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Cadastramento da Arborização em Vias Públicas de Maringá - PR

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Academic year: 2021

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21 a 25 de Agosto de 2006 Belo Horizonte - MG

Cadastramento da Arborização em Vias Públicas de Maringá - PR

Eng. Alberto Marcelo Beckert

Eng. André César Furlaneto Sampaio

COPEL Distribuição S.A.

Centro Universitário de Maringá

beckert@copel.com sampaio.andre@gmail.com

Bernardino Barbosa da Silva

Eng. Marco Antônio Rucinski

COPEL Distribuição S.A.

COPEL Distribuição S.A.

bernar@copel.com rucinski@copel.com

RESUMO

O trabalho tem o objetivo de relatar a experiência de um convênio realizado entre a COPEL Distribuição S.A. e o CESUMAR - Centro Universitário de Maringá, para o levantamento em campo e cadastramento das árvores localizadas nas vias públicas do município de Maringá - PR, subsidiando através de uma base científica, a formulação de políticas públicas para o planejamento da arborização urbana, bem como um plano de manejo das podas.

No convênio, que se desenvolveu no período de março de 2004 à setembro de 2005, foram levantados dados quanto a localização, espécie, porte, qualidade, proximidade à rede elétrica, e manejo da poda de 93.261 árvores, perfazendo um total aproximado de 90% da cobertura das vias públicas do município.

Estes dados foram digitalizados e incluídos no banco de dados do sistema de geoprocessamento da COPEL, com grande potencial de aplicações, como o planejamento e gerenciamento de contratos de poda de árvores, bem como subsidiar estudos para substituição de espécies em parceria com a prefeitura municipal.

PALAVRAS-CHAVE

Arborização, Convênio, Geoprocessamento, Meio Ambiente, Podas.

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1. INTRODUÇÃO

A cidade de Maringá situada na região Noroeste do Paraná, teve desde sua fundação no ano de 1947, o planejamento urbanístico executado pela Companhia Melhoramentos do Paraná (CMNP), na época responsável pela colonização da região.

O Dr. Luiz Teixeira Mendes, eng. agrônomo contratado pela CMNP foi o primeiro responsável pela arborização das ruas e avenidas recém construídas, tendo sido substituído anos mais tarde pelo Dr. Annibal Bianchini da Rocha.

Devido ao clima quente, a cidade necessitava da formação rápida da arborização, razão pela qual optou-se na época por árvores de desenvolvimento rápido, que após 50 anos atingiram um porte considerável, criando uma situação de conflito com a rede de distribuição de energia elétrica1.

Foto 1 – Vista área da região central de Maringá - PR ("túneis verdes" nas ruas e avenidas).

No início da década de 90 em razão da pressão da comunidade contra as podas drásticas a COPEL firmou convênio com a prefeitura do município para substituir 100% da rede de alta tensão por rede compacta protegida (concluído no ano de 2000), minimizando a necessidade das podas drásticas. Nos últimos anos, tem-se observado que muitas das árvores plantadas há cerca de 50 anos, encontram-se em situação de risco, com deficiências nas raízes, troncos podres, o que por ocasião de ventos mais fortes tem ocasionado um número cada vez maior de danos à rede de distribuição de energia elétrica, devido à queda de árvores de grande porte.

Tal preocupação movimentou empresas e entidades do município de Maringá, no sentido de efetuar um inventário quali-quantitativo da arborização em vias públicas da cidade, para subsidiar a elaboração de um plano de manejo da arborização.

A COPEL se interessou pelo projeto no ano de 2003, e em reunião com os representantes do CESUMAR, verificou-se a possibilidade de um convênio, já que a COPEL possuía o cadastro georeferenciado das árvores em vias públicas, como produto de uma base cartográfica digitalizada, adquirida pela COPEL no ano de 1995. Por parte do CESUMAR havia a intenção de conceder bolsas para estagiários do curso de ciências biológicas, que fariam a coleta em campo das informações relativas às árvores.

Desta forma, havendo interesse mútuo das partes envolvidas, a COPEL e o CESUMAR formalizaram o convênio "Cadastramento da arborização pública de Maringá - PR" em 31.03.2004.

Esse convênio foi parte de um projeto empreendido pelo CESUMAR, conhecido como "Projeto Árvore", em que houve a participação de mais duas empresas: Gelita do Brasil (empresa de gelatinas) e da TCCC - Transporte Coletivo Cidade Canção (concessionária de transporte público), que contribuíram com apoio financeiro e logístico.

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2. METODOLOGIA

Para o atendimento aos objetivos traçados, o CESUMAR havia estabelecido inicialmente as seguintes etapas para o projeto:

• Pesquisa de campo; • Cadastramento dos dados; • Análise dos dados e conclusões.

Entretanto, logo após o início dos levantamentos (piloto), foi detectada a necessidade de que as informações coletadas de cada árvore pudessem ser indexadas a um endereço ou registro, criando um banco de dados destas informações, para que o levantamento não se limitasse apenas a um inventário quali-quantitativo.

Nesse momento, foi verificado que a COPEL possuía o cadastro digital, georeferenciado das árvores do município de Maringá o que seria de grande valia para localizar as árvores, possibilitando dividi-las por bairro ou quadras.

Desta forma, após a assinatura do convênio entre CESUMAR e COPEL, procedeu-se uma mudança na metodologia do trabalho, conforme abaixo:

2.1. Formação das equipes de campo

O CESUMAR ofereceu vagas de estágio para 20 alunos do curso de Ciências Biológicas, que foram capacitados em um curso de 80 horas, para que estivessem aptos a identificar os aspectos quanto a espécie, porte, qualidade, proximidade à rede elétrica, manejo da poda, entre outros, sendo formadas 10 equipes de campo (duplas de alunos).

Foto 2 – Treino com hipsômetro (medição de alturas arbóreas). Fonte : André César F. Sampaio

Foto 3 – Equipe de Campo do Projeto Árvore Fonte : André César F. Sampaio

2.2. Coleta de dados

Para permitir que as informações coletadas pudessem ser digitadas diretamente pelas equipes de campo, reduzindo a necessidade de um pós-processamento, foi desenvolvido um aplicativo pela COPEL, para extrair do banco de dados de informações cartográficas digitais, com as coordenadas das árvores e o indexador de identificação do sistema da COPEL "Feature Number".

Para facilitar o trabalho de campo e permitir o controle do andamento do projeto, dividiu-se o arquivo enquadrando-o em 550 quadrículas de 500m por 500m, na escala 1:1.000, contendo toda área urbana do município de Maringá - PR.

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Figura 1 – Imagem da cartografia digital de Maringá - PR.

Para cada quadrícula, além do arquivo de dados, foram repassadas ao CESUMAR, cópias em papel de cada quadrícula em pranchas com o formato A1-2A4, que além das árvores, continham as informações de eixos viários, edificações e hidrografia, para facilitar a localização em campo das árvores.

O CESUMAR, por sua vez, desenvolveu um aplicativo de coleta de campo para ser operado em "PalmTops" onde as informações fornecidas pela COPEL foram carregadas, prancha por prancha.

Foto 4 – "Palm Top" com o programa de coleta de campo. Fonte : André César F. Sampaio

De posse dos mapas e das informações carregadas no aplicativo de coleta de dados, as equipes de campo procederam o levantamento das informações no período de março de 2004 a agosto de 2005.

Foto 5 – Coleta de campo (medição de diâmetro do tronco). Fonte : André César F. Sampaio

Foto 6 – Coleta de campo (medição do raio da copa). Fonte : André César F. Sampaio

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2.3. Processamento dos dados

Como as informações eram digitadas manualmente no "Palm Top", o CESUMAR desenvolveu filtros tanto no software de coleta de campo, como no sistema gerenciador do banco de dados, de forma a devolver para a COPEL, um banco de dados confiável.

Mensalmente os arquivos, com as informações coletadas, eram retornados a COPEL, que fez a carga das informações em seu sistema de geoprocessamento.

Figura 2 - Fluxograma de saída e retorno dos dados ao sistema GIS da COPEL.

2.4. Atributos das Árvores Levantadas

Pelo convênio, todos os dados quali-quantitativos das árvores são retornados ao sistema de informações geográficas da COPEL - GIS, sendo os mais importantes, os dados relativos a interação com a rede elétrica e a situação das podas.

Segue abaixo a relação de informações coletadas das árvores no levantamento de campo, que retornaram ao banco de dados da COPEL:

2.4.1. Quanto à identificação e localização do registro:

• "Feature Number" (FN)- Número identificador do registro no banco de dados da COPEL; • Número da prancha (PRC) – Número da prancha (mapa fornecido pela COPEL);

• Logradouro (Via) - Nome da rua, avenida, praça, etc;

• Número do imóvel (NI) – Número do imóvel em frente ao "feature number"; • Número do quarteirão (NQ);

• Zona (Z) - Número da zona (zoneamento urbano); • Lado da rua (LR);

• Status (S) – regular (árvore viva com mais de 3 metros de altura), jovem (árvore viva com até 3 metros de altura), morta, cortada, ausente.

2.4.2. Identificação da espécie:

• Espécie (SP) –Nome popular e científico da espécie a ser registrada.

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2.4.3. Quanto ao porte :

• Altura total (H);

• Altura da primeira bifurcação (Hb); • Circunferência à altura do peito (Cap); • Diâmetro de copa longitudinal (Long); • Raio de copa lado da rua (Rr);

• Raio de copa lado lotes (construções) (Rc);

2.4.4. Quanto à qualidade:

• Condição geral (C) - Boa, satisfatória e sofrível (conforme Milano2);

• Condição do sistema radicular (SisRad); • Infestação de cupim (Icupim);

• Epífitas (Ep);

• Podas anteriores (PodaA) - Com poda anterior, poda com brotos, sem poda anterior, com poda drástica.

2.4.5. Quanto a posição de plantio:

• Distância da árvore até o meio fio (Mf); • Distância da árvore às construções (Ct); • Espaçamento (E);

• Área livre (Al);

2.4.6. Quanto a Rede Elétrica :

• Tipo de rede elétrica (Re) – Dado coletado quando existe rede elétrica no local. Os tipos de rede elétrica identificados são: rede elétrica compacta, rede elétrica simples, sem rede elétrica, apenas baixa tensão.

2.4.7. Quanto a Fenologia :

• Folhas (Fo) – Sem folhas, com poucas folhas, com muitas folhas; • Flores (Flo) – Sem flores, com poucas flores, com muitas flores; • Frutos (Fr) – Sem frutos, com poucos frutos, com muitos frutos.

2.4.8. Quanto a Necessidade de Manejo:

Poda recomendada (PR) - Poda não necessária, poda de limpeza, poda de rede elétrica;

Copa (Co) - Sem interferência (no trânsito de pedestres ou veículos), interferindo no trânsito de veículos, interferindo no trânsito de pedestres.

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3. RESULTADOS OBTIDOS

Foram checados durante o convênio, 108.172 registros, abrangendo cerca de 90% da cobertura vegetal em vias públicas da cidade de Maringá - PR, tendo sido coletadas informações de 93.261 árvores. Na COPEL, desenvolveu-se um aplicativo para visualizar alguns dos atributos levantados, a princípio com o foco no gerenciamento dos contratos terceirizados de poda, mas com potencial para outras aplicações como por exemplo no gerenciamento de projetos de substituição de árvores por de menor porte, objeto de um futuro convênio com a prefeitura.

Nas figuras abaixo, pode-se visualizar o sistema GIS da COPEL, com os atributos de interesse ao gerenciamento da poda.

Figura 3 - Tela do sistema GIS, mostrando atributos de uma das árvores levantadas pelo convênio.

Em seqüência ao trabalho de levantamento dos dados e cadastramento no sistema GIS, planeja-se integrar ao sistema de Gerenciamento da Manutenção da Distribuição, com as seguintes potencialidades:

• Planejamento da emissão das Autorizações para Execução de Serviços - AES, de acordo com a espécie ou pelo tempo da última poda;

• Carregamento do trecho relativo a uma AES, em "PalmTop", facilitando a medição dos serviços, pelo fiscal de poda da COPEL;

• Atualização dos dados das árvores (data da poda), em campo pelo fiscal da poda.

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8/8 4. CONCLUSÕES

Hoje, com a evolução dos sistemas de geoprocessamento, desenvolver aplicativos para gestão das árvores tornou-se atividade relativamente simples. Entretanto, nenhum banco de dados tem utilidade sem o principal: os dados. O convênio possibilitou à COPEL, obter um volume considerável de dados da arborização de Maringá, fornecendo apenas cópias de pranchas em papel e o cadastro digital, que já era de sua propriedade, ou seja, a custos reduzidos.

Além disso, devido a divulgação na mídia da participação da COPEL neste convênio, houve ganhos no sentido de minimizar a imagem negativa da empresa perante a opinião pública, devido as injúrias mecânicas causadas às árvores devido às podas.

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. SAMPAIO, André Cesar Furlaneto, Projeto Árvore - Relatório Final, Convênio CESUMAR, COPEL, GELITA e TCCC, Maringá - PR, março de 2006.

2. MILANO, M. S., Avaliação Quali-quantitativa e Manejo da Arborização Urbana: Exemplo

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