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Aula 5 (15/08/2017)- Normas de Vetores e Matrizes. Condicionamento de uma Matriz.

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MS211 - Cálculo Numérico

Aula 5 – Normas de Vetores e Matrizes.

Condicionamento de uma Matriz.

(2)

Na aula anterior, falamos sobre os erros de arredondamento na representação de ponto flutuante e suas operações aritméticas. Em termos gerais, erros sempre existirão quando resolvemos um problema contínuo (e.g. em R) num computador.

Consequentemente, um método numérico raramente produz a solução exata de um problema matemático contínuo.

Na aula de hoje, veremos quando o arredondamento em ponto flutuante e suas operações aritméticas influenciam na

credibilidade do resultado produzido por um método numérico. Iniciaremos apresentando a definição de norma, conceito matemático utilizado para medir tamanho ou distância.

(3)

Definição 1 (Norma)

Uma norma é uma função } ¨ }, de um espaço vetorial V no

conjunto dos reais R, que satisfaz as seguintes propriedades para quaisquer u, v P V e α P R:

1. }v } ě 0 com }v } “ 0 se e somente se v “ 0.

2. }αv } “ |α|}v }.

3. }u ` v } ď }u} ` }v }. (desigualdade triangular) Não entraremos nos detalhes do que é um espaço vetorial. Por ora, basta saber que os conjuntos Rne Rnˆn dos vetores com n

componentes e as matrizes n ˆ n são ambos espaços vetoriais com a soma e multiplicação por escalar.

Uma norma } ¨ } : RnÑ R, que associa à um vetor de Rnum número real, será chamadanorma vetorial. Similarmente, uma

(4)

Norma Vetorial

Muitas normas vetoriais são dadas pela equação

}x}p“ p g f f e n ÿ i“1 |xi|p “ p a |x1|p` |x2|p` . . . ` |xn|p, 1 ď p ă `8.

Exemplos de normas parax “ rx1,x2, . . . ,xnsT incluem:

}x}1“ n ÿ i“1 |xi| “ |x1| ` |x2| ` . . . ` |xn|. ‚ }x}2 g f f e n ÿ i“1 xi2“ b x12` x22` . . . ` xn2. (norma Euclidiana) ‚ }x}8“ max

(5)

Exemplo 2

Para o vetorx “ r3 ´ 4sT, temos:

}x}1“ |3| ` | ´ 4| “ 7,

}x}2“

b

32` p´4q2“ 5,

}x}8“ maxt|3|, | ´ 4|u “ 4.

No GNU Octave, podemos calcular as normas } ¨ }1, } ¨ }2e } ¨ }8

de um vetorx usando respectivamente os comandos:

» norm(x,1)

» norm(x) ou » norm(x,2) » norm(x,inf)

(6)

Interpretação Geométrica

O conjunto

B1“ tx “ px , y q P R2: }x}1ď 1u,

(7)

Interpretação Geométrica

O conjunto

B2“ tx “ px , y q P R2: }x}2ď 1u,

(8)

Interpretação Geométrica

O conjunto

B8“ tx “ px , y q P R2: }x}8ď 1u,

(9)

Normas Matriciais Subordinadas

Podemos identificar uma matrizA com uma transformação linear x ÞÑ Ax.

Uma norma matricial subordinada }A} mede a maior distorção efetuada pela transformação linearx ÞÑ Ax. Formalmente, temos

}A} “ max

xPRn

}Ax} }x} .

Equivalentemente, escrevendov “ x{}x}, concluímos que

}A} “ maxt}Av} : }v} “ 1u,

ou seja, }A} é a maior distorção que A faz em tv : }v} “ 1u. Observe que a norma matricial acima está subordinada ou é induzida pela norma vetorial!

(10)

Exemplo da } ¨ }1

Considere a matrizA “„1 2 0 2  . Geometricamente, temos A // }A}1“ maxt}Av}1: }v}1“ 1u “ 4.

(11)

A Norma Subordinada } ¨ }1

Pode-se mostrar que tAv : }v}1“ 1u é um politopo

(generalização de um polígono) e o valor máximo de }Av}1, para

}v}1“ 1, é obtido num dos vértices.

Os vértices do politopo t}Av : }v}1“ 1u são ˘a1, ˘a2, . . . , ˘an,

em quea1, . . . ,ansão as colunas deA, i.e., A “ ra1, . . . ,ans.

Portanto, }A}1é o valor máximo da soma dos valores absolutos

das colunas deA, ou seja,

}A}1“ maxt}a1}1, . . . , }an}1u “ max j“1:n # n ÿ i“1 |aij| + .

(12)

Exemplo da } ¨ }8

Considere a matrizA “„1 2 0 2  . Geometricamente, temos A // }A}8“ maxt}Av}8 : }v}8 “ 1u “ 3.

(13)

A Norma Subordinada } ¨ }8

De um modo similar, pode-se mostrar que tAv : }v}8“ 1u é um

politopo e o valor máximo de }Av}8é obtido num dos vértices.

Contudo, os vértices do politopo t}Av : }v}8“ 1u são obtidos

pelo produtoAv, em que v “ r˘1, ˘1, . . . , ˘1sT.

Usando esse fato, podemos concluir que }A}8é o valor máximo

da soma dos valores absolutos das linhas deA, ou seja,

}A}8“ maxt}aT1}1, . . . , }aTn}1u “ max i“1:n $ & % n ÿ j“1 |aij| , . -,

(14)

Exemplo da } ¨ }2

Considere a matrizA “„1 2 0 2  . Geometricamente, temos A // }A}2“ maxt}Av}2: }v}2“ 1u “ 2.92081.

(15)

A Norma Subordinada } ¨ }2

Pode-se mostrar que tAv : }v}2“ 1u é um hiper-elipse

(generalização de uma elipse) e o valor máximo de }Av}2, para

}v}1“ 2, é a metade do maior eixo.

Formalmente, }A}2é o maior valor singular de matrizA.

No GNU Octave, podemos calcular as normas } ¨ }1, } ¨ }2e } ¨ }8

de uma matrizA usando respectivamente os comandos:

» norm(A,1)

» norm(A) ou » norm(A,2) » norm(A,inf)

(16)

Norma Consistente

Dizemos que uma norma matricial } ¨ } é consistente se }AB} ď }A}}B},

para quaisquer matrizesA e B.

Todas as normas subordinadas são consistentes!

As normas subordinadas também satisfazem a desigualdade }Ax} ď }A}}x},

(17)

Erro Absoluto e Erro Relativo

Suponha que resolvemos um sistema linearAx “ b, em que A P Rnˆn é uma matriz não-singular eb P Rn, usando um método

numérico como, por exemplo, o método da eliminação de Gauss. Vamos denotar por ˜x a solução encontrada pelo método numérico

ex˚

“ A´1b a solução exata.

Para avaliar a qualidade da solução produzida pelo método numérico, comparamos a solução numérica ˜x com a solução

exatax˚usando uma norma vetorial. Especificamente,

calculamos o erro absoluto Eaou o erro relativo Er dados por:

Ea“ }x˚´ ˜x} e Er “ }x ˚

´ ˜x} }x˚} .

(18)

Resíduo

Uma desvantagem da análise que descrevemos anteriormente é que, na prática, não conhecemos a solução exatax˚do sistema

linearAx “ b. Portanto, não podemos calcular o erro.

Como alternativa, calculamos o chamadoresíduo absoluto Ra

ou oresíduo relativo Rr definidos por

Ra“ }b ´ A˜x} e Rr “ }b ´ A˜

x}

}b} . Em algumas situações, é conveniente definir os vetores

e “ x˚

´ ˜x e r “ b ´ A˜x,

(19)

Matriz Gerada Aleatoriamente

Para valiar a qualidade da solução de um sistema linearAx “ b

produzida pelo método da eliminação de Gauss, geramos uma matrizA P R100ˆ100cujos elementos aij possuem distribuição

normal padrão.

Além disso, definimosx˚

“ r1, . . . , 1sT eb “ Ax˚.

Determinamos a solução numérica ˜x usando o método da

eliminação de Gauss e calculamos o erro e o resíduo relativo. Repetimos o processo 1000 vezes. A média dos erros e resíduos relativos foram 1.3 ˆ 10´12 e 6.0 ˆ 10´14, respectivamente.

(20)

Comandos do GNU Octave

» for i=1:1000 A = randn(100,100); xs=ones(100,1); b=A*xs; xt=Azb; E_r(i)=norm(xs-xt,inf); R_r(i)=norm(b-A*xt,inf)/norm(b,inf); end » [mean(E_r),mean(R_r)]; ans = 1.6535e-13 2.2155e-15

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Matriz de Hilbert

Considere a matrizA P R100ˆ100cujos elementos são

aij “

1 i ` j ´ 1.

Definimosx˚ “ r1, . . . , 1sT,b “ Ax˚ e determinamos a solução

numérica ˜x usando o método da eliminação de Gauss.

O erro relativo e o resíduo relativo foram Er “ }x˚´ ˜x}8 }x˚} 8 “ 1.38 e Rr “ }b ´ A˜x}8 }b}8 “ 1.46 ˆ 10´15. Ao contrário do exemplo anterior, temos resíduo relativo muito pequeno mas um erro relativo grande.

(22)

Comandos do GNU Octave

» A = hilb(100); xs=ones(100,1); » b=A*xs; xt=Azb;

warning: matrix singular to machine precision, rcond = 1.14558e-21

» R_r=norm(b-A*xt,inf)/norm(b,inf) R_r = 1.4554e-15

» E_r=norm(xs-xt,inf) E_r = 1.3774

(23)

Sistemas Lineares Mal-Condicionados

Em termos gerais, um sistema linearAx “ b é mal-condicionado

se pequenas perturbações na matrizA ou no vetor b causam

grandes variações na solução.

Nesse caso, devido aos erros na representação e operações de pontos flutuantes, não devemos esperar uma solução precisa de um método numérico!

Além disso, num sistema linear mal-condicionado, o resíduo pode não revelar a natureza do erro!

O condicionamento de uma matrizA é definido em termos de sua

(24)

Sabemos que os vetorese (erro) e r (resíduo) satisfazem: r “ Ae e e “ A´1r.

Sendo } ¨ } uma norma subordinada, tem-se: }r} ď }A}}e} e }e} ď }A´1}}r} ùñ }r}

}A} ď }e} ď }A

´1

}}r}. Analogamente, das equaçõesb “ Ax˚ ex˚

“ A´1b, obtemos }b} ď }A}}x˚} e }x˚} ď }A´1}}b} ùñ 1 }A´1}}b} ď 1 }x˚} ď }A} }b}. Combinamos as inequações, obtemos:

1 }A}}A´1} }r} }b} ď }e} }x˚} ď }A}}A ´1 }}r} }b}.

(25)

Número de Condição de uma Matriz

O número de condição de uma matrizA, também chamado

condicionamento deA, é definido por

cond pAq “ }A}}A´1

}.

Vale a seguinte relação entre o erro relativo e o resíduo relativo: Rr

cond pAq ď Er ď cond pAqRr.

Se cond pAq é próximo de 1, o erro relativo Er e o resíduo

relativo Rr são próximos.

Se cond pAq é grande, o erro relativo pode ser muito maior que

(26)

O número de condição de uma matrizA pode ser calculada no

GNU Octaveusando o comando: » cond(A)

O comando » rcond(A)

fornece o recíproco 1{ cond pAq, obtido usando a norma-1.

Note queA é mal-condicionada se rcond(A) é próximo de zero.

Calculamos o condicionamento da matriz de Hilbert como segue: » cond(hilb(100))

ans = 5.9832e+19

Com base nos números do exemplo anterior, temos 1.38 loomoon Er ď 5.98 ˆ 10loooooomoooooon19 cond pAq 1.46 ˆ 10´15 looooooomooooooon Rr “ 8.71 ˆ 104.

(27)

Considerações Finais

Na aula de hoje apresentamos os conceitos de norma vetorial e norma matricial subordinada.

Vimos como esses conceitos podem ser usados para determinar o erro relativo de um sistema linear.

Vimos também o conceito de resíduo relativo e mostramos que ele representa o erro relativo se o condicionamento deA for

próximo de 1.

Se cond pAq é grande, dizemos que a matriz é mal-condicionada. Nesse caso, não podemos confiar na solução fornecida por um método numérico.

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