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Riscos ocupacionais entre trabalhadores de um serviço de atendimento móvel de urgência

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Academic year: 2021

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Occupational risks among employees of the mobile service of

emergency care

Riscos ocupacionais entre trabalhadores de um serviço de atendimento móvel de

urgência

Riesgos laborales entre los trabajadores de un servício móvil de urgencia

ABSTRACT

Objective: The objective of this study is to identify the occupational hazards among employees of the

Mobile Emergency Care Service (SAMU) in the city of Caxias-MA. Methodology: It is a descriptive study of a quantitative approach carried out with 48 professionals. Data were collected using a structured questionnaire and analyzed in SPSS software, version 21. Results: The main risks were: contact with blood (87.5%), contact with infectious diseases (81.3%), and aggression (77%). (68.8%), heat (68.8%), heavy physical work (66.7%), contact with other body fluids (64%), lack of safety (72.9%), accidents with (60.3%), stress (58.3%), noise (56.3%), stress (58.3%), night work (64.6%), And contact with chemicals (54.2%). Conclusion: Therefore, some important interventions are: mapping of risk, frequent updating courses on the importance of the use of personal protective equipment and prevention of ergonomic risks, psychological monitoring, among others.

RESUMO

Objetivo: Identificar os riscos ocupacionais entre trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de

Urgência (SAMU) do município de Caxias-MA. Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo de abordagem quantitativa realizado com 48 profissionais. Os dados foram coletados com a utilização de um questionário estruturado e analisado no software SPSS, versão 21. Resultados: Os principais riscos encontrados foram: contato com sangue (87,5%), contato com doenças infecciosas (81,3%), agressões (77,1%), falta de segurança (72,9%), acidentes com perfurocortantes (68,8%), calor (68,8%), trabalho físico pesado (66,7%), contato com outros fluidos corporais (64,6%), trabalho noturno (64,6%), posturas incorretas (62,5%), violência moral (60,4%) tensão/estresse com pacientes (58,3%), ruídos (56,3%) e contato com produtos químicos (54,2%). Conclusão: Diante disso, algumas intervenções importantes são: elaboração de mapa de risco, cursos de atualização frequentes sobre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual e prevenção de riscos ergonômicos, acompanhamento psicológico, dentre outras.

RESUMEN

Objetivo: identificar los riesgos laborales entre los trabajadores del servicio de emergencia móvil

(SAMU) en la ciudad de Caxias-MA. Metodología: Se trata de un estudio descriptivo de enfoque cuantitativo realizado con 48 profesionales. Los datos se recogieron utilizando un cuestionario estructurado y analizados utilizando el software SPSS, versión 21. Resultados: Los riesgos principales fueron: contacto con la sangre (87,5%), el contacto con enfermedades infecciosas (81,3%), agresiones (77 1%), la falta de seguridad (72,9%), los sostenidos de lesiones (68,8%), calor (68,8%), el trabajo físico pesado (66,7%), el contacto con otros fluidos corporales (64 , 6%), el trabajo nocturno (64,6%), posturas incorrectas (62,5%), violencia moral (60,4%) pacientes tensión / estrés (58,3%), ruido (56,3%) y el contacto con productos químicos (54,2%). Conclusión: Por lo tanto, algunas intervenciones importantes son: la elaboración de un mapa de riesgos, cursos de actualización frecuentes sobre la importancia del uso de equipo de protección personal y la prevención de riesgos ergonómicos, asesoramiento, entre otros.

Nytale Lindsay Cardoso Portela¹

Aliny de Oliveira Pedrosa²

Nataniele Santos da Silva³

Jaqueline da Silva Ramos

4

Rivane Sousa da Silva

5

Raimunda Thays Cardoso dos Santos

6

¹Enfermeira. Assistencialista na USF Santa Maria, São João do Sóter, Maranhão. Mestre em Epidemiologia em Saúde Pública - FIOCRUZ. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: nytalelindsay@hotmail.com

²Enfermeira. Assistencialista no Centro Especializado Ambulatorial Materno Infantil (CEAMI). Especialista em Urgência, Emergência e Atendimento Pré-hospitalar. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: alinypedrosa08@hotmail.com ³Enfermeira. Caxias, Maranhão, Brasil. E-mail: nielle-show@hotmail.com

Descriptors

Occupational Risks. Ambulances. Emergency Medical Services. Personal Protective Equipament.

Descritores

Riscos Ocupacionais. Ambulâncias. Serviços Médicos de Emergência. Equipamento de Proteção Individual.

Descriptores

Riesgos Laborales. Ambulancias. Servicios Médicos de Urgencia. Equipo de Protección Personal.

Sources of funding: No Conflict of interest: No

Date of first submission: 2018-03-12 Accepted: 2018-06-13

Publishing: 2018-06-15

Corresponding Address

Nytale Lindsay Cardoso Portela Universidade Estadual do Maranhão (UEMA)

Rua Quininha Pires, 746 – Centro – Caxias-MA CEP: 65.600-000 Telefone: (99) 3521-3938

E-mail: nytalelindsay@hotmail.com

(2)

INTRODUÇÃO

Os acidentes de trabalho constituem um problema de saúde pública, uma vez que coloca em risco a saúde do trabalhador, podendo até impedi-lo de voltar a exercer sua função no ambiente de trabalho. Por este motivo, a biossegurança, a cada dia, vem despertando o interesse dos profissionais, pois permite a realização do serviço de forma qualificada, através da eliminação ou minimização dos riscos inerentes às atividades que podem comprometer a saúde do trabalhador ou a qualidade do trabalho desenvolvido.

Esses riscos podem estar associados a causas de natureza humana como os comportamentos individuais; de natureza técnica como ambiente de trabalho, equipamentos e materiais ou; causas exteriores ao trabalho, como condições climáticas adversas ou outras provocadas por terceiros. Os riscos ocupacionais são todas as situações de trabalho que podem romper o equilíbrio físico, mental e social das pessoas, e não somente as situações que originem acidentes e doenças(1).

De acordo com a Norma Regulamentadora nº 9 do Ministério do Trabalho e Emprego – MTE, consideram-se riscos ambientais os agentes físicos, químicos e biológicos existentes nos ambientes de trabalho que, em função de sua natureza, concentração ou intensidade e tempo de exposição, são capazes de causar danos à saúde do trabalhador. Os agentes físicos são as diversas formas de energia (ruído, vibrações, pressões anormais, temperaturas extremas, radiações ionizantes e não ionizantes, bem como o infrassom e o ultrassom) a que possam estar expostos os trabalhadores. Os agentes químicos são as substâncias, compostos ou produtos que possam penetrar no organismo pela via respiratória, por contato ou ser absorvidos através da pele ou por ingestão podendo ser encontrados nas formas de poeiras, fumos, névoas, neblinas, gases ou vapores. Os agentes biológicos são as bactérias, fungos, bacilos, parasitas, protozoários, vírus, entre outros(2).

Há ainda os riscos ergonômicos, psicossociais, mecânicos e de acidentes. Os ergonômicos e psicossociais decorrem da organização e gestão do trabalho como, por exemplo, a utilização de equipamentos, máquinas e mobiliários inadequados que levam a posturas e posições incorretas; locais com más condições de iluminação, ventilação; trabalho excessivo; trabalho noturno; entre

proteção das máquinas, arranjo físico, ordem e limpeza do ambiente, sinalização, rotulagem de produtos, entre outros(3).

Na realização do seu trabalho, os profissionais que atuam no atendimento pré-hospitalar – APH enfrentam diversos problemas: falta de treinamento adequado das equipes; falta de segurança da equipe na assistência à vítima em ambiente hostil; espaço limitado para realização de procedimentos e manobras tanto com o veículo parado quanto em movimento; profissionais com falta de adequação biopsicoemocional para atuar em APH; dificuldades para realização de procedimentos invasivos e para o descarte de resíduos resultantes do atendimento, dentre outros(4).

Diante disso, o presente estudo tem como objetivo identificar os riscos ocupacionais entre trabalhadores do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) do município de Caxias-MA.

METODOLOGIA

Estudo descritivo, transversal e de abordagem quantitativa realizado com os profissionais do SAMU do município de Caxias-MA. A população do estudo foi de 56 profissionais que estavam cadastrados no Cadastro Nacional dos Estabelecimentos de Saúde (CNES) e que trabalhavam há mais de seis meses no serviço, sendo 24 condutores, 8 enfermeiros, 5 médicos e 19 técnicos de enfermagem. Foram excluídos os profissionais que se recusaram a participar do estudo ou que estavam de férias, licença maternidade ou prêmio, resultando em 48 participantes.

A coleta de dados foi realizada no período de janeiro a março de 2016. Utilizou-se um questionário estruturado, desenvolvido pelas pesquisadoras, com base em informações na literatura especializada. O questionário

foi dividido em três partes: características

sociodemográficas (idade, gênero, estado civil,

escolaridade, categoria profissional, renda, jornada semanal no SAMU, presença de outro vínculo empregatício, jornada semanal no outro vínculo empregatício), riscos ocupacionais e medidas preventivas. Os dados foram organizados no Microsoft Office Excel 2010 e analisados

(3)

com auxílio do software Statistical Package for the Social

Sciences - SPSS, versão 21.

A pesquisa foi encaminhada ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Estadual do Maranhão e aprovada com número de CAAE 45850115.5.0000.5554 e parecer nº 1.155.740/2015.

RESULTADOS

A população estudada foi composta por 48 profissionais, sendo 24 (50,0%) condutores, 6 (12,5%) enfermeiros, 4 (8,3%) médicos e 14 (29,2%) técnicos de enfermagem. Observou-se que dos 48 profissionais, 77,1% (37) eram do gênero masculino e 22,9% (11) do feminino. Considerando as categorias separadamente, foi percebido que o sexo masculino se destacou entre os condutores socorristas, com 100,0% (24) e na equipe médica, com 100,0% (4). Em relação à equipe de enfermagem, 11 eram do sexo feminino (55,0%) do sexo feminino e 9 (45,0%) do sexo masculino.

Em relação à faixa etária, observou-se uma predominância de profissionais de 31 a 40 anos, com 45,7% (22), seguida de 21 a 30 anos, com 25,0% (12), 41 a 50 anos, com 20,9% (10), 51 a 60 anos, com 6,3% (3), 61 anos ou mais de idade, com 2,1% (1). No tocante ao estado civil, 75,0% (36) dos profissionais eram casados ou viviam em união estável, 22,9% (11) eram solteiros e 2,1% (1) era divorciado.

Quanto a escolaridade, 39,6% (19) dos profissionais tinham ensino médio completo; 22,9% (11), ensino superior completo; 20,8% (10), ensino superior incompleto; 10,4% (5), ensino médio incompleto; 4,2% (2), ensino fundamental completo e; 2,1% (1), ensino fundamental incompleto. No que se refere a renda, 56,3% (27) dos profissionais tem renda de até 1 salário-mínimo; 18,8% (9), mais de 1 a 2 salários-mínimos; 12,5% (6), mais de 2 a 5 mínimos; 6,3% (3) mais de 5 a 10 mínimos e; 6,3% (3) tem renda superior a 10 salários-mínimos.

A tabela 1 mostra a distribuição dos profissionais do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, segundo jornada semanal no SAMU, presença de outro vínculo empregatício e jornada semanal no outro vínculo empregatício.

Quanto a jornada semanal no SAMU, 41,7% (20) trabalham mais de 40 horas semanais, 29,2% (14), ≤ 30 horas e 27,1% (13), 36 a 40 horas semanais. 37,5% (18) dos profissionais relataram ter outro vínculo empregatício. Desses, 44,4% (8) tem jornada semanal no outro vínculo empregatício de 31 a 40 horas (Tabela 1).

Tabela 1. Distribuição dos profissionais do Serviço de

Atendimento Móvel de Urgência, segundo jornada semanal no SAMU, presença de outro vínculo empregatício e jornada semanal no outro vínculo empregatício, Caxias-MA, 2016.

VARIÁVEIS C E M TE Total n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) Jornada Semanal no SAMU ≤ 30 horas 31 a 40 horas > 40 horas 4 (16,7) 7 (29,2) 13 (54,1) 5 (83,3) - 1 (16,7) 2 (50,0) - 2 (50,0) 3 (21,4) 7 (50,0) 4 (28,6) 14 (29,2) 14 (29,2) 20 (41,7) Presença de outro vínculo empregatício Sim Não 18 (75,0) 6 (25,0) (50,0) 3 3 (50,0) 4 (100,0 ) - 5 (35,7) 9 (64,3) (37,5) 18 30 (62,5) Jornada semanal no outro vínculo empregatício* ≤ 30 horas 31 a 40 horas > 40 horas 3 (50,0) 1 (16,7) 2 (33,3) 1 (33,3) 2 (66,7) - 1 (25,0) 3 (75,0) - 1 (20,0) 2 (40,0) 2 (40,0) 6 (33,4) 8 (44,4) 4 (22,2) TOTAL 24 (100,0) (100,06 ) 4 (100,0 ) 14 (100,0) (100,048 )

Legenda: C: condutor, E: enfermeiro, M: médico, TE:

técnico de enfermagem, n: frequência absoluta, %: frequência relativa. Nota: *apenas profissionais com outro vínculo empregatício.

A tabela 2 apresenta os riscos ocupacionais presentes no SAMU de Caxias-MA. Dentre os riscos físicos, destacaram-se o calor, com 68,8% (33) e os ruídos, com 56,3% (27). A respeito dos riscos químicos, o contato com produtos químicos predominou com 54,2% (26). Em relação aos riscos biológicos, 87,5% (42) dos profissionais relataram contato com sangue, 81,3% (39), contato com doenças infecciosas e 64,6% (31), contato com outros fluidos corporais.

(4)

No que diz respeito aos riscos ergonômicos, os principais foram: trabalho físico pesado, com 66,7% (32), trabalho noturno, com 64,6% (31), posturas incorretas, com 62,5% (30) e tensão/estresse com pacientes, com 58,3% (28). Quantos os riscos psicossociais, destacaram-se as

agressões, com 77,1% (37), falta de segurança, com 72,9% (35) e a violência moral, com 60,4% (29). O risco mecânico mais encontrado no SAMU foi acidentes com perfurocortantes, com 68,8% (33). Ademais, o acidente de transporte foi citado por 45,8% (22) dos profissionais.

Tabela 2. Riscos ocupacionais no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Caxias-MA, 2016. N = 48.

VARIÁVEIS* C E Resposta Positiva (SIM) M TE Total

n (%) n (%) n (%) n (%) n (%) Riscos Físicos Calor Ruídos Iluminação inadequada Ventilação inadequada Choque Vibrações Frio Umidade Pressões anormais 15 (62,5) 10 (41,7) 5 (20,8) 4 (16,7) 4 (16,7) 1 (4,2) 2 (8,3) 1 (4,2) 1 (4,2) 4 (66,7) 4 (66,7) 2 (33,3) 1 (16,7) 1 (16,7) - - - - 2 (50,0) 3 (75,0) 2 (50,0) 2 (50,0) 1 (25,0) 1 (25,0) - 1 (25,0) 1 (25,0) 12 (85,7) 10 (71,4) 4 (28,6) 2 (14,3) 3 (21,4) 6 (42,9) 2 (14,3) 2 (14,3) 1 (7,1) 33 (68,8) 27 (56,3) 13 (27,1) 9 (18,8) 9 (18,8) 8 (16,7) 4 (8,3) 4 (8,3) 3 (6,3) Riscos Químicos

Contato com produtos químicos (aerossóis, produtos de limpeza, medicamentos) Gases Fumaças Vapores 10 (41,7) 8 (33,3) 2 (8,3) 2 (8,3) 4 (66,7) - - - 3 (75,0) 1 (25,0) 1 (25,0) - 9 (64,3) 2 (14,3) 6 (42,9) 2 (14,3) 26 (54,2) 11 (22,9) 9 (18,8) 4 (8,3) Riscos Biológicos

Contato com sangue Contato com doenças infecciosas

Contato com outros fluidos corporais 20 (83,3) 16 (66,7) 12 (50,0) 5 (83,3) 6 (100,0) 5 (83,3) 4 (100,0) 4 (100,0) 4 (100,0) 13 (92,9) 13 (92,9) 10 (71,4) 42 (87,5) 39 (81,3) 31 (64,6) Riscos Ergonômicos

Trabalho físico pesado Trabalho noturno Posturas incorretas Tensão/estresse com pacientes Repetitividade dos movimentos Jornadas prolongadas de trabalho Treinamento inadequado ou inexistente Monotonia 14 (58,3) 14 (58,3) 13 (54,2) 14 (58,3) 8 (33,3) 5 (20,8) 2 (8,3) 2 (8,3) 3 (50,0) 2 (33,3) 4 (66,7) 3 (50,0) 2 (33,3) 1 (16,7) 2 (33,3) - 1 (25,0) 4 (100,0) 3 (75,0) 3 (75,0) 1 (25,0) 2 (50,0) - 1 (25,0) 14 (100,0) 11 (78,6) 10 (71,4) 8 (57,1) 7 (50,0) 5 (35,7) 3 (21,4) 2 (14,3) 32 (66,7) 31 (64,6) 30 (62,5) 28 (58,3) 18 (37,5) 13 (27,1) 7 (14,6) 5 (10,4) Riscos Psicossocias Agressões Falta de segurança Violência moral Violência psicológica Ambiente estressante Sobrecarga de trabalho 17 (70,8) 18 (75,0) 15 (62,5) 10 (41,7) 7 (29,2) 6 (25,0) 4 (66,7) 4 (66,7) 3 (50,0) 3 (50,0) 3 (50,0) 2 (33,3) 2 (50,0) 3 (75,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 14 (100,0) 10 (71,4) 10 (71,4) 7 (50,0) 5 (35,7) 6 (42,9) 37 (77,1) 35 (72,9) 29 (60,4) 21 (43,8) 16 (33,3) 15 (31,3) Riscos Mecânicos 15 (62,5) 5 (83, 3) 2 (50,0) 11 (78,6) 33 (68,8)

(5)

Acidentes com perfurocortantes Acidentes de transporte Equipamentos inadequados, defeituosos ou inexistentes Arranjo físico deficiente Máquinas sem proteção

10 (41,7) 5 (20,8) 2 (8,3) 1 (4,2) 5 (83,3) 1 (16,7) 1 (16,7) 1 (16,7) 2 (50,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 5 (35,7) 5 (35,7) 1 (7,1) - 22 (45,8) 12 (25,0) 5 (10,4) 3 (6,3)

Legenda: C: condutor, E: enfermeiro, M: médico, TE: técnico de enfermagem, n: frequência absoluta, %: frequência relativa.

Nota: *Questões de múltipla escolha.

A tabela 3 mostra as medidas preventivas utilizadas no SAMU de Caxias-MA. 87,5% (42) dos profissionais relataram que há treinamentos/capacitações e 97,9% (47) utilizam os equipamentos de proteção individual, no entanto, apenas 68,1%

(32) usam em todas as ocorrências. Dentre os EPIs utilizados, destacaram-se as máscaras, com 95,7% (45), as botas e as luvas, com 91,5% (43) e o macacão, com 89,4% (42). Nenhum dos EPI são utilizados por todos os trabalhadores.

Tabela 3. Medidas preventivas utilizadas no Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, Caxias-MA, 2016. N = 48.

VARIÁVEIS C E M TE Total n (5) n (%) n (%) n (%) n (%) Presença de treinamentos / capacitações Sim Não Em branco 22 (91,7) 2 (8,3) - 5 (83,3) 1 (16,7) - 2 (50,0) 1 (25,0) 1 (25,0) 13 (92,9) 1 (7,1) - 42 (87,5) 5 (10,4) 1 (2,1) Uso de equipamentos de proteção individual (EPI)

Sim

Não 23 (95,8)

1 (4,2) 6 (100,0) - 4 (100,0) - 14 (100,0) - 47 (97,9) 1 (2,1)

Frequência do uso de EPI**

Em todas as ocorrências Às vezes Em branco 16 (69,6) 5 (21,7) 2 (8,7) 4 (66,7) 2 (33,3) - 3 (75,0) 1 (25,0) - 9 (64,3) 5 (35,7) - 32 (68,1) 13 (27,7) 2 (4,2) EPI utilizado*,** Máscaras Botas Luvas Macacão Óculos protetores Joelheiras Cotoveleiras 21 (91,3) 20 (86,9) 21 (91,3) 20 (86,9) 16 (69,6) 12 (52,2) 7 (30,4) 6 (100,0) 6 (100,0) 6 (100,0) 6 (100,0) 3 (50,0) 3 (50,0) 1 (16,7) 4 (100,0) 3 (75,0) 4 (100,0) 3 (75,0) 3 (75,0) 2 (50,0) 2 (50,0) 14 (100,0) 14 (100,0) 12 (85,7) 13 (92,9) 7 (50,0) 6 (42,9) 5 (35,7) 45 (95,7) 43 (91,5) 43 (91,5) 42 (89,4) 29 (61,7) 23 (48,9) 15 (31,9)

Legenda: C: condutor, E: enfermeiro, M: médico, TE: técnico de enfermagem, n: frequência absoluta, %: frequência

relativa. Nota: *Questão de múltipla escolha, **Foi considerado o n de profissionais que usam EPI.

DISCUSSÃO

O perfil dos profissionais desse serviço assemelha-se ao de outros serviços de urgência do país. Nos serviços públicos de atendimento de urgência do município

de Goiânia-GO e de quatro municípios do estado de Minais Gerais há uma predominância de trabalhadores do sexo masculino(5,6). A maioria dos profissionais ser do gênero

masculino, apesar da não obrigatoriedade, pode ser justificado pela necessidade desses profissionais terem que

(6)

fazer muito esforço físico durante as ocorrências, como, por exemplos, movimentar macas e carregar muito peso(7).

Na equipe de enfermagem, destaca-se o sexo feminino. Historicamente, a enfermagem é uma profissão formada, em sua maioria, por indivíduos do sexo feminino, fato já observado em outros estudos(8-10).

Os profissionais de atendimento pré-hospitalar de Minas Gerais têm idade menor ou igual a 37 anos (58,2%)(6) e no SAMU de Teresina-PI predomina os

profissionais da faixa etária de 40 a 49 anos (44,9%), seguida de 30 a 39 anos (26,1%)(10). Os profissionais de

serviços de atendimento pré-hospitalar são, geralmente, mais jovens, visto que acredita-se que estes são mais ágeis, intervindo positivamente na qualidade da assistência(8).

No que diz respeito a jornada semanal de trabalho, sabe-se que a elevada jornada semanal de trabalho e o acúmulo de vínculos empregatícios pode resultar em exaustão emocional e dificuldade para relaxar, reduzindo a energia do profissional para desempenhar suas atividades, podendo levar ao adoecimento desse profissional, além de colocar em risco a assistência prestada a população, devido principalmente à desatenção(11).

Em relação aos riscos físicos, resultados semelhantes foram observados em uma pesquisa realizada no SAMU de Teresina-PI, na qual o ruído e a temperatura elevada foram os riscos mais encontrados(10). O ruído

gerado pelo local de atuação e pela sirene da viatura contribui para gerar reação de alarme, perturbação, irritação e ansiedade e, consequentemente, estresse mental, prejudicando a atenção, comunicação e concentração dos profissionais(12). O calor também afeta a

saúde do trabalhador, podendo provocar insolação, câimbras e desidratação(13).

Os produtos químicos no atendimento pré-hospitalar estão ligados a procedimentos de esterilização, desinfecção e ao tratamento medicamentoso dos pacientes. Podem entrar em contato com o organismo por exposição crônica ou acidental, podendo ocasionar explosões e incêndios, além de contaminação, que pode levar ao aparecimento de efeitos carcinogênicos, teratogênicos, asfixiantes, entre outros(13).

Quanto ao risco biológico, resultado semelhante foi encontrado no SAMU da Região Metropolitana de

Natal-RN, onde observou-se uma predominância de contato com

sangue(9) e no SAMU de Minas Gerais, onde observaram-se

uma maior exposição a fluidos corporais, sendo que 90,3% foi exposição ao sangue e 9,7% a outros fluidos, tais como vômito, secreção traqueal e líquido amniótico(6).

Os riscos ergonômicos exigem da capacidade física e mental dos profissionais, favorecem o desenvolvimento de distúrbios osteomusculares, que podem levar ao afastamento do trabalho, incapacidade parcial e incapacidade permanente desses trabalhadores, se não forem realizadas medidas preventivas com esses profissionais(14).

Os profissionais ao prestarem atendimento ficam expostos a usuários de álcool e drogas, a pacientes psíquicos, dentre outros grupos, que os colocam em risco de sofrerem agressões. Estas são mais comuns em comunidades perigosas, colocando a equipe também em risco de morte, o que pode gerar sentimentos de medo, ansiedade e frustação(12).

Os riscos mecânicos devem-se, principalmente, ao fato da necessidade de uma ação rápida do profissional, o que pode levar à desatenção ao descartar a agulha e em dificuldade em puncionar pacientes agitados(12). Em um

serviço de urgência da Região Metropolitana de Natal-RN, constatou-se que 80,9% dos profissionais relatavam acidentes de transporte(9), diferindo do resultado do

presente estudo.

Quanto a utilização de EPis, estudo mostra a não utilização por profissionais de uma equipe de atendimento pré-hospitalar móvel dos municípios de Luziânia-GO e Valparaíso de Goiás-GO(15). Observou-se o uso de luvas,

máscara e óculos de proteção por 97,0%, 76,0% e 58,0% dos profissionais, respectivamente, mesmo esses considerando o uso desses EPI indispensáveis para a prevenção e controle de acidentes.

Outro estudo encontrou resultado semelhante(5).

Dos 177 profissionais de saúde (enfermeiros, médicos e técnicos de enfermagem) e não saúde (condutores e socorristas – bombeiros militares), 74,0% relataram utilizar luvas; 36,7%, máscaras; 43,5%, óculos protetor e 55,0%, uniforme completo (calça comprida e jaqueta de mangas compridas com punho).

O mesmo foi constatado no SAMU do município de Teresina-PI(10), onde observou-se que somente o

(7)

macacão era utilizado por todos os profissionais, por ser exigência da instituição. No entanto, luvas, máscaras, botas, óculos e gorros eram usados por 85,5%, 84,1%, 69,6%, 40,6% e 23,3% dos profissionais, respectivamente, apesar de esses terem consciência da existência de riscos ocupacionais. Apenas 10,1% dos trabalhadores de saúde relataram utilizar todos os tipos de EPI.

O uso de EPIs durante a realização dos procedimentos são recomendações que devem ser seguidas, visto que a adoção dessa medida visa à proteção do profissional, da equipe e dos pacientes, reduzindo a ocorrência de acidentes laborais e infecções nosocomiais, além de evitar consequências às instituições, como os prejuízos institucionais(16,17).

CONCLUSÃO

Os principais riscos encontrados foram: calor, ruídos, contato com produtos químicos, contato com sangue, contato com doenças infecciosas, contato com outros fluidos corporais, trabalho físico pesado, trabalho noturno, posturas incorretas, tensão/estresse com pacientes, agressões, falta de segurança, violência moral e acidentes com perfurocortantes.

Apesar da grande quantidade de riscos, observou-se que 10,4% dos profissionais relataram que não há treinamentos/capacitações sobre medidas de prevenir tais riscos e que os trabalhadores do SAMU não utilizam todos os equipamentos de proteção individual, fatores que os colocam em risco de adoecimento.

Diante disso, enfatiza-se a necessidade de elaboração de planos de ação para prevenção desses riscos pelos profissionais e seus gestores para que haja uma maior probabilidade de sucesso na minimização dos riscos nesse serviço. Algumas intervenções importantes são: elaboração de mapa de risco, cursos de atualização frequentes sobre a importância do uso dos equipamentos de proteção individual e prevenção de riscos ergonômicos, acompanhamento psicológico, dentre outras.

REFERÊNCIAS

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