• Nenhum resultado encontrado

Violências no namoro: as representações de estudantes do ensino secundário profissionalizante

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Violências no namoro: as representações de estudantes do ensino secundário profissionalizante"

Copied!
12
0
0

Texto

(1)

28

Violências no namoro: as representações de estudantes do ensino

secundário profissionalizante

Maria Regina Teixeira Ferreira Capelo1, John Miguel Costa Varela2, Maria Helena de Agrela Gonçalves Jardim3, Christina César Praça Brasil4, Noemí Serramo Díaz5 e José António Vieira Pereira6

1 Centro de Literatura e Culturas Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa (CLEPUL/Pólo da Madeira), Portugal e

Pós-Doutoranda na Universidade de Fortaleza, Brasil. m.regina.capelo@gmail.com; 2 Centro de Literatura e Culturas

Lusófonas e Europeias da Universidade de Lisboa (CLEPUL/Pólo da Madeira), Portugal. jmcvarela@gmail.com; 3

Universidade da Madeira; Pesquisador Visitante CAPES/FUNCAP na Universidade de Fortaleza, Brasil. hjardim@uma.pt; 4

Universidade de Fortaleza, Brasil. cpaca@unifor.br; 5 Universidade de Cádiz, Espanha. noemi.serrano@uca.es; 6

Universidade Internacional de Valência. joseantoniovieirapereira@gmail.com .

Resumo. O tema das violências no namoro vem adquirindo crescente importância nas agendas da educação

e da saúde. Esta estudo buscou descrever a experiência de violência vivida durante o período de namoro por estudantes adultos do ensino secundário profissionalizante. Neste estudo exploratório, transversal, qualitativo e descritivo, participaram 83 estudantes. Para tanto, foi utilizado um inquérito por questionário construído para o efeito. O estudo revela que 25% dos inquiridos foram vítimas de violência no namoro, com prevalência no género feminino. Destes 11% infligiram violência no namoro, sendo o predomínio do género masculino. Relativamente ao tipo de violências, os agressores apontam, maioritariamente, a agressão verbal. As vítimas assinalam, seguidamente, a agressão verbal e psicológica. O estudo coloca em destaque diversas dimensões que emergiram do testemunho dos participantes envolvidos no fenómeno da violência e permite inferir da necessidade de ser repensada a política educativa e de saúde na abordagem às violências no namoro.

Palavras-chave: Estudantes; Violência; Violências no namoro.

Violence in dating: representations of students in vocational secondary education

Abstract. The issue of dating violence has been gaining increasing importance in the education and health agendas. This study sought to describe the experience of violence lived during the dating period by adult students of vocational secondary education. In this exploratory, transversal, qualitative and descriptive study, 83 students participated. For this purpose, a questionnaire survey was designed. The study reveals that 25% of respondents were victims of dating violence, with prevalence in the female gender. Of these, 11% inflicted dating violence, with male dominance predominating. Regarding the type of violence, the aggressors point out, mostly, the verbal aggression. The victims then point to verbal and psychological aggression. The study highlights several dimensions that emerged from the testimony of the participants involved in the phenomenon of dating violence and allows inferring from the need to rethink the educational and health policy in dealing with dating violence.

Keywords: Students; violence; dating violence.

1 Introdução

A violência é um fenómeno transversal a todos os tempos, diferentes culturas e sociedades (Dias, 2004), desvalorizando a dignidade humana (Lemos, 2008). Aparece como problema social específico a partir da década de 60 do século XX (Caridade & Machado, 2006) e consiste no uso intencional da força, coação ou intimidação de terceiros, lesando a integridade, os direitos e as necessidades dessa pessoa (Manita, Ribeiro & Peixoto, 2009), mas a verdadeira violência engloba todo o tipo de violação do espaço psíquico e do indivíduo que lhe é digno (Strecht, 2002). Por ser considerado um problema global de saúde pública (Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi & Lozano, 2002), diversos tipos deste fenómeno

(2)

29

têm sido objeto de estudo e adquirido grande importância nas agendas da educação e da saúde. No entanto, apesar da grande visibilidade social, a literatura científica é escassa na abordagem ao fenómeno da violência no namoro.

Segundo Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi e Lozano (2002) a violência no namoro consiste num comportamento dentro de uma relação de intimidade que causa dano físico, sexual ou psicológico, incluindo atos de agressão física, coerção sexual, abuso psicológico e comportamentos controladores. Na perspetiva dos referidos autores, os atos de violência englobam intencionalidade, têm impacto na saúde do indivíduo e podem ser: físico, sexual, psicológico, envolvendo privação ou negligência.

O estudo desenvolvido por Zárate, Rivera, González e Yedra (2018) no México, no qual participaram 3756 estudantes adolescentes, mostrou que dentro das condutas violentas de tipo psicológico e sexual, surge com maior frequência os ciúmes. Além disso, especificam que as condutas agressivas exercidas nas relações afetivas de namoro podem englobar diferentes práticas como empurrar, golpear ou morder o par, sujeitar fisicamente, bofetear, ameaçar com golpes e lançar algum objeto, realçando que pelo menos 49,70% dos adolescentes participantes num estudo já sofreram ou exerceram pelo menos numa ocasião, violência de maior ou menor intensidade. Neste âmbito, Caridade (2011), tendo por base uma amostra de 4667 jovens do ensino profissional, secundário e população universitária de diferentes áreas geográficas, alerta que 19,50% dos jovens já sofreram violência emocional, 13,40% violência física, e 6,70% agressões mais graves; por outro lado, os agressores (30,60%) admitiram ter infligido violência emocional (22,40%), violência física (18,10%) e agressões mais graves (7,30%). Também o estudo desenvolvido por Beserra, Leitão, Fabião, Dixe, Veríssimo e Ferriani (2016), mostrou que tanto o género masculino como o género feminino asseveraram envolvimento em situações de violência no namoro (5,90%). A exposição à violência perpetrada na intimidade, na aceção dos autores referidos, abrange quer o género masculino como o feminino, mas este tipo de comportamento desperta a vitimização do género feminino. Contudo, em relação às estratégias de coping adotadas perante episódios de violência, Sani (2002) assevera que o género feminino tende a interiorizar essas situações, enquanto que o género masculino adota respostas mais exteriorizáveis.

O impacto das violências no namoro foi agrupado por Manita, Ribeiro e Peixoto (2009) em: danos físicos, corporais e cerebrais; alterações dos padrões de sono e perturbações alimentares; alterações da imagem corporal; distúrbios cognitivos; distúrbios de ansiedade, medos e ataques de pânico; sentimentos de vergonha, culpa e medo; baixa autoestima; dependência emocional; isolamento social; e comportamentos depressivos.

A violência no namoro é um fenómeno multicausal, para o qual concorrem fatores de risco culturais, familiares e pessoais (Anacona, 2008; Caridade & Machado, 2006). Caridade (2011) categorizou os fatores de risco em: familiares, ambientais, sociodemográficos, intrapessoais, interpessoais e situacionais ou contextuais. A respeito dos fatores familiares, o estudo desenvolvido por Zarate, Rivera, González e Yedra (2018), mostrou que os adolescentes agressores ou eram recetores de violência nas suas relações de namoro, tinham presenciado ou sido vítimas de violência na sua família de origem. Existem, assim, evidências empíricas sobre o fenómeno sustentado na transmissão intergeracional e na aprendizagem social (Sani, & Oliveira, 2009), como preditor e potenciador da violência conjugal (Mendes, 2006; Murta, Santos, Martins & Oliveira, 2013), que urge mitigar. A este respeito, Murta, Santos, Martins e Oliveira (2013), Rojas-Solís (2013) e Zaráte, Rivera, González e Yedra (2018) elegem a necessidade de desenhar projetos de investigação didáticos e a eficácia de programas de multicomponentes na prevenção e na diminuição das violências no namoro. Neste sentido, o contexto escolar, cada vez mais confrontado com múltiplas e complexas problemáticas, entre elas as violências, tem vindo a ocupar um papel crucial na vida afetiva dos estudantes,

(3)

30

independentemente do escalão etário, fornecendo elementos para a socialização, a reflexão, o autoconhecimento e a cidadania. Contudo, as diferentes manifestações de violências são uma realidade cada vez mais expressas nas relações de namoro, com impactos nefastos na saúde do indivíduo, tornando-se urgente e imprescindível a realização de estudos que almejem o conhecimento do fenómeno, visem contribuir para a melhoria das experiências afetivas e prevenir as violências entre parceiros íntimos. Em função das considerações expostas, este estudo teve como objetivo “descrever a experiência de violência vivida durante o período de namoro por estudantes adultos do ensino secundário profissionalizante”. Para a prossecução do objetivo enunciado foram formuladas as seguintes questões de pesquisa:

- Será que os estudantes do ensino secundário profissionalizante vivenciaram violência no namoro? - Quais são os tipos de violência infligida pelos agressores?

- Que tipo de estratégias são utilizadas no enfrentamento da violência no namoro?

2 Metodologia

O estudo de design qualitativo, exploratório, transversal e descritivo, através de inquérito de respostas dicotómicas (sim e não) e abertas, busca descortinar informações necessárias sobre o tema em estudo. Neste sentido, Bogdan e Biklen (1994: 70) esclarecem:

“O objetivo dos investigadores qualitativos é o de melhor compreender o comportamento e experiência humanos. Tentam compreender o processo mediante o qual as pessoas constroem significados e descrever em que consistem esses mesmos significados. Recorrem à investigação empírica por considerarem que é, em função de instâncias concretas do comportamento humano, que se pode refletir com maior clareza e profundidade sobre a condição humana”.

A investigação qualitativa tende a fazer ressaltar o sentido ou a significação que o fenómeno estudado tem para os indivíduos. Trata-se de uma investigação fenomenológica, que considera a realidade baseada nas perceções dos participantes. O conhecimento da realidade, do caso, só tem sentido naquele contexto e naquele momento. Por isso, o paradigma qualitativo ou interpretativo, encerra a crença que que existem múltiplas realidades. O investigador qualitativo interpreta os dados e descreve detalhadamente as experiências relatadas pelos participantes, visando apreender as suas perspetivas e procurando uma compreensão global e alargada do fenómeno (Fortin, 2009). Trata-se um trabalho ambíguo, moroso, reflexivo que se concretiza numa lógica de crescimento e aperfeiçoamento e que, segundo Afonso (2005), culmina na própria produção do texto interpretativo.

2.1 Amostra

A amostra não probabilística é constituída por 83 alunos adultos, 36 mulheres (43,40%) e 47 homens (56,60%), com idades compreendidas entre 18 e 61 anos (M = 33,02; DP = 11,48), residentes em meio urbano (71,10%) ou rural (28,90%), dos quais 57,80% solteiros, 21,70% casados, 14,50% divorciados e outras situações (6%), que frequentaram o ensino secundário profissionalizante no ano 2017, numa escola de meio urbano da Ilha da Madeira, Portugal (população com n = 287).

(4)

31 2.2 Instrumento

A técnica usada na obtenção de dados foi construída em conformidade com a metodologia de investigação qualitativa recomendada por Bogdan e Biklen (1994). O questionário consiste em colocar um conjunto de questões escritas a que se responde também por escrito (Afonso, 2005) sobre a sua situação social, profissional ou familiar, às suas opiniões, à sua atitude em relação às opções, às suas expetativas, ao seu nível de conhecimentos ou de um acontecimento ou de um problema, ou ainda sobre qualquer tema que interesse aos investigadores explorar. A interpretação dos dados colhidos materializa-se através da produção das verbalizações descritivas e narrativas, articuladas numa lógica explicativa e argumentativa (Afonso, 2005). Permite revelar as experiências vivenciadas (Tuchman, 2005), podendo ser utilizado para transformar em dados a informação comunicada diretamente dos respondentes, facilitando o acesso a um número elevado de sujeitos e contextos diferenciados (Afonso, 2005). Para responder às questões de pesquisa, o questionário, elaborado para o efeito, visava aceder às experiências dos participantes sobre as violências no namoro, ilustradas nas representações expressas nos seus próprios testemunhos. Foi estruturado em dois eixos de análise, sendo um sustentado nas questões de resposta dicotómica (sim e não) de preenchimento obrigatório, as quais indagavam se os participantes infligiram ou sofreram violência no namoro e as questões abertas, devido ao carater introspetivo ou à possibilidade de ferir suscetibilidades, de preenchimento facultativo. Para inclusão no estudo foram considerados questionários com resposta dada às seguintes questões: “Alguma vez agrediu o par durante o namoro?” e “Alguma vez foi vítima de violência durante o namoro?”.

2.3 Procedimentos

A aplicação do questionário teve autorização prévia da Direção do estabelecimento de ensino e enquadrou-se numa sessão informativa sobre o Namoro, (Des)Amor?, destinada aos alunos do ensino secundário profissionalizante, desenvolvida pelo Gabinete de Psicologia e Orientação. No términus da sessão e a título de reflexão, os estudantes foram convidados pelo Psicólogo estagiário, colaborador nesta investigação, a preencherem um questionário sobre violência no namoro. Foram informados que o tempo de preenchimento médio seria de 15 minutos e que as respostas seriam analisadas globalmente conforme objetivo do estudo. A pesquisa teve em consideração os aspetos éticos e implicações legais, como o consentimento livre, informado e o anonimato dos envolvidos, não revertendo qualquer espécie de dano para os participantes (Bogdan & Biklen, 1994). Foi ainda considerado o direito à privacidade ou à não participação, o direito de permanecer no anonimato, o direito à confidencialidade e o direito a contar com o sentido de responsabilidade do investigador. Após anuência livre e esclarecida, participaram voluntariamente (Bogdan & Biklen, 1994; Fortin, 2009) e responderam ao questionário de forma escrita.

Os dados serão descritos e analisados a partir do discurso escrito dos participantes conforme recomendam as questões éticas supramencionadas. A multiplicidade de dados resultantes da recolha de dados efetuada constitui o corpo de análise do trabalho empírico. Os dados obtidos serão estudados recorrendo à análise de conteúdo como técnica principal. A análise de conteúdo é uma das técnicas de tratamento de informação usadas em pesquisas empíricas na área das ciências sociais e humanas. O objeto da análise de conteúdo segundo Bardin (1994: 43-44) é

“a palavra, isto é, o aspecto individual e atual (em acto) da linguagem (...) a prática da língua realizada por emissores identificáveis (...) tenta compreender os jogadores ou o ambiente do jogo num momento determinado, com o contributo das partes observáveis (...) toma em consideração as significações (conteúdo), eventualmente a sua forma e a distribuição destes conteúdos e formas (...). a

(5)

32

análise de conteúdo procura conhecer aquilo que está por trás das palavras sobre as quais se debruça”.

Bardin (1994: 9) encara a análise de conteúdo como inferência, definindo-a como:

“hermenêntica controlada, baseada na dedução: a inferência. Enquanto esforço de interpretação a análise de conteúdo oscila entre dois pólos do rigor da objetividade e da fecundidade da subjetividade. Absolve e cauciona o investigador por esta atração pelo escondido, o latente, o não aparente, o potencial de inédito (do não-dito), retido por qualquer mensagem”.

O processamento e a extração de significados dos dados qualitativos obtidos foram desenvolvidos segundo a análise de conteúdo preconizada por Bardin (1994). As técnicas utilizadas pelos investigadores englobaram a leitura atenta de todas as descrições para compreender os sentimentos nelas expresso, isolar as frases que evidenciam o fenómeno e extrair significação e respostas às questões de investigação. As unidades de dados foram reproduzidas em pastas desdobráveis de cartão e cada divisão etiquetada com um código. Na tentativa de encontrar núcleos de sentido cuja presença ou frequência pudessem significar algo para o objetivo analítico, emergiram diferentes categorias de codificação (Bogdan & Biklen, 1994). Foi desenvolvida uma lista de categorias após leitura das respostas dadas pelos participantes. Inicialmente obteve-se muitas categorias que foram integradas e na fase subsequente transformadas para as reduzir a um número mais fácil de gerir, designadamente, as representações dos participantes sobre o conceito de violência, ter sido agressor e/ou vítimas de violências no namoro, violências infligidas pelos agressores e sofridas pelas vítimas, fatores desencadeantes das violências no namoro e as estratégias para lidar com a violência no namoro. Posteriormente foram agrupados os elementos de significação e quantificadas as unidades de sentido.

3 Resultados

O foco analítico que incidiu sobre os testemunhos dos inquiridos, expressos nas respostas dadas aos questionários, baseia-se na compreensão e interpretação da informação qualitativa recolhida. Este processo fez ressaltar nas diferentes categorias temáticas emergentes a sua relevância na compreensão do conceito de violência, na quantificação de agressores e vítimas, na identificação dos tipos de violências e, ainda as causas e as estratégias de enfrentamento das violências no namoro:

a) As representações dos participantes sobre o conceito de violência

Na aceção dos inquiridos, o conceito de violência envolve falta de respeito (30), agressão física (24), agressão psicológica (18), agressão verbal (17), controlo (8), domínio com a aplicação de maus-tratos (5) e abuso sexual (1) (Tabela 1). Verificou-se que 31,30% dos inquiridos não expressaram o seu conceito de violência, deixando em aberto os motivos que conduziram à ausência de resposta.

Tabela 1. Conceito de violência.

Categoria a) Subcategoria Unidades de sentido N

Violências a) Vinte e seis participantes não responderam (31,30%). Conceito de violência

Domínio na aplicação de maus-tratos 5

Falta de respeito 30 Abuso sexual 1 Agressão física 24 Controlo 8 Agressão verbal 17 Agressão psicológica 18

(6)

33

a) Agressores e vítimas de violências no namoro

Relativamente à violência na intimidade, os dados indicam que, 9 participantes (10,80%), 3 mulheres e 6 homens, perpetraram violências no namoro e 21 participantes (25,30%), 14 mulheres e 7 homens, revelaram terem sido vítimas de violência nessa etapa da vida (Tabela 2).

Tabela 2. Quantificação dos agressores e vítimas de violências no namoro.

Violências no namoro N % Total Obs.

Foi violento Sim 9 10,80 83 3 mulheres e 6 homens assumiram ter agredido Não 74 89,16 Sofreu violência Sim 21 25,30 83 14 mulheres e 7 homens assumiram terem sido vítimas Não 62 74,70

a) Violências infligidas pelos agressores e sofridas pelas vítimas

A tabela 3 indica que nove indivíduos referem ter perpetrado a violência, sendo de destacar a agressão física (2), agressão psicológica (1), agressão sexual (1), incidindo maioritariamente na agressão verbal (7). No entanto, um participante não relatou o tipo de agressão cometida. Por sua vez os indivíduos que se percecionam como vítimas (n = 21) realçam terem sofrido agressão verbal (8) e a agressão psicológica (8), a agressão física (3) e agressão sexual (1). Apenas dois participantes (um que se considera agressor e outro que se julga vítima) aludiram a agressão sexual e 7 indivíduos, apesar de assinalarem terem sido vítimas de violência no namoro, não mencionam o tipo de agressão sofrida.

Tabela 3. Quantificação dos agressores e vítimas de violências no namoro.

Categoria Subcategoria Unidades de sentido N

Tipo de violências

Agressor (N = 9) Agressão física 2

Agressão verbal 7

Agressão psicológica 1

Agressão sexual 1

Não responde 0

Vítima (N = 21) Agressão física 3

Agressão verbal 8

Agressão psicológica 8

Agressão sexual 1

Não responde 7

a) Fatores desencadeantes das violências no namoro

Os inquiridos revelaram que podem ser múltiplos os fatores desencadeantes da violência conforme tabela 4.

(7)

34

Tabela 4. Quantificação dos agressores e vítimas de violências no namoro.

Categoria Subcategoria Unidades de sentido N

Violências no namoro Fatores geradores da violência no namoro Discussão 1 Desrespeito 3 Orgulho 1 Traição 1 Falta de paciência 1 Assuntos mal resolvidos 1 Múltiplos motivos 1

Observa-se que indicaram a discussão (1), o orgulho (1), a traição (1), a falta de paciência (1), assuntos mal resolvidos (1) e múltiplos motivos (1), os inquiridos apontam o desrespeito (3) como a causa maior da violência no namoro.

a) Estratégias para lidar com a violência no namoro.

O coping mais enunciado pelas vítimas para lidarem com a violência no namoro (Tabela 5), conta com estratégias proactivas, centradas na resolução do problema como o términus da relação (8), e denúncia (5), sendo uma delas, posteriormente retirada conforme revelou participante do género feminino e residente em meio urbano, e em estratégias centradas na regulação das emoções, designadamente do diálogo (2) e da terapia psiquiátrica (1).

Tabela 5. Estratégias para enfrentar as violências no namoro.

Categoria Subcategoria Unidades de sentido N

Violências no namoro

Estratégias de coping Denúncia 5 (a) Términus da relação 8 Terapia psiquiátrica 1

Aceitação 4

Diálogo 2

a) Um participante do género feminino e residente em meio urbano retirou a queixa.

Submissão às violências no namoro também ficou patente no testemunho de 4 participantes que revelaram aceitação.

Os dados encontrados através das respostas dadas às questões fechadas e a análise de conteúdo efetuada às respostas abertas obtidas, parecem apresentar sincronia com os referenciais teóricos que abordam o fenómeno escorado na transmissão interageracional e de aprendizagem social, evidenciando o caráter consensual das representações sociais vigentes sobre as violências no namoro que continua a se perpetuar na sociedade hodierna.

4 Discussão e Conclusões

A presença das violências no namoro é uma realidade na atual sociedade. Nos últimos anos, os vínculos afetivos têm sofrido transformações, fornecendo uma multiplicidade de vivências e matizes (Rojas-Solís, 2013). O fenómeno tem vindo a beneficiar de interesse investigativo crescente uma vez que se confirma a presença crescente da violência nas relações de namoro.

Os dados empíricos colhidos através do registo narrativo concedido pelos inquiridos foram explorados a partir do objetivo da pesquisa que consistiu em “descrever a experiência de violência vivida durante o período de namoro por estudantes adultos do ensino secundário profissionalizante”,

(8)

35

extraindo significados relevantes. A técnica de análise de conteúdo proposta por Bardin (1994) foi adotada, emergindo uma construção interpretativa, as inferências, resultantes do olhar de quem investiga (Afonso, 2005). Vale salientar que, para dar maior visibilidade ao fenómeno, foram contabilizadas as unidades de sentido. As operações efetuadas obrigaram à interação, ao envolvimento e consonância entre os investigadores mediante processo tradicional, envolveram os pesquisadores, responderam às questões de investigação, denotaram relevância do fenómeno, mas a morosidade foi evidente. Considerando os avanços tecnológicos, teria sido oportuno o aproveitamento do potencial do software de análise qualitativa de dados existente no mercado, que pode ser usado por vários investigadores num ambiente de trabalho colaborativo e distribuído como oferece a internet, de forma síncrona e assíncrona, nomeadamente o webQDA (CIDTFF, 2016; Costa, Linhares, Neri de Souza, 2012; Neri de Souza, Costa, & Moreira, 2010), uma vez que este amplia as possibilidades de comunicação na definição das dimensões de análise, imprescindíveis para as construções de síntese e análise (Costa, Linhares, Neri de Souza, 2012).

Os resultados encontrados neste estudo sugerem que a violência envolve falta de respeito, agressão física, agressão psicológica, agressão verbal, controlo, domínio na aplicação de maus-tratos e abuso sexual e corroboram com a perspetiva de Manita, Ribeiro e Peixoto (2009), Strecht (2002) e Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi e Lozano (2002. No entanto, 31,30% dos inquiridos não expressaram o seu conceito sobre a violência. Esta situação obriga a ponderar sobre as motivações conducentes à não resposta, como por exemplo, desinteresse do participante em expressar as suas opiniões ou desconforto com a ideia de reviver sofrimento tendo a opção pelo evitamento ou fuga em relação ao tema.

Importa destacar que, durante décadas, os estudos indicavam o homem como gerador da violência na relação afetiva, mas essa aceção tem vindo a mudar uma vez que diferentes estudos têm vindo a reportar que homens e mulheres executam e recebem condutas violentas, produzindo agressão mútua e bidirecional (Zaráte, Rivera, González & Yedra, 2018). Esta perspetiva é corroborada por Rojas-Solís (2013), quando preconiza uma reflexão sobre a bidirecionalidade das agressões durante o namoro. Importa, por isso, começar a analisar essa bidirecionalidade uma vez que as novas gerações estão respondendo de forma diferente dos seus predecessores (Zaráte, Rivera, González, & Yedra, 2018).

Como podemos observar, os dados desta investigação também sugerem que, na intimidade, homens e mulheres infligiram agressões e/ou foram vítimas durante o namoro. No entanto, segundo o testemunho dos inquiridos, a prevalência agressora incide nos homens e a vitimização nas mulheres, sendo este resultado consentâneo com o obtido por Sani (2002) e reconhecido como um problema de saúde pública, por organismos internacionais como a Organização Mundial de Saúde (OMS) (Borsoi, Brandão & Cavalcanti, 2009; Krug, Dahlberg, Mercy, Zwi & Lozano, 2002).

Os participantes que se percecionam como agressores, referiram maioritariamente a agressão verbal, enquanto as vítimas referem a agressão verbal e psicológica e apenas um agressor e uma vítima aludiram à componente sexual. Os significados atribuídos ao fenómeno da violência no namoro são recortados por representações rígidas de papéis de género, correspondendo as expectativas em relação ao desempenho de homens e mulheres nas relações afetivo-sexuais (Cecchetto, Oliveira, Njaine & Minayo, 2016; Martins, Machado, Abrunhosa & Manita, 2012; Pazo & Cavalcanti, 2012). A assimilação e partilha das conceções culturais dominantes sobre a sexualidade, a violência, a violação e outras formas de violência sexual têm repercussões na vida dos indivíduos e na vida em sociedade e Martins, Machado, Abrunhosa e Manita (2012), sugerem estar associadas aos papéis tradicionais de género, sobretudo os que se prendem diretamente com o comportamento sexual. Neste âmbito, os resultados do estudo sobre violência no namoro realizado por Zaráte, Rivera, González e Yedra (2018) também mostrou que a violência não é unidirecional e que esta se

(9)

36

manifesta com atitudes similares entre homens e mulheres como empurrar e agarrar, golpear, morder, bofetear, e ameaçar com golpes. Além das agressões físicas enunciadas, o estudo demonstra que 49,70% dos adolescentes participantes já sofreram ou infligiram, pelo menos uma vez condutas violentas do tipo psicológico e sexual. Também Zamora-Damián, Alvídrez Villegas, Aizpitarte e Rojas-Solis (2018), investigarem a presença de violência entre namorados adolescentes, a nível da perpetração e vitimização. Os resultados mostraram que tanto os homens podem ser perpetradores como vítimas de múltiplos comportamentos violentos nas relações interpessoais de namoro, sugerindo possível bidirecionalidade da violência no namoro. A violência sexual é um fenómeno universal, que atinge todas as classes sociais, etnias, religiões e culturas atingindo populações em diferentes níveis de desenvolvimento económico e social (Faria, Araújo & Baptista, 2008).

Pérez Mendiola (2014) estudou a violência no namoro e incluiu no foco da sua análise as caraterísticas de género, antecedentes de violência familiar, tipos de violência (física, psicológica e económica). O modelo explicativo revela que os antecedentes de violência familiar não parecem determinar a presença deste fenómeno. De igual forma, a violência conjugal, a violência emocional, violência física e violência económica não difere da violência no namoro, apresentam-se igualmente em homens e mulheres, embora percecionem de forma diferente durante a relação de namoro. A violência existe, é um facto. A educação torna-se, portanto, imprescindível para evitar a violência, envolvendo adolescentes, pais, professores e profissionais de saúde por forma a desenvolver relações emocionais estáveis e fortes (Ferreira, Lopes, Aparício, Cabral & Duarte, 2014). Os números crescentes expressos internacionalmente sobre este fenómeno sugerem a necessidade premente de investigação mais incisiva sobre os determinantes da violência no namoro. Refletindo sobre a transmissão cultural dos padrões de comportamento socialmente aprendidos, Zaráte, Rivera, González e Yedra (2018) apontam a exposição à violência no contexto familiar como preditor de violência na relação com o par. Sublinham, ainda que a exposição à violência é hoje expressa em diferentes formas e espaços por onde nos movemos. Por sua vez, os participantes no presente estudo indicam o desrespeito como a causa maior da violência no namoro, mas enunciam, também, a discussão, o orgulho e a traição.

Através da análise de conteúdo foi possível identificar estratégias de enfrentamento da violência no namoro. As estratégias proactivas centrada no problema, mais enunciadas, foram o términus da relação e a denúncia. Aludiram, ainda, aceitação, diálogo e terapia psiquiátrica. Embora a violência seja penalizada e castigada, algumas vítimas não denunciam por medo, desconhecimento e inclusivamente normalizam este tipo de conduta nas relações de namoro. Esta evidência é corroborada por Zaráte, Rivera, González e Yedra (2018) quando alertam para o facto da frequência elevada de agressões que permanecem na relação de namoro poderem perdurar ou converter-se numa interrelação habitual. Segundo Schuck, Sbardelotto, Weirich, Todescatto e Brito (2016) muitas mulheres não denunciam as agressões nem os agressores. Razões histórico-sociais estão na origem da omissão ou da não denúncia de situações de violência como apontam Schuck, Sbardelotto, Weirich, Todescatto e Brito (2016) justificando que muitas mulheres não denunciam as agressões, nem os agressores, por questões associadas aos filhos, dependência financeira, o medo e o receio de reincidências severas contra si e familiares e principalmente o medo do agressor ficar impune. Importa assinalar que o resultado deste estudo qualitativo e de cariz exploratório permite extrair significados ao aceder a uma realidade ainda pouco investigada e subsequentemente reunir subsídios para o desenho de estratégias de intervenção promotoras das relações interpessoais sãs. Pode, ainda, contribuir para alavancar futuros estudos e ilustrar sessões informativas sobre as consequências negativas das relações de namoro violentas. Porém, a problemática em apreço carece de estudo mais aprofundado, com amostras alargadas e respostas interventivas por parte de equipas multidisciplinares e intersectoriais envolvendo famílias, jovens, educadores sociais, professores,

(10)

37

profissionais de saúde e agentes da lei de forma a prevenir e minorar os múltiplos efeitos devastadores nas vítimas de violência na relação de namoro.

O estudo coloca em destaque diversas dimensões que emergiram do testemunho dos participantes envolvidos no fenómeno da violência no namoro e permite inferir da necessidade de ser repensada a política educativa e de saúde na abordagem aos diversos tipos de violências no namoro. Observou-se que 25% dos participantes, sofreu violência no namoro, que 11% assume ter violentado, sendo o género masculino o que mais agride e o género feminino o mais vitimizado. O desrespeito leva a que a agressão física, a agressão psicológica e verbal sejam as formas de violência mais evidenciadas. As estratégias de coping encontradas são o términus da relação, seguidas pela denúncia e/ou aceitação, conferindo com os papéis socioculturais de género instituídos, transversais a todas as culturas e classes sociais. As inferências extraídas relevam que o fenómeno da violência no namoro é um problema atual que requer atenção porque importa e urge banir.

Referências

Afonso, N. (2005). Investigação Naturalista em Educação. Porto. Edições ASA.

Anacona, C. (2008). Prevalencia, factores de riesgo y problemáticas associadas com la violência em el noviazgo: uma revisión de la literatura. Avances em Psicología Latinoamericana, 26(2), 227-241.

Bardin, L. (1994). Análise de conteúdo. Porto Alegre: EDIPUCRS.

Beserra, M. A., Leitão, M. N., Fabião, J., Dixe, M. A. Veríssimo, C., & Ferriani, M. (2016). Prevalência e caraterísticas da violência no namoro entre adolescentes escolares de Portugal. Esc Anna Nery, 20(1), 183-191.

Bogdan, R., & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em Educação. Porto: Porto Editora.

Borsoi, T., Brandão, E., & Cavalcanti, M. (2009). Ações para o enfrentamento da violência contra a mulher em duas unidades de atenção primária à saúde no município do Rio de Janeiro. Interface: Comunicação, Saúde e Educação, 13(28), 165-1774.

Caridade, S., & Machado, C. (2006). Violência na intimidade juvenil: da vitimação à perpetração. Análise Psicológica, 4(24), 485-493.

Cecchetto, F., Oliveira, Q., Njaine, K., & Minayo, M. (2016). Violence as perceived by adolescente males in the affective-sexual interaction, in tem Brazilian cities. Interface: Comunicação, saúde, educação, 20(59), 853.

CIDTFF (2016). webQDA – Manual de utilização rápida. Aveiro: UA Editora.

Costa, A. P., Linhares, R., & Neri de Souza, F. (2012). Possibilidade de análise Qualitativa no webQDA e colaboração entre pesquisadores em educação e comunicação. Atas do 3.º Simpósio Educação e Comunicação, Universidade Tiradentes, Aracaju, 276-286.

Dias, I. (2004). Violência na Família. Uma Abordagem Sociológica. Porto: Edições Afrontamento. Faria, A., Araújo, C., & Baptista, V. (2008). Assistência à vítima de violência sexual: a experiência da

(11)

38

Ferreira, M., Lopes, A., Aparício, , G., Cabral, L., & Duarte, J. (2014). Teens and dating: study of factos that influence attitudes of violence. 2nd World congress of health research, Atencion Primaria, 46(5), 187-190.

Fortin, M. F. (2009). Fundamentos e etapas do processo de investigação. Loures: Lusodidacta.

Krug, E., Dahlberg, L., Mercy, J., Zwi, A., & Lozano, R. (Ed.). (2002). World Report on Violence and Health. World Health Organization, Geneva. ISBN 92 4 154561 5.

Lemos, A. (2008). Por uma escola que previne: Uma abordagem e reflexão de um projecto educativo de prevenção da violência de género nas escolas. Dissertação de Mestrado. Porto: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Manita, C., Ribeiro, C., & Peixoto, C. (2009). Violência doméstica: Compreender para intervir (Guia de boas práticas para profissionais de instituições de apoio à vítima). Comissão para a cidadania e igualdade de género. Presidência do Conselho de Ministros.

Martins, S., Machado, C., Abrunhosa, R., & Manita, C. (2012). Escala de crenças sobre violência sexual (EVCS). Análise Psicológica, 30(1/2), 177-191.

Mendes, F. (2006). Percursos da violência. Da família de origem à conjugalidade: um estudo com jovens adultos a frequentarem o ensino superior. Dissertação de Mestrado. Porto: Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto.

Murta, S., Santos, B., Martins, C., & Oliveira, B. (2013). Prevenção primária à violência no namoro: uma revisão de literatura. Contextos Clínicos, 6(2), 117-131.

Neri de Souza, F., Linhares, R., & Moreira (2010). webQDA: Software de apoio à análise qualitativa. In Rocha, A., Sexto, C. F., Reis, L. P., e Cota, M. P. (Ed.). Atas da 5.ª Conferência Ibérica de Sistemas e Tecnologias de Informação. CISTI2010, Santiago de Compostela, 293-298.

Pazo, C., & Cavalcanti, A. A. (2012). Sentidos de violência conjugal: análise do banco de dados de um serviço telefónico anónimo. Physis: Revista de Saúde Coletiva, 22(1), 253-273.

Pérez Mendiola, K. (2014). Modelo explicativo da violência no namoro. Vetores de Investigación, 9(9), 67-81.

Rojas-Solís, J. L. (2013). Violencia el el noviazgo y sociedad mexicana posmoderna. Algunos apuntes sobre la gura del agressor y las agresiones bidireccionales. Uaricha Revista de Psicología, 10(22), 1-19.

Sani, A., & Oliveira, M. (2009). Intergeracionalidade da violência nas relações de namoro. Porto: Edições Fernando Pessoa, 6, 162-170.

Schuck, D., Sbardelotto, T., Weirich, B., Todescatto, C., & Brito, P. E. (2016). A sensibilização do enfermeiro no enfrentamento da violência contra a mulher: um relato de experiência. Brazilian Journal of Surgery & Clinical Research, 15, 4, 143-145.

Strecht, P. (2002). Crescer vazio: Repercussões psíquicas do abandono, negligência e maus-tratos em crianças e adolescentes. Lisboa: Assírio & Alvim.

Zárate, L., Rivera, E. A., González, M., & Yedra, L. (2018). Violencia em el noviazgo em adolescentes de Veracruz, Mexico. Psique, XIV, 8-24.

(12)

39

Zamora-Damián, G., Alvídrez Villegas, S., Aizpitarte, A. & Rojas-Solís, J. L. (2017). Prevalencia de violência em el noviazgo em uma muestra de varones adolescentes mexicanos. Revista de Psicología y Ciencias del Comportamiento, 9(1), 30-53.

Referências

Documentos relacionados

O 6º ano do Mestrado Integrado em Medicina (MIM) é um estágio profissionalizante (EP) que inclui os estágios parcelares de Medicina Interna, Cirurgia Geral,

Our contributions are: a set of guidelines that provide meaning to the different modelling elements of SysML used during the design of systems; the individual formal semantics for

É importante destacar também que, a formação que se propõem deve ir além da capacitação dos professores para o uso dos LIs (ainda que essa etapa.. seja necessária),

Fonte: elaborado pelo autor. Como se pode ver no Quadro 7, acima, as fragilidades observadas após a coleta e a análise de dados da pesquisa nos levaram a elaborar

O Programa de Avaliação da Rede Pública de Educação Básica (Proeb), criado em 2000, em Minas Gerais, foi o primeiro programa a fornecer os subsídios necessários para que

Com a mudança de gestão da SRE Ubá em 2015, o presidente do CME de 2012 e também Analista Educacional foi nomeado Diretor Educacional da SRE Ubá e o projeto começou a ganhar

In this work, TiO2 nanoparticles were dispersed and stabilized in water using a novel type of dispersant based on tailor-made amphiphilic block copolymers of

Objetivou-se com este estudo avaliar a qualidade de leite pasteurizado com inspeção estadual pela pesquisa de estafilococos coagulase positiva, sua