• Nenhum resultado encontrado

Estudos químicos e farmacológicos da Lippia gracilis Schauer

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Estudos químicos e farmacológicos da Lippia gracilis Schauer"

Copied!
75
0
0

Texto

(1)RENORBIO Programa de Pós-graduação em Biotecnologia. Estudos químicos e farmacológicos da Lippia gracilis Schauer. Sandra Santos Mendes. São Cristóvão – SE 2012.

(2) Universidade Federal de Sergipe Centro de Ciências Biológicas e da Saúde – CCBS Departamento de Fisiologia Rede Nordeste de Biotecnologia – RENORBIO Ponto Focal: Universidade Federal de Sergipe. Sandra Santos Mendes. Tese apresentada ao Programa RENORBIO, como parte dos requisitos necessários à obtenção do título de Doutor em Biotecnologia.. Orientadora: Profa. Dra. Sara Maria Thomazzi. São Cristóvão – Sergipe 2012.

(3) FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA CENTRAL UNIVERSIDADE FEDERAL DE SERGIPE. Mendes, Sandra Santos M538e. Estudos químicos e farmacológicos da lippia gracilis Schauer / Sandra Santos Mendes; orientador Sara Maria Thomazzi. – São Cristóvão, 2012. 73 f. : il. Tese (Doutorado em Biotecnologia) – Universidade Federal de Sergipe, 2012. 1. Lippia gracilis. 2. Plantas medicinais. 3. Óleo essencial. 4. Antioxidantes. 5. Anti-inflamatório. l. Thomazzi, Sara Maria, orient. lI. Título. CDU 542:582.929.4.

(4) Estudos químicos e farmacológicos da Lippia gracilis Schauer Tese de Doutorado apresentada à Rede Nordeste de Biotecnologia, na área de concentração em Biotecnologia de produtos naturais, na linha de pesquisa de Bioprospecção, Biodiversidade e Conservação na Universidade Federal de Sergipe (ponto focal Sergipe) como um dos prérequisitos para a obtenção do grau de Doutor em Biotecnologia.. Aprovado em: 23/03/2012.. BANCA EXAMINADORA. _______________________________________________________________ Profa. Dra. Sara Maria Thomazzi Universidade Federal de Sergipe / UFS / DFS - Orientadora _______________________________________________________________ Prof. Dr. Roberto Rodrigues de Souza Universidade Federal de Sergipe / UFS / DEQ _______________________________________________________________ Profa. Dra. Adriana Andrade Carvalho Universidade Federal de Sergipe / UFS / Campus de Lagarto. ________________________________________________________________ Prof. Dr. Marcelo Ferreira Fernandes Embrapa Tabuleiros Costeiros / SE ________________________________________________________________ Prof. Dr. Daniel Pereira Bezerra. Universidade Federal de Sergipe / UFS / DFS.

(5) AGRADECIMENTOS A minha mãe pelo apoio, incentivo e amor incondicional, capazes de me fazer alcançar todos os meus sonhos; sem ela eu jamais teria chegado até aqui. Meu porto seguro, minha melhor amiga e companheira. Muito obrigada! A minha orientadora Sara Thomazzi, pela orientação, pelos conselhos sempre construtivos e pela paciência de esperar pela minha maturidade emocional e profissional. Ao meu orientador holandês, Ric De Vos, pela paciência, amizade e incentivo. Sempre tratou seus orientandos com muito respeito e disponibilidade procurando formar mãode-obra qualificada para o mercado de trabalho. A minha grande amiga Dayseanne Falcão, pela amizade incondicional, pelo apoio nas horas difíceis e pelas alegres e proveitosas conversas. Agradeço também pelas leituras e correções incansáveis desse trabalho. Sem seu apoio eu não teria seguido adiante e nem concluído a parte escrita desta tese. Ao meu companheiro, Márcio, pelo apoio, amor e incentivo sempre, fazendo com que a vida pareça mais leve e simples. Ao professor Charles Estevam pelo apoio na execução dos ensaios de antioxidantes bem como pela concessão do material utilizado no estágio que realizei na Holanda (Doutorado Sanduíche).. Aos professores Arie Fitzgerald Blank e Renata Silva-Mann pelo assessoramento no envio do material utilizado no meu estágio na Holanda.. Ao professor Renato Delmondez por acreditar em meu trabalho, me incentivar e me auxiliar na viagem para o exterior, sem o qual essa experiência não teria acontecido.. Aos meus colegas de laboratório, em especial a Kathia Riella, (pelo valioso apoio e amizade), Jandson e Cliomar pelas correções nas minhas apresentações, sempre muito pertinentes e Mirabeau pelos momentos agradáveis que me proporcionou com sua alegria contagiante..

(6) A Fundação de Amparo à Pesquisa e à Inovação Tecnológica do Estado de Sergipe FAPITEC/SE, pela concessão da bolsa de estudos. A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – CAPES pela concessão da bolsa de estudos do doutorado sanduíche.. Aos membros da banca, pela leitura e exame da presente tese, aos técnicos, professores do curso, e demais pessoas que contribuíram direta ou indiretamente para a realização deste trabalho..

(7) RESUMO O gênero Lippia apresenta grande potencial farmacológico e terapêutico e possui aproximadamente 200 espécies de ervas, arbustos e pequenas árvores, apresentando um perfil consistente de composição química e atividades farmacológicas, terapêuticas e culinárias. O objetivo deste trabalho foi estudar aspectos químicos e farmacológicos da Lippia gracilis Schauer (Verbenaceae), conhecida popularmente por “alecrim do campo”, proveniente do banco de germoplasma da Universidade Federal de Sergipe. Assim, este estudo foi dividido em duas partes: na primeira buscou-se estudar aspectos relacionados aos constituintes apolares da L. gracilis, presentes no óleo essencial (OE) obtido das folhas de plantas submetidas ao estresse hídrico (sazonal) e sem estresse. A composição dos constituintes do OE foi estudada com a utilização da cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa (CG/EM) e suas atividades anti-inflamatória e antinociceptiva estudadas em modelos in vivo. Como resultados, verificamos que quatro. compostos. foram. encontrados. em. maior. concentração. nos. OE. (independentemente das plantas terem sido submetidas ou não ao estresse hídrico): timol, p-cinemo, metil timol e carvacrol. Como a composição química dos OEs foi muito similar, escolheu-se trabalhar com o OE das plantas submetidas ao estresse hídrico nos ensaios in vivo. Para tanto, os animais (n=6/grupo) foram inicialmente prétratados com o OE (50, 100 e 200 mg/kg, v.o.), veículo (tween 80 a 0,2% em salina, 10 mL/kg, v.o.) e ácido acetilssalicílico (AAS, 300 mg/kg, v.o.) ou dexametasona (Dexa, 2 mg/kg, s.c.), dependendo do modelo experimental, 1 h antes do início dos experimentos. A atividade anti-inflamatória foi avaliada utilizando-se os modelos de edema de pata (ratos Wistar, 120-180 g) e peritonite (camundongos Swiss, 20-30 g) induzidos por carragenina. O tratamento dos animais com o OE na dose de 200 mg/kg reduziu de forma significativa (p<0,01) o edema induzido pela carragenina (1%, 100 µL/pata) em todos os tempos mensurados (1, 2, 3 e 4 h após a indução do edema). De forma similar, o AAS reduziu (p<0,05) a formação do edema em todos os tempos. No modelo de peritonite, todas as doses do OE (50, 100 e 200 mg/kg, p<0,01), bem como a dexametasona (p<0,001), foram capazes de reduzir a migração de leucócitos induzida por carragenina (1%, 250 µL, i.p.). Para avaliação da atividade antinociceptiva utilizouse o modelo de contorções abdominais induzidas por ácido acético (0,6%, 100 µL/10g, i.p.) em camundongos (Swiss, 20-30g). Observou-se que todas as doses do OE foram.

(8) capazes de reduzir (p<0,05) a nocicepção induzida pelo ácido acético, sendo que com a dose de 200 mg/kg do OE observaram-se efeitos semelhantes ao AAS (p<0,001). Na segunda parte do presente estudo, os constituintes polares foram estudados in vitro, utilizando-se os ensaios de avaliação da atividade antioxidante do ABTS (2,2’-azino-bis (3-etil-benzolina-6-sulfonado), FRAP (poder antioxidante de redução do ferro) e DPPH (2,2-di(4-tertoctilfenil)-1-picrilhidrazil), com o composto de referência sendo o trolox, um análogo da vitamina E. A composição química dos extratos aquoso e alcoólico obtidos das folhas da L. gracilis, foi avaliada por cromatografia líquida de alto desempenho acoplada a espectrometria de massa (HPLC/EM). Através dos perfis químicos dos extratos obtidos por HPLC/EM, foi possível identificar três compostos majoritários com intensa atividade antioxidante: luteolina-C-6-glucosídeo, luteolina-C8-glucosídeo e carvacrol. Em ensaios in vitro, verificou-se uma maior atividade antioxidante (40%) do extrato alcoólico quando comparado ao aquoso, independente do solvente utilizado para a dissolução. Os três compostos majoritários foram testados isoladamente, além de terem sido comparados com compostos antioxidantes de ação conhecida, como quercetina e luteolina. As atividades detectadas dependeram claramente do ensaio utilizado e da estrutura do composto. O carvacrol apresentou maior atividade no ABTS, quando comparado com as luteolinas, porém atividade inferior no DPPH e no FRAP. Em todos os ensaios, a luteolina-C-6-glucosideo apresentou valores maiores que a luteolina-C-8-glucosideo. A L. gracilis representa uma fonte potencial de antioxidantes, além de possuir atividades anti-inflamatória e antinociceptiva. Este é o primeiro relato de detecção das luteolinas C-6 e C-8 glucosídeo na espécie Lippia gracilis.. Palavras-chave: Lippia gracilis, plantas medicinais, inflamação, dor, antioxidantes..

(9) ABSTRACT Lippia genus has a great pharmacological and therapeutic potential and encompasses approximately 200 species of herbs, bushes and small trees with a consistent chemical composition and pharmacological, therapeutics and culinary activities. This research aimed to evaluate the chemical and pharmacological aspects of Lippia gracilis Schauer (Verbenaceae), well-known as “alecrim do campo”, which grew at the germplasm bank of the Federal University of Sergipe, Brazil. This study was divided in two parts: in the first one we tried to evaluate the nonpolar compounds from the essential oil (EO) of L. gracilis plants under hydric stress and without hydric stress. The identification of the EO was made by using GC/MS and its anti-inflammatory and antinociceptive activities were studied in animal models. As results, thymol, p-cineme, methyl thymol, and carvacrol were found in the EO analysis, independent of the hydric stress L. gracilis leaves were submitted. Although the different hydric stresses the plants pass through, the chemical composition of the EO was too similar, so it was chosen to study the one obtained from the plants submitted to hydric stress in the animal models. In the animal models, we fed 1 hour before the beginning of the experiments with the EO (50, 100, and 200 mg/kg, p.o.), vehicle (tween 80 at 0.2% in saline, 10 mL/kg, p.o.) and acetylsalicylic acid (ASA, 300 mg/kg, p.o.) or dexamethasone (Dexa, 2 mg/kg, s.c.). To evaluate the anti-inflammatory activity, we used paw oedema model (Wistar rats, 120180 g) and leukocyte migration into the peritoneal cavity (Swiss mice, 20-30 g). To evaluate the antinociceptive activity, we used acetic acid-induced abdominal writhes model in Swiss mice. In all in vivo experiments we used groups of 6 animals. In the paw oedema assay, could be verified a reduction in inflammation (p<0.01) at the 200 mg/kg dose in Wistar rats in all measurement time (1, 2, 3 and 4 hours after carrageenaninduced paw oedema). The positive control (AAS – 300 mg/kg) was also able to reduce the inflammation (p<0.05). In the leucocyte migration model, all EO doses used (50, 100, and 200 mg/kg) were able to reduces leucocytes migration, caused by carrageneen (p<0.01). Dexa was also able to reduce the migration (p<0.001). In the acetic acidinduced abdominal writhes model, all the doses reduced the nociception caused by acetic-acid, whereas the 200 mg/kg dose showed similar effects to ASS (p<0.001). In the second part of this study, the main polar compounds of L. gracilis were evaluated using antioxidant in vitro assays, namely ABTS (2,2’-azino-bis (3-ethylbenzothiazoline-.

(10) 6-sulphonic acid), FRAP (Ferric Reducing Antioxidant Power) and DPPH (2,2-di(4tertoctylphenyl)- 1-picrylhydrazyl), with trolox as reference antioxidant. The chemical composition of aqueous and ethanolic extracts was also evaluated by HPLC (High Performance Liquid Chromatography) and LCMS (Liquid Chromatography – Mass spectrometry). Three major compounds with high antioxidant activity could be identified:. luteolin-C-6-glucoside,. luteolin-C-8-glucoside. and. carvacrol.. The. antioxidant activity of the ethanolic extract was higher than the water extract (about 40%), independent of the solvent used. These three compounds were also tested isolate, besides their comparison with well-known antioxidants as quercetin and luteolin. The antioxidant activity clearly depends on the assay used and the compound structure. Carvacrol showed higher activity in ABTS assay than C-6 and C-8-glucosides, but lower in DPPH and FRAP assays. In all assays, luteolin-C-6 showed higher antioxidant activity than luteolin-C-8-glucoside. L. gracilis is a good source of compounds with potential antioxidant, anti-inflammatory and antinociceptive activities. This is the first time that luteolin C-6 and C-8-glucosides were described in the L. gracilis.. Key words: Lippia gracilis, medicinal plants, inflammation, pain, antioxidants..

(11) LISTA DE ABREVIATURAS AAS. Ácido acetilssalicílico. ABTS. 2,2’-azino-bis (3-etil-benzolina-6-sulfonado). AINES. Anti-inflamatórios não esteroidais. CG/EM. Cromatografia gasosa aplicada a espectrometria de massa. COX. Ciclo-oxigenase. DEXA. Dexametasona. DPPH. 2,2-di(4-tertoctylphenyl)- 1-picrylhydrazyl. ERN. Espécies reativas de nitrogênio. ERO. Espécies reativas de oxigênio. ET. Transferência de elétrons. FRAP. Poder antioxidante de redução do ferro. HAT. Transferência de átomo de hidrogênio. HPLC/EM Cromatografia líquida de alta resolução acoplada a espectrometria de massa LT. Leucotrieno. NF-kB. Fator de transcrição nuclear kappa-B. NO. Óxido nítrico. OE. Óleo essencial. PGI2. Prostaciclina. PGs. Prostaglandinas. PGE2. Prostaglandina E2. TPTZ. 2,4,6-tripiridil-s-triazina.

(12) SUMÁRIO 1. Introdução. 1. 2. Revisão da literatura. 3. 2.1.. O uso de plantas medicinais. 3. 2.2.. A Caatinga. 4. 2.3.. Considerações sobre o gênero Lippia. 6. 2.4.. Inflamação. 8. 2.5.. Dor. 10. 2.6.. Atividade antioxidante e inflamação. 13. 3. Conclusões. 16. 4. Referências. 17. 5. Artigos científicos. 27. 5.1.. Artigo 1. 28. 5.2.. Artigo 2. 35.

(13) INTRODUÇÃO As plantas medicinais têm sido usadas em países em desenvolvimento como uma alternativa no tratamento de doenças. Muitos extratos e óleos essenciais obtidos a partir de plantas têm apresentado atividades biológicas in vitro e in vivo, o que justifica pesquisas baseadas na medicina popular para as mais diversas atividades das plantas medicinais (Martínez et al., 1996). As plantas atuam como fontes de agentes terapêuticos, modelos para novos medicamentos sintéticos ou ainda como material de partida para a produção semisintética de moléculas de alta complexidade, o que justifica os 25% dos fármacos utilizados na atualidade serem de origem vegetal (Bruschi et al., 2000). A região Nordeste do Brasil apresenta uma diversidade de espécies nativas que é conhecida pelas suas propriedades medicinais e pelo uso contínuo da população na medicina tradicional. Dentre essas espécies, destacam-se as pertencentes ao gênero Lippia, sendo utilizadas para os mais diversos fins, como para distúrbios gastrointestinais, respiratórios, antimaláricos e antibacterianos. Aliado a isso são também utilizadas na preparação de pratos da culinária regional. Na maioria dos casos, as partes usadas das plantas são as folhas e flores sob a forma de decocção ou infusão, sendo administradas oralmente (Pascual et al., 2001). Algumas espécies desse gênero produzem óleos essenciais cuja atividade antimicrobiana é bastante acentuada devido à presença de monoterpernos fenólicos, como timol e carvacrol. Dentre essas espécies, a Lippia gracilis, nativa do nordeste brasileiro também conhecida como “alecrim do campo” e “alecrim da chapada”, possui grande quantidade desses compostos (Matos et al., 1999) e um potencial para várias atividades medicinais. O presente trabalho buscou contribuir para o conhecimento da espécie Lippia gracilis Schauer, a partir de informações obtidas da análise química e farmacológica do óleo essencial e dos extratos aquoso e alcoólico de suas folhas. Para tanto, o estudo foi dividido em duas partes, onde as atividades anti-inflamatória e antinociceptiva dos compostos voláteis produzidos pela planta foram analisados através da utilização do óleo essencial obtido de suas folhas, em modelos animais (primeira parte), e os compostos não-voláteis (obtidos nos extratos aquoso e alcoólico) foram analisados e 1.

(14) testados em relação à atividade antioxidante in vitro, através dos ensaios de ABTS [2,2’-azino-bis(3-etil-benzolina-6-sulfonado)], DPPH [2,2-di(4-tertoctylphenyl)- 1picrylhydrazyl] e FRAP (poder antioxidante de redução do ferro), extensamente utilizados na avaliação de produtos naturais, bem como pela utilização de HPLC/EM para a análise de seus constituintes e correlação com as atividades antioxidantes encontradas. A segunda parte deste estudo foi desenvolvida no departamento de metabolômica do instituto de fisiologia de plantas em Wageningen University (Holanda), sob a supervisão do Dr. Ric de Vos.. 2.

(15) REVISÃO DA LITERATURA O Uso de Plantas Medicinais Planta medicinal é todo vegetal que contém em um de seus órgãos ou em toda a planta, compostos que podem ser empregados com fins terapêuticos (Amorozo, 2002). O uso das plantas como medicamento é tão antigo quanto o próprio homem. Em países nos quais o acesso médico e hospitalar é restrito, os remédios originários de plantas são a principal fonte terapêutica. Nesse sentido, as plantas estão sendo preparadas e prescritas por vários profissionais de saúde e vendidas em muitas farmácias de manipulação (Franco & Fontana, 2003). Os produtos naturais tem sido a maior fonte de fármacos por séculos, como demonstrado com o isolamento da morfina a partir do ópio no início do século XIX e o isolamento de outros fármacos que se seguiram como a cocaína, codeína, digitoxina e quinina (Butler, 2004; Newman et al., 2000). Estima-se que atualmente 25% a 30% dos medicamentos utilizados derivam de produtos naturais (Calixto, 2005). O uso de plantas medicinais vem crescendo substancialmente nos últimos anos, principalmente devido à facilidade de acesso, o baixo custo e sua compatibilidade cultural. As formas de uso das plantas medicinais podem variar desde o uso de chás, preparados com plantas frescas, até o uso de pós, gotas, cápsulas e outros tipos de fitoterápicos (Nogueira et al., 1996). A fitoterapia surge como uma opção medicamentosa bem aceita e acessível aos povos de todo o planeta. Em virtude disso, é extremamente importante a investigação do uso popular de plantas medicinais. A difusão e pesquisa dos fitoterápicos devem ser amplamente incentivadas e incorporadas aos sistemas de saúde (Eldin & Dunford, 2001). Várias áreas estão envolvidas na pesquisa de novas substâncias provenientes de plantas, como a fitoquímica, que trabalha no isolamento, purificação e caracterização de princípios ativos; a etnobotânica e a etnofarmacologia, que buscam informações a partir do conhecimento de diferentes povos e etnias; e a farmacologia, que estuda os efeitos farmacológicos de extratos e dos constituintes químicos isolados (Maciel et al., 2002); a etnobotânica possui um campo vasto para pesquisa no Brasil, que apresenta grande diversidade biológica, e a intensificação de trabalhos nessa área leva ao conhecimento. 3.

(16) de espécies que são utilizadas, podendo servir de instrumento para delinear estratégias de utilização e conservação das espécies nativas e seus potenciais (Ming et al., 2000). O Brasil é o país com maior biodiversidade mundial, abrigando cerca de 50 mil espécies de plantas superiores, distribuídas em grandes biomas (Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal, Amazônia e Caatinga), com características edafoclimáticas distintas, que conferem uma riqueza e diversidade de vegetação (Skorupa & Vieira, 2004).. A Caatinga A Caatinga é um mosaico de arbustos espinhosos e florestas sazonalmente secas que cobre a maior parte dos estados do Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e a parte nordeste de Minas Gerais, no vale do Jequitinhonha (Leal et al., 2005). Este bioma apresenta grande variedade de paisagens e relativa riqueza biológica, se estendendo numa área de 73.683.649 hectares, que equivale a 6,83% do território nacional. Trata-se de um bioma exclusivamente brasileiro e uma das vegetações mais ameaçadas do planeta, mas, apesar disto, esta exclusividade não foi suficiente para direcionar estudos botânicos nesta área (Brasil, 2002). Várias populações distribuídas dentro deste bioma dependem, na maioria das vezes, dos recursos vegetais disponíveis para o seu sustento (Albuquerque & Andrade, 2002; Albuquerque & Lucena, 2004). Comumente a caatinga é descrita como um ecossistema pobre, mas o que se vê são inúmeros estudos que descrevem e demonstram as riquezas e potencialidades deste bioma. Tais potencialidades transformam-na em um laboratório para estudos e pesquisas nos mais diversos campos (Leal et al., 2005). A caatinga se caracteriza por apresentar um reduzido potencial hídrico no solo, precipitações escassas e irregulares, com acentuado período de estação seca, entre sete e dez meses. A flora nativa da caatinga apresenta espécies vegetais com caracteres anatômicos, morfológicos e funcionais especializados para a sobrevivência destas plantas às condições adversas de clima e solo, típicos desta fisionomia. A vegetação é composta por espécies lenhosas e herbáceas, de pequeno porte, muitas dotadas de espinhos, sendo, geralmente, caducifólias, e cactáceas e bromeliáceas. Das 596 espécies já registradas para esta formação, 180 são endêmicas, com densidade, frequência e dominância determinada pelas variações topográficas, tipo de solo e pluviosidade (Drumond et al., 2000). 4.

(17) Espécies nativas da Caatinga são utilizadas com fins terapêuticos, sob a forma de extrato aquoso, especialmente partes do caule. Essas plantas tem o uso amplamente difundido entre gerações e são conhecidas como eficientes anti-inflamatórios, cicatrizantes, adstringentes, antidiabéticos, dentre outras propriedades medicinais (Silva, 2008). Estudos têm comprovado a ação benéfica de muitas espécies ocorrentes neste bioma, promovendo o uso dos vegetais com efeito comprovado entre a população economicamente mais carente (Almeida & Albuquerque, 2002). Dentro deste contexto podemos citar várias espécies encontradas na caatinga. A Myracrodruon urundeuva, mais conhecida como “aroeira”, é bastante utilizada na medicina tradicional nordestina, secularmente conhecida por seu uso sob a forma de “banho-de-assento”, após o parto, com o extrato aquoso do caule (casca). Esta espécie é indicada como anti-inflamatória e cicatrizante no tratamento de ferimentos, gastrites, úlceras gástricas, cervicites, vaginites e hemorróidas (Lorenzi & Matos, 2002). A Sideroxylon obtusifolium, ou “quixabeira”, é amplamente empregada na medicina caseira devido as suas propriedades adstringente, tônica, anti-inflamatória e antidiabética (Mors et al., 2000); possui ações anti-inflamatória e antinociceptiva comprovadas (Araujo-Neto et al., 2010). A Zizyphus joazeiro, popularmente conhecida como “juá”, é objeto de exploração comercial e altamente valorizada, devido à sua utilização por importantes indústrias farmacêuticas, na fabricação de cosméticos, xampus anticaspa e cremes dentais. Sua utilização para assepsia bucal pela população é anterior à exploração industrial. Na medicina popular é indicada no tratamento de gastrites, gripes, contusões e ferimentos (Lima, 2000; Matos, 2000). A casca da Auxemma oncocalyx, mais conhecida como “pau-branco”, é muito utilizada na medicina popular no tratamento auxiliar de ferimentos (Pessoa, 1994); estudos farmacológicos mostraram ações antiagregante plaquetária e vasoconstritora (Souza et al., 2002). E ainda, a Caesalpinia ferrea, utilizada para o tratamento de ferimentos e contusões, alívio da tosse crônica e asma (Bacchi et al., 1995); possui propriedades antiinflamatórias e analgésicas (Carvalho et al., 1996), e seus frutos são utilizados no tratamento da diabetes e na prevenção do câncer (Nakamura, 2002). Várias plantas encontradas na Caatinga possuem ações medicinais comprovadas e, conforme visto anteriormente, muitas delas com propriedades anti-inflamatórias e analgésicas já descritas.. 5.

(18) Considerações sobre o gênero Lippia O gênero Lippia, pertencente à família Verbenaceae, possui mais de 200 espécies de ervas, arbustos e pequenas árvores. A maioria das espécies é medicinal, sendo usada pela população para tratamento de doenças gastrointestinais e respiratórias (Morton, 1981). Na maioria dos casos as partes aéreas, como folhas, caules e flores são utilizadas sob a forma de infusão ou decocção e administradas oralmente ou através de emplastros ou ainda na lavagem de ferimentos (Calvacanti, 2006). Em geral, o gênero apresenta composição química constante, com alguns compostos encontrados em várias espécies apresentando atividades antimalárica, antiviral e citostática (Pascual et al., 2001). Muitas espécies do gênero Lippia apresentam folhas aromáticas, cujo aroma está relacionado aos constituintes predominantes nos óleos essenciais (OE), em função de diversos fatores, tais como: estação do ano, época de floração, idade da planta, quantidade de água circulante (resultante da precipitação), fatores geográficos e climáticos (Corrêa, 1992; Tavares et al., 2005). Os OE obtidos das espécies do gênero Lippia possuem atividades biológicas bastante conhecidas e estudadas na literatura. Além dos OE, as plantas do gênero Lippia possuem compostos não voláteis com atividades medicinais. Estudos realizados com espécies da Lippia vêm comprovando suas atividades farmacológicas. O OE da Lippia multiflora possui algumas atividades farmacológicas (analgésica, anti-inflamatória e antipirética) e é utilizado para tratar insuficiência hepática e febre, e seu extrato, possui efeitos analgésicos (Abena et al., 2003). A Lippia dulcis é comumente usada na medicina popular para tratar inflamações, resfriados, diarréia e dores no estômago, além de possuir efeitos inibitórios sobre o crescimento de algumas enterobactérias (Cáceres et al., 1993). A Lippia alba, popularmente conhecida como “cidreira”, é utilizada como sedativa, digestiva, espasmolítica, e suas propriedades emenagogas têm sido reportadas em estudos etnobotânicos (Corrêa, 1992; Di Stasi & Hiruma-Lima, 2002; Lorenzi & Matos, 2002). De acordo com Matos et al. (1996) na composição química do OE de L. alba, os compostos mais abundantes são geranoil (20,7%), neral (16,4%), mirceno (15,0%) e nerol (3,8%). Sendo assim, foi possível caracterizar a L. alba com o quimiotipo. 6.

(19) mirceno-citral-geraniol, sendo o citral (37,1%) uma mistura de isômeros naturais do neral e geraniol (Matos et al., 1996). Algumas investigações com os OE produzidos por três diferentes quimiotipos de L. alba (citral-mirceno, citral-limoneno e carvona-limoneno) mostraram efeitos ansiolíticos e atividade anticonvulsivante (Viana et al., 2000). Em especial, o quimiotipo citral-limoneno, que apresentou efeitos em baixas doses, quando comparado com os demais. Resultados similares foram obtidos quando mirceno e limoneno foram testados isoladamente, sendo mais ativos na presença de citral (Vale et al., 2002). Outra espécie da Lippia que tem o uso popular bastante difundido é a Lippia sidoides, conhecida como “alecrim pimenta”, uma planta aromática usada principalmente como antisséptica. Seu OE possui efeitos contra fungos e bactérias (Lemos et al., 1990), atividade antioxidante e seu constituinte principal é o timol (66,6%), provavelmente o responsável por essas atividades (Monteiro et al., 2007). A Lippia gracilis Schauer (Figura 1), popularmente conhecida como “alecrimde-tabuleiro” ou “alecrim-da-chapada”, é um arbusto caducifólio, ramificado, de até 2 m de altura, típica da caatinga, de terrenos bem drenados, sendo comum nos Estados da Bahia, Sergipe e Piauí (Lorenzi & Matos, 2002). Esta espécie possui folhas aromáticas que são utilizadas juntamente com as flores para a produção de OE. Seu OE possui atividade bactericida e é utilizado externamente para tratar doenças cutâneas, queimaduras, injúrias em geral e úlceras. É tradicionalmente utilizada no tratamento de infecções gastrointestinais, respiratórias e cutâneas (Pascual et al., 2001; Pessoa et al., 2005). Guimarães et al. (2012) estudaram os extratos aquoso e metanólico da L. gracilis e constataram o seu potencial antinociceptivo e anti-inflamatório em modelos animais.. 7.

(20) A. B. Figura 1: Lippia gracilis no campo (A) e detalhe das folhas (B). Campus rural da Universidade Federal de Sergipe. São Cristóvão, Sergipe, Brasil, 2010.. Inflamação. A inflamação é um dos primeiros sinais do corpo na defesa contra lesões e/ou invasões de microrganismos. É um mecanismo fisiológico que ajuda o corpo a reparar danos e/ou lesões (Tzoulaki, 2006). Os tecidos inflamados podem responder a estímulos nocivos através da produção de diferentes mediadores bioativos, os quais interagem com diversos tipos celulares e moleculares para minimizar a reação flogística (Kumar et al., 2005; Sherwood & Toliver-kinsky, 2004). Este processo envolve cascatas de eventos bioquímicos e celulares que incluem extravasamento de fluídos, ativação enzimática, migração celular, liberação de mediadores, sensibilização e ativação de receptores, lise tecidual e reparo (Becker, 1983; Piper, 1983). Um dos fenômenos celulares envolvidos nesse processo é a migração celular. Os neutrófilos, células leucocitárias, são os primeiros recrutados para o sítio inflamatório e também os principais efetores da lesão tecidual, através da produção de proteases e radicais derivados do metabolismo do oxigênio e nitrogênio (Keel et al., 1997). Neste local, as células podem desempenhar uma grande variedade de funções, dependendo do seu modo de ativação, tais como: apresentação de antígenos, citotoxicidade celular, remoção de fragmentos celulares e remodelamento tecidual, regulação da inflamação, indução de imunidade, trombose e várias formas de endocitose (Al-Sarireh & Eremin, 2000). 8.

(21) O recrutamento dos neutrófilos durante a inflamação depende da liberação de mediadores pró-inflamatórios (Luster et al., 2005). Dentre eles, encontram-se citocinas, metabólitos do ácido araquidônico (prostaglandinas, prostaciclinas, tromboxanos e leucotrienos),. histamina,. fator. de. ativação. plaquetária,. bradicinina,. NO. e. neuropeptídeos (Rang et al., 2007). Em 1971, pesquisadores estudando a atividade anti-inflamatória da aspirina conseguiram demonstrar que ela estaria ligada a sua capacidade em inibir a produção de prostaglandinas (PGs), através de uma provável competição com o sítio ativo da enzima ciclooxigenase (COX). Em 1990, foi demonstrado que a COX é constituída por duas isoformas principais, com características químicas e fisiológicas bem definidas, a COX do tipo 1 (COX-1), constitutiva ou fisiológica, e a COX do tipo 2 (COX-2), induzida ou inflamatória (Júnior et al., 2007). As duas isoformas da enzima COX convertem o ácido araquidônico em endoperóxidos cíclicos instáveis os quais se transformam em PGs, prostaciclina (PGI2) e tromboxanos (Adams, 1992; Guerra et al., 2001). A COX-1 serve para a formação dos tromboxanos, PGs e PGI2, expressos numa grande variedade de tecidos e órgãos, com atividades fisiológicas como proteção da mucosa digestiva, controle do fluxo de sangue nos rins, dentre outras. O ácido araquidônico, quando liberado, não tem ação inflamatória; entretanto, os produtos da sua degradação, formados através da ação das enzimas COX-2 (PGs, PGI2 e tromboxanos) e lipoxigenase (leucotrienos), são mediadores químicos fundamentais para o desenvolvimento do processo inflamatório (Tasaka, 2002). As prostaglandinas (principalmente a PGE2) são majoritariamente expressas em resposta aos estímulos inflamatórios e contribuem para a formação do edema, hiperalgesia e febre (Radi & Khan, 2005). A partir de descobertas que rotulavam a COX-1 como fisiologicamente constitutiva, agindo como citoprotetora gástrica e mantenedora da homeostase renal e plaquetária, e COX-2 como induzível, a qual surgia apenas em situação de trauma tissular e processos inflamatórios, foi possível a introdução de diferentes fármacos para o tratamento da inflamação. Surgiu a idéia de que inibidores específicos da COX-2 impediriam o processo inflamatório sem causar os efeitos colaterais indesejáveis, principalmente os distúrbios gastrintestinais, advindos do bloqueio inespecífico da COX (Kummer & Coelho, 2002). Os anti-inflamatórios não esteroidais (AINES) diminuem a 9.

(22) inflamação por bloquearem a COX-2 (Tasaka, 2002), podendo ser inespecíficos (atuando em ambas as COX) ou seletivos (atuando sobre a COX-1 ou COX-2). Os AINES apresentam um amplo espectro de ações terapêuticas: analgésica, anti-inflamatória, antipirética e profilática nas doenças cardiovasculares (Dubois et al., 1998). Vários modelos experimentais de inflamação têm sido usados para investigar o perfil de resposta de extratos e substâncias isoladas de plantas. O uso de modelos experimentais com animais, para avaliação quantitativa e qualitativa da nocicepção e inflamação, é considerado muito importante para a comercialização de fitoterápicos, dando embasamento ao uso popular (Heilborn et al., 2007).. Dor A dor pode ser considerada como um sintoma ou manifestação de uma doença ou afecção orgânica, mas também pode vir a constituir um quadro clínico mais complexo. A definição de dor de acordo com a Associação Internacional para o Estudo da Dor consiste em “uma experiência emocional e sensorial desagradável associada com uma lesão tecidual real ou potencial ou descrita em termos de tal lesão” (Loeser & Melzack, 1999). A sensação de dor aciona no organismo um mecanismo de alerta, indicando a presença de um estímulo lesivo. O organismo responde acionando respostas apropriadas a fim de protegê-lo contra agressões e lesões (Julius & Basbaum, 2001). Dessa maneira, o funcionamento adequado desse sistema é essencial para proteger o organismo de danos teciduais. Entretanto, sob condições patológicas este sistema se torna sensibilizado e a dor transforma-se em uma doença (Zeilhofer, 2005). A dor é influenciada pela ansiedade, depressão, expectativa e outras variáveis psicológicas. É uma experiência multifacetada, um entrelaçamento das características físicas dos estímulos com as funções motivacionais, afetivas e cognitivas do indivíduo (Abreu, 2001). Além disso, pode manifestar-se entre os indivíduos sob intensidades diferentes, a depender do sexo, idade, condições físicas e estado de humor (Faucett & Levine, 1991; Ganong, 1988). Enquanto a dor envolve a percepção e interpretação de estímulos nocivos, a nocicepção corresponde apenas às manifestações neurofisiológicas e neuroquímicas 10.

(23) geradas pelo estímulo nocivo, ou seja, é a sensação determinada pela estimulação das fibras aferentes primárias, sem levar em consideração os aspectos psicológicos que também influenciam a percepção final da dor (Millan, 1999). Como os animais não são capazes de verbalizar os componentes subjetivos da dor, neles não se avalia dor, mas nocicepção. Os nociceptores são extremamente heterogêneos, diferindo quanto aos tipos de neurotransmissores, receptores e canais iônicos. Eles expressam suas propriedades de resposta ao estímulo nocivo pela sua capacidade de serem sensibilizados durante a inflamação, lesão e doença (Stucky et al., 2001). O entendimento de como funciona esses nociceptores tem sido facilitado pelos estudos farmacológicos, eletrofisiológicos e anatômicos, que têm contribuído para o descobrimento de múltiplos mediadores químicos envolvidos na dor, de mecanismos de ação dos neurotransmissores e das drogas envolvidas na modulação central e periférica da dor (Wood & Docherty, 1997). De acordo com os nociceptores envolvidos no estímulo, a dor pode ser classificada de várias maneiras. Considerando a duração da sua manifestação, ela pode se apresentar nas formas transitória, aguda ou crônica. Na dor transitória, a ativação dos nociceptores acontece na ausência de qualquer dano tecidual e contribui para proteger o organismo de potenciais danos físicos, causados pelo ambiente ou por estresse de tecidos corporais. A dor aguda é uma resposta causada por uma lesão de tecido com consequente ativação dos nociceptores, no local da lesão, caracterizando-se por ser de curta duração, desaparecendo, até mesmo, antes da cura do dano tecidual (Loeser & Melsack, 1999). Já a dor crônica, causada por uma lesão tecidual ou doença, geralmente ultrapassa o tempo de recuperação do organismo, ou seja, esse tipo de dor pode não desaparecer mesmo quando a lesão foi resolvida (Brennan et al., 2007; Tracey & Mantyh, 2007). Além da duração, outras variáveis podem caracterizar o tipo de dor, como a capacidade do organismo de reparar o sítio de lesão e o processamento neural responsável pela transmissão dolorosa (Hill, 2001). A dor também pode ser classificada de acordo com a sua origem, em quatro tipos principais: 1) dor nociceptiva: quando há uma estimulação excessiva dos nociceptores da pele, vísceras e outros órgãos; 2) dor neurogênica: quando há um dano no tecido neural no sistema nervoso central ou na periferia; e 3) dor psicogênica: 11.

(24) quando não há uma fonte somática detectável, apresentando, em geral, influência dos fatores psicológicos (Millan, 1999). A sensibilização dos nociceptores se deve a vários estímulos, tais como lesão tecidual, mudança de temperatura, isquemia e hipóxia, entre outros. Alguns nociceptores podem permanecer silenciosos durante estímulos de menor intensidade, mas são ativados em situações específicas, como na inflamação, ampliando a resposta dolorosa (Julius & Basbaum, 2001). A atividade dos nociceptores pode ser mediada pela ação de substâncias algogênicas liberadas e/ou sintetizadas em elevada concentração, nos tecidos, em decorrência de processos inflamatórios (Cotran et al., 2001). Substâncias endógenas, como PGs, neuropeptídeos, cininas, aminoácidos excitatórios, entre outros, são produzidas e/ou liberadas pelo tecido lesionado e estimulam os receptores presentes na membrana dos neurônios. Além disso, os mediadores inflamatórios liberados facilitam a neurotransmissão e sensibilizam o nociceptor (Björkman, 1995). Estudos em animais de laboratório têm auxiliado bastante na pesquisa de novos fármacos com função analgésica. Os produtos naturais podem contribuir muito com moléculas capazes de atuar nos mediadores envolvidos nos processos de transmissão de dor. Existem vários ensaios capazes de dar início ao processo e descoberta de novos fármacos analgésicos. Dentre eles destacamos o teste de contorções abdominais em camundongos, método muito utilizado para a avaliação da atividade analgésica de substâncias contra a dor de origem inflamatória. Nesse ensaio, o ácido acético na concentração de 0,6% (v/v) induz uma lesão no abdômen provocando espasmos traduzidos como contorções (Koster et al., 1959). O ácido acético age induzindo a liberação de mediadores endógenos que estimulam os nociceptores que são sensíveis aos AINES e/ou analgésicos opióides (Collier et al., 1968).. Atividade antioxidante e inflamação Radical livre é qualquer átomo, molécula ou fragmento de molécula contendo um ou mais elétrons desemparelhados nas suas camadas de valência. Tal característica o torna altamente instável e quimicamente reativo (Bianchi & Antunes, 1999). Existem, entretanto, compostos igualmente reativos que não possuem elétron desemparelhado na última camada e, portanto, não podem ser classificados como radicais livres. Esses 12.

(25) compostos são classificados de maneira mais ampla como espécies reativas de oxigênio (ERO) ou espécies reativas de nitrogênio (ERN) (Dröge, 2002). As ERO são produzidas, essencialmente, durante a fosforilação oxidativa e/ou por ativação de células fagocíticas durante uma explosão oxidativa no processo inflamatório. Essas moléculas participam de várias funções fisiológicas dentre as quais, na defesa contra microrganismos invasores. Elas são produzidas durante o metabolismo celular aeróbico normal e têm papel importante na manutenção do estado celular redox (Surh, 2005). A produção excessiva de ERO pode danificar lipídeos, proteínas, membranas e ácidos nucléicos, e também serve como um importante sinalizador intracelular que amplifica respostas inflamatórias. Inúmeros estudos demonstram o envolvimento de ERO na patogênese das artropatias crônicas inflamatórias. Acredita-se que as ERO possam atuar como segundos mensageiros para ativação do NF-kB que orquestra a expressão de vários genes que perpetuam a resposta inflamatória (Filippin et al., 2008). O ataque de ERO sobre os lipídeos de membrana gera o processo de peroxidação lipídica, dando lugar a uma reação em cadeia que perpetua o ciclo de formação desses agentes agressores, ao mesmo tempo em que origina uma desestruturação da membrana e a consequente morte celular. Também os radicais livres podem reagir com proteínas, dando lugar a alterações da funcionalidade normal da célula (Roessner et al., 2008). Portanto, é essencial que as células e os tecidos possuam um sistema de defesa para controlar os níveis de radicais livres e evitar esses processos inflamatórios. Para isso as células dispõem de um sistema de defesa antioxidante que pode ser classificado como enzimático e não enzimático; entre os antioxidantes não-enzimáticos estão incluídos os compostos da dieta que são encontrados em vegetais, frutas, extratos de plantas, vitaminas C e E, flavonóides e zinco (Kruidener & Verspaget, 2002). A utilização de compostos antioxidantes, encontrados na dieta ou mesmo sintéticos, é um dos mecanismos de defesa contra os radicais livres, empregado nas indústrias de alimentos, cosméticos, bebidas e também na medicina, sendo que muitas vezes os próprios medicamentos aumentam a geração intracelular desses radicais (Halliwell et al., 1995). Entre os antioxidantes presentes nos vegetais, os mais ativos e frequentemente encontrados são os compostos fenólicos, tais como os flavonóides. As propriedades benéficas desses compostos podem ser atribuídas à sua capacidade de sequestrar os 13.

(26) radicais livres (Decker, 1997) e podem inibir o processo de peroxidação lipídica (Halliwell et al., 1995). Atualmente, o estudo dos antioxidantes tem despertado interesse de pesquisadores e indústrias, já que eles contribuem para o controle de doenças degenerativas causadas por danos oxidativos. Muitas plantas tem mostrado atividade antioxidante e tem servido de ponto de partida para o desenvolvimento de compostos sintéticos e semi-sintéticos nessa área (Kumaran & Karunakaran, 2006). Vários ensaios são capazes de mensurar a atividade antioxidante de compostos; entretanto, ainda não há um consenso entre os diferentes ensaios disponíveis e nem é possível realizar uma comparação dos resultados obtidos em diferentes laboratórios, provavelmente por causa da complexidade do assunto (Huang et al., 2005). Esses ensaios podem ser classificados em: ensaios baseados em transferência de elétrons (ET) – ABTS, FRAP – e os baseados em transferência de átomo de hidrogênio (HAT) – DPPH (Prior et al., 2005). Essas diferenças podem ser causadas por diversos fatores, como polaridade do solvente utilizado, temperatura e pH do composto testado (PérezJiménez & Saura-Calixto, 2006). O DPPH constitui-se num método fácil e acurado de medir a capacidade antioxidante de frutas, vegetais e extratos de plantas. A molécula do DPPH é caracterizada como um radical livre estável em virtude da presença de um elétron desemparelhado por toda a molécula. Este ensaio se baseia na medida da capacidade antioxidante de uma determinada substância em sequestrar o radical DPPH, reduzindo-o a hidrazina. Quando uma determinada substância age como doador de átomos de hidrogênio, a hidrazina é obtida com mudança simultânea na coloração de violeta a amarelo (Alves et al., 2010). No método do ABTS+•, o radical monocation verde/azul é gerado pela oxidação do ABTS com o persulfato de potássio. A adição do antioxidante ao radical cátion préformado o reduz novamente a ABTS, promovendo a supressão da cor da solução. O grau deste descoramento e usado para avaliar a atividade antioxidante (Re, et al., 1999). O método FRAP é baseado na habilidade de redução do Fe3+ para Fe2+, em pH baixo. Quando isso ocorre na presença de 2,4,6-tripiridil-s-triazina (TPTZ), a redução é acompanhada pela formação de um complexo Fe2+ – TPTZ de cor azul intensa que pode ser monitorado a 593 nm. É um método barato, os reagentes são de fácil preparo, os. 14.

(27) resultados são altamente reprodutíveis e o procedimento simples e rápido (Benzie & Strain, 1996).. 15.

(28) CONCLUSÕES. Nas condições em que o presente trabalho foi realizado, os resultados permitem concluir que: • O OE das folhas da Lippia gracilis contém majoritariamente timol, metil timol e carvacrol, ambos com atividade antioxidante comprovada. • Foi demonstrada, pela primeira vez na literatura, as atividades anti-inflamatória e antinociceptiva do OE da L. gracilis in vivo. • O solvente orgânico extraiu melhor os compostos fenólicos do extrato da L. gracilis, do que o solvente inorgânico. •. Foi a primeira vez que luteolina-C-6-glicosideo e luteolina-C-8-glicosideo foram relatadas no gênero Lippia.. 16.

(29) REFERÊNCIAS. Abena, A.A.; Diatewa, M.; Gakosso, G.; Gbeassor, M.; Hondi-Assah, T.; Ouamba, J. M. (2003). Analgesic, antipyretic and anti-inflammatory effects of essential oil of Lippia multiflora. Fitoterapia. 74:231-236. Abreu, A. B. (2001). Abordagem clínica na dor crônica. Revista Brasileira de Medicina 58 (6):446-453.. Adams, H.R. (1992). Prostaglandinas. In: BOOTH, N.H. & Mc DONALD, L.E. Farmacologia e Terapêutica Veterinária. 6. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. Cap. 23. p.363- 381.. Albuquerque, U.P.; Andrade, L.H.C. (2002). Conhecimento botânico tradicional e conservação em uma área de caatinga no estado de Pernambuco, Nordeste do Brasil. Acta Botanica Brasilica.16 (3):273-85.. Albuquerque, U.P.; Lucena, R.F.P. (2004). Métodos e técnicas de pesquisa etnobotânica. Recife: Livro Rápido/ NUPEEA. 189p.. Almeida, C. F. C. B.; Albuquerque, U. P. (2002). Uso e conservação de plantas e animais medicinais no estado de Pernambuco: um estudo de caso no Agreste. Interciéncia, Caracas, v. 26, n. 6, p. 276-285.. Al-Sarireh, B.; Eremin, O. (2000). Tumor-associated macrophages (TAMs): disordered function, immune suppression and progressive tumor growth. Journal of the Royal College of Surgeons of Edinburg, v. 45, n. 1, p. 1-16, Feb.. Alves, C. Q.; David, J. M.; David, J. P.; Bahia, M. V.; Aguiar, R. M. (2010). Métodos para a determinação da atividade antioxidante in vitro em substratos orgânicos. Quimica Nova, Vol. 33, No. 10, 2202-2210.. 17.

(30) Amorozo, M. C. M. (2002). Uso e diversidade de plantas medicinais em Santo Antonio do Levenger, MT, Brasil. Acta Botânica Brasílica.16(2): 189-203.. Araujo-Neto, V.; Bomfim, R. R.; Oliveira, V. O. B.; Passos, A. M. P. R.; Oliveira, J. P. R.; Lima, C. A.; Mendes, S. S.; Estevam, C. S.; Thomazzi, S. M. (2010). Therapeutic benefits of Sideroxylon obtusifolium (Humb. Ex Roem. & Schult.) T.D. Penn., Sapotaceae, in experimental models of pain and inflammation. Brazilian Journal of Pharmacognosy 20 (6): 933-938.. Bacchi, E. M.; Sertié, J. A. A.; Villa, N.; Katz, H. (1995). Antiulcer Action and Toxicity of Styrax Camporum and Caesalpinia Ferrea. Planta Medica, Stuttgart, v. 61, n. 3, p. 204-207.. Becker, E.L. (1983). Chemotactic fators of inflamation. Trends in Pharmacological Sciences. 4(5):223-225.. Benzie, I.F.F.; Strain, J.J. (1996). The ferric reducing ability of plasma (FRAP) as a measure of antioxidant power: The FRAP assay. Analytical Biochemistry, 239, 70-76.. Bianchi, M.L.P.; Antunes, L.M.G. (1999). Radicais livres e os principais antioxidantes da dieta. Revista de Nutrição de Campinas. v. 12, n. 2, p. 123-130.. Björkman, R. (1995). Central antinociceptive effects of non-steroidal anti-inflammatory drugs and paracetamol. Acta Anaesthesiologica Scandinavica, 39: suppl 103:1-44.. Brasil. (2002). Ministério do Meio Ambiente. Biodiversidade da caatinga: áreas e ações prioritárias para a conservação. Brasília: Ministério do Meio Ambiente e Universidade Federal de Pernambuco. 36p.. Brennan, F.; Carr, D.B.; Cousins, M. (2007). Pain management: A fundamental human right. Anesthesia & Analgesia 105:205-21.. 18.

(31) Bruschi, M.L.; Franco, S. L.; Novello, C. R. (2000). Projeto de manipulação e desenvolvimento de medicamentos e correlatos a base de plantas na disciplina de farmacotécnica. In Simpósio de plantas medicinais do Brasil. Recife. Anais... Recife – UFPE.. Butler, M.S. (2004). The role of natural product chemistry in drug discovery. Journal of natural products, v.67 (12):2141-2153.. Cáceres, A.; Fletes, L.; Aguilar, L.; Ramírez, O.; Figueroa, L.; Taracena, A.M.; Samayoa, B. (1993). Plants used in Guatemala for the treatment of gastrointestinal disorders: Confirmation of activity against enterobacteria of 16 plants. Journal of Ethnopharmacololgy (38) 31–38.. Calixto JB. (2005). Twenty-five years of research on medicinal plants in Latin America. A personal view. Journal of Ethnopharmacology, v. 100, p.131-134.. Calixto, J B.; Campos, M M.; Otuki, M F.; Santos, A R. (2004). Anti-inflamatory compounds of plant origin. Part II. Modulation of pró-inflamatory cytokines, chemokines and adhesion molecules. Planta Medica, v.70, p 93-103.. Carvalho, J. C. T.; Teixeira, J. R. M.; Souza, P. J. C.; Bastos, J. K.; Filho, D. S. F.; Sarti, S. J. (1996). Preliminary studies of analgesic and anti- inflammatory properties of Caesalpinia ferrea crude extract. Journal of Ethnopharmacology, v. 53, p. 175-8. Cavalcanti, V.O. (2006). Atividade antimicrobiana do óleo essencial de Lippia gracillis Shauer, Dissertação de Mestrado. Universidade Federal de Pernambuco.. Collier, H.O.; Dinneen, L.C.; Johnson, C.A.; Schneider, C. (1968). The abdominal constriction response and its suppression by analgesic drugs in the mouse. British Journal of Pharmacology and Chemotherapy, 32: 295-310.. 19.

(32) Contran, R. S.; Kumar, V.; Collins, T. (2001). Robbins: Patologia estrutural e funcional 6ª edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 44-100.. Corrêa C.B.V. (1992). Contribuição ao estudo de Lippia alba (Mill.) N. E. Br. ex Britt & Wilson - erva-cidreira. Revista Brasileira de Farmacognosia, 73: 57-64.. Decker, E.A. (1997). Phenolics: prooxidants or antioxidants? Nutrition Reviews, New York, v.55, n.11, p.396-407.. Di Stasi, L.C.; Hiruma-Lima, C.A. ( 2002). Plantas Medicinais na Amazônia e na Mata Atlântica, 2nd ed. UNESP, São Paulo, p. 604.. Dröge, W. (2002). Free radicals in the physiological control of cell function. Physiological Reviews, v.82, n.1, p.47-95.. Drumond, M. A.; Kill, L. H. P.; Lima, P. C. F.; Oliveira, M. C.; Oliveira, V. R.; Albuquerque, S. G.; Nascimento, C. E. S.; Cavalcante, J. (2000). Estratégias para o uso sustentável da biodiversidade da caatinga. In Workshop de avaliação e identificação de ações prioritárias para a conservação, utilização sustentável e repartição de benefícios da biodiversidade do bioma caatinga. Petrolina, Embrapa/Cpatsa, UFPE e Conservation International do Brasil. pp. 47.. Dubois, R. N.; Abramson, S. B.; Crofford, L.; Gupta, R.A.; Simon, L. S.; Van de Putte, L. B. A.; Lipsky, P. E. (1998). Cyclooxigenase in biology and disease. Faseb Journal, 12:1063-1088.. Eldin, S.; Dunford, A. A. (2001). Fitoterapia na atenção primaria a saúde. Editora Malone Ltda. São Paulo: 162p.. Faucett , J. A.; Levine, J. (1991). The contributions of interpersonal conflict to chronic pain in the presence or absence of organic pathology. Pain, 44: 35-43.. Filippin, L. I.; Vercelino, R.; Marroni, N. P.; Xavier, R. M. (2008). 20.

(33) Influência de Processos Redox na Resposta Inflamatória da Artrite Reumatóide. Revista Brasileira de Reumatologia, v. 48, n.1, p. 17-24. Franco I.J.; Fontana V.L. (2003). Ervas e plantas: a medicina dos simples. Editora Edelbra Erexim, RS, 8ª ed.. Ganong, W. (1988). The stress response: a dynamic overview. Hospital Practice 23:155-190.. Guerra, R.L.L.; Vázquez, P.M.M.; Rivas, M.R. (2001). Eficácia seguridade de los inhibidores selectivos de la ciclooxigenasa 2. Medicentro, v.5, n.1, p.35-38.. Guimarães, A. G.; Gomes, S.V.F.; Moraes, V. R. S.; Nogueira, P. C. L.; Ferreira, A. G.; Blank, A. F.; Santos, A. D. C.; Viana, M. D.; Silva, G. H.; Quintans Junior, L.J. (2012). Phytochemical characterization and antinociceptive effect of Lippia gracilis Schauer. Journal of Natural Medicines. In press.. Halliwell, B.; Aeschbach, R.; Lölinger, J.; Aruoma, O.I. (1995). The characterization on antioxidants. Food and Chemical Toxicology, Oxford, v.33, n.7, p.601-617.. Heilborn, U.; Berge, O.; Arborelius, L. Brodin, E. (2007). Spontaneus nociceptive behaviour in female mice with Freund’s complete coadjuvant – and carrageneen – induced nonoarthritis. Brain Research. v. 1143, p. 143-149.. Hill, R. G. (2001). Molecular basis for the perception of pain. Neuroscientist, 7(4) : 282-292.. Huang, D.; Ou, B.; Prior, R. L. (2005). The Chemistry behind Antioxidant Capacity Assays. J. Agric. Food Chemistry 53: 1841-1856.. Julius, D.; Basbaum, A. I. (2001). Molecular mechanisms of nociception. Nature, v. 21.

(34) 413, n. 6852, p. 203-10.. Júnior, J.O.L.; Serrano, S.C.; Teodoro, A.L.; Dana, B.A. (2007). Os anti-inflamatórios não hormonais. Prática hospitalar, 51: 173-8.. Keel, M.; Ungethum, U.; Steckholzer, U.; Niederer, E.; Hartung, T.; Trentz, O.; Ertel, W. (1997). Interleukin-10 counterregulates proinflammatory cytokine-induced inhibition of neutrophil apoptosis during severe sepsis. Blood, v. 90, p. 3356-3363.. Koster, R.; Anderson, M.; Beer, E.J. (1959). Acetic acid for analgesic screening. Federation Proceedings, v.18, 412.. Kruidener, L.; Verspaget, H W. (2002). Review article: oxidative stress as a pathogenic factor in inflammatory bowel disease - radicals or ridiculous? Alimentary Pharmacology & Therapeutics, v 16, p 1997-2015.. Kumaran, A.; Karunakaran, R.J. (2006). Antioxidant and free radical scavenging activity of an aqueous extract of Coleus aromaticus. Food Chemistry 97:109–114. Kumar, V.; Abbas, A.K.; Fausto, N.; Robbins & Cotran. (2005). Bases patológicas das doenças. 7. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2005. p.49-124.. Kummer, C. L.; Coelho, T.C.R.B. (2002). Anti-inflamatórios Não Esteróides Inibidores da Ciclooxigenase-2 (COX-2): Aspectos Atuais. Revista Brasileira de Anestesiologia, 52: 4: 498 - 512. Leal, I.R.; Silva, J.M.C.; Tabarelli, M.; Lancher- Junior, T. (2005). Mudando o curso da conservação da biodiversidade na Caatinga do nordeste do Brasil. Megadiversidade, (1): 139-146.. Lemos, T.L.G.; Matos, F. J. A.; Alencar, J. W.; Craveiro, A. A. (1990). Antimicrobial activity of essential oils of brazilian plants. Phytoterapy Research; 4: 82-4. 22.

(35) Lima, R.B. (2000). A família Rhamnaceae no Brasil: diversidade e taxonomia. 292 p. Universidade de São Paulo (Tese de Doutorado). Instituto de Biociências, Universidade de São Paulo, SP.. Loeser, J.D.; Melzack, R. (1999). Pain: an overview. Lancet 353: 1607 - 1609.. Lorenzi, H., Matos, F.J.A. (2002). Plantas Medicinais no Brasil: Nativas e Exóticas Cultivadas. Instituto Plantarum, Nova Odessa, SP, p. 512.. Luster, A.D.; Alon, R.; Von Andrian, U.H. (2005). Immune cell migration in inflammation: present and future therapeutic targets. Nature Immunology, 6:1182-1190.. Maciel, M. A. M.; Pinto, A. C.; Veiga Jr, V. F.; Grynberg, N. F. (2002). Plantas medicinais: a necessidade de estudos multidisciplinares. Quimica Nova 25: 429-438.. Martínez, M.J.; Betancourt, J.; Alonso-González, N.; Jauregui, A. (1996). Screening of some Cuban medicinal plants for antimicrobial activity. Journal of Ethnopharmacology, 52. p.171–174.. Matos, F.J.A. (2000). Plantas medicinais. Guia de seleção e emprego das plantas usadas na fitoterapia no Nordeste do Brasil. Fortaleza: Edições UFC. 2 ed. 2000. 346p.. Matos, F.J.A.; Machado, M.I.L.; Craveiro, A.A.; Alencar, J. W. (1996). Essential oil composition of two chemotypes of Lippia alba grown in northeast Brasil. Journal Essential Oil Research, v.8, n.6, p.695-8.. Matos, F. J. A.; Machado, M. I. L.; Craveiro, A. A.; Alencar, J. W.; Silva, M. G. V. (1999). Medicinal plants Northeast Brazil containing Thymol and Carvacrol-Lippia sidoides Cham. and L. gracillis H. B. K (Verbenaceae). Journal of Essential Oil Research, Wheaton, 11, 666-668.. 23.

(36) Millan, M. J. (1999). The induction of pain: an integrative review. Progress in Neurobiology, 57 (1): 1-164.. Ming, L.C.; Hidalgo, A.F.; Silva, M.A.S.; Silva, S.M.P.; Chaves, F.C.M. (2000). Espécies brasileiras com potencial alimentar: uso atual e perspectivas. In: CAVALCANTI, T.B. & WALTER, B.M.T. (eds.). Tópicos atuais em Botânica palestras convidadas do 51o Congresso Nacional de Botânica. Brasília (DF), SBB/Embrapa-Cenargen, p. 268-273.. Monteiro, M.V.B.; Leite, A.K.R.M.; Bertini, L.M.; Moraes, S.M.; Pinheiro-Nunes, D.C.S. (2007). Topical anti-inflammatory, gastroprotective and antioxidant effects of the essential oil of Lippia sidoides Cham. Leaves. Journal of Ethnopharmacology 111: 378–382.. Mors, W.B.; Rizzini, C.T.; Pereira, N.A. (2000). Medicinal plants of Brazil. Michigan: Reference Publications.. Morton, J.F. (1981). Atlas of Medicinal Plants of Middle America, vol. I. Springfield, Illinois, USA, pp. 745–750.. Nakamura, E. S. (2002). Cancer chemopreventive effects of Caesalpinia ferrea and related compounds. Cancer Letters, v. 177, n. 2, p. 119-124.. Newman, D. J.; Cragg, G. M.; Snader, K. M. (2000). The influence of natural products upon drug discovery. Natural Product Reports, v. 17 (3), p. 215-234.. Nogueira, C.M.D.; Morais, N.M.T.; Lopes, M.F.G.; Sá, M.J.H.C. (1996). Análises químicas em plantas medicinais. Revista Brasileira de Farmacologia, V.77, p.5-6.. Pascual, M.E.; Slowing, K.; Carretero, E.; Sanchez Mata, D.; Villar, A. (2001). Lippia: traditional uses, chemistry and pharmacology: a review. Journal of Ethnopharmacology, 76: 201–214.. 24.

(37) Pérez-Jiménez, J.; Saura-Calixto, F. (2006). Effect of solvent and certain food constituents on different antioxidant capacity assays. Food Research International, v. 39, n. 7, p. 791-800.. Pessoa, O.D.L. (1994). Contribuição ao conhecimento químico de plantas nativas do nordeste: Auxemma oncocalyx Taub. Tese (Doutorado) – Departamento de Química Orgânica, Universidade Federal do Ceará, Fortaleza.. Pessoa, O.D.L., Carvalho, C.B.M., Silvestre, J.O.V.L., Lima, M.C.L., Neto, R.M., Matos, F.J.A., Lemos, T.L.G. (2005). Antibacterial activity of the essential oil from Lippia Aff. Gracillis. Fitoterapia 76:712-714.. Piper, P. (1983). Leukotrienes. Trends in Pharmacological Sciences, 4 (2):75-77.. Prior, R. L.; Wu, X.; Schaich, K. (2005). Standardized methods for the determination of antioxidant capacity and phenolics in foods and dietary supplements. Journal of Agricultural and Food Chemistry, Columbus, v. 53, n. 10, p. 4290-4302.. Radi, Z.A.; Khan, N.K. (2005). Effects of cyclooxygenase inhibition on bone, tendon and ligament healing. Inflammation Research, 2005; 54:358-366.. Rang, H. P.; Dale, M.M; Ritter, J.M.; Flower, R.J. (2007). Farmacologia. Rio de Janeiro:Elsevier, 6 ed.. Re, R. Pellegrini, N.; Proteggente, A.; Pannala, A.; Yang, M.; Riceevans, C. (1999). Antioxidant activity applying an improved ABTS radical cation decolorization assay. Free Radical Biology and Medicine, v. 26, n. 9-10, p. 1231-1237.. Roessner, A.; Kuester, D.; Malfertheiner, P.; Schneider-Stock, R. (2008). Oxidative stress in ulcerative colitis-associatedcarcinogenesis. Pathology Research and Practice. v 204, p511-524.. 25.

(38) Sherwood, E.R.; Toliver-Kinsky, T. (2004). Mechanisms of the inflammatory response. Best Practice and Research Clinical Anesthesiology, v.18, n.3, p.385-405. Silva, M.D. (2008). Estudo farmacobotânico de três espécies medicinais da Caatinga em Pernambuco. Dissertação submetida ao Programa de Pós-graduação em Botânica da Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife, PE.. Skorupa, L.A.; Vieira, R.F. (2004). Coleta de germoplasma de plantas medicinais. In: Walter, B.M.T.; Cavalcanti, T.B. (org.). Fundamentos para coleta de germoplasma vegetal. Brasília: Embrapa/Cenargen.. Souza, C.M.; Nascimento, N.R.F.; Lemos, T.L.G.; Pessoa, O.D.L.; Ferreira, M.A.D. (2002). Avaliação da Atividade Antiagregante Plaquetária da oncocalixona A (oncoa) e vasoconstritora da Fração quinona da Auxemma oncocalyx. In: Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química, resumos... 24, Águas de Lindóia.. Stucky, C. L.; Gold, M. S.; Zhang, X. (2001). Mechanisms of pain. Proceeds of National Academy of Science, U S A, v. 98, n. 21, p. 11845-6.. Surh Y. J. (2005). Oxidative Stress, Inflammation, and Health. Packer L (ed.). Londres: Taylor & Francis.. Tasaka, A.C. (2002). Anti-inflamatórios não esteroidais. In: Spinosa, H.S.; Górniak, S.L., Bernardi, M.M. Farmacologia aplicada a Medicina Veterinária, 3. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 21:225-250.. Tavares, E.S.; Julião, L.S.; Lopes, D.; Bizzo, H.R.; Lage, C.L.S.; Leitão, S.G. (2005). Análise do óleo essencial de folhas de três quimiotipos de Lippia alba (Mill.) N.E.Br. (Verbenaceae) cultivados em condições semelhantes. Revista Brasileira de Farmacognosia, 15: 1-5.. Tracey J., Mantyh P.W. (2007). The cerebral signature for pain perception and its modulation. Neuron, 55:377-91. 26.

(39) Tzoulaki, I. (2006). Inflammation and haemostasis in the development and progression of peripheral atherosclerotic disease. Tese submetida ao curso de Pós-graduação em Fisiologia da Universidade de Eindburg, Reino Unido.. Vale, T.G.; Furtado, E. C.; Santos Junior, J. G.; Viana, G. S. B. (2002). Central effects of citral, myrcene and limonene, constituents of essential oil chemotypes from Lippia alba (Mill.) N.E. Brown. Phytomedicine, v.9, n.8, p.709-14.. Viana, G.S.; do Vale, T.G.; Silva, C.M.; Matos, F.J. (2000). Anticonvulsant activity of essential oils and active principles from chemotypes of Lippia alba (Mill.) N.E. Brown. Biological & Pharmacological Buletin, 23: 1314-1317.. Wood, J.N., Docherty, R. (1997). Chemical activators of sensory neurons. Annual Review of Physiology. 59: 457 - 482.. Zeilhofer, H. U. (2005). Synaptic modulation in pain pathways. Reviews of Physiology, Biochemistry & Pharmacology, v. 154, p. 73-100, 2005.. 27.

(40) Artigo 1 Evaluation of the analgesic and anti-inflammatory effects of the essential oil of Lippia gracilis leaves. 28.

(41) Journal of Ethnopharmacology 129 (2010) 391–397. Contents lists available at ScienceDirect. Journal of Ethnopharmacology journal homepage: www.elsevier.com/locate/jethpharm. Evaluation of the analgesic and anti-inflammatory effects of the essential oil of Lippia gracilis leaves S.S. Mendes a , R.R. Bomfim a , H.C.R. Jesus b , P.B. Alves b , A.F. Blank c , C.S. Estevam a , A.R. Antoniolli a , S.M. Thomazzi a,∗ a b c. Department of Physiology, Federal University of Sergipe, CEP 49100-000, São Cristóvão, Sergipe, Brazil Department of Chemistry, Federal University of Sergipe, CEP 49100-000, São Cristóvão, Sergipe, Brazil Department of Agronomic Engineering, Federal University of Sergipe, CEP 49100-000, São Cristóvão, Sergipe, Brazil. a r t i c l e. i n f o. Article history: Received 8 January 2010 Received in revised form 14 March 2010 Accepted 10 April 2010 Available online 24 April 2010 Keywords: Anti-inflammatory activity Antinociceptive activity Essential oil Lippia gracilis. a b s t r a c t Aim of the study: The aim of the present study is to investigate the antinociceptive, anti-inflammatory, and antioxidant activities of essential oil (EO) of Lippia gracilis Schauer (Verbenaceae) leaves to support the medicinal uses claimed by folklore practitioners in the caatinga region (semi-arid) of Northeastern Brazil. Materials and methods: The chemical composition and antinociceptive and anti-inflammatory activities of the EO of Lippia gracilis leaves (50–200 mg/kg) were investigated. Antinociceptive activity of the EO was evaluated by writhing test. Anti-inflammatory activity of the EO was evaluated using paw oedema and peritonitis methods. Results: Oral treatment with the EO of Lippia gracilis leaves elicited inhibitory activity on acetic acid effect at 50, 100, and 200 mg/kg (30.33 ± 2.36, 25.20 ± 1.48, and 21.00 ± 1.54 abdominal writhes, respectively, P < 0.05), as compared with the control group (36.73 ± 1.92 writhes). The compound acetylsalicylic acid (ASA, 300 mg/kg) inhibited the acetic acid-induced writhing (12.67 ± 0.50 abdominal writhes, P < 0.001). Carrageenan-induced oedema formation was reduced with the EO of Lippia gracilis leaves at 200 mg/kg (0.72 ± 0.06 mL h, P < 0.001) and by the reference compound ASA (300 mg/kg, 0.85 ± 0.04 mL h, P < 0.001), as compared with the control group (1.76 ± 0.06 mL h). Leukocyte migration into the peritoneal cavity induced by carrageenan was reduced with the EO of Lippia gracilis leaves at 50, 100, and 200 mg/kg (13.81 ± 0.61, 11.77 ± 0.91, and 10.30 ± 0.60 leukocytes × 106 /mL, respectively, P < 0.01), and by the compound dexamethasone (2 mg/kg, 5.34 ± 0.33 leukocytes × 106 /mL, P < 0.001), as compared with the control group (16.71 ± 0.54 leukocytes × 106 /mL). The analyses of the essential oil allowed the identification of Lippia gracilis as a thymol-p-cymene chemotype (32.68% and 17.82%, respectively). Conclusions: The EO of Lippia gracilis leaves shows antinociceptive and anti-inflammatory activities. © 2010 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved.. 1. Introduction Medicinal plants have been used in developing countries as alternative treatments to health problems. Many plant extracts and essential oils isolated from plants have been shown to exert biological activity in vitro and in vivo, which justified research on traditional medicine (Martínez et al., 1996).. Abbreviations: ASA, acetylsalicylic acid; AUC, area under the curve; BHT, buthylated hydroxytoluene; Dexa, dexamethasone; DPPH, 2,2-diphenyl-1picrylhydrazyl; EO, essential oil; IC50 , inhibiting concentration 50%. ∗ Corresponding author at: Department of Physiology, Center of Sciences Biologics and of Health, Federal University of Sergipe, CEP 49100-000, São Cristóvão (SE), Brazil. Tel.: +55 79 21056640; fax: +55 79 21056474. E-mail addresses: sarathomazzi@uol.com.br, sarathomazzi@ufs.br (S.M. Thomazzi). 0378-8741/$ – see front matter © 2010 Elsevier Ireland Ltd. All rights reserved. doi:10.1016/j.jep.2010.04.005. Essential oils are volatile, natural, complex compounds characterized by a strong odour and are formed by aromatic plants as secondary metabolites. Known for their antiseptic, i.e. bactericidal, virucidal and fungicidal, and medicinal properties and their fragrance, they are used in embalment, preservation of foods and as antimicrobial, analgesic, sedative, anti-inflammatory, spasmolytic and locally anesthesic remedies (Bakkali et al., 2008). Generally, these major components determine the biological properties of the essential oils. The genus Lippia (Verbenaceae) is widely distributed in tropical and subtropical America and Africa, and consists of approximately 250 species of herbs, shrubs and small trees (Moldenke, 1965; Jansen-Jacobs, 1988). In Brazil, the genus Lippia is represented by nearly 120 species conspicuous for their flash appearance during the blooming period and by its fragrance, in general, strong and pleasant (Bezerra et al., 1981). There have been numerous chem-.

Referências

Documentos relacionados

that Rosmarinus officinalis essential oil exhibited antiproliferative, antioxidant and antibacterial activities.. Key words: Antibacterial, Antioxidant,

In the comparison of the sample sites, it was found that samples from Botelho exhibited significantly higher concentrations than Paramana or Tapera for Al (root), Cd (root),

The differences observed in the antioxidant enzymes activities, considering the different osmotic potentials and imbibition times, indicate various factors that interfere with

Variable 1.1 (interincisors angle) in the Japanese- Brazilian sample exhibited lower values than in the Caucasian sample and was similar to the Mongoloid sample, thus

Using a sample of Portuguese listed companies in the period after the mandatory IFRS adoption, the results obtained indicate that adopting the cost model or the fair

Diante da complexidade que é a mulher com um conjunto de situações, desde a prevenção, promoção e recuperação da saúde conforme descrito na constituição, o Ministério da

ANEXO – A: Escala de Pittsburgh para avaliação da qualidade do sono. Suas respostas devem demonstrar, de forma mais precisa possível, o que aconteceu na maioria dos dias e

Together, these results indicate that phenolic acids and flavonoids are present in the EEHS extract, and the antioxidant, antimicrobial, and cytotoxic activities of these compounds