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Gênese e dinâmica climática no estado do Tocantins: variações no eixo Posse (GO) Peixe (TO)

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Academic year: 2021

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25 a 28 de novembro de 2014 – Câmpus de Palmas

Gênese e dinâmica climática no estado do Tocantins:

variações no eixo Posse (GO) – Peixe (TO)

Nome dos autores: Enedina Maria Campos Rocha; Prof. Dr. Lucas Barbosa e Souza Enedina Maria Campos Rocha¹; Prof. Dr. Lucas Barbosa e Souza²

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Campus de Geografia - Licenciatura; e-mail: enedinarochaa@gmail.com “PIBIC/UFT”

2Orientador(a) do Curso de Geografia; Campus de Porto Nacional; e-mail: lbsgeo@mail.uft.edu.br

RESUMO

O presente trabalho teve como objetivos principais, identificar os sistemas atmosféricos atuantes sobre o eixo: Posse - GO (a sudeste do Estado do Tocantins), Peixe - TO em escala diária, ao longo dos anos-padrão. Compreendendo a variação quantitativa dos principais elementos climáticos em escala diária, para os três anos-padrão selecionados e para cada uma das duas localidades, considerando-se sua ligação com o aspecto genético representado pelos sistemas atmosféricos identificados anteriormente. E analisar as variações entre os aspectos da gênese e da dinâmica climática no eixo formado pelas duas localidades, considerando a transição entre os climas de Goiás e Tocantins, com destaque para o fator topográfico. Este trabalho se insere no projeto de elaboração de um atlas climático do Estado do Tocantins, que se encontra em andamento pelo Laboratório de Análises Geo-Ambientais (LGA), do Curso de Geografia do Campus de Porto Nacional. portanto, os resultados obtidos se somam com aqueles alcançados por outros membros da equipe do projeto, compondo gradualmente uma caracterização mais ampla do clima tocantinense.

Palavras-chave: ( Sistemas atmosféricos; anos-padrão; pluviosidade). INTRODUÇÃO

O estudo do clima é voltado às características da atmosfera e às suas relações com o espaço geográfico e com a sociedade. Esse tipo de estudo depende de contínuas observações da atmosfera, por um longo período de tempo, no intuito de desvendar sua dinâmica. Do mesmo modo, é importante o tratamento de dados inseridos nos estudos, para que assim se possam desvendar as características climáticas predominantes sobre

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cada porção do espaço, o que irá determinar a configuração de sua paisagem (AYOADE, 2002).

Com esse estudo pretendeu-se, investigar as variações dos sistemas atmosféricos e de suas repercussões climáticas ao longo do eixo formado por duas cidades, sendo uma no Estado do Tocantins (Peixe, no sul do Estado do Tocantins) e a outra em Goiás (Posse, a sudeste do Estado do Tocantins). Contribuindo assim para a compreensão das principais características genéticas e dinâmicas do clima na porção sul/sudeste do Estado do Tocantins, principalmente quanto à transição com o clima goiano, por causa das variações topográficas (desnível de aproximadamente 600 metros entre as duas localidades escolhidas). Além disso, Posse (GO) e Peixe (TO) também apresentam diferenças latitudinais e longitudinais, que poderão interferir no plano da circulação atmosférica e da participação das massas de ar sobre cada uma das localidades.

MATERIAL E MÉTODOS

A técnica utilizada neste plano de trabalho foi a análise rítmica proposta por Monteiro (1971) e defendida atualmente por Zavattini e Boin (2013), que visa compreender a atuação das massas de ar sobre o espaço geográfico através de sua sucessão, na escala diária.

Foram obtidos dados das estações climatológicas (analógicas) disponíveis no INMET, referentes às localidades de Posse (GO) e de Peixe (TO). Para a seleção dos dados para este estudo, identificou-se os de melhor cobertura, que foram os dados dos anos de 2000 a 2009, difinindo assim os padrões anuais de pluviosidade para cada uma das estações do estado e entorno: anos secos, habituais e chuvosos, a partir de classes determinadas pelo desvio-padrão da pluviosidade anual. Em seguida, pormeio da interpolação dos resultados obtidos, reproduziram-se os mapas, representando espacialmente os padrões da pluviosidade no Estado do Tocantins (GOMES et al, 2012). Chegou-se, assim, aos anos de 2000, 2001 e 2007 como sendo aqueles com melhor representação dos padrões chuvoso, habitual e seco, respectivamente, sobre o Estado do Tocantins.

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Obteve-se imagens do satélite meteorológico GOES relativas aos anos 2000, 2001 e 2007 gratuitamente no site da agência NOAA e do INPE para a realização do estudo. Os sistemas atmosféricos atuantes foram identificados sobre as duas localidades (Posse e Peixe) através da inspeção visual das referidas imagens. Os dados de se juntaram à inspeção visual das imagens, possibilitando a identificação dos sistemas atmosféricos sobre cada localidade, na escala diária.

Os dados climáticos e os sistemas atmosféricos identificados foram representados conjuntamente em gráficos de análise rítmica, seguindo as determinações de Zavattini e Boin (2013) para esse tipo de procedimento. Foram gerados gráficos para cada localidade mencionada e para cada ano-padrão, totalizando seis gráficos de análise rítmica. Esses gráficos foram construídos e finalizados com o auxílio dos softwares

Microsoft Excel® e Corel Draw®.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

Nas observações de Peixe (2000) a Massa Tropical Atlântica atuou 80,9%, seguida dos sistemas equatoriais, representados pela Massa Equatorial Atlântica, com 13,7% de atuação; e a Massa Equatorial Continental, com 2,7% de atuação. Houve a presença dos sistemas frontais, caracterizados pela Frente Polar Atlântica com Repercussão, com 1,1% de atuação; a Frente Polar Atlântica, com 0,8% de atuação; e a Frente Polar Atlântica em Dissipação, com 0,5% de atuação. A Massa Polar também atuou de forma pouco expressiva sobre esta localidade, com 0,3% de atuação no ano 2000. Em Posse (2000), também houve maior domínio da Massa Tropical Atlântica, com 83,8%. A Massa Equatorial Atlântica atuou em 12,6% do tempo e a Massa Equatorial Continental em 0,3%. A Frente Polar Atlântica e a Frente Polar Atlântica em Dissipação, tiveram mesma participação, 1,1% e a Frente Polar com Repercussão atuou em 0,8% do tempo. Por fim, a Massa Polar Velha atuou em 0,3% do tempo. O total pluviométrico identificado em Peixe (2000) foi de 2022,8mm, sendo que deste total 71% foram originadas por sistemas tropicais, 28,2% advindos de sistemas equatoriais e 0,9% por sistemas frontais. Já em Posse (2000) o total pluviométrico registrado foi um pouco inferior, de 1631,2mm, mas com origens semelhantes à de Peixe, sendo 71,9% da pluviosidade de origem no sistema tropical, 24,2% nos sistemas equatoriais e 3,9% de

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Sistemas Frontais. Neste ano chuvoso (2000), é possível observar que ocorre maior atuação de sistemas frontais em Posse em comparação a Peixe, porém a maioria da pluviosidade, tanto em Peixe quanto em Posse, é gerada em decorrência do sistema tropical (MTA).

Nas observações de Peixe (2001) a Massa Tropical Atlântica atuou 78,1%. Em seguida a Massa Equatorial Atlântica com 16,2% e a Massa Equatorial Continental com 2,7%. Posteriormente a Frente Polar Atlântica com Repercussão e a Frente Polar Atlântica em Dissipação, ambas com 1,1%; e a Frente Polar Atlântica, com 0,5%. E por fim a Massa Polar Velha que atuou em 0,3% do tempo. Em Posse (2001), a atuação das massas de ar é semelhantemente à atuação em Peixe, porém com ligeiro aumento da ação da MTA. Esta massa atuou em 84,7% dos dias, a Massa Equatorial Atlântica em 10,7%, a Massa Equatorial Continental em 0,8%, a Frente Polar Atlântica em 0,8%, a Frente Polar Atlântica em Dissipação em 1,6%, a Frente Polar com Repercussão em 1,1%, e a Massa Polar Velha em 0,3%. A pluviosidade total da Estação Meteorológica de Peixe (2001) foi 1102,4 mm, indicando redução severa em relação ao ano de 2000 e denotando forte variabilidade. Apesar do ano de 2001 ser considerado um ano habitual na escala estadual, demonstrou um padrão seco na localidade de Peixe. Deste total, 64,6% foram produzidos por sistema tropical, 34,7% por sistemas equatoriais, e apenas 0,7% por sistemas frontais. Já em Posse, o total foi de 1349,8 mm, também com redução em relação ao ano anterior, porém sem que o padrão seco fosse atingido. Destes, 74,9% foram originados por sistema tropical20,8% por sistemas equatoriais e 4,3% por sistemas frontais.

Em Peixe (2007) a Massa Tropical Atlântica atuou 79,1%, seguida da Massa Equatorial Atlântica com 17%, Massa Equatorial Continental com 1,1%. Em seguida a Frente Polar Atlântica em repercussão com 1,4% seguida da Frente Polar Atlântica com 0,8%, Frente Polar Atlântica em dissipação com 0,3% e a Massa Polar Velha com 0,3%. Em Posse (2007), os sistemas atmosféricos tiveram participações semelhantes às de Peixe (2007), a Massa Tropical Atlântica teve maior atuação, com 80,8%, posteriormente observaram-se as massas equatoriais, representadas pela Massa Equatorial Atlântica com 15,9%, e pela Massa Equatorial Continental com 0,5%. A

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Frente Polar Atlântica e a Frente Polar Atlântica em Repercussão atuaram em 1,1% dos dias, a Frente Polar Atlântica em Dissipação em 0,3% e a Massa Polar Velha em 0,3% dos dias. A pluviosidade total registrada pela Estação Meteorológica de Peixe (2007) foi 1173,5mm, acompanhando o padrão seco na escala estadual. Desse total, 52,3% foram oriundos do sistema tropical, 41,8% de sistemas equatoriais, 4,6% de sistemas frontais e 1,3% da Massa Polar Velha. Em Posse, o total registrado foi bastante inferior ao de Peixe, de apenas 820,8mm, sendo 64,7% vindo do sistema tropical, 28,2% dos sistemas equatoriais, 6,6% de sistemas frontais e 0,4% da Massa Polar Velha. Observa-se, dessa forma, que o ano seco foi marcado por uma ligeira redução nas precipitações originadas pela Massa Tropical Atlântica em ambas as localidades, sendo que essa redução se mostrou mais severa no caso de Peixe.

Sob a perspectiva de Pinto (2013), a atuação dos sistemas atmosféricos e a gênese das chuvas em Peixe – TO correspondem aos resultados obtidos neste estudo, no qual a Massa Tropical Atlântica (MTA) é dominante no decorrer do ano e a maioria das chuvas é advinda deste sistema, seguida das massas equatoriais, a Massa Equatorial Atlântica (MEA) e a Massa Equatorial Continental (MEC) e, enfim, pelos sistemas frontais e polares, ou seja, a Frente Polar Atlântica (FPA), a Frente Polar Atlântica em Dissipação (FPA-DIS), a Frente Polar Atlântica em Repercussão (FPA-REP) e a Massa Polar Velha (MPV).

LITERATURA CITADA

GOMES, L. P. O.; SILVA, A. A. F.; SOUZA, L. B. Notas sobre a seleção de anos-padrão para o estudo da gênese e da dinâmica climática no Estado do Tocantins: aspectos metodológicos a partir da inclusão do critério espacial. Geonorte, edição especial 2, v. 1, n.5, p.628-641, 2012. Disponível em: < www.revistageonorte.ufam.edu.br/> Acesso em: 20 jan 2013.

PINTO, P. H. P. As chuvas no estado do Tocantins: distribuição geográfica e gênese das variações rítmicas. 183 f. 2013. Dissertação (Mestrado em Geografia), Universidade Estadual Paulista, Instituto de Geociências e Ciências Exatas, Rio Claro, 2013.

ZAVATTINI, J. A.; BOIN, M. N. Climatologia Geográfica: teoria e prática de pesquisa. Campinas: Alínea, 2013.

AGRADECIMENTOS

Referências

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