• Nenhum resultado encontrado

Vista do Ocorrência de Úlcera por Pressão em uma Instituição Hospitalar no Interior de São Paulo

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Vista do Ocorrência de Úlcera por Pressão em uma Instituição Hospitalar no Interior de São Paulo"

Copied!
17
0
0

Texto

(1)

Ocorrência de Úlcera por Pressão em uma

Instituição Hospitalar

no Interior de São Paulo

Tatiana Roberta Galante

Enfermeira pela Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

Simone Aparecida Santos Silva

Enfermeira e Pós-graduada em Saúde Coletiva pela Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

Ana Beatriz Pinto da Silva Morita

Claudia Lysia de Oliveira Araújo

Enfermeira e Pós-graduada em Estomaterapia pela Universidade de Taubaté. Mestre no Cuidar em Enfermagem pela Universidade de Guarulhos. Professora e Coordenadora do Curso de Enfermagem da Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

Enfermeira, Mestre em Enfermagem pela UNICAMP e Doutoranda em Enfermagem pela Universidade São Paulo. Professora na Faculdades Integradas Teresa D’ Ávila (FATEA).

(2)

RESUMO

ABSTRACT

Este estudo parte do princípio que as úlceras por pressão surgem com maior frequência durante o período de internação dos pacientes. Sendo assim, pretendeu-se pesquisar a ocorrência de úlcera por pressão em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo para conhecer a realidade em nossa comunidade e com isto obter subsídio para futuros estudos. Tem como objetivo verificar a ocorrência de UP na clínica médica feminina e masculina em uma instituição hospitalar no interior de São Paulo, investigar origem (domiciliar ou hospitalar) e localização anatômica da UP e caracterizar o perfil do portador da úlcera por pressão. É um estudo descritivo-exploratório prospectivo de abordagem quantitativa. Após autorização do Comitê de Ética e Pesquisa, o paciente ou familiar responsável após ouvir as explicações necessárias das pesquisadoras quanto ao estudo, que permitiram sua participação, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados durante 30 (trinta) dias consecutivos. O resultado obtido neste estudo foi de quatro UP de origem equitativa, demonstrando que a origem não focou somente a instituição, mas também o domicílio, não correspondendo ao esperado. Dessa forma, conclui-se que os resultados encontrados evidenciaram que ainda existem pontos a serem explorados nesta área.

Este estudo parte do princípio que as úlceras por pressão surgem com maior frequência durante o período de internação dos pacientes. Sendo assim, pretendeu-se pesquisar a ocorrência de úlcera por pressão em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo para conhecer a realidade em nossa comunidade e com isto obter subsídio para futuros estudos. Tem como objetivo verificar a ocorrência de UP na clínica médica feminina e masculina em uma instituição hospitalar no interior de São Paulo, investigar origem (domiciliar ou hospitalar) e localização anatômica da UP e caracterizar o perfil do portador da úlcera por pressão. É um estudo descritivo-exploratório prospectivo de abordagem quantitativa. Após autorização do Comitê de Ética e Pesquisa, o paciente ou familiar responsável após ouvir as explicações necessárias das pesquisadoras quanto ao estudo, que permitiram sua participação, assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Os dados foram coletados durante 30 (trinta) dias consecutivos. O resultado obtido neste estudo foi de quatro UP de origem equitativa, demonstrando que a origem não focou somente a instituição, mas também o domicílio, não correspondendo ao esperado. Dessa forma, conclui-se que os resultados encontrados evidenciaram que ainda existem pontos a serem explorados nesta área.

PALAVRAS CHAVE:

Úlcera por pressão, Escala de Braden, Enfermagem.

KEY WORDS:

(3)

INTRODUÇÃO

As úlceras por pressão (UP) são conhecidas desde o início dos tempos, sendo objeto de estudos em relação a sua manifestação no doente e ao seu tratamento (DEALEY, 1996). Sempre foram um problema para os serviços de saúde, especialmente para as equipes de enfermagem pois a incidência é alta e encontram-se dificuldades em preveni-las e tratá-las, além de prolongar a internação do paciente(JORGE e DANTAS, 2005).

O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), órgão norte-americano que se reúne periodicamente para sistematizar, levantar dados estatísticos e estabelecer diretrizes para prevenção e tratamento de úlcera por pressão, menciona prevalências variáveis conforme a clientela, e o tipo de instituição, como 3% a 14% em hospitais gerais, 15% a 25% em serviços de pacientes crônicos e 7% a 12% em atendimento domiciliar(JORGE e DANTAS), e inseri também a UP como um indicador de qualidade do cuidado prestado aos pacientes hospitalizados(RANGEL, 2004).

Em 1989, a NPUAP promoveu a primeira Conferência Nacional de Consenso para alertar sobre a gravidade do problema da UP e despertar a necessidade de atenção, principalmente dos órgãos do governo americano(COSTA, 2003). Em estudos realizados na Europa, Canadá, e África do Sul, de 3% a 11% dos pacientes hospitalizados apresentam UP. Outros autores relatam que as UPs são complicações comuns em pacientes com curto ou longo tempo de internação e que em unidades de terapia intensiva (UTI) a incidência de UP em doentes cirúrgicos atinge o índice de 17% (FERNANDES, 2000).

Os avanços tecnológicos têm contribuído significantemente para o progresso dos tratamentos e cuidados com os pacientes hospitalizados. É necessário, porém, que os profissionais saibam fazer uso dessa tecnologia para promover uma melhor qualidade no atendimento(COSTA, 2003).

A necessidade do conhecimento científico nessa área é destacada por vários autores, no sentido da busca da qualidade de assistência, pois é uma área na qual frequentemente a prática é baseada em mitos, tradições e conhecimento comum(RANGEL, 2004).

Na busca por uma melhor qualidade da assistência nos serviços de saúde, é importante reconhecer a UP como um problema extenso capaz de interferir nessa qualidade, sendo, portanto, necessário que não só os enfermeiros, mas toda a equipe multiprofissional esteja envolvida e estimulada a conhecer e entender o que são as UPs, suas causas e os fatores de riscos, a fim de implementarem ações efetivas de prevenção e tratamento (COSTA, 2003). A perda da integridade da pele produz, então, significantes consequências

(4)

para o indivíduo, para a instituição e para a comunidade (JORGE e DANTAS, 2005, p. 287-96).

A UP é uma lesão que pode apresentar um período de desenvolvimento bastante rápido e após sua instalação, o paciente pode experimentar um período de hospitalização ainda mais longo, causando-lhe sofrimento pela dor física, sofrimento emocional pelos diversos aspectos de uma hospitalização longa e pela própria lesão e, muitas vezes, causa deformações e exposição a complicações mais sérias ocasionadas pela presença da úlcera (sepse, osteomielite, celulite, etc) (FERNANDES, 2000).

A equipe de enfermagem deve olhar holisticamente o cliente com UP. Além de conhecer o processo cicatricial e sistêmico das UPs, deve-se procurar as causas do estabelecimento de determinadas lesões. Tais considerações implicam o estado nutricional, presença de infecções, à função dos diferentes sistemas. Assim, a enfermagem estará buscando princípios científicos para identificação e eliminação dos agentes que causam as UPs (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998, p. 13-19).

Existe um custo em se tratar UP, mas também há um custo relacionado com sua prevenção, geralmente menos dispendioso, principalmente no que se refere aos aspectos psíquicos e sociais relacionados ao sofrimento do paciente e família. Esses custos têm impulsionado os profissionais de saúde, particularmente os enfermeiros, a desenvolverem estratégias para mudar tal situação (PARANHOS, 1999).

Os custos estimados para o tratamento de UP nos Estados Unidos da América (EUA), são cerca de U$2000 a U$2500 por indivíduo por ano, o que é associado aos dados de prevalência e incidência que refletem o escopo do problema e a consequente preocupação revelada através das constantes e recentes publicações acerca do tema (PARANHOS, 1999). No Brasil, infelizmente, ainda não foram encontrados estudos que demonstrem o valor estimado para o tratamento de UP.

Com base nas informações supracitadas, vivência prática das autoras na fase da graduação e na literatura nacional e internacional, este estudo parte do princípio que as UPs surgem com maior frequência durante o período de internação dos pacientes. Sendo assim, pretende-se pesquisar a ocorrência de UP em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo para conhecer a realidade em nossa comunidade e com isto obter subsídio para futuros estudos.

A pele é o maior órgão do corpo, constituindo cerca de 10% do peso corporal. Está constantemente exposta a agressões físicas e mecânicas permanentes ou não. As funções da pele são: proteção, sensibilidade, termorregulação, excreção,

(5)

metabolismo e imagem corporal (HESS, 2002).

A pele possui duas camadas: a epiderme, mais superficial, e a derme, subjacente àquela. A derme é rica em fibras colágenas e elásticas e dão à pele a capacidade de distender-se quando tracionada, voltando ao seu estado original quando a tração é interrompida. É ricamente irrigada, possuindo uma extensa rede de capilares e nervos. Repousa na tela subcutânea, que é rica de tecido adiposo (SILVA, 1998).

Quando a integridade da pele é alterada e aparece uma ferida, inicia-se o processo de cicatrização. A primeira fase é a inflamatória, seguida pela fase proliferativa e a fase final é a fase de maturação ou remodelagem. Os pacientes que não apresentam condições de comprometimento sistêmico passam por todas as fases de cicatrização sem dificuldade (HESS, 2002).

A UP, um dos principais exemplos de integridade da pele prejudicada, representa uma ameaça direta para o indivíduo, causando desconforto, prolongamento da doença, demora na reabilitação e alta, podendo até levar à morte por sepse (PARANHOS, 1999).

É definida como uma área localizada de morte celular, desenvolvida quando um tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado de tempo (RANGEL, 2004; NPUAP, 1989, p. 24-28). As UPs podem desenvolver-se em proeminências ósseas e ocorre em maior frequência nas regiões: sacra, coccígea, tuberosidade isquial, trocanteriana, escapular, occipital e maléolos laterais, podendo também se desenvolver em outros locais do corpo sob excesso de pressão (HESS, 2002).

Apesar de existirem outros fatores de risco envolvidos no desenvolvimento das UPs, a principal causa é, portanto, a pressão constante mantida por um certo período de tempo (HESS, 2002).

A pressão normal de fechamento capilar é de aproximadamente 32 mmHg nas arteríolas e 12 mmHg nas vênulas. A pressão externa maior que 32 mmHg pode causar dano por restrição do fluxo sanguíneo para a área. Uma vez que a pressão é aplicada em tecidos moles por longo período, vasos capilares podem colapsar ou trombosar (RANGEL, 2004).

A baixa intensidade da pressão por um longo período de tempo pode causar o mesmo dano que uma pressão de alta intensidade e curta duração. Os tecidos do corpo têm diferentes tolerâncias para a pressão e isquemia, sendo que o tecido muscular é mais sensível do que a pele (2). A continuidade da oclusão capilar leva

à falta de oxigênio e nutrientes e ao acúmulo de restos tóxicos que acarretam primeiramente a necrose muscular, de tecido subcutâneo e, por fim, necrose da derme e epiderme (BLANES, YOSHITOME E FERREIRA, 1989. P. 37-45).

(6)

Existem ainda outros fatores considerados secundários que contribuem para o desenvolvimento da úlcera por pressão: são os intrínsecos e os extrínsecos. Os intrínsecos são: estado nutricional do paciente, anemia, imobilidade, infecção e febre, pele sensível, distúrbios vasculares, diminuição ou perda da tonicidade muscular, distúrbios neurológico e fecal, bem como envelhecimento. Os extrínsecos são aqueles que atuam nos tecidos, umidade, higiene deficiente do paciente e do leito, uso de instrumentos ortopédicos, repouso em superfícies duras, colocação inadequada e prolongada de comadre, injeções repetidas no mesmo local, posicionamento de agentes químicos e físicos(RANGEL, 2004). Em 1989, o NPUAP apresentou a classificação dos estágios da úlcera por pressão. A Agency for Health Care Policy and Research – AHCPR, em 1992, adotu-o para identificação e clarificação do nível de lesão da UP, permitindo a uniformização das informações (FERNANDES, 2000; NPUAP, 1989, p. 24-28). Estágios da úlcera por pressão (UP):

Estágio I – Eritema da pele intacta que não embranquece após remoção da pressão. Em indivíduos com a pele mais escura, a descoloração da pele, o calor, o edema ou endurecimento também pode ser indicadores; Estágio II – Perdas parciais da pele envolvendo a epiderme, derme ou ambas. A úlcera é superficial e apresenta-se como uma abrasão ou cratera rasa;

Estágio III – É a perda da pele na sua espessura total, envolvendo danos ou necrose do tecido subcutâneo que pode se aprofundar, não chegando até à fáscia. A úlcera se apresenta clinicamente como uma cratera profunda. Estágio IV – Perda da pele na sua total espessura com uma extensa destruição, necrose dos tecidos ou danos aos músculos, ossos ou estruturas de suporte como tendões ou cápsulas das juntas.

Para aplicar esta classificação com segurança, a enfermeira deve saber identificar a epiderme, a derme, o tecido subcutâneo e diferenciar o tecido granulado, músculo, tendões e ossos (SILVA, 1998).

Para identificar os fatores preditivos para o desenvolvimento de UP, vários autores têm desenvolvido e implementado algumas escalas como as de Norton, Gosnel, Wartelow e a de Braden, dentre outras (COSTA, 2003).

O enfermeiro, dentro da equipe de enfermagem, é o profissional habilitado a avaliar e diagnosticar os indivíduos em risco de desenvolver a UP, além de assegurar o tratamento adequado e individualizado.

O público exige cada vez mais dos profissionais a responsabilidade pelos resultados de suas ações, e o enfermeiro precisa ter conhecimentos e habilidades

(7)

para que o cuidado de enfermagem seja eficiente e seguro (RABEH 2001).

OBJETIVOS

Verificar a ocorrência de UP na clínica médica feminina e masculina em uma instituição hospitalar no interior de São Paulo;

Investigar origem (domiciliar ou hospitalar) e localização anatômica da UP; Caracterizar o perfil do portador da UP.

MÉTODOS

Estudo descritivo-exploratório de abordagem quantitativa, realizado numa instituição hospitalar situada no Vale do Paraíba, estado de São Paulo (a instituição hospitalar teve garantia de anonimato). A população estudada constituiu-se de todos os pacientes adultos (a partir de 40 anos) internados nas clínicas médicas feminina e masculina independente de sexo, raça e patologia associada, e que assinaram o termo de consentimento livre e esclarecido. Esta população foi escolhida devido aos aspectos fisiológicos que acometem os indivíduos a partir desta idade.

A literatura demonstra que com o avanço da idade há alteração da espessura epidérmica, entre elas a perda muscular, suas propriedades como a percepção da dor e da resposta inflamatória, ficando assim a pessoa idosa mais suscetível às Ups (FERNANDES, 2000; BLANES, DUARTE, CALIL e FERREIRA, 2003). Após aprovação do projeto pelo Comitê de Ética em Pesquisa das Faculdades Integradas Teresa D’Ávila–FATEA na cidade de Lorena com o número de protocolo do parecer 12/2006, foi agendada com a gerente de Enfermagem da instituição a data para a coleta dos dados. Na ocasião da coleta dos dados os pacientes selecionados foram informados quanto aos objetivos do estudo, a garantia do seu anonimato, ausência de sansões ou prejuízos pela não participação ou pela desistência, a qualquer momento, o direito de resposta às dúvidas e a inexistência de qualquer ônus financeiro ao participante. Os que concordaram em participar da pesquisa, assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados foram coletados pelas autoras da pesquisa durante 30 (trinta) dias consecutivos entre os dias 12 de Fevereiro e 13 de Março por meio de visita aos pacientes admitidos neste período, quando foi realizado o exame físico pelas autoras da pesquisa no dia de sua admissão e alta em busca de indícios de UP, que se caracteriza por eritema da pele intacta no estágio I, perda parcial da pele envolvendo epiderme, derme ou ambas no

(8)

estágio II, necrose do tecido subcutâneo no estágio III e danos aos músculos, fáscias e ossos no estágio IV.

Como instrumento de coleta foi utilizado um formulário de admissão e de alta (Anexo 1), com questões acerca do paciente (idade, sexo) e questões acerca da úlcera por pressão (origem, localização anatômica, estágios). Os resultados foram inseridos em uma planilha do programa Microsoft Excel e foram representados em forma de tabelas.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

A clínica médica feminina e masculina onde foi realizado o estudo constitui-se de 30 e 16 leitos respectivamente, totalizando 46 leitos.

A partir da aplicação do instrumento de coleta de dados obtiveram-se o perfil e o tempo de internação da população participante do estudo, apresentados em tabelas:

Quadro 1: Distribuição da população com UP e sem UP, segundo a variável idade, tempo de internação e sexo. Lorena, 2007.

Variáveis

Pacientes Com UP Sem UP N % N % Sexo Feminino 2 50% 59 54,4% Masculino 2 50% 50 45,88% Total 4 100% 109 100% Idade Min/ Max 65 / 83 77,75 81 8,77 76,92 40 / 92 62,66 64 13,57 184,1 Média Mediana DP Variância Tempo de Internação Min/ Max 3 / 15 8,75 8,5 5,68 32,3 1 / 22 4,64 4 3,36 11,30 Média Mediana DP Variância

(9)

No período de 30 dias foram avaliados 113 pacientes.

A idade dos portadores das UPs deste estudo foi entre 65 e 84 anos, com a média de idade de 77,7 anos dos pacientes com UP e 62,6 sem UP. O público alvo restringiu-se a indivíduos do sexo feminino e masculino acima de 40 anos, devido a idade ser um fator predisponente ao aparecimento das UPs.

A idade influenciou nos resultados do estudo, pois a literatura demonstra que com o avanço da idade muitas transformações fisiológicas ocorrem, alterando a espessura epidérmica, entre elas a perda da massa muscular, diminuição da camada dérmica, da sua vascularização, suas propriedades como a percepção da dor e da resposta inflamatória. São mudanças que ocorrem lenta e progressivamente, ficando então a pessoa idosa mais suscetível as UPs (FERNANDES, 2000; MENEGHIN e LOURENÇO, 1998; BLANES, DUARTE, CALIL e FERREIRA, 2003).

De acordo com o estudo de Blanes, Duarte, Calil e Ferreira (2003) a média de idade dos pacientes com UP foi de 64 anos, contrapondo com 77,7 anos da população deste estudo, não havendo grandes alterações. Em outro estudo, mas não utilizando a referência média de idade e sim a faixa etária, foi constatado na população mais idosa, acima de 61 anos 18,2%, tendo concentração baixa provavelmente por se tratar de um serviço de admissão, retaguarda e clínica neurológica do Pronto Socorro de um hospital geral de clínicas e universitário no Município de São Paulo (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998).

A presença de UP nos pacientes hospitalizados foi a mesma em ambos os sexos, sendo dois (50%) femininos e dois (50%) masculinos. Não foram encontrados na literatura trabalhos que relacionem a presença de UP com o sexo masculino e feminino.

A média entre os sexos dos pacientes sem UP teve uma leve predominância no sexo feminino com 61 (54,12%) das internações.

O presente estudo também pôde nos demonstrar que o tempo de internação variou de 3 a 15 dias, com média de 8,7 dias para os pacientes portadores de UP e 4,6 dias para pacientes sem UP. Um dos estudos demonstrou que 7,7% dos pacientes acamados em hospitais podem desenvolver UP em uma semana e incidência de 24% em unidades geriátricas ou ortopédicas durante períodos de internação de até três semanas. Por outro lado, a presença da UP pode vir a prolongar o tempo de internação, devido a suas particularidades no tratamento (BLANES, DUARTE, CALIL e FERREIRA, 2003).

Comparando sexo, idade e tempo de internação observa-se que o tempo de internação no sexo feminino foi bastante expressivo sendo de 13,5 dias contrapondo-se à média de 4 dias no sexo masculino. Partindo destes dados

(10)

constata-se que apesar dos sujeitos masculinos permanecerem por um tempo menor e terem uma idade menor, o número de ocorrência de UP foi igual ao do sexo feminino. Fato este, que provavelmente se justifica pelo sujeito masculino encontrar-se confuso, agitado, necessitando de restrição. A literatura mostra que a restrição da mobilidade corporal dificulta a mudança de posição corporal levando o indivíduo a desenvolver a UP (FERNANDES, 2000).

Quadro 2: Distribuição dos pacientes com e sem UP segundo o sexo. Lorena, 2007.

Variáveis

C/ UPFemininoS/ UP C/ UPMasculinoS/ UP

Idade Min / Max 79/84 40/92 65/83 41/90 Média Mediana 81,5 61,03 74 64,58 DP 81,5 62 74 65,5 Variância 3,536 13,65 12,73 13,35 12,5 186,4 162 178,2 Tempo de Internação Min / Max 12/15 0/22 3/5 0/13 Média Mediana 13,5 5,0847 4 4,12 DP 13,5 5 4 3 Variância 2,1213 3,4205 1,4142 3,2491 4,5 11,7 2 10,557

A média de idade do sexo feminino com UP foi maior do que no sexo masculino, sendo de 81,5 anos.

O tempo de internação também foi bastante expressivo no sexo feminino, sendo de 13,5 dias.

Segundo FERNANDES (2000), é de suma importância a implantação de campanhas preventivas da UP, especialmente quanto à faixa etária atingida, fatores de risco, tempo de permanência no hospital e desenvolvimento de sequelas (FERNANDES 2000).

(11)

Quadro 3: Distribuição conforme tempo de internação e local de origem. Lorena, 2007.

Origem da UP Tempo de Internação Total 1-5 6-10 11-15

Domiciliar 2 - - 2

Hospitalar 2 - - 2

Total 4 - - 4

A origem da UP não variou quantitativamente, sendo o mesmo resultado para ambos. Dois (50%) hospitalar e dois (50%) domiciliar.

Os portadores das UPs de origem domiciliar eram acometidos por patologias que os impediam de deambular e limitavam sua movimentação no leito. Foi observado um grande despreparo do familiar e/ou do cuidador no cuidado profilático dessas lesões em pacientes acamados, sendo importante uma sistematização de orientação aos familiares e/ou cuidadores na alta hospitalar e um bom acompanhamento ambulatorial.

O tempo de internação para o desenvolvimento de UP nos pacientes no hospital variou de um a cinco dias.

Segundo os resultados do estudo anterior, a maioria das lesões teve inicio na instituição hospitalar durante o período de internação, sendo que apenas em um (9,5%) dos pacientes a UP iniciou-se no domicílio (MENEGHIN e LOURENÇO 1998. P. 13-19), contrapondo-se ao resultado deste estudo que foi equitativo. Foi realizada também a caracterização quanto à localização. Observamos o total de seis (100%) úlceras, sendo que todas se encontravam no estagio II. No que diz respeito à localização das UPs, a região sacral é a predominante com exceção de um paciente que, além desta, ainda desenvolveu a UP na região escapular de ambos os lados.

Estudos demonstram que há predomínio de UP na região sacral, pois a pressão exercida neste local é maior, tendo uma incidência de 36 a 49% seguida da região do calcâneo que é de 19 a 36% (BRYANT, 2000). Também é muito comum a ocorrência da fricção em pacientes acamados que seguido da força de cisalhamento (consequência de mobilização ou posicionamento incorreto) provoca danos em tecidos mais profundos. Além disso, a região sacral possui pouca cobertura muscular e tecido adiposo estando, portanto, sujeita a uma pressão maior (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998).

Em relação aos antecedentes clínicos, um (25%) tinha diagnóstico de fratura de fêmur, um (25%) de diabetes mellitus e doença vascular encefálica, um

(12)

(25%) hipertensão arterial e diabetes mellitus e um (25%) icterícia, sendo que este último estava restrito ao leito por apresentar períodos de agressividade devido ao seu estado patológico. Sabe-se também que a imobilização é mais um fator que contribui com aparecimento das Ups (MENEGHIN e LOURENÇO, 1998. P. 13-19).

CONCLUSÃO

O presente estudo sobre a ocorrência de UP em uma instituição hospitalar localizada no interior de São Paulo permitiu as conclusões que se seguem: Num período de 30 dias o número de pacientes internados foi de 113, destes, quatro apresentaram UP nas regiões sacrococcígea e escapular.

Destes quatro portadores de UP, 2 (50%) são de origem domiciliar e dois (50%) de origem hospitalar.

Quanto ao sexo o resultado é equitativo. Com idade mínima de 65 anos e idade máxima de 84 anos e o tempo de internação entre 3 a 15 dias.

REFERÊNCIAS

BLANES, I., DUARTE, I.S., CALIL, J.A., FERREIRA, L.M. Avaliação clínica e epidemiológica da UP em pacientes internados no Hospital São Paulo, 2003.

BLANES, L., YOSHITOME, A.Y, FERREIRA, L.M. Úlcera por pressão: utilizando instrumentos de avaliação de risco como estratégia para a prevenção. Rev Estima 2003; 1: 37-45.

BRYANT, R.A.. Acute and Chronic Wounds: Nursing Management (2º ed.). St Louis: Mosby, 2000.

COSTA, I.G. Incidência de úlcera por pressão e fatores de risco relacionados em pacientes de um centro de terapia intensiva. Biblioteca digital de teses e dissertações. São Paulo: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2003.

DEALEY, C. Cuidando de feridas: um guia para enfermeiras. São Paulo: Atheneu, 1996. FERNANDES, L.M. Úlcera de pressão em pacientes críticos hospitalizados – uma revisão integrativa da literatura. [on-line]. Biblioteca digital de teses e dissertações. Ribeirão Preto: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2000.

HESS, C.T. Tratamento de feridas. 4ª ed. Rio de Janeiro: Reichmann & Affonso; 2002. JORGE, A.S., DANTAS, S.R.P.E. Abordagem multiprofissional do tratamento de feridas.

(13)

In: Paranhos WY. Úlceras por pressão. São Paulo (SP): Atheneu; 2005, p. 287-96. MENEGHIN, P., LOURENÇO, M.T.N. A utilização da Escala de Braden como instrumento para avaliar o risco de desenvolvimento de úlceras de pressão em pacientes de um serviço de emergência. Rev Derm Nursing 1998; volume 1: 13-19.

NATIONAL PRESSURE ULCER ADVISORY PANEL. Pressure ulcer prevalence, cost and risk assessment: consensus development conference statement. Decubitus, v.2,n.2,p. 24-28; 1989.

PARANHOS, W.Y. Avaliação de risco para úlceras de pressão por meio da escala de Braden, na língua portuguesa. [tese]. São Paulo: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 1999.

RABEH, S.A.N. Úlcera de pressão: a clarificação co conceito e estratégias para divulgação do conhecimento na literatura de enfermagem. Biblioteca digital de teses e dissertações. Ribeirão Preto: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2001.

RANGEL, EML. Conhecimento, práticas e fontes de informação de enfermeiros de um hospital sobre a prevenção e tratamento da úlcera por pressão. Biblioteca digital de teses e dissertações,Ribeirão Preto: Escola de enfermagem da Universidade de São Paulo; 2004. SILVA, M.S.M.L. Fatores de risco para úlcera de pressão em pacientes hospitalizados. Feridoteca – tese de mestrado úlcera de pressão. João Pessoa: Universidade Federal da Paraíba; 1998.

.The Cleveland Clinic, Pressure ulcers. Disponível em: http://www.clevelandclinic.org/ health/health-info/docs/3600/3638.asp?index=12019.

(14)

ANEXO 1

FORMULÁRIO DE ADMISSÃO

Unidade: Data: Dados do paciente Nome: Leito: Data da admissão: Data de nascimento: Sexo: Patologia associada: Tempo de internação:

Dados da úlcera por pressão (UP)

Data do aparecimento:

Aparecimento: ( ) domiciliar ( ) hospitalar Localização anatômica ( ) Trocânter ( ) D ( ) E ( ) Ísquio ( ) D ( ) E ( ) Calcâneo ( ) D ( ) E ( ) Escapular ( ) D ( ) E ( ) Sacro coccígea ( ) Maléolo ( ) D ( ) E ( ) L ( ) M ( ) Outros: ______________________________

(15)

Características da UP

Estágio I ( ) quantidade:______ Estágio II ( ) quantidade:______ Estágio III ( ) quantidade:______ Estágio IV ( ) quantidade:______ Sem estágio ( )

Necrose amarela ( ) Porcentagem aprox.:_______ Necrose preta ( ) Porcentagem aprox: _______ Total de UP:__________

(16)

FORMULÁRIO DE ALTA

Unidade: Data: Dados do paciente Nome: Leito: Data da alta: Data de nascimento: Sexo: Patologia associada: Tempo de internação:

Dados da úlcera por pressão (UP)

Data do aparecimento:

Aparecimento: ( ) domiciliar ( ) hospitalar

Localização anatômica ( ) Trocânter ( ) D ( ) E ( ) Ísquio ( ) D ( ) E ( ) Calcâneo ( ) D ( ) E ( ) Escapular ( ) D ( ) E ( ) Sacro coccígea ( ) Maléolo ( ) D ( ) E ( ) L ( ) M ( ) Outros: ______________________________

(17)

Características da UP

Estágio I ( ) quantidade:______ Estágio II ( ) quantidade:______ Estágio III ( ) quantidade:______ Estágio IV ( ) quantidade:______ Sem estágio ( )

Necrose amarela ( ) Porcentagem aprox.:_______ Necrose preta ( ) Porcentagem aprox: _______ Total de UP:__________

Referências

Documentos relacionados

Por último, temos o vídeo que está sendo exibido dentro do celular, que é segurado e comentado por alguém, e compartilhado e comentado no perfil de BolsoWoman no Twitter. No

Desta forma, o presente trabalho vem apresentar a primeira contribuição sobre o conhecimento da fauna subterrânea associada a uma cavidade em metapelito

Foram coletados 376 espécimes distribuídos por seis famílias, sendo que a família Staphylinidae apresentou a maior abundância seguida por Histeridae, Scarabaeidae, Ptiliidae,

(2013 B) avaliaram a microbiota bucal de oito pacientes submetidos à radioterapia na região de cabeça e pescoço através de pirosequenciamento e observaram alterações na

São considerados custos e despesas ambientais, o valor dos insumos, mão- de-obra, amortização de equipamentos e instalações necessários ao processo de preservação, proteção

O terceiro ensaio teve como objetivo analisar as relações entre as variáveis macroeconômicas selecionadas (câmbio, juros, inflação e produção industrial) e as

No entanto, em resultado da robustez da rede, a Agência conseguiu não só contribuir para a resposta à pandemia a nível da UE, através da emissão de pareceres científicos sobre

Este trabalho tem como objetivo o aumento da produção focando apenas na eliminação de perdas em esperas e transporte, e para isso se buscou o mapeamento do processo de produção