SAGRES – Sociedade de Titularização
de Créditos, S.A.
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Demonstração do Rendimento Integral
para o período de seis meses findo em 30 de junho de 2019 e 2018
30/jun/19 30/jun/18 30/jun/19 30/jun/18 30/jun/19 30/jun/18
(Euros '000) (Euros '000) (Euros '000) (Euros '000) (Euros '000) (Euros '000)
Juros e proveitos equiparados 68.898 102.201 - - 68.898 102.201
Juros e custos equiparados (72.268) (89.199) - - (72.268) (89.199)
Margem financeira (3.370) 13.002 - - (3.370) 13.002
Resultados de serviços e comissões - - 503 596 503 596
Resultados em operações de negociação e de cobertura 22.304 26.076 - 56 22.304 26.132
Outros custos / proveitos de exploração - - - -
Outros gastos administrativos (5.699) (7.801) (585) (140) (6.283) (7.941)
Total de proveitos / (custos) operacionais 16.605 18.275 (81) 512 16.524 18.787
Imparidade do crédito (13.235) (31.276) - - (13.235) (31.276)
Resultado operacional - - (81) 512 (81) 512
Resultado antes de impostos - - (81) 512 (81) 512
Impostos sobre lucros - - - (130) - (130)
Resultado Líquido do Exercício - - (81) 382 (81) 382
Outros Rendimentos e Custos - - - -
Total do Rendimento Integral do período - - (81) 382 (81) 382
Sagres - Sociedade de Titularização de Créditos, S.A.
Balanço em 30 de junho de 2019 e 31 de dezembro de 2018
Total Operações Geral Total
30/jun/19 31/dez/18 30/jun/19 31/dez/18 30/jun/19 31/dez/18
Ativo (Euros '000) (Euros '000) (Euros '000) (Euros '000) (Euros '000) (Euros '000)
Disponibilidades e Aplicações em instituições de crédito 343.610 412.565 13.167 12.762 356.777 425.327 Crédito a clientes 6.752.257 7.301.305 - - 6.752.257 7.301.305 Ativos financeiros ao justo valor através de resultados 6.925 11.577 - - 6.925 11.577
Outros ativos 325 7.853 167 167 493 8.021
7.103.116 7.733.301 13.334 12.929 7.116.450 7.746.229
Passivo
Recursos de Instituições de Crédito 7.183 12.163 - - 7.183 12.163 Títulos de dívida emitidos 7.091.975 7.718.564 - - 7.091.975 7.718.564 Passivos financeiros detidos para negociação 2.984 1.222 - - 2.984 1.222
Outros passivos 974 1.351 1.647 1.161 2.621 2.512
Total do Passivo 7.103.116 7.733.301 1.647 1.161 7.104.764 7.734.462
Capitais Próprios
Capital - - 250 250 250 250
Prestações acessórias - - 2.500 2.500 2.500 2.500
Reservas e resultados acumulados - - 9.018 9.037 9.018 9.037
Resultado Líquido do Exercício - - (81) (19) (81) (19)
Total de Capitais Próprios - - 11.686 11.768 11.686 11.768 7.103.116 7.733.301 13.334 12.929 7.116.450 7.746.229
Sagres - Sociedade de Titularização de Créditos, S.A.
Demonstração dos Fluxos de Caixa
para o período de seis meses findo em 30 de junho de 2019 e 2018
Total de operações Geral Total
30 de junho 2019 30 de junho 2018 30 de junho 2019 30 de junho 2018 30 de junho 2019 30 de junho 2018
(Milhares de Euros) (Milhares de Euros) (Milhares de Euros) (Milhares de Euros) (Milhares de Euros) (Milhares de Euros)
Atividades operacionais
Outros recebimentos (pagamentos) relativos
à atividade operacional (11.602) (9.262) 491 (43) (11.112) (9.306)
Recebimentos de impostos (Pagamento) (26) (12) (68) (197) (94) (210)
Fluxos das Atividades operacionais (11.628) (9.274) 423 (241) (11.206) (9.516)
Atividades de investimento
Recebimentos (pagamentos) provenientes de:
Créditos a clientes 538.397 400.176 - - 538.397 400.176
Juros e proveitos similares 78.473 104.091 - - 78.473 104.091
616.870 504.267 - - 616.870 504.267
Pagamentos respeitantes a:
Aquisição de créditos (4.863) - - - (4.863)
-(4.863) - - - (4.863)
-Fluxos das Atividades de investimento 612.007 504.267 - - 612.007 504.267
Atividades de financiamento
Recebimentos (pagamentos) respeitantes a:
Títulos de divida emitidos (596.997) (498.252) - - (596.997) (498.252)
Juros e custos similares (72.337) (93.464) (18) - (72.354) (93.464)
Fluxos das Atividades de financiamento (669.334) (591.716) (18) - (669.352) (591.716)
Variação da caixa e seus equivalentes (68.955) (96.723) 405 (241) (68.551) (96.964)
Caixa e seus equivalentes no início do exercício 412.565 550.443 12.762 12.148 425.327 562.591
Mapa de Alterações dos Capitais Próprios
para o período de seis meses findo em 30 de junho de 2019 e 31 de dezembro de 2018
Reservas
Total dos livres e Resultado
Capitais Prestações Reservas resultados Líquido Próprios Capital acessórias legais acumulados do Exercício
Posição em 31 de Dezembro de 2017 11.787 250 2.500 58 8.697 282
Constituição de reservas - - - - 282 (282)
Resultado Líquido do Exercício (19) - - - - (19)
Posição em 31 de Dezembro de 2018 11.768 250 2.500 58 8.979 (19)
Constituição de reservas - - - - (19) 19
Resultado Líquido do Exercício (81) - - - - (81)
Sagres – Sociedade de Titularização de Créditos, S.A.
Notas às Demonstrações Financeiras Intercalares 30 de junho de 2019
1. Políticas contabilísticas significativas
1.1
Bases de apresentaçãoA Sagres – Sociedade de Titularização de Créditos, S.A., doravante designado por “Sagres” ou “Sociedade”, foi constituída em 10 de julho de 2003, ao abrigo do lei nº 453/99, de 5 de novembro, revisto pelos Decreto-lei nº 82/2002, de 5 de abril, Decreto-Decreto-lei nº 303/2003, de 5 de dezembro, Decreto-Decreto-lei nº 52/2006 de 15 de março e Decreto-lei n.º 211-A/2008 de 3 de novembro, os quais regulamentam as sociedades de titularização de créditos.
A Sociedade tem por objeto o exercício de atividades permitidas por lei às sociedades de titularização de créditos, nomeadamente a realização de operações de titularização de créditos, mediante a aquisição, gestão e transmissão de créditos e a emissão de obrigações titularizadas para o pagamento dos créditos adquiridos.
O capital social da Sociedade corresponde a Euros 250.000, integralmente subscrito e realizado em dinheiro pelo único acionista Citigroup Financial Products Inc., encontrando-se representado por 50.000 ações ordinárias com o valor nominal de 5 euros cada.
De acordo com as disposições legais aplicáveis, as demonstrações financeiras da Sociedade, para o período findo em 30 de junho de 2019 foram preparadas em conformidade com as IFRS aprovadas pela UE e em vigor nessa data. No âmbito do disposto no Regulamento (CE) nº 1606/2002 do Parlamento Europeu e do Conselho de 19 de julho de 2002, na sua transposição para a legislação Portuguesa através do Decreto-Lei nº 35/2005, de 17 de fevereiro e do Regulamento da CMVM nº 11/2005, as demonstrações financeiras da Sociedade devem ser preparadas de acordo com as Normas Internacionais de Relato Financeiro (‘IFRS’) conforme endossadas pela União Europeia (‘UE’) até 30 de junho de 2015. As IFRS incluem os standards emitidos pelo International Accounting Standards Board (‘IASB’), bem como as interpretações emitidas pelo Internacional Financial Reporting Interpretations Committee (‘IFRIC’) e pelos respectivos órgãos antecessores. As demonstrações financeiras são apresentadas em euros, arredondadas ao milhar mais próximo.
A atividade da Sociedade encontra-se regulamentada pelo Decreto-lei 453/99 que define a obrigatoriedade de segregação do património autónomo de cada operação, respondendo os ativos de cada uma exclusivamente pelos passivos correspondentes. Adicionalmente, o património da Sociedade não pode ser afeto a qualquer das operações. As operações titularizadas são reconhecidas no momento em que a Sagres se torna parte das disposições contratuais do instrumento. Desta forma a Sociedade reconhece no ativo, na rubrica “Valores a receber por conta de crédito a clientes” o equivalente ao montante que os bancos originadores têm a receber dos seus clientes de crédito, por ser esse a melhor estimativa que aqueles virão a entregar à Sociedade no âmbito dos contratos celebrados entre a Sagres e os mesmos, enquanto estes atuarem na qualidade de gestores dos créditos. O reembolso e a remuneração das obrigações titularizadas emitidas e o pagamento das despesas e encargos relacionados com a sua emissão são garantidos apenas pelos créditos que lhes estão exclusivamente afetos, pelo produto do seu reembolso, pelos respetivos rendimentos e por outras garantias ou instrumentos de cobertura de riscos eventualmente contratados no âmbito da sua emissão, não respondendo, por aquelas, o restante património da sociedade de titularização de créditos emitente das obrigações titularizadas ou o património autónomo de qualquer outra operação.
Assim, a Sagres apresenta o património autónomo de cada operação, tal como previsto na legislação aplicável, mas não dispõe dos referidos instrumentos, pelo que as divulgações incluídas no anexo às demonstrações financeiras relativas aos indicadores de cada operação resultam exclusivamente da informação partilhada por cada banco originador. Consequentemente a preparação das demonstrações financeiras da Sagres não considera a totalidade das divulgações exigidas nas Normas Internacionais de Relato Financeiro, uma vez que os capitais próprios da Sagres não são afetados pelos riscos desses instrumentos (Nota 3).
1.2
Reconhecimento e desreconhecimento dos ativos de crédito titularizadosA Sociedade reconhece um ativo financeiro ou um passivo financeiro no seu balanço apenas na eventualidade de se tornar parte das disposições contratuais do instrumento. Adicionalmente até ao ponto em que uma transferência de um ativo financeiro não se qualifique para desreconhecimento, aquele que recebe a transferência não reconhece o ativo transferido como seu ativo. Aquele que recebe a transferência desreconhece o dinheiro ou outra retribuição paga e reconhece uma conta a receber daquele que transfere. Se aquele que transfere tem tanto um direito como uma obrigação de readquirir o controlo da totalidade do ativo transferido por uma quantia fixa (por exemplo, segundo um acordo de recompra), aquele que recebe a transferência pode contabilizar a sua conta a receber como empréstimo ou conta a receber.
Desta forma a Sociedade reconhece no ativo, na rubrica “Valores a receber por conta de crédito a clientes” o equivalente ao montante que os bancos originadores têm a receber dos seus clientes de crédito, por ser esse a melhor estimativa que aqueles virão a entregar à Sociedade no âmbito dos contratos executados entre a Sagres e os mesmos, enquanto estes atuarem na qualidade de gestores dos créditos.
A Sociedade desreconhece os ativos financeiros quando expiram todos os direitos a fluxos de caixa futuros ou os ativos foram transferidos. Quando ocorre uma transferência de ativos, o desreconhecimento apenas pode ocorrer quando substancialmente todos os riscos e benefícios dos ativos foram transferidos ou a Sociedade não mantém controlo dos ativos. A Sociedade procede ao desreconhecimento de passivos financeiros quando os mesmos são cancelados ou extintos.
A atividade da Sociedade encontra-se regulamentada pelo Decreto-lei 453/99 que define a obrigatoriedade de património autónomo de cada operação, respondendo os ativos de cada uma exclusivamente pelos passivos correspondentes. O património da Sociedade não pode ser afeto a qualquer das operações.
Para efeitos de facilitar a compreensão das contas da Sociedade, a apresentação das notas anexas segue a seguinte forma:
1. “Total operações”, respeita à atividade das operações de titularização;
2. “Geral”, refere-se apenas à rúbrica geral da Sociedade enquanto sociedade de titularização de créditos; e 3. “Total”, refere-se ao agrupamento da atividade da Sociedade com as operações de titularização.
1.3
Valores a receber por conta de crédito a clientesA rubrica Valores a receber por conta de crédito a clientes inclui os empréstimos adquiridos no âmbito das operações, para os quais não existe uma intenção de venda no curto prazo, sendo o seu registo efetuado na data em que os créditos são adquiridos aos originadores.
O crédito a clientes é reconhecido inicialmente ao seu justo valor, acrescido dos custos de transação, e é subsequentemente valorizado ao custo amortizado, com base no método da taxa de juro efetiva, sendo apresentado em balanço deduzido de perdas por imparidade.
Imparidade
A imparidade é apurada com base nas taxas de imparidade fornecidas pelos originadores, excepto para a Operação Chaves SME, na qual é utilizada a informação da carteira disponibilizada pelo originador e é efetuada a melhor estimativa da taxa de imparidade por parte da Sociedade, com base na informação histórica disponível.
1
Políticas contabilísticas (continuação)
(i) Análise individualA avaliação da existência de perdas por imparidade em termos individuais é determinada através de uma análise da exposição total de crédito caso a caso.
As perdas por imparidade são calculadas através da comparação do valor atual dos fluxos de caixa futuros esperados descontados à taxa de juro efetiva original de cada contrato e o valor contabilístico de cada crédito, sendo as perdas registadas por contrapartida de resultados. O valor contabilístico dos créditos com imparidade é apresentado no balanço líquido das perdas por imparidade. Para os créditos com uma taxa de juro variável, a taxa de desconto utilizada corresponde à taxa de juro efetiva anual, aplicável no período em que foi determinada a imparidade.
O cálculo do valor atual dos fluxos de caixa futuros esperados de um crédito com garantias reais, corresponde aos fluxos de caixa que possam resultar da recuperação e venda do colateral, deduzido dos custos inerentes à sua recuperação e venda.
Os créditos em que não seja identificada uma evidência objetiva de imparidade, são agrupados em carteiras com caraterísticas de risco de crédito semelhantes, as quais são avaliadas coletivamente.
(ii) Análise coletiva
As perdas por imparidade baseada na análise coletiva podem ser calculadas através de duas perspetivas: - Para grupos homogéneos de créditos não considerados individualmente significativos;
- Perdas incorridas, mas não identificadas ('IBNR') em créditos sujeitos à análise individual de imparidade (ver parágrafo (i) anterior).
As perdas por imparidade em termos coletivos são determinadas considerando os seguintes aspetos: - Experiência histórica de perdas em carteiras de risco semelhante;
- Conhecimento da envolvente económica e da sua influência sobre o nível das perdas históricas; e - Período estimado entre a ocorrência da perda e a sua identificação.
Os créditos analisados individualmente para os quais não foi identificada evidência objetiva de imparidade, são agrupados tendo por base caraterísticas de risco semelhantes com o objetivo de determinar as perdas por imparidade em termos coletivos.
1.4
Instrumentos Financeiros(i) Classificação, reconhecimento inicial e mensuração subsequente 1) Ativos financeiros ao justo valor através de resultados
Os ativos e passivos financeiros adquiridos ou emitidos com o objetivo de venda ou recompra no curto prazo, ou que façam parte de uma carteira de instrumentos financeiros identificados que são geridos em conjunto e para os quais existe evidência de um padrão recente de tomada de lucros no curto prazo ou que se enquadrem na definição de derivado (exceto no caso de um derivado que seja um instrumento de cobertura e eficaz), são classificados como de negociação. Estes derivados, mesmo não estando classificados como instrumentos de cobertura em termos contabilísticos, são utilizados na gestão do risco de taxa de juro em cada uma das operações e encontram-se previstos em cada um dos Offering Circular.
Os derivados com justo valor positivo são incluídos na rubrica Ativos financeiros ao justo valor através de resultados, sendo os derivados com justo valor negativo incluídos na rubrica passivos financeiros detidos para negociação.
2) Outros passivos financeiros
Os outros passivos financeiros são todos os passivos financeiros que não se encontram registados na categoria de passivos financeiros ao justo valor através de resultados. Esta categoria inclui recursos de instituições financeiras, dívida emitida, entre outros.
Estes passivos financeiros são inicialmente reconhecidos ao justo valor e subsequentemente ao custo amortizado. Os custos de transação associados fazem parte da taxa de juro efetiva. Os juros reconhecidos pelo método da taxa de juro efetiva são reconhecidos em margem financeira.
Os títulos de dívida incluem derivados de crédito embutidos, pois os seus fluxos financeiros estão dependentes da performance dos créditos securitizados. A variação deste derivado embutido será simétrica à variação do risco de crédito da carteira, medido pela imparidade da mesma. Os títulos de dívida refletem a diferença entre o valor contabilístico dos ativos e dos restantes passivos afetos à operação, na medida em que qualquer excesso dos valores gerados pelos ativos será pago ao detentor das obrigações e qualquer insuficiência será assumida pelo mesmo na data de cancelamento daquelas.
1.5
Reclassificação entre categorias de instrumentos financeirosUm ativo financeiro deve ser mensurado pelo justo valor através dos resultados, exceto se for mensurado pelo custo amortizado ou pelo justo valor através de outro rendimento integral. No entanto, uma entidade pode optar irrevogavelmente, no reconhecimento inicial de determinados investimentos em instrumentos de capital próprio que, de outra forma, seriam mensurados pelo justo valor através dos resultados, por apresentar as alterações subsequentes no justo valor através de outro rendimento integral.
Não são permitidas as reclassificações de nenhum passivo financeiro.
Quando, e apenas quando, uma entidade alterar o seu modelo de negócio de gestão de ativos financeiros, deve reclassificar todos os ativos financeiros. Assim, a reclassificação dos ativos financeiros é exigida caso o modelo de negócio mude após o reconhecimento inicial, e caso a mudança seja significativa para as operações da entidade. Não sendo este o caso a Sociedade não efetuou quaisquer reclassificações.
1.6
Instrumentos de capitalUm instrumento financeiro é classificado como instrumento de capital quando não existe uma obrigação contratual de a sua liquidação ser efetuada mediante a entrega de dinheiro ou de outro ativo financeiro a terceiros, independentemente da sua forma legal, evidenciando um interesse residual nos ativos de uma entidade após a dedução de todos os seus passivos.
Os custos de transação diretamente atribuíveis à emissão de instrumentos de capital são registados por contrapartida do capital próprio como uma dedução ao valor da emissão. Os valores pagos e recebidos pelas compras e vendas de instrumentos de capital são registados no capital próprio, líquidos dos custos de transação. Os rendimentos de instrumentos de capital (dividendos) são reconhecidos quando o direito ao seu recebimento é estabelecido e deduzidos ao capital próprio.
1
Políticas contabilísticas (continuação)
1.7
Reconhecimento de jurosOs resultados referentes a juros de instrumentos financeiros ativos e passivos mensurados ao custo amortizado são reconhecidos na margem financeira, utilizando o método da taxa de juro efetiva.
A taxa de juro efetiva corresponde à taxa que desconta os pagamentos ou recebimentos futuros estimados durante a vida esperada do instrumento financeiro (ou, quando apropriado, por um período mais curto), para o valor líquido atual de balanço do ativo ou passivo financeiro.
Para a determinação da taxa de juro efetiva procede-se à estimativa dos fluxos de caixa futuros considerando todos os termos contratuais do instrumento financeiro (por exemplo opções de pagamento antecipado), não considerando eventuais perdas por imparidade. O cálculo inclui as comissões pagas ou recebidas consideradas como parte integrante da taxa de juro efetiva, custos de transação e todos os prémios ou descontos diretamente relacionados com a transação, exceto para ativos e passivos financeiros ao justo valor através de resultados. No caso de ativos financeiros ou grupos de ativos financeiros semelhantes para os quais foram reconhecidas perdas por imparidade, os juros registados em resultados são determinados com base na taxa de juro utilizada para desconto de fluxos de caixa futuros na mensuração da perda por imparidade.
Para os instrumentos financeiros derivados, com exceção daqueles que forem classificados como instrumentos de cobertura do risco de taxa de juro, a componente de juro corrido não é autonomizada das alterações no seu justo valor, sendo classificada como Resultados em operações financeiras.
1.8
Reconhecimento de rendimentos resultantes de serviços e comissõesOs rendimentos de serviços e comissões são reconhecidos como rédito de contratos com clientes:
- Os rendimentos de serviços e comissões obtidos à medida que os serviços são prestados são reconhecidos em resultados no exercício a que se referem;
- Os rendimentos de serviços e comissões que são uma parte integrante da taxa de juro efetiva de um instrumento financeiro são registados em resultados pelo método da taxa de juro efetiva, na margem financeira
1.9
Resultados em operações financeirasOs Resultados em operações financeiras registam os ganhos e perdas dos ativos e passivos financeiros classificados como de negociação (incluindo variações de justo valor e juros de derivados).
1.10
Caixa e equivalentes de caixaPara efeitos da demonstração dos fluxos de caixa, a caixa e seus equivalentes englobam os valores registados no balanço com maturidade inferior a três meses a contar da data de balanço, onde se incluem a caixa e as disponibilidades e aplicações em instituições de crédito.
1.11
‘Offsetting’Os ativos e passivos financeiros são compensados e o valor líquido registado no balanço quando a Sociedade tem um direito legal de compensar os valores reconhecidos e as transações podem ser liquidadas pelo seu valor líquido.
1.12
Transações em moeda estrangeiraAs transações em moeda estrangeira são convertidas à taxa de câmbio da data da transação. Os ativos e passivos monetários denominados em moeda estrangeira, que estão contabilizados ao custo histórico, são convertidos à taxa de câmbio da data de balanço. As diferenças cambiais resultantes da conversão são reconhecidas em resultados. Os ativos e passivos não monetários denominados em moeda estrangeira, registados ao custo histórico, são convertidos à taxa de câmbio da data da transação. Ativos e passivos não monetários registados ao justo valor são convertidos à taxa de câmbio da data em que o justo valor foi determinado.
1.13
Imposto sobre lucrosOs impostos sobre lucros registados em resultados incluem o efeito dos impostos correntes e impostos diferidos. O imposto é reconhecido na demonstração de resultados, exceto quando relacionado com itens que sejam registados em capitais próprios, facto que implica o seu reconhecimento em capitais próprios.
Os impostos correntes correspondem ao valor esperado a pagar sobre o rendimento tributável do período, utilizando a taxa de imposto em vigor ou substancialmente aprovada pelas autoridades à data de balanço e quaisquer ajustamentos aos impostos de exercícios anteriores.
Os impostos diferidos são calculados, de acordo com o método do passivo com base no balanço, sobre as diferenças temporárias entre os valores contabilísticos dos ativos e passivos e a sua base fiscal, utilizando as taxas de imposto aprovadas ou substancialmente aprovadas à data de balanço em cada jurisdição e que se espera que venham a ser aplicadas quando as diferenças temporárias se reverterem.
Os ativos por impostos diferidos são reconhecidos quando é provável a existência de lucros tributáveis futuros que absorvam as diferenças temporárias dedutíveis para efeitos fiscais (incluindo prejuízos fiscais reportáveis). A Sociedade procede, conforme estabelecido na IAS 12, parágrafo 74, à compensação dos ativos e passivos por impostos diferidos sempre que: (i) tenha o direito legalmente executável de compensar ativos por impostos correntes e passivos por impostos correntes; e (ii) os ativos e passivos por impostos diferidos se relacionarem com impostos sobre o rendimento lançados pela mesma autoridade fiscal sobre a mesma entidade tributável ou diferentes entidades tributáveis que pretendam liquidar passivos e ativos por impostos correntes numa base líquida, ou realizar os ativos e liquidar os passivos simultaneamente, em cada período futuro em que os passivos ou ativos por impostos diferidos se esperem que sejam liquidados ou recuperados.
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Políticas contabilísticas (continuação)
1.14
Relato por segmentosUm segmento de negócio é uma componente identificável da Sociedade, que se destina a fornecer um produto ou serviço individual ou um grupo de produtos ou serviços relacionados, e que esteja sujeito a riscos e benefícios que sejam diferenciáveis dos restantes segmentos de negócio.
Cada uma das operações, contabilisticamente segregadas com riscos e benefícios claramente diferenciáveis bem como a componente da Sociedade não afeta diretamente a nenhuma das operações (Geral), estão identificadas como segmentos distintos da Sociedade. A 30 de junho de 2019, estes segmentos são os seguintes:
- Geral;
- Douro Mortgages nº. 1 (Operação reembolsada em junho); - Douro Mortgages nº. 2; - Chaves SME; - Pelican Mortgages nº. 3; - Douro Mortgages nº. 3; - Pelican Mortgages nº. 4; - Pelican Mortgages nº. 5; - Douro SME nº. 2; - Pelican Mortgages nº. 6; - Thetis Finance n.º 1; - Lusitano SME n.º 3; - Ulisses Finance nº.1.
O detalhe de cada uma das operações é apresentado na nota 3.
1.15
ProvisõesSão reconhecidas provisões quando (i) a Sociedade tem uma obrigação presente (legal ou decorrente de práticas passadas ou políticas publicadas que impliquem o reconhecimento de certas responsabilidades), (ii) seja provável que o seu pagamento venha a ser exigido e (iii) quando possa ser feita uma estimativa fiável do valor dessa obrigação.
As provisões são revistas no final de cada data de reporte e ajustadas para refletir a melhor estimativa, sendo revertidas por resultados na proporção dos pagamentos que não sejam prováveis.
As provisões são desreconhecidas através da sua utilização, para as obrigações para as quais foram inicialmente constituídas ou nos casos em que estas deixem de se observar.
1.16
Estimativas contabilísticas na aplicação das políticas contabilísticasAs IFRS estabeleceram um conjunto de tratamentos contabilísticos que requerem que o Conselho de Administração utilize o julgamento e faça as estimativas necessárias de forma a decidir qual o tratamento contabilístico mais adequado. As principais estimativas contabilísticas e julgamentos utilizados na aplicação dos princípios contabilísticos pela Sociedade são analisadas nos parágrafos seguintes, no sentido de melhorar o entendimento de como a sua aplicação afeta os resultados reportados da Sociedade e a sua divulgação.
Considerando que em algumas situações as normas contabilísticas permitem um tratamento contabilístico alternativo em relação ao adotado pelo Conselho de Administração, os resultados reportados pela Sociedade poderiam ser diferentes caso um tratamento diferente fosse escolhido. O Conselho de Administração considera que os critérios adotados são apropriados e que as demonstrações financeiras apresentam de forma adequada a posição financeira da Sociedade e das suas operações em todos os aspetos materialmente relevantes.
Os resultados das alternativas analisadas de seguida são apresentados apenas para assistir o leitor no entendimento das demonstrações financeiras e não têm intenção de sugerir que outras alternativas ou estimativas são mais apropriadas.
Perdas por imparidade em créditos a clientes
A Sociedade determina as perdas por imparidade com base em taxas e restante informação fornecidas pelos originadores dos créditos referentes às carteiras securitizadas, conforme referido na nota 1.3.
O processo de avaliação da carteira de crédito de forma a determinar se uma perda por imparidade deve ser reconhecida é sujeito a diversas estimativas e julgamentos. Este processo inclui fatores como a probabilidade de incumprimento, as notações de risco, o valor dos colaterais associado a cada operação, as taxas de recuperação e as estimativas quer dos fluxos de caixa futuros, quer do momento do seu recebimento.
Metodologias alternativas e a utilização de outros pressupostos e estimativas poderiam resultar em níveis diferentes das perdas por imparidade reconhecidas.
Justo valor dos instrumentos financeiros derivados
O justo valor é baseado em cotações de mercado, quando disponíveis, e na sua ausência é determinado com base na utilização de preços de transações recentes, semelhantes e realizadas em condições de mercado ou com base em metodologias de avaliação, baseadas em técnicas de fluxos de caixa futuros descontados considerando as condições de mercado, o efeito do tempo, a curva de rentabilidade e fatores de volatilidade. Estas metodologias podem requerer a utilização de pressupostos ou julgamentos na estimativa do justo valor.
Consequentemente, a utilização de diferentes metodologias ou de diferentes pressupostos ou julgamentos na aplicação de determinado modelo poderiam originar resultados financeiros diferentes daqueles reportados. Impostos sobre os lucros
Para determinar o montante global de impostos sobre os lucros foi necessário efetuar determinadas interpretações e estimativas. Existem diversas transações e cálculos para os quais a determinação dos impostos a pagar é incerta durante o ciclo normal de negócios.
Outras interpretações e estimativas poderiam resultar num nível diferente de impostos sobre os lucros, correntes e diferidos, reconhecidos no período.
As Autoridades Fiscais Portuguesas têm a possibilidade de rever o cálculo da matéria coletável efetuado pela Sociedade durante um período de quatro ou seis anos, no caso de haver prejuízos reportáveis. Desta forma, é possível que haja correções à matéria coletável, resultantes principalmente de diferenças na interpretação da legislação fiscal. No entanto, é convicção do Conselho de Administração da Sociedade, de que eventuais correções aos impostos sobre lucros não têm impacto material nas demonstrações financeiras.
1
Políticas contabilísticas (continuação)
1.17
Adoção de novas Normas (IAS/IFRS) ou revisão de Normas já emitidas1.17.1 Alterações voluntárias de políticas contabilísticas
Com exceção do referido na Nota 1, durante o exercício não ocorreram alterações voluntárias de políticas contabilísticas, face às consideradas na preparação da informação financeira relativa ao exercício anterior apresentada nos comparativos.
1.17.2. Aplicáveis a 2019
As normas e interpretações recentemente emitidas pelo IASB cuja aplicação é obrigatória apenas em períodos com início após 1 de janeiro de 2019 ou posteriores são analisadas de seguida.
a) IFRS 14 Contas de diferimento relacionadas com atividades reguladas (emitida em 30 de janeiro de 2014) Esta norma permite que uma entidade, cujas atividades estejam sujeitas a tarifas reguladas, continue a aplicar a maior parte das suas políticas contabilísticas do anterior normativo contabilístico relativas a contas de diferimento relacionadas com atividades reguladas ao adotar as IFRS pela primeira vez. A interpretação é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2016. A aplicação antecipada é permitida desde que devidamente divulgada. A aplicação é retrospetiva. A União Europeia (UE) decidiu não lançar o endosso desta norma intermédia e esperar pela norma final.
b) IFRS 16 Locações
O âmbito da IFRS 16 inclui as locações de todos os ativos, com algumas exceções. Uma locação é definida como um contrato, ou parte de um contrato, que transfere o direito de uso de um bem (o ativo subjacente) por um período de tempo em troca de um valor. A IFRS 16 requere que os locatários contabilizem todos as locações com base num modelo único de reconhecimento no balanço (on-balance model) de forma similar como o tratamento que a IAS 17 dá às locações financeiras. A norma reconhece duas exceções a este modelo: locações de baixo valor (por exemplo, computadores pessoais) e locações de curto prazo (i.e., com um período de locação inferior a 12 meses).
Na data de início da locação, o locatário vai reconhecer a responsabilidade relacionada com os pagamentos da locação (i.e.o passivo da locação) e o ativo que representa o direito a usar o ativo subjacente durante o período da locação (i.e.o direito de uso – “right-of-use” ou ROU). Os locatários terão de reconhecer separadamente o custo do juro sobre o passivo da locação e a depreciação do ROU. Os locatários deverão ainda de remensurar o passivo da locação mediante a ocorrência de certos eventos (como sejam a mudança do período do leasing, uma alteração nos pagamentos futuros que resultem de uma alteração do índice de referência ou da taxa usada para determinar esses pagamentos). O locatário irá reconhecer montante da remensuração do passivo da locação como um ajustamento no ROU.
A contabilização por parte do locatário permanece substancialmente inalterada face ao tratamento atual da IAS 17. O locador continua a classificar todas as locações usando os mesmos princípios da IAS 17 e distinguindo entre dois tipos de locações: as operacionais e as financeiras.
A norma deve ser aplicada para exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2019. A aplicação antecipada é permitida desde que seja igualmente aplicada a IFRS 15. A aplicação é retrospetiva, podendo as entidades escolher se querem aplicar a full retrospective approach” ou a “modified retrospective approach”.
c) IFRS 10 e IAS 28: Venda ou entrega de ativos por um investidor à sua associada ou empreendimento conjunto (Emendas emitidas em 11 de Setembro de 2014)
As emendas procuram resolver o conflito entre a IFRS 10 e a IAS 28 quando estamos perante a perda de controlo de uma subsidiária que é vendida ou transferida para associada ou empreendimento conjunto. As alterações à IAS 28 introduzem critérios diferentes de reconhecimento relativamente aos efeitos das transações de venda ou entregas de ativos por um investidor (incluindo as suas subsidiárias consolidadas) à sua associada ou empreendimento conjunto consoante as transações envolvam, ou não, ativos que constituam um negócio tal como definido na IFRS 3 – Combinações de Negócios. Quando as transações constituírem uma combinação de negócio nos termos requeridos, o ganho ou perda deve ser reconhecido, na totalidade, na demonstração de resultados do exercício do investidor. Porém, se o ativo transferido não constituir um negócio, o ganho ou perda deve continuar a ser reconhecido apenas na extensão que diga respeito aos restantes investidores (não relacionados). As alterações são aplicáveis para exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2016. A aplicação antecipada é permitida desde que devidamente divulgada. A aplicação é prospetiva.
d) IAS 12 Reconhecimento de impostos diferidos ativos para perdas não realizadas (alterações à IAS 12)
O IASB emitiu alterações à IAS 12 para clarificar a contabilização de impostos diferidos ativos sobre perdas não realizadas em instrumentos de dívida mensurados ao justo valor. As alterações clarificam que uma entidade deve considerar se as regras fiscais do país restringem as fontes de proveitos tributáveis contra as quais podem ser efetuadas deduções quando da reversão de uma diferença temporária dedutível. Adicionalmente, as alterações proporcionam orientações sobre como uma entidade deve determinar os seus proveitos tributáveis futuros e explicar as circunstâncias em que esses proveitos tributáveis podem incluir a recuperação de certos ativos por um valor superior ao seu valor contabilístico.
As alterações são aplicáveis para os exercícios anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2017. No entanto, na aplicação inicial destas alterações, a alteração no capital próprio inicial do período comparativo mais antigo apresentado pode ser reconhecida nos resultados transitados iniciais do período comparativo mais recente apresentado (ou em outra componente do capital próprio, conforme apropriado), sem alocar essa alteração entre os resultados transitados iniciais e outras componentes de capital próprio. As entidades que apliquem esta opção devem divulgar esse facto. A aplicação antecipada é permitida desde que devidamente divulgada.
e) IAS 7 Iniciativa de divulgação (alterações à IAS 7)
As alterações à IAS 7 são parte do projeto de Iniciativas de divulgação do IASB e vem auxiliar os utilizadores das demonstrações financeiras a entenderem melhor as alterações à dívida da entidade. As alterações requerem que uma entidade divulgue as alterações nas suas responsabilidades relacionadas com atividades de financiamento, incluindo as alterações que surgem nos fluxos de caixa e de fluxos não-caixa (tais como ganhos e perdas cambiais não realizados). As alterações são aplicáveis para os exercícios anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2017. É permitida a aplicação antecipada. As entidades não necessitam de divulgar a informação comparativa.
f) Clarificações à IFRS 15
Em abril de 2016, o IASB emitiu emendas à IFRS 15 para endereçar diversos assuntos relacionados com a implementação da norma. As clarificações devem ser aplicadas em simultâneo com a aplicação da IFRS 15, para exercícios que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2018. A aplicação antecipada é permitida desde que devidamente divulgada. A aplicação é retrospetiva, podendo as entidades escolher se querem aplicar a full retrospective approach” ou a “modified retrospective approach”.
g) IFRS 2 Classificação e mensuração de transações de pagamento com base em ações (alterações à IFRS2)
O IASB emitiu alterações à IFRS 2 em relação à classificação e mensuração de transações de pagamentos com base em ações. Estas alterações tratam de três áreas essenciais: (i) Vesting conditions, (ii) Classificação de transações de pagamento com base em ações com opção de liquidação pelo valor líquido, para cumprimento de obrigações de retenções na fonte e (iii) Contabilização de uma alteração dos termos e condições de uma transação de pagamento com base em ações que altere a sua classificação de liquidada em dinheiro para liquidada com instrumentos de capital próprio.
1
Políticas contabilísticas (continuação)
As alterações são aplicáveis para os exercícios anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2018. Na data de adoção, as empresas devem de aplicar as alterações sem alterar os comparativos. Mas a aplicação retrospetiva é permitida se for aplicada às três alterações e outro critério for cumprido. É permitida a aplicação antecipada. h) Aplicação da IFRS 9 com a IFRS 4 (alterações à IFRS 4)
As alterações vêm dar tratamento a algumas das questões levantadas com a implementação da IFRS 9 antes da implementação da nova norma sobre contratos de seguros que o IASB irá emitir para substituir a IFRS 4. A isenção temporária é aplicável pela primeira vez para os exercícios anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2018. Uma entidade pode optar pela abordagem de sobreposição quando aplica pela primeira vez a IFRS 9 e aplicar essa abordagem retrospetivamente para ativos financeiros designados na data de transição para a IFRS 9. A entidade deve alterar os comparativos por forma a refletir a abordagem da sobreposição se, e apenas se, alterar os comparativos quando aplica a IFRS 9.
i) Transferências de propriedades de investimento (alterações à IAS 40)
As alterações vêm clarificar quando é que uma entidade deve transferir uma propriedade, incluindo propriedades em construção ou desenvolvimento para, ou para fora de propriedades de investimento. As alterações determinam que a alteração do uso ocorre quando a propriedade cumpre, ou deixa de cumprir, a definição de propriedade de investimento e existe evidência da alteração do uso. Uma simples alteração da intenção do órgão de gestão para o uso da propriedade não é evidência de alteração do uso.
As alterações são aplicáveis para os exercícios anuais com início em ou após 1 de janeiro de 2018. Uma entidade deve aplicar as alterações prospectivamente às alterações de uso que ocorram em ou após o início do período anual em que a entidade aplica pela primeira vez estas alterações. As entidades devem reavaliar a classificação das propriedades detidas nessa data e, se aplicável, reclassificar a propriedade para refletir as condições que existiam a essa data. A aplicação retrospetiva só é permitida se possível aplicá-la sem que a mesma seja afetada por acontecimentos que ocorreram posteriormente à data da sua aplicação. A aplicação antecipada é permitida desde que devidamente divulgada.
j) Melhorias anuais relativas ao ciclo 2014-2016
Nas Melhorias anuais relativas ao ciclo 2014-2016, o IASB introduziu cinco melhorias nas seguintes três normas: (i) IFRS 1 Adoção pela primeira vez das IFRS (ii) IAS 28 Clarificação de que a mensuração de participadas ao justo valor através de resultados é uma escolha que se faz investimento a investimento e (iii) IFRS 12 Divulgações de interesses em outras entidades.
k) IFRIC 23 – Incertezas sobre diferentes tratamentos do imposto sobre o rendimento
Em junho de 2017, o IASB emitiu a IFRIC 23 Incerteza sobre diferentes tratamentos do imposto sobre o rendimento (a Interpretação) que clarifica os requisitos de aplicação e de mensuração da IAS 12 Imposto sobre o rendimento quando existe incerteza quanto aos tratamentos a dar ao imposto sobre o rendimento.
A Interpretação endereça a contabilização do imposto sobre o rendimento quando os tratamentos fiscais que envolvem incerteza e que afetam a aplicação da IAS 12. A Interpretação não se aplica a taxas ou impostos que não estejam no âmbito da IAS 12, nem inclui especificamente requisitos referentes a juros ou multas associadas com a incerteza de tratamentos de impostos.
A Interpretação endereça especificamente o seguinte:
• Se uma entidade considera as incertezas de tratamentos de impostos separadamente;
• Os pressupostos que uma entidade utiliza sobre o exame de tratamentos fiscais por parte das autoridades fiscais;
• Como uma entidade determina o lucro (prejuízo) fiscal, a base fiscal, prejuízos fiscais não utilizados, créditos fiscais não utilizados e taxas fiscais;
Uma entidade tem de determinar se deve considerar a incerteza sobre cada tratamento fiscal separadamente ou em conjunto com um ou mais tratamentos fiscais incertos. A abordagem que deverá ser seguida é a que melhor permita prever o desfecho da incerteza.
A Interpretação foi endossada em 23 de outubro de 2018 e é aplicável para exercícios iniciados em ou após 1 de janeiro de 2019.
l) IFRS 9 - Pagamentos antecipados com compensações negativas (alterações à IFRS 9)
De acordo com a IFRS 9, um instrumento de dívida pode ser mensurado ao custo amortizado ou ao justo valor através de outro rendimento integral desde que os cash flows implícitos sejam “apenas pagamento de capital e juro sobre o capital em dívida” (o critério SPPI) e o instrumento seja detido num modelo de negócios que permita essa classificação. As alterações à IFRS 9 clarificam que um ativo financeiro passa o critério SPPI, independentemente do evento ou das circunstâncias que causam o término antecipado do contrato e independentemente de qual a parte que paga ou recebe uma compensação razoável pelo término antecipado do contrato.
As bases de conclusão para esta alteração clarificam que o término antecipado pode ser consequência de uma cláusula contratual ou de um evento que esteja fora do controlo das partes envolvidas no contrato, tais como uma alteração de leis ou regulamentos que levem ao término antecipado. Modificação ou a substituição de um passivo financeiro que não origina o desreconhecimento desse passivo. Nas bases para a conclusão o IASB também clarifica que os requisitos da IFRS 9 para ajustamento do custo amortizado de um passivo financeiro, quando uma modificação (ou substituição) não resulta no seu desreconhecimento, são consistentes com os requisitos aplicados a uma modificação de um ativo financeiro que não resulte no seu desreconhecimento. Isto significa que o ganho ou a perda que resulte da modificação desse passivo financeiro que não resulte no seu desreconhecimento, calculado descontando a alteração aos cash-flows associados a esse passivo à taxa de juro efetiva original, é imediatamente reconhecido na demonstração dos resultados.
O IASB fez este comentário nas bases para a conclusão relativa a esta alteração pois acredita que os requisitos atuais da IFRS 9 fornecem uma boa base para as entidades contabilizarem as modificações ou substituições de passivos financeiros e que nenhuma alteração formal à IFRS 9 é necessária no que respeita a este assunto. Esta alteração foi endossada em 22 de março de 2018 e é efetiva para períodos que se iniciem em ou após 1 de janeiro de 2019. Devem ser aplicados retrospetivamente. Esta alteração traz requisitos específicos para adotar na transição, mas apenas se as entidades a adotarem em 2019 e não em 2018 em conjunto com a IFRS 9. É permitida a adoção antecipada.
Conforme referido na Nota 1.1, na preparação das demonstrações financeiras a Sociedade utilizou as Normas e Interpretações emitidas pelo International Accounting Standards Board (IASB) e pelo International Financial Reporting Interpretations Committee (IFRIC) que são relevantes para as suas operações e efetivas para os períodos iniciados a partir de 1 de janeiro de 2015.
1.18
Partes RelacionadasImporta referir que a Sociedade registou um resultado se serviços e comissões de Euro 503,271 pelo que o prejuízo registado no exercício resultou exclusivamente da alocação de custos internos no montante de Euro 377,453 conforme detalhado no Relatório e Contas da Sociedade, em linha com os resultados de Dezembro de 2018. As alocações globais de despesas são parte da metodologia definida na Política de Preços de Transferência Global desenvolvida pelo Citigroup Inc. em 2016, a qual foi objeto de revisão pela empresa de auditoria KPMG. As despesas contabilizadas no âmbito da alocação global de despesas (Global Revenue Allocation - GRA) dizem respeito às alocações pagas pela Sagres ao Citibank Europe Plc, sucursal em Portugal (CEP Portugal), enquanto país dos originadores das operações geridas pela Sociedade (Parent Location - PL), assim como localização de vendas / cobertura (Sales Location - SL). No caso do Citigroup Global Markets, UK (CGML, UK) a alocação paga pela Sagres cobre o serviço prestado enquanto Centro de Produto (“Product Center – “PC”) e localização do suporte de vendas / cobertura (Sales Location - SL). A percentagem da alocação tem como base de cálculo o valor de proveito gerado pela Sociedade.
2. Situação Líquida
Conforme referido na nota 1.1, o capital social da Sociedade é de Euros 250.000, representado por 50.000 acções de 5 euros de valor nominal.
À data de 30 de junho de 2019, os Fundos Próprios da Sagres são de Euros 11.686.483 (dezembro de 2018: Euros 11.767.754) permitindo que a sociedade tenha em circulação obrigações titularizadas até ao montante de Euros 4.308.149.921 (dezembro de 2018: Euros 3.765.011.109), de acordo com o Regulamento da CMVM nº 12/2002. Em 30 de junho de 2019 e 31 de dezembro de 2018, a rubrica Reservas e resultados acumulados é analisada como segue:
Euros '000 Euros '000
Total Total
Operações Geral Total Operações Geral Total
Reservas legais - 58 58 - 58 58
Reservas livres - - - -
e resultados acumulados - 8.960 8.960 - 8.979 8.979
Resultado líquido do exercicio - (81) (81) - (19) (19)
- 8.936 8.936 - 9.018 9.018
dezembro 2018 junho 2019
De acordo com a deliberação da Assembleia-Geral datada de 30 de abril de 2019, a Sociedade procedeu à aprovação da proposta de aplicação dos resultados do exercício de 2018, que consistiu na transferência da totalidade do resultado líquido para resultados acumulados.
Nos termos da legislação portuguesa, a Sociedade deverá reforçar anualmente a reserva legal em pelo menos 5% dos lucros líquidos anuais, até à concorrência de 20% do capital social, não podendo normalmente esta reserva ser distribuída. Com referência a 30 de junho de 2019 o valor registado na reserva legal é superior ao limite mínimo exigido pelo Código das Sociedades Comerciais.
1 - Operação Douro Mortgages Nº 1
A 22 de novembro de 2005 a Sociedade efetuou a Operação “Douro Mortgages Nº 1” – esta operação consistiu na aquisição de um portfolio de créditos imobiliários com o valor nominal de Euros 1.500.004.000 originado pelo Banco BPI, pelo preço de Euros 1.501.895.000. A diferença entre o valor de aquisição e o valor nominal dos créditos respeita a juro corrido dos mesmos. No âmbito desta aquisição, foi efetuada uma emissão de obrigações divididas em 5 tranches: Euros 1.434.000.000 Class A, Euros 24.750.000 Class B, Euros 22.500.000 Class C, Euros 18.750.000 Class D, Euros 9.000.000 Class E. As 4 primeiras tranches foram emitidas ao par e a tranche E foi emitida com um prémio de Euros 1.896.000.
Em junho de 2019, a Sociedade exerceu a opção de reembolso antecipado das obrigações titularizadas Douro Mortgages Nº1, no montante de Euros 234.547.629.
Os ratings atribuídos às diferentes classes foram os seguintes:
Fitch Moody’s S&P
Class A AAA Aaa AAA
Class B AA Aa2 AA
Class C A+ A1
A-Class D A- Baa1 BBB
Class E - -
-As obrigações de classe E não têm uma taxa de juro definida, tendo direito aos montantes disponíveis após cumprimento das restantes responsabilidades da operação, como estipulado nas condições da mesma. A maturidade legal das obrigações era de junho de 2056.
Os valores recebidos dos ativos adquiridos são veiculados para o conjunto de responsabilidades da operação de acordo com os termos da mesma. Qualquer excesso dos valores gerados pelos ativos será pago ao detentor das obrigações e qualquer insuficiência será assumida pelo mesmo na data de cancelamento das mesmas, não existindo resultado nas contas de exploração da Sociedade.
Imparidade
Periodicamente é efetuada pela Sociedade a avaliação da imparidade da carteira de ativos vincendos e vencidos, tomando em consideração o tipo de crédito concedido, as contragarantias existentes, a antiguidade e o comportamento dos ativos em mora e a imparidade média da carteira de crédito do originador para ativos similares. As perdas por imparidade dos ativos securitizados, ou quaisquer outros factos no âmbito da operação poderão conduzir a uma insuficiência de fundos para liquidação do capital e juros das obrigações. Estas perdas serão assumidas exclusivamente pelos detentores das obrigações.
1.1 – Crédito a clientes
Euros '000
Crédito e periodificação de Juros - 253.483
Imp aridade - (4.863)
- 248.620
jun 2019 dez 2018 Euros '000
3. Síntese de Indicadores das operações (continuação)
A rubrica Crédito – Douro Mortgages Nº 1 regista o valor nominal dos créditos adquiridos no âmbito daquela operação de titularização no montante de Euros 1.500.004.000, deduzido dos valores referentes aos recebimentos de capital entretanto ocorridos e respetivos juros periodificados. Os valores referentes aos recebimentos de capital entretanto ocorridos são analisados como segue:
Recebimentos Anos Euros '000 2006 139.872 2007 320.435 2008 327.819 2009 83.608 2010 61.983 2011 46.437 2012 41.528 2013 43.320 2014 36.745 2015 36.776 2016 37.002 2017 37.695 2018 33.449 2019 14.347 1.261.016
A rubrica Imparidade – Douro Mortgages Nº 1 resulta da avaliação da imparidade dos ativos afetos às obrigações titularizadas, conforme definido acima.
A rubrica Imparidade do Crédito regista a estimativa de perdas incorridas à data de fim do período/exercício determinadas de acordo com a avaliação da evidência objetiva de imparidade, conforme descrito na nota 1.3.
Os créditos da operação são contra garantidos por hipotecas sobre imóveis. De acordo com o definido nas Normas Internacionais de Relato Financeiro e, de forma a refletir o valor de mercado dos mesmos, estes colaterais deverão ser revistos regularmente com base em avaliações independentes efetuadas por entidades avaliadoras certificadas e independentes ou através da utilização de coeficientes de reavaliação que refletem a tendência de evolução do mercado para o tipo de imóvel e a área geográfica respetiva.
O Offering Circular da operação indica que a média ponderada do Loan-to-Value dos créditos na data de emissão é de 61,25% e estipula que o Loan-to-Value de cada crédito em termos individuais não poderá exceder os 100%. De acordo com o Servicer Report de junho de 2019 a média ponderada do Loan-to-Value destes créditos é de 38,67% (dezembro de 2018: 39,67 %%).
3. Síntese de Indicadores das operações (continuação)
1.2 – Títulos de dívida emitidosdez 2018 Euros '000 Valor nominal - 256.936 - 256.936 jun 2019 Euros '000
A rubrica Obrigações de titularização – Douro Mortgages Nº 1 divide-se nas seguintes tranches com referência a 31 de dezembro de 2018:
Montante Taxa de juro Taxa de juro
Maturidade Legal Euros '000 Teórica 31/12/2018
Class A junho de 2056 237.533 Euribor+0,28% 0,000%
Class B junho de 2056 5.026 Euribor+0,34% 0,031%
Class C junho de 2056 4.569 Euribor+0,54% 0,231%
Class D junho de 2056 3.808 Euribor+0,94% 0,631%
Class E junho de 2056 6.000 -
3. Síntese de Indicadores das operações (continuação)
2 - Operação Douro Mortgages Nº 2A 26 de setembro de 2006 a Sociedade efectuou a Operação “Douro Mortgages Nº 2” – esta operação consistiu na aquisição de um portfolio de créditos hipotecários com o valor nominal de Euros 1.500.000.000 originado pelo Banco BPI, pelo preço de Euros 1.502.145.000. A diferença entre o valor de aquisição e o valor nominal dos créditos respeita ao juro corrido dos mesmos. No âmbito desta aquisição, foi efetuada uma emissão de obrigações divididas em 6 tranches: Euros 315.000.000 Class A1, Euros 1.125.000.000 Class A2, Euros 27.750.000 Class B, Euros 18.000.000 Class C, Euros 14.250.000 Class D e Euros 9.000.000 Class E. As 5 primeiras tranches foram emitidas ao par e a tranche E foi emitida com um prémio de Euros 2.145.000.
Os ratings atribuídos às diferentes classes foram os seguintes:
Fitch Moody’s S&P
Class A1 AAA Aaa AAA
Class A2 AAA Aaa AAA
Class B AA Aa3 AA
Class C A A2
A-Class D BBB+ Baa2 BBB
Class E - -
-A remuneração das 5 primeiras tranches encontra-se indexada à Euribor, acrescida de um spread. -As obrigações de classe E não têm uma taxa de juro definida, tendo direito aos montantes disponíveis após cumprimento das restantes responsabilidades da operação, como estipulado nas condições da mesma. A maturidade legal das obrigações é abril de 2059.
Os valores recebidos dos ativos adquiridos são veiculados para o conjunto de responsabilidades da operação de acordo com os termos da mesma. Qualquer excesso dos valores gerados pelos ativos será pago ao detentor das obrigações e qualquer insuficiência será assumida pelo mesmo na data de cancelamento das mesmas, não existindo resultado nas contas de exploração da Sociedade.
No seguimento da ocorrência de um Evento de Liquidez Contingente (Contingent Liquidity Event) o Banco BPI, S.A abriu uma conta junto do Citibank NA, London branch na qual foram depositados montantes equivalentes a seis meses de juros das obrigações titularizadas de acordo com os termos dos contratos celebrados entre a Sociedade e estas duas entidades no dia 21 de junho de 2012. Estes montantes, que estão legalmente afetos à operação, poderão ser utilizados pela Sociedade para suprir uma eventual escassez de fundos numa qualquer data de pagamento de juros.
Imparidade
Periodicamente é efetuada pela Sociedade a avaliação da imparidade da carteira de ativos vincendos e vencidos, tomando em consideração o tipo de crédito concedido, as contragarantias existentes, a antiguidade e o comportamento dos ativos em mora e a imparidade média da carteira de crédito do originador para ativos similares. As perdas por imparidade dos ativos securitizados, ou quaisquer outros factos no âmbito da operação poderão conduzir a uma insuficiência de fundos para liquidação do capital e juros das obrigações. Estas perdas serão assumidas exclusivamente pelos detentores das obrigações.
3. Síntese de Indicadores das operações (continuação)
2.1 – Créditos a clientesEuros '000
Crédito e periodificação de Juros 337.073 358.421
Imparidade (5.777) (6.099)
331.296 352.322 jun 2019 dez 2018
Euros '000
A rubrica Crédito – Douro Mortgages Nº 2 regista o valor nominal dos créditos adquiridos no âmbito daquela operação de titularização no montante de Euros 1.500.000.000, deduzido dos valores referentes aos recebimentos de capital, entretanto ocorridos e respetivos juros periodificados. Os valores referentes aos recebimentos de capital entretanto ocorridos são analisados como segue:
Recebimentos Anos Euros '000 2007 246.663 2008 358.890 2009 81.644 2010 72.686 2011 50.722 2012 41.593 2013 51.311 2014 45.183 2015 48.053 2016 48.308 2017 51.001 2018 45.695 2019 21.343 1.163.092
A rubrica Imparidade – Douro Mortgages Nº 2 resulta da avaliação da imparidade dos ativos afetos às obrigações titularizadas, conforme definido acima.
Os créditos da operação são contra garantidos por hipotecas sobre imóveis. De acordo com o definido nas Normas Internacionais de Relato Financeiro, de forma a refletir o valor de mercado dos mesmos, os valores dos imóveis deverão ser revistos regularmente com base em avaliações independentes efetuadas por entidades avaliadoras certificadas e independentes ou através da utilização de coeficientes de reavaliação que refletem a tendência de evolução do mercado para o tipo de imóvel e a área geográfica respetiva.
3. Síntese de Indicadores das operações (continuação)
O Offering Circular da operação indica que a média ponderada do Loan-to-Value dos créditos na data de emissão é de 62,92% e estipula que o Loan-to-Value de cada crédito em termos individuais não poderá exceder os 100%. Segundo o Servicer Report de abril de 2019 a média ponderada do Loan-to-Value destes créditos é de 68,82% (outubro de 2018: 68,87%).
2.2 – Títulos de dívida emitidos
Euros '000
Valor nominal 345.252 367.324
345.252 367.324 jun 2019 dez 2018
Euros '000
A rubrica Obrigações de titularização – Douro Mortgages Nº 2 divide-se nas seguintes tranches com referência a 30 de junho de 2019:
Montante Taxa de juro Taxa de juro
Maturi dade legal Euros '000 teórica 30/06/2019
Class A1 abril de 2059 3.171 Euribor+0,10% 0,000%
Class A2 abril de 2059 320.489 Euribor+0,28% 0,000%
Class B abril de 2059 7.905 Euribor+0,34% 0,029%
Class C abril de 2059 5.128 Euribor+0,46% 0,149%
Class D abril de 2059 4.060 Euribor+0,96% 0,649%
Class E abril de 2059 4.500 - -
A rubrica Obrigações de titularização – Douro Mortgages Nº 2 divide-se nas seguintes tranches com referência a 31 de dezembro de 2018:
Montante Taxa de juro Taxa de juro
Maturidade Legal Euros '000 Teórica 31/12/2018
Class A1 abril de 2059 3.376 Euribor+0,10% 0,000%
Class A2 abril de 2059 341.248 Euribor+0,28% 0,000%
Class B abril de 2059 8.417 Euribor+0,34% 0,023%
Class C abril de 2059 5.460 Euribor+0,46% 0,143%
Class D abril de 2059 4.322 Euribor+0,96% 0,643%
Class E abril de 2059 4.500 -
-Após outubro de 2015 (step-up date) o spread de cada uma das tranches aumentou, conforme definido nas condições da operação. As obrigações da classe E têm direito aos montantes disponíveis após cumprimento das restantes responsabilidades da operação, como estipulado nas condições da mesma.
3 - Operação Chaves SME
A 18 de dezembro de 2006 a Sociedade efetuou a Operação “Chaves SME CLO Nº 1” – esta operação consistiu na aquisição de um portfolio de créditos de pequenas e médias empresas (‘SME’) com o valor nominal de Euros 601.210.000 originado pelo Banco Português de Negócios, pelo valor nominal. No âmbito desta aquisição, foi efetuada uma emissão ao par de obrigações divididas em 6 tranches: Euros 527.550.000 Class A, Euros 21.000.000 Class B, Euros 38.050.000 Class C, Euros 4.900.000 Class D, Euros 9.600.000 Class E e Euros 15.613.000 Class F.
Os ratings atribuídos às diferentes classes foram os seguintes:
Moody’s S&P
Class A Aaa AAA
Class B Aa2 AA
Class C A1
A-Class D A3 BBB
Class E Baa2 BBB
Class F -
-A remuneração das diferentes tranches encontra-se indexada à Euribor, acrescida de um spread, sendo que a classe F poderá ter direito a remuneração adicional conforme estipulado nas condições da operação. A maturidade legal das obrigações é novembro de 2034.
Os valores recebidos dos ativos adquiridos são veiculados para o conjunto de responsabilidades da operação de acordo com os termos da mesma. Qualquer excesso dos valores gerados pelos ativos será pago ao detentor das obrigações e qualquer insuficiência será assumida pelo mesmo na data de cancelamento das mesmas, não existindo resultado nas contas de exploração da Sociedade.
Imparidade
Periodicamente é efetuada pela Sociedade a avaliação da imparidade da carteira de ativos vincendos e vencidos, tomando em consideração o tipo de crédito concedido, as contragarantias existentes, a antiguidade e o comportamento dos ativos em mora e a imparidade média da carteira de crédito do originador para ativos similares. As perdas por imparidade dos ativos securitizados, ou quaisquer outros factos no âmbito da operação poderão conduzir a uma insuficiência de fundos para liquidação do capital e juros das obrigações. Estas perdas serão assumidas exclusivamente pelos detentores das obrigações.
3.1 – Crédito a clientes
Euros '000
Crédito e periodificação de Juros 65.680 67.937
Imparidade (51.032) (51.894)
14.648 16.043 jun 2019 dez 2018
3. Síntese de Indicadores das operações (continuação)
A rubrica Crédito – Chaves SME regista o valor nominal dos créditos adquiridos no âmbito daquela operação de titularização no montante de Euros 601.210.000, deduzido dos valores referentes aos recebimentos de capital entretanto ocorridos, acrescido do montante de recompras de novos créditos efectuadas, bem como os respectivos juros periodificados. Os valores referentes aos recebimentos de capital entretanto ocorridos e aos montantes de recompras de novos créditos efectuadas são analisados como segue:
Recebimentos Recompras Anos Euros '000 Euros '000
2006 35.931 - 2007 292.454 300.525 2008 241.351 265.854 2009 143.004 43.109 2010 249.151 - 2011 78.381 - 2012 37.865 - 2013 20.221 - 2014 11.613 - 2015 9.485 - 2016 10.586 - 2017 7.365 - 2018 3.682 - 2019 1.017 - 1.142.106 609.488
O período de recompra de novos créditos (revolving) terminou no primeiro semestre de 2009.
A rubrica Imparidade – Chaves SME resulta da avaliação da imparidade dos ativos afetos às obrigações titularizadas, conforme definido na acima.
A rubrica Imparidade do Crédito regista a estimativa de perdas incorridas à data de fim do período/exercício determinadas de acordo com a avaliação da evidência objetiva de imparidade, conforme descrito na nota 1.3.
Os créditos da operação são contra garantidos por contragarantias reais e contragarantias pessoais. As garantias reais constituídas correspondem a hipotecas sobre imóveis e penhores mercantis sobre bens dos clientes. Os colaterais são reavaliados periodicamente e considerando as políticas contabilísticas do originador. De acordo com o definido nas Normas Internacionais de Relato Financeiro e, de forma a refletir o valor de mercado dos mesmos, os valores dos imóveis deverão ser revistos regularmente com base em avaliações independentes efetuadas por entidades avaliadoras certificadas e independentes ou através da utilização de coeficientes de reavaliação que refletem a tendência de evolução do mercado para o tipo de imóvel e a área geográfica respetiva.