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Aplicação da lei dos royalties ecológicos nas questões ambientais favorecendo o combate ao aedes aegypti dentro do município de Nova Iguaçu/RJ

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Academic year: 2021

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APLICAÇÃO DA LEI DOS ROYALTIES ECOLÓGICOS NAS

QUESTÕES AMBIENTAIS FAVORECENDO O COMBATE AO AEDES

AEGYPTI DENTRO DO MUNICÍPIO DE NOVA IGUAÇU/RJ

Juan Francisco Domingues de Melo – UFF/ICHS

Resumo

O Relatório Técnico tem como foco a observação do trabalho do gestor público e seu objetivo é apresentar por meio do planejamento estratégico situacional (PES) ações que possam minimizar a infestação do mosquito na comunidade local e adjacências. A metodologia é de cunho bibliográfico, onde será realizado um paralelo entre o pensamento dos autores e pesquisas e explorações de campo que foram realizadas e, tiveram embasamento nas leis, para intervir de forma significativa, no objetivo do trabalho que tem uma abordagem qualitativa e propende levantar questões pertinentes ao tema. Para isso, tem a colaboração de alguns autores como: Jannuzzi (2001), Carvalho (2004), Guerra (2012), dentre outros com materiais pertinentes ao tema. Como resultados a pesquisa compreende como solução ao problema, através da utilização da ferramenta de Planejamento Estratégico Situacional (PES) para ações de intervenção e priorização do problema do controle do mosquito Aedes Aegyptie suas complicações, dentro do município de Nova Iguaçu/RJ, procurando mostrar através do processo de trabalho que cabe ao gestor em conjunto com sua equipe, construir ações de planejamento estratégico e integrado para superar os obstáculos e exercer uma boa gestão dos recursospúblicos.

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1 - Introdução

O estudo busca observar o grau de profissionalismo da administração pública municipal do município de Nova Iguaçu, numa observação ao Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão frente ao combate do mosquito Aedes Aegypt.

O tema “A aplicação da lei dos royalties ecológicos nas questões ambientais favorecendo o combate ao Aedes Aegypti dentro do Município de Nova Iguaçu”, tem como pressuposto que, por intermédio de um planejamento estratégico se realize ações que possam minimizar a infestação do mosquito na comunidade local e adjacências, pois as doenças que o mesmo transmite como a Dengue, Zika, Chikungunya, encontram facilidades de ampliação de sua situação epidemiológica, onde o aquecimento global, a urbanização da população, o aumento do consumo de materiais industrializados e o aumento das condições ecológicas favorecem seu desenvolvimento em todas as regiões brasileiras.

Quando se pensa na responsabilidade do enfrentamento do Aedes Aegypt (causador de várias doenças), cabe um planejamento do município para rever e assistir de forma significativa com a mobilização de posturas públicas defensivas à infestação e viabilização de projetos de âmbito municipal para impedir uma epidemia e, para isso, a sugestão é a utilização dos recursos advindos da lei dos royalties ecológicos nas questõesambientais.

O objetivo do trabalho é propor ações,por meio do planejamento estratégico situacional (PES) que possam minimizar a infestação do mosquito na comunidade local e adjacências.

Em pesquisa ao site da Prefeitura do município de Nova Iguaçu, verificou-se na última década, a passagem de 8 prefeitos pela Prefeitura local com pouco melhoramento efetivo na cidade com relaçao as mais diversas areas (Sanemaneto básico, Sáude, Educação, Economia, entre outros) e principalmente com a aplicação dos recursos recebidos pelos royalties do petróleo pois, foi observado que esses royalties da Petrobrás passados pelo Governo mediante a exploração do petróleo, são os principais responsáveis pelas obras de infraestrutura do município, como saneamento básico, educação, saúde e pela geração de empregos e renda dapopulação (PREFEITURA DE NOVA IGUAÇU, 2016).

Em uma entrevista no blog do Jornal O Dia1, o estudo mostra que existem desperdícios de água, falta de coleta e tratamento de esgoto em muitos bairros dentro do município, problema que poderia ser solucionado se houvesse uma boa gestão administrativa e aplicação do dinheiro enviado pelo governo referente aosroyalties.

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O trabalho se justifica em apresentar o quanto é importante para o bem estar da população, uma boa administração do dinheiro advindo dos Royalteis, que entram na contabilização das finanças orçamentárias e planejamento do município que os recebem. Como consequências concretas desta boa gestão o município seria agraciado com melhores condições de saneamento, saúde, educação, cultura, enfim proporcionando uma melhor qualidade de vida a esta população e adjacências.

Foram observadas no decorrer da pesquisa uma má gestão dos recursos adivindos dos royalties e das fontes rentáveis da cidade, que não são aplicados de forma a eficiente dentro do Município. Deu-se início a formação do problema em que também foi observado o aumento de endemias dentro do município destacando-se as doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti como Dengue, Zika eChikungunya.

1 – Apresentação do Caso

A ferramenta do planejamento estratégico é utilizada para trabalhar de forma mais condizente com ações previamente estipuladas, e neste caso irá prever ações que visam erradicar o foco doAedes Aegypti dentro do município, e assim evitar o crescimento dessa

epidemiologia.

Desta forma, é possível observar a necessidade de implementar novos métodos para atingir a melhora na qualidade dos serviços prestados, logo, o diagnóstico levantado através do planejamento auxilia na identificação da situação de saúde e das condições de qualidade de vida, além de sistematizara ações imprescindíveis para resolver o problema do Aedes Aegypti..

Nesta visão, o planejamento é uma ferramenta importante para a consolidação das práticas de vigilância em saúde. Esse método de trabalho também é usado em outros setores e atividades com a finalidade de apontar ações, estratégias e recursos (humanos, financeiros e materiais) necessários à resolução de problemas e atender as necessidades de uma população em uma determinada área.

O Município a ser observado é o de Nova Iguaçu, que está situado na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), a 29,6 Km do Município do Rio de Janeiro, núcleo metropolitano e capital do Estado. Segundo IBGE (2010) a população de Nova Iguaçu em 2010 é de 796.257 habitantes para um territóriode 521 Km2,se constituindo como o quartomunicípio da Região Metropolitana do Rio de Janeiro em tamanho da população e o primeiro em extensão, tendo uma densidade de 1.528 habitantes por Km2, conforme mostra a

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tabela 1 abaixo, que apresenta a população residente, a área total e a densidade demográfica do estado do Rio de Janeiro, da baixada fluminense I e II e dos municípios no anode2010.

Tabela 1 - Quadro da População da Baixada Fluminense – IBGE (2010)

LOCAIS POPULAÇÃO ÁREA (KM2

) DENSIDAD DEMOGRÁF (HAB/KM2 E ICA ) ERJ 15.989.929 43.780 365 Baixada Fluminense I e II 3.651.771 2.807 1.301 Baixada Fluminense I 2.059.245 1.555 1.325 Belford Roxo 469.332 78 6.031 Itaguaí 109.091 276 395 Japeri 95.492 82 1.166 Mesquita 168.376 39 4.310 Nilópolis 157.425 19 8.118 Nova Iguaçu 796.257 521 1.528 Paracambi 47.124 180 262 Queimados 137.962 76 1.823 Seropédica 78.186 284 276 Baixada Fluminense II 1.592.526 1.252 1.272 Duque de Caxias 855.048 468 1.829 Guapimirim 51.483 361 143 Magé 227.322 389 585

São João de Meriti 458.673 35 13.025

Fonte: IETS, com base nos dados do Censo/IBGE (2010). Notas: exclusivo a população residente nas áreas urbanas isoladas as águas interiores.

Fonte: Araújo e Pereira (2012)

Nova Iguaçu/RJ faz parte dos municípios da Baixada Fluminense I, que são beneficiados com os Royalties, que também entram na contabilização das finanças orçamentárias e planejamento do município, conforme representação da Tabela 2. Porém, tem o menor percentual de investimento empregado no município conforme mostra a Tabela 3, ambas com base nos dados dos Estudos Econômicos dos Municípios do Rio de Janeiro do

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Tabela 2- Indicadores de Royalties dos Municípios da Baixada Fluminense I e II LOCAIS ROYALTIES RECEBIDOS EM 2011 (R$ MILHÕES) RANKING DOS ROYALTIES RECEBIDOS ROYALTIES PER CAPITA EM 2011 (R$) RANKING DOS ROYALTIES PER CAPITA PROPORÇÃO DOS ROYALTIESNA RECEITA TOTAL Baixada Fluminense I Belford Roxo 13 29 28,45 87 3% Itaguaí 12 35 103,76 70 3% Japeri 11 38 109,76 68 9% Mesquita 11 36 67,10 82 6% Nilópolis 10 40 66,11 83 6% Nova Iguaçu 17 24 21,51 90 2% Paracambi 8 52 164,03 60 8% Queimados 10 42 72,73 78 6% Seropédica 10 39 132,15 64 8% Baixada Fluminense II Duque de Caxias 80 9 93,42 73 5% Guapimirim 40 16 768,02 15 35% Magé 48 15 208,78 58 15% São João de Meriti 12 33 26,84 89 3%

Fonte: Araújo e Pereira(2012)

Tabela 3- Investimento Per Capta e Grau de Investimento dos Royalties

LOCAIS PER CAPITA (R$)INVESTIMENTO INVESTIMENTO RANKING DO PER CAPITA GRAU DE INVESTIMENTO RANKING DO GRAU DE INVESTIMENTO Baixada Fluminense I Belford Roxo 79,25 85 9% 45 Itaguaí 648,66 9 17% 12 Japeri 127,90 64 10% 29 Mesquita 232,09 38 21% 5 Nilópolis 176,39 46 15% 18 Nova Iguaçu 55,04 87 5% 70 Paracambi 102,15 74 5% 74 Queimados 126,25 66 11% 23 Seropédica 147,21 56 9% 40 Baixada Fluminense II Duque de Caxias 136,26 62 7% 49 Guapimirim 102,50 73 5% 75 Magé 80,48 83 6% 64

São João de Meriti 95,94 77 10% 28

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A organização estudada é a Prefeitura de Nova Iguaçu, localizada na Região Metropolitana I do Rio de Janeiro, e o problema está vinculado ao fato de que apesar do recebimento de mais de R$ 17 milhões de reais em Royalties, e de os integrantes do Comitê Municipal de Acompanhamento e Assessoramento das Ações de Controle da Dengue, Zika e Chikungunya participar, de elaborações de planos e metas no combate a essas endemias,ainda não há um resultado positivo esperado pelapopulação (REVISTA EXAME, 2012)

Baseados nos dados apresentados, Antunes e Gonçalves (2010) afirmam que é imprescindível que a administração pública pesquise, pondere e efetive ações estratégias, e direcione investimentos, a fim de tomar providências cabíveis no âmbito institucional e jurídico para implantação de políticas ambientais, sociais, educacionais e de saúde, que garantam a qualidade de vida da população em meio às ações elaboradas pelo município. Os autores levantam ainda questões que necessitam de observação, como falta de saneamento básico, questões como educação, saúde, desemprego, desvio de verbas e o uso inadequado e aplicação incorreta do recurso municipal, entre outros.

Foi levantado o seguinte problema na pesquisa: Quais são as ações que podem ser implementadas pelo Planejamento Orçamentário para o combate ao Aedes Aegypti através de recursos advindos da aplicação da Lei dos Royalties Ecológicos dentro do Município de Nova Iguaçu/RJ?

A Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão do município de Nova Iguaçu/RJ adota uma conceituação em que, mensura aspectos relacionados a um determinado conceito, fenômeno, problema ou resultado de uma intervenção na realidade, constituindo um planejamento estratégico municipal. “Seu principal objetivo é traduzir certo aspecto de uma realidade (situação social) ou construída (ação de governo), de maneira a tornar operacional a sua observação e avaliação” (BRASIL, 2010, p. 18).

Assim, evidencia-se a importância da utilização da ferramenta de Planejamento Estratégico Situacional (PES) para ações de intervenção e priorização do problema do controle do mosquito Aedes Aegypti e suas complicações dentro do município deNova Iguaçu/RJ, procurando mostrar, através do processo de trabalho, que cabe ao gestorem conjunto com sua equipe, construir ações de planejamento estratégico e integrado para superar os obstáculos e exercer uma boa gestão dos recursos públicos. A prática de ação integrada desde o planejamento até a execução das ações e avaliação dos resultados destas pode reconstruir estas práticas de forma a torná-las mais próximas às necessidades da comunidade pelas quais são formalizados seusvínculospolíticos.

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estratégico se consiga realizar ações que minimizem a infestação do Aedes Aegypti no Município de Nova Iguaçu/RJ, pois as doenças transmitidas pelo mosquito encontram facilidade de ampliação de sua situação epidemiológicadevido ao aquecimento global, a urbanização da população, o aumento do consumo de materiais industrializados e a ampliação das condições ecológicas que tendem a favorecer o desenvolvimento de suas larvas em todas as regiões brasileiras.

3 – Referencial Teórico

3.1 – Planejamento Estratégico Situacional

Um planejamento estratégico engloba uma estratégia de acompanhamento e avaliação das condições de vida e da situação de saúde de uma população que vive em um território específico, e a realização de um diagnóstico para detecção de problemas e levantamento denecessidades que possam existir na comunidade. Para tanto, baseia-se na coleta de históricos socioeconômicos, culturais, epidemiológicos, ambientais entre outros, que objetivam a produção de dados e informações que servem de elo fundamental para intervenções (MATUS,1993).

Segundo Matus (1993), o enfoque multidimensional do planejamento estratégico situacional está direcionado para concretização dos objetivos da coordenação inter e intrasetorial, em virtude do seu olhar totalizador sobre a problemática da saúde. Assim, este é ancorado na teoria da produção social e no planejamento com base nos problemas de coordenação de serviços da promoção da saúde, pois são questionamentos que acendem ações, que tendem a permitir um intercâmbio adequado, com viabilidades aoutrasrealidades.

Ainda de acordo com Matus (1993) o planejamento estratégico é a arte de construir maior governabilidade aos problemas, enquanto pessoas, organizações ou países. O planejamento não é uma fórmula mágica para solução de problemas, porém é uma grande ferramenta utilizada por gestores na busca de estratégias e soluções para as dificuldades que por ele foram diagnosticados, trazendo benefícios a diversos atores envolvidos no contexto.

O planejamento estratégico tem como foco a representação da introdução da dimensão humana e política, que vem mostrando a administração voltada na busca de seus objetivos. Neste contexto, o enfoque situacional vem expor as necessidades e demandas dos diversos atores envolvidos, bem como suas posições diante dos problemas, e procura adequada de soluções que são apresentadas através de um processo dinâmico de negociação e captação de

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acordos e responsabilidades (CARVALHO, 2004).

Segundo Guerra (2012) o uso de indicadores assume um papel de destaque no fomento de uma gestão qualificada que busca mensurar resultados e seu uso pode ser empregado em todas as etapas do ciclo de políticas públicas. É necessário para organizar o planejamento e para registrar cada momento, propõe-se a utilização de planilhas que facilitam o compartilhamento das discussões entre os participantes.

Na visão de Antunes e Gonçalves (2010) o planejamento estratégico quando realizado em âmbito municipal se constitui em um instrumento voltado à política pública, que vem a ser de grande relevância para o planejamento e desenvolvimento local e regional, principalmentepor que vêm apontando os problemas advindos muitas das vezes da falta de administração dos recursos financeiros dentro dos municípios, estes devem ser regidos pela subordinação à Lei de Responsabilidade Fiscal, e através das exigências do Estatuto da Cidade e pelas pressões dos seugoverno.

Os momentos do planejamento se resumem na análise da situação; definição de objetivos; definição de ações; análise de viabilidade e desenho de estratégias; elaboração da programação operativa; acompanhamento e avaliação da programação operativa.

3.2 - Administração Pública, Orçamentos e Royalties

O desafio da administração pública é transformar estruturas administrativas- burocráticas em estruturas flexíveis e empreendedoras. Para tal é necessário gestores capacitados, capazes de adotar padrões e instrumentos de estão de acordo com necessidade da organização, na busca de eficiência e melhoria na qualidade do serviço público prestado seja no âmbito municipal ou estadual (MATUS, 1993).

Segundo Antunes e Gonçalves (2010) o planejamento estratégico municipal se constitui em uma ferramenta utilizada no âmbito das políticas públicas condescendente ao programa e desenvolvimento local e regional, onde projetam resultados que abordam questões como os problemas que envolvem a falta de recursos financeiros dentro dos municípios, impossibilitando o suporte dentro das temáticas da cultura, transporte, habitação, educação, esporte, turismo, segurança, saneamento, saúde, enfrentando desafios financeiros, sociais, políticos, ambientais, em sua gestão.

O planejamento tem obediência à Lei de Responsabilidade Fiscal, pela exigência do Estatuto da Cidade, podendo descentralizar e compartilhar as decisões dos administradores

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As ações atribuídas pelo planejamento estratégico orçamentário e fundamentações que envolvem a Administração Pública Municipal estão vinculadas a Lei de Responsabilidade Fiscal, a Lei Orgânica Municipal, e a Constituição Federal de 1988. Segundo Araújo e Pereira (2012, p. 38) o município também utiliza como base orçamentária o documento do “Plano Plurianual (PPA), a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Orçamentária Anual (LOA), para direcionar as ações da gestão”. A elaboração destes documentos é assegurada por lei e auxiliam o gestor em suas decisões, além de servir de fonte de informações à população.

Carvalho (2004) ressalta que dentro da base orçamentária a prefeitura deve levantar a missão a ser definida após serem identificados os stakeholders. E estadeve estar diretamente relacionada com o bem-estar da população. O autor observa que no caso das organizações públicas, a rotatividade da administração pública ocasiona uma descontinuidade da gestão, o que compromete o alcance dos objetivos determinados para um prazo superior ao mandato vigente, daí a necessidade de internalizar e institucionalizar um plano de gestão para priorizar que a missão e a visão da prefeitura sejam alcançadas mesmo que mude a equipe de trabalho, pois os objetivos institucionais devem ultrapassar a linha temporal dos gestores municipais, que é de quatro anos.

A partir da Constituição Federal de 1988, a função de planejamento teve uma ênfase maior no setor público, quando o orçamento público foi aliado ao planejamento. Neste mesmo sentido, a Carta Magna evidenciou a integração das ferramentas de planejamento no setor público: o PPA, a LDO e a LOA (ANTUNES E GONÇALVES, 2010).

Pelo fato de um instrumento estar vinculado ao outro, a boa execução orçamentária dependerá de um PPA elaborado de forma adequada. O PPA, de acordo com a definição de Andrade et al. (2005), é o instrumento que administra os gastos públicos de maneira lógica a fim de garantir a manutenção do patrimônio público e a realização de novos investimentos.

É essencial ressaltar que qualquer ação do governo poderá ser executada somente se o programa estiver inserido no PPA. A Constituição Federal de 1988 apresenta as regras que conduzem à elaboração do PPA:

Art. 165. Leis de iniciativa do Poder Executivo estabelecerão: I – o plano plurianual; [...] §1º A lei que instituir o plano plurianual estabelecerá, de forma regionalizada, as diretrizes, objetivos e metas da administração pública federal para as despesas de capital e outras delas decorrentes e para as relativas aos programas de duração continuada. A LDO é o elo entre o PPA e a LOA. Ela deve definir as metas e prioridades da administração pública municipal, orientar a elaboração da LOA, dispor sobre as alterações na legislação tributária no município, dispor sobre a política de pessoal e encargos sociais e estabelecer a política de aplicação das agências financeiras oficiais de fomento (ANDRADE et al., 2005, p. 49).

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A Lei nº 9.478/1997 regulamentou o regime de concessão e criou a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis - ANP, e a Lei nº 12.351/2010, criou o regime de reparte de produção e também o Fundo Social.

Em 2012, houve a tramitação do Projeto de Lei que dispõe sobre royalties e participação especial, devidos pela produção petrolífera sob o regime de concessão, e sobre royalties devidos sob o regime de partilha de produção e foi sancionada a Lei nº 12.734/2012,

que definiu novas regras de distribuição, entre os entes da Federação dos royalties e da participação especial devido em função da exploração de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos (GUERRA, 2012).

Em 2013 o Congresso Nacional aprovou o PL 323-H/2007, convertido na Lei 12.858/2013, que estabeleceu novas regras para aplicação dos recursos do pré-sal, onde a prioridade é sua utilização na área da educação e saúde. Os repasses são feitos aos Estados e Municípios a título de indenização, no montante de 1% sobre o valor do óleo, xisto betuminoso e gás extraídos de suas áreas, onde se fizer a lavra do petróleo.As transferências são utilizadas para repasses no âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), Fundo Nacional de Saúde (FNS) e o Fundo Nacional da Assistência Social (FNAS), para a realização de ações específicas de educação, saúde e assistência social que forem jugadas necessárias(BRASIL, 2014).

4 – Plano de Ação

4.1 - Formulação de Estratégias do Plano de Ação

O gestor em parceria com sua equipe procura ações de intervenção no controle epidemiológico dentro do município de Nova Iguaçu/RJ, e dentre suas tarefas gerenciais se atém aos detalhes a partir das noções de situação, problema e atores sociais envolvidos, onde se constrói a base num enfoque de planejamento, denominado de estratégico situacional, que se torna muito útil para conduzir as ações em contextos especialmente caracterizados pela existência de muitos interesses e julgamentos distintos sobre como atuar em relação a um determinado recorte da realidade que demonstra a situação atual, com o propósito de transformá-la ou criar estratégias interventivas para amenizar ou suprir os problemas apresentados.

Neste trabalho o planejamento estratégico situacional (PES), foi uma ferramenta de apoio que aumentou o poder de explicação dos problemas e ajudou a sistematizar o raciocínio

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estratégico do gestor, implementando ações no Planejamento Orçamentário Municipal relacionadas ao melhor emprego dos recursos advindos da aplicação da Lei dos Royalties Ecológicos no trato do combate ao Aedes Aegypte dentro do Município de Nova Iguaçu/RJ, onde foi construído um plano de ação integrado para traçar combates, intervenções e superar os obstáculos, exercendo uma boa administração.

No desenvolvimento do trabalho as pesquisas e explorações de campo que foram realizadas tiveram embasamento nas leis, que buscaram o envolvimento e a intervenção de forma significativa para conseguir resolver o problema levantado e seu objetivo, que é o controle da proliferação do Aedes Aegyptidentro do município.

Foi realizado um levantamento dos principais problemas dentro do Município de Nova Iguaçu/RJ. Eobservou-se que para um bom trabalho de controle sanitário é fundamental que se conheça o território, ou seja, que se identifique e interprete a organização e a dinâmica das populações que nele habitam, bem como se compreenda a forma como funcionam e se articulam as condições econômicas, sociais e culturais, quais os atores sociais em questão e a relação destes com seus espaços de vida e detrabalho.

Com auxilio de Machado (2007) para identificação definição dos problemas, através do diagnóstico situacional, observaram-se entre outros, como: o acúmulo de lixos nos quintais dos moradores, nas esquinas e em terrenos vazios; falta de saneamento básico adequado; alto índice de Hipertensos e Diabéticos; risco de aumento do número de casos de Dengue,Zika e Chincungunha, entre outros. Porém, foram selecionados os problemas voltados para pesquisa em questão. Foram levantadas através dos diagnósticos dos problemas relacionados ao mosquito Aedes Aegypti, suas causas e consequências, assim como as intervenções através de um plano de ação, como são mostrados nos quadros abaixo.

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Quadro 1 - Problemas, Causas e Consequências do aumento de casos de Dengue

PROBLEMAS CAUSAS CONSEQUÊNCIAS

Acúmulo de lixo nos quintais de moradores,

nas esquinas e em terrenos vazios.

Falta de cuidado com a armazenagem do lixo.

Tendência ao aparecimento de insetos e roedores, transmissão dedoenças.

Falta de saneamento básico.

Acúmulo de objetos não utilizados e não reciclagem dos

mesmos pelos moradores.

Aumento na transição de doenças como a Dengue, Zika e

Chikungunya.

Urbanização da População. O fato da coleta do lixo e da limpeza urbana serem

prejudicados.

Complicações da Dengue e demais doenças.

Pouca limpeza por parte da prefeitura.

Risco do aumento dos casos de dengue.

Óbitos causados pela Dengue e demais doenças. Abastecimento inadequado ou inexistente de água potável em determinadas áreas gerando a necessidade indiscutível de armazená-la de forma precária.

Hábitos dos moradores.

Exposição de bueiros rios e corregos

Falta de conscientização da população para ocombate à

Dengue.

Aumento das chuvas nos períodos no meio do ano.

Fonte: Autor (2017).

Dentre os nós críticos apontados pela pesquisa, destaca-se: o baixo nível de conscientização da população quanto ao acúmulo de lixo nos quintais; o baixo nível educacional e de conhecimento da população local sobre os riscos e proliferamento do mosquito; o processo de trabalho em equipe envolvendo os agentes, os moradores dos locais, e órgãos necessários, para se obter o sucesso no controle e combate da Dengue, Zika e Chincungunha; a Supervisão e orientação do gestor com conhecimento das leis e domínio do planejamento estratégico situacional para a elaboração conjunta do planodeações.

De posse das informações necessárias foi dado início ao Plano de ação que mediante o financiameto dos recursos adivindo dos royalties, tem o objetivo de controlar e combater à dengue naquela região, conforme mostra o quadro abaixo:

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Quadro 2 - Plano de Ação ao controle e combate à Dengue OBJETIVO ESPECÍFICO AÇÕES NECESSÁRIAS PARAATINGIR CADA OBJETIVO FACILIDADES DIFICULDADES ESTRATÉGIAS (como fazer para

superar as dificuldades e aumentar as facilidades) • Orientar a população sobre asformas de prevenção dadengue; • Campanhas educativas coma participação dos profissionaisde saúde. • Existência de profissionais da saúde e o apoioda Secretaria Municipal de Saúde com materiais informativos. • Pouca integração entreos agentes de vigilância e os agentes comunitários. • Intensificar parcerias coma Estratégia da saúde da Família e coma Associação de moradores. • Fornecer acesso ainformação sobre o combate à Dengue, principalmente a moradores em área de risco. • Encontros em espaços dentro dascomunidades com a participação dos moradores edos

profissionais de saúde. • Existência de profissionais dasaúde. • Disponibilidade de tempo da populaçãodas comunidades e dos profissionais da saúde para a participaçãodas reuniões. • Realização das reuniões nosfinais de semana. • Orientar a população quantoà necessidade se eliminação de criadouros de larvas demosquitos • Oficinas sobre formas deprevenção da dengue. • Existência de profissionaisdasaú de. Materialdeapoio. Contar com profissionais daClínicapróxima para palestrar sobre o assunto. • Utilização da quadra por intermédio da Associaçãode Moradores para as oficinas e palestras. • Disponibilidade de tempodos profissionais da saúde para a participação das oficinas. • Realização das oficinas nosfinais de semana. • Apoio da Associação de Moradoresdas Comunidades,Agent es Comunitários de Saúde, Agentes Ambientais e Guardiões do Rio, num trabalho em equipe. • Ajuda deoutros órgãos da Prefeitura na coleta de lixoe projetos de saneamento básico para as comunidades. Fonte: Autor (2017). 5 -Conclusão

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Conclui-se que o planejamento realizado pelos municípios se assemelha à primeira fase histórica do processo de planejamento, em que o planejamento era fundamentado, prioritariamente, em orçamentos, sendo as atividades da organização estabelecidas com base nos limites de custos estabelecidos, ou seja, verifica-se em alguns órgãos da administração pública a institucionalização apenas da primeira fase do estágio de um planejamento estratégico.

Ressalta-se que a não internalização da prática das demais fases e estágios do plano de gestão poderá comprometer a eficácia da máquina pública. Neste contexto, sugere-se, como trabalho futuro, a análise da relação entre os swings votes2e o planejamento estratégico.

Com isso, as principais limitações para realização da pesquisa foram a dificuldade na procura de determinados dados com mais clareza e transparência, isso devido a falta de publicidade da própria prefeitura, principalmente em seu site, que não disponibiliza com exatidão dados estatísticos com valores expostos relacionados aos Royaties, por exemplo.

Percebeu-se que a administração incorreta do gestor público, pode acarretar em prejuízo a população na falta de alguns serviços básicos como saneamento, educação, recursos de saúde, deve-se haver uma conscientização e melhor aplicabilidade das políticas públicas, promoção de mais severidade a atos como o desvio de verbas, o aumento da violência, analfabetismo, falta de qualificação profissional, a utilização correta dos recursos financeiros, principalmente dos advindos pelosRoyaltiesEcológicos.

Assim, a pesquisa compreende como solução ao problema, a utilização da ferramenta de Planejamento Estratégico Situacional (PES) para ações de intervenção e priorização do problema do controle do mosquito Aedes Aegypti e suas complicações, dentro do município de Nova Iguaçu/RJ, procurando mostrar através do processo de trabalho que cabe ao gestor em conjunto com sua equipe, construir ações de planejamento estratégico eintegrado para superar os obstáculos e exercer uma boa gestão dos recursos públicos. A prática de ação integrada desde o planejamento até a execução das sações e avaliação dos resultados pode reconstruir estas práticas de forma a torná-las mais próximas às necessidades da comunidade pelas quais são formalizados seus vínculospolíticos.

2Significa um conceito de eleitores voláteis e sua relação com o planejamento estratégico está na necessidade de

envolver a sociedade com requisito basilar da gestão pública para se atingir patamares superiores de excelência na efetiva defesa dos interesses e dos direitos dos cidadãos, mudando o conceito de swing votes e o transformando em eleitores fiéis.

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Diante do exposto, tem-se como pressuposto que por intermédio de um planejamento estratégico se consiga realizar ações que minimizem a infestação do Aedes Aegypti no Município de Nova Iguaçu/RJ, pois as doenças transmitidas pelo mosquito encontram facilidade de ampliação de sua situação epidemiológica, e bastante favorável devido ao aquecimento global, a urbanização da população, o aumento do consumo de materiais industrializados e a ampliação das condições ecológicas que tendem a favorecer o desenvolvimento de suas larvas em todas as regiões brasileiras.

Como sugestões de novos estudos relacionados ao tema, sugere-se estudos que auxiliem o gestor na aquisição de novos conhecimentos e formação contínua para melhor gerir ações dentro do âmbito da administração pública.

6 -Referências

ANDRADE, N. A., AGUILAR, A. M., MORAIS, E. M., PEREIRA, R. C. M., FONSECA, V. R., [et al.]. Planejamento governamental para municípios: plano plurianual, lei de diretrizes orçamentárias e lei orçamentária anual. São Paulo: Atlas, 2005.

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Referências

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