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ARROIO DAS BORBOLETAS: A VISÃO COMUNITÁRIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CIDADE DE PORTO ALEGRE. Eduíno de Mattos (apresentação)

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Academic year: 2021

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ARROIO DAS BORBOLETAS:

A VISÃO COMUNITÁRIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

Associação de Moradores Jardim Geraldo Santana e Ana Carvalho Eduíno de Mattos (apresentação)

Endereço para contato:

Associação de Moradores Jardim Geraldo Santana e Ana Carvalho Eduíno de Mattos

Rua Pedro Pereira de Souza, 104 Bairro Jardim Geraldo Santana

CEP: 91530-580 – Porto Alegre – RS - Brasil Fone: (51) 33.39.19.07

E-mail: solidariedadeong@hotmail.com.br

Área temática:

12 – Educação Ambiental

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ARROIO DAS BORBOLETAS:

A VISÃO COMUNITÁRIA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA CIDADE DE PORTO ALEGRE

RESUMO

O trabalho relata as atividades da Associação de Moradores Jardim Geraldo Santana e Ana Carvalho, de Porto Alegre, em atividades de educação ambiental comunitária, desde 1995. A preocupação dos moradores com a degradação da qualidade da água de um arroio no bairro levou à mobilização, através de mutirões de limpeza e outras campanhas de conscientização ambiental. As atividades foram mantidas anualmente, tendo sido incluídas na programação de órgãos da Prefeitura Municipal ligadas ao saneamento e meio ambiente. Os resultados obtidos com esse trabalham foram a conscientização dos moradores sobre os problemas do bairro e do arroio, que foi a partir dessas atividades denominado de Arroio das Borboletas.

Palavras-chave: educação ambiental, movimento comunitário, arroio das Borboletas HISTÓRICO

Organização Popular e Comunitária

A Associação de Moradores Jardim Geraldo Santana e Ana Carvalho, fundada em 1988, envolve os moradores da área da zona leste de Porto Alegre, próximo Av. Antônio de Carvalho e Bento Gonçalves. Foi fundada com o objetivo, além dos trabalhos comunitários em geral, de melhorar a infra-estrutura da região. As ações iniciais foram em buscar soluções para melhorar o abastecimento público, pois havia freqüentes rompimentos de rede, com a substituição da rede distribuidora, que era em cimento amianto. Tal reivindicação foi encaminhada ao órgão municipal responsável (DMAE), que incluiu em suas prioridades a substituição da rede que foi realizada em 1992. Também foram realizados encaminhamentos para os problemas de drenagem pluvial, junto ao DEP e melhorias na arborização do bairro, através da SMAM. Foi também solicitada pela associação melhoria na iluminação pública e na pavimentação das ruas. Também foi obtida a urbanização de três praças (Jardim das Oliveiras, na rua Pedro Pereira de Souza, praça 113/6, na rua José Conde e praça 113/5 na rua Nero José da Silva Filho), em função das iniciativas da Associação.

Na região havia, antes da associação, um problema muito grande com o lixo, que era lançado nas praças ou queimado em via pública. A associação de moradores, no seu início, mobilizou-se para melhorar esse problema, divulgando as normas para a coleta e disposição adequada dos resíduos, fazendo ações de educação ambiental para conscientizar a população. A partir dessa questão, ampliou-se a preocupação com as questões ambientais da área, especialmente por estar na proximidade do arroio Dilúvio e por estar na área de um arroio afluente, naquela época ainda sem nome. Este trabalho relata as atividades desenvolvidas pela Associação de Moradores na educação ambiental comunitária no Arroio das Borboletas, em Porto Alegre.

OBJETIVOS

O trabalho desenvolvido no arroio das Borboletas teve como objetivos específicos: - fazer atividades de coleta de lixo que estava nas margens e canal do arroio;

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- conscientizar os moradores contra o desmatamento e possibilidade de replantio da mata ciliar com vegetação nativa;

- inibir a ocupação do leito e encostas para moradia; - alertar contra os despejos de esgotos domésticos; - retirada de “terra preta” (humos) para jardins; - eliminar criação de porcos na nascente, etc. RESULTADOS

A Associação realizou, em 1993, a identificação de vegetação nas margens desse arroio, com o apoio de estudantes de biologia, que voluntariamente apoiaram a atividade. Foi caracterizada a vegetação como remanescente da Mata Atlântica, pela presença de exemplares característicos, como ubatuba, figueira-branca, pimenteira, entre outras.

Em 1994, a associação interviu, ao constatar que havia o início de uma construção sendo feita no canal do arroio, o que abriria um precedente a outras ocupações no local, provocando um enorme transtorno, além de ser uma área de risco e de preservação. Foi acionada a SMAM, que junto com a Brigada Militar, autuou as pessoas, confiscando o material de construção e proibindo a continuidade da obra.

Em 1995 foi realizada uma atividade de mobilização da comunidade para a limpeza das margens do arroio, com o apoio do DEP, DMAE , DMLU e SMAM. A associação encabeçou essa mobilização, que teve uma boa repercussão junto aos moradores. O sucesso do evento levou a associação a buscar a continuidade dessa ação de mobilização, propondo que se realizasse anualmente, em um dia previamente agendado (o último domingo do mês de maio), uma atividade de educação ambiental, com a limpeza do arroio como uma forma de conscientizar a comunidade sobre os problemas ambientais da sua região. Nas reuniões da Associação, surgiu também a idéia de colocar um nome para o arroio. Surgiram várias sugestões de nomes, e por consenso, foi adotado o nome Arroio das Borboletas, porque no local existe uma grande quantidade de borboletas e beija-flores.

A Associação realiza desde então o evento, que é organizado com bastante antecedência. Inicialmente são contatados os moradores e pequenos comerciantes da área, para contribuírem com recursos financeiros para a divulgação do evento, com a confecção de material como camisetas, botons, faixas, etc.

A participação de escolas da localidade ampliou a abrangência do evento. As escolas estaduais Edgar Luis Schneider, Marina Marins, Desidério Finamor, Gema Belia e Escola Municipal Infantil Jardim Bento Gonçalves também se incorporaram participando das atividades com seus alunos.

Também por ação da Associação, em 1998, no Orçamento Participativo foi construído pelo DMAE, um coletor de fundos de cerca de 600 metros, na rua Pitoresca, evitando o despejo direto de esgotos cloacais no arroio das Borboletas.

Depois de 10 anos de atuação, pode-se verificar que crianças e jovens que participaram das primeiras limpezas, hoje são adultos, e já levaram essa ação para outros locais, a partir desta prática surgiram vários embriões comunitários e ações locais em prol de melhorias ambiental. No Morro Santana, por exemplo, uma comunidade adotou uma área do bairro e colocaram uma data anual para fazer esse trabalho de Educação Ambiental, com a limpeza do local. Também ações semelhantes aconteceram no Arroio Feijó, em Alvorada e Viamão. A Associação, pela sua experiência, também participou com ações ativas no trabalho do Arroio Passo Fundo em Guaíba, promovido pela “AMA - Guaíba”, onde um trabalho semelhante foi adotado, com um grupo de pessoas que já haviam atuado no Arroio das Borboletas.

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As crianças que iniciaram com oito, dez anos, hoje já adultos, tiveram com a atividade, uma conscientização que até levou a questionar os pais e familiares, quanto a comportamentos de preservação ambiental, com ações comprovadas no Arroio Taquara, Lomba do Pinheiro e Arroio Moinho no Partenon.

Outro ganho que se observou foi que os colégios municipais e estaduais da região começaram a pedir à Associação que fizesse palestras para os alunos. A partir dessas palestras, escolas como a E.E. Marina Marins iniciaram uma Agenda Ambiental, onde uma das atividades realizada foi uma trilha ecológica no Morro da Companhia, uma vez ao ano, com os alunos. A E.M.E.I. do Jardim Bento Gonçalves também idealizou a partir de palestras dos organizadores do evento, uma Agenda Mirim com acervo, no próprio colégio, de materiais para a Educação Ambiental. Outro ganho importantíssimo foi a participação da Associação de Moradores na fundação do Comitê do Lago Guaíba, com participação ativa no Plano de Bacia, e a participação direta na fundação e formatação do PDDUA (Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano e Ambiental da Cidade de Porto Alegre).

PERSPECTIVAS

Como parte integrante do calendário de eventos ambientais da Secretaria de Meio Ambiente, do Departamento Municipal de Água e Esgotos, do Departamento Municipal de Limpeza Urbana, do Departamento Municipal de Esgotos Pluviais e do Batalhão Ambiental, o evento anual no arroio das Borboletas já é consolidado na cidade. Além de atingir pessoas da comunidade, ONGs de outras regiões da cidade e universidades, também já envolve participantes de outros municípios.

A Associação de Moradores pretende realizar, em maio de 2005, um grande evento comemorando os 10 anos de atuação no Arroio das Borboletas. É intenção da Associação que, no evento, haja também uma manifestação mais efetiva da Prefeitura Municipal de Porto Alegre sobre a política de sustentabilidade ambiental, especialmente para os arroios urbanos.

A partir do Plano de Bacia e do mapa de segmentação do Lago Guaíba esperamos conscientizar outras comunidades a “adotar os Arroios” e suas Micro-Bacias.

ALERTA DE PERIGO

“Ecologia de paisagem” – O Morro da Companhia e Morro Pelado, um ecossistema em agonia.

O Morro Pelado é interligado ao Morro da Companhia pelo lado sul, e está sendo solapado, destruído pela extração de pedras por duas empresas – Pedracon e Indúbras (com autorização da Secretaria Municipal de Meio Ambiente – SMAM). O Morro da Companhia, que abriga as nascentes do Arroio das Borboletas, no lado norte, está em sério risco pela pressão urbana das ocupações irregulares sem critérios, com desmatamentos próximo das nascentes, escavações, aterros, lixo, esgotos domésticos, etc. Nota-se que está reduzindo rapidamente as áreas de mata nativa e conseqüentemente reduzindo o número de pássaros, insetos, a vida no arroio e as borboletas!!!

Tudo isso por falta de uma política de preservação das áreas naturais críticas para a sustentabilidade ambiental da cidade, onde de acordo com os estudos da UFRGS, os morros e sua vegetação e seus ecossistemas são responsáveis pela regulação climática da cidade de Porto Alegre, e os arroios são os afluentes supridouros naturais do Guaíba. A falta de planejamento e de políticas nos pontos já citados pode trazer sérios danos às civilizações

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futuras, como segue: mudanças climáticas, abastecimento público de água, ausência da fauna nativa, catástrofes em área de risco e também a degradação paisagística e cultural.

Referências

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