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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL UNIJUI DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIA

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UNIVERSIDADE REGIONAL DO NOROESTE DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL – UNIJUI

DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E ENGENHARIA

CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA CIVIL

JONATAN SILVEIRA SCHMIDT

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE

CASO EM UM CENTRO CULTURAL EM PORTO LUCENA-RS

Santa Rosa 2017

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JONATAN SILVEIRA SCHMIDT

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE

CASO EM UM CENTRO CULTURAL EM PORTO LUCENA-RS

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação em Engenharia Civil da Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul - UNIJUI - apresentado como requisito parcial para obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof Fernando Wypyszynski

Santa Rosa 2017

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JONATAN SILVEIRA SCHMIDT

PLANO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIOS: ESTUDO DE

CASO EM UM CENTRO CULTURAL EM PORTO LUCENA-RS

Este Trabalho de Conclusão de Curso foi julgado adequado para a obtenção do título de ENGENHEIRO CIVIL e aprovado em sua forma final pelo professor orientador e pelo membro da banca examinadora.

Santa Rosa, Dezembro de 2017

__________________________________ Prof. Fernando Wypyszynski

Pós-graduado pela Universidade Regional da Missões - URI- Orientador

____________________________________ Prof. Diorges Carlos Lopes

Coordenador do Curso de Engenharia Civil/UNIJUÍ

BANCA EXAMINADORA

___________________________________ Prof. Paula Weber Prediger (UNIJUI) Mestre pela Universidade de Passo Fundo

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente agradeço á Deus, pela saúde, força, e por iluminar e abençoar minha trajetória.

A minha família, por serem minha base, meu porto seguro. Obrigado por estarem comigo desde o começo desta caminhada. Obrigada pelo incentivo, amor, carinho e força.

Ao meu Orientador Professor Fernando Wypyszynski, pela ajuda, paciência, atenção, por todo conhecimento transmitido, pois tudo foi de suma importância na realização desse trabalho.

Ao Prof. Diorges Carlos Lopes, pela ajuda e determinação na realização desta matéria. A Universidade Regional do Noroeste do Rio Grande do Sul- UNIJUI e a todos os demais professores, por todo conhecimento que me proporcionaram ao longo desses anos, pela educação, suporte, crescimento pessoal e principalmente profissional.

A todos que de alguma forma ajudaram, participaram, e auxiliaram, na realização dessa tarefa difícil, meu muito obrigado!

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“Que os vossos esforços desafiem as impossibilidades, lembrai-vos de que as grandes coisas do homem foram conquistadas do que parecia impossível.”

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RESUMO

SCHMIDT, Jonatan Silveira. Plano de Prevenção e Combate a incêndios: Estudo de Caso em um Centro Cultural na Cidade de Porto Lucena. 2017. Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,Santa Rosa, 2017.

O presente trabalho de conclusão de curso faz uma análise profunda sobre o Plano de Prevenção e Combate a Incêndios (PPCI) de uma edificação pública, em um Centro Cultural na cidade de Porto Lucena, verificando, com embasamento nas leis, normas e decretos existentes, as condições de segurança do local, dando contribuição de melhorias listando as alterações necessárias para deixar o local em perfeitas condições de funcionamento. Foi realizada a classificação da edificação, afim de apontar quais as exigências e mudanças que devem ser feitas na edificação, dentre elas, números de extintores, sinalizações e saídas de emergência. Lista também os documentos necessários para encaminhamento do projeto para análise e verificação documental para o Corpo de Bombeiros, e por fim foi elaborado o Projeto de Plano de Prevenção Contra Incêndio, com as referidas mudanças necessárias. Palavras Chaves: Incêndio. Projeto. PPCI. Proteção e segurança.

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ABSTRACT

SCHMIDT, Jonatan Silveira. Plano de Prevenção e Combate a incêndios: Estudo de Caso em um Centro Cultural na Cidade de Porto Lucena. 2017. Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso. Curso de Engenharia Civil, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul – UNIJUÍ,Santa Rosa, 2017.

The present work of course completion makes an in-depth analysis of the Prevention and Firefighting Plan (PPCI) of a public building, in a Cultural Center in the city of Porto Lucena, verifying, based on existing laws, rules and decrees, the conditions of security of the place, giving contribution of improvements listing the necessary changes to leave the place in perfect working conditions. The classification of the building was carried out, in order to indicate the requirements and changes that must be made in the building, among them, numbers of extinguishers, signs and emergency exits. It also lists the documents required for the project's forwarding for analysis and documentary verification to the Fire Department, and finally the Draft Fire Prevention Plan was prepared with the necessary changes.

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LISTA DE QUADROS

Quadro 01 - Organograma ... 34

Quadro 02 - Classificação da edificação quanto a sua ocupação e uso ... 36

Quadro 03 - Classificação da edificação quanto à altura... 37

Quadro 04 - Classificação da edificação quanto ao grau de risco de incêndio ... 37

Quadro 05 - Classificação da edificação quanto ao grau de risco de incêndio ... 37

Quadro 06 - Classificação da Edificação quanto à capacidade de lotação ... 38

Quadro 07 - Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio ... 39

Quadro 08 - Controle de materiais de acabamento e revestimento ... 40

Quadro 09 - Dados para o dimensionamento das saídas de emergência ... 41

Quadro 10 - Características Construtivas ... 42

Quadro 11 - Dimensionamento das distâncias máximas a serem percorridas ... 42

Quadro 12 - Capacidade extintora "A" mínima e a distância máxima a ser percorrida44 Quadro 13 - Capacidade extintora "B" mínima e a distância máxima a ser percorrida 45 Quadro 14 - Capacidade extintora "C" mínima e a distância máxima a ser percorrida 45 Quadro 15 - Dimensionamento da Brigada de Incêndio ... 47

Quadro 16 - Carga Horária mínima por nível de treinamento ... 48

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LISTA DE SIGLAS

ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas

CBMRS - Corpo de Bombeiros militar do Rio Grande do Sul

CBPMESP – Corpo de Bombeiros da Policia Militar do Estado de São Paulo INMETRO – Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia IT – Instrução Técnica

NBR - Norma Regulamentadora Brasileira

NFPA - Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA NR – Norma Regulamentadora

NT – Norma Técnica

PPCI - Plano de Prevenção e Proteção Contra Incêndio PrPCI - Projeto de Prevenção contra incêndio

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ... 12

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA ... 13

2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA ... 14

2.1 HISTÓRICOS DA LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO ... 14

2.2 LEGISLAÇÕES EM VIGOR ... 16

2.3 O FOGO ... 16

2.3.1 Propagação do Fogo ... 17

2.3.2 Métodos de Extinção do Fogo ... 18

2.4 CLASSES DE INCÊNDIO ... 18

2.5 CAUSAS DE INCÊNDIO ... 19

2.6 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS ... 20

2.7 PROJETO ... 23

2.8 CONTROLES DE MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO ... 23

2.9 ISOLAMENTOS DE RISCO ENTRE EDIFICAÇÕES ... 24

2.10 COMPARTIMENTAÇÕES HORIZONTAIS E VERTICAIS ... 24

2.11 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA ... 25

2.11.1 Corredores ... 26

2.11.2 Portas ... 26

2.11.3 Escadas ... 26

2.11.4 Sistemas de Hidrantes e Mangotinhos ... 27

2.12 SISTEMAS DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS ... 27

2.13 EXTINTORES ... 28

2.14 SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA ... 29

2.15 SISTEMAS DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO ... 30

2.16 SINALIZAÇÕES DE EMERGÊNCIA ... 30

3 METODOLOGIA ... 32

3.1 TIPOS DE PESQUISA ... 32

3.1.1 Quanto os fins ... 32

(11)

3.2 MÉTODOS DE PESQUISA ... 33

3.3 DELINEAMENTO ... 33

4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ... 35

4.1 Classificação da edificação ... 35

4.1.1 Classificação quanto a sua ocupação e uso ... 35

4.1.2 Classificação da edificação quanto à altura ... 36

4.1.3 Classificação da edificação quanto ao grau de risco de incêndio ... 37

4.1.4 Classificação quanto à capacidade de lotação ... 38

4.1.5 Classificação quanto á área total construída ... 38

4.2 Definição das exigências para edificações e áreas de risco contra incêndio ... 38

4.3 DETALHAMENTO DAS EXIGÊNCIAS ... 40

4.3.1 Controle de materiais de acabamento e revestimento ... 40

4.3.2 Saídas de Emergência ... 41 4.3.3 Iluminação de Emergência ... 43 4.3.4 Sinalização de Emergência ... 43 4.3.5 Extintores ... 44 4.3.6 Brigada de Incêndio ... 46 4.3.7 Plano de Emergência ... 48 4.4 DOCUMENTAÇÃO DO PPCI ... 49 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 51 REFERÊNCIAS ... 52

ANEXO A - MEMORIAL DESCRITIVO DE ANÁLISE PARA SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO ... 54

ANEXO B - MODELO DE ANOTAÇÃO DE RESPONSABILIDADE TÉCNICA ... 58

ANEXO C PLANTA DE LOCALIZAÇÃO/SITUAÇÃO ... 59

ANEXO D - FACHADA ... 60

ANEXO E - PLANTA PPCI PAVIMENTO TÉRREO ... 61

ANEXO F - CORTE ... 62

ANEXO G - LEGENDA DA SIMBOLOGIA DOS SISTEMAS DE EMERGÊNCIA E PROTEÇÃO DE INCÊNDIO ... 63

ANEXO H - MODELO DE CERTIFICADO DE TREINAMENTO DE PREVENÇÃO E COMBATE A INCÊNDIO ... 64

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ANEXO J - MODELO DE LAUDO TÉCNICO DE CONTROLE DE MATERIAIS DE ACABAMENTO E REVESTIMENTO ... 69 ANEXO L - MODELO DE TAXA DE ANÁLISE E VISTORIA ... 72

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1 INTRODUÇÃO

Prevenção e combate à incêndios é uma das principais medidas de controle e prevenção de grandes acidentes e tragédias, que deve ser encarada com muita seriedade, pois ela tem o objetivo de diminuir tais sinistros, preservando o patrimônio e a integridade física dos ocupantes.

Infelizmente, muitas mortes tiveram que acontecer para tal medida ser tratada com mais ênfase, um exemplo clássico é o incêndio da boate Kiss, em janeiro de 2013, onde a principal causa foi a negligência dos proprietários ou descaso dos órgãos públicos, no qual o local que ocorreu o incêndio foi adaptado de forma errônea e com investimentos no âmbito da segurança insuficientes.

Atualmente uma série de medidas de combate ao fogo vem sendo adotada, através do incremento de novos equipamentos e técnicas, e também novas legislações, com atualizações frequentes. As legislações são específicas para cada estado brasileiro, compostas por Normas Técnicas, Leis, Portarias e Resoluções do Corpo de Bombeiros, a qual deve ser seguida na elaboração dos projetos de prevenção e proteção contra incêndios, pois a mesma detalha os equipamentos necessários para cada tipo de construção, as condutas no momento do acidente, e também todas as observações e cuidados que se deve ter na elaboração do projeto.

Portanto esse trabalho tem como tema realizar um estudo de caso em um centro cultural na cidade de Porto Lucena, com o levantamento de dados, afim de auxiliar a elaboração de um PPCI , e também a realização de um projeto de prevenção e proteção contra incêndio, a fim de verificar a conformidade do PPCI que foi executado no local em relação à norma específica.

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1.1 CONTEXTO

Tal tema foi escolhido com o objetivo de aumentar os conhecimentos na área, pois este ramo está em constante crescimento, devido ás exigências atuais de seguimento das normas pelos projetistas e profissionais da área civil.

1.1 OBJETIVOS DA PESQUISA

O objetivo geral deste trabalho é analisar a legislação vigente relativa à segurança contra incêndio e produzir um Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio em locais públicos de multiuso.

E os objetivos específicos são:

· Analisar a edificação e a conformidade com a norma vigente, verificando possíveis discrepâncias.

· Conceber um Plano de Prevenção e Proteção contra Incêndio - PPCI no Centro Cultural conforme a legislação vigente.

1.2.1 Delimitação

Realizar um estudo comparativo para verificar a conformidade do PPCI que foi executado no local, com o que prevê a Lei 14.376, do Rio Grande do Sul.

(15)

2

REVISÃO BIBLIOGRÁFICA

Nesta parte está apresentada a revisão bibliográfica que servirá como base para a elaboração deste trabalho. São abordados conceitos, teorias e métodos relacionados com o tema estudado.

2.1 HISTÓRICOS DA LEGISLAÇÃO E NORMATIZAÇÃO

Há muitas décadas já havia vários relatos de grandes incêndios, que tomavam grande parte das cidades antigas, em virtude de edificações serem contíguas e na maior parte com estruturas de madeiras e ruas estreitas, e também pelo fato de existir pouca preocupação da humanidade em relação às instalações e a prevenção contra o incêndio. “Nos estados Unidos, antes que ocorressem incêndios com grande perda de vidas, a segurança contra incêndios tinha por ênfase a proteção ao patrimônio” (SILVA, 2012).

Conforme relata Silva (2012), o primeiro grande incêndio da Era Cristã, foi em 19 de Julho de 64, em Roma, no qual o fogo propagou-se por nove dias, ocasionando a morte de milhares de pessoas, e praticamente três quartos da cidade ficou destruída.

Em se tratando de perda de bens materiais, pode ser citado o grande incêndio que ocorreu na fábrica de transmissões automáticas da General Motors, em Livornia nos Estados Unidos, em agosto de 1953, considerado o maior incêndio em perda material no mundo, e também a perda de seis vidas humanas.(SECCO,1970).

Silva (2012), também destaca outros incêndios históricos, que foi o de Londres, em 2 de setembro de 1666, destruindo mais de 13 mil casas, e também o de Chicago, em 8 de outubro de 1871, com mais de 300 mortes, em dois dias de incêndio.

O Marco divisório na segurança contra incêndio aconteceu no século XX, após ocorrerem quatro grandes incêndios, nos locais citados a seguir: teatro Iroquois em Chicago, com 600 vítimas, Opera Rhoads, em Boyertown, com 170 vítimas, Lake View Elementary School em Cleveland, com 174 vítimas, e por fim em Triangle Shirtwaist Company, Nova York com 146 vítimas. Até então quatro edições do Manual de proteção contra incêndios, da

NFPA (Associação Nacional de Proteção a incêndios/EUA) haviam sido publicadas, até que

surgiu o marco histórico, que foi a quinta edição, no ano de 1914, no qual já era relatado o ultimo incêndio citado anteriormente, da Triangle Shirtwaist, ampliando a missão da NFPA

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para a proteção de vidas também, e não somente de propriedades, e também após esse incêndio, a NFPA criou o Comitê de Segurança da Vida, o qual gerou recomendações para a construção de escadas e a disposição de saídas de emergências (SILVA, 2012).

Conforme relata Silveira (1988) os Estados Unidos e a Inglaterra foram os dois países no mundo que primeiro se interessaram pelo assunto de prevenção e combate a incêndios, e ocupam de tudo que visa desenvolver a ideia de emprego dos meios de prevenção a fim de evitar tais destruições causadas pelo incêndio.

Já no Brasil, como até o início dos anos 70 não havia muitos relatos de grandes incêndios, a segurança contra incêndio era vista em segundo plano, sem muita importância. Silva (2012), destaca que a regulamentação contida nos códigos de obras dos municípios era esparsa, sem qualquer incorporação de aprendizados dos relatos de incêndios ocorridos no exterior, exceto, em relação à dimensão da largura das saídas e escadas e também estruturas de prédios mais elevados. As normas da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) tratavam de assuntos referentes à produção de extintores, até que então se iniciou uma sequência de tragédias no Brasil, e foi após o incêndio no edifício Joelma , em fevereiro de 1974, gerando 179 mortes e 320 feridos, que se iniciou o processo de reformulação das medidas de segurança contra incêndios no Brasil, surgindo então a necessidade da elaboração de normas técnicas e legislações a serem seguidas.

A Prefeitura Municipal de São Paulo editou o Decreto Municipal nº 10.878 que “instituiu normas especiais para a segurança dos edifícios a serem observadas na elaboração do projeto, na execução, bem como no equipamento, e dispõe ainda sobre sua aplicação em caráter prioritário” (SILVA, 2012).

Posteriormente, como relata Silva (2012), foi realizada a primeira manifestação técnica, em março de 1974, onde o Clube de Engenharia do Rio de janeiro, realizou um Simpósio de Segurança Contra Incêndio, buscando enfatizar a respeito de três assuntos: Como evitar incêndios, como combatê-los e como minimizar os efeitos.

Ainda em 1974, a ABNT publicou a NB 208 – Saídas de Emergência em Edifícios Altos. Em 1975, o governador do Rio de Janeiro apresenta o Decreto Lei nº 247, referente à Segurança Contra Incêndios e Pânico, e no mesmo ano ocorreu a reestruturação do Corpo de Bombeiros de São Paulo, com a principal missão de evitar incêndios. Em 1978, o Ministério do Trabalho editou a Norma Regulamentadora 23 – Proteção Contra Incêndios, dispondo

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regras de proteção contra incêndio da relação entre o empregador e empregado (SILVA, 2012).

Portanto, como observa Silveira (1988) “em nossos dias, em todas as cidades adiantadas do mundo, há regulamento visando à prevenção contra incêndios, com também, meios para combatê-los.”

2.2 LEGISLAÇÕES EM VIGOR

Atualmente, em cada estado brasileiro existe uma legislação específica, composta por Normas Técnicas, Leis, Portarias e Resoluções do Corpo de Bombeiros, os quais devem ser seguidos na elaboração dos projetos, pois a segurança quanto ao risco de incêndio depende do atendimento aos dispositivos legais. Observa-se que o Corpo de Bombeiros é o órgão responsável pela aprovação de projetos, vistoria e fiscalização de edificações no que se refere à proteção e combate a incêndios.

A legislação do Rio Grande do Sul sofreu várias alterações e incrementos após a tragédia da Boate Kiss em Santa Maria, ocorrido em Janeiro de 2013. Foi criada a Lei Complementar Nº 14.376 em 26 de dezembro de 2013, estabelecendo normas sobre Segurança, Prevenção e Proteção contra Incêndios nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul, uma legislação mais clara, para evitar qualquer interpretação equivocada.

De acordo com Brentano (2015):

O incêndio na boate Kiss, em Santa Maria, RS, se tornou um divisor de águas na segurança contra incêndios no Brasil e, certamente, no mundo. Há milhares de espaços de reunião de público ainda no Brasil que devem receber adaptações e melhoramentos para aumentar a segurança contra incêndios dos seus frequentadores, a maioria deles são espaços pequenos difíceis de sofrer modificações nos seus leiautes sem inviabilizar o negócio. Outros também podem ser inviabilizados pelo elevado custo das modificações exigidas pela legislação.

2.3 O FOGO

O fogo constitui um risco intrínseco à ocupação e utilização dos edifícios, o mesmo pode produzir vários danos, podendo ser no patrimônio, uma interrupção de sua atividade econômica, ou o pior, a perda da vida do ser humano.

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Porém conforme relata Secco (1970) o “fogo é uma necessidade indiscutível à vida moderna, como sempre foi aos nossos antepassados, desde a Idade da Pedra, quando era usado exclusivamente para o aquecimento do homem da caverna”.

Segundo Ferigolo (1977), “o fogo é uma reação química denominada combustão, que se caracteriza pelo desprendimento de luz e calor”.

Já Brentano (2015), conceitua o fogo como sendo:

uma reação química exotérmica, denominada combustão, que ocorre coma oxidação rápida do material combustível, sólido ou liquido, com o oxigênio do ar, provocada por uma fonte de calor, que gera chamas, desprende calor, alem de emitir fumaça, gases e outros resíduos.

Assim como enfatiza Gomes (1998) “por tão justas e importantes razões, o incêndio vem sendo considerado um mal que deve ser evitado a todo custo, eis que seu combate, via de regra, ocorre em condições muito desfavoráveis à sua rápida extinção".

2.3.1 Propagação do Fogo

O comportamento do fogo é complexo e sua propagação, muitas vezes, imprevisível. Os fatores que contribuem para a propagação do fogo são: quantidades, volumes e espaçamentos dos materiais combustíveis no local; tamanho e situação das fontes de ignição; área e localização das janelas; velocidade e direção do vento e também a forma e as dimensões do local. Todos esses fatores estão relacionados com a transmissão do calor e se não houver medidas de prevenção eficazes, pode ocorrer de três formas: condução ou contato, convecção e radiação térmica (BRENTANO, 2015).

Para Luz Neto (1995 apud FREIRE, 2009, p. 21) o fogo é uma reação química

chamada combustão, a qual necessita da existência simultânea de três elementos básicos para se propagar: combustível, como por exemplo madeira, papel, gases e óleo; comburente, tendo o oxigênio como principal, pois ele que ativa, dá vida e intensifica o fogo; e o calor, sendo o elemento que dá início, mantém e dá propagação.

Conforme Bonitese (2007 apud FREIRE, 2009, p.22) " para que o fogo posso ocorrer, são necessários que seus três elementos, combustível, calor e oxigênio, estejam em presença contínua. Se não houver combustível ou oxigênio suficiente, ou houver redução de energia por extinção ou agentes retardantes, o fogo não se mantém".

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2.3.2 Métodos de Extinção do Fogo

Após conhecer os elementos que são necessários para ocorrer o fogo, ou seja, os combustíveis, fontes de calor e o comportamento humano, se deduz que, para extingui-lo basta eliminar um dos três elementos essenciais, ou interromper a reação química em cadeia. Os métodos de extinção do fogo são: isolamento (retirada do material), abafamento (retirada do comburente), resfriamento (retirada do calor) e extinção química (quebra da cadeia de reação química) (BRENTANO, 2015).

Conforme explica Gomes (1998), o resfriamento tem como objetivo reduzir o calor gerado, provocando a queda da temperatura para baixo da temperatura de combustão ou de ignição, e às vezes, abaixo do ponto de fulgor. O agente extintor utilizado é a água aplicada em forma de jato sólido ou de uma chuva fina. O abafamento reduz a presença do oxigênio, ou seja, do comburente, no processo da queima. Já referente á reação química a combustão poderá ser extinta aplicando um produto químico fazendo a interrupção do fenômeno.

2.4 CLASSES DE INCÊNDIO

A Classificação dos incêndios, de acordo com Gomes (1998) “depende fundamentalmente do modo como é avaliada sua periculosidade". Ele ainda afirma que independente do modo a ser adotado, sempre haverá material combustível envolvido, em maior ou menor quantidade, representado pelo mobiliário, pelas peças decorativas, aparelhos elétricos, livros, paredes divisórias, forros falsos, tanto em áreas residenciais como comerciais.

Para a prevenção contra incêndios, duas formas de classificação, basicamente, são aceitáveis:

- Pela natureza dos materiais combustíveis existentes nas áreas a serem protegidas; - Pela quantidade dos materiais combustíveis existentes nas áreas a serem protegidas (GOMES, 1998, p.26).

De acordo com a NFPA - Associação Nacional de Proteção a Incêndios/EUA, “os incêndios são classificados de acordo com os materiais neles envolvidos, bem como a situação em que se encontram. Essa classificação determina a necessidade do agente extintoradequado". Essa classificação foi adotada também pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas/BR e Corpos de Bombeiros/BR.

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CLASSE “A”

Segundo Gomes ( 1988) “Fogo em sólidos combustíveis mais comuns e de fácil combustão, tais como: algodão, fibras, madeira, papel, tecidos e similares” .

Camilo Junior (2007) salienta que “os incêndios desta classe possuem duas características principais: a de deixarem resíduos quando queimados (brasa, cinza, carvão), e a de queimarem em superfície e profundidade".

CLASSE “B”

Conforme Gomes (1988), “Fogo em líquidos inflamáveis e líquidos petrolíferos: álcool, gasolina, graxas, vernizes e similares".

As principais características de acordo com Camilo Junior (2007), são que queimam somente em superfície, nunca em profundidade e não deixando resíduos quando queimados.

CLASSE “C”

Ainda classificando de acordo com Gomes (1988), é o “fogo em equipamentos elétricos energizados: motores, circuladores de ar, aparelhos de ar condicionado, televisores, rádios e outros similares”.

De acordo com Camilo Junior (2007), para a extinção de incêndios dessa classe, deve-se utilizar um agente extintor não-condutor de eletricidade, como por exemplo pó químico seco e gás carbônico, e nunca utilizar água, ou outro agente que contenha a sua composição.

CLASSE “D”

“Fogo em metais pirofóricos e suas ligas; alumínio em pó, zinco, magnésio, potássio, titânio, sódio e zircônio” (GOMES, 1988).

2.5 CAUSAS DE INCÊNDIO

Para se ter o início de um fogo, deve-se ter a concorrência simultânea de uma fonte de calor de um combustível e de um componente humano, sendo que o último é extremamente importante, sendo uma das principais causas da ocorrência do fogo, através da negligência comportamental na ocupação da edificação. Também existem dois outros elementos que devem ser considerados, o oxigênio e reação química em cadeia. Os incêndios podem ter

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várias origens, podendo se destacar: cigarros e assemelhados, forno e fogão, eletricidade, atrito, líquidos inflamáveis, raios e criminal (BRENTANO, 2015).

Segundo Gomes (1998), as causas mais comuns de incêndio são causas fortuitas, causadas por cigarro, tomadas elétricas sobrecarregada, equipamento elétrico funcionando irregularmente, entre outros, e também causas acidentais que são vazamento de líquido inflamável em área de risco, combustão espontânea, curto circuito em aparelho elétrico energizado ou em fiação não isolada adequadamente, entre outros.

2.6 MEDIDAS DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIOS De acordo com o artigo publicado por Brentano (2015),

A proteção ou segurança contra incêndios de uma edificação se desenvolve em três etapas:

 A proteção passiva, que acontece durante a elaboração dos projetos da edificação (responsabilidades dos projetistas e executantes da edificação);

 A proteção preventiva, que acontece durante a ocupação da edificação (responsabilidades da brigada de incêndio e dos ocupantes da edificação);

 A proteção ativa, que acontece quando ocorre um foco de fogo (responsabilidade da brigada de incêndio).

De acordo com a lei 14.376 (2013):

[...] medidas de segurança contra incêndio são o conjunto de dispositivos ou sistemas a serem instalados nas edificações e áreas de risco de incêndio, necessário para evitar o surgimento de um incêndio, limitar sua propagação, possibilitar sua extinção e ainda propiciar a proteção à vida, ao meio ambiente e ao patrimônio; As medidas de prevenção são aquelas associadas ao elemento precaução contra o início do incêndio destinando-se a prevenir a ocorrência do mesmo.

A inclusão de medidas de prevenção e combate ao incêndio, e principalmente, de meios que permitam o rápido abandono dos ambientes, caso ocorra o sinistro, tudo isso devem ser claramente analisados pelo projetista, juntamente com o proprietário, levando em consideração as condições específicas da obra, ou seja, o porte da edificação, número de usuários e a finalidade de utilização, e também, todas as exigências do poder público, e as recomendações das normas técnicas para o projeto e da especificação de equipamentos (SILVA, 2012).

Já as medidas de proteção de acordo com Silva (2012), dividem-se em proteção passiva e proteção ativa.

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A proteção Ativa, segundo a NBR 14432 (ABNT, 2000) é o “tipo de proteção contra incêndio que é ativada manual ou automaticamente em resposta aos estímulos provocados pelo fogo, composta basicamente das instalações prediais de proteção contra incêndio”.

A mesma norma, ainda define a proteção passiva, como o:

conjunto de medidas incorporado ao sistema construtivo do edifício, sendo funcional durante o uso normal da edificação e que reage passivamente ao desenvolvimento do incêndio, não estabelecendo condições propícias ao seu crescimento e propagação, garantindo a resistência ao fogo, facilitando a fuga dos usuários e a aproximação e o ingresso no edifício para o desenvolvimento das ações de combate.

Os meios ativos de acordo com Silva (2012) são extintores, rede de hidrantes, sistemas automáticos de detecção de calor ou fumaça, brigada contra incêndio etc. Os passivos, a verificação da segurança das estruturas em incêndio, rotas de saída desobstruídas, incluindo escadas de segurança, bem dimensionadas e sinalizadas, compartimentarão horizontal e vertical, uso de materiais de revestimento que diminuem a propagação das chamas, projeto de instalações elétricas respeitando as normas técnicas. A proteção passiva garante a resistência ao fogo e facilita a fuga dos usuários, e também a aproximação e ingresso ao local para a realização de ações de combate.

Segundo a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), destacam-se como os principais sistemas de proteção ativa:

 Sistema de detecção e alarme automáticos de incêndio. Regulamentado pela

NBR 9441;

 Sistema de iluminação de emergência, regulamentado pela NBR 10898;

 Sinalização de segurança contra incêndio e pânico, regulamentado pela NBR

13434;

 Sistema de alarme manual de incêndio (botoeiras), regulamentado pela NBR

9441;

 Sistemas de extinção automática de incêndio (chuveiros automáticos –

sprinklers, e outros sistemas especiais de água ou gases), regulamentado pela NBR 10897;

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 Sistemas de proteção por extintores de incêndio, regulamentado pela NBR 12693;

 Portas corta-fogo para saída de emergência, regulamentado pela NBR 11742;

 Rotas de fuga, regulamentado pela NBR 9077;

 Sistema de proteção contra descargas atmosféricas (pára raios), regulamentada

pela NBR 5419;

 Extintores de incêndio com carga de água, regulamentado pela NBR 11715;

 Mangueira de incêndio - Requisitos e métodos de ensaio, regulamentado pela

NBR 11861;

 Mangueira de incêndio - Inspeção, manutenção e cuidados, regulamentado pela

NBR 12779;

 Sistemas de hidrantes e de mangotinhos para combate a incêndio,

regulamentado pela NBR 13714;

 Brigada de incêndio, regulamentado pela NBR 14276.

Silva (2012) destaca que os edifícios de pequeno porte e de fácil desocupação, exigem menos dispositivos de segurança, podendo ser dispensada a verificação do local no caso de incêndios. Já nos edifícios maiores, há uma exigência maior de segurança, pois há certa dificuldade de se avaliar o tempo necessário para a desocupação do local, e também pelo fato de acontecer um possível desabamento afetando a vizinhança e também a equipe de combate.

Conforme a lei 14.376 (2013): as edificações e as áreas de risco de incêndio serão dotadas das seguintes medidas de segurança, que serão fiscalizadas pelo CBMRS:

I - restrição ao surgimento e propagação de incêndio; II - resistência ao fogo dos elementos de construção; III - controle de materiais de acabamento;

IV - detecção e alarme;

V - saídas de emergência, sinalização, iluminação e escape;

VI - separação entre edificações e acesso para as operações de socorro; VII - equipamentos de controle e extinção do fogo;

VIII - proteção estrutural em situações de incêndio e sinistro; IX - administração da segurança contra incêndio e sinistro; X - extinção de incêndio;

XI - controle de fumaça e gases; XII - controle de explosão.

Por fim, conforme Silva (2012) “é intrínseco ao ser humano exigir segurança em seu local de moradia e de trabalho. Eis por que a segurança contra incêndio é atualmente considerada no projeto hidráulico, elétrico e arquitetônico”.

(24)

2.7 PROJETO

De acordo com a lei 14.376 (2013):

Projeto de Prevenção e Proteção Contra Incêndio – PrPCI – é o projeto técnico que contém o conjunto de medidas que visam prevenir e evitar o incêndio, permitir o abandono seguro dos ocupantes da edificação e áreas de risco de incêndio, dificultar a propagação do incêndio, proporcionar meios de controle e extinção do incêndio e permitir o acesso para as operações do Corpo de Bombeiros. O PrPCI será elaborado por profissional registrado e com a devida atribuição no Conselho Federal de Engenharia e Agronomia – CONFEA/Conselho Regional de Engenharia e Agronomia – CREA (Sistema CONFEA/CREA) ou Conselho de Arquitetura e Urbanismo – CAU, acompanhado da devida ART/CREA ou RRT/CAU;

Atualmente o conhecimento e atendimento a todas as normas, juntamente com as instruções técnicas dos corpos de bombeiros de cada estado, as quais regulamentam as medidas de segurança nas edificações e áreas de riscos de incêndio, são requisitos obrigatórios para a elaboração de projetos de edificações, tanto residenciais, como comerciais. 2.8 CONTROLES DE MATERIAIS DE REVESTIMENTO E ACABAMENTO

Além dos cuidados a serem tomados com a proteção contra o fogo, montando projetos de edificações com medidas de proteções passivas adequadas, bem como compartimentação horizontal e vertical, os materiais de revestimento e acabamento devem ser manuseados de forma a atender padrões mínimos de reação ao fogo para não proporcionar condições propicias ao seu desenvolvimento ou propagação, além de geração de fumaça e gases nocivos. Dessa forma, o desenvolvimento, crescimento e duração do fogo, estão diretamente ligados as características constituintes e quantidades de combustíveis existentes na edificação, ou seja, a sua carga de incêndio (BRENTANO, 2015).

Para Brentano (2015), “material de revestimento é todo material ou conjunto de materiais empregados nas superfícies internas e externas dos elementos de construção das edificações, com as finalidades de atribuir características de estética, conforto, durabilidade, etc".

Ainda conforme o mesmo autor, “material de acabamento é todo material ou conjunto de materiais utilizados como arremates entre elementos de construção e revestimentos, como rodapés, mata-juntas, golas, etc.

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2.9 ISOLAMENTOS DE RISCO ENTRE EDIFICAÇÕES

O isolamento de riscos entre edificações é uma questão importante, porém, de solução demorada e muitas vezes difícil na prática, pois muitas vezes esses isolamentos podem ser inviáveis nas grandes cidades onde as restrições de grandes terrenos e seus custos elevados inviabilizam recuos levando a construção das edificações mais altas e mais próximas (BRENTANO, 2015).

Segundo a NBR 14432 (ABNT, 2001), isolamento é a “capacidade de um elemento construtivo de impedir a ocorrência, na face que não está exposta ao incêndio, de incrementos de temperatura maiores que 140°C na média dos pontos de medida ou maiores que 180°C em qualquer ponto de medida”.

De acordo com Brentano (2015), o isolamento de risco entre edificações pode ser obtido por:

 Afastamento entre fachadas através de uma distância mínima de segurança;  Proteções adequadas nas fachadas contra o calor e as chamas;

 Aberturas menores nas fachadas para diminuir a ação do fogo de dentro para fora como de fora para dentro;

 Barreira física corta-fogo entre elas;  Fachadas cegas corta-fogo;

 Paredes corta-fogo entre edificações geminadas;

 Distância vertical mínima de segurança entre edificações de diferentes alturas.

2.10 COMPARTIMENTAÇÕES HORIZONTAIS E VERTICAIS

Conforme a NBR 14432 (ABNT, 2001), compartimentação é uma “medida de proteção passiva por meio de vedos, fixos ou móveis, destinados a evitar ou minimizar a propagação de fogo, calor e gases, interna ou externamente ao edifício, no mesmo pavimento ou para outros pavimentos e riscos a edifícios vizinhos.”

A compartimentação é uma das formas mais econômicas e eficazes de se proteger uma edificação, pois ela confina o fogo em ambientes menores, onde o risco de incêndio é maior, facilitando o seu controle ou extinção e evitando sua propagação. Vale ressaltar a importância da escolha dos materiais e dos elementos de construção, os quais devem ser adequados em resistência à proteção contra o fogo, bem como os materiais de revestimento e acabamento, que são os pontos, por onde se iniciam os incêndios, geralmente (BRENTANO,2015).

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Ainda conforme o autor acima citado a compartimentação é dividida em horizontal e vertical:

A compartimentação horizontal se destina a impedir a propagação do fogo no plano horizontal do pavimento de origem para outros ambientes ou setores do mesmo pavimento através de aberturas diversas existentes entre eles, como portas, buracos de passagem de canalizações nas paredes, fissuras, etc.,ou até para edificações vizinhas através das janelas das fachadas.

Todos os elementos de vedação, como as paredes, e quaisquer outras aberturas, devem receber uma forma de proteção necessária para controlar a propagação do fogo entre os ambientes compartimentados, pois, o fogo consegue se propagar através de quaisquer aberturas, muitas delas não imaginadas no projeto de proteção. Devem-se ter cuidados até com fissuras e outras aberturas pequenas numa parede, pois quando há um incêndio a pressão interna cresce muito rapidamente com o aumento do calor de acordo com a intensidade do fogo, forçando a passagem de gases pelas fissuras, ocasionando a propagação do fogo para outros ambientes (BRENTANO, 2015).

A compartimentação horizontal interna de uma edificação pode ser feita utilizando os seguintes elementos construtivos ou de vedação: paredes corta-fogo, portas corta-fogo, proteção dos dutos de ar condicionado e com registros corta-fogo, vedadores corta-fogo em aberturas com esteiras, selagem perimetral de dutos e canalizações, cortinas corta-fogo, e outros (BRENTANO, 2015).

Já a compartimentação vertical, assim como descreve Brentano (2015),

se destina a impedir a propagação do fogo do pavimento de origem para os pavimentos consecutivos no plano vertical através de aberturas diversas existentes entre eles, como janelas, escadas, shafts, aberturas de passagem de canalizações, etc., ou para as edificações vizinhas através das janelas de fachadas.

2.11 SAÍDAS DE EMERGÊNCIA

As saídas de emergências, assim como prevê a NBR 9077 (ABNT, 2011), são extremamente importantes em um edifício afim de que a população, em caso de incêndio, possa abandonar o local, completamente protegida sua integridade física, e também para permitir o fácil acesso externo para combater o incêndio e retirada da população.

Conforme Brentano (2015), saída de emergência ou rota de saída de emergência ou de desocupação de uma edificação:

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é um caminho continuo, devidamente protegido, sinalizado e iluminado, constituído por portas, corredores, escadas, rampas, saguões, passagens externas, etc., a ser percorrido pelos ocupantes, por seus próprios meios, em caso de incêndio ou de outra emergência, a partir de qualquer ponto da edificação, até atingir a via pública ou outro espaço interno/externo definitivamente seguro.

Segundo a NBR 9077 (ABNT, 2011), as saídas de emergência compreendem os acessos ou rotas de saídas horizontais, ou seja, acessos às escadas, quando houver, e respectivas portas ou ao espaço livre exterior, nas edificações térreas; escadas ou rampas e descarga. Ressalta que descarga, segundo a mesma norma, compreende a “parte da saída de emergência de uma edificação que fica entre a escada e o logradouro público ou área externa com acesso a este”.

2.11.1 Corredores

Brentano (2015) relata que os corredores devem: permitir o fluxo fácil de todos os ocupantes dos pavimentos; permanecer totalmente desobstruídos e livres de qualquer obstáculo; ter larguras mínimas de acordo com o grupo de ocupação da edificação; ter pé-direito livre mínimo e altura mínima de obstáculos, de acordo com a norma exigida no local; ter sinalização visual e sonora junto às portas que dão acesso as escadas e nos seus corrimões sinalização tátil; ter pisos com superfície: regular, firme, estável e antiderrapante; de inclinações máximas, de acordo com a direção; de desníveis máximos de 5 mm; e também ter as paredes revestidas com materiais resistentes ao fogo.

2.11.2 Portas

As portas são elementos importantes para evitar a propagação do fogo e também facilitar a saída com segurança dos ocupantes da ocupação. As mesmas não podem ser trancadas a chave, porem devem permanecer sempre fechadas e somente abrir no sentido do transito de saída, salvo exceções. As portas utilizadas em saídas de emergência podem ser dos tipos resistentes ao fogo ou corta-fogo, devendo ser dotadas de marca de conformidade (BRENTANO, 2015).

2.11.3 Escadas

“As escadas oferecem uma ligação mais rápida entre dois níveis comparativamente com as rampas, por serem mais curtas e ocuparem menor espaço no interior da edificação e, consequentemente, serem bem mais econômicas” (BRENTANO, 2015).

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Conforme enfatiza Brentano (2015), a escada merece um extremo cuidado em sua elaboração, por se tratar de um dos meios mais importantes para a saída com segurança das pessoas sob uma emergência de incêndio, sendo composta pelos seguintes elementos: degrau, lanço, patamar, guarda-corpo, corrimão e caixa de escada.

2.11.4 Sistemas de Hidrantes e Mangotinhos

O sistema de hidrantes ou de mangotinhos de acordo com a NBR 13714 (ABNT, 2000), é o “sistema de combate a incêndio composto por reserva de incêndio, bombas de incêndio (quando necessário), rede de tubulação, hidrantes ou mangotinhos e outros acessórios descritos na Norma”.

De acordo com Brentano (2015) o sistema é formado por uma rede de canalizações fixas com o objetivo de levar a água da fonte de suprimento até o ponto onde está ocorrendo o incêndio. Para isso o mesmo depende da ação do homem para seu perfeito funcionamento.

Ambos os sistemas, conforme descreve Brentano (2015), são constituídos por tomadas de incêndio, que são distribuídos em locais da edificação, com espaçamentos máximos e condições determinadas pela norma brasileira ou legislação local. No sistema de hidrante pode haver uma (simples) ou duas (dupla) saídas de água de acordo com a classe de risco da ocupação. As tomadas podem estar abrigadas em caixas de incêndio que já contêm as mangueiras de hidrantes, esguichos tronco-cônicos e/ou reguláveis e a chave das mangueiras de hidrante, que são geralmente acopladas para a operação somente por ocasião de um incêndio.

Já no sistema de mangotinho há uma (simples) saída de água contendo válvula de abertura rápida, de passagem plena, permanentemente acoplada nela uma mangueira semirrígida, chamada mangotinho. Esse sistema é interessante por ser simples, prático, seguro e fácil de ser utilizado, ganhando tempo no combate imediato, enquanto o fogo é pequeno, podendo extingui-lo o mais rápido possível.

2.12 SISTEMAS DE CHUVEIROS AUTOMÁTICOS

Os sistemas de chuveiros automáticos, também conhecidos como sprinklers, são instalações hidráulicas que funcionam sem a interferência humana, detectando e extinguindo o incêndio, logo no início do mesmo, evitando a propagação. De acordo com Brentano (2015):

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O sistema de chuveiros automáticos apresenta uma grande vantagem: é automático, isto é, independe da ação humana. Ele tem três funções: extinguir o fogo, evitar a propagação do fogo e acionar o sistema de alarme. No caso, talvez o sistema de chuveiros automáticos não fosse capaz de extinguir o fogo, mas, atenderia a sua segunda função de evitar a sua propagação até que o combustível se autoextinga; A principal norma utilizada regulamentadora do sistema é a NBR 10897 (ABNT, 2014), mas tem-se ainda a IT 23 (CBPMESP, 2011), que também pode ser consultada. De acordo com a NBR 10897 (ABNT, 2014) o chuveiro automático “é um dispositivo para extinção ou controle de incêndios que funciona automaticamente quando seu elemento termo-sensível é aquecido à sua temperatura de operação ou acima dela, permitindo que a água seja descarregada sobre uma área específica.”

A mesma norma ainda ressalta que para fins de proteção de incêndio, sistema de chuveiros:

consiste de um sistema integrado de tubulações aéreas e subterrâneas alimentado por um ou mais abastecimentos automáticos de água. A parte do sistema de chuveiros automáticos acima do piso consiste de uma rede de tubulações dimensionada por tabelas ou por cálculo hidráulico, instalada em edifícios, estruturas ou áreas, normalmente junto ao teto, à qual são conectados chuveiros segundo um padrão regular. A válvula que controla cada coluna de alimentação do sistema deve ser instalada na própria coluna ou na tubulação que a abastece. Cada coluna de alimentação de um sistema de chuveiros automáticos deve contar conta com um dispositivo de acionamento de alarme. O sistema é normalmente ativado pelo calor do fogo e descarrega água sobre a área de incêndio. (NBR 10897, ABNT, 2014,p.4) 2.13 EXTINTORES

O sistema de combate há incêndios através de extintores, depende de uma pessoa que transporte o equipamento até o local do incêndio, pois se trata de um equipamento portátil. Em relação à especificação e dimensionamento de extintores, devem ser utilizadas nos edifícios residenciais a NBR 12693 (ABNT, 2013) e em locais de trabalho a NR 23 do Ministério do Trabalho.

Segundo a NBR 12693 (ABNT, 2013) extintor é um “aparelho de acionamento manual, constituído de recipiente e acessórios contendo o agente extintor destinado a combater princípios de incêndio.”

Os extintores podem ser classificados segundo o tipo de agente extintor utilizado, a forma de ação sobre o fogo, a forma pressurização e também quanto a sua massa total. Os principais agentes extintores usados são a água, espuma aquosa ou mecânica, gases inertes e pó químico seco (BRENTANO, 2004).

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Ainda conforme Brentano (2004) a espuma aquosa é utilizada para a extinção do fogo em líquidos derramados ou armazenados em tanques combustíveis, através de abafamento e resfriamento. Já os gases inertes geralmente são utilizados para combater incêndios em equipamento energizados eletricamente, arquivos, bibliotecas, CPD, cozinhas e em quase todos os materiais combustíveis, através do abafamento diluindo a concentração de oxigênio no ar, reduzindo a geração de calor capaz de manter a combustão.

A forma de extinção do fogo através de pós químicos secos se da por abafamento, resfriamento e pelo rompimento da cadeia de reação química. São utilizados para eliminar o fogo em líquido inflamáveis, e também em alguns equipamentos elétricos energizados, ressalta-se que este método deve ser evitado em equipamentos eletrônicos.

Brentano (2004) define a água como principal agente extintor de incêndio, por ser mais difundida na natureza, mais efetiva no combate ao fogo e também por ser um agente mais seguro, não tóxico, não corrosivo e estável. Para combater o incêndio ela age por resfriamento e abafamento, conforme seu estado físico: estando no estado liquido ela age por resfriamento e abafamento e no estado gasoso somente por abafamento.

A NR 23 do Ministério do Trabalho e Emprego estabelece que:

em todos os estabelecimentos ou locais de trabalho só devem ser utilizados extintores de incêndio que obedeçam às normas brasileiras ou regulamentos técnicos do Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial - INMETRO, garantindo essa exigência pela aposição nos aparelhos de identificação de conformidade de órgãos de certificação credenciados pelo INMETRO.

Destaca-se ainda, a importância da localização dos extintores. Segundo a NR 23 do Ministério do Trabalho e Emprego,os locais destinados a eles deverão ser assinalados por um círculo vermelho ou por uma seta larga, vermelha, com bordas amarelas, e em locais de fácil visualização e acesso, e também onde haja menos probabilidade de o fogo bloquear o acesso. 2.14 SISTEMAS DE ILUMINAÇÃO DE EMERGÊNCIA

A iluminação de emergência tem como objetivo substituir a iluminação artificial normal, que deve ser desligada ou em caso de incêndio pode falhar, sendo que a mesma deve possuir um tempo mínimo de funcionamento, proporcionando a saída com rapidez e segurança dos ocupantes do local. Tal iluminação pode ser dividida em dois tipos: ambiente ou de aclaramento, a qual se destina a iluminar os ambientes e as rotas de saída, e também balizamento ou de sinalização, a qual ilumina os obstáculos e a sinalização, que possui

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símbolos gráficos e/ou textos escritos, reflexivos ou luminoso-transparentes indicando e orientando a direção das rotas de saída (BRENTANO, 2015).

A norma que regulamenta a elaboração de projeto de iluminação de emergência, instalação, manutenção do sistema e demais orientações, é a NBR 10898 (ABNT, 2013). Segundo essa norma são aceitos os seguintes tipos de sistemas:

a) conjunto de blocos autônomos (instalação fixa); b) sistema centralizado com baterias;

c) sistema centralizado com grupo motogerador;

d) equipamentos portáteis com a alimentação compatível com o tempo de funcionamento garantido;

e) sistema de iluminação fixa por elementos químicos sem geração de calor, atuado a distância;

f) sistemas fluorescentes à base de acumulação de energia de luz ou ativados por energia elétrica externa.

2.15 SISTEMAS DE DETECÇÃO E ALARME DE INCÊNDIO

A norma que especifica os requisitos para o projeto, instalação, comissionamento e manutenção de sistemas manuais e automáticos de detecção e alarme de incêndio, é a NBR 17240 (ABNT, 2010).

Conforme Gomes (1998), alarme contra incêndio é um:

Aparelho elétrico, capaz de produzir som facilmente audível, de alerta, ativado sempre que houver queda de pressão, ou ocorrer fluxo d’água na canalização de incêndio. Tal alarme ocorrendo denunciará a entrada em funcionamento da bomba de incêndio, consequentemente à um fluxo d’água na canalização, ou uma queda em sua pressão.

2.16 SINALIZAÇÕES DE EMERGÊNCIA

A sinalização de emergência é o conjunto de sinais visuais, constituídos por símbolos, mensagens e cores, localizados no interior da edificação, com o objetivo de reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os locais com riscos maiores de ocorrência de fogo e também as ações que devem ser adotadas de forma adequada à situação de risco, como a indicação das rotas de saída de emergência, a localização dos equipamentos de segurança e a orientação para as ações de combate ao fogo. A sinalização deve ser preventiva, utilizada para evitar ou reduzir probabilidade de incêndio, ou ativa a qual tem o objetivo de orientar as ações quando o incêndio já está ocorrendo (BRENTANO, 2015).

De acordo com a NT 20/2014 do corpo de bombeiros, a sinalização de emergência tem como finalidade:

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reduzir o risco de ocorrência de incêndio, alertando para os riscos existentes e garantir que sejam adotadas ações adequadas à situação de risco, que orientem as ações de combate e facilitem a localização dos equipamentos e das rotas de saída para abandono seguro da edificação em caso de incêndio.

A sinalização de emergência é regulamentada pela NBR 13434 (ABNT, 2004), sendo que a NBR 13434-1 (ABNT, 2004) trata de princípios de projeto e a NBR 13434-2 (ABNT, 2004) trata de símbolos e suas formas, dimensões e cores.

Segundo a mesma NBR aplicam-se as seguintes definições:

 sinalização de segurança: Sinalização que fornece uma mensagem de segurança, obtida por uma combinação de cor e forma geométrica, à qual é atribuída uma mensagem específica de segurança pela adição de um símbolo gráfico executado com cor de contraste.

 sinalização básica: Conjunto mínimo de sinalização que uma edificação deve apresentar, constituído por quatro categorias, de acordo com a sua função: proibição, alerta, orientação e salvamento e equipamentos.

 sinalização complementar: Conjunto de sinalização composto por faixas de cor ou mensagens complementares à sinalização básica, porém, das quais esta última não é dependente.

 sinalização de alerta: Sinalização que visa alertar para áreas e materiais com potencial risco de incêndio ou explosão.

 sinalização de equipamentos: Sinalização que visa indicar a localização e os tipos de equipamentos de combate a incêndio e alarme disponíveis no local.

 sinalização de orientação e salvamento: Sinalização que visa indicar as rotas de saída e as ações necessárias para o seu acesso e uso adequado.

 sinalização de proibição: Sinalização que visa proibir e coibir ações capazes de conduzir ao início do incêndio ou ao seu agravamento.

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3 METODOLOGIA

Para a realização desta pesquisa foi utilizada a classificação metodológica de Vergara (1997), e também de Gil (2002).

3.1 TIPOS DE PESQUISA

Existem dois critérios básicos para classificar os tipos de pesquisa de acordo com Vergara (1977), que são: quanto aos fins e quanto aos meios, demonstrados a seguir:

3.1.1 Quanto os fins

Quanto aos fins pesquisa é classificada como exploratória, pois tem como principal objetivo o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. Sendo bastante flexível, possibilitando a consideração dos mais variados aspectos relativos ao fato estudado. Neste caso, busca-se um maior conhecimento em relação ao plano de prevenção e proteção contra incêndios, as suas causas, como pode ser evitado, e também como reagir em caso de sinistro.

Configura-se ainda como descritiva, pois tem como objetivo a descrição das características de um fenômeno. Neste caso, o trabalho tem como intuito descrever as características e observações a serem levadas em consideração na elaboração de um PPCI, listando e descrevendo as principais etapas do mesmo.

Também pode ser definida como explicativa, pois o estudo busca esclarecer as principais razões para a ocorrência de incêndios e maneiras para preveni-lo. Conforme Gil (2002, p.42) ela “têm como preocupação central identificar os fatores que determinam ou que contribuem para a ocorrência dos fenômenos”. Vergara (1997, p.45) também salienta que uma pesquisa explicativa “tem como principal objetivo tornar algo inteligível, justificar lhe os motivos”.

Por fim, a pesquisa é configurada como aplicada, pois de acordo com Vergara (1977, p.45) ela é definida como aquela que é “fundamentalmente motivada pela necessidade de resolver problemas concretos, mais imediatos, ou não”. Neste caso, o problema a ser resolvido seria o incêndio, o qual vem causando vários prejuízos à população, tanto no patrimônio quanto na integridade física.

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3.1.2 Quanto aos meios

Quanto aos meios a pesquisa é configurada como bibliográfica, pois foi necessária a revisão bibliográfica em normas, regulamentos, legislações, portarias, com o objetivo de incrementar teoricamente o projeto. Vergara (1977, p.46) define a pesquisa bibliográfica como “o estudo sistematizado desenvolvido com base em material publicado em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, material acessível ao público em geral”.

E por fim, a pesquisa é configurada como estudo de caso, pois será feito um estudo de caso no Centro Cultural de Porto Lucena. Vergara (1977, p.47) conceitua o estudo de caso como “o circunscrito a uma ou poucas unidades, entendidas essas como uma pessoa, uma família, um produto, uma empresa, um órgão público, uma comunidade ou mesmo um país. Tem caráter de profundidade e detalhamento”.

3.2 MÉTODOS DE PESQUISA

A fim de facilitar a compreensão e elaboração do PPCI, será utilizado como base a Resolução Técnica CBMRS - Saídas de Emergência; a Lei Complementar nº 14.376, atualizada pela Lei nº 14.924 pelo Decreto nº 53.280 que estabelecem normas sobre segurança, prevenção e proteção contra incêndio nas edificações e áreas de risco de incêndio no Estado do Rio Grande do Sul.

A edificação e áreas de risco de incêndio serão classificadas de acordo com a Lei Complementar nº 14.376, considerando as seguintes características e critérios: I - altura; II - área total construída; III - ocupação e uso; IV - capacidade de lotação; V - carga de incêndio, demonstradas nas tabelas do Anexo A, e também as exigências das medidas a serem tomadas, demonstradas no anexo B. Observa-se que o PPCI deverá ser elaborado pelo projetista, considerando tais critérios e sempre levando em consideração as resoluções técnicas, as quais regem as exigências dentro de cada medida de prevenção, tais como, saídas de emergência, sinalização de emergência, entre outras.

3.3 DELINEAMENTO

A seguir, será apresentado um organograma simplificado, detalhando os

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Quadro 1 - Organograma

Fonte: Autoria Própria

Primeiramente foi definido o tema e os objetivos do trabalho. Posteriormente foi realizada a revisão bibliográfica, a fim de aprofundar os conhecimentos em relação ao tema, sendo realizada em livros, artigos, e também nas normas e legislações vigentes. E por fim foram definidos os métodos de pesquisa, os quais irão auxiliar na elaboração do PPCI, ditando regras, diretrizes e características a serem seguidas.

1º Etapa

• Escolha do tema

• Definição do Problema e Objetivos

2º Etapa

• Revisão Bibliográfica • Metodologia da pesquisa

• Métodos de pesquisa e classificação

3º Etapa

• Coleta de dados • Elaboração do PPCI

• Verificação de conformidade do projeto com as normas atuais • Conclusão

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4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS

A seguir passa-se à apresentar os resultados encontrados, iniciando pela classificação da edificação, logo em seguida o levantamento e o desenvolvimento do Plano de Prevenção Contra Incêndio, sendo descritas todas as suas etapas e documentos necessários para elaboração e apresentação do PrPPCI.

4.1 CLASSIFICAÇÃO DA EDIFICAÇÃO

Nesta etapa será realizada a classificação da edificação considerando as seguintes características, conforme a Lei Decreto 53.280/2016:

 Ocupação e uso;

 Altura;

 Grau de risco de incêndio;

 Capacidade de lotação;

 Área total construída;

4.1.1 Classificação quanto a sua ocupação e uso

Quanto a sua ocupação, de acordo com o quadro abaixo da Lei Decreto 53280/2016, a edificação em análise está classificada na classe F – Locais de Reunião de Público, divisão F- 5 - Artes cênicas e Auditórios, por se tratar de um local utilizado para realização de teatros, auditórios em geral e assemelhados.

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Quadro 2 - Classificação da edificação quanto a sua ocupação e uso

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

4.1.2 Classificação da edificação quanto à altura

Conforme a Lei Complementar 14.376 /2013 "altura da edificação ou altura descendente é a medida em metros entre o ponto que caracteriza a saída ao nível da descarga, sob a projeção do paramento externo da parede da edificação, ao ponto mais alto do piso do último pavimento".

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A classificação dessa edificação é do Tipo l – Térrea, conforme o quadro abaixo, pois possui apenas um pavimento sendo o piso acabado no nível do terreno.

Quadro 03-Classificação da edificação quanto à altura

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

4.1.3 Classificação da edificação quanto ao grau de risco de incêndio

Segundo a Lei Complementar 14.376/2013, carga de incêndio "é a soma das energias caloríficas possíveis de serem liberadas pela combustão completa de todos os materiais combustíveis contidos num ambiente, pavimento ou edificação, inclusive o revestimento das paredes, divisórias, pisos e tetos".

Quadro 04 - Classificação da edificação quanto ao grau de risco de incêndio

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

Quadro 05 - Classificação da edificação quanto ao grau de risco de incêndio

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

A edificação foi classificada como classe de grau de risco Médio de incêndio, por se tratar de Locais de reunião de público, enquadrada no código CNAE 90001-9/99 – Artes

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cênicas, espetáculos e atividades complementares não especificadas anteriormente, com carga específica de 600 MJ/m².

4.1.4 Classificação quanto à capacidade de lotação

A capacidade de lotação, de acordo com a Lei Complementar 14376/2013 "é a quantidade máxima de pessoas em uma edificação ou área de risco de incêndio, de acordo com a ocupação e demais características, cujo cálculo é regulado pela Resolução Técnica do Corpo de Bombeiros Militar do Rio Grande do Sul- RTCBMRS."

Quadro 06 - Classificação da Edificação quanto à capacidade de lotação

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

4.1.5 Classificação quanto á área total construída

A edificação é composta por um prédio em pavimento único, totalizando uma área de 508,75 m², conforme as dimensões da edificação observadas em planta. Portanto a área sendo menor que 750 m² e altura menor que 12 m, as exigências ficam estabelecidas conforme a tabela nº 5 da Lei Decreto 52.380/2016.

4.2 DEFINIÇÃO DAS EXIGÊNCIAS PARA EDIFICAÇÕES E ÁREAS DE RISCO CONTRA INCÊNDIO

Para definição destas exigências é necessário fazer um levantamento das características da edificação, tais como, área da edificação, número de pavimentos, dimensões em planta, características construtivas, entre outros.

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Quadro 07 - Exigências para edificações e áreas de risco de incêndio

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

Neste caso, sendo menor que 750 m² e altura inferior ou igual a 12 metros, a referida lei estabelece as seguintes exigências:

 Controle de materiais de acabamento e revestimento;

 Saídas de emergência;

 Iluminação de emergência;

 Sinalização de emergência;

 Extintores;

 Brigada de incêndio;

 Plano de emergência, por se tratar de uma edificação com população superior a 200

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Para esta edificação não foi exigido alarme de incêndio, detecção automática e controle de fumaça, pois tais exigências são exigidas apenas para edificações com classificação no grupo F, divisão F-6.

4.3 DETALHAMENTO DAS EXIGÊNCIAS

Neste tópico será descrito o detalhamento as exigências citadas acima. 4.3.1 Controle de materiais de acabamento e revestimento

Conforme a NT 2014 - Corpo de Bombeiros de Goiás, materiais de revestimento é

conceituado como:

"todo material ou conjunto de materiais empregados nas superfícies dos elementos construtivos das edificações, tanto nos ambientes internos como nos externos, com finalidades de atribuir características estéticas,de conforto, de durabilidade etc. Incluem-se como material de revestimento, os pisos, forros e as proteções térmicas dos elementos estruturais".

A mesma NT, ainda conceitua materiais de acabamento como"todo material ou conjunto de materiais utilizados como arremates entre elementos construtivos (rodapés, mata-juntas, golas etc.)".

Quadro 8- Controle de materiais de acabamento e revestimento

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

De acordo com a Instrução Técnica nº 10/2011, a edificação obedece e se enquadra perfeitamente nos parâmetros exigidos pela mesma. Pois o piso enquadra-se na classe I, paredes e divisórias na classe I, teto e forro na classe IIA, escadas e rampas de emergência na classe I, portanto conforme as classes exigidas pelo grupo F-5.

(42)

4.3.2 Saídas de Emergência

Para o dimensionamento das saídas de emergência deve-se observar a Resolução Técnica nº 11/2016, parte I, levando em consideração a ocupação como grupo F, divisão F-5. 4.3.2.1 Cálculo de Unidades de Saída

Para realização do cálculo de unidades de saída necessárias na edificação foram utilizados os dados da Tabela I da Resolução Técnica citada acima, chegando no resultado de aproximadamente 6 unidades de passagens, conforme demonstra a equação abaixo:

N=P /C Onde:

N= Número de unidades de passagem; P= População;

C= Capacidade da unidade de passagem, demonstrado na figura abaixo. Quadro 09- Dados para o dimensionamento das saídas de emergência

Fonte: Lei Decreto 53280/2016

Devido a edificação ser enquadrada grupo F, divisão F-5, estabelece que seja dimensionado levando em consideração 1 pessoa por metro quadrado de área e nas áreas de apoio 1 pessoa para cada 7 metros quadrados de área.

Numero de pessoas = 311,23m²/1 = 311,23 pessoas, aproximadamente 312 pessoas, áreas de apoio 121,93m²/7 = 17,42 pessoas, aproximadamente 18 pessoas, totalizando a população máxima de 330 pessoas no estabelecimento.

(43)

N = 330/100 = 3,3 unidades de passagem, aproximadamente 4 unidades de passagem. 4.3.2.2 Características Construtivas

Ainda conforme a Resolução Técnica nº 11/2016, a edificação é classificada como edificação com mediana resistência ao fogo – código Y, por se trata de uma edificação não enquadrada em "X" e "Z", pois se tratar de edificação estruturada com concreto armado e não possui cobertura em madeira, aço e assemelhado como função estrutural, também considerando que não há necessidade de nenhuma medida compensatória para que a edificação fosse enquadrada no código Z.

Quadro 10 - Características Construtivas

Fonte: Resolução Técnica 11/2016 4.3.2.3 Distâncias máximas a serem percorridas

De acordo com a NBR 9077, são "as distâncias máximas a serem percorridas para atingir um local seguro (espaço livre exterior, área de refúgio, escada protegida ou à prova de fumaça), tendo em vista o risco à vida humana decorrente do fogo e da fumaça ..."

Quadro 11 - Dimensionamento das distâncias máximas a serem percorridas

Fonte: Resolução Técnica nº 11/2016

De acordo com o anexo C – Notas Gerais item (I) da RT nº 11/2016, as edificações de ocupação F-5, em se tratando de edificação térrea, sempre deverá ter o mínimo de duas saídas de emergência. A tabela III então estabelece que a distância máxima a ser percorrida seja de

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