Por que devemos cuidar dos
dentes dos nossos cães?
Cuidar de um animal de estimação requer dedicação e atenção, mas quando o assunto é saúde bucal nem todos os donos tratam esse tema como prioridade. As doenças que acometem os dentes e boca dos animais, em geral, não são raras e muitas vezes são as causas de outras doenças que podem comprometer, por
exemplo, os rins e o coração. Portanto, para evitar essas doenças e principalmente o mau hálito, é necessária uma boa higienização e limpeza nos 42 dentes dos cães.
Tendo em vista estes cuidados, foi realizada a pesquisa científica “Avaliação do índice de placa bacteriana e índice de cálculo dentário em cães com doença periodontal”. O projeto, aprovado pela Comissão de Ética de Uso Animal da UENF (protocolo 256), tem
Figura 1: Maria Luiza no laboratório do Hospital Veterinário da UENF
como objetivo analisar e calcular a quantidade de tártaro nos dentes dos cães.
O trabalho é desenvolvido pela aluna Maria Luiza Santos Martins, estudante de Medicina Veterinária (4º período) da Universidade Estadual Norte Fluminense Darcy Ribeiro (UENF), e é um complemento
do projeto de Aline Luize de Moraes Souza, atualmente, mestranda em Ciência Animal da UENF.
De acordo com Maria Luiza e Aline Luize, à medida que o animal vai se alimentando, a comida de panela (contraindicada para cães) e a ração vão se depositando entre os dentes e as bactérias presentes na boca do animal aproveitam essa “fartura” de alimento para se fixarem sobre os dentes e formarem o tártaro.
Com o passar do tempo, essas
substâncias ficam endurecidas e
escurecidas, com uma coloração que vai do amarelo claro até marrom escuro.
Figura 2: Maria Luiza e Aline Luize com amostra de dentes de cães
Com orientação da Prof.ª Ana Bárbara Freitas Rodrigues, a pesquisa faz uma análise visual para identificar o grau da doença e quantificar a placa bacteriana e o tártaro. Maria Luiza conta que escovar os dentes é um dos cuidados básicos para os cães e deve ser feito diariamente ou três vezes por semana.
“As bactérias atingem a gengiva, provocam a infecção, denominada de doença periodontal e a evolução dessa doença pode provocar a perda
dos dentes dos animais. Por isso, os donos têm que estar sempre cuidando dos cães dando ração, brinquedos duros, escovando os dentes e fazendo uma limpeza
dentária, com a ajuda de profissionais da área, pelo menos a
cada seis meses.” “A maioria dos donos não escova os dentes do
cachorro porque pensa que não é necessário, mas é fundamental. O que causa a inflamação na gengiva é a bactéria por falta de escovação.”
a carreira profissional.
Quais espécies
marinhas
vivem na areia
e como elas são
afetadas?
Nem todo mundo imagina em quantas espécies marinhas pisamos quando estamos na praia. Elas ficam escondidas na areia e quase sempre passam despercebidas pelos banhistas. Conchas, caramujos, caranguejos e tatuís são exemplos desses organismos que vivem nas praias arenosas.
A pesquisa científica “Biodiversidade e identificação de efeitos de mudanças climáticas em comunidades bênticas do
entremarés na costa norte do Estado do Rio de Janeiro” estuda estas espécies e a forma como elas são afetadas.
O projeto é desenvolvido pelos alunos Marjorie Cremonez, que estudou o Ensino Médio em escola pública, e Leonardo Lopes Costa. Atualmente eles são graduandos em Ciências Biológicas na Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF).
Figura 3: Marjorie e Leonardo no laboratório da UENF
Maria Luiza
desenvolve este projeto
na modalidade de
Iniciação Científica e considera este programa um passo importante para
“É uma oportunidade muito boa para nós, alunos, conhecermos a área da pesquisa e experimentarmos diferentes
segmentos das nossas possibilidades futuras. Acho importante para termos ideia de qual carreira queremos seguir
Figura 4: Marjorie com amostras de espécies marinhas
Machado, que também estudou em escola pública e agora faz doutorado em Ecologia na UENF.
Marjorie e Leonardo fizeram a pesquisa em duas praias, Manguinhos e Grussaí. O objetivo é identificar os efeitos de mudanças climáticas na macrofauna, que são os animais com mais de um milímetro. Durante o
processo, os
universitários foram até as praias e coletaram os
organismos em
diferentes períodos, antes e depois de ressacas. Além disso, os
alunos fizeram o estudo em setores com e sem urbanização.
De acordo com Marjorie, na área onde há mais visitantes, os organismos são mais afetados.
“As espécies marinhas são sensíveis e são esmagadas pelo pisoteio da grande quantidade de banhistas, então elas vão sumindo. Em Grussaí, havia cerca de 700
pessoas em um espaço de 100 metros, fora os carros que passam pela areia. Tudo isso vai interferindo na vida desses
organismos.”
Sob orientação da professora Ilana Rosental, o trabalho surgiu a partir do projeto de doutorado do estudante Phillipe Mota
Esta revista faz parte do Projeto de Extensão da Universidade Estadual Norte Fluminense Equipe de Jornalismo: Thaís Peixoto (Jornalista) e Júlio Ammon (Estudante de graduação
Os estudantes explicam que a grande maioria desses seres vive nos primeiros 10 centímetros da areia e os restos de alimentos deixados pelas pessoas nas praias também pode prejudicar a vida das espécies marinhas. Eles contam ainda que na comparação de setores, foi possível perceber que algumas espécies ocorrem apenas onde não há muito pisoteio.
O trabalho foi feito através do programa de Iniciação Científica (IC). Para Marjorie e Leonardo, a IC é uma forma de ter contato com a parte prática e adquirir conhecimento com pessoas mais experientes.
Figura 5: Leonardo trabalhando no laboratório da universidade
“Existe um descaso do poder público e da sociedade de modo geral sobre esses organismos. É difícil vê-los porque ficam
enterrados, mas eles têm uma função extremamente relevante por estarem na base da cadeia alimentar. Então a partir do momento que eles são alterados, isso
reflete não só nas praias, mas em ambientes adjacentes. Por isso é necessário traçar metas de manejo para
conservação.”
Figura 6: Marjorie com amostras de espécies marinhas
Esta revista faz parte do Projeto de Extensão da Universidade Estadual Norte Fluminense Equipe de Jornalismo: Thaís Peixoto (Jornalista) e Júlio Ammon (Estudante de graduação
em Medicina Veterinária)
É lendo e escrevendo que muitas pessoas conseguem alcançar o objetivo de vida. Foi pensando nisso que alunas da Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF) fizeram a pesquisa científica “A técnica das 30 palavras para autoria e autoestima de jovens e adultos dos anos iniciais”.
O projeto é desenvolvido pelas universitárias Luciana da Silva Almeida e Rívia de Souza Maia Brêttas, que fizeram o Ensino Médio em escolas públicas e agora estão no 6º período de Pedagogia na UENF. As estudantes são orientadas pelo professor Gerson Tavares do Carmo e o trabalho busca ampliar o conhecimento de alunos da Educação de Jovens e Adultos (EJA), que nem sempre sabem ler.
Figura 7: Luciana e Rívia com jogos utilizados no projeto
Jogos incentivam a leitura e
escrita de jovens e adultos
Esta revista faz parte do Projeto de Extensão da Universidade Estadual Norte Fluminense Equipe de Jornalismo: Thaís Peixoto (Jornalista) e Júlio Ammon (Estudante de graduação
forma de rótulo.
De acordo com Rívia, aos poucos os jovens e adultos de 15 a 80 anos, entre eles ex- presidiários, foram formando frases e textos com as palavras. Rívia conta também que o projeto foi uma pré-alfabetização e isso elevou a autoestima dos alunos.
“No começo alguns diziam que só queriam aprender a ler para ir ao supermercado ou ler a bíblia. No final, eles diziam que queriam fazer vestibular e faculdade. Foi muito gratificante. Eles tiveram a sensação de ler e vontade de aprender mais.”
“Cada semana a gente mostrava seis palavras novas que tinham a ver com o cotidiano deles, que eram usadas corriqueiramente. Para facilitar, essas palavras eram apresentadas através de rótulos porque a gente mostrava o desenho e eles fixavam o formato e o nome.”
Luciana explica que a pesquisa foi feita em sala de aula com aplicação de vários jogos, como dominó, bingo, mico e jogo da memória. Durante 25 dias, elas foram até os alunos e passaram atividades como se fossem professoras. Nas aulas, as pesquisadoras apresentaram 30 palavras em
Esta revista faz parte do Projeto de Extensão da Universidade Estadual Norte Fluminense Equipe de Jornalismo: Thaís Peixoto (Jornalista) e Júlio Ammon (Estudante de graduação
em Medicina Veterinária)
Figura 8: Luciana e Rívia na sala de estudos da UENF
“Na faculdade nós estudamos muita teoria e no projeto tivemos a possibilidade de ver como funciona na prática. Nós nos envolvemos de tal forma que descobrimos que ser professor é isso, é participar da construção dos sonhos da outra pessoa. Fiquei realizada quando vi que estava fazendo a diferença na vida deles, foi sensacional.”
Após a experiência, feita através do programa de Iniciação Científica, Luciana e Rívia tiveram a certeza da carreira que querem seguir.
Disponível em: http://uenf.br/projetos/pibic/revista-pibic-conhecendo-a-ciencia/ ISSN 2446-5445 - Vol 1, n° 2