"
CM
4117
ADRIANO
LUIZ
VICENTE
ASPECTOS
CLÍNICOS
DE
TUBERCULOSE
EM
PACIENTES
COM
SÍNDROME
DA
IMUNODEPICIÊNCIA ADQUIRIDA
(SIDA)
NO
HOSPITAL
NEREU
RAMOS
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduação
em
Medicina.
FLORIANÓPOLIS
ADRIANO
LUIZ
VICENTE
ASPECTOS
CLÍNICOS
DE
TUBERCULOSE
EM
PACIENTES
COM
SÍNDROME
DA
IMUNODEFICIÊNCIA
ADQUIRIDA
(SIDA)
No
HOSPITAL
NEREU
RAMOS
Trabalho apresentado à Universidade
Federal de Santa Catarina, para a
conclusão no Curso de Graduaçao
em
Medicina.
Coordenador do Curso: Prof. Dr. Edson José Cardoso
Orientador: Prof. Osvaldo Vitorino Oliveira Co-orientadora: Silvia Cristina de Carvalho Flôres
FLORIANÓPOLIS
AGRADECIMENTOS
Aos
meus
pais, que,com
amor, carinho e dedicação, nosderam
formação, estrutura,tomando
a nossa jornada mais agradável de ser percorrido.Aos meus
irmãos, pelocompanheirismo
e paciência.Ao
Dr.Osvaldo
Vitorino Oliveira, pelo apoio e orientação.A
Dra. Silvia Cristina C. Flôres, pela amizade, disponibilidade e prontaajuda
na
realização deste trabalho.A
Heloísa, pelo amor, apoio e paciência.Ao
meu
amigo
André, pela realizaçãodo
summary
Aos
amigos
e funcionáriosdo
HospitalNereu
Ramos
que
colaboraramÍNDICE
Introdução ... .. Objetivo ... . .Método
... .. Resultados ... .. ~ Discussao ... . . Conclusões ... . . Referências ... ..Resumo
... .. Summary... . . . . . . . . . . . . . .. . . . - . . . . . › . . ..Apêndice
... _.l
1.
INTRODUÇÃO
A
tuberculosetem
sidobem
documentada
como
um
graveproblema
de saúdeno
mundo
eno
Brasil.Nos
últimos20
anos adoença
está resurgindoem
paísesdesenvolvidos
tomando-se
mais intensa nos paísesem
desenvolvimento. Acredita-se
que
isto ocorra devido a deterioração socioeconômica, ao sucateamento dasunidades de
saúde
e principalmentecom
o aparecimentoda
Sindrome
da
Imunodeficiência
Adquirida (SIDA).1 2A
nível mundial, a estimativa para o finaldo
ano de 1998 foi deque
cerca de1.7 bilhões de indivíduos estejam contaminados
com
Mycobacterium
tuberculosis,correspondente a cerca de
30%
da
população mundial.Nos
países desenvolvidossão registrados
em
tomo
de 400,000 casos novos/ano e 40.000 mortes/ano.Nos
~
países
em
desenvolvimento estenúmero
chega
a 8 milhoes de casos novos/ano e 3milhões de mortes/ano causados pela tuberculose.
O
Brasil é o sexto paísem
número
de casos notificadosno
mundo;
estima-se que 35 a45
milhões de pessoaestejam infectados
com
notificação de 120.000 casos novos/ano ficando atrásda
Índia, Indonésia, China, Filipinas, Paquistão.3
Em
Santa Catarina atéo
final de1998 foram
notificados6185
casos deSIDA,
destes
728
(16.l%) com
tuberculosepulmonar
e598
(132
%) com
tuberculose2
No
HospitalNereu
Ramos
no
ano
de1997
registrou-se297
intemaçõesem
pacientes
com
SIDA,
destas 70(325%)
casoscom
tuberculosepulmonar
e46
(2l.4%) casos
com
tuberculose extrapulmonar
eda doença
disseminado, sendorespectivamente, a primeira e terceira
maior
causa de internação nesta população.5Com
o
crescenteaumento do
número
de pacientes soropositivo paraHIV
sabe-se que a tendência
também
éum
aumento no
número
de pacientescom
tuberculose nesta
populaçãoó
A
prevalência de infecção peloHIV
em
pacientescom
diagnóstico de tuberculosepulmonar
varia de 6.8%
a42
%.3 7 8A
tuberculose
é
uma
das principais manifestações para definição deSIDA
doença, ecom
frequência a primeira infecção detectada
no
paciente infectado peloHIV,
devido aalta patogenicidade
do
bacilos 8 9Pode
manifestar-se pormeio
de apresentaçõestípicas de tuberculose naqueles pacientes que estão
no
inícioda
infecção peloHIV,
quando
níveis de linfócitosCD4
estãonormalmente acima
de500
células/mm3,
ou
através de manifestações atípicas naqueles pacientes imunodeprimidos,
com
níveisde linfócitos
CD4
inferiores a200
células/mm3,podendo
causarum
retardono
diagnóstico, consequentemente
um
retardono
iníciodo
tratamento,que
muitasvezes é fatal nestes pacientesg 9101112
Durante infecção primária
em
pessoasimunocompetentes
com
Mycobacterium
tuberculosiso
macrófago
fagocita a micobacteria e processa aapresentação
do
antígeno para células T. CélulasCD4
secretam linfocinas queaumentam
a capacidadedo
macrófago
para fagocitar e eliminar a micobacteria.Na
maioria dos indivíduos a infecção por tuberculose é contida e
não
desenvolve adoença, entretanto
um
pequeno
número
de bacilospermanece
latenteno
corpo.Clinicamente a tuberculose desenvolve-se
em
aproximadamente
10%
das pessoas3
A
característicada
infecçãodo
HIV
éuma
progressiva depleção e disfunçãode células
CD4
comprometendo
afimção
de defesa dos monócitos e macrófagos.Como
as célulasCD4
emacrófagos
tem
um
papel centralna
defesa contrao
Mycobacterium
tuberculosis,uma
disfunção nestas célulasem
pacientessoropositivos leva a
um
alto risco para infecção primáriaou
reativaçãoda
tuberculose.” Vale ressaltar
também
que
a tuberculose causa progressão acelerada4
2.
OBJETIVO
Objetivo principal: analisar as fonnas clínicas de apresentação de
tuberculose
em
247
pacientescom AIDS
internadosno
Hospital.Nereu
Ramos.
Objetivos secundários: analisar o perfil epidemiológico nestes pacientes e
5
3.
MÉTODO
AMOSTRA
Foram
analisadas352
internaçõesem
247
prontuários de pacientes maioresde 14 anos
com
diagnóstico deSIDA
e Tuberculose, internadosno
HospitalNereu
Ramos
no
período de 10 de janeiro de1996
à 31 dedezembro
de 1998.PROCEDIMENTO
Foi realizado
um
estudo retrospectivo, descritivo e longitudinalno
HospitalNereu
Ramos (HNR)
em
Florianópolis, centro- de referênciano
estado de SantaCatarina para internações de pacientes
com
doenças infectocontagiosas e pacientesportadores
do
víms
HIV
eSIDA
em
adultos.Para coleta de dados, foi elaborado
um
protocolo de pesquisa (apêndice 1).Realizado
uma
revisão nos prontuáriosdo
SAME
-( Serviço deArquivo
Médico
Estatístico)
do
HospitalNereu
Ramos
e selecionado os pacientescom
co-infecçãoTuberculose e
AIDS
intemados entre 10 de janeiro de1996
a 31 dedezembro
de6
Foram
preenchidas asfichas
e analisados os seguintes dados:-Identificação
do
paciente: (sexo, raça,município de origem, data denascimento, fatores de risco para infecção pelo HIV).
-Infecção pelo
HIV:
( classificaçãodo
CDC
no
diagnósticodo
HIV,
datadiagnóstico de
AIDS).
-Infecção por tuberculose: ( data
do
diagnóstico, quantificação linfócitoT
CD4
e data de realizaçãodo
referidoexame,
classificaçãodo
CDC
para infecçãopor
HIV
no
diagnóstico de tuberculose, tipo de admissão dos casos de tuberculose,formas clínicas de apresentação de tuberculose, óbito).
-Os métodos
diagnósticos realizados: (microscopia e cultura paraBAAR
defluidos e secreções, radiografia de tórax, broncoscopia
com
lavado e/ou escovadobrônquico, biópsia de gânglio, biópsia pleural, tratamento empírico).
Para o diagnóstico
do
HIV,
consideramos primeiro,o
exame
ELISA
paraHIV
positivo (2 sorologiasELISA
positivomais
1 teste confirmatório,Wester
Blotou
IFI) encontradono
prontuário.Na
ausência destes dados consideramos otempo
de soropositividade referido pelo paciente ao
médico
ou
enfermeiro (a)que o
transcreveu para o prontuário.
S
O
diagnóstico de tuberculose foi obtido atravésda
visualização diretado
bacilo por
meio
coloração de Ziehl-Nielssen e cultura parao
referido agenteem
fluidos e secreções; através
da
presença degranuloma
com
necrose caseosaem
material obtido por
meio
de biópsia; diagnóstico foi presuntivona
presençade
alterações radiográficas e visualização direta
do
bacilo negativa, obtendomelhora
clínica após realizado tratamento empírico.
Nos
prontuários quecontinham
mais deuma
radiografia de tórax, foi7
registradas
confonne
o laudodo
radiologista; naquelasem
que o
laudonão
estava disponível,foram
submetidas auma
nova
avaliação pelo serviço de radiologia.A
quantificação linfócitosT
CD4
foi registrada até osegundo
mês
apóso
diagnóstico de infecção pelo
HIV;
doismês
antes e até 2meses
apóso
diagnósticode tuberculose.
A
fim
de estratificação, foi obedecido o seguinte critério: contagensmaiores
que 500
células/mm3, contagens entre200
e499
células/mm3, contagensentre 50 e 199 células/mm3 e contagens inferiores a
49
células/mm3.Para definição
de
SIDA
nos pacientes analisados foi utilizadoo
sistema declassificação de infecção pelo
HIV
e definição deAIDS
para adultos e adolescentesrevisado pelo
CDC
em
1993 (apêndice 2).Foram
revisados os prontuários e classificados os casos de tuberculosequanto ao tipo de admissão (apêndice 3).
Como
foi realizadoum
estudo descritivo,não
houve
intervenção nosdiagnósticos, estando estes
embasados
nos dados registrados. nos prontuáriosmédicos.
As
formas clínicas de apresentaçãoda
tuberculoseforam
classificadas em:12-Tuberculose
pulmonar
(somentecom
manifestações pulmonares).-Tuberculose extra
pulmonar
(somentecom
oacometimento
deum
sítioextra pulmonar).
-Tuberculose
pulmonar
e pleural (pacientecom
manifestaçõespulmonares
acompanhadas
de derrame pleural).i
-Tuberculose disseminado (paciente
que
apresentou mais deum
sitio deTABELA
1. Distribuição entre sexo e raça dos pacientescom SIDA
e tuberculose4.
RESULTADOS
associado, internados
no
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
àdezembro
98.RAÇA
FEMININO
MASCULINO
TOTAL
N
°/‹›N
%
N
%
BranCa
42
79.2
179
92.3
221
89.5
Negra
1121.8
15
7.726
10.5T0'(aI
53 100
194
100
247
100
TABELA
II. Distribuição entre faixa etária e sexo dos pacientescom SIDA
etuberculose associado, internados
no
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
adezembro 98
IDADE
MASCULINO
FEMININO
N
%
N
%
N
TOTAL
%
14-20 anos 20-30 anos 30-40 anos 40- anos 5 2.6 - 77 39.725
47.2 87 44.822
41.5 12.9 6 1.1.3 5 2.2 102 41.2 109 44.1 3 12.5 Total 25 194 100 53 100247
100TABELA
III. Fatores de risco de transmissão paraHIV
dos pacientescom
SIDA
etuberculose associado, internados
no
HospitalNereu
Ramo>
de Janeiro96
adezembro
98.FATORES
DE
RISCO
TOTAL
N
%
Usuário
de Drogas
injetáveis137
Heterossexual
55
Homossexual
15
Receptor
de Hemoderivados
5
SEM
REGISTRO
27
554
222
6
21
11 Total247
100
TABELA
IV. Procedência dos pacientescom
SIDA
e tuberculose associado,internados
no
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
àdezembro 98
_____ _w______.____...___ _ ,________________¬K_____ ______
IPROCEDENCIA
T0taIN
%
126
5137
15
18
7.3 11 4.4 ltajaí7
2.8Laguna
5
2
Blumenau
5
2
Outras cidades
34
13.7Outros
estados
4
1.8 FlorianópolisSão
José
Palhoça
Criciúma
Total247
100
10
TABELA
V.Tempo
decorrido entre o períododo
diagnóstico de tuberculose eo
diagnóstico de
SIDA
dos pacientescom
SIDA
e tuberculose associado, intemadosno
HospitalNereu
Ramos
de
janeiro96
adezembro
98DIAGNÓSTICO
DE TUBERCULOSE
TOTAL
... .. .. _ _ .
N
0/0
Simultâneo ao diagnóstico de
SIDA
105 29.8Primeiro
ano
após o diagnóstico deSIDA
140 39.8Até
o quintoano
apóso
diagnóstico deSIDA
90
25.6Após
o quintoano do
diagnóstico deSIDA
I 0.3Sem
registro 16 4.5Total
352
100TABELA
VI.Formas
clínicas de apresentação de tuberculose dos pacientescom
SIDA
e tuberculose associado, internadosno
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
àdezembro 98
FORMAS
DE
TOTAL
TUBERCULOSE
N°
%
Pulmonar
260
73.8
Extrapulmonar
42
12
Disseminado
34
9.6Pulmonar
e
pleural16
4.5 Total352
100
ll
Tabela VII. Manifestações radiológicas de
acometimento pulmonar
enúmero
decélulas
CD4
nos pacientescom SIDA
e tuberculose associado, internadosno
Hospital
Nereu
Ramos
de janeiro de96
adezembro
de 98M3I1Íf6S1C3ÇÕeS LOCa|
<49
50-199
200-499 >500
NãO
TOÍa|Radiológicas
Cél/mm° Cél/mm3 Céllmma Cé|Imm3
realizado, *
N
%N
%N %N
%N
%N
%
Cavitário Apice* 3 5.4 2 2.5 7 18.9 2 20 8 22 7.7Base
2 2 2 6 Difuso 5 6 Consolidação Ápice* 3 5.4 5 10.8 1 10 720
6.7Base
1323.612
2.7 10 36 12.6 Difuso4
5 Infiltrado Apice* 10.913 10.8 22010
35 12.2Base
12 31 Difuso 14.520
24.6 6 16.2 11019
54 18.9 Linfadenopatia 4 12 hilar ou paratraqueal MiliarBase
1 1 Difuso 6 7 4 2 1029
Com
2 36
1 1 2 13 manifestações radiológicasSem
alteracão 3 1 2 10 16 radiológica (›JG>0OO`)-\ 0°S
_; _\ °° P9* m_\ f\J CO-À -*-A-\ _)TOTAL
E 55 100 81 100 37 100 10100103100
286100
* MANIFESTAÇOES RADIOLÓGICAS TÍPICAS
DE TUBERCULOSE
Tabela VIII. Padrão radiológico
em
pacientescom
acometimento
pulmonar, nosnos pacientes
com SIDA
e tuberculose associado,intemados no
HospitalNereu
Ramos
de janeiro de96
adezembro
de98
Manifestacões
<49
50- 199 200-499 > 500Não
TotalRadiológicas
N
°/0N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
Manifestacões típicas 12 21.820
24.7 15 40.5 550
25
24.2 7727
Manifestações atípicas43
78.2 61 75.3 22 59.5 550
78 75.8209 73
Total 55 100 81 100 37 100 10 100103100
286
100 _______ __ _. ___________..__________z.¢...______._-zzzzzz _¬¬¬¬--_..M.._.»_-_..._»-_---.,...._.-...\.,..,..¬-,-- V z...-~z.z.z.zzzzzzzz----›z,,---_»W ~zzzfl›-zzzzd--zzzzzzzz-~---zzzzzzz».z--›-ez....».-».-z---z.zzzzzzzzzz..-»-3,.-»---‹12
Tabela IX. Sítios de
acometimento
extrapulmonares
enúmero
de célulasCD4,
nospacientes
com
SIDA
e tuberculose associado, internadosno
HospitalNereu
Ramos
de janeiro de
96
adezembro
de98
TuBERcu|_osE
<49
5o-199
zoo-499
>5oo
Nâo
T‹›ta|EXTRA
cé|/mm* cél/mm* cél/mms cél/mm3Rea|izaao
N
%
3N
%
N
%
N
%
N
%
N
%
Pleural 114
35.96
46.1 120
'I1 39.333 34
Ganglionar
46.113 33.3 4 30.8
4
80 6
33 34
Sistema nen/oso
23.15
12.82
15.49
19 19
central* Pericárdio 10.3 1 7.7 GenitourinárioCutâneo
1 Peritonio 1Ósseo
1 1 000) ...\4›_\.>M
I\)I\)Cà>0'I --›|\)I\300U1TOTAL
13
100 39 100
13
100
5
100
28
100
98100
TABELA
X. Distribuiçãosegundo
onúmero
deCD4
nos pacientescom
SIDA
etuberculose associado, internados
no
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
adezembro 98
'WNUMERO
DE
TOTAL
cÉ|_u|.As
c|:›4N
~%
>
5oo cél/mma
zoo-499
cél/mmí*
so-199
cél/mma
<
49 Cél/mm3
Não
realizado14
44
105
64
125
4.0 12.0 30.0 18.0 35.5ToTAL
352
100.0
Tabela XI.
Formas
clínicas de tuberculose enúmero
de célulasCD4
nos pacientescom
SIDA
e tuberculose associado, internadosno
HospitalNereu
Ramos
de Janeiro96
àdezembro 98
TUBERCULOSE
<49
50- 199 200-499 >500
Não
TotalCéllmm3 Céllmms Céllmms Cél/mm°
RealizadoN
N
°/oN
%
N
°/oN
%
N
°/oPulmonar 53 32.9 67 41.6 31 19.3 10 6.2 Extra pulmonar
4
14.3 16 57.26
21.4 2 7.1 14 Disseminado 725
15 53.6 4 14.3 2 7.16
7 70 3 30 6 Pulmonar e pleural99
38260
33.3 42 1 7.6 34 37.5 Z 16 \14
Tabela XII.
Métodos
diagnósticos e formas clínicas de tuberculose, nos pacientescom
SIDA
e tuberculose associado, internadosno
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
àdezembro 98
..._._______._._._. .. ...zzz.z...z.zz›_z....z...zzzzz'z..z.z.z...z.zzz_zzz.z.z.zzz.zz' ._._._z_w...z.zzz...zzzzz-...«..z›.______...»M»»- __ . . ___._..___ ._».za zzzzz __ _ ________ .. _____ 3;, ___
Métodos
Disseminado
Pulmonar Pulmonar
Extra
TotalDiagnósticos
N%N%N%N%N%
A e pleural gPulmonar
Baciloscopia escarro Positivo 13 Negativo 14 Cultura * 5 Cultura
do
bacilono
escarro Positivo 1 1 Negativo 1 1 Biópsia Gânglio Positiva 12 Biópsia pleural Positivo 1 Culturado
bacilono
2 líquor TtoEmpírico
Com
melhora
15 'Sem
melhora
1 48.2 51.8 35.7 50 50 85.7 10040
93.7 6.3 4 36.7 7 63.3 104 46.6 125 5 71.4 21 20.2 31 119 53.4 136 770
100 57.5 118 3 3074
42.5 88 12 10024
4 66.7 2 50 7 1 14 3 8 88.9 103 80.5 16 69.6 142 1 11.12519.5
7 30.4 34 52.1 47.9 24.8 57.3 42.7 92.3 63.625
80,6 19.4*PACIENTES
COM
BACILOSCOPIA DIRETADO
ESCARRO
NEGATIVA, POSITIVANDOCOM
A
CULTURA.
15
Tabela XIII.
Modo
de admissão e fonnas clínicas de tuberculose nos pacientescom
SIDA
e tuberculose associado, internadosno
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
àdezembro 98
Modo
Disseminado
Extra
Pulmonar Pulmonar
TotalInfecção
N%N%N%N%N%
pulmonar
e
pleuiralNao
1 2.42
0.81
6.34
1.2 classificadoAbandonodo
5
14.74
9.599 38
4
25
112
31.8tratamento
Casos
novo
23
67.6
29
69
108
41.611
68.7
17148.6
Falênciado
13
1 2.49
3.6 11 3.1tratamento
Reicidiva 5 14.77
16.742
16.254
15.3 T013134 100
42
100
260
100
16
100
352
100
Tabela
XIV.
Óbito e formas clínicas de tuberculose nos pacientescom SIDA
etuberculose associado, internados
no
HospitalNereu
Ramos
de janeiro96
àdezembro 98
óbim
TotalN
%
Não
relacionado
37
15
com
TB
Relacionado
34
13.8
com
TB
Alta hospitalar176
71.2
T0131247
100
TB- Tuberculose16
5.
DISCUSSÃO
O
crescenteaumento do
número
de casos registrados de tuberculoseno
mundo
está diretamente relacionado
com
apandemia mundial
de infecção pelo vírusHIV
eSIDA,
por ocasionar falênciaem
conter a infecção primária causada pelo baciloda
tuberculose
ou
reativaruma
infecção latente.Em
ambos
os casos odesenvolvimento de
doença
ativa resulta deuma
diminuiçãoda
respostaimune
celular devido a infecção pelo HIV.l 13 14
Foi constatado anteriormente
que
a maioria dos pacientes internadoscom
tuberculose e
com
diagnóstico deSIDA
sãodo
sexo masculinocom
a divisãopercentual variando de
52%
a96%.9
17 18 19 2°Segundo Theuer
et al. o risco deinfecção por tuberculose
em
pacientes infectados peloHIV
émaior
em
homens
do
que
em
mulheres(36%
vs. 6%).8Em
nosso estudo, dos247
pacientes intemados194 (78.5%)
eram do
sexo masculino, e 53 (2l.5%)do
sexo feminino, estando deacordo
com
a literatura.(tabela I)Estudos relatam
uma
maior
incidência de tuberculose entre indivíduosda
raçanegra.” 14
Alguns
autores relatamque
a co-infecção tuberculose eSIDA,
na
raçanegra
chega
ao percentual de 51%
dos casos.” Foi verificado que 221 (89.5%)dos pacientes
eram
brancos esomente 26
(105%)
da
raça negra (tabela I). Esteachado
pode
estar relacionado ao fato deque
a colonização predominanteem
Santa17
italianos e alemães.
Os
indivíduosda
raça negrano
estado corresponde a 2.3%
da
população.”
A
faixa etária predominante dos pacientes acometidos citada por algunsautores encontra-se entre 20-40 anos traduzindo a alta incidência
da doença na
população
economicamente
ativa.2° 23A
idademédia
encontrada nos pacientes foide
34
anos (17-67), variando de 34.2 anos (17-67) noshomens,
e 33.4 anos (23-52)nas mulheres.
Verificamos
que 85.3%
dos pacientes seencontram na
faixa etáriaentre 20-40 anos, projetando tal
reflexo
para nosso meio.(tabela II)Em
relação aos fatores de risco para infecção peloHIV,
o perfil dospacientes
que
outroraestavam
restritos apequenos
grupos,acometendo
principalmente a população
homossexual
masculina. Progressivamente este perfilfoi sendo alterado através de
mudanças
ocorridasno comportamento do
pacientesoropositivo,
onde
atualmenteum
dos gruposmais
acometidos, são os indivíduosusuários de drogas injetáveis.” Esta realidade
também
pode
ser observada nospacientes co-infectados,
onde
o percentual varia de34%
a73%.”
18 19 21 24Alguns
autores correlacionaram os fatores de risco para desenvolvimento de tuberculose
em
pacientes infectados peloHIV,
não
encontrando relação diretaem
pacientesusuários de drogas
como
fator de risco para desenvolvimento de tuberculose.24Verificamos que
55.4%
dos pacientestem
histórico de utilização de drogasinjetáveis, confirmando assim os dados
da
literatura.(tabela III)A
taxa de incidênciaem
1998
de todas as formas de tuberculoseem
SantaCatarina foi de 30.7 casos por 100.000 hab..
Na
décima
oitava e sétima regionais desaúde foi registrado
no
mesmo
ano
45.6 e 68.4 casos por 100.000 hab.respectivamente.3 Esse
aumento
parece estar relacionadocom
a incidência decasos de S]I)A nestas regionais.
A
sétima regional de saúdecompreende
dentre18
do
Brasilcom
maior
incidência de casos deSIDA
relativos a população.A
décima
oitava regional de saúde
compreende
os municípiosda
grande Florianópolis, sendoatualmente a terceira cidade
do
Brasilcom
maior
incidência de casos deSIDA
relativos a populaçãofl
Constatamos que
51%
dos pacientes são procedentes deFlorianópolis (tabela IV).
O
HNR
está situado nesta cidade, e observa-se cada vezmais
a ocorrência deum
atendimento descentralizado,com
omanejo
em
ambulatórios e unidades de internação regionais de pacientes
com
SIDA,
e estesfatores
parecem
contribuir para amenor
demanda
de pacientes oriundos de outras regiões.A
alta patogenicidadedo
bacilo deKock
é evidenciada por alguns autores,que descrevem
manifestações de tuberculose nos estágios iniciais de infecçãodo
HIV,
quando
os níveis de célulasCD4
estão aindaacima
de300
células/mm3,muitas vezes sendo a primeira
doença
oportunistaa
acometer estes pacientess 11 1718
Keiper et al. constatou
que
o diagnóstico de tuberculose definiuSIDA
em 35%
dos
casosu
Kerr Pontes relatou esta frequênciaem
21.2 %.9Em
nosso estudo,verificamos que o
diagnóstico de tuberculose foi o definidor deSIDA
em
29.8%
dos pacientes (tabela V), projetando tal
reflexo
para nosso meio.A
forma
deacometimento
maiscomum
da
tuberculose é a pulmonar.Estudos prévios relatam
que
a frequência variaem
48
a100%
nos pacientescom
infecção pelo
HIV.8
9 1° 17 19E
a frequência deacometimento da
forma
extrapulmonar
nesta populaçãopode
variar de 23.9 à 72 %.9 17 19Das352
intemações,260
(73.8%) foram
por tuberculosepulmonar
sem
evidência deacometimento
extra-pulmonar;
42
(12%)
apresentaramsomente
um
sitio deacometimento
extrapulmonar;
34
(9.6%)acometeram no
mínimo
dois sítiosnão
contíguoscom
tuberculose, e 16 (4.5%) ocorreram por tuberculose
pulmonar
e pleural (tabela VI).19
citada. Dentre todos os pacientes,
em
305
(86.5%) ocorreramalgum
tipo demanifestação
pulmonar
durante a hospitalização.E
a ocorrência de tuberculoseextra
pulmonar
ocorreuem
98
(27.8%)
dos casos , confirmando nossos dadoscom
a literatura.
A
forma
puhnonar pode
se manifestar pormeio
de apresentaçõesradiológicas atípicas (infiltrado difuso, opacificação
em
lobos inferiores,adenomegalia
hilarou
mediastinal, infiltrado micronodular,ou
sem
alteraçãoradiográfica),
ou
típico padrão de reativaçãoou
pós infecção primária detuberculose (opacificação de lobos superiores,
com
ou
sem
cavitação). Estadiversificação ocorre
conforme
o grau de iinunodepressão dos pacientes infectadospelo
HIV. Quanto
maisimunocomprometido
for o paciente,maior
é oaparecimento de alterações radiológicas atípicas.” 25
Segundo Perlman
de 128pacientes estudados,
em
118(92%)
ocorreram manifestações radiográficas atípicasde tuberculose pulmonar, destas
em
47%
a alteração encontrado foi o infiltradointersticial..21
Dentre as manifestações radiológicas dos 305 pacientes
com
algum
comprometimento pulmonar
analisadas,em
19 pacientesnão
foi possível definir opadrão radiográfico,
no
restante,em
286
pacientes observamos: o predomíniodo
padrão atípico
em
209
(73%)
dos casos.A
principal alteração radiológicaencontrada foi o infiltrado intersticial difuso
em
18.9%
(tabelas VII e VIII). Esteachado não
coincidecom
a análise de Peerlman,porém
se analisarmos todas asformas de infiltrado intersticial, encontramos
42
%
de frequência., coincidindocom
a referência citada.
O
exame
para quantificaro
número
de linfocitosT
CD4
não
foi realizadoem
103 (36
%)
dos casos.Nos
pacientescom
número
deCD4
inferiores à49
20
o
número
de célulasCD4
estava entre50-199
células/mm3o
percentual demanifestações atípicas foi de 75.3
%.
Quando
onúmero
de célulasCD4
variavaentre
200-499
células o percentual de alterações atípicas foi de 59.5%.
Nos
pacientes
onde
onúmero
de célulasCD4
era superior à500
células/mm3 o padrãoatípico foi de
50%. Naqueles 26
pacientescom
consolidaçãoem
base querealizaram
o
exame
para quantificaçãodo
número
de linfócitosT
CD4,
em
vinte ecinco (96
%)
onúmero
de célulasestavam
abaixo de200
cél/mm3.Dos
casosanalisados
que
apresentavamum
padrão cavitárioem
ápice,em
64.3%
onúmero
de células
CD4
estavam acima
de200 cél/mm3.Verificamos
que o padrão atípicoaumenta
quantomaior
for o nível deimunodepressão do
paciente, estando nossosdados de acordo
com
a literatura avaliada.A
tuberculose extra-pulmonartem
uma
incidênciaaumentada
nos pacientescom
níveis de célulasCD4
inferiores à200
células/mm,3 8 1° 19 sendo o sítio demaior
frequência o ganglionar.com percentual variando de 38 à48
%
das formasextra pulmonares, seguida pelo
acometimento da
pleura e m.eninges.9 1° 17 19Berenguer
analisou2205
pacientescom
tuberculose, destes455
(21%) com
diagnóstico de
SIDA.
Concluiuque
pacientescom
tuberculose, infectados peloHIV, tem
um
riscomaior
de desenvolver meningite secomparados
com
aquelespacientes
não
infectados peloHIV
(10%
vs. 2 %).26 Para as outras formas extrapulmonares
como
renal, cutânea, óssea e intestinal a incidência nas referênciasobtidas
foram
baixassomente
citando seu acometimento.91°13]4171819Dos98
casosonde
ocorreu tuberculose extra-pulmonar, os sítios mais acometidos foram,o
ganglionar e o pleural,
ambos
com
34
%,
seguido pelo envolvimentodo
sistemanervoso central por
meio
de irritação dasmeninges
em
19%,
cinco casos deenvolvimento pericárdico, três casos
acometendo
as vias urinárias.O
peritonio e a21
Óssea (tabela IX), estando os dados
conforme
a literatura.O
número
de célulasCD4
foi obtido
em
70
(71 .5%)
dos casos.Ao
verificarmosque
em
51 (74.1%)
destes, onúmero
de células foi inferior a200
cél/mm3, a premissa anterior é confirmada.A
quantificação dos linfócitosT
CD4
éum
importante parâmetro paraavaliar a progressão
da
infecção pelo H1V.14Segundo Antonucci
et al.,o
aumento
do
risco para desenvolverdoença
ativa pelo bacilo deKock
é inversamenteproporcional ao
número
de célulasCD4.”
Whalen
descreveque
amédia do
número
de célulasCD4
nos pacientescom
tuberculose variaconforme
características clínicas dos pacientes, sendo
maior
nos pacientescom
acometimento
pulmonar
apenas secomparados
com
os pacientescom
ac‹›metimento extrapulmonar,
pulmonar
e extrapulmonar
associados,com
média
de célulasCD4
135cél/mm3,
91cél/mm3,
41cél/mm3
respectivamente.”A
mé-diado
número
decélulas
CD4
nos pacientes foi de 159 células/mm3 (4-1682).Nos
pacientesque
manifestaram tuberculose disseminada, tuberculose
pulmonar
sem
outramanifestação, tuberculose
pulmonar
e pleural, tuberculosecom
um
sítio deacometimento
extra pulmonar, amédia de
célulasCD4
foi de 151 células/mm3,157 cél/mm3,175 cél/mm3, 182
cél/mm3
respectivamente (tabela XI).Observamos
uma
diminuiçãona
média
do
número
de célulasCD4
nos pacientescom
tuberculose disseminada, se
comparada
com
as outras manifestações.O
mesmo
não
ocorreu
com
as outras formas clínicas de tuberculoseconforme
referência citada,parece estar relacionado ao fato
da não
realizaçãodo
exame
de quantificação delinfócito
T
CD4
em
125(35.5%)
de todas internações.Naquelas
intemaçõesonde
o
exame
foi realizado,em
78.4%
o
número
de célulasCD4
eram
inferiores a200
células.(tabela
X)
A
baciloscopia diretado
escarro é ométodo
prioritário, porque permite22
bacilíferos.
A
cultura é indicada para os suspeitos de tuberculosepulmonar
persistentemente negativos ao
exame
direto e para o diagnóstico de formasextrapulmonares,
como
meníngea, renal, pleural, óssea e ganglionar.12No
pacienteimunocomprometido
onde
a ocorrência de manifestações atípicasou
de infecçãoprimária é predominante,
o
exame
microscópico diretodo
escarropode
sernegativo,
com
percentual variando de 32 a 71.7 %.8 9 10 27 28Da
mesma
maneira
acultura
do
bacilono
escarropode
ser negativo,com
o percentual variandode
18 a87 %.8 927 28
A
realizaçãoda
broncoscopia é importanteno
auxíliodo
diagnóstico epara exclusão de outras doenças oportunistas
como
pneumocistose esarcoma
dekaposi.14 29
A
microscopia diretado
escarro foi realizadoem
261(856
%)
dos pacientescom
algum
acometimento
pulmonar, sendo positivoem
52.1%
dos casos. Foirealizado
em
223
(85%)
dos pacientes sócom
tuberculosepulmonar
, sendopositivo
em
53.4%
dos casos.Nos
pacientescom
tuberculose disseminada oexame
foi positivo
em
48.2%dos
casos.Nos
pacientescom
tuberculosepulmonar
eacometimento
pleural oexame
foi positivoem
36.7%
dos casos (tabela XII).A
culturado
bacilono
escarro foi realizadoem
206
(67.5%)
dos pacientescom
algum
acometimento
pulmonar, sendo positivaem
57.3%.
Foi realizadoem
174 (66.9
%)
dos pacientes sócom
tuberculosepulmonar
sendo positivaem
57.5%
dos casos.
Naqueles
pacientesque
apresentaram baciloscopia diretado
escarronegativa, a positividade
da
cultura foi de20 %.
Nos
pacientescom
tuberculosedisseminada o
exame
foi positivoem
50%
dos casos.Naqueles
pacientesque
apresentaram baciloscopia direta
do
escarro negativa, a positividade da cultura foide 35.7
%.
Nos
pacientescom
tuberculosepulmonar
eacometimento
pleuralo
exame
foi positivoem
70
%
dos casos.Naqueles
pacientesque
apresentaram23
percentual de positividade
da
microscopia diretado
bacilo encontrada estáconforme
previstona
literatura.Na
literatura pesquisadanão
foi encontrados dadosrelacionado a positividade
da
cultura nos pacientescom
microscopia direta paraBAAR
no
escarro negativa.Broncoscopia
com
lavado bronquico alveolar, escovado bronquico e biópsiafoi realizado
somente
em
8%
dos pacientes;não
foi avaliado devido apequena
quantidade de casos
da
amostra.Sunderam
encontrou necrose caseosaem
50%
dos pacientes submetidos abiópsia ganglionar,
em
35%
encontrougranuloma
sem
necrose eem
17%
obacilo foi isolado
sem
presença degranuloma.”
Dos
33 pacientescom
acometimento
ganglionar a biópsia foi realizadaem
vinte e seis (79 %). Foiencontrado
granuloma
com
necrose caseosaem
92.3%,
a visualização diretado
bacilo foi possível
em
4 (15%)
das amostras (tabela XII).Observamos
um
percentual
maior
com
presença degranuloma
com
necrose caseosa secompararmos
com
a referência citada.Teixeira
Belo
et al. observouque
em
13 pacientescom
diagnóstico detuberculose pleural
que foram
submetidos à biópsia,granuloma
foi evidenciadoem
53.8
%
das peças.A
microscopia diretado
bacilo e/ou culturano
líquido pleural foipositiva
em
23%
destes pacientes,granuloma
associado a baciloscopia diretaou
cultura foi obtido
em
23%
dos casos.7Dos
pacientescom
acometimento
pleural abiópsia foi realizada
em
ll (33.3%) dos casos, sendo positivaem
63.6%.
Em
2(10%)
dos pacientes foi visualizado bacilono
líquido pleural, esomente
em
um
destes pacientes ocorreu crescimento
do
bacilono
referido líquido (tabela XII).Nossos
resultadosassemelham-se
com
a referênciaacima
citada.Nos
pacientescom
envolvimento dasmeninges
foi realizado baciloscopia e24
negativa
em
todos,houve
crescimentoem
material de culturaem
3 (25%)
doscasos,
Em
um
paciente foi realizado tomografia computadorizadacom
imagem
sugestiva de tuberculoma.
Na
literatura analisadanão encontramos
dados referentesao percentual de positividade
do
bacilono
liquor,Berenguer
observouque
em
45
pacientes
com
SIDA
e oMycobacterium
Tuberculosis isoladono
líquor,tomografia
computadorizada foinormal
em
31%,
eem
43%
o nivel de proteinasno
líquor foi normal.O
diagnóstico dos três pacientescom
tuberculose renal e de vias urinárias foiobtido
em
dois deles por cultura de urina;no
terceiro pormeio
de tomografiacomputadorizada evidenciando
granuloma
sugestivo de tuberculose.Nos
2 pacientescom
envolvimentodo
peritonio foi realizado diagnósticoatravés
da
culturado
líquido ascítico.Nos
2 pacientescom
tuberculose cutânea eno
pacientecom
tuberculose ósseao
diagnóstico foi realizado pormeio
de biópsia.Nos
pacientescom
derrame
pericárdico as alterações radiográficas e história detuberculose prévia
ou
em
atividadedefiniram
o diagnóstico.Nas
referênciasanalisadas, o
acometimento
destas formas extrapulmonares
foi baixo secomparados
com
as outras formas clínicas,como também
observamos,somente
citando seu acometimento.
Tratamento empírico ocorreu
em
176 (50%)
dos pacientes internadosocorrendo
melhora
clínicaem
80.6%.
Em
9 (56.3%)
dos pacientescom
tuberculose
pulmonar
e pleural ocorrendomelhora
clínicaem
88.9%
destes.Também
ocorreuem
23 (54.8%)
dos pacientescom
um
sítio deacometimento
extra pulmonar, obtendo
melhora
clínicaem
69.6%
destes.O
mesmo
em
16 (47%)
dos pacientes
com
tuberculose disseminada, ocorrendomelhora
clínicaem
93.7%
25
obtendo
uma
melhora
clínicaem
80.5%.
Não
encontramos relatona
literaturadescrevendo tratamento empírico nos pacientes
com
tuberculose.O
percentual dos pacientesque
abandonam
tratamento se encontraem
tornode
20
%.5Alguns
fatores relacionadoscom
o
abandono
são baixo nível deescolaridade, desempregados, alcoolismo e uso de drogas injetáveis.”
Em
nossoestudo constatamos
que
em
112(318
%)
de todos os pacientes;com
tuberculoseabandonaram o
tratamento,chegando
a99 (38%)
nos pacientescom
diagnóstico detuberculose
pulmonar
(tabela XIII). Este alto índice deabandono pode
refletiro
perfil
do
pacienteintemado
nesta instituição,ou
seja 55.4%
destes pacientescom
historia de uso de drogas injetáveis.
Embora
a crescente preconizaçãoda mensuração da
carga viral, por suastécnicas, I constituir-se
em
um
dos principais parâmetrosna
evoluçãoda
deterioração
do
sistema imune,como
tal procedimento tornou-se disponível nestainstituição a partir
do segundo
semestre de 1997 esomente
17 (4.8%)
dospacientes apresentaram esse dado, decidimos exclui-lo
do
estudo.Como
somente
36 (11%)
pacientes realizaramPPD,
apesar de sua grandeimportância
na
evoluçãoda
tuberculose nos pacientes infectados peloHIV,
também
o excluímos
do
estudo.Em
nosso estudo 34(138
%)
dos pacientesforam
à Óbito tendocomo
causaprincipal a tuberculose.
E
69.9%
receberam alta hospitalar.O
óbito nos pacientescom
tuberculose eSIDA
variou entre22
e 53%
na
literatura analisadag 10 19 26O
número
de óbitos relatadoem
nosso estudo foi consideradosomente
aquelesem
que
a tuberculose foi a causa principal,não
considerando as mortes por outrosfatores, se considerarmos,
o
número
total de óbitos ocorreuem
71 (28.8%)
dos pacientes.26
ó.
CONCLUSÕES
Das
352
intemações ocorridas entre 1° de janeiro de 1996 a 31 dedezembro
de
1998
em
247
pacientescom SIDA
e diagnóstico de tuberculose, o perfilencontrado nestes pacientes foi:
homens, da
raça branca,em
faixa etáriaeconomicamente
ativa, oriundos de Florianópolis,com
histórico de utilização dedrogas injetáveis.
Obseivou que
aforma
clínicamais
prevalente foi a tuberculosepulmonar
manifestando-se através
de
alterações radiológicas atípicas, tornando mais evidentequanto
mais avançado
estiver o grau deimonudepressão do
paciente.Obseivou que
as formas extrapulmonares foram
mais frequentesem
pacientescom
baixonúmero
de célulasCD4.
Suspeitar de tuberculose
em
pacientescom
SIDA,
vistoque
em
metade do
pacientes
o
diagnóstico foi pensado, e instituído tratamento empírico, observando27
7.
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of the Acid-Fast
Smear
forMycobacterium
tuberculosis Despite theHigh
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Mycobacterium
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Complex
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29.Barnes PF,
Bloch
AB,
Davison PT,
SniderDE.
Tuberculosis in Patients with3l
RESUMO
Foib realizado
um
estudo retrospectivo, descritivo e longitudinal de352
intemações
em
247
pacientescom
tuberculose eSIDA,
entre janeiro de1996
edezembro
de 1998. Foi observadouma
maior
frequenciaem
homens (785%),
e araça branca (89.5%) foi predominante.
A
faixa etária mais frequente foi entre 20-40anos (85.3%) e quanto ao
comportamento
de risco, o uso de drogas injetáveis foipredominante (55.4%).
A
forma
pulmonar
isolada foi amais
comum
em
738%
dos pacientes, seguidapela
forma
extrapulmonar
com
somente
um
sítio deacometimento
em
(12%).A
forma
disseminadada doença
ocorreuem
9,6%
dos casos e aforma pulmonar
com
acometimento
pleuralem
4.5%.Nas
formaspulmonares
ocorreuum
predomínio de manifestações radiológicasatípicas
em
(73%)
dos casos. Microscopia diretado
BAAR
em
escarro foirealizado
em
85,6%,
tendo positividadeem
52,1%
dos casos.Dos
pacientes querealizaram este
exame
com
resultado negativo,24.8%
positivaramcom
a culturado
mesmo
material.Nas
formas extrapulmonares
observamos que
74.1%
ocorreramem
pacientescom
número
de célulasCD4
inferior a200
cél/mm3.O
tratamento empírico ocorreuem
50%
dos pacientes, obtendo-semelhora
clínica
em
80.6%
destes.Dos
247
pacientes 71 (28.8%)morreram
durante a hospitalização, e destes32
SUMMARY
We
made
up
a retrospective, descriptiveand
longitudinal study of352
intemations of
247
tuberculosis AIDS-related patients,from
january1996
todecember
1998.We
found
a higher frequency in caucasian (89,5%)male
(78,5%)patients. Tuberculosis-AIDS association
was more
prevalent in 20-40 years-old individuals (85 ,3%). Intravenous drug addictionwas
the principal risk behaviour, in55,4%
of our sample.Isolated lung infection
was
themost
common
presentation (7 8,3%), followedby
extrapulmonaiy involvement of a single site (12%). Diffuse tuberculosisresponded for 9,6
%
of casesand
pulmonary-pleural illness for 4,5%.There has
been predominance
of atypical radiological aspects, in73%
ofcases.
BAAR
directmicroscopy
ofsputum
was
made
up
in85,6%
of patients,being positive in 52,1%. In cases
where
BAAR
microscopy
was
negative,24,8%
turned out
on
a positive culture of sputum.Extrapulmonary
forms concurred withCD4
counting under200cells/mm3
in74,1%
of patients. Fifty per centof
our samplehad
empirical treatment,from
which
80,6%
obtained clinical improvement.From
our247
patients, 7l (28,8%) died during admission. to hospital.47,9%
z\l*ÊND1CE
Tuberculose
em
pacientes atendidos no hospital NereuRamos
Protocolo: |Prontuário: W l.,Çados do paciente lr¿i_ciais:. _Se×o:_ ( )Masculino Procedëncia: Raça: Fatores de risco: ,.`,`,`,-` )Sem registro )Homosse×ual
)Heteros. Prom. + 6 parc?ano
)Receptor de Hemoderivados I ( )Feminino_ Profissão: Data Nasc.: ,I /
,Media
( )UDI ( )Heterosse×ual ( )Parceiro de HlV+ //. L/ óéwlvj/M0
Ú,¿›y"¢¿‹afz~¬/ Diagnosticado em: / INúmero de
CD4
no diagnóstico do HIV:_ ¡,L¿,M¿z,,Q
>zõé~rz¬~~«/'wi ts _,
\
\`t Q,
Primeiro registro do número de
CD4
feito em:Número de carga viral no diagnóstico do HIV: ( )Não realizado
Classificação do
CDC
no diagnóstico do HIV:( )A1 ( )B1 ( )realizado: .N:_ ,¬,`,`,`,` )Não realizado )> 500 cél/mm3 )200-499 " )5O -199 “ " )< 49 cél/mm3 I / número: ( )C1 ( )^2 ( )B2 ( )C2 ( )A3 ( )B3 ( )C3
( )Não foi possível classificar por falta de dados V
Diagnóstico de AIDS em: / /___
lime ,J 3., ,t,,;.fi×z; Diagnosticado em: I l Número de
CD4
no diagnóstico de TB: ' 5,1 .ct Úšr' N. CD4: em: / I *-íi=‹*1¢;âs` `ëí
:te No 00,/1".( )Caso novo ( )Reicidiva ( )Abandono de Tto ( )Falència de Tio
f-`×-`z-` ( / J Q " ";'z¿--,lí/Ê cj;/_}l`vÚ(j _ )Não realizado )> 500 Ôél/mmíš )200-499" " )50~199 " " ( )< 49 cél/mm Classificação do
CDC
no diagnóstico de TB:Ill. TB
Número de carga viral no diagnóstico de TB: ( )Não realizado
( )Realizado N:
Tubercu|ose:( )Pulmonar )lnfiltrado ( )Apical ( )BasaI ( )Difuso
f`,`
)Cavitário
-
( )Linfadenopalia hilar ou paratraqueal
( )MiIiar
( )ConsoIidação
( )Extra-pulmonar ( )Linfonodos ( )Aririte ( )l\/leningile ( )Ossea ( )Peritonile ( )Pleural
( )Genilourinária ( )Outros:
( )Disseminado
IV. Métodos diagnósticos
( )Real. ( )N. Real. ( )BAAR I ( )Escarro ( )+ ( )
-
( )ReaI. ( )N.ReaI. ( )Cu|tura Escarro
‹ ( )Secreção ( ) + ( )- ()L¡<1U0r
()+
( l- ‹›Urfna‹›+‹›-
()Sëf¬9Ue()+
( )- z«,-`/`z-`f` `./\.z\ø\ø\ø /¶/-`/'\/-`/¶ §f\-/\-f\-JQZ + + + + + »`z`f-`z¬z` `z×.z\z×.z`_z Secreção Uquor Uflna - Sangue( )R93l- ( )N. Real. ( )RX (
)Com
alteração( )Rea| < mea: ( )ReaI ( )Rea| ( )Real Óbito; üz ( V)
Sem
alteração( )N.Rea|. ( ) Broncosco Qi 'a ( lLavado
BAAR
( -~ Cullura( (
( )N.ReaI. ( )8iÓpsia Gànglio ( ) N. Real. ( ) Punção Torácica
( )N.Reai. ( )PPD
( )N.Real. ( )Tlo empírico
( )Sim em: I I ( )NãorelacionadoaTB \-/\f\-/è . + + ,-`z-\ Vc., I )Biopsia ( )+ (
()+(
-l ' ( ) + ( ) ->5mm
( )5mm
<5mm
'Com
melhora clin'c:aSem
Melhora clinicaNão
( ) Não relacionado a TB
,-`z-`,`,-`,` \z\f\.f\./\z