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RELAÇÃO ENTRE ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA E COTA- PARTE DO ICMS NOS MUNICÍPIOS SERGIPANOS

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Rev. Bras. de Iniciação Científica (RBIC), Itapetininga, v. 7, n.5, p. 220-244, out./dez., 2020.

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RELAÇÃO ENTRE ARRECADAÇÃO TRIBUTÁRIA E

COTA-PARTE DO ICMS NOS MUNICÍPIOS SERGIPANOS

RELATIONSHIP BETWEEN TAX COLLECTION AND ICMS

QUOTA-PART IN SERGIPE MUNICIPALITIES

RELACIÓN ENTRE LA COLECCIÓN DE IMPUESTOS Y LA

PARTE ICMS EN MUNICIPIOS SERGIPANOS

David Santos Mota1 Henrique Silva da Mota2 Max Cruz Freire dos Santos3 Nadielli Maria dos Santos Galvão4

Resumo: O objetivo do estudo foi verificar força da relação entre os valores recebidos com cota-parte de ICMS e

a arrecadação tributária nos municípios do estado de Sergipe. Verificou-se por meio do coeficiente de Spearman que nos anos de 2016 e 2017 a relação entre as variáveis foi considerada forte e em 2018 muito forte, onde um aumento de R$ 1,00 na Receita Tributária geraria um aumento de R$ 0,91 em ICMS cota-. Conclui-se que os municípios com alta capacidade de arrecadação tributária geram mais recursos para o estado que retornarão para as gestões locais por meio de cota-parte.

Palavras-chave: Cota-parte de ICMS. Finanças Municipais. Transferências Governamentais. Receita Tributária. Abstract: The objective of the study was to verify the strength of the relationship between the values received

with ICMS share and the tax collection in the municipalities of the state of Sergipe. It was verified by the Spearman coefficient that in 2016 and 2017 the The relationship between the variables was considered strong and in 2018 very strong, where an increase of R $ 1.00 in Tax Revenue would generate an increase of R $ 0.91 in ICMS. It is concluded that the municipalities with high tax collection capacity generate more resources for the state that will return to local management through quota.

Keywords: ICMS share. Municipal finances. Government transfers. Tax Revenue.

Resumen: El objetivo del estudio fue verificar la solidez de la relación entre los valores recibidos con la

participación del ICMS y la recaudación de impuestos en los municipios del estado de Sergipe. Se verificó mediante el coeficiente de Spearman que en 2016 y 2017 el La relación entre las variables se consideró fuerte y en 2018 muy fuerte, donde un aumento de R $ 1,00 en los ingresos fiscales generaría un aumento de R $ 0,91 en ICMS. Se concluye que los municipios con alta capacidad de recaudación de impuestos generan más recursos para el estado que volverán a la gestión local a través de cuotas.

Palabras-clave: ICMS compartir. Finanzas municipales. Transferencias del gobierno. Ingresos fiscales.

Envio 08/11/2019 Revisão 08/11/2019 Aceite 20/01/2020

1 Bacharelando em Ciências Contábeis. Universidade Federal de Sergipe. E-mail: david_s_mota@hotmail.com. 2 Bacharelando em Ciências Contábeis. Universidade Federal de Sergipe. E-mail:

henriquemota5252@hotmail.com.

3 Bacharelando em Ciências Contábeis. Universidade Federal de Sergipe – Campus Itabaiana. E-mail:

maxfreiredm@gmail.com.

4 Mestre em Ciências Contábeis. Universidade Federal de Sergipe – Campus Itabaiana. E-mail:

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Introdução

De acordo com a Constituição Federal (CF) de 1988, a República Federativa do Brasil é composta por 27 unidades federativas, sendo 26 Estados e um Distrito Federal. Essas 27 unidades estão agrupadas em cinco regiões: Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul. Tendo sua organização político-administrativa separada em: União, Estado, Distrito Federal e Municípios.

Constantemente estes órgãos que formam o setor público precisam de recursos, devido ao fato de que a sociedade tem interesse nas atividades prestadas pelo Estado. Conforme Moraes (1999) o Estado é um prestador de serviços públicos essenciais, como segurança pública, defesa da pátria, saúde e educação. Por isso, é fundamental que exista a eficiência na gestão de tais recursos, contribuindo na melhoria dos serviços por ele prestado, bem como na economia de riquezas.

Quanto aos municípios, a CF de 1988 reformulou o Sistema Tributário do Brasil de forma a atribuir mais autonomia financeira a esses e assim acabou por atribuir novas competências tributárias às gestões locais aumentando a possibilidade de geração receitas destas localidades. Além de instituir novas competências, a CF de 1988 atribuiu aos municípios maior participação nas receitas tributárias da União e dos Estados. No entanto, ainda assim, há uma dependência das gestões locais quanto à transferências como o fundo de Participação dos Municípios (FPM).

Conforme Viol (2000), a principal contribuição da Constituição Federal de 1988 não foi modificar substancialmente a estrutura tributária estabelecida em 1966, mas alterar as regras de repartição de receitas tributárias entre os três entes da federação, pois os impostos de competência da União e do Estado, gerados no município, são em parte repassados a esses, trazendo maior robustez às suas finanças.

Por exemplo, o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS) é um imposto de competência estadual de acordo com a CF de 1988, no artigo 55, II. Esse tributo tem como fato gerador a circulação de mercadoria e a prestação de serviço. O artigo 158 da CF, inciso IV, estabelece que 25% da receita de ICMS de um estado - usualmente conhecida como cota-parte do ICMS - deve ser transferida aos municípios daquela unidade federativa. A

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legislação federal estabelece também, neste mesmo artigo, parágrafo único, que 75% da cota-parte deve ser distribuída proporcionalmente ao valor adicionado no município e 25% com base em critérios estabelecidos em lei estadual.

No entanto, quanto o município não possui uma economia forte, tal transferência pode ser impactada negativamente, já que parte dela está relacionada à produção local. Considera-se também que cidades com comércio, indústria e/ou serviços expressivos tendem a ter uma arrecadação tributária relevante para as finanças municipais visto que de tais atividades surgem os fatos geradores de diversos tributos de competência das três esferas de governo. Porém, diante do contexto financeiro do estado brasileiro, torna-se cada mais imprescindível que os municípios arrecadem recursos próprios, bem como estimulem a comunidade no fortalecimento da economia local de forma que impostos de competência de outras esferas, tal como o ICMS, por exemplo, possam retornar para as regiões onde foram gerados.

Diante desse contexto, surge o seguinte problema de pesquisa: Qual a força da relação entre o recebimento da cota-parte de ICMS com a arrecadação tributária própria nos municípios sergipanos? Com isso, o objetivo geral do estudo é verificar a força relação entre os valores recebidos com cota-parte de ICMS e a arrecadação tributária nos municípios do estado de Sergipe. Será possível perceber se os municípios com maior força de tributação própria são aqueles que mais arrecadam ICMS, consequentemente revelando um aspecto do vigor financeiro municipal. Os objetivos específicos são: Verificar a receita tributária dos municípios sergipanos entre os anos 2016 e 2018; apurar o recebimento da cota-parte de ICMS; analisar a representatividade da receita tributária nas receitas correntes municipais entre 2016 a 2018; averiguar a expressividade da transferência com cota-parte de ICMS nas receitas correntes.

A pesquisa justifica-se pela importância que a arrecadação municipal possui para as gestões locais, bem como pela relevância em demonstrar e analisar a relação da arrecadação total do município com a cota-parte do ICMS repassada pelo estado, tornando-se assim mais uma fonte de informações sobre finanças locais. O trabalho poderá levar à reflexão os administradores públicos sobre uma política de investimentos na economia local, de forma que esta gere mais recursos próprios, distanciando-se de uma dependência da União e do estado. Adicionalmente, a pesquisa traz para a sociedade a discussão da necessidade de um conhecimento sobre o orçamento municipal para uma melhor compreensão deste, bem como uma participação comunitária na sua criação e execução.

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O trabalho está subdividido em cinco seções, sendo esta seção uma introdução onde foi discutido o contexto da pesquisa e apresentado seu objetivo e problema. A seguir, será apresentada a revisão de literatura abordando os conceitos necessários para uma compreensão mais ampla do estudo. O terceiro bloco corresponde aos procedimentos metodológicos realizados para o alcance do desiderato da pesquisa. Na quarta parte são apresentados e discutidos os resultados do trabalho, ao passo que a última seção traz as conclusões do estudo. Revisão de Literatura

O orçamento público no Brasil

A Administração Pública, na história dos governos no Brasil, passou a buscar novas formas, papéis e culturas organizacionais administrativas que pudessem suprir a realidade do país. Tal evolução se concretizou por meio de três modelos de gestão: O modelo patrimonialista, o modelo burocrático e o modelo gerencial. No modelo patrimonialista, os governantes consideram o Estado seu patrimônio, usufruindo dos bens públicos como sendo de sua propriedade pessoal. A característica principal é a não distinção entre o patrimônio do povo e o patrimônio do soberano (Rek, 2014). Neste modelo administrativo não havia distinção entre a administração de bens: tudo que existia nos limites territoriais de seu “reinado” era tido como domínio do soberano, que podia utilizar livremente os bens sem qualquer prestação de contas à sociedade. (Paludo, 2012).

Em 1930, durante o governo Vargas, foi a vez do modelo burocrático entrar em vigor. Esse novo modelo tinha o objetivo de corrigir as falhas da forma patrimonialista, visando sistematizar e organizar a administração pública. Para Silva (2015), os ideais democráticos ajudaram nessa transição, pois pressionaram com o objetivo de haver uma administração pública profissionalizada, sem a pessoalidade do modelo Patrimonialista.

Já a administração pública gerencial surge com o objetivo de corrigir as disfunções da burocracia. Possui um posicionamento que privilegia a inovação, com mecanismos de gestão que valorizam o cidadão, com objetivo de oferecer serviços públicos de qualidade a população (Bresser-Pereira, 2006).

Assim, para implementar as políticas necessárias para o bem comum, surge a necessidade de um instrumento que permita criar os meios e estratégias para o alcance dos objetivos públicos. Nesse sentido, o orçamento público é um dispositivo elaborado pelo

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governo para elaborar um planejamento referente à utilização do dinheiro auferido com as diversas formas de receitas (Kohama, 2016). Assim, o orçamento público apresenta a estimativa de arrecadação, bem como fixa as despesas do período.

As receitas públicas são o montante total em recursos recolhidos que serão incorporados ao patrimônio do Estado. Essas receitas servem para custear as despesas públicas e as necessidades de investimentos públicos. Segundo Araújo e Arruda (2009), receita pública representa qualquer entrada de recursos aos cofres públicos, referindo-se a direitos que o ente público tem a receber por meio de dispositivos legais.

As receitas públicas se dividem em: correntes e de capital. Conforme o Manual da Contabilidade Pública (2018) as receitas correntes são arrecadadas dentro do exercício financeiro e de modo a satisfazer as finalidades públicas constituindo-se como instrumento para financiar os objetivos definidos nos programas e ações orçamentários. Já as receitas de capital são as provenientes tanto da realização de recursos financeiros oriundos da constituição de dívidas e da conversão, em espécie, de bens e direitos, quanto de recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou privado e destinados a atender despesas de capital.

Observa-se que a receita tributária, uma espécie de receita derivada, é toda fonte de arrecadação que deriva da renda estatal de tributos. O artigo 3 do Código Tributário Nacional (CTN) define que tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. Em outras palavras, o tributo é um valor cobrado em dinheiro, que não surge com caráter punitivo, cuja cobrança só existe se tiver aparato legislativo, havendo um processo administrativo que regula sua cobrança. Para tal, os tributos se dividem em: impostos, taxas, contribuições de melhoria, Empréstimos Compulsórios e Contribuições Parafiscais.

De acordo com o artigo 16 do CTN, imposto é o tributo “cuja obrigação tem por fato gerador uma situação independente de qualquer atividade estatal específica, relativa ao contribuinte”. Ou seja, o imposto não está ligado a nenhum serviço específico que o Estado deve entregar ao contribuinte. Já conforme o artigo 77 do CTN, taxa é um tributo que tem como fato gerador o exercício regulador do poder de polícia, ou a utilização efetiva e potencial, de serviço público específico e divisível. A contribuição de melhoria tem como fato gerador a valorização do imóvel do qual o contribuinte é proprietário, desde que essa valorização seja

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decorrente de uma obra pública, conforme estabelece o Artigo 1º do Decreto-Lei nº 195/67, sendo regido pelo artigo 81 do CTN.

A competência tributária é restrita à União, Estados e Municípios. Conforme destacado no quadro 1, cada ente federativo tem o poder de legislar e cobrar determinados impostos.

Quadro 1 – Impostos divididos por competência

Impostos Federais Impostos Estaduais Impostos Municipais

Imposto de Importação (II). Imposto de Exportação (IE). Imposto de Renda (IR).

Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Imposto sobre Propriedade Territorial Rural (ITR).

Imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação(ICMS). Imposto sobre a propriedade de veículos automotores (IPVA).

Imposto de transmissão causa mortis e doação (ITCMD).

Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Imposto sobre Propriedade Predial e Territorial Urbana (IPTU).

Imposto sobre Transmissão de Bens e Imóveis Inter vivos (ITBI).

Fonte: Adaptado doCódigo Tributário Nacional

Já os empréstimos compulsórios, segundo o artigo 148da Constituição Federal, podem ser criados somente diante de situações específicas tais como guerra externa ou sua iminência e calamidade pública, ou investimento público de caráter relevante. E por fim, as contribuições parafiscais são tributos cuja arrecadação é destinada às entidades privadas, porém de interesse pública. Adicionalmente, as receitas correntes são constituídas de recursos arrecadados por meio de atividades patrimoniais, de comércio, de serviços, agropecuárias, executadas pelo setor público.

Com a arrecadação é possível executar investimentos e gastos necessários para o bom funcionamento da máquina pública. Por isso é parte integrante do orçamento público também são as despesas públicas, as quais podem ser definidas, tal como fez Kohama (2016), como gastos que são estabelecidos e previstos na lei orçamentária ou em leis especiais que melhor se adequem, sendo destinados à execução dos serviços públicos e dos aumentos patrimoniais. Elas

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se dividem em despesas correntes e de capital, podendo também ser classificadas como discricionárias e obrigatórias.

Conforme Harada (2016), as despesas de natureza discricionária são aquelas executadas a partir da disponibilidade de fundos orçamentários, ou seja, dependem da situação em que o Estado se encontra para poder ou não realizar aquela despesa. Já as despesas de natureza obrigatória são aquelas cuja execução o ente público não tem o poder para interromper. O pagamento de salários dos servidores e encargos sociais, pagamento da dívida pública e benefícios previdenciários são alguns exemplos de despesas obrigatórias, as quais independem da vontade do ente público.

Receitas e despesas públicas são partes essenciais das finanças públicas, constituindo-se como protagonistas dos orçamentos inclusive municipais, os quais constituindo-serão discutidos na próxima subseção.

Finanças municipais

A Constituição Federal de 1988, garantiu aos municípios, a partir da descentralização do poder, a autonomia política, administrativa (prestação de serviços de interesse local) e financeira (instituir e cobrar seus tributos, bem como aplicar sua renda da forma que entenderem melhor).

O modelo orçamentário brasileiro é definido na CF de 1988, no artigo 165. Compõe-se de três instrumentos: o Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), os quais são resumidos no quadro 2.

Quadro 2 - Instrumentos do Modelo Orçamentário Nacional

PPA Estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada.

LDO Compreenderá as metas e prioridades da administração pública federal, incluindo as despesas de capital para o exercício financeiro subsequente, orientará a elaboração da lei orçamentária anual, disporá sobre as alterações na legislação tributária e estabelecerá a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento.

LOA Tem como principais objetivos estimar a receita e fixar a programação das despesas para o exercício financeiro.

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Dentro desse segmento, a CF no artigo 165, estabelece dois pontos importantes: a instituição do sistema de controle interno, que terá como finalidade a avaliação do cumprimento das metas estabelecidas nos instrumentos de planejamento (PPA, LDO e LOA), ao mesmo tempo em que avalia os resultados da gestão orçamentária, financeira e patrimonial; e a competência para instituir, cobrar e arrecadar seus tributos.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), Lei Complementar 101/2000, também prevê, em seu artigo 11, como requisito de responsabilidade na gestão fiscal a instituição, previsão e efetiva arrecadação de todos os tributos de competência do Município, os quais são detalhados no quadro 3.

Quadro 3 – Resumo dos Tributos Municipais

Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS)

Tem como fato gerador a prestação de serviço (por empresa ou profissional autônomo) de serviços descritos na lista de serviços da Lei Complementar no 116, de 31 de julho de 2003;

Imposto sobre Propriedade Predial e

Territorial Urbana (IPTU) Tem como fato gerador a propriedade, o domínio útil ou a posse de propriedade imóvel localizada em zona urbana ou extensão urbana; Imposto sobre Transmissão de Bens

e Imóveis Inter vivos (ITBI)

Tem como fato gerador: a transmissão, Inter vivos (entre pessoas vivas), a qualquer título, por ato oneroso (ex.: compra e venda) de propriedade ou domínio útil de bens imóveis;

Taxas Tributo cujo fato gerador é configurado por uma atuação estatal específica, referível ao contribuinte, que pode consistir: no exercício regular do poder de polícia; ou na prestação ao contribuinte, ou colocação à disposição deste, de serviço público específico e divisível, como destaca o art. 145, II, da CF e art. 77, do CTN;

Contribuições de melhoria São instituídas para fazer face ao custo de obras públicas de que decorra valorização imobiliária, tendo como limite total a despesa realizada e como limite individual o acréscimo de valor que da obra resultar para cada imóvel beneficiado, como consta no Art. 81 do CTN.

Fonte: Adaptado da Constituição Federal de 1988 e do Código Tributário Nacional.

Além de tais receitas há ainda nos municípios as transferências intergovernamentais que são os repasses de recursos financeiros entre entes descentralizados de um estado, ou entre estes e o poder central, com base em determinações constitucionais, legais, ou, ainda, em decisões discricionárias do órgão ou entidade concedente, com vistas ao atendimento de determinado objetivo genérico, por exemplo, a manutenção do equilíbrio entre encargos e rendas ou do equilíbrio inter-regional ou específico, tais como, a realização de um determinado investimento

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ou a manutenção de padrões mínimos de qualidade em um determinado serviço público prestado. (Gomes, 2007).

No entanto, de acordo com o Art. 158 da CF, inciso I, o produto da arrecadação do imposto da União sobre Renda e Proventos de qualquer Natureza, incidente na fonte sobre rendimentos pagos, a qualquer título, por eles, suas autarquias e pelas fundações que instituírem e mantiverem pertence ao município. A Constituição federal, ainda neste mesmo artigo, inciso IV, estabelece que 25% da receita de ICMS de um estado - usualmente conhecida como cota-parte do ICMS - deve ser transferida aos municípios daquele estado. A legislação federal estabelece também neste mesmo artigo, parágrafo único, que 75% da cota-parte deve ser distribuída proporcionalmente ao valor adicionado no município e 25% com base em critérios estabelecidos em lei estadual.

Dessa forma percebe-se que o município onde o comércio gerou determinada arrecadação de ICMS para o estado, receberá de volta uma parcela de tal imposto. Essa transferência deveria ser um fator de estímulo para as gestões locais incentivarem a economia da comunidade de forma que esta se torne forte ao ponto de gerar recursos para o município. No entanto, boa parte dos municípios brasileiros dependem de transferências da União e do estado que não têm relação com a produtividade local, isto por que muitos dos municípios brasileiros se encontram em uma situação de extrema carência.

Mas, pelo fato das finanças municipais afetarem diretamente a vida do cidadão, torna-se relevante compreender o que a literatura já vem abordando sobre estorna-se assunto que impacta o cotidiano das comunidades sendo, por isso, necessário um constante olhar por parte das pesquisas científicas.

Estudos Anteriores

Em pesquisa ao portal de periódicos da CAPES no mês de julho de 2019 foram coletados estudos que discutiam as finanças municipais, suas arrecadações e o nível de dependência das transferências da União e dos Estados. O quadro 4 esquematiza os estudos extraídos, destacando seus objetivos e principais resultados

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Quadro 4 – Resumo dos estudos anteriores.

Autores Objetivo Principais Resultados

Ozaki; Biderman.

(2004) Analisar alguns aspectos do regime de estimativa na arrecadação do Imposto Sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS). Com foco na importância da arrecadação própria dos municípios em função das mudanças institucionais dos anos 1990, sobretudo a Constituição Federal de 1988 e a Lei de Responsabilidade Fiscal de 2000.

Ressalta-se que investir em arrecadação tributária própria pode trazer retornos consideráveis, especialmente se considerarmos o efeito multiplicador, via transferências extras da União ou dos Estados, conforme ocorreu com Vitória da Conquista (BA).

Soares; Flores;

Coronel. (2014) Analisar o comportamento das receitas municipais e as possíveis ações de governo, de acordo com os gestores municipais, que podem explicar a variação das receitas próprias

Os resultados da pesquisa demonstram uma evolução de 60,71% das receitas totais durante o período. Apresentando os dados a partir de cada tributo, elencando gradualmente as respectivas porcentagens. As variações nas receitas ocorreram, segundo a pesquisa, por ações do governo que tinha em mente o aumento da arrecadação no período analisado.

Massardi; Abrantes.

(2014) Classificar os municípios mineiros em relação à composição de suas receitas. Utilizando a Análise de Cluster pelo método k-médias.

Os resultados demonstraram a heterogeneidade existente dentro do Estado de Minas Gerais em relação à composição da receita dos municípios, contudo, essa heterogeneidade pode ser minimizada com a adoção de algumas medidas especificas em relação aos critérios de transferência do FPM e ao sistema de composição das competências tributárias municipais.

Lacerda et al (2015) Analisar se as receitas dos municípios paulistas e baianos de pequeno porte foram mais dependentes da União do que os entes municipais de maior porte

O Fundo de Participação dos Municípios (FPM), por sua vez, constituiu a principal fonte de arrecadação dos municípios menores, corporificando o resultado central do estudo e permitindo o alcance dos objetivos do artigo.

Massardi; Abrantes.

(2015) Busca demonstrar as relações entre o esforço de arrecadação dos municípios mineiros e o desenvolvimento socioeconômico.

Os resultados demonstram baixo índice de esforço fiscal e alto nível de dependência do FPM, principalmente para municípios pequenos e pouco industrializados.

Morais; Oliveira;

Rocha. (2016) Analisar os possíveis efeitos dos recursos provenientes das receitas públicas municipais sobre o desenvolvimento socioeconômico (Educação, Saúde, Emprego e Renda) baseados no Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM) do

Os resultados do estudo apontam, de forma conclusiva, que ao se estratificar as dimensões do desenvolvimento nos três âmbitos, somente a educação e o emprego e renda se mostraram significativos ao

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Sistema FIRJAN (Federações das

Indústrias do Rio de Janeiro). nível municipal da aplicação de suas receitas.

Feliciano; Bezerra;

Santo. (2017) Analisar implicações do crescimento da receita orçamentária municipal e da política monetária de metas da inflação na disponibilidade de recursos públicos para a saúde do ente municipal.

Concluiu-se que o incremento da despesa com saúde deve-se mais ao crescimento da arrecadação municipal que ao das transferências. Estas, em termos relativos, não se elevaram.

Silva; Santos;

Cavalcante. (2017) Analisar se a adoção de critérios sociais poderia proporcionar aos pequenos municípios sergipanos uma maior participação no valor recebido a título de repasse da cota-parte do ICMS.

Foi observar que os municípios sergipanos que menos receberam o repasse de acordo com o critério do VAF, estariam classificados entre os que mais receberiam com base nesses três critérios. Sendo assim, esse novo critério de distribuição poderia funcionar como um mecanismo de diminuição das desigualdades distributivas entre os municípios sergipanos.

Scheren; Junior; Galante. (2018)

Analisar o impacto dos principais determinantes da arrecadação no intervalo de 2012 a 2015, para os municípios catarinenses.

Os resultados apontaram uma relação positiva entre as receitas tributárias e transferências correntes e a população, o número de empresas e o número de vínculos empregatícios, a depender do tipo de receita avaliada.

Silva; Quintela

Vieira. (2018) Identificar qual o perfil orçamentário do município de Ladainha/MG no período de 2000 a 2016. Para isso, analisou-se os dados do período citado identificando o comportamento temporal das receitas e despesas ressaltando as com maior representatividade nas classificações de captação e origem de receitas e natureza e finalidade das despesas.

Depreendeu-se que o município de Ladainha, sendo um município de pequeno porte e predominantemente rural, tem uma arrecadação própria insuficiente para atender as demandas da população, dependendo assim, principalmente das Transferências Intergovernamentais para atender aos gastos públicos que se concentram principalmente na área da Educação e Cultura e na Saúde e Saneamento, havendo investimentos menores nas demais áreas.

Castro Filho et al

(2018) Fazer receita operacional uma por meio análise da de indicadores financeiros para conhecer a condição financeira governamental do município de Quixadá entre os exercícios de 2012 a 2016.

Verificou-se uma melhoria no recolhimento das receitas tributárias e nas transferências constitucionais, porém ao correlacionar os resultados aos indicadores da receita operacional observou-se que, para cada um real existente nos cofres do Município, o mesmo só consegue arrecadar catorze centavos, causando um alto nível de dependia perante aos repasses da União.

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Com o que foi discutido nessa revisão de literatura é possível situar a presente pesquisa, visto que os conceitos necessários para sua compreensão foram explanados, bem como os estudos anteriores demonstram que ainda há espaço para uma discussão sobre o tema, visto que o estado de Sergipe ainda não foi explorado nesta linha temática, ao passo que não há trabalho com o objetivo de comparar a cota-parte do ICMS com a força tributária municipal.

Dessa forma, segue-se para a seção de metodologia que permitirá esclarecer os passos necessários para realizar a pesquisa e levantar os resultados que permitiram alcançar o desiderato do estudo e responder ao problema proposto.

Metodologia

Para realização do estudo foi aplicada uma abordagem quantitativa, a qual procura validar uma hipótese estatisticamente, permitindo estabelecer inferência sobre os resultados. Segundo Richardson (1999), a pesquisa quantitativa é caracterizada pelo emprego da quantificação, tanto nas modalidades de coleta de informações, quanto no tratamento delas por meio de técnicas estatísticas. Tendo em vista os aspectos para coleta e análise dos dados, a pesquisa foi pautada no método descritivo, realizando o estudo, a análise, o registro e a interpretação dos fatos do mundo físico sem a interferência do pesquisador.

Conforme Silva e Menezes (2000), a pesquisa descritiva evidencia as características de determinada população ou fenômeno, bem como estabelece relações entre as variáveis. Envolve o uso de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como questionário e observação sistemática, por exemplo, assumindo a forma de levantamento. A pesquisa tem também as características do método dedutivo, pois no processo de análise da informação utilizou-se o raciocínio lógico e a dedução para obter as conclusões. De acordo com Gil (2008), parte de princípios reconhecidos como verdadeiros e indiscutíveis e possibilita chegar a conclusões de maneira puramente formal, isto é, em virtude unicamente de sua lógica.

A amostra do estudo foram os municípios do estado de Sergipe. Tal localidade foi escolhida por ser o menor estado da federação brasileira, sendo relevante compreender seus aspectos de arrecadação tributária própria. Ressalta-se que o estado supracitado foi alvo de poucas pesquisas dentro dessa temática, tal como já foi apresentado na revisão de literatura.

O período de análise foi entre os anos de 2016 a 2018, o critério de tempo e municípios da pesquisa foi determinado mediante a disponibilidade dos dados oferecidos no site, do

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SICONFI – Secretaria do Tesouro Nacional, tal como o espaço temporal que permitisse obter com o maior número de municípios para análise da amostra. Optou-se por coletar os dados nesse portal, pois este consolida as informações de todos os municípios, evitando a procura nos sítios eletrônicos individuais, o que poderia demandar ainda mais tempo. Além do mais, as informações coletadas seguiam o mesmo padrão de apresentação, facilitando assim a análise. Os dados coletados e as variáveis utilizadas no estudo são resumidas no quadro 5.

Quadro 5 – Resumo das variáveis. Variável Significado

Receita corrente Total das receitas tributárias, de contribuições, patrimoniais, agropecuária, industrial, de serviços e transferências correntes. Receita tributária Arrecadação total de impostos, taxas e contribuições de melhoria. Receita com cota-parte ICMS Valor recebido em transferência do estado referente à cota-parte ICMS.

Receita tributária Receita corrente

Participação da Receita Tributária própria na arrecadação corrente do município.

Receita com cotaparte ICMS Receita corrente

Participação da receia com cota-parte de ICMS na arrecadação corrente do município.

Fonte: Elaborado pelos autores.

Dos 75 municípios sergipanos foi possível contar com 61 para realização da pesquisa. Ressalta-se que Carira, Carmópolis, Nossa Senhora de Lourdes, Areia Branca, Cedro de São João, Laranjeiras, Monte Alegre, Socorro, Pacatuba, Porto da Folha, Propriá, Santo Amaro das Brotas, São Cristóvão e Tobias Barreto foram excluídos por não apresentarem as informações do ano de 2018.

Em seguida, para verificar se os municípios com maior arrecadação tributária própria eram aqueles com maior valor de cota-parte ICMS foi aplicado o Coeficiente de Correlação de Spearman. Segundo Siegel (1975) esse indicador é uma medida que exige que as duas variáveis se apresentem em escala de mensuração pelo menos ordinal de forma que os elementos (indivíduos ou objetos) em estudo formem duas séries ordenadas. Esse é uma alternativa ao coeficiente de correlação de Pearson, que exige a distribuição normal dos dados. Sabe-se que, de acordo com Miot (2018), coeficientes acima de 0,70, denotam uma correlação forte entre as variáveis, sendo que acima de 0,9 significa que a relação é muito forte.

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Seguindo esses passos foi possível alcançar o objetivo da pesquisa e responder sua questão problema. Esta etapa é apresentada na seção de resultados, a qual iniciará a seguir. Resultados

Estatística Descritiva

Nos municípios do estado de Sergipe, de 2016 a 2018, verificou-se um aumento na média da receita corrente entre os 61 municípios analisados. No ano de 2016 a média dessa variável foi de R$ 71.679.093,28, já o ano de 2017 foi R$ 71.069.903.07, enquanto no ano de 2018 foi R$ 81.579.050,98. Em termos de porcentagem, de 2016 a 2018, verificou-se uma elevação na arrecadação destas receitas, sendo mensurado um crescimento da receita corrente em 2018 de 13,81%, em relação à 2016. No entanto no ano de 2017, em relação à 2016 existiu uma queda de 0,85%.

Tal crescimento positivo entre os anos pode ser atribuído ao cenário político e econômico do Brasil, pois durante esse período o governo brasileiro criou medidas públicas na tentativa de diminuir a crise financeira e consequentemente o crescimento do consumo (Klein, 2019). Isso também pode ter tido reflexo nas gestões municipais.

Comparando-se o estudo de Soares, Flores e Coronel (2014), apesar do presente estudo ter utilizado uma outra amostra e outras variáveis, existe ainda uma relação entre ambos. Em períodos distintos, mas com situações políticas e financeiras semelhantes, é visualizado um maior crescimento das receitas próprias a partir do ano de 2018, este fato pode estar relacionado com questões econômicas relativas aos planos dos governantes de estímulo e fortalecimento da economia da época.

Com base no gráfico 1, é observado uma tendência de que os municípios com comércios fortes e com os maiores polos industriais estejam nas dez primeiras posições da análise da receita tributária nos três anos apresentados, tal como Aracaju que é a capital do estado sergipano. Lagarto e Estância os quais são importantes polos industriais da região, bem como outros municípios com forte comércio e turismo.

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Gráfico 1: Média das dez maiores Receitas Tributárias de 2016 a 2018.

Fonte: Dados da pesquisa.

Já os mais afastados das zonas industriais ou feiras livres, se encontram nas dez últimas posições em arrecadação tributária. Tal situação ocorre por que se a economia local tem pouca expressão há um impacto negativo na geração de tributos para os cofres públicos. Por outro lado, tal como destacado no gráfico 2, a mesma tendência foi observada no trabalho de Massardi e Abrantes (2014), sobre a realidade dos municípios menores e mais distantes da capital do estado de Minas Gerais (MG), terem uma receita tributária inferior, o que torna necessário para arcar com os demais gastos, as Transferências Intergovernamentais.

E ainda que tenha usado um espaço amostral totalmente diferente, o trabalho de Quintela e Vieira (2018), sobre o município de Ladainha (MG), evidencia a participação das receitas tributárias em relação à receita orçamentária total, o que deixa robusta a afirmativa dos municípios menores que necessitam das transferências intergovernamentais citadas anteriormente.

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Gráfico 2: Média das dez menores Receitas Tributárias de 2016 a 2018.

Fonte: Dados da pesquisa.

O gráfico 3 apresenta as dez (10) maiores e as (10) menores, participações de cota-parte do ICMS, ou seja, indica os que possuem maior potencial de participação de cota-parte ICMS e os que possuem menor participação, de acordo com os dados obtidos, levando-se em consideração a média entre os anos de 2016 a 2018.

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Gráfico 3: Média da participação da cota-parte ICMS em relação a Receita Corrente de 2016 a 2018.

Fonte: Dados da pesquisa.

Podemos observar que o município de Aracaju tem uma grande vantagem com relação aos demais. Isso acontece, pois, a maior riqueza do estado está concentrada justamente na capital (F5news, 2018). Em sequência vem o município de Estância que é um grande polo para indústrias (Prefeitura de estância, 2018), seguido de Canindé, com um grande núcleo turístico (Mazuquieri, 2019). Quanto as demais, suas principais receitas estão voltadas para o comércio (Francisco, 2019), com destaque para Itaporanga d’ Ajuda que é um dos municípios que mais recebem royalties do petróleo e gás natural dentre todos os municípios sergipanos (Rádio 93noticias, 2019).

Foi possível observar que entre a média das participações da receita tributária na receita corrente dos três anos analisados, os municípios de Lagarto (31,28%), Aracaju (31,17%), Barra dos Coqueiros (20,19%), Estância (9,75%), Itabaianinha (9,87%), Rosário do Catete (9,75%), Itabaiana (9,30%), Itaporanga d’Ajuda (9,13%), Canindé de São Francisco (7,70%) e Capela (7,38%) se destacam como os dez maiores, o que denota uma forte ligação entre a industrialização e comércios de larga escala com a receita tributária, como uma parte significativa da receita corrente dos municípios citados.

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Por outro lado, temos os municípios de General Maynard (2,29%), Pedra Mole (2,27%), Itabi (2,18%), Cumbe (2,17%), Canhoba (2,04%), São Miguel do Aleixo (1,99%), São Francisco (1,94%), Amparo de São Francisco (1,90%), Feira Nova (1,86%) e Telha (1,68%) que figuram as dez menores posições, todos com localizações espalhadas em sua maioria pelo território do médio sertão, alto sertão e o leste sergipano.

Dentre as receitas transferidas, a cota-parte do ICMS apresentou um crescimento entre os anos 2016 a 2018 de 35,61%, em média. No município de Rosário do Catete o percentual da cota-parte ICMS chegou a representar até 35,56% da receita corrente do município, sendo a cidade com maior percentual dessa variável em relação à receita corrente.

Verifica-se a dependência que alguns municípios possuem em relação ao repasse pela cota-parte ICMS. As 10 maiores participações de ICMS cota-parte em sua receita são: Rosária do Catete, Canindé de São Francisco, Estância, Riachuelo, Itaporanga d'Ajuda, General Maynard, Nossa Senhora Aparecida, Muribeca, Amparo de São Francisco e Telha. Já os menores: Poço Redondo, Itabaianinha, Santa Luzia do Itanhy, Indiaroba, Riachão do Dantas, Barra dos Coqueiros, Salgado, Tomar do Geru, Campo do Brito e Pirambu.

Análise da Correlação

Com o desiderato de verificar a força de relação nos municípios sergipanos entre arrecadação tributária própria e valores recebidos de cota-parte de ICMS, procedeu-se o teste de correlação. Inicialmente foi realizado o teste de normalidade das variáveis ‘Receita Tributária’ e ‘Receita com Cota-Parte ICMS’, pois, havendo a distribuição normal, o mais adequado seria utilizar o coeficiente de Pearson. Caso os dados não se apresentassem normalmente distribuídos, tornar-se-ia mais propício o uso do coeficiente de Spearman, por ser este não paramétrico (Costa et al. 2013). A tabela 1 apresenta os resultados do teste de normalidade de Shapiro-Wilk, cujo valor-p, quando maior que 0,05, indica que os dados seguem uma distribuição normal (Torman; Coster; Riboldi, 2012).

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Tabela 1 – Resultados do teste de normalidade. Variável

2016 2017 2018

Shapiro-Wilk Valor-p Shapiro-Wilk Valor-p Shapiro-Wilk Valor-p

Receita tributária

0,147684 0,0000 0,144198 0,0000 0,156691 0,0000 Cota-parte

ICMS 0,249969 0,0000 0,251814 0,0000 0,251277 0,0000

Fonte: Dados da pesquisa.

Como os dados não apresentaram a distribuição normal, a opção escolhida foi não manipular os dados visando não os distanciar da realidade, bem como por haver teste que se adequasse a amostra da forma como é apresentada em seu exato estado. Em seguida, o teste de correlação de Spearman foi aplicado revelando uma correlação positiva e estatisticamente significativa em todos os anos (valor-p menor que 0,05). A tabela 2 apresenta os resultados do teste.

Tabela 2 – Resultados do teste de correlação. Ano Spearman Valor-p

2018 0,91184558 0,0000 2017 0,89301957 0,0000 2016 0,88803395 0,0000

Fonte: Dados da pesquisa.

Os valores do coeficiente de Spearman em todos os anos foram positivos indicando uma associação positiva, o que significa que a medida que uma das variáveis cresce a outra cresce proporcionalmente (Shimakura, 2006) e acima de 0,70, o que denota uma correlação forte entre as variáveis, sendo que acima de 0,9 significa que a relação é muito forte (Miot, 2018). Ou seja, confirmou-se que quanto mais o município é capaz de gerar arrecadação tributária própria, maior é também sua capacidade em gerar ICMS que será transferido por meio de cota-parte tal como no estudo de Gouvêa, Farina e Valera (2007) onde estes afirmaram que quanto maior for a força econômica e fiscal do município, maior será a sua parcela a receber de cota-parte de ICMS. Scheren, Silva Junior e Galante (2018) demonstraram ainda que o movimento

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econômico dos municípios impacta positivamente em transferências correntes, tais como as relativas aos tributos de outras esferas cujos municípios onde foram gerados têm participação. Ressalta-se que em 2016 e 2017 os valores das correlações estavam acima de 0,7 (0,88 e 0,89 respectivamente), ou seja, a relação entre as duas variáveis poderia ser considerada forte. No ano de 2018 o valor da correlação foi acima de 0,9 (0,91), ou seja, denotando uma relação muito forte. Em outras palavras, quando a arrecadação tributária cresceu R$ 1,00, o ICMS cota-parte tendeu a aumentar R$ 0,91 em 2018 e vice-versa.

Com isso, o estudo ampliou a literatura não só por apontar se havia ou não relação entre tais variáveis, pois isso de alguma forma já estava implícito na própria legislação. Mas o diferencial está em trazer a força de tal relação em uma região ainda pouco investigada do ponto de vista científico.

Conclusão

O objetivo geral do estudo foi verificar a força da relação entre os valores recebidos com cota-parte de ICMS e a arrecadação tributária nos municípios do estado de Sergipe. Os objetivos específicos foram: Verificar a receita tributária dos municípios sergipanos entre os anos 2016 e 2018, apurar o recebimento da cota-parte de ICMS, analisar a representatividade da receita tributária nas receitas correntes municipais entre 2016 a 2018, averiguar a expressividade da transferência com cota-parte de ICMS nas receitas correntes.

Para isso, realizou-se um levantamento dos valores das receitas correntes, receitas tributárias e receitas com cota-parte de ICMS em 61 municípios sergipanos que disponibilizaram suas informações no SICONFI. Os dados foram analisados estatisticamente, referindo-se aos anos de 2016 a 2018.

Foi observada uma tendência de que os municípios com comércios fortes e com os maiores polos industriais estivessem nas dez primeiras posições de arrecadação da receita tributária nos três anos apresentados enquanto aqueles que figuram nas dez menores posições são os estão localizações distantes da capital em sua maioria pelo território do médio sertão, alto sertão e o leste sergipano, estando mais afastadas das áreas de grande turismo, comércio e industrialização. Assim, entende-se que a localização e a força econômica local impactam diretamente a capacidade de arrecadação municipal própria.

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Reforçando esses achados, o coeficiente de Spearman em todos os anos obteve valores positivos, ou seja, indicando que à medida que a receita tributária cresce a cota-parte do ICMS aumenta proporcionalmente. Tais resultados foram considerados estatisticamente significativos, com índices de correlação fortes nos anos de 2016 e 2017, e muito fortes em 2018. Em outras palavras, os municípios com maior arrecadação tributária própria geram mais recursos com ICMS que lhes são transferidos pelo estado, evidenciando uma maior robustez da economia municipal.

Como limitações do estudo tem-se a amostra que não comtemplou todo o estado de Sergipe, devida a ausência de dados necessários para sua realização, bem como o espaço temporal limitado, causado pelo mesmo motivo. No entanto, apesar desses fatores que impediram uma maior ampliação do estudo, este não pode ser invalidado pois seu objetivo foi alcançado, bem como seus resultados podem contribuir para uma ampliação da discussão sobre a capacidade tributária municipal e sobre a necessidade que os municípios têm de fortalecer seus comércios e indústrias locais, diminuindo suas dependências das esferas superiores como União e estado, estimulando a comunidade à busca pelo empreendedorismo e pela criação de atividades que possam auxiliar as finanças locais a se tornarem mais robustas e capazes de atender às necessidades da sociedade sem que haja uma alta demanda por recursos externos que quando existem em demasia tornam a gestão local vulnerável.

O estudo também contribui para uma melhor compreensão da realidade financeira dos municípios sergipanos, os quais ainda carecem de um olhar investigativo por parte das pesquisas científicas.

Diante da necessidade de uma continuidade no diálogo sobre esse tema, sugere-se, como pesquisas futuras, a ampliação da pesquisa para os demais estados da federação realizando, se possível, comparações entre eles. Também é interessante analisar a dependência dos estados à transferência da União. Voltando para os municípios, também pode ser verificada suas participações entre outros impostos que pertencem às demais esferas como IPVA, IPI, ITR.

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