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Efeitos da ingestão de Erva Mate (Ilex Paraguariensis) na saúde e no rendimento desportivo

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Academic year: 2021

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Efeitos da Ingestão de Erva Mate

(Ilex Paraguariensis) na saúde e no

rendimento desportivo

Effects of ingesting Yerba Mate (Ilex

Paraguariensis) on health and sports

performance

Henrique José Vieira Dias

ORIENTADO POR: Prof.º Doutor Pedro Miguel Fernandes Ramos Carvalho COORIENTADO POR: Dr.ª Joana Raquel Martins Resende

REVISÃO TEMÁTICA

1.º CICLO EM CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO | UNIDADE CURRICULAR ESTÁGIO

FACULDADE DE CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO E ALIMENTAÇÃO DA UNIVERSIDADE DO PORTO

TC

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A Erva Mate (EM) é uma planta nativa da América do Sul que, habitualmente, é utilizada na preparação de infusões (Chá de Mate, Chimarrão ou

Tereré). As folhas da EM são conhecidas pela sua composição em polifenóis,

metilxantinas e saponinas. A sua ingestão pode chegar a valores superiores a 1 litro por dia. Hoje em dia, o consumo de EM é uma prática recorrente em atletas, daí a importância desta revisão temática para perceber os efeitos da ingestão de EM na saúde e no rendimento desportivo. Os compostos fitoquímicos, presentes nas folhas de EM, são responsáveis por conferir à planta uma elevada capacidade antioxidante. Para além disso, a sua ingestão parece exercer um efeito na melhoria do perfil lipídico, bem como, um efeito benéfico na obesidade. No entanto, são necessários mais estudos nestas áreas para comprovar o seu potencial benefício. A sua ingestão tem sido associada ao aumento de alguns tipos de cancro, contudo, esse efeito está relacionado com a temperatura elevada da infusão.

No contexto desportivo, a ingestão a curto prazo de EM parece exercer um efeito positivo, tanto no rendimento, como na melhoraria da recuperação após o exercício. Dito isto, a introdução da EM, no desporto, pode ser interessante tendo em conta às suas propriedades e à quantidade de cafeína presente.

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Abstract

Yerba Mate (YM) is a native plant from South America that is usually used for the preparation of infusions (Mate Tea, Chimarrão or Tereré). YM leaves are known for their composition in polyphenols, methylxanthines and saponins. The ingestion of these infusions can reach values above 1 liter per day. Nowadays, the consumption of YM is a recurrent practice in athletes, hence the importance of this thematic review to understand the effects of YM intake on health and sports performance. Phytochemicals present in the leaves of YM are responsible for the high antioxidant capacity of the plant. In addition, the intake of YM seems to improve the lipid profile, as well as a beneficial effect on obesity. However, further studies are needed in these areas to prove its potential benefit. Its ingestion has been associated with an increase in some types of cancer, however, this effect is related to the high temperature of the infusion.

In the sports, short-term intake of YM seems to have a positive effect, both on performance and on improving recovery after exercise. That said, the introduction of YM in sport can be interesting considering its properties and the present amount of caffeine.

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ACG – Ácidos clorogénicos BaP - Benzo(a)pireno CAT – Catalase CT- Contrarrelógio DCV – Doenças Cardiovasculares EM – Erva Mate

ERO – Espécies Reativas de Oxigénio ERA – Espécies Reativas de Azoto

FRAP – Ferric Reducing Antioxidant Power GPx – Peroxidase da Glutationa

GSH – Glutationa Reduzida

HDL – Lipoproteínas de Alta Densidade

IARC – International Agency for Research on Cancer LDL – Lipoproteínas de Baixa Densidade

MP – Média Ponderada

Nrf2 - Fator Nuclear Eritróide – Fator Relacionado 2 PAHs – Polycyclic Aromatic Hydrocarbons

PON-1 - Paraoxanase-1

SOD – Dismutase do Superóxido TAS – Total Antioxidant Status

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Sumário

Resumo ... i

Abstract ... ii

Lista de abreviaturas, siglas e acrónimos ... iii

Introdução ... 1

Metodologia ... 2

Caracterização da Erva Mate ... 3

Ingestão de Erva Mate e Capacidade Antioxidante ... 4

Ingestão de Erva Mate e Metabolismo Lipídico ... 6

Ingestão de Erva Mate e Obesidade ... 7

Ingestão de Erva Mate e Cancro ... 9

Ingestão de Erva Mate e Rendimento Desportivo ... 11

Análise Crítica e Conclusões ... 14

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Introdução

A Erva Mate (EM), como é vulgarmente conhecida, é constituída pelas folhas e pecíolos da árvore Ilex Paraguariensis(1, 2). É uma planta nativa da América do Sul e as suas folhas foram, originalmente, utilizadas para a preparação de infusões nas culturas indígenas das regiões da América do Sul para fins medicinais(1). O

consumo desta bebida é frequente em diversos países da América do Sul, nomeadamente no Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Em média, o consumo da infusão de EM pode atingir valores de 1 a 2 litros por dia nestes países(1).

A sua produção, cultivo e colheita podem variar consoante a região onde são cultivados, contribuindo para a grande variabilidade nas concentrações dos compostos presentes nas folhas. As folhas da EM passam por várias etapas antes de serem embaladas, entre as quais a colheita, branqueamento, a secagem, o envelhecimento e a moagem(2, 3). No geral, as folhas e os pecíolos são colhidos e, posteriormente, passam por um branqueamento (500ºC por 10 segundos até 3 minutos) com o objetivo de inativar a enzima responsável pela fermentação das folhas. Após o branqueamento ocorre a secagem, onde as folhas são colocadas em câmaras de secagem usando o fumo e calor (filtrados ou não filtrados) a 100°C, passando de 10 a 12% de humidade para 4,5%. Por fim, seguem para a zona de envelhecimento onde permanecem lá durante cerca de 12 meses(2).

O método de preparação da infusão varia de acordo com as regiões onde é consumida. Pode ser consumida com uma simples adição de água quente (Chá de

Mate), por adições repetidas de água quente (Chimarrão), ou com a utilização de

adições sucessivas de água fria às folhas (Tereré)(1). No caso do Chimarrão e do

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a EM é introduzida, preenchendo cerca de dois terços do seu volume (50a 85g de EM). O volume é depois completado com água quente ou fria, formando uma infusão parcial (parte do mate permanece seca). O extrato aquoso resultante é ingerido através de um canudo de metal conhecido como “bomba” ou “bombilla”. A adição de água é repetida várias vezes(4). Atualmente, é possível encontrar EM

em diversos produtos, como por exemplo: sacos de chá, bebidas energéticas, cervejas e em forma de suplemento.

O consumo desta bebida tem sido, nos últimos tempos, uma prática recorrente entre os atletas. Os atletas provenientes dos países da América Latina eram aqueles que consumiam habitualmente esta bebida como parte integrante das suas culturas, mas cada vez mais assistimos a um aumento do seu consumo numa grande panóplia de atletas provenientes de diversos países.

Esta monografia tem como objetivo perceber quais são os benefícios e malefícios da ingestão de Erva Mate para a saúde e perceber se a sua ingestão exerce algum efeito no aumento do rendimento desportivo, visto que o seu consumo tem vindo a aumentar.

Metodologia

Para a realização desta revisão temática foram utilizadas as bases de dados Pubmed, Scielo e Web of Science, de acordo com termos de pesquisa “Yerba Mate”, “Ilex Paraguariensis”, “Erva Mate” e “Mate tea”. Durante a recolha inicial dos artigos e com base na leitura dos mesmos foram selecionados aqueles considerados mais relevantes para o tema, dando especial ênfase às publicações mais recentes. Foram também utilizadas algumas das referências bibliográficas mais pertinentes dos artigos previamente selecionados. Os artigos que incluíam uma mistura de compostos para além da EM foram excluídos.

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Caracterização da Erva Mate

A EM contém uma diversidade de compostos, incluindo minerais e vitaminas. É caracterizada pela sua riqueza em fitoquímicos, particularmente polifenóis (ácidos fenólicos, flavonoides), metilxantinas (incluindo a cafeína, teobromina, teofilina) e saponinas (2). Porém, o seu conteúdo em fitoquímicos

pode variar consoante as condições ambientais (solo, temperatura, intensidade da luz), a variabilidade genética(5), as condições de processamento (folhas secas ou torradas) e o método de infusão utilizado na preparação de bebidas (Chá de Mate,

Chimarrão e Tereré)(6).

A EM contém cerca 1,2% de proteína, 10,4% de hidratos de carbono e 0,8% de gordura total, sendo estes valores apresentados por folhas secas(7). Possui

também uma quantidade interessante de alguns minerais como por exemplo, o manganésio, o magnésio e cobre(8). As folhas da EM contêm cerca de 80mg/g polifenóis(9-11). Destes polifenóis, os ácidos hidroxicinâmicos representam até 95%

do conteúdo fenólico, sendo os restantes 5% flavonóis(9). Os compostos

polifenólicos predominantes são: o ácido 3-cafeoilquínico (26,8% a 28,8%), o ácido 5-cafeoilquínico (21,1% a 22,4%), o ácido 4-cafeoilquínico (12,6% a 14,2%) e ácido 3,5-dicafeoilquínico (9,5% a 11,3%) juntamente com a rutina (7,1% a 7,8%)(10).

Devido à sua riqueza em cafeoilquinínicos e à ausência de catequinas, a EM possui um perfil polifenólico mais similar com o do café (Coffea arabica) do que com o chá (Camellia sinensis)(7). O conteúdo da EM em metilxantinas ronda os 8,2 a 10,2

mg/g de folhas secas, sendo a cafeína o composto presente em maior quantidade (8mg/g)(10). Para além dos polifenóis e das metilxantinas, também existe na sua constituição as saponinas, com valores próximos de 5 a 10% das folhas(12).

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No entanto, é necessário salientar que apenas uma porção destes compostos é transferido para a infusão, sendo que, a concentração desses compostos nas folhas secas pode não representar o que na verdade é ingerido. Uma preparação tradicional de Chimarrão e Tereré pode conter cerca de 85g e 50g de EM, respetivamente. O consumo de 1l de Chimarrão e Tereré fornece cerca de 380mg e 1134,5mg de compostos fenólicos, e 41,5mg e 195mg de cafeína, respetivamente(4). Peres et al verificaram que a quantidade de cafeína no

Chimarrão variou entre 124 a 268µg/ml e no Tereré variou entre 114 a 246µg/ml.

A variação destes valores indica que deveria haver um melhor controlo de qualidade entre os produtos comerciais de EM(13).

O consumo das infusões de EM pode ser superior a 1 litro(4) fazendo com que

as quantidades ingeridas destes compostos sejam ainda mais elevadas, como por exemplo a cafeína que pode atingir valores ergogénicos (3-6 mg/kg de peso corporal)(14).

Ingestão de Erva Mate e Capacidade Antioxidante

Tal como descrito anteriormente, a EM é considerada uma boa fonte de compostos bioativos, tais como, os ácidos fenólicos, os flavonoides e as saponinas(2). Devido à presença destes compostos tem surgido um interesse cada

vez maior por parte da comunidade científica, para tentar perceber quais os seus benefícios na saúde. O maior interesse com o estudo da EM prende-se principalmente com a sua elevada capacidade antioxidante associada ao seu conteúdo em polifenóis(6, 9, 10). Os ácidos fenólicos, nomeadamente os ácidos clorogénicos (ACG), são os principais componentes bioativos presentes na EM e podem funcionar como doadores de hidrogénio/eletrões e como agentes quelantes de iões metálicos(15).

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O stress oxidativo é definido pelo desequilíbrio entre a presença de espécies reativas de oxigênio/azoto (ERO/ERA) e a capacidade antioxidante do organismo(16).A oxidação de alguns constituintes celulares e outros componentes

pode levar a que ocorram modificações estruturais e, consequentemente, causar perda da sua atividade biológica, o que leva ao aparecimento de diversas patologias tais como o cancro, doenças cardiovasculares (DCV) e diabetes(6).

Vários estudos demonstraram que a EM tem uma elevada capacidade antioxidante(9, 10, 17, 18). Através da medição dos marcadores oxidativos, Ferric

Reducing Antioxidant Power (FRAP) e Total Antioxidant Status (TAS), concluíram

que o consumo de EM aumenta a capacidade antioxidante do plasma sanguíneo quando ingerido durante um longo período de tempo(19-21). Contudo, existem

estudos que não verificaram esse aumento na capacidade antioxidante(22, 23).

Gugliucci et al foram os primeiros a verificar, em humanos, a capacidade da EM na proteção dos lípidos plasmáticos contra a oxidação (24). Após estes resultados, vários estudos foram verificar a relação entre a ingestão de EM e a oxidação lipídica do plasma(19, 21-23, 25, 26). A ingestão aguda de 500ml de EM diminuiu a suscetibilidade do plasma para a peroxidação lipídica (21, 24, 26). Quando

o tempo de ingestão aumenta para uma semana, os resultados mostraram ser inconsistentes. Um estudo verificou que o consumo de 500ml (10mg/ml) de EM durante uma semana, em mulheres saudáveis (n=15), diminuiu em 37% a concentração do marcador oxidativo TBARS(21). No entanto, Panza et al. (2016)

não verificaram esse efeito após o consumo de 600ml de EM (5mg/ml) em pessoas fisicamente ativas (n=12)(25). A ingestão crónica de EM, e a consequente supressão da peroxidação lipídica, foi avaliada apenas em indivíduos com patologias

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associadas(19, 23). Num estudo onde avaliaram a ingestão de 990ml (20mg/ml) de EM durante 60 dias, em indivíduos com Diabetes Mellitus tipo 2 (n=11) e Pré Diabéticos (n=11), observaram uma redução na concentração plasmática de hidroperóxidos lipídicos de 36% (em 20 dias) e 50% (em 60 dias), respetivamente(23). No entanto, o mesmo não se verificou numa amostra de

indivíduos dislipidémicos durante 90 dias(19).

A peroxidação das lipoproteínas de baixa densidade (LDL) é um processo lento que ocorre através do contato entre o LDL e as espécies reativas(27). Alguns estudos isolaram partículas de LDL em indivíduos que previamente tinham ingerido EM e verificaram uma diminuição da suscetibilidade do LDL à peroxidação lipídica(20, 26, 27).

Para além das fontes externas de antioxidantes, o ser humano está munido de sistemas antioxidantes endógenos, nomeadamente a peroxidase da glutationa (GPx), a dismutase do superóxido (SOD), a catalase (CAT), a forma reduzida de glutationa (GSH), entre outras(16). No entanto, as defesas antioxidantes endógenas

nem sempre são suficientes para neutralizar completamente as ERO/ERA. A ingestão de EM parece potenciar o aumento da atividade destas enzimas como também a sua expressão genética.(19-23, 25, 28).

Para além dos mecanismos previamente descritos, a ingestão de EM está associada a um aumento da atividade da Paraoxanase-1 (PON-1)(28-30), que por sua

vez, está relacionada com a apolipoproteína A das lipoproteínas de elevada densidade (HDL), influenciando a capacidade do HDL proteger o LDL da oxidação.

Ingestão de Erva Mate e Metabolismo Lipídico

As DCV são a principal causa de morbilidade e mortalidade em todo o mundo e são vários os fatores envolvidos na etiologia e progressão das DCV, tais como os

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níveis elevados de LDL e a redução do HDL (31). Estratégias que ajudem a reverter estes fatores são importantes para a diminuição das DCV.

Estudos observacionais, verificaram que a ingestão superior a 1L por dia da infusão de EM estava associado a um menor número de diagnósticos de dislipidemia, hipertensão, doenças cardiovasculares(32) e estava também associado a um melhor perfil lipídico comparando com pessoas que apresentavam consumos inferiores(33). Vários estudos experimentais foram realizados, tanto em indivíduos

saudáveis como em indivíduos com patologias associadas, e demonstraram que a ingestão de EM teve um efeito positivo na melhoria do perfil lipídico, maioritariamente com reduções do LDL ( entre 7,3% a 13,1%) e aumentos do HDL (entre 4,4% a 10,6%) (19, 34-37). Um possível mecanismo para a capacidade de

redução do colesterol LDL e do colesterol não-HDL é através da inibição da absorção de colesterol e/ou biossíntese endógena, que pode ser atribuída às saponinas, compostos fenólicos e/ou cafeína presentes na EM(35). No entanto, existem outros estudos que não demonstraram este efeito positivo no consumo de EM (20, 38, 39). Posto isto, são necessários mais estudos para verificar uma associação entre o consumo de EV e a melhoria do perfil lipídico.

Ingestão de Erva Mate e Obesidade

A obesidade é uma condição complexa que envolve tanto fatores sociais, biológicos e psicossociais. Um estilo de vida sedentário e um consumo calórico excessivo são dois dos fatores com maior peso no desenvolvimento da obesidade. Estratégias globais de combate à obesidade concentram-se nas alterações do comportamento alimentar, bem como, do estilo de vida das pessoas. Dito isto,

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cada vez mais a comunidade científica tem como objetivo a investigação de produtos naturais com propriedades que possam combater a obesidade(40).

Em 1999, Martinet et al verificaram que o consumo de EM na forma de suplemento (1,5g) diminuiu o Quociente Respiratório (QR)(41). Mais tarde, vários estudos demonstraram um aumento da oxidação da gordura no exercício físico realizado em intensidades ligeiras a moderadas (30% a 70% do VO2max), após o

consumo de EM (42-44).

Recentemente, uma metanálise demonstrou os efeitos positivos do consumo de EM pelo cálculo da média ponderada (MP) dos resultados obtidos em diversos estudos. Verificaram uma diminuição do peso corporal (MP= -0,521kg), do Índice de Massa Corporal (MP= -0,208 kg/m2) e da circunferência da cintura (MP=

-0,669 cm), contribuindo para o potencial benéfico contra a obesidade(45). Alguns estudos avaliaram o efeito da ingestão de EM na forma de suplemento e verificaram que a ingestão de 3g de Erva durante 6(37, 38) e 12 semanas(39) diminuiu a massa gorda corporal ( -0,5kg) e a percentagem de massa gorda corporal (-0,3% a -1,24%). Além da ingestão em forma de suplemento, outros estudos, onde foi utilizado a infusão de EM, também demonstraram um efeito na perda de peso a longo prazo, em indivíduos pré diabéticos(35) e dislipidémicos(36). Estes resultados, apesar de serem estatisticamente significantes, do ponto de vista clínico não parecem ser interessantes tendo em conta o peso perdido para o longo período da maioria dos estudos.

Os principais mecanismos pela qual a EM parece contribuir para diminuição do peso prendem-se com o facto da sua ingestão diminuir a adipogénese(46), aumentar a expressão dos genes associados à termogénese(47) e por suprimir o

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Ingestão de Erva Mate e Cancro

Inicialmente, alguns estudos epidemiológicos associaram a ingestão de EM com o aumento do risco de alguns cancros, nomeadamente, cancros do trato digestivo superior (cavidade oral, faringe e laringe), pulmão, estômago, cólon, reto, rim, bexiga, próstata e mama(3). No entanto, de acordo com a International

Agency for Research on Cancer (IARC), a associação entre a ingestão de EV e o

cancro do esófago está relacionada com a lesão térmica causada pela ingestão da infusão a temperaturas elevadas(49). Tendo isto em conta a IARC classificou as bebidas quentes (>65ºC), como as infusões de EM quentes que são muitas vezes preparadas com temperaturas de 70ºC a 80º(1), como prováveis de causar cancro

(Grupo 2A). No entanto, beber a infusão a temperaturas mais baixas foi colocada no Grupo 3 de acordo com o IARC(3).

Contudo, a associação entre a ingestão da EM e outros tipos de cancro poderá estar relacionada com o efeito confundidor causado pelo uso de tabaco e álcool(49) ou pela presença de alguns contaminantes carcinogénicos, tais como os

Polycyclic Aromatic Hydrocarbons (PAHs)(49). Vários estudos mediram as concentrações de PAHs e encontraram, em média, mais de 25 ng/g (podendo ir até de 600 ng/g) de benzo(a)pireno (BaP) e mais de 150 ng/g de PAH4 (podendo ir até os 2200 ng/g)(49). Estas diferenças de concentrações entre as várias amostras

de EM devem-se às diferenças no processamento industrial. Nas etapas de processamento, onde as folhas de EV são expostas à chama (branqueamento e secagem), podem ocorrer a formação de PAHs e, consequentemente, ocorrer um aumento da sua concentração na folhas de EM(50). No entanto, apesar da concentração destes compostos serem elevadas nas folhas secas de EM, não

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significa que serão totalmente transferidos para a infusão. Dito isto, alguns estudos verificaram a taxa de transferência destes compostos para a infusão(51, 52).

Um dos estudos analisou o conteúdo de PAHs utilizando como metodologia a preparação tradicional de EM quente (Chimarrão) e fria (Tereré)(51). Neste estudo utilizaram 50g de EM com adições de 30ml de água (70ºC) durante 20 segundos, e repetiram este processo 17 vezes. No Tereré a diferença estava na temperatura da água, que rondava os 4ºC. Verificaram que a quantidade de PAHs da infusão era inferior à que estava presente no extrato seco, apenas 10% de BaP foram transferidos para a infusão, e verificaram também que existiam diferenças nas transferências consoante as temperaturas das infusões, verificando-se que no

Tereré existia menos quantidade de PAHs(51).No entanto, Kamangar et al.(52)

demonstrou que pode ocorrer uma transferência de 50% de PAHs das folhas secas para a infusão, independentemente da temperatura da infusão(52). Estas diferenças entre estudos devem-se, principalmente, às diferenças nos tempos de infusão, na utilização de diferentes tipos de folhas de EM, entre outros fatores anteriormente referidos que podem afetar a concentração de PAHs na planta.

Para conseguirmos determinar qual a verdadeira exposição aos PAHs, após a ingestão de EM, é necessário contabilizar cinco fatores: a quantidade de PAHs encontrados nas folhas de EM, a transferência de PAHs do material seco para as infusões, a quantidade de EM usada nas preparações, o volume de EM consumido e por fim a sua absorção no corpo(49). Dito isto, dois estudos transversais

verificaram uma associação dose-resposta, entre o consumo de EM e o aparecimento de metabolitos de PAHs na urina, na mesma quantidade que aparece em fumadores(53, 54). No entanto, o IARC conclui que devido ao pequeno

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caso-controlo em hospitais, não é possível chegar a uma conclusão quanto à associação do consumo de EM com os diversos tipos de cancro(55). Porém, estudos

futuros devem-se focar nesta temática para perceber se a ingestão de EM tem um potencial carcinogénico, para além da temperatura da infusão.

Ingestão de Erva Mate e Rendimento Desportivo

Nos últimos anos, temos observado um aumento da popularidade de alguns extratos naturais na melhoria do desempenho desportivo, recuperação e manutenção da saúde(56). Tendo em conta que o consumo de EM por atletas tem aumentado, é importante perceber se o seu consumo poderá trazer benefícios adicionais para o rendimento desportivo.

O primeiro estudo com resultados interessantes tentou verificar o possível efeito termogénico da ingestão aguda de EM (cápsulas contendo 1,5g de EM) em estudantes (EM=6 e Placebo=6), que permaneceram em repouso durante 4 horas. Neste estudo, verificaram uma diminuição significativa no QR, indicando um possível aumento na proporção de gordura oxidada(41). Mais tarde, um outro

estudo, desta vez realizado em indivíduos saudáveis (n=14) inseridos num protocolo de exercício incremental numa bicicleta estática, demonstrou que a suplementação aguda com 1g de EM (1,5% de cafeína) pode induzir um aumento de 24% na oxidação da gordura, em exercícios com intensidades entre 40 a 70% do VO2peak(42). O mesmo autor realizou um estudo, desta vez em mulheres ativas

(n=12), utilizando 2g de suplemento de EM numa toma aguda. Foi implementado um protocolo de 30 minutos numa bicicleta estática numa intensidade correspondente ao ponto a partir do qual a energia proveniente da oxidação dos hidratos de carbono seria superior à da oxidação da gordura (crossover point),

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neste caso foi a 37% VO2peak. Este estudo, para além de ter verificado um aumento

de 23% na oxidação de gordura, demonstrou uma melhoria na saciedade e no estado de humor(44). Apesar destes resultados positivos, ainda nenhum estudo tinha sido realizado em atletas. Para além disso, estes estudos apresentam algumas limitações: não controlaram a dieta e o exercício físico, não mediram performance, estudaram apenas o efeito da ingestão aguda e não verificaram a composição em fitoquímicos dos suplementos utilizados.

Recentemente, Areta et al realizaram um estudo com desenho crossover com dupla ocultação com o objetivo de testar o efeito da ingestão EM em ciclistas treinados (VO2max= 71 ± 6 mL/kg/min). Suplementaram 5g de EM durante 5 dias

juntamente com a toma de uma dose uma hora antes dos testes, com o intuito de avaliar a utilização do substrato durante um exercício incremental, em intensidades submáximas, e o desempenho durante um teste de contrarrelógio (CT) de 30 minutos. A dose de YM foi calculada de maneira a que tivesse uma quantidade mínima de cafeína. Cada dose continha 456mg de polifenóis e 52mg de cafeína. Os autores verificaram que, no grupo EM, ocorreu um aumento na oxidação da gordura comparado com o grupo placebo, nas intensidades entre 30% a 50% VO2max e, além disso, também verificaram uma melhoria no CT (-40

segundos) devido ao aumento de 2,3% na potência absoluta. Apesar disto, o aumento da oxidação de gordura não parece ter sido um dos fatores determinantes para a melhoria da performance, visto que o CT é realizado em intensidades na qual prevalece a oxidação de hidratos de carbono. No entanto, verificaram um aumento na potência no grupo da EM durante os últimos dois terços do CR, indicando uma maior tolerância à fadiga que não podia ser explicada pela ingestão de cafeína devido à baixa concentração no suplemento(43). Dito isto, os efeitos

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ergogénicos da EM podem ser explicados através de um sinergismo entre os ACG e a cafeína no estímulo do Sistema Nervoso Central(57). O efeito dos compostos

fenólicos na catecol-O-metiltransferase (COMT) no cérebro podem fazer com que ocorra uma diminuição da degradação da dopamina e como consequência um aumento dos seus níveis fazendo com que doses de cafeína que normalmente não seriam ergogénicas potenciassem os níveis de dopamina melhorando a performance desportiva(43). Outra hipótese avançada pelos autores refere que o

efeitos ergogênico da EM pode estar relacionado com o seu poder na regulação do fluxo sanguíneo, tendo em conta que foi demonstrado um aumento da sintase do óxido nítrico em ratos(43, 58).

Muitos desportos envolvem contrações musculares excêntricas e movimentos explosivos que podem induzir danos musculares em diversos graus, dependendo da intensidade e duração da atividade, bem como o facto de o atleta ser ou não bem treinado(59). Panza et al realizaram um estudo experimental com desenho crossover, randomizado em homens fisicamente ativos (n=12), com o objetivo de perceber se a ingestão de EM influenciava a recuperação da força muscular após uma série de exercícios excêntricos. Os indivíduos ingeriram 600ml/dia de EM (5mg/ml), contendo 890mg de polifenóis, ou água (controlo) durante 11 dias(25). Neste estudo, verificaram que a ingestão de EM melhorou a taxa de recuperação da força isométrica em 8,6% no 1º dia após o exercício excêntrico. Além disso, após ingestão da EM verificou-se um aumento nas concentrações sanguíneas de GSH antes e após o exercício(25). Como previamente

demonstrado, EM possui uma elevada capacidade antioxidante, no entanto, essas propriedades antioxidantes parecem estar relacionadas com a via de sinalização

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do Fator Nuclear Eritróide – fator relacionado 2 (Nrf2), resultando numa regulação positiva dos sistemas antioxidantes endógenos e dos genes das enzimas de fase II(60). Aliado a esta propriedade antioxidante, a ingestão de EM durante 8 dias em forma de suplemento solúvel (600ml/dia, 5mg/ml) atenuou a expressão da proteína p47phox (uma subunidade da NADPH oxidase geradora de ERO) em indivíduos saudáveis, diminuindo também os níveis séricos das citocinas inflamatórias IL-1b, TNF-a e IL-6 e aumentando os níveis de GSH(61).

Existe alguma controvérsia, no contexto desportivo, com suplementação de vitaminas antioxidantes (Vitamina C e Vitamina E) e as adaptações ao treino(62).

Tendo em conta que o efeito antioxidantes dos polifenóis parece surgir da regulação positiva dos sistemas antioxidante endógenos, seria de esperar efeitos diferentes entre vitaminas e os polifenóis. No entanto, são necessários mais estudos para perceber se a suplementação com polifenóis tem um efeito negativo nas adaptações ao treino(59).

Em suma, no contexto desportivo parece que a suplementação com EM poderá ajudar na recuperação da função muscular e poderá ter um efeito na redução da dor muscular após exercícios intensos.

Análise Crítica e Conclusões

Embora a evidência científica sobre a ingestão de EM tenha crescido nos últimos tempos, os estudos que existem ainda são escassos fazendo com que não seja possível tirar muitas conclusões sobre os benefícios da sua ingestão.

A maior parte dos estudos realizados utilizaram na sua metodologia o Chá de Mate, o que pode não corresponder ao que a população habitualmente ingere, visto que a grande maioria consome a EM na forma de Chimarrão ou Tereré. Outra das limitações encontradas está relacionada com o reduzido tamanho amostral de

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muitos estudos. Quanto aos estudos sobre a ingestão de EM no contexto desportivo, uma das principais limitações prende-se com o facto da maioria dos estudos serem realizados em indivíduos não treinados.

Futuramente, os estudos deviam utilizar preparações tradicionais de EM (Chimarrão e Tereré), tanto para perceber os benefícios da sua ingestão para a saúde como para o rendimento desportivo, visto que existe um grande consumo deste produto, por parte dos atletas. A utilização da EM em forma de suplemento é uma temática a ter em conta nos estudos futuros tendo em conta alguns resultados positivos com o consumo deste produto.

Em suma, a EM é caracterizada pela sua quantidade em polifenóis que são responsáveis pelo elevado potencial antioxidante, protegendo, tanto o plasma como o LDL, contra o stresse oxidativo. Para além do seu potencial antioxidante, a ingestão de EM está associada à melhoria do perfil lipídico, no entanto, são necessários mais estudos sobre este tópico, assim como o seu potencial benefício na obesidade. A introdução da EM, no contexto desportivo, pode ser interessante tendo em conta a sua quantidade em polifenóis e cafeína. Contudo, são necessários mais estudos para perceber quais os seus benefícios no rendimento desportivo, tanto no aumento de performance como na questão da recuperação, principalmente em atletas.

Adicionalmente, é importante referir que é necessário educar os consumidores a optarem por temperaturas de infusões mais baixas (<65º), ou até mesmo optar pelo Tereré, devido ao potencial carcinogénico nas temperaturas mais elevadas.

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