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Re)existência: o protagonismo das mulheres negras no feminismo

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE - UFRN CENTRO DE CIÊNCIAS HUMANAS, LETRAS E ARTES

DEPARTAMENTO DE COMUNICAÇÃO SOCIAL GRADUAÇÃO EM JORNALISMO

ALLYNE CAMYLLA PAZ DE SOUZA

(RE)EXISTÊNCIA: O PROTAGONISMO DAS MULHERES NEGRAS NO FEMINISMO

NATAL/RN 2019

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(RE)EXISTÊNCIA: O PROTAGONISMO DAS MULHERES NEGRAS NO FEMINISMO

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de bacharel em Jornalismo.

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Mirian Moema Pinheiro

NATAL/RN 2019

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ALLYNE CAMYLLA PAZ DE SOUZA

(RE)EXISTÊNCIA: O PROTAGONISMO DAS MULHERES NEGRAS NO FEMINISMO

Projeto de Trabalho de Conclusão de Curso apresentado ao Departamento de Comunicação da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, para obtenção do título de bacharel em Jornalismo.

Aprovado em: ____/____/______.

BANCA EXAMINADORA

_______________________________________________________ Prof.ª Dr.ª Mirian Moema Pinheiro

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (Orientadora)

_______________________________________________________ Prof. Dr. Antonino Condorelli

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (Membro da banca)

_______________________________________________________ Profª. Drª. Lívia Cirne De Azevedo Pereira

Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) (Membro da banca)

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Durante a trajetória de vida, encontramos muitas pessoas em nossos caminhos que nos ajudam a insistir. A finalização desta etapa da minha vida foi graças a união de diversas pessoas que me apoiaram desde início e me incentivaram a continuar seguindo. Gratidão imensa à minha mãe, que é o meu alicerce e a quem dedico este trabalho. Dona Cleide Paz, obrigada por me ensinar sobre feminismo negro antes mesmo de entender o que realmente essa expressão significa e por acreditar em mim incansavelmente. A senhora conhece a luta de uma mulher negra da periferia para alcançar este local que cheguei hoje, obrigada por não desistir, sua luta valeu a pena. Estendo o agradecimento a cada um da minha família por acreditar na minha luta e não cansar de dizer que são orgulhosos de mim. Dona Sônia, Jhons Phyllyppe e José Arlindo, isso aqui também é para vocês. Não posso deixar de agradecer à minha orientadora, Mirian Moema, a quem me ensinou sobre jornalismo humanizado e me acompanhou até este sonho se tornar realidade, todo meu agradecimento para a senhora, professora. Gratidão às minhas professoras de profissão, Érica Lima e Rosália Figueirêdo, da TV Universitária, que me permitiram produzir o programa Peri

- a voz da periferia, que acreditaram e me fizeram uma produtora apaixonada pelo que

faz. Obrigada aos meus amigos que me acompanharam e apoiaram nesta trajetória de dias de luta e de glória, eu disse que a gente ia vencer e que iria dar certo, isto aqui é prova disso. Todo agradecimento à Emerson Dantas, que me acompanhou durante o planejamento, execução e finalização deste trabalho, obrigada por me apoiar e lembrar que eu não deveria desistir. Agradeço imensamente a equipe da produção da websérie, Rebeca Souza e Isabelle Ferret, que me ajudaram a construir essa narrativa tão forte e especial sobre mulheres negras e às personagens que toparam dividir suas histórias comigo e me autorizaram a compartilhar dessas histórias. Por fim, agradeço a cada mulher negra que me incentivou a continuar tentando, que me ensinou sobre feminismo negro e me mostrou que é necessário e urgente continuar. Continuemos. Marielle Presente.

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“Quando a mulher negra se movimenta, toda a estrutura da sociedade se movimenta com ela” Angela Davis

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RESUMO

Cada vez mais vem se discutindo na sociedade e nos meios acadêmicos sobre ocupação de espaços e resistência das mulheres negras e como o feminismo negro é parte fundamental para o engajamento da luta dessas mulheres. É necessário que o feminismo seja discutido de forma plural, assim o tornando mais justo e igualitário para todas as mulheres. Afinal, as questões referentes às mulheres negras, em diversas situações, divergem das pautas de mulheres brancas. Este trabalho aborda a importância de falar sobre o feminismo negro e apresenta a temática no formato de uma websérie documental como mulheres negras seguem resistindo na sociedade brasileira. Serão apresentadas através do método de histórias de vida a realidade de quatro mulheres que vivem em Natal.

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO 7

2 POR QUE É IMPORTANTE FALAR DE FEMINISMO NEGRO? 9

3 O PROTAGONISMO DAS MULHERES NEGRAS NO FEMINISMO 12

4 RELATO DA PRODUÇÃO 16

5 CONSIDERAÇÕES FINAIS 18

REFERÊNCIAS 19

ANEXO A - ROTEIRO TÉCNICO - ENTREVISTA COM MARIANA RASEC 20

ANEXO B - ROTEIRO TÉCNICO - ENTREVISTA COM ELDERLANNE TIBIANO 22

ANEXO C - ROTEIRO TÉCNICO - ENTREVISTA COM ALICE ANDRADE 24

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1 INTRODUÇÃO

Este trabalho tem como objetivo principal apresentar como as mulheres negras lutam e resistem diariamente contra o machismo e racismo na cidade de Natal. Além disso, estudamos sobre questões de gênero, raça e classe. Promovemos através do audiovisual a importância da igualdade de gênero e raça. Além de enaltecer histórias de luta, resistência e superação de mulheres negras em Natal, em uma produção audiovisual no formato mini websérie documental composto de quatro episódios.

Já faz algum tempo que as questões raciais e de gênero estão sendo discutidas na sociedade. Dialogar, debater e questionar sobre tais assuntos é fundamental para o combate ao racismo e assegurar os direitos humanos às mulheres negras. Além disso, esse assunto está cada vez mais recorrente não apenas nas rodas de conversas, redes sociais, como também no âmbito acadêmico. Pesquisadoras como Djamila Ribeiro vêm trazendo cada vez mais à tona a questão da mulher negra no contexto atual da nossa sociedade. É extremamente necessário disseminar a luta e resistência cotidiana dessas mulheres, afinal, não se trata apenas do feminismo e da luta pela emancipação dos corpos das mulheres, mas sim, da promoção de debates urgentes sobre as questões de gênero, raça e classe.

Este trabalho é fundamental para o meu crescimento não apenas enquanto discente e profissional. É uma realização pessoal, afinal, sei da importância do lugar de fala1 e como é essencial que sejamos donos das nossas próprias narrativas. Estudar o feminismo negro é unir as questões contra o machismo e anti-racistas. Autoras como Sueli Carneiro, Djamila Ribeiro e Angela Davis investigam e provam a importância de estudar sobre essa vertente do movimento feminista. Este trabalho é construído com base em estudos de pesquisadoras e ativistas no movimento feminista negro.

É necessário estabelecer questões fundamentais para o combate ao racismo dentro da luta de gênero. Dentre elas, compreender que o feminismo tem sua trajetória branca e europeia de berço. A filósofa, escritora e ativista anti-racismo do movimento social negro brasileiro, Sueli Carneiro, apresenta no artigo Enegrecendo

o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma

1 A pesquisadora Djamila Ribeiro foi umas das autoras que explica o que é lugar de fala em suas obras, e de acordo com ela é legitimar o direito à voz e assegurar que outros grupos serão ouvidos, não apenas o dominante.

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perspectiva de gênero, que é indispensável a união entre as correntes feministas e

que é importante levar em consideração a luta das mulheres negras contra o racismo, que vai além das questões do machismo.

Atualmente, uma das escritoras brasileiras mais renomadas no debate sobre o feminismo negro é a filósofa, feminista e pesquisadora Djamila Ribeiro. Em seu livro “Quem tem medo do feminismo negro?”, a autora explica que é necessário pensar nas questões de gênero juntamente com as questões de raça e classe.

Para reafirmar sobre o feminismo negro, o presente trabalho tem como resultado mostrar a trajetória de quatro mulheres negras, através de uma web-série. A narrativa construída tem como base o método Histórias de Vida. Esse método permite facilitar a possibilidade de ampliar a compressão sobre a vida do outro, aumentando e fortalecendo as relações humanas através da empatia.

Neste relatório, abordamos acerca do que é o feminismo negro e qual a importância de falar sobre ele hoje em dia no Brasil. O feminismo é uma luta que teve seu início com as mulheres brancas e europeias e por muitos anos, apenas uma voz foi ouvida, a delas. Com o passar do tempo, as mulheres negras perceberam que as problemáticas da raça branca não as contemplavam, e a partir daí, surgiu o feminismo negro, que luta pela emancipação dos corpos e sobrevivência das mulheres negras.

Para reforçar sobre a luta das mulheres negras no cotidiano da cidade de Natal-RN, a mini websérie documental conta a história de vida de quatro delas que vivem e resistem ao racismo e machismo na sociedade brasileira através de uma narrativa humanizada.

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2 POR QUE É IMPORTANTE FALAR DE FEMINISMO NEGRO?

A luta a favor dos direitos das mulheres e igualdade de gênero já tem uma longa trajetória no mundo. Alguns estudiosos sobre a temática explicam que as discussões sobre as opressões que as mulheres sofriam dos homens começou na Revolução Francesa (1789). Nesta época, as mulheres eram privadas de direitos básicos, como frequentar a escola, por exemplo. Esse direito fundamental para a dignidade humana, que diz respeito ao seu desenvolvimento intelecto e profissional, só aconteceu no ano de 1827.

No Brasil, a conscientização de lutar a favor da igualdade de gênero e direitos das mulheres aconteceu no final do século XIX, ainda que neste período, o movimento não fosse reconhecido pelo nome que tem hoje. Foi a partir dessa época, que algumas mulheres começaram a questionar as regras da sociedade que possuíam o teor de injustiça e machismo. Com o decorrer do tempo, uma parcela dessas mulheres que lutavam contra a opressão dos homens começou a identificar peculiaridades e diferenças em pautas dentro do feminismo, afinal, as mulheres negras além de lutarem contra o machismo, também reconheceram outro tipo de opressão: o racismo.

Ou seja, o feminismo tratava sobre as questões de gênero, entretanto para algumas mulheres negras, era necessário mais, tendo em vista que elas também estavam em posição de servir à outras mulheres, se levarmos em consideração que, desde a época da escravatura, as mulheres negras eram subordinadas à população branca. A historiadora Raquel Barreto explica que é necessário abordar para além da questão de gênero, “A definição de mulher sempre foi sob a ótica da mulher branca ao longo da história. Assim, as mulheres negras precisam demonstrar que pautas feministas estão além da discussão sobre gênero” (EZAQUIEL, 2019), ressalta a pesquisadora.

O feminismo negro é protagonizado majoritariamente pela população de mulheres negras e é um segmento da esfera do movimento feminista. No Brasil, o movimento surgiu aproximadamente na década de 1980, em que essas mulheres perceberam a necessidade de não apenas lutar pela emancipação de seus corpos, como também por representação na mídia, pelo direito ao trabalho digno, além de combaterem para não serem mais vítimas de violência sexual e doméstica, lutavam para permanecerem vivas.

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A partir disso, podemos afirmar que a realidade da mulher negra é diferente da mulher branca. O estudo sobre essa temática vem aumentando progressivamente na sociedade. Atualmente, não buscamos maneiras de segregar o movimento, mas sim a compreensão, por parte das mulheres brancas, dos privilégios que possuem em detrimento das mulheres negras. Afinal, não existe apenas uma narrativa para o feminismo, é necessário falar de feminismos no plural. Este trabalho propõe, através da websérie, apresentar histórias de vida de mulheres negras que resistem às violências sofridas diariamente. Estudar o feminismo negro é unir as questões contra o machismo e o racismo. Algumas autoras brasileiras, como Sueli Carneiro e Djamila Ribeiro, estudam e provam a importância de falar sobre essa vertente do movimento feminista.

É necessário estabelecer questões fundamentais para o combate ao racismo dentro da luta de gênero. A filósofa, escritora e ativista anti-racismo do movimento social negro brasileiro, Sueli Carneiro, apresenta no artigo Enegrecendo o feminismo:

a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero,

como o pensar no feminismo como algo que continua para o movimento, sem excluir a luta das mulheres negras contra o racismo.

Esse novo olhar feminista e anti-racista, ao integrar em si tanto as tradições de luta do movimento negro como a tradição de luta do movimento de mulheres, afirma essa nova identidade política decorrente da condição específica do ser mulher negra. (CARNEIRO, 2001, 02)

A filósofa, feminista e pesquisadora Djamila Ribeiro é um dos maiores nomes brasileiros da atualidade que estuda sobre feminismo negro. Em seu livro “Quem tem

medo do feminismo negro?”, a autora explica a necessidade de pensar sobre

questões de gênero unidas das questões de raça e classe.

Pensar a interseccionalidade é perceber que não pode haver primazia de uma opressão sobre as outras e que é preciso romper com a estrutura. É pensar que raça, classe e gênero não podem ser categorizadas pensadas de forma isolada, porque são indissociáveis. (RIBEIRO, 2018, 123)

Ou seja, é fundamental que a pauta feminista também leve em consideração a classe social daquela mulher e sua etnia. Os papéis das mulheres parecem ter sido divididos pela sociedade. Se a mulher branca já lutava pelo seu direito ao trabalho, ao estudo e às condições melhores de vida, a mulher negra encarava as marcas do

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preconceito sendo submetida a condições de trabalho desumano, como passar 14 horas realizando o trabalho doméstico. De acordo com Angela Davis, na sua obra

“Mulheres, Raça e Classe”, as mulheres negras ocupavam posições inferiores às

brancas não por escolha, mas por aprisionamento.

Se as mulheres brancas nunca recorreram ao trabalho doméstico, a menos que tivessem certeza de não encontrar algo melhor, as mulheres negras estiveram aprisionadas a essas ocupações até o advento da Segunda Guerra Mundial. (DAVIS, 1981, pág. 102)

No Brasil, é necessário falar sobre o feminismo negro, afinal a diferença entre mulheres negras e brancas é gritante na sociedade, considerando que vivermos em um país extremamente racista, em que as estatísticas provam que as pessoas negras são alvo de genocídio e a mulher negra faz parte de um grupo que morre diariamente.

A pesquisadora Ângela Davis trabalha em seu livro “Mulheres, Raça e Classe”, as questões que devem ser levadas em consideração quando se fala de feminismo, não apenas o gênero daquele ser, mas a raça e classe. Pois, infelizmente, as mulheres negras carregam marcas do período da escravatura até hoje.

Durante o período pós-escravidão, a maioria das mulheres negras trabalhadoras que não enfrentavam a dureza dos campos era obrigada a executar serviços domésticos. Sua situação, assim como a de suas irmãs que eram meeiras ou a das operárias encarceradas, trazia o familiar selo da escravidão. (DAVIS, 1981, pág. 99).

Portanto, há séculos as mulheres negras são inferiorizadas na sociedade e essa opressão é refletida no convívio social, ocupações de lugares e existência delas. Construir uma sociedade sob a ótica do feminismo negro é permitir uma população mais justa e igualitária para todas as mulheres.

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3 O PROTAGONISMO DAS MULHERES NEGRAS NO FEMINISMO

Com o intuito de demonstrar a importância do feminismo negro, este trabalho experimental culminará num produto, em formato de websérie documental composta por quatro episódios de quatro minutos cada, revelando histórias de vida de quatro mulheres negras. O formato escolhido foi definido pela sua linguagem dinâmica, que possibilita maior acesso ao público alvo.

De acordo com artigo “Mas afinal, o que é uma websérie documental?”, escrito por SOUZA e CAJAZEIRA, o formato websérie documental é originário dos webdocumentários.

Apropriados pelo campo jornalístico, as webséries documentais são oriundas dos webdocumentários, que por sua vez são provenientes dos documentários produzidos para a TV e para o cinema. (SOUZA, CAJAZEIRA, 2015, p. 2)

A ideia é apresentar em cada episódio a história de uma mulher negra que resiste e vive na cidade de Natal. O foco narrativo é mostrar a luta diária dessas mulheres e de que forma elas se fortalecem e resistem. As personagens apresentadas no trabalho tratam sobre as suas realidades e como elas abraçam o feminismo negro. São elas: Uma mulher que trabalha a autoestima da pessoa negra, uma jovem negra que esteve em processo de aceitação de sua negritude, uma artista negra ativista e uma pesquisadora negra, que abordará o combate ao racismo institucional.

Apesar de tratar sobre feminismo negro, a entrevista com cada personagem possui um recorte distinto. No primeiro episódio, será tratado sobre a juventude negra, que é alvo e são as que mais morrem no Brasil. Segundo o Atlas da Violência 2019, realizado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), 75,5% das vítimas de homicídio no Brasil em 2017 eram negras. Em dez anos, a taxa de homicídios de negros cresceu 33,1%, enquanto a taxa entre os não negros cresceu apenas 3,3%. Mariana é a primeira personagem da websérie e o intuito da sua participação é que ela pertence à um grupo alvo: jovem negra e de periferia. Mariana Rasec possui 16 anos e mora no bairro Cidade da Esperança, na Zona Oeste de Natal. A jovem estuda em uma escola pública e está no primeiro ano do ensino médio. Durante as quintas-feiras, acontece a Batalha de MC’s do seu bairro e a estudante participa contribuindo

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com rimas conscientes e inclusivas. É extremamente relevante mostrar a resistência que a jovem Mariana e toda a periferia vêm realizando há algum tempo.

A segunda personagem é Elderlanne Tibiano Bernardo, que possui 24 anos, estuda Comunicação Social com habilitação em Audiovisual pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), mora no bairro de Pajuçara, localizada na Zona Norte de Natal, onde também está localizado o seu projeto de vida, que é o Dreadlooks. Há cerca de cinco anos, com o objetivo de difundir os penteados afro e reafirmar a identidade negra, Elderlanne promove a autoestima da pessoa negra. Essa personagem foi escolhida justamente porque ela é uma mulher negra que resgata a autoestima de pessoas negras e enaltece a cultura black.

A terceira personagem é a estudante Alice Andrade, de 25 anos, jornalista, mestra e doutoranda em Estudos da Mídia pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN). Atualmente, a estudante e pesquisadora é integrante do grupo de pesquisa Pragma e do grupo de estudos Descom (Descolonizando a Comunicação). Na infância, sonhava em ser escritora, mas descobriu no jornalismo que a escrita da vida real também pode trazer uma potência criativa que à co-move (comover + mover em comunhão). Juntamente com sua orientadora, a professora Socorro Veloso, a pesquisadora Alice está desenvolvendo uma investigação sobre a mídia negra no Brasil. Além disso, está iniciando um projeto coletivo, na companhia da pesquisadora Andrielle Mendes, sobre a literatura e as práticas midiáticas no ensino da cultura afro indígena. Tenho estudado questões étnico-raciais que tem o objetivo de buscar a sua ancestralidade, que dialoga os modos de fazer ciência nos quais Alice acredita. Alice foi escolhida na websérie para tratar sobre racismo institucional no âmbito acadêmico. O racismo institucional está presente na vida das pessoas negras que ocupam espaços em instituições, sejam elas públicas ou privadas. Falar sobre esse assunto é reafirmar que o racismo da sociedade reflete diretamente dentro dos espaços institucionais e neste caso, em espaços acadêmicos.

A última personagem participante da websérie é Jéssica Mayara, possui 28 anos, estudou até o primeiro ano do ensino médio e é conhecida como Pretta Soul. Pretta é uma rapper potiguar e deu seus primeiros passos como rapper no grupo “Dandaras” (2005), depois disso passou por diversos grupos, como: Conexão Mil Graus, Time de Patrão e as Caboclas. Desde então segue consolidando seu nome na cena potiguar, onde tem se notado o crescimento das apresentações dela em diferentes eventos da cena local e de outros estados, como Festival HipHop,

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EcoPraça em 2 edições, Piscadela, Projeto Nossos Valores, dentre outros. Em 2013/2014, quando ainda integrava no grupo Cabocla's, ela foi indicada ao Prêmio Hangar de Música por 2 anos consecutivos. Em 2017 concorreu novamente, desta vez com o projeto solo "Pretta", na categoria linguagens urbanas. Em 2019 foi indicada novamente na mesma categoria e foi premiada. No dia 20 de novembro de 2018, ela foi homenageada na câmara dos vereadores pelo vereador Sandro Pimentel, com a comenda Zumbi dos Palmares por toda a sua trajetória artística em defesa das mulheres negras. A artista faz um show de valorização da cultura hip-hop no nordeste, mostrando a garra, a força e a potencialidade das mulheres no rap. Todo esse movimento pode ser percebido desde o modo como a rapper assume uma aparência que valoriza as mulheres e a cultura alternativa, demonstrando que a mulher é livre em todas as suas escolhas, como também na atitude de engajamento político. E é com essa ideologia que ela traz voz ao empoderamento feminino.

Intitulamos a websérie como “Resiste, mulher”, tendo em vista que a palavra resistência está presente nos discursos e vidas das personagens e mulheres negras no geral. Como o formato é para a internet, foi escolhido o tempo médio de quatro minutos para cada episódio. Os locais das gravações foram escolhidos pelas personagens, na busca de oferecer uma locação que proporcionasse naturalidade a elas, dessa forma facilitando as gravações dos depoimentos.

A equipe de produção contou como cinegrafista Rebeca Souza e a editora Isabelle Ferret, que contribuíram para que o trabalho apresentasse qualidade e rigor narrativo.

As gravações foram realizadas com duas câmeras, sendo a câmera principal uma Nikon 5600 e uma Canon T6 para ser a câmera de apoio. Além das câmeras, para captação do som, foi utilizado uma lapela e o auxílio de um smartphone para salvar o arquivo. A produção contou com a participação da cinegrafista Rebeca Souza, que junto comigo, gravou as entrevistas. Como proposto, foram entrevistadas quatro mulheres negras. Na tarde do dia 28 de outubro, foi realizada a primeira entrevista com a jovem Mariana. A gravação aconteceu no bairro Cidade da Esperança, zona oeste de Natal. A jovem comenta como é ser jovem negra na sociedade atual. Em seguida, a equipe se desloca até o espaço Aruandê, na cidade alta, zona leste de capital, para entrevistar a rapper Pretta Soul. Nesta gravação enfatizamos sobre a ocupação de espaço das mulheres negras no hip-hop, ambiente predominantemente masculino. No dia 29 de outubro, entrevistamos Alice Andrade,

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estudante do doutorado no Departamento de Comunicação Social, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Alice reflete sobre o racismo institucional, e sua pesquisa que aborda a temática da negritude. No dia 30 de outubro, na praça do Centro de Ciências Sociais Aplicadas, na UFRN, a personagem Elderlanne Tibiano trata sobre a sua trajetória como cabeleireira afro e enaltece a autoestima da pessoa negra, assim como, o seu papel enquanto pessoa atuante na comunicação.

Essa etapa foi extremamente enriquecedora para mim enquanto pesquisadora, pois consegui visualizar na prática, e nos depoimentos daquelas mulheres, como é importante o feminismo negro no Brasil. Cada uma delas se sobressai como protagonistas de suas histórias, inspirando outras mulheres a persistir e continuar resistindo.

O método escolhido para o trabalho foi Histórias de Vidas, que se caracteriza como um mecanismo em apresentar a realidade de um indivíduo com aprofundamento e empatia. De acordo com Gaulejac (2005), o objetivo do método história de vida é ter acesso a uma realidade que ultrapassa o narrador. Isso significa dizer que, através do método história de vida, essa narrativa é contada da maneira que é a realidade do sujeito. A escolha desse método foi justamente para que a narrativa fosse construída de forma humanizada e valorizando de que forma as personagens contam à sua história de vida.

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4 RELATO DA PRODUÇÃO

Quando iniciei o planejamento da websérie, eu nem imaginava que iria conhecer tantas histórias e compreender, mais uma vez, a importância do feminismo negro em uma sociedade racista e machista. Durante a pré-produção, nas escolhas das personagens, das perguntas e na curiosidade de como se daria o primeiro trabalho em que assumi a direção e produção, percebi que naqueles momentos, eu já estava aprendendo. O trabalho nos faz perceber a importância da reflexão e planejamento, como também, quando estivemos editando a websérie juntamente com Isabelle Ferret. Uma semana antes das gravações, encontrei a redação do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2015, o que permitiu minha aprovação e ingresso na UFRN. O tema daquele ano era relacionado a persistência da violência contra a mulher no Brasil. Ao resgatar essa memória, me deparei com outras lembranças: a primeira é que durante toda a minha trajetória acadêmica falei sobre mulheres e negritude. O meu TCC fala exatamente sobre o que mais tenho discutido durante os últimos quatros anos do curso de graduação: população negra e mulheres. Encontrei resistência e liberdade na fala de Mariana, de Elderlanne, de Alice e de Pretta. Mulheres que representam as mulheres brasileiras, que buscam e ocupam espaços, que resistem e inspiram outras mulheres continuarem na luta. Durante este trabalho reconheci o feminismo e o encontrei em cada mulher com quem convivi durante esse processo

Realizamos as decupagens das imagens, selecionando os trechos das entrevistas que seriam utilizados na versão final. A edição foi realizada entre os dias 07 a 12 de novembro através do programa Final Cut Pro. Em relação à estética do produto final, utilizamos a música “Libertação” da cantora negra Elza Soares (part. de BayanaSystem e Virgínia Rodrigues) e imagens ilustrativas de mulheres negras que representam o feminismo negro. A escolha da música da Elza Soares se deu em virtude da cantora ser um símbolo de feminismo negro no Brasil, além da música ser extremamente significativa no trabalho. “Eu não vou sucumbir/ avisa na hora que

tremer o chão/ amiga é agora/ segura a minha mão”, é o trecho utilizado na vinheta,

unindo imagens de mulheres como Dandara dos Palmares2, Djamila Ribeiro3, Elza

2 A história do Brasil Colonial, traz mulheres que resistiram, como Dandara, uma escrava guerreira, esposa de Zumbi dos Palmares.

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Soares4 e Carolina de Jesus5 representam sobre a força e história do feminismo negro.

Durante a fala das personagens, utilizamos um recurso visual dando destaque em forma colorida ao depoimento, com o objetivo de enaltecer e dar ênfase ao discurso da entrevistada. A escolha das músicas foi relacionada à resistência da mulher negra e sua luta. Então, foi utilizada uma música no meio da fala da personagem, entre as imagens uma música no final, nos créditos.

4 Elza Soares é uma compositora e cantora brasileira que traz uma trajetória de resistência e reinvenção.

5 Considerada uma das primeiras e mais destacadas escritoras negras do Brasil, Carolina de Jesus era uma mulher que morava em favelas e registrava o seu cotidiano em cadernos que encontrava catando papel, um desses diários deu origem ao seu primeiro livro, o Quarto de Despejo – Diário de uma Favelada publicado em 1960.

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5 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir dessa experiência foi possível notar que os diálogos com a temática do feminismo negro estão alcançando lugares que antes não eram atingidos. Ao fazer uma análise da fala das entrevistadas, percebemos a necessidade da sociedade permanecer discutindo sobre igualdade. São vozes que ecoam na luta e resistência. Discutir e dar lugar de fala para as pessoas negras na mídia e no meio acadêmico é lutar pelo direito de igualdade destas mulheres. Encontrar nas histórias de vida dessas mulheres uma narrativa de luta e resistência me lembra que ainda temos muito a conquistar.

Historicamente mulheres negras são as que mais sofrem opressões e ultimamente encontrar discussões e problematização na sociedade e universidades sobre essas temáticas reforçam e dão voz para essas mulheres. Esse trabalho me prova que é possível mostrar a luta dessas mulheres através de outra narrativa, que não seja a dor. Contar a história de vida dessas mulheres e suas resistências diárias provam que é possível contar uma história de forma humanizada e respeitando a ótica das personagens sobre elas mesmas.

Ninguém sai igual em uma jornada, e, sem dúvidas, eu não sou a mesma. Repassei pelas outras pessoas o que descobri na UFRN: a descoberta da minha ancestralidade e história. E isso colaborou para ampliar minha força em retornar à periferia e dizer a cada mulher negra que ela é símbolo de resistência e que podemos caminhar juntas. Enquanto mulher negra, finalizar uma etapa tão importante ressaltando o feminismo negro e compartilhando histórias tão bonitas é extremamente gratificante.

Existe uma filosofia africana que trata a relação do indivíduo com sua comunidade. A expressão Ubuntu significa “eu sou porque nós somos”, e essa forma de pensar se relaciona com o feminismo negro. Afinal, só conseguimos ser livres quando nenhuma das mulheres negras for vítimas. É importante ressaltar que a execução de trabalhos e discussões desta natureza fortalecem a luta dessas minorias que estão conquistando gradualmente espaços e voz na sociedade. Somos mulheres que se curam, se unem, se fortalecem, que vencem.

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REFERÊNCIAS

CANCIAN, Renato. Feminismo: movimento surgiu na Revolução Francesa. UOL Educação-Sociologia, 2016. Disponível em:

https://educacao.uol.com.br/disciplinas/sociologia/feminismo-movimento-surgiu-na-revolucao-francesa.htm. Acesso em: 23 ago. 2019.

CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. Selo Negro Edições, 2011.

CARNEIRO, Sueli. Enegrecer o feminismo: a situação da mulher negra na América Latina a partir de uma perspectiva de gênero. Artigo apresentado no Seminário Internacional sobre Racismo, Xenofobia e Gênero, organizado por Lolapress em Durban, África do Sul, em 27-28 de agosto de 2001.

DAVIS, Angela Yvone. Mulheres, Raça e Classe. S. Paulo : Boitempo, 2016 [1981]. EZAQUIEL, Michelle. Feminismo negro: muito além da questão de gênero. Projeto colabora, 2019. Disponível em: https://projetocolabora.com.br/ods5/feminismo-negro-muito-alem-da-questao-de-genero/. Acesso em: 18 ago. 2019.

FEMINISMO negro: sobre minorias dentro da minoria. Geledés: Instituto da Mulher Negra, 2016. Disponível em: https://www.geledes.org.br/feminismo-negro-sobre-minorias-dentro-da-minoria/. Acesso em: 21 ago. 2019.

INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA (IPEA). Atlas da violência

2019. Brasília: Rio de Janeiro: São Paulo: Instituto de Pesquisa Econômica

Aplicada; Fórum Brasileiro de Segurança Pública, 2019. Disponível em:

http://www.ipea.gov.br/portal/index.php?option=com_content&view=article&id=34784 &Itemid=432. Acesso em: 04 nov. 2019.

GAULEJAC, V. de. La societé malade de la gestion: idéologie gestionnaire,

pouvoir managérial e harcèlement social. Paris: Seuil, 2005.

RIBEIRO, Djamila. O que é lugar de fala? [S.l.]: Letramento, 2017.

RIBEIRO, Djamila. Quem tem medo do feminismo negro? [S.l.]: Companhia das Letras, 2018.

SOUZA, José Jullian Gomes de; CAJAZEIRA, Paulo Eduardo. Mas afinal, o que é

uma websérie documental? IN: XXXVIII Congresso Brasileiro de Ciências da

Comunicação, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em:

http://portalintercom.org.br/anais/nacional2015/resumos/R10-1215-1.pdf. Acesso em: 04 nov. 2019.

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ANEXO A - ROTEIRO TÉCNICO - ENTREVISTA COM MARIANA RASEC

CENA ÁUDIO VÍDEO ENQUADRO MINUTAGEM

1 “às vezes você olha para alguém racista e

diz…”

a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça

Plano médio 00’01 até 00’10’’. 2 Música “libertação”,

da Elza Soares

VINHETA VINHETA 00’11’’ até

00’35’’. 3 “quando você é

pequena” foco no rosto da entrevistada

Plano detalhe 00’35’’ até 00’43’’. 4 “no começo da minha

adolescência” centralizada e sentada em a entrevistada está uma praça

,Plano médio 00’46’’até 00’48’.’ 5 “é porque você é

negra” Efeito de pausa + filtro vermelho + “close” na entrevistada

Frontal 00’48’’ até 00’50’’. 6 “então você tem que

entender que você tem essa cor”

a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça -sobe GC

Plano médio 00’50’’ até 01’01’’. 7 “eu estudava em escola particular” a entrevistada está centralizada e sentada em uma praça

Plano médio 01’01’’ até 01’14’’.

8 “todas as minhas amigas passarem e

alguém chamar dizendo ‘ei, guarda

tua bolsa’,”.

Efeito de pausa + filtro vermelho + “close” na

entrevistada

Frontal 01’15’’ até 01’18’’.

9 “um dia eu fui no salão com a minha

mãe”

a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça

Plano médio 01’19’’ até 01’36’’. 10 continuação da fala

da cena 9

Cabelo Plano fechado 01’37’’ até

01’47’’. 11 “aí eu cheguei em

casa” centralizada e sentada em a entrevistada está uma praça

Plano médio

01’48’’ até 01’50’.’

12 “eu quero botar a trança, eu não quero

mais alisar meu

Efeito de pausa + filtro vermelho + “close” na

entrevistada

Frontal 01’50’’ até 01’53’’.

(22)

cabelo” 13 “eu não tinha

coragem de tirar as tranças”

a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça

Plano médio 01’53’’ até 02’23’’. 14 “eu chorei muito” Efeito de pausa + filtro

vermelho + “close” na entrevistada

Frontal 02’23’’ até 02’25’’. 15 “eu olhei no espelho

e me senti eu”

a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça

Plano médio 02’26’’ até 02’37’’.

16 música ‘respeitem meus cabelos, brancos”, na voz de

Xênia França

Cabelo Cabelo fechado 02’28’’ até 02’45’’.

17 “saber da minha cor” a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça

Plano médio 02’46’’ até 03’11’’.

18 música ‘respeitem meus cabelos, brancos”, na voz de

Xênia França

Cabelo Cabelo fechado 03’12’’ até 03’17’’.

19 “e aí que eu tava” a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça

Plano médio 03’18’’ até 03’24’’. 20 “o feminismo branco

é totalmente diferente”

Efeito de pausa + filtro vermelho + “close” na

entrevistada

Frontal 03’25’’ até 03’31’.’ 21 “são mulheres, sim” a entrevistada está

centralizada e sentada em uma praça

Plano médio 03’32’’ até 03’48’.’ 22 “e a solidão da

mulher negra é real” olhar da entrevistada plano fechado 03’49’’até 03’54’’. 23 “não só por ser

mulher, mas por ser negra…”

a entrevistada está centralizada e sentada em

uma praça

Plano médio 03’55’’ até 04’40’’. 24 Música “Jah Eu”, da

SouRebel

CRÉDITOS CRÉDITOS 04’41’’ até

(23)

22

ANEXO B - ROTEIRO TÉCNICO - ENTREVISTA COM ELDERLANNE TIBIANO

CENA ÁUDIO VÍDEO ENQUADRO MINUTAGEM

1 “eu fico pensando, quando eu era criança, eu dizia que

era loira”

Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano médio - Frontal

00’01’’ até 00’24’’.

2 Música “libertação”, da Elza Soares

VINHETA VINHETA 00’25’’ até

00’50’’. 3 “os penteados afro

são para reafirmar” Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça. - sobe GC

Plano médio - Frontal

00’51’’ até 01’01’’.

4 “colocam em nossa cabeça

Cabelo da entrevistada Plano detalhe 01’02’’ até 01’07’’. 5 “nosso cabelo tem a

fibra mais forte de todas”

Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano médio - Frontal 01’08’’ até 01’10’’.

6 “é igual a nossa história”

Efeito de pausa + filtro amarelo + “close” na

entrevistada

Frontal 01’11’’ até 01’18’’. 7 “eu me reconheço

nas mulheres que eu ajudo a construir

todos os dias, principalmente nas

mais velhas”

Entrevistada sorrindo Close

01’19’’ até 01’26’’.

8 “porque é muito

bonito” Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano médio - Frontal

01’27’’ até 01’39’’.

9 “é um processo de construção”

Cabelo da entrevistada Close 01’40’’ até 01’45’’ 10 “na época eu estava

com dread”

Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano médio - Frontal

01’46’’ até 02’22’’.

11 “a partir disso..” Efeito de pausa + filtro amarelo + “close” na

entrevistada

Frontal 02’03’’ até 02’09’’.

(24)

momento que eu entrei na transição

mesmo”

primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano médio - Frontal 02’23’’’.

13 “a pessoa olha assim e diz ‘caramba, eu

sou preta’”

Efeito de pausa + filtro amarelo + “close” na entrevistada Frontal 02’24’’ até 02’25’’. 14 Música “Identidade”, na voz de Elza Soares Close na tatuagem da entrevistada que possui as

palavras “Saravá, Axé, Amém!”

Plano fechado

02’26’’ até 02’35’’.

15 “E não é vergonhoso falar que eu sou

preta” +

Música “Identidade”, na voz de Elza

Soares

Close na cor da pele da

entrevistada Plano fechado

02’36’’ até 02’40’’.

16 “que não querem que a pessoa chame de preto” + Música “Identidade”, na voz de Elza Soares Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano médio - Frontal

02’41’’ até 02’50’’.

17 “tem que se achar

mesmo” Efeito de pausa + filtro amarelo + “close” na entrevistada

Frontal 02’51’’ até 02’53’’. 18 “ser feminista é poder

ser quem a gente quiser, poder falar o

que a gente quiser”

Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano 3/4 em que a câmera forma um ângulo

de aproximadamente 45 graus com o nariz da

pessoa filmada.

02’54’’até 03’00’’.

19 “se impor em muitas

situações” Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Plano médio - Frontal 03’01’’ até 03’06’’.

20 “e ser negra é ser isso duas vezes”

Entrevistada sentada em primeiro plano e em segundo (desfocado) uma

praça.

Close 03’07’’ até 03’10’’.

21 Música “AmarElo”, de Emicida part. Majur e

Pabllo Vittar

CRÉDITOS CRÉDITOS 03’11 até

(25)

24

ANEXO C - ROTEIRO TÉCNICO - ENTREVISTA COM ALICE ANDRADE

CENA ÁUDIO VÍDEO ENQUADRO MINUTAGEM

1 “a universidade era um ambiente pra mim, que era algo

que eu queria”

entrevistada dando depoimento e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços

00’01’’ 00’12’’.

2 Música “libertação”, da Elza Soares

VINHETA VINHETA 00’13’’ até

00’37’’. 3 “com os anos eu fui

descobrindo o que era o racismo”

entrevistada lendo um livro Plongée - câmera acima do nível dos olhos, voltada

para baixo. Câmera alta.

00’38’’ até 00’46’’. 4 “e já ouvi de várias

pessoas da família” depoimento e atrás na entrevistada dando parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”. - sobe o GC

Plano médio e com regra dos terços

00’47’’ até 01’01’’.

5 “eu era a moreninha…”

Efeito de pausa + filtro roxo + “close” na entrevistada

Frontal 01’02’’ até 01’28’’. 6 “hoje eu estou

fazendo doutorado..”

entrevistada lendo o livro “Heroínas negras brasileiras” e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Contra Plongée - câmera está abaixo do nível dos olhos, voltada para cima.

Câmera baixa.

01’29’’ até 01’34’.’

7 “eu descobri essa questão da negritude enquanto ato político”

entrevistada dando depoimento e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços 01’35 até 01’50’’. 8 “porque eu estou redescobrindo minha ancestralidade, minhas raízes”

Efeito de pausa + filtro roxo + “close” na entrevistada

Frontal 01’51’’ até 01’53’’.

(26)

9 “e foi apenas no ano passado, em 2018..”

entrevistada dando depoimento e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços

01’54’’ até 01’59’’.

10 “eu vir ter contato com leituras…”

Foco nos livros Plano fechado 02’00’’ até 02’19’’. 11 “e ter orgulho de mim

mesma”

entrevistada dando depoimento e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços

02’20’’ até 02’22’’.

12 música “Ismália” do cantor Emicida part.

Larissa Luz e Fernanda Montenegro

entrevistada lendo um livro Plongée - câmera acima do nível dos olhos, voltada

para baixo. Câmera alta.

02’23’’ até 02’32’’.

13 “por que hoje a gente não tem como falar de Brasil, de modo geral, sem falar de

racismo”.

Efeito de pausa + filtro roxo + “close” na entrevistada

Frontal 02’33’’ até 02’37’’.

14 “a nossa sociedade foi construída”

entrevistada dando depoimento e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços 02’38’’ até 02’46’’. 15 “porque a universidade é um recorte da sociedade” rosto da entrevistada + direcionamento da câmera

para o livro em que tá escrito “Carolina Mª de

Jesus”

Plano fechado 02’47’’ até 02’50’’.

16 “o racismo que está lá fora, infelizmente também está aqui

dentro”

entrevistada dando depoimento e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços

02’51’’ até 02’57’’.

17 “sofrer racismo institucional”

Efeito de pausa + filtro roxo + “close” na entrevistada

Frontal 02’58’’ até 03’02’’.

18 “então o racismo entrevistada lendo Plano frontal em que aparece parte do livro +

03’03’’ até 03’07’’.

(27)

26

rosto da entrevistada 19 “fala em um aula e

não recebe atenção” depoimento e atrás na entrevistada dando parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços

03’08’’ até 03’39’’.

20 “e é muito difícil a gente perceber porque está nas pequenas coisas”

Efeito de pausa + filtro roxo + “close” na entrevistada

Frontal 03’40’’ até 03’42’’.

21 “e aí dentro do

feminismo negro” depoimento e atrás na entrevistada dando parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços

03’43’’ até 03’59’’.

22 “aqui na universidade a gente tem que se

esforçar o dobro”

entrevistada lendo Plongée - câmera acima do nível dos olhos, voltada

para baixo. Câmera alta.

04’00’’ até 04’05’’. 23 “então essas pessoas

negras estão produzindo resistência..”

entrevistada dando depoimento e atrás na parede um quadro com a

frase “Marielle presente, hoje e sempre!” e outro

escrito “mulheres sem medo”.

Plano médio e com regra dos terços

04’06’’ até 04’16’’

24 Música “Não precisa ser Amélia”, de Bia

Ferreira

CRÉDITOS CRÉDITOS 04’17’’ até

(28)

ANEXO D - ROTEIRO TÉCNICO - ENTREVISTA COM PRETTA SOUL

CENA ÁUDIO VÍDEO ENQUADRO MINUTAGEM

1 Música “Poder preto”, de Pretta Soul

Entrevistada cantando Primeiríssimo plano 00’01’’ até 00’09’’ 2 Música “libertação”,

da Elza Soares

VINHETA VINHETA 00’10’’ até

00’35’’ 3 “Eu comecei no hip

hop tinha 11 anos de idade” Entrevistada cantando de frente a câmera Frontal 00’35’’ até 00’44’’ 4 “eu engravidei e eu

não tinha como continuar dançando”

Entrevistada em primeiro plano e atrás um grafite

com uma mulher preta. - sobe o GC

Plano médio com regra dos terços

00’45’’ até 00’56’’

5 “e vivo disso, da

música..” Efeito de pausa + filtro laranja + “close” na entrevistada

Frontal com regra dos terços

00’57’’ até 00’59’’ 6 “e hoje eu sou a

Pretta Soul”

Entrevistada em primeiro plano e atrás um grafite

com uma mulher preta.

Plano médio com regra dos terços

01’00’’ até 01’10’’ 7 Música “Sou o que

sou” de Pretta Soul

Entrevistada se olhando no espelho e se maquiando

Close 01’11 até

01’17’’ 8 “até porque o rap em

si já tem essa necessidade”

Entrevistada em primeiro plano e atrás um grafite

com uma mulher preta.

Plano médio com regra dos terços

01’18’’ até 01’33’’ 9 Música “Poder preto”,

de Pretta Soul

Entrevistada cantando Frontal 01’34’’até 01’39’’ 10 “primeiro é ser preto

o desafio” Entrevistada em primeiro plano e atrás um grafite com uma mulher preta.

Plano médio com regra dos terços

01’40’’ até 02’00’’ 11 “mas mais as pretas” Efeito de pausa + filtro

laranja + “close” na entrevistada

Frontal com regra dos terços

02’00’’ até 02’02’’ 12 “a importância do

feminismo negro nas nossas vidas”

Entrevistada em primeiro plano e atrás um grafite

com uma mulher preta.

Plano médio com regra dos terços

02’03’’até 02’14’’ 13 Música “Poder preto”,

de Pretta Soul

Entrevistada cantando + Efeito de pausa + filtro

laranja + “close” na entrevistada

Primeiríssimo plano 02’15’’ até 02’20’’

14 Música “Poder preto”, de Pretta Soul

Imagens de grafite escrito “resistência, liberdade,

respeito e igualdade”

Plano fechado 02’22’’ até 02’29’’

(29)

28

15 “eu, pelo menos por mim”

Entrevistada em primeiro plano e atrás um grafite

com uma mulher preta.

Plano médio com regra dos terços

02’34’’ até 02’47’ 16 “levantar a cabeça e

não baixar jamais”

Rosto da entrevistada Plano 3/4 em que a câmera forma um ângulo

de aproximadamente 45 graus com o nariz da

pessoa filmada.

02’48’’ até 02’50’’

17 “estou por todas, por todos e tamo junto”

Entrevistada em primeiro plano e atrás um grafite

com uma mulher preta.

Plano médio com regra dos terços

02’51’’ até 03’01’’ 18 Música “Mulheres”,

de Doralyce

CRÉDITOS CRÉDITOS 03’02’’ até

Referências

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