo Köppen, como Aw’, ou seja, tropical chuvoso, muito quente, com predomínio de chuvas nas estações do verão e do outono. O solo utilizado é classificado como Argissolo Vermelho Amarelo (EMBRAPA, 2006), de textura franco-arenosa, cujas as características químicas do solo encontra-se na tabela 1.

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A cultura do amendoim foi semeada manualmente em 21 de setembro de 2010 no espaçamento entre linhas de 1,0 m, em covas abertas, com uma média de quatro sementes por cova, espaçadas de 0,20 m na linha. Ao 6º dia após a semeadura, observou-se uma germinação de 100%. No desbaste, realizado manualmente as plantas foram arrancadas rente ao solo, deixando-se apenas uma planta por cova.

O delineamento experimental foi de blocos casualizados, composto por cinco tratamentos e cinco repetições. Os tratamentos empregados consistiram em diferentes frequências de fertirrigação com potássio, sendo: 2F - 2 fertirrigações no ciclo; 4F - 4 fertirrigações no ciclo; 6F - 6 fertirrigações no ciclo; 8F - 8 fertirrigações no ciclo e 16F - 16 fertirrigações no ciclo.

Os tratamentos aplicados, utilizaram a dose recomendada (50 kg ha-1 de K2O) Fernandes (1993). Seguindo recomendações desse autor, foi realizado uma complementar para a cultura, utilizado-se às doses de 15 e 62,5 de N e P2O5, respectivamente.

As irrigações foram realizadas via gotejamento, durante todo o ciclo da cultura, usando um gotejador autocompensante para cada planta. A vazão média dos emissores foi de 2,0 L h-1, para uma pressão de serviço de 1,0 kgf cm-2. A lâmina de irrigação, foi aplicada seguindo metodologia da %EToPM a cada dois dias. Os resultados foram submetidos à análise de variância e de regressão, utilizando-se o programa computacional ASSISTAT.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

De acordo com a Figura 1A, a maior frequência de fertirrigação potássica durante o ciclo proporcionou o maior número de vagem por planta aos 90 DAS, com um coeficiente de determinação (R2) de 0,90. Bolonhez; Godoy; Santos (2005), afirmam que as respostas do amendoim ao K são, na maioria das vezes, menores que as esperadas; isto pode ser explicar-se pelo sistema radicular da planta que consegue atingir camadas de solo mais profundas, absorvendo o K acumulado no subsolo. Andrade Júnior et al. (2007) analisando a frequência de aplicação de potássio via água de irrigação por gotejamento na cultura da melancia em Parnaíba, PI, constaram que houve um aumento do número de frutos por planta com o aumento da frequência (3 e 4 dias). Ressalta-se que essa cultura absorve nutrientes do solo por meio das raízes, dos ginóforos e das vagens em desenvolvimento (NOGUEIRA; TÁVORA, 2005).

Na Figura 1B, o modelo linear foi o que melhor se ajustou para peso de vagem, com um R2 de 0,80. Guerra et al. (2004) estudando a frequência de fertirrigação da bananeira prata-anã com potássio aplicados por microaspersão, constataram tendências semelhantes para essa variável durante o primeiro ciclo de cultivo. Por outro lado, Andrade Júnior et al. (2007), não evidenciaram respostas significativas sobre freqüência de fertirrigação potássica aplicadas aos 2, 3, e 5 dias durante o ciclo na cultura da melancia.

Com relação a produtividade (Figura 1C), assim como ocorreu com o número de vagens e o peso de vagem, a maior frequência de fertirrigação promoveu valores significativamente maiores entre os tratamentos estudados aos 90 DAS. A produtividade obtida nesse estudo, com o tratamento com frequência de fertirrigação potássica aplicada dezesseis vezes no ciclo (F16), obteve o maior valor de produtividade (1.348,28 kg ha-1), pouco acima do valor médio de produtividade, 1.215,2 kg ha-1, do Ceará, e abaixo da produtividade média, 2.225 kg ha-1, do Brasil (IBGE, 2011). Reis (2010), trabalhando em ambientes protegidos com a cultura do

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amendoim sobre a dinâmica do íon potássio no solo, aplicados via fertirrigação no primeiro ciclo vegetativo, constatou uma produtividade de 6697,28 kg ha-1com cultivar IAC-Tatu-ST em Piracicaba, São Paulo.

CONCLUSÃO

O tratamento 16 F de fertirrigação potássica proporcionou maior número de frutos, peso de vagem e produtividade de amendoinzeiro aos 90 DAS em relação aos demais tratamentos.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANDRADE JUNIOR, A. S.; DIAS, N. S.; LIRA, R. B.; FIGUEREDO JUNIOR, L. G. M.; DANIEL, R. Freqüência de aplicação de nitrogênio e de potássio via água de irrigação por gotejamento na cultura da Melancia em Parnaíba, PI. Revista Agropecuária Científica no Semiárido, Campina Grande, v. 3, p. 1-7, 2007. BOLONHEZI, D; GODOY, I. J.; SANTOS, R. C. Manejo cultural do amendoim. In: SANTOS, R.C. (Ed. Téc.). O agronegócio do amendoim no Brasil. Embrapa Algodão, 2005. p. 193-244

EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA (EMBRAPA). Sistema brasileiro de classificação de solos. 2.ed. Rio de Janeiro: Embrapa Solos, 2006. 306p.

ERNANI, P. R.; ALMEIDA, J. A.; SANTOS, F. C. Potássio. In:________. Fertilidade do solo. 1 ed. Viçosa; SBCS, 2007. Cap. 8, p. 501-589.

FERNANDES, V. L. B. Recomendações de adubação e calagem para o estado do Ceará. Fortaleza: UFC, 1993. 248p.

GUEDES, I. M. R. Ciência na agricultura: Fertirrigação. 2009. Disponível em: <http://scienceblogs.com.br/geofagos/2009/08/ciencia_na_agricultura_fertirr.php>. Acessado em: 23 de maio de 2011. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Produção Agrícola. Disponível em: <http://www.ibge.gv.br/home/estatistica>. Acesso em: 23 mar. 2011.

PRADO, R. M. Nutrição de plantas. Ed. UNESP. São Paulo, SP, 2008. 407 p.

MEURER, E. J. Potássio. In:________. Nutrição mineral de plantas. 1 ed.Viçosa: SBCS, 2006. Cap. 5, p. 282-298.

NOGUEIRA, R. J. M. C.; TÁVORA, F. J. A. F. Ecofisiologia do amendoim (Arachis hypogaea L.). In: _______.O agronegócio do amendoim no Brasil. 1ed. Campina Grande: Embrapa Algodão, 2005. p. 71-122. REIS, J. B. R. S. Distribuição da concentração de potássio no solo em lisímetros cultivados com amendoim. Engenharia Agrícola, Piracicaba, v. 30, n. 2, p.253-263, 2010.

SOUSA, V.F.; COÊLHO, E.F.; SOUZA, V.A.B. Freqüência de irrigação em meloeiro cultivado em solo arenoso. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.34, n.4, p.659-664, abr. 1999.

TAIZ, L.; ZEIGER, E. Fisiologia vegetal. 4. ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. 729p.

TASSO JR, L. C. MARQUES, M. O.; NOGUEIRA, G. A., L. A cultura do amendoim. 1. ed. Jaboticabal: UNESP, 2004. 218 p.

VIANA, T. V. A.; SANTOS, F. S. S.;COSTA, S. C. C.; SOUSA, A. E. Diferentes doses de potássio, na forma de nitrato de potássio, aplicadas via fertirrigação no mamão formosa. Revista Ciência agronômica, Fortaleza, v. 39, n.1, p.34-38, 2008.

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Tabela 1 – Valores da análise química do solo da área experimental, na camada de 0 a 0,2 m, Fortaleza, Ceará, 2010

Características químicas

Profundidade cmolc dm-3 % mg dm-3

(0 a 0,2 m) MO Ca2+ K Mg2+ Na H++Al3+ Al3+ T V P pH

8,37 1,7 0,09 1,7 0,08 0,83 0,05 4,4 82 12 6,6

Figura 1 - Número de vagem (A), peso de vagem (B) e a produtividade (C) em planta de amendoim sob diferentes frequências de fertirrigação potássica.

y = 0,876x + 47,64 R² = 0,90 40 50 60 70 2 4 6 8 10 12 14 16 NVP

Frequência de fertirrigação (dias)

y = 6,344x + 203 R² = 0,80 0 100 200 300 400 2 4 6 8 10 12 14 16 P V (g )

Frequência de fertirrigação (dias)

y = 40,40x + 698,1 R² = 0,99 400 600 800 1000 1200 1400 1600 2 4 6 8 10 12 14 16 P R OD (k g h a -1)

Frequênciade fertirrigação (dias)

C

B

A

Referências

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