• Nenhum resultado encontrado

A avaliação da aptidão física através dos testes Fitnessgram numa turma do quinto ano escolaridade

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "A avaliação da aptidão física através dos testes Fitnessgram numa turma do quinto ano escolaridade"

Copied!
51
0
0

Texto

(1)

UNIVERSIDADE DE TRÁS – OS – MONTES E ALTO DOURO

2º CICLO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

RELATÓRIO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL

A AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA ATRAVÉS DOS TESTES

FITNESSGRAM NUMA TURMA DO QUINTO ANO ESCOLARIDADE

Luís Filipe Moreira Brandão

Orientadora: Professora Doutora Isabel Gomes

(2)

ii

UNIVERSIDADE DE TRÁS – OS – MONTES E ALTO DOURO

MESTRADO EM ENSINO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

NOS ENSINOS BÁSICO E SECUNDÁRIO

RELATÓRIO DE ATIVIDADE PROFISSIONAL

A AVALIAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA ATRAVÉS DOS TESTES

FITNESSGRAM NUMA TURMA DO QUINTO ANO ESCOLARIDADE

Luís Filipe Moreira Brandão

Orientadora: Professora Doutora Isabel Gomes

(3)

iii Relatório para a obtenção do Grau de Mestre em Ensino de Educação Física nos Ensinos Básico e Secundário, ao abrigo do artigo 16º do Decreto-Lei n.º74/2006, de 24 de Março, com as alterações introduzidas pelos Decretos-Lei n.ºs 107/2008, de 25 de Junho, e 230/2009 de 14 de Setembro.

(4)

iv

AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos aqueles que me forneceram as ferramentas necessárias para enfrentar este desafio.

Em primeiro lugar, à minha orientadora, Professora Doutora Isabel Gomes, não só pela disponibilidade, mas sobretudo pelo incentivo e pela cooperação durante o desenvolvimento deste relatório.

Aos meus amigos, José Bento e Rui Pereira.

(5)

v

RESUMO

Os novos equipamentos tecnológicos, como os computadores, e o fácil acesso à internet, a evolução dos meios de transporte, em particular do automóvel, ou ainda os equipamentos de que todos dispomos em casa tiveram como objetivo facilitar-nos a vida. No entanto, esses benefícios acarretam um fator de negatividade, ou seja, não temos o gasto energético que anteriormente a população tinha ao executar tarefas demoradas e árduas, que agora se fazem facilmente em poucos segundos ou minutos, diminuindo, assim, a nossa atividade física (AF) diária e consequentemente a nossa aptidão física (ApF).

Os benefícios de uma AF praticada regularmente e bem orientada são evidentes e relacionam-se com a saúde, segundo a literatura.

O presente relatório pretende caraterizar a ApF relacionada à saúde de uma turma de 5º ano de uma escola do ensino particular localizada no centro histórico da cidade de Leiria através da bateria de testes Fitnessgram, utilizando as médias e desvio padrão de cada teste por género.

A turma realizou os testes em dois momentos do ano letivo 2014-15 com um intervalo de4 meses.

A amostra é constituída por 26 alunos (9 rapazes com média de idades 10.33 ±0.5 e 17 raparigas com 10.17±0.52 anos no momento da primeira avaliação).

Os resultados mostraram que os rapazes no primeiro momento de realização dos testes apresentaram resultados médios abaixo da zona saudável de aptidão física (AZSAF) nos testes de extensão de braços, extensão do tronco e no teste de flexibilidade senta e alcança em ambos os lados. No segundo momento, melhoraram os resultados, atingindo a zona saudável de aptidão física (ZSAF) em todos os testes, exceto na extensão do tronco e no senta e alcança do lado esquerdo.

As raparigas obtiveram resultados médios dentro do intervalo da ZSAF em todos os testes nos dois momentos.

Pode concluir-se que os rapazes não se encontram na ZSAF em nenhum dos momentos, ao contrário das raparigas que, por apresentarem valores médios para a idade dentro da ZSAF, quer na primeira avaliação quer na segunda, encontram-se dentro da ZSAF nos dois momentos.

(6)

vi ABSTRACT

New technology, like computers and the easy access to the internet, the evolution on transportation, particularly on cars, or the equipment we all have at home are meant to make our lives easier. However, those benefits behold a negative side, since we do not spend as much energy as people used to when performing long lasting hard tasks that nowadays we can easily do in a few seconds or minutes. Therefore, our Physical Activity (PA) levels have decreased as well as our Physical Fitness (PF).

The benefits of a frequent and well guided PA are evident and are related to our health, according to existing literature.

This report aims to characterize the PF related to the health of a 5th grade class from a private school located in the historic centre of the city of Leiria through Fitnessgram battery using the averages and the standard deviation of every test by gender.

The class performed the tests in two different moments during the school year 2014 to 2015 with a 4 months gap.

The sample consisted of 26 students (9 boys with an average age of 10.33 ±0.5 and 17 girls with an average age of 10.17±0.52 at the time of the first evaluation).

The results showed that in their first moment of evaluation boys showed Needs Improvement (NI) results on the tests 90º Push-Up, Trunk Lift and Back-Saver Sit and Reach on both sides. In the second evaluation moment they improved their results, reaching the Healthy Fitness Zone (HFZ) in all tests except for the Trunk Lift and the Back-Saver Sit and Reach on the left side.

The girls achieved medium results within the HFZ interval in every test in both moments.

One can conclude that boys are not in the medium HFZ at any time unlike girls who are within the HFZ in both moments for presenting average values for their age both in their first and second evaluation.

(7)

vii

Índice

AGRADECIMENTOS ...iv RESUMO ... v ABSTRACT ...vi ÍNDICE DE QUADROS ... ix ÍNDICE DE GRÁFICOS ... xi

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ... xii

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO ... 1

CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA ... 3

2.1 ATIVIDADE FÍSICA ... 3 2.2 APTIDÃO FÍSICA ... 7 Composição corporal ... 8 Aptidão aeróbia ... 9 Flexibilidade ... 9 Força muscular ... 10 Resistência muscular ... 10

2.3 MONITORIZAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA ... 12

CAPÍTULO 3 ESTUDO DESENVOLVIDO ... 18

3.1 METODOLOGIA ... 18

3.2 AMOSTRA ... 18

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO ... 18

3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS ... 19

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA ... 20

CAPÍTULO 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ... 21

4.1 COMPOSIÇÃO CORPORAL ... 21

(8)

viii

4.3 APTIDÃO AERÓBIA ... 29

CAPÍTULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ... 31

CAPÍTULO 6 BIBLIOGRAFIA... 33

DOCUMENTAÇÃO CONSULTADA ONLINE ... 36

ANEXOS ... 38

(9)

ix

ÍNDICE DE QUADROS

Tabela 1 Atividade física e exercício (Segundo Caspersen et al. 1985) ... 7

Tabela 2 Componentes da aptidão física, segundo (Coledam; et al., 2015) ... 8

Tabela 3 Formula para determinar o IMC ... 9

Tabela 4 Filosofia HELP( Ernest, et al., 2006) ... 13

Tabela 5 Fitnessgram: Componentes da Aptidão Física e respetivos testes ... 14

Tabela 6 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste vaivém ... 15

Tabela 7 Objetivo e descrição do teste abdominal ... 15

Tabela 8 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste de Extensão do tronco... 16

Tabela 9 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste de extensao de braços ... 16

Tabela 10 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste de senta e alcança ... 17

Tabela 11 Valores Fitnessgram para a ZSAF aos 10 anos ... 17

Tabela 12 Percentagem de alunos por género ... 19

Tabela 13 Média e desvio padrão de idades ... 19

Tabela 14 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos à estatura ... 22

Tabela 15 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos à massa corporal ... 22

Tabela 16 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao índice de massa corporal ... 23

Tabela 17 Índice de Massa Corporal Masculino ... 24

Tabela 18 Índice de Massa Corporal Feminino ... 25

Tabela 19 Percentagem de alunos por género dentro da ZSAF no teste de IMC ... 25

Tabela 20 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste de extensão de braços ... 26

Tabela 21 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste de Abdominais ... 27

Tabela 22 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste extensão do tronco ... 27

(10)

x Tabela 23 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste senta e alcança (direito) ... 28 Tabela 24 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) referentes ao teste senta e

alcança (esquerdo) ... 28 Tabela 25 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste vaivém ... 29 Tabela 26 Resumo dos valores médios (MD), desvios padrão relativos aos vários testes realizados ... 30

(11)

xi

ÍNDICE DE GRÁFICOS

Gráfico 1 Índice de Massa Corporal Masculino ... 23 Gráfico 2 Índice de Massa Corporal Feminino ... 24

(12)

xii

LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

AAHPERD – American Alliance for Health, Physical Education, Recreation and Dance

ACSM – American College of Sports Medicine

AF – Atividade Física

ApF- Aptidão Física

AZSAF – Abaixo da zona saudável de aptidão física

CDC – Centro de Controlo de Doenças (EUA)

CIAR - Cooper Institute for Aerobics Research DGS – Direção Geral de Saúde

ExF – Exercício Físico

EF – Educação Física

HDL- High Density Lipoprotein (Lipoproteína de Alta Densidade)

OMS – Organização Mundial de Saúde

WHO - World Health Organization WHR – World Health Report

IMC – Índice de Massa Corporal

IOM – Instituto de Medicina (EUA)

RA – Resistência Aeróbia

VO2max. – Consumo máximo de oxigénio

(13)

1

CAPÍTULO 1 INTRODUÇÃO

Os novos estilos de vida que começaram a imperar a partir da segunda metade do século XX derivados dos avanços tecnológicos motivaram para uma redução dos níveis de atividade física (AF) e consequente redução da aptidão física (ApF), causando um grande aumento de doenças (Pitanga, 2002; e Starkey, 1998; citados por Henkes; et al., 2013).

Recentemente concluiu-se que que a AF quando praticada moderadamente e de forma regular é benéfica para a elevação da ApF (Guedes; et al., 2012) promoção da saúde e ainda que hábitos sedentários estão associados com risco aumentado para inúmeras doenças crónicas. Podemos considerar que a AF e uma alimentação equilibrada são as bases de um estilo de vida saudável (Direção Geral de Saúde, 2007).

Elevados níveis de ApF associada à saúde das populações escolares são essenciais para prevenir o aparecimento de algumas doenças hipocinéticas. A escola deverá contribuir para uma vida ativa, pois sabemos que hábitos adquiridos na infância e adolescência perduram ao longo da vida.

A escola através da disciplina de Educação Física (EF) deve dar o seu contributo para a elevação e manutenção dos níveis de AptF dos discentes.

Um dos meios mais utilizados para monitorizar a ApF é a Bateria de testes Fitnessgram.

O presente relatório tem como objetivo caraterizar e estudaro desenvolvimento do nível de ApF de uma turma de alunos quinto ano de escolaridade, do Colégio Nossa Senhora de Fátima em Leiria, utilizando com instrumento o programa educativo Fitnessgram em dois momentos distintos do ano letivo 2014-15.

Assim perante este tema; iremos verificar se os rapazes e as raparigas se encontram dentro da Zona Saudável de Aptidão Física (ZSAF) nos dois momentos de avaliação, qual será a sua progressão e se os rapazes apresentam valores mais elevados ou mais baixos do que as raparigas. Para tal recorreremos à média e ao desvio padrão por géneros.

O trabalho está organizado por capítulos, sendo primeiro esta introdução, no segundo fazemos uma revisão da literatura, para “saber o estado da arte”, no capitulo seguinte apresentamos a metodologia do trabalho realizado caraterizando a amostra, indicando os critérios de exclusão, os instrumentos e os respetivos procedimentos utilizados e a análise estatística, no quarto capitulo apresentamos e discutimos os

(14)

2 dados, no quinto capitulo apresentaremos as considerações finais e no sexto a bibliografia utilizada.

(15)

3

CAPÍTULO 2 REVISÃO DA LITERATURA

“A atividade física não é apenas uma importante chave para um corpo saudável, ela é a base da atividade intelectual criativa e dinâmica.”

John Fitzgerald Kennedy

Iniciamos este relatório realizando uma revisão da literatura enquadrando os conceitos teóricos que norteiam este tema, procurando conhecer o estado da arte.

2.1 ATIVIDADE FÍSICA

Cada vez mais se considera que a AF praticada com regularidade é um bom meio para melhorar a saúde das populações e de prevenção de doenças cardiorrespiratórias, metabólicas e oncológicas (IOM, 2012). Nesse sentido, as populações e os técnicos de saúde e de educação física têm vindo progressivamente a mostrar-se preocupados com a prática da AF relativa à saúde.

Malina (1996) citando Bouchard (1984) e Caspersen, et al., (1985); caraterizam a AF como todo o movimento corporal produzido pelos músculos esqueléticos e que origina um gasto energético acima do nível de repouso. Esta definição segundo os referidos autores abrange as atividades profissionais, domésticas, de lazer e o exercício físico, estando o gasto energético dependente da duração, da frequência e da intensidade e também da massa corporal do indivíduo.

Também para a World Health Organization (WHO, 1997), a AF é a soma de todos dos movimentos realizados diariamente, quer estes sejam desenvolvidos durante o trabalho, quer durante o entretenimento ou o exercício e atividades desportivas.

Na vida do ser humano o bem fundamental é a saúde. Para que tal possa ser estimado, dependerá, entre outros fatores, do modo de vida, dos hábitos sadios, da postura, das oportunidades como também do meio em que habitamos. (Henkes; et al., 2013).

(16)

4 Desde o homo sapiens sapiens a AF é inerente à vida do Homem (Maia, et al.; 2003); não obstante, com a alteração dos estilos de vida das sociedades modernas, devido essencialmente ao uso das novas tecnologias utilizados para aumentar a produtividade dos bens de consumo, tem-se verificado uma modificação do padrão de vida das sociedades humanas (Nahas; et al., 2000) e uma consequente redução dos níveis da AF destas mesmas populações (Araújo et al.; 2008).

Segundo a World Health Organization (WHO) no World Health Report - WHR (2002) o sedentarismo está na originem de muitas mortes a nível mundial, mas quando se reúne com outros comportamentos de risco, tais como o consumo de drogas legais, como o tabaco e o álcool, ou ainda outras drogas ilegais, têm ainda uma maior influência nas taxas de mortalidade dos países (Pate et al.,1996; citado por Fonseca et al., 2010). A AF quando praticada regularmente e com uma boa orientação técnica contribui positivamente para a saúde. Pessoas ativas tendem a apresentar menores taxas de mortalidade e de morbilidade causadas por doenças degenerativas Silva; et al., 2000).

Os benefícios da prática regular de AF não se confinam somente à prevenção do excesso de peso e de doenças por ele originadas (Rocha; et al.,2013). Nessa sequência, com a consciência de que a prática da AF deverá ser um meio primário da promoção da saúde, a WHO (2010), recomenda para os adolescentes a prática de uma hora diária de atividade física moderada a vigorosa, salientando ainda que uma prática acima do tempo recomendado poderá ocasionar vantagens acrescidas para a saúde.

Ao adotar um estilo de vida ativa, verifica-se a manutenção, ou mesmo redução, da massa corporal gorda, da pressão arterial e provavelmente do HDL, uma vez que na formação deste ultimo temos de ter em conta a contribuição da genética.

A prática de AF ajustada, uma alimentação saudável, uma vida sem tabaco e sem outras substâncias prejudiciais para a saúde, são as bases de um estilo de vida saudável (DGS; 2007).

De entre os vários fatores que concorrem para o combate ao excesso de peso ou mesmo à obesidade, a AF é, a que melhor poderá ser trabalhada na aula de educação física. Aulas mais intensas concorrem para um maior gasto energético. O interesse pela AF e pelo exercício deve ser estimulado a partir da baixa idade, de modo a que os jovens tenham motivação para que venham a ter ao longo da sua vida um interesse pela sua prática em nome de um estilo de vida saudável. A prática da AF, para além de estimular a baixa da taxa do uso do tabaco, do álcool e da

(17)

5 toxicodependência, melhora as capacidades coordenativas e as capacidades condicionais.

Alguns investigadores da área da saúde mental, têm constatado que indivíduos que aumentaram a sua AF diária tendem a diminuir a ansiedade e depressão, concluindo que a AF poderá ser indutora de um bem estar psicológico (Weinberg; et al.; 2008). Os mesmos autores citando Stephens (1988) identificam uma relação positiva entre o nível de AF e uma boa saúde mental nos EUA e Canadá.

A faixa etária dos jovens em idade escolar também é sensível a estas alterações das sociedades, começando a existir mais sedentarismo (Fonseca; et al., 2010) e menos espaços disponíveis para a atividade física, o que será uma porta aberta para o aparecimento de doenças hipocinéticas.

No entanto, sabe-se que relativamente à AF, os hábitos e as atitudes adquiridos e desenvolvidos na infância são assumidamente continuados na adolescência até à idade adulta; os jovens fisicamente ativos terão tendência a serem mais ativos na idade adulta (Livinstone, 1994; Meredith et al., 1991; Simons-Morton, et al., 1988; citados por Malina, 1996 & Telama et al., 2005 citado por Babey; 2014).

Pesquisas recentes confirmaram que o risco de morte por causas cardiovasculares poderá ser revertido através do aumento de uma vida mais ativa (Warburton, et al., 2006), o que torna muito importante o desenvolvimento de estilos saudáveis de vida desde a infância. Aumentando o nível de atividade física, segundo a WHR, (2002); citada pela DGS, (2007) poder-se-ia evitar muitas das cerca de um milhão e novecentas mil mortes anualmente em todo o mundo, causadas por pouca AF. Indivíduos que não seguem as recomendações mínimas de AF diária, vêm aumentadas em 1,5 vezes as probabilidades de virem a ter uma doença cardiovascular. Estes resultados fundamentam a opinião de Hollman; et al. (1983), citados por Glaner (2003) que preconizam que a prevenção de doenças causadas pela falta de movimento deveria começar na infância.

Aliás, nas últimas décadas, este tema começa a dominar o interesse dos investigadores das áreas da saúde, resultando na feitura ou elaboração de muitos estudos, cujas ideias concludentes vão no sentido de que a prática regular de AF é promotora de saúde, verificando-se ainda uma associação positiva com um bem estar psicológico e a redução do stress, ansiedade e depressão (Warbuton, et al; 2006).

Considerando-se ser atualmente indiscutível o grande interesse atribuído à AF no seu contributo para o estabelecimento da saúde e bem-estar das populações de qualquer faixa etária, credenciadas instituições internacionais; como a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Centro de Controlo de Doenças dos EUA (CDC) e outras

(18)

6 organizações mundiais, reconhecem a AF como um fator muito importante na prevenção de doenças (Maia, et al. 2003).

Hands et al. (2009), constatou com 1585 adolescentes australianos com 14.1 anos de idade média, concluiu existir uma correlação positiva entre AF e resistência aeróbia (RA).

Também Yang e colaboradores (2006), com a participação de adolescentes residentes numa mesma cidade, embora uns numa zona mais urbana e os outros na periferia, numa zona mais rural, foi concluído que os jovens residentes nas zonas mais urbanas eram menos ativos, devido ao estilo de vida, tendo mais comportamentos de risco como o consumo de tabaco e de bebidas alcoólicas.

Lopes, et al. (2001) concluíram, com 26 alunos, 11 rapazes e 15 raparigas, com 9,5±0,6 anos de idade, do primeiro ciclo de uma escola de Bragança, que não existe qualquer diferença relativamente à AF entre rapazes e raparigas. Compreenderam ainda que a intensidade da AF era maior durante a semana e durante os intervalos escolares. Devemos então salientar que a disciplina de EF é um espaço de eleição para melhorar a ApF, devendo dar prioridade às atividades que a desenvolvam.

A disciplina de EF enquanto componente do currículo deverá ter um papel interventivo situando-se no centro das preocupações com a educação para a saúde (Marques; et al., 1999), contribuindo para a adoção de estilos de vida ativa e uma prática autónoma da AF (Ferreira, 2001), devendo segundo Simons-Morten, et al. (1987), citado por Glaner (2003), ser um meio motivador para a participação ao longo da vida em atividades físicas. A aula de EF para além de outros objetivos, também é um espaço próprio para a aquisição e manutenção de hábitos de AF, devendo ter uma intensidade adequada à elevação da ApF com vista à manutenção da saúde.

Habitualmente, os termos AF e exercício físico (ExF) são utilizados como sinónimos; no entanto, embora tenham alguns pontos em comum, não designam o mesmo conceito (Taylor; 1983 citado por Caspersen et al.; 1985). Embora existam as semelhanças entre estes termos, como a mero título de exemplo, o movimento corporal gerado pelos músculos e potenciador de gastos energéticos que ambas as práticas determinam, ExF deve ser assimilado como uma subcategoria da AF (Caspersen et al.; 1985).

O autor supracitado refere ainda que ExF é toda a atividade planeada, estruturada e repetitiva, com o objetivo de melhorar a ApF, sendo fundamental utilizá-lo com uma estratégia coadjuvante no combate ao sobrepeso e obesidade.

(19)

7 Quando a atividade é praticada de uma forma organizada e sistemática e resulta na manutenção ou aumento da ApF, deve ser considerada ExF (Caspersen, et al. 1985).

Tabela 1 Atividade física e exercício físico (Segundo Caspersen et al. 1985)

Atividade física Exercício físico

Movimento corporal através dos músculos esqueléticos Movimento corporal através dos músculos esqueléticos

Resultados de energia gasta Resultados de energia gasta

Energia gasta (Kilocalorias) varia continuadamente de baixo para alta

Energia gasta (Kilocalorias) varia continuadamente de baixo para alta

Correlação positiva com o fitness físico Correlação muito positiva com o fitness físico

Movimentos corporais planeados, estruturados e repetidos

Um objetivo consiste em aumentar ou manter os componentes do fitness físico

2.2 APTIDÃO FÍSICA

Inicialmente segundo a AAHPERD (1984) citada por Malina (2013), a ApF era considerada um estado adaptativo, i.e. era a resposta a uma variedade de estímulos, tendo este conceito vindo a evoluir do “essencialmente” motor e força (ApF relacionada ao desporto – rendimento desportivo) para a ApF relacionada à saúde. Posteriormente este conceito progrediu para três grandes subcomponentes: Cardiovascular, força e flexibilidade e composição corporal (Malina, 2013).

Silva (2005), segundo Araújo et al., (2008) considera a ApF como a capacidade de realizar atividades físicas com energia e vigor sem excesso de fadiga e, também, como a demonstração de qualidades e capacidades físicas que conduzam ao menor risco de doenças e incapacidades funcionais. Normalmente verifica-se a existência de uma relação positiva entre bons níveis de ApF e de AF (Rocha, 2013).

A ApF é a condição potenciadora da realização de esforços físicos, a mesma pode ser dividida em ApF relacionada à saúde e ao desempenho atlético(Coledam; et al., 2015).

(20)

8

Tabela 2 Componentes da aptidão física, segundo (Coledam; et al., 2015)

Relacionada à saúde Resistência cardiorrespiratória

Força/ resistência muscular

Flexibilidade

Composição corporal

Desempenho motor

(Rendimento desportivo)

Força explosiva (Potência)

Equilíbrio

Coordenação

Velocidade

Agilidade

As componentes da ApF relativa à saúde são a aptidão cardiorrespiratória, a força muscular, a flexibilidade e a composição corporal (Coledam; et el.,2015 e Guedes, 2007; citado por Dumith, 2010).

A OMS na sua conferência sobre Exercício, Aptidão e Saúde em 1988 considerou que a ApF congrega a capacidade cardiorrespiratória, a força, a resistência muscular a flexibilidade e a composição corporal (Bouchard; et al. 1990 citado por Burgos et al., 2012).

Santos, et al. (2010), menciona citando Silva et. al. (2005) que a ApF deve ser entendida como um elemento associado ou com ligação estreita à saúde, degenerando na capacidade ou susceptibilidade de, em simultâneo, executar actividades físicas, de um modo que não indique um exacerbamento de fadiga, mas que seja energético e vigoroso, e evidenciar as características e qualidades que possibilitam um menor risco de incremento de doenças e quaisquer incapacidades funcionais.

Composição corporal

Existem variadas formas de obter a composição corporal, no entanto utiliza-se muito frequentemente o Índice de Massa Corporal (IMC), por ser um método rápido e de fácil utilização, não sendo necessário utilizar equipamentos dispendiosos (Gallagher, et al.;1996).

(21)

9 O IMC (tabela 3) é uma relação entre a estatura e a massa corporal, verificando-se ser um bom indicador desta correspondência para a população em geral. No entanto tem algumas limitações, pois não apresenta a distribuição da massa gorda pelo corpo. Também não deverá ser utilizado em populações de atletas porque não distingue a massa gorda da massa magra, podendo falsear os resultados por apresentar nessas populações valores superiores ao normal devido à maior quantidade de massa muscular dos atletas (Gallagher, et al. 1996).

Tabela 3 Formula para determinar o IMC

Massa corporal (kg) / Estatura2 (m2)

Aptidão aeróbia

A aptidão aeróbia é a capacidade de realização de uma tarefa utilizando predominantemente como substrato energético oxigénio (O2), devendo existir uma boa interação entre os sistemas respiratório, cardiovascular e muscular, (Wasserman, 1990; citado por Machado, 2010).

Designa-se por capacidade aeróbia máxima, consumo máximo de oxigénio ou VO2 max. a mais alta captação de oxigénio ao nível do mar durante a realização de uma atividade física (Machado, 2010).

Flexibilidade

Designa-se como flexibilidade a capacidade de realização voluntária de movimentos de amplitude angular máxima, dentro dos limites morfológicos (Dantas, et al. 1998; citado por Dantas e Soares). Matos (2010), citando Alter (1996) refere que a flexibilidade é uma característica mecânica responsável pela amplitude do movimento de uma determinada articulação ou mais articulações, é a capacidade de execução de movimentos de grande amplitude, ou sob forças externas, ou ainda que requeiram a movimentação de muitas articulações.

(22)

10 Força muscular

A força muscular segundo Barbanti (1979), citado por Balga et al. (2007) define-se como a capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, envolvendo fatores mecânicos e fisiológicos que determinam a força nalgum movimento em particular. Guedes (1997) também citado por Balga, et al. (2007) refere que a força é uma capacidade de exercer tensão muscular contra uma resistência, vencendo, sustentando ou cedendo esta.

Resistência muscular

A resistência muscular define-se como a capacidade motora de executar contrações musculares repetidas, estáticas ou dinâmicas num determinado período de tempo.

Estudos realizados comprovam a relação entre a probabilidade do surgimento de doenças cardiovasculares em indivíduos com um baixo nível de aptidão física (Erikikssen, 2001; citado por Fonseca et al., 2010).

O mesmo autor atenta ainda na circunstância de o sobrepeso, a obesidade e mesmo os níveis de AF deverem ser reconhecidos como factores que exercem influência relativamente aos níveis de Aptidão Física relacionada à Saúde.

Embora se considere existir uma relação direta entre ApF e saúde, devem ser consideradas as contribuições da genética (Burgos et al., 2012), no entanto como maiores contribuições devem ser considerados os fatores ambientais e especialmente as atividades físicas (Blair SN; et al. 2001; citado por Burgos et al., 2012).

Poder-se-á mesmo sustentar uma maior relação entre a ApF e a prevenção da síndrome metabólica do que entre a AF e a referida síndrome (segundo Rizzo; et al., 2007; citados por Dumith; et al., 2010), confirmando-se assim os dados da ACSM (1986) relatados por Glaner (2003) considerando que o grande risco para a saúde, é uma baixa ApF.

Segundo Dumith et al., (2010), os professores de EF devem fazer uso do instrumento oportuno que lhes é consignado: a mensuração da ApF dos seus alunos, o que lhes possibilitará uma mais cuidada e coerente avaliação e monitorização do desempenho dos mesmos. Paralelamente, será relevante a aferição da relação, de

(23)

11 concordância ou não, do nível de ApF com certas características do próprio aluno ou do contexto em que se envolve.

Nesse seguimento, lógica será a conclusão de que, na esfera pedagógica, a EF Escolar é uma crescente alternativa de intervenção, numa sociedade com baixos níveis de ApF em crianças e adolescentes, reflexos do estilo de vida sedentário e influenciadores da saúde, segundo Cardoso; et al.,( 2014)

A EF é a área que acarreta a maior responsabilidade de promoção do desenvolvimento humano mediante a AF (Nahas; et al., 2000). Esta mesma área, enquanto disciplina onde as práticas pedagógicas podem ser inseridas e praticadas por todos sem distinção, visa desenvolvimento motor, o bem estar e a saúde. Neste contexto, entendemos que a escola se possa situar no centro das preocupações com a educação para a saúde (Marques; et al.; 1999). A EF deve concomitantemente ser encarada como multidimensional, i.e. não se esgotar nas diversas unidades didáticas a trabalhar ao longo do ano letivo. Consequentemente, o docente deve ter a preocupação de, em paralelo com a lecionação das diversas unidades didáticas, elevar a aptidão física dos alunos das suas turmas. Tal poderá justificar-se à luz do facto de pessoas com aumento dos níveis de prática de atividade física gozarem de uma taxa de risco de morte menor, comparativamente àquelas cuja prática de atividade física é reduzida ou mesmo inexistente (Warburton; et al, 2006). Segundo o Ministério da Educação a disciplina de EF deve contribuir para a melhoria da ApF dos discentes, elevando o nível funcional das capacidades condicionais e coordenativas gerais básicas, em particular da resistência geral e de longa duração), da força rápida, da velocidade de reação simples e complexa de execução de frequência de movimentos e de deslocamento, da flexibilidade, da força resistente e de destrezas geral e direcionada.

O IOM (2012) recomenda que a população em geral desenvolva uma rotina diária de AF, de modo a reduzir a obesidade, promovendo a saúde e a ApF, e diminuir o risco do aparecimento de doenças crónicas.

Rocha et al., (2013) refere a possibilidade de uma relação direta entre AF, ApF e saúde, sendo a AF promotora de saúde e associada a uma melhor ApF.

Burgos et al., (2012) ao analisarem 1664 jovens de Santa Cruz do Rio Sul-RS com idades compreendidas entre os 7 e os 17 anos concluíram que a AF relacionada à saúde encontrava-se abaixo da zona saudável. Recomendando ainda mais a prática de AF nos jovens como forma de prevenção de doenças crónico-degenerativas

Também Farias; et al., (2010) ao observarem 383 alunos com idades entre os 10 e 15 anos divididos em dois grupos, um de controlo e outro de caso. Ambos os

(24)

12 grupos frequentaram as aulas de EF, ao grupo de controlo foram lecionadas aulas de EF convencionais, o grupo caso foi submetido a uma AF programada. Verificou-se que existiu uma melhoria ao nível da ApF do grupo caso onde houve uma intervenção comparativamente com o grupo de controlo.

2.3 MONITORIZAÇÃO DA APTIDÃO FÍSICA

A monitorização da ApF na aula de EF é fundamental para o docente obter referências do nível de ApF dos seus alunos. Nas escolas, um dos meios mais utilizados para monitorizar a ApF é o programa Fitnessgram que apresenta uma bateria de testes com o mesmo nome.

A bateria de testes Fitnessgram foi idealizada por Charles L. Sterling em 1977, ao verificar que seria um instrumento útil na área da educação física para monitorizar a ApF dando um feedback, quer para os professores como para os alunos e respetivos encarregados de educação, assim como já era corrente nas outras disciplinas, esboçou o que mais tarde viria a ser o Fitnessgram criando um relatório onde eram descritos todos os valores de uma bateria de testes de ApF dos seus alunos (Plowmant; et al., 2006).

Posteriormente, foi criado um programa informático destinado a tratar todos os dados obtidos nos testes, tendo Sterling e os outros colegas colaboradores aplicado a bateria de testes aos seus alunos. A esta bateria chamaram Texas Physical Fitness – Motor Ability Test (Plowman; et al., 2006).

Em 1981, Sterling e os seus colaboradores passaram a integrar a equipa do Cooper Institute for Aerobics Research (CIAR) em Dallas, tendo o programa sido rebatizado com a designação Fitnessgram, que ainda hoje mantém. A partir deste momento, este instrumento de avaliação da aptidão física ganhou uma maior visibilidade ao devido a uma grande capacidade informática do CIAR, onde eram registados e imprimidos muitos mais relatórios de aptidão física dos alunos (Plowman; et al., 2006).

O programa Fitnessgram é um instrumento de relevante importância de educação e avaliação da ApF relacionada com a saúde dos discentes com idades compreendidas entre os seis e os dezoito anos de ambos os géneros. A avaliação dos níveis de ApF é feita através de referências científicas determinadas após muitos estudos científicos onde os níveis de aptidão física foram associados à saúde (Fitnessgram, 2007).

(25)

13 Os resultados são expressos em dois grandes parâmetros; I) Zona Saudável de Aptidão Física (ZSAF) e II) “Necessita melhorar”. Ao ser atingida a ZSAF num determinado teste do programa significa que o aluno apresenta um nível de ApF de acordo com os padrões de referência associados à saúde. No entanto se pelo contrário, o discente não atinge a ZSAF, mas se encontra na zona “Necessita melhorar”, isto deve ser compreendido como uma informação de que deve melhorar o seu nível de aptidão nesse teste.

Este programa tem como objetivo a promoção da manutenção da AF ao longo da vida e de outros comportamentos de vida saudáveis junto do jovens através da filosofia” HELP” e não deverá ter como fim a avaliação dos discentes na disciplina de EF (Ernest, et al., 2006).

Tabela 4 Filosofia HELP( Ernest, et al., 2006)

H A atividade física regular desenvolve a boa forma física relacionada com a saúde

E Atividade física e fitness são para todos os indivíduos independentemente da idade, género ou capacidade

L Atividade física e Physical Fitness é para toda a vida

P Os programas de atividade física deverão ir ao encontro dos interesses e necessidades dos indivíduos

A aptidão aeróbia, a aptidão muscular e a composição corporal são as componentes da ApF relacionada à saúde. Estas componentes são avaliadas através de vários testes específicos conforme indica a tabela 5.

(26)

14

Tabela 5 Fitnessgram: Componentes da Aptidão Física e respetivos testes

Componentes da Aptidão Testes

Composição corporal Índice de Massa Corporal

Circunferência da cintura femoral

Método das pregas adiposas

Realiza-se um dos testes

Aptidão aeróbia Capacidade aeróbia Marcha

vaivém

Corrida – 1 milha

Realiza-se um dos testes

Aptidão muscular Força e resistência abdominal

Abdominais

Força e flexibilidade do tronco

Extensão do tronco

Força e resistência da região superior do tronco Extensão de Braços Flexão de braços em suspensão Flexão de braços em suspensão modificado Realiza-se um dos testes

Flexibilidade Senta e alcança

Flexibilidade dos ombros

Realiza-se um dos testes

As tabelas 6,7 8 9 e 10 apresentam a descrição de cada teste da bateria Fitnessgram para determinar a Apt aeróbia e a Apt muscular.

(27)

15

Tabela 6 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste vaivém

Componentes da Aptidão

Teste Objetivo e Descrição

Ap ti d ã o a e ró b ia Va iv é m

O vaivém é um teste de patamares de 1 minuto cada de esforço progressivo e tem como objetivo executar o maior número de percursos de 20m ao ritmo da música do cd da bateria. Um sinal sonoro indica o fim do tempo de cada percurso de 20m e o início de um novo percurso em sentido contrário. Três sinais indicam o fim de cada patamar de esforço. Os executantes devem realizar os percursos num corredor de 1 a 1,5m de largura, ultrapassando a linha de final do percurso de 20m até ouvirem o sinal sonoro, se tal não se verificar é considerada falta. Seguidamente devem inverter o sentido da corrida e ao novo sinal iniciar um novo percurso. O executante termina o teste à segunda falta ou quando executar todos os percursos dos 21 patamares.

Tabela 7 Objetivo e descrição do teste abdominal

Componentes da Aptidão

Testes Objetivo e Descrição

Ap ti d ã o m u s c u la r Ab d o m in a is

O teste de abdominais inicia-se com o executante deitado no colchão em decúbito dorsal com as pernas fletidas a cerca de 1400, braços estendidos ao longo do corpo, palmas das mãos

e a cabeça a tocar o colchão. Por debaixo dos joelhos do executante deverá estar uma faixa de 11,5 cm de largura que servirá de referência à execução do movimento. O aluno deve inicialmente estar a tocar com a ponta dos dedos na extremidade mais próxima da faixa e ao sinal sonoro deverá erguer o tronco por forma a que toque com a ponta dos dedos na extremidade contrária. Um colega deverá ajudar verificando a realização correta do exercício. O teste termina aquando da verificação de uma das três situações: quando o exercício for mal executado duas vezes, quando o executante já não conseguir fazer mais abdominais ao ritmo sonoro ou quando tiver realizado 75, o número máximo de abdominais.

(28)

16

Tabela 8 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste de Extensão do tronco

Tabela 9 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste de extensao de braços

Componentes da Aptidão

Testes Objetivo e Descrição

Ap ti d ã o m u s c u la r Ex te n s ã o d e b ra ç o s

O objetivo deste teste é a realização do maior número de extensões de braços. O executante deve colocar-se em decúbito ventral com as mãos debaixo dos ombros e os membros inferiores estendidos com uma ligeira distância entre si, apoiando-se nas pontas dos pés. A execução do exercício prende-se com a flexão dos braços de modo a que forme um ângulo de 900 na articulação do cotovelo

seguida de extensão. O corpo tem de estar em linha reta durante toda a execução do exercício; que deverá ser realizado ao ritmo sonoro do cd do teste. O teste termina quando o aluno não cumprir à segunda vez o exercício durante a sua realização conforme a descrição, ou quando parar.

Componentes da Aptidão

Testes Objetivo e Descrição

Ap ti d ã o m u s c u la r Ex te n s ã o d o t ro n c o

Este teste tem como objetivo a elevação máxima do tronco a partir do levantamento do queixo sem contudo estender completamente o pescoço. Inicia-se com o executante em decúbito ventral, com as pernas e os braços esticados e as mãos por debaixo das coxas. Quando o professor indicar, o executante deverá elevar o tronco devagar até ao máximo de 30 cm. O exercício é realizado por duas vezes contabilizando-se a melhor tentativa. O professor deverá medir a distância do queixo ao solo.

(29)

17

Tabela 10 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste de senta e alcança

Componentes da Aptidão

Testes Objetivo e Descrição

Ap ti d ã o m u s c u la r Se n ta e a lc a n ç a

O objetivo deste teste é medir a flexibilidade é medir a flexibilidade da coluna. O executante descalço, deve sentar-se com uma perna fletida, a outra estendida e o pé tocar a reentrância da caixa de medição. Os joelhos devem estar separados entre si entre 5 a 8 cm. A palma de uma das mãos deve estar colocada sobre as costas da outra mão, devendo o executante tentar alcançar a maior distância possível fletindo o tronco à frente e manter-se na posição descrita durante 1 segundo. Deve repetir o exercício trocando a posição das pernas.

Em Portugal o programa Fitnessgram foi introduzido pelo Núcleo de Exercício e Saúde da Faculdade de Motricidade Humana em 2001 numa parceria com o Ministério da Educação, Direção Geral de inovação e Desenvolvimento Curricular e o Cooper Institute (Fitnessgram, 2007).

A tabela 11 apresenta-nos os valores de corte do Fitnessgram da ZSAF aos 10 anos (Fitnessgram, 2007).

Tabela 11 Valores Fitnessgram para a ZSAF aos 10 anos

Género Ida d e ( a n o s ) IM C (Kg /m 2) Ex te n s ã o d e b ra ç o s (Ex e c u ç õ e s ) Ab d o m in a is (Ex e c u ç õ e s ) Ex te n s ã o d o tro n c o (c m ) Se n ta e a lc a n ç a (c m) Va iv e m (Pe rc u rs o s ) Masculino 10 21-15.3 7-20 12-24 23-30 20 23-61 Feminino 23.5-16.6 7-15 12-26 23-30 23 15-41

(30)

18

CAPÍTULO 3 ESTUDO DESENVOLVIDO

3.1 METODOLOGIA

Este capítulo encontra-se dividido em vários pontos onde são descritos os desenvolvimentos dos vários passos do presente relatório.

Para este estudo foi utilizada em contexto de aula a Bateria de testes Fitnessgram em dois momentos diferentes, o primeiro no início do segundo período letivo e o segundo no final do ano.

3.2 AMOSTRA

A amostra era constituída por 28 alunos com idades compreendidas entre os 10 e os 11 anos, 17 do sexo feminino e 11 do sexo masculino do 5º ano de escolaridade de uma escola do ensino privado da cidade de Leiria. Nenhum dos alunos apresenta qualquer problema de saúde.

3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO

Só foram considerados para a realização estudo os alunos que não praticassem qualquer AF regular em clubes ou instituições desportivas para além da frequência dos três tempos semanais (100+50 minutos) das aulas de EF.

Assim, dos 28 alunos que foram avaliados, 2 foram excluídos por praticarem uma AF regular fora do contexto escolar.

A tabela 12 apresenta-nos a percentagem de alunos da turma por género após a aplicação dos critérios de inclusão / exclusão. Verificando-se que 9 os rapazes e as 17 raparigas correspondem respetivamente a 34.62% e a 65.38% do total da de alunos da turma.

(31)

19

Tabela 12 Percentagem de alunos por género

N %

M 9 34.62

F 17 65.38

Observando a tabela 13 verificamos que a média das idades dos alunos é de 10.33 ±0.5 anos para os rapazes e de 10.17±0.52 anos para as raparigas no momento da primeira avaliação.

Tabela 13 Média e desvio padrão de idades

Idade N Md (anos) Dp M 9 10.33 .50 F 17 10.17 .52 3.4 INSTRUMENTOS E PROCEDIMENTOS

Na realização deste estudo, foi utilizado o Programa de Testes Fitnessgram 6.0, seguindo todas as suas referências metodológicas.

Todos os testes do Fitnessgram realizados em contexto de aula de EF.

A composição corporal foi mensurada através do IMC. Para o cálculo do IMC, a massa corporal foi medida com recurso a uma balança digital modelo Sonja (WG-2419) da marca Tristar. A medição da estatura foi efetuada com uma régua graduada (fita métrica com 2 metros colada a uma régua de madeira).

A aptidão muscular foi avaliada através dos testes de extensão de braços, extensão do tronco, abdominais e do teste senta e alcança.

(32)

20 A recolha de dados realizada em dois momentos do ano letivo 2014/15; o primeiro no início do segundo período e o segundo no final do ano letivo.

3.5 ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para caraterizar a amostra, foram utilizadas medidas estatísticas de tendência central média (Md) e desvio padrão (dp).

A análise estatística e tratamento dos dados para calcular a média e o desvio padrão foram efetuados com a folha de cálculo Excel do programa Office 2010 da Microsoft, versão para Windows.

(33)

21

CAPÍTULO 4 APRESENTAÇÃO E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS

Neste capítulo passamos a apresentar e analisar os dados obtidos nos dois momentos da realização da bateria de testes Fitnessgram.

Propomo-nos assim, utilizando as médias e desvios padrão dos resultados analisar a evolução da composição corporal e da ApF e comparando-os com os valores de referência do programa Fitnessgram validados para a população portuguesa e entre géneros entre o primeiro e o segundo momento da realização do Fitnessgram.

No intervalo entre as duas avaliações decorreu um período de cinco meses, tendo sido lecionados os conteúdos das unidades de atletismo, voleibol, andebol, futsal, luta e basquetebol com a duração semanal de três tempos letivos de cinquenta minutos.

4.1 COMPOSIÇÃO CORPORAL

As tabelas 14, 15 e 16 apresentam-nos a caraterização dos dados relativos à composição corporal. Para tal foram recolhidos os valores dos dados antropométricos estatura e massa corporal do género masculino e femininos obtidos nos dois momentos de avaliação.

A tabela 14 apresenta a média e desvio padrão da estatura dos discentes por género nos dois momentos da avaliação.

Ao analisarmos os dados referentes ao primeiro e segundo momentos de avaliação confirmamos existir um aumento de estatura, quer para o género masculino quer para o feminino. Atendendo ao dp dos valores médios nos dois géneros podemos constatar que houve um crescimento regular, i.e., ao manter a mesma tendência de valores do dp, verificamos que a dispersão será igual nos dois momentos para os dois géneros.

Verificamos ainda que em ambos os momentos, o género feminino apresenta valores médios superiores de estatura comparativamente com o masculino.

(34)

22

Tabela 14 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos à estatura

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md dp Md dP

Género Masculino 9 139.55 7,4 140.88 7.5

Género Feminino 17 146.7 8,53 148.58 8.6

Na tabela 15 são apresentados os dados referentes à massa corporal, segundo estes foi no género feminino que se verificou existir em valor médio um maior acréscimo do primeiro momento de avaliação para o segundo de realização da bateria de testes. O grupo feminino apresentou um valor médio superior de massa corporal nos dois momentos de avaliação relativamente ao masculino. Atendendo aos valores médios e dp da massa corporal dos rapazes e das raparigas constatamos que não houve um aumento significativo da massa corporal entre os dois momentos de avaliação.

Tabela 15 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos à massa corporal

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md Dp Md DP

Género Masculino 9 36.11 9.7 36.77 9.14

Género Feminino 17 42.52 10.14 43.82 10,27

Relativamente aos valores médios do IMC, o género masculino apresentou resultados médios iguais nos dois momentos (18.31 kg/m2), tendo o género feminino obtido um valor médio inferior de 0.02 kg/m2no segundo momento de avaliação relativamente ao momento inicial como se pode verificar na tabela 16. Constatando-se assim que o IMC se mostrou estável entre a primeira e a segunda avaliação nos dois géneros. Ambos os grupos obtiveram resultados médios, compreendidos entre os valores de ZSAF para o IMC.

(35)

23

Tabela 16 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao índice de massa corporal

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md Dp Md DP ZSAF

Género Masculino 9 18.31 3.60 18.31 3.13 21 15.3

Género Feminino 17 19.73 3.71 19.71 3.91 23.5 16.6

No entanto como reconhecemos que os valores médios e o desvio padrão do IMC poderiam adulterar os resultados, resolvemos fazer a sua apresentação graficamente. Os gráficos 1 e 2 referem-se aos géneros masculino e feminino respetivamente mostrando os resultados nos dois momentos por aluno.

Ao analisarmos o gráfico 1 e a tabela 17 onde se apresentam os valores médios do IMC nas duas avaliações, aluno a aluno, verifica-se que no primeiro momento de avaliação cinco dos nove alunos se situam fora da ZSAF, passando para dois na segunda avaliação.

Gráfico 1 Índice de Massa Corporal Masculino

0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 1 2 3 4 5 6 7 8 9 1ª Avaliação 2ª Avaliação

(36)

24

Tabela 17 Índice de Massa Corporal Masculino

Alunos Avaliação 1ª 2ª 1 19.02 18.05 2 18.66 18.65 3 15.27 15.73 4 16.84 17.10 5 15.23 15.75 6 25.45 24.32 7 17.84 17.33 8 22.18 22.52 9 14.31 15.36

Através da observação do gráfico 2 e da tabela 18, referentes aos valores de IMC do género feminino, constatamos que na primeira avaliação quatro alunas encontram-se fora da ZSAF para o IMC e no segundo momento cinco alunas não estão dentro dos valores de referência da ZSAF.

(37)

25

Tabela 18 Índice de Massa Corporal Feminino

Alunos Avaliação 1ª 2ª 1 17.71 17.90 2 22.22 21.49 3 19.70 20.54 4 26.16 26.78 5 16.89 16.67 6 15.22 16.44 7 21.40 21.09 8 21.34 20.82 9 17.79 17.26 10 16.86 16.88 11 13.88 13.51 12 16.71 17.30 13 20.64 21.46 14 19.53 20.32 15 17.09 16.44 16 23.15 22.83 17 27.47 27.89

A partir da análise da tabela 19 constatamos que dos nove rapazes apenas quatro o que correspondem a 44.5% do universo, estavam dentro da ZSAF na primeira avaliação do Fitnessgram, passando para sete na segunda avaliação, o que passou a corresponder 77.8% do total da amostra masculina. Já quanto ao género feminino, das dezassete raparigas que estavam dentro da ZSAF inicialmente, o que corresponde a 76.48% deste género passaram para doze no segundo momento de avaliação correspondendo a 70.59% do total feminino. Estes dados poderão ser explicados pelos hábitos nutricionais, pois embora uma grande maioria desta população tenha um estilo de vida ativo, contudo consome com alguma frequência alimentos processados.

Tabela 19 Percentagem de alunos por género dentro da ZSAF no teste de IMC

Género

1ªAvaliação 2ª Avaliação

n ZSAF % ZSAF %

Masculino 9 4 44.5 7 77.8

(38)

26 4.2 APTIDÃO MUSCULAR

As tabelas 20 e 21 apresentam os valores dos dados obtidos nos testes de força do Fitnessgramnos dois momentos de avaliação

Na tabela 20 observamos os valores médios e desvios padrão do teste de extensão de braços.

De acordo com os dados houve uma melhoria nos resultados na segunda avaliação em termos médios nos dois géneros. Embora o grupo feminino apresentasse valores médios superiores nos dois momentos, verificou--se existir uma melhoria superior nos resultados médios do grupo masculino. Os valores médios obtidos pelo grupo masculino no teste de extensão de braços realizado no primeiro momento de avaliação foram de 5:55, tendo sido inferior ao número mínimo para ser considerado positivo que seria de 7. No segundo momento, o mesmo grupo teve como resultado um valor médio de 7.11, atingindo o valor mínimo para ser considerado positivo, i.e. estar dentro da ZSAF.

Orsano; et al., (2011) também verificou que o género feminino obteve melhores valores para o teste de extensão de braços do que o masculino, corroborando as nossas conclusões.

Tabela 20 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste de extensão de braços

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md Dp Md Dp ZSAF

Género Masculino 9 5.55 3.35 7.11 3.37 7 20

Género Feminino 17 7.29 3.01 7.88 4.55 7 15

Ao observarmos a tabela 21 encontramos os valores médios dos resultados relativos ao teste de abdominais nos dois momentos de avaliação.

Analisando a referida tabela verificamos que enquanto houve um aumento substancial dos valores médios no grupo masculino de 15.11±8.6 para 18.22±7.75, do primeiro momento de avaliação para o segundo momento, no grupo feminino existiu uma diminuição dos valores médios neste teste de 24.23± 16.3; para 23.5±13.85. Neste teste ambos os géneros obtiveram resultados médios dentro do intervalo de ZSAF, no entanto o grupo feminino apresentou valores superiores comparativamente ao masculino nos dois momentos de realização deste teste.

(39)

27 Araújo; et al., (2008), obteve resultados opostos aos nossos, verificando que o género masculino obteve um desempenho superior ao feminino num teste abdominal. Burgos et al., (2012) encontrou resultados coincidentes aos nossos num teste abdominal, situando-se grande parte dos seus alunos numa classificação entre o “razoável” e o “bom” segundo o Projeto Esporte Brasil (PROESP-BR).

Tabela 21 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste de Abdominais

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md dp Md Dp ZSAF

Género Masculino 9 15.11 8.6 18.22 7.75 12 24

Género Feminino 17 24.23 16.3 23.5 13.85 12 26

Através da observação da tabela 22 referente aos valores médios e desvio padrão da extensão do tronco encontramos valores superiores para o género feminino em ambos os momentos da avaliação. Os valores médios obtidos nos dois grupos foram superiores no momento da primeira avaliação, verificando-se que enquanto o grupo masculino não atingiu um resultado médio dentro dos valores de ZSAF, o feminino apresentou valores médios próximos do valor máximo dentro do intervalo de ZSAF.

Tabela 22 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste extensão do tronco

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md Dp Md Dp ZSAF

Género Masculino 9 22.44 3.97 21.22 5.21 23 30

(40)

28 As tabelas 23 e 24, apresentam os valores médios e desvio padrão do teste de flexibilidade senta e alcança, a 12 com os valores referentes ao lado direito e a 13 ao lado esquerdo.

Após observarmos e analisarmos as duas tabelas constatamos que o grupo feminino apresentou valores médios mais elevados do que o masculino nos dois momentos de avaliação quer para o lado direito, quer para o esquerdo. Os rapazes apresentaram valores médios inferiores para os dois lados no teste senta e alcança na segunda avaliação comparativamente à primeira. Ambos os grupos obtiveram valores médios neste teste dentro dos valores descritos pelo Fitnessgram como ZSAF.

Tabela 23 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste senta e alcança (direito)

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md Dp Md DP ZSAF (1)

Género Masculino 9 20.22 5.97 17.22 7.04 20

Género Feminino 17 23.05 7.04 24.58 6.92 23

(1) Teste cotado como positivo/negativo; é necessário atingir a distância indicada em cm para ser positivo

Tabela 24 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) referentes ao teste senta e alcança (esquerdo)

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md Dp Md DP ZSAF (1)

Género Masculino 9 19.0 7.39 16.32 8.18 20

Género Feminino 17 24.17 6.51 25.29 6.53 23

(1)Teste cotado como positivo/negativo; é necessário atingir a distância indicada em cm para ser positivo

Henkes; et al. (2013) ao realizar os testes de flexibilidade preconizados pelo Projeto Esporte Brasil (PROESP – BR) também verificou que o género masculino apresentou um desempenho inferior ao feminino.

(41)

29

4.3 APTIDÃO AERÓBIA

Relativamente à Aptidão Aeróbia verificamos que os valores médios para o teste de vaivém, são superiores na segunda avaliação da Aptidão Física com o Fitnessgram, nos dois géneros. Constatamos assim que houve uma evolução da primeira avaliação para a segunda. Verifica-se ainda que em ambos os momentos de avaliação o grupo masculino apresenta valores médios superiores quando comparado com o feminino, encontrando-se ambos na ZSAF. Os rapazes realizaram em média mais percursos do que as raparigas nos dois momentos como podemos confirmar ao observando a tabela 25. A tendência verificada entre o género masculino e o feminino no teste de resistência aeróbia vaivém foi confirmada por Araújo et al. (2008).

Tabela 25 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos ao teste vaivém

1ª Avaliação 2ª Avaliação

n Md Dp Md DP ZSAF

Género Masculino 9 32.55 11.39 33.22 10.25 23 61

Género Feminino 17 20.52 5.53 22.41 7.09 15 41

A tabela 26 exibe uma súmula dos vários resultados médios e dp obtidos nos dois momentos de avaliação da bateria de testes Fitnessgram. Os valores são apresentados com um fundo verde ou vermelho e correspondem respetivamente aos resultados que se encontram dentro dos parâmetros da ZSAF ou AZAFS da referida bateria de testes.

Uma grande maioria dos discentes, principalmente as raparigas residem fora da zona urbana da cidade de Leiria e ajudam os seus progenitores nos trabalhos domésticos, o que poderá também ajudar a explicar estes resultados encontrados nos vários testes.

(42)

30

Tabela 26 Resumo dos valores médios (MD), desvios padrão relativos aos vários testes realizados

Composição

corporal Aptidão muscular

Aptidão aeróbia Género IM C Ex te n s ã o d e Bra ç o s Ab d o m in a is Ex te n s ã o d o tro n c o Se n ta e a lc a n ç a d ire it o Se n ta e a lc a n ç a e s q u e rd o Va iv e m Masculino 1ª Avaliação M 18.31 5.55 15.11 22.44 17.22 16.32 32.55 dp 3.60 3.35 8.6 3.97 7.07 8.18 11.39 2ª Avaliação M 18.31 7.11 18.22 21.22 20.22 19.0 33.22 dp 3.13 3.37 7.75 5.21 5.97 7.39 10.25 Feminino 1ª Avaliação M 19.73 7.29 24.23 27.58 23.05 24.17 20.52 dp 3.71 3.01 16.3 2.98 7.04 6.51 5.53 2ª Avaliação M 19.71 7.88 23.5 27.00 24.58 25.29 22.41 dp 3.91 4.55 13.85 2.97 6.92 6.53 7.09

(43)

31

CAPÍTULO 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Neste quinto capítulo apresentaremos as considerações finais do presente relatório e algumas recomendações estratégicas de futuras intervenções.

O presente relatório teve como objetivo a avaliação da ApF relacionada à saúde de uma turma do quinto ano de escolaridade em dois momentos do ano letivo 2014-2015, através do Programa Fitnessgram.

Considerando as várias componentes da ApF relacionada à saúde, estes alunos apresentam valores médios na maioria dos testes dentro dos valores da ZSAF nos dois momentos.

Assim, a nível da composição corporal os resultados médios IMC mostram que os rapazes e as raparigas encontram-se dentro do intervalo de ZSAF nos dois momentos da realização do Fitnessgram.

Ao nível da aptidão muscular considerando os valores médios encontrados, as raparigas nas duas avaliações realizadas encontram-se dentro da ZSAF em todos os testes, tendo-se verificado ainda uma melhoria do primeiro momento de avaliação para o segundo. Já os rapazes, nos testes de extensão de tronco e de senta e alcança obtiveram nas duas avaliações resultados médios abaixo da ZSAF. Ao nível do teste de extensão de braços melhoraram a sua prestação no segundo momento da realização do Fitnessgram, verificando-se que ficaram dentro dos valores da ZSAF.

No teste de vaivém realizado para avaliar a aptidão aeróbia, ambos os grupos apresentaram resultados dentro da ZSAF nos dois momentos em que realizaram este teste.

Analisando os resultados os resultados nos dois momentos de realização da bateria de testes Fitnessgram, devemos considerar que:

I) os rapazes por não apresentarem valores médios dentro da ZSAF em todos os testes, não se encontram dentro da ZSAF;

II) as raparigas apresentam valores médios dentro da ZSAF em todos os testes, encontram-se dentro da ZSAF.

Como forma de melhorar a ApF relacionada à saúde recomenda-se que este estudo seja replicado nesta turma e nas restantes da nossa escola até ao final do terceiro ciclo. Aqui neste caso concreto existe a facilidade de analisar os dados já que normalmente os alunos começam a frequentar n nosso estabelecimento de ensino no primeiro ciclo e só mudam de escola n final do terceiro ciclo. Os testes Fitnessgram

(44)

32 deverão ser realizados duas vezes por ano, no início e no fim, colocando-se os resultados por aluno no placard da sala de aula para cada um poder compara os seus resultados com o ano anterior e com o atual. A replicação deste estudo a nível concelhio poderia ser também um bom meio de uma hipótese como um meio de verificar o estado da nossa população escolar relativamente à ApF relacionada à saúde.

(45)

33

CAPÍTULO 6 BIBLIOGRAFIA

Araujo, S; Oliveira, A.; Aptidão física em escolares de Aracaju. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. 2008.10(03).271-276

Babey, Susan H.; Wu, Shinyi; Cohen, Deborah; How can schools help you thin crase physical activity? An economic analysis comparing school-based programs. Preventive Medicine (2014). http://dx.doi.org/10.1016/j.ypmed.2014.10.013

Balga, R; Moraes, F.; Efeitos do treinamento de força sob a melhoria na cadencia ciclistas de speed. Revista Mackenzie de Educação Física e Esporte – Volume 6. número 3 . 2007

Burgos, M.; Reuter, C.;Tornquist, L.; Piccin, a.; Perfil de aptidão física relacionada à saúde de crianças e adolescentes de 7 a 17 anos. Jornal health sciences institute. 2012.30(2):171-5

Cardoso, M.A.; Pereira, F.M.; Afonso M.R.& Rocha Júnior, I.C.; 2014. Educação física no ensino médio: desenvolvimento de conceitos e da aptidão física relacionados à saúde: Revista Brasileira de educação Física e Esporte. (São Paulo) 2014 Janeiro-Março. 28(1).147-61

Caspersen, C; powell, K; Christenson, G. , (1985). Physical activity exercise and physical fitness: definitions and distinctions for health-related research. Public Health Rep. 1985 Mar-April. 100(2): p. 126-131

Coledam, DHC; Júnior, João Pedro Batista; Glaner, Maria Fátima. Baixa concordância entre os critérios de referência da fitnessgram para adolesceentes. Revista Paulista de Pediatria. 2015.

Dumith, Samuel Carvalho; Ramires, Virgílio Viana; Souza, Matheus Jesuíno Alves; Moraes, Daniel Souza; Petry, Fabrício Godoy; Oliveira, Eduardo Soldera; Ramires, Sandro Viana ; & Marques, Alexandre Carriconde; Aptidão física relacionada ao desempenho motor em escolares de sete a quinze anos. Revista Brazileira de Educação Física Esporte, São Paulo. v.24, n.1. p.5-14. janeiro/Março.2010

(46)

34 Ernest, M.; Corbin, C.; Beighle, A.; Pangrazi, R.; Appropiateand inappropriate uses of FITNESSGRAM: A commentary. Journal of Physical Activity and Health. 2006. 3 (suppl.2). S90-S100 Human Kinetics

Farias; Carvalho, W.; Gonçalves, E; Guerra-júnior, G.; Efeito da atividade física programada sobre a aptidão física em escolares. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desempenho Humano. 2010. 12(2):98-105

Ferreira, Marcos Santos; Aptidão física e saúde na educação física escolar: ampliando o enfoque. Revista Brasileira de Ciência do Esporte. v. 22. n 2, p. 41-54. janeiro. 2001

Fitnessgram, Manual de Aplicação de testes. 2ªEdição.2007. Faculdade de Motricidade Humana. FMH. Edições Lisboa

Fonseca, H.; Dellagrana R.; Lima, L; Kaminagakura, E.; Aptidão física relacionada à saúde de escolares de escola pública de tempo integral. ActaScientiarum. Health Sciences .Maringá. v 32. n2,p. 155-161. 2010

Gallagher D, Visser M, Sepulveda D, Pierson RN, Harris T, Heymsfield SB. How useful is body mass index for comparison of body fatness across age, sex, and ethnic groups? American Journal of Epidemiology 1996.143:228-39.15

Glaner, M.F. Importância da aptidão física relacionada à saúde. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano.Floianópolis.V5.n.2.p.75-5.2003

Hands , B. ; Larkin, D.; Parker, H.; Straker, L.; Perry, M.; (2009). The relationship among physical activity, motor competence and health-related fitness in 14-year-old adolescents.Scandinavian Journal of Medecine and Science in Sports. 19. 655-663

Henkes, C. M.; Borfe, L.; Muradás, R; Tornquist, L.; Burgos, M.S.; (2013). Aptidão física relacionada à saúde de escolares: estudo comparativo dos hemisférios Norte- Sul- Leste- Oeste da zona rural de Santa Cruz do Sul – RS. Cinergis. 2013.; Ano 14.-Volume 14- Número 4- Outubro/Dezembro 2013. 14(4):206-209

V. P. Lopes, A. M. Monteiro, T. Barbosa, P. M. Magalhães, J. A. R. Maia; Revista Portuguesa de Ciências do Desporto. 2001. vol. 1. nº 3 (53–60)

Imagem

Tabela 5 Fitnessgram: Componentes da Aptidão Física e respetivos testes
Tabela 10 Fitnessgram: Objetivo e descrição do teste de senta e alcança
Tabela 13 Média e desvio padrão de idades
Tabela 14 Valores médios (Md), desvios padrão (dp) relativos à estatura
+7

Referências

Documentos relacionados

The study of wound ballistics should include biomechanical science for better results in diagnosis, treatments and prognosis. Finite Element Analysis can provide

Nesse sentido, Jurandir Costa (1983) em Ordem Médica e Norma Familiar observou uma forte similitude “entre os mecanismos de coerção.. 20 empregados pelo Estado

The first and main objective in this study was to associate the skull shape with diet types and habit traits in the closely related species of the sympatric Sigmodontinae

They only differ, on the positive sentiment, for Skytrax it had Airline Image while TripAdvisor had In-flight Entertainment and Ticket Price (which had the same percentage as

As três propriedades das carnes da coxa/sobrecoxa de frango foram bastante afetadas pelo conteúdo de umidade, com um aumento nos valores da condutividade e difusividade

desenvolverem revolta social e política contra o domínio da nobreza alemã. Os revoltosos reivindicavam o confisco das terras senhoriais e da Igreja. Defendiam a formação de

These chapters suggest that a better insight into the nature of triggers we help us understand why the nature of the items moving into a certain functional position may change

Objetivos Específicos  Determinar os parâmetros cinéticos de estabilidade térmica do fármaco sinvastatina através dos dados termogravimétricos dinâmicos e isotérmicos; 