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Relatórios de Estágio realizado na  Farmácia Castro-Peso da Régua e no Centro Hospitalar de Trás os Montes e Alto Douro Unidade Hospitalar de Lamego

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Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto

Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas

Relatório de Estágio Profissionalizante

Parte I - Farmácia Castro

maio de 2015 a agosto de 2015

Carolina Fernandes Rodrigues Cardoso Montenegro | 200803223

Orientadora: Dr.ª Filipa Fontes

_________________________

Tutor FFUP: Prof. Dr. Paulo Alexandre Lourenço Lobão

____________________________________________

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Declaração de Integridade

Eu, Carolina Fernandes Rodrigues Cardoso Montenegro, abaixo assinado, número 200803223, aluno do Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas da Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, declaro ter atuado com absoluta integridade na elaboração deste documento.

Nesse sentido, confirmo que NÃO incorri em plágio (ato pelo qual um indivíduo, mesmo por omissão, assume a autoria de um determinado trabalho intelectual ou partes dele). Mais declaro que todas as frases que retirei de trabalhos anteriores pertencentes a outros autores foram referenciadas ou redigidas com novas palavras, tendo neste caso colocado a citação da fonte bibliográfica.

Faculdade de Farmácia da Universidade do Porto, ____ de ______________ de ______

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AGRADECIMENTOS

À minha orientadora, Dr.ª Filipa Fontes, gostaria de expressar uma imensa gratidão pela oportunidade que me foi dada de fazer parte da sua equipa durante estes quatro meses de estágio, tendo-me proporcionado novas experiências que me enriqueceram e fizeram crescer como profissional de saúde. Por sempre me guiar com paciência, confiar que era capaz de realizar este trabalho, me incentivar a ir mais longe e ter sempre um sorriso disponível, o meu sincero obrigado.

Gostaria também de agradecer às Dr.as Ana Luísa Teixeira, Joana Pita e Sónia Nogueira, e aos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica Joana Filipa Pereira, Andreia Machado e Tiago Vicente por se mostrarem sempre disponíveis para me auxiliar quando necessário e me fazerem sentir em casa.

Quero igualmente reconhecer o trabalho realizado pela Comissão de Estágios da Faculdade, em especial o apoio prestado pelo meu tutor Prof. Dr. Paulo Lobão, e pela Ordem dos Farmacêuticos - Secção Regional do Porto, ao tornarem possível a realização deste estágio tão próximo de casa.

Aos meus pais por todo o apoio que me deram, por entenderem a minha indisponibilidade, me entusiasmarem ao longo de todo o processo e sempre me fazerem sentir o seu orgulho, um agradecimento muito especial e cheio de carinho.

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LISTA DE ABREVIATURAS

AMI Assistência Médica Internacional ANF Associação Nacional de Farmácias AVC Acidente Vascular Cerebral

CCF Centro de Conferência de Faturas CIM Centro de Informação de Medicamentos DCI Denominação Comum Internacional DCV Doença cardiovascular

DM Diabetes Mellitus FC Farmácia Comunitária FCa Farmácia Castro

FEFO First Expired, First Out FIFO First In, First Out HTA Hipertensão Arterial

INFARMED Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento IVA Imposto sobre o valor acrescentado

MICF Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas MNSRM Medicamento não sujeito a receita médica MSRM Medicamento sujeito a receita médica OMS Organização Mundial de Saúde PIC Preço Independente Comparado PVP Preço de venda ao público RCV Risco cardiovascular

SGQ Sistema de Gestão de Qualidade

SNF Sistema Nacional de Farmacovigilância SNS Sistema Nacional de Saúde

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ÍNDICE

OBJETIVOS ... 1

FARMÁCIA CASTRO ... 2

ATO FARMACÊUTICO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA ... 4

1. Funções desempenhadas pela equipa ... 6

CIRCUITO DOS PRODUTOS FARMACÊUTICOS ... 10

1. Seleção de fornecedores ... 10

2. Realização de encomendas ... 11

3. Receção e Conferência ... 11

4. Armazenamento e Exposição ... 12

5. Controlo de prazos de validade ... 14

6. Devoluções e Reclamações ... 15

6.1. Devoluções ... 15

6.2. Reclamações ... 15

7. Dispensa ... 15

7.1. Receção da prescrição médica e Validação farmacêutica ... 16

7.1.1. Receita eletrónica ... 18

7.2. Indicação farmacêutica ... 18

7.3. Manipulados ... 19

7.4. Produtos farmacêuticos homeopáticos ... 20

7.5. Produtos de cosmética e higiene corporal ... 21

7.6. Produtos de puericultura e obstetrícia ... 22

7.7. Produtos fitoterápicos ... 23

7.8. Suplementos alimentares ... 23

7.8.1. Produtos de alimentação especial ... 24

7.8.2. Produtos de dietética ... 24

7.9. Dispositivos médicos ... 25

7.10. Medicamentos e produtos de uso veterinário ... 26

8. Aconselhamento farmacêutico ... 27

9. Gestão de stocks ... 27

10. Organização, Conferência e Correção de receituário ... 28

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12. Farmacovigilância ... 29

CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS NA FARMÁCIA ... 31

1. Programas de educação para a saúde ... 31

1.1. Intervenção no risco cardiovascular ... 31

1.2. Intervenção no “medo” dos genéricos ... 31

2. Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos ... 32

3. Administração de vacinas... 33

4. Gestão de resíduos ... 34

4.1. VALORMED ... 34

4.2. Gestão de “resíduos hospitalares” ... 34

4.3. Campanha de Reciclagem de Radiografias pela AMI ... 35

ATIVIDADES DESENVOLVIDAS PARA A FARMÁCIA ... 36

1. Monitorização do risco cardiovascular ... 36

2. Inquéritos ... 39

2.1. Avaliação do Setor Farmacêutico no Peso da Régua ... 39

2.1.1. Resultados e Discussão ... 40

2.2. Satisfação dos Utentes da Farmácia Castro ... 43

2.2.1. Resultados e Discussão ... 43

2.3. Conclusões ... 46

BIBLIOGRAFIA ... 48

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1

OBJETIVOS

Na reta final do curso Mestrado Integrado em Ciências Farmacêuticas (MICF) é realizado um estágio em Farmácia Comunitária (FC) aberta ao público, por forma a permitir ao estagiário aplicar a formação académica que recebeu e complementá-la com novos conhecimentos e experiências que constituem as valências práticas nesta área profissional.

Assim, este estágio constitui um importante alicerce para transitar da vida académica teórico-focada para a realidade prática do Farmacêutico Comunitário, que deve estar envolta de competência técnica e humana no contacto próximo com o utente, tal como de responsabilidade profissional e deontológica.

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2

FARMÁCIA CASTRO

A Farmácia Castro (FCa) é uma entidade não pública associada, nas atuais instalações após ampliação e desde 1 de setembro de 2011, à empresa Fontes e Saúde Lda sob responsabilidade da Dr.ª Filipa Fontes. Localiza-se na Rua da Ferreirinha número 181/187 - Peso da Régua (Vila Real), numa zona central, comercial (inserida nas instalações do mercado da cidade), turística, próxima de um parque de estacionamento livre e de uma praça de táxis. A sua ótima localização contribui para a grande diversidade de utentes que recebe diariamente, pertencentes aos vários grupos etários e socioculturais. A sua grande maioria é, contudo, de caráter fixo e faixa etária superior, portadores de doenças crónicas, que procuram a farmácia para estabelecer uma relação de confiança com a equipa, levantar a sua medicação habitual e se sentirem acompanhados/monitorizados quanto à terapêutica. Assim, é criado um ambiente de cumplicidade e respeito, com uma relação farmácia-utente bastante próxima, o que permite disponibilizar um melhor serviço, mais completo e personalizado.

De forma a assegurar esse bom desempenho na prestação de serviços ao utente, a FCa apresenta uma equipa profissional qualificada e multidisciplinar:

Tabela 1. Equipa de profissionais da Farmácia Castro Farmacêutica Responsável Dr.ª Filipa Fontes

Diretora Técnica Dr.ª Ana Luísa Teixeira Farmacêutica Adjunta Dr.ª Joana Pita

Farmacêutica Dr.ª Sónia Nogueira

Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica

Joana Filipa Pereira Andreia Machado

Tiago Vicente

As instalações encontram-se organizadas de forma apelativa e aprazível à vista, e de modo a assegurar a acessibilidade, comodidade e privacidade dos utentes e da equipa. São compostas por piso e meio, sendo que neste se encontra o gabinete da responsável. O piso térreo compreende a zona de atendimento ao público, gabinete de atendimento personalizado, instalações sanitárias e vestiário, zona de receção de encomendas, armazém e laboratório. Neste espaço dispõe ainda de vários documentos

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com interesse para a prática farmacêutica, incluindo os de presença obrigatória como a Farmacopeia Portuguesa e o Prontuário Terapêutico.

A zona de atendimento encontra-se organizada de forma acolhedora e profissional, possuindo três postos de atendimento devidamente equipados e identificados, que permitem que o atendimento se processe de forma simultânea e ordeira. É ainda nesta zona que se realiza a medição da pressão arterial e o controlo do peso e altura.

O gabinete de atendimento personalizado proporciona um meio mais reservado, garantindo total privacidade e confidencialidade, e destina-se à determinação de parâmetros bioquímicos, administração de vacinas, sessões de formação dos funcionários e de saúde aos utentes por agentes externos à farmácia e outras atividades no âmbito dos cuidados farmacêuticos.

A FCa encontra-se aberta ininterruptamente das 8:30 às 20h nas segundas, terças, quintas e sextas, das 8h às 20h às quartas e sábados, e das 9:30 às 20h aos domingos e feriados com hora de almoço das 13h às 14:30. Realiza também serviço noturno uma vez por semana em rotação com as restantes farmácias do Conselho.

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ATO FARMACÊUTICO EM FARMÁCIA COMUNITÁRIA

A forma discreta como Farmacêutico desempenha a sua função mascara a eficácia e importância da sua intervenção.[1] Ele detém um papel fundamental e uma posição privilegiada no que toca aos cuidados de saúde prestados ao utente, não só pela sua elevada diferenciação técnico-científica que o torna no especialista do medicamento com grande conhecimento de fisiopatologia, mas também pela sua proximidade à população e confiança nele depositada. Deste modo, deve desempenhar um papel cada vez mais evidente na sensibilização para a importância da adoção de estilos de vida saudáveis, no correto e racional uso de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, e no despiste precoce de sinais de alerta com encaminhamento para especialistas.[2]

As instruções de trabalho para a execução dos procedimentos que compõem o ato farmacêutico encontram-se no “Manual de Gestão da Qualidade da Farmácia”, um documento operacional emitido pela Direção Técnica que constitui um elemento de referência e uniformização dos métodos a utilizar para otimização do desempenho interno e satisfação do cliente.[3] O manual da FCa foi sendo elaborado em alguns procedimentos e revisto noutros pela Dr.ª Luísa desde maio do presente ano.

O estágio na FCa decorreu ao longo de 16 semanas, de 4 de maio a 31 de agosto com uma semana de descanso (de 24 a 28 de agosto), e uma média de 35 horas semanais. Nos primeiros dois meses foi realizado o horário da manhã, das 9h às 17h com uma hora de almoço, e nos dois meses seguintes o horário da tarde, das 12:30 às 19:30. As atividades realizadas encontram-se representadas na tabela abaixo.

Tabela 2. Cronograma das atividades realizadas durante o estágio Atividade Semana 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 Receção e Conferência de encomendas Armazenamento/Reposição de stock Controlo de prazos de validade e Verificação física de stocks Organização do receituário Medição de parâmetros fisiológicos e bioquímicos Atendimento ao público

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Para poder desempenhar muitas destas funções de forma mais simples, prática, rápida, automática e controlada, é indispensável que a equipa da farmácia recorra a um sistema informático. A FCa encontra-se equipada com o Sifarma 2000, que permite realizar facilmente tarefas relacionadas com a administração, gestão financeira, processamento de encomendas, todo o acompanhamento das vendas e inventário com uma menor margem de erro. Ao otimizar o tempo de atendimento, permite uma maior disponibilidade para o aconselhamento ao utente.[4] Cada colaborador da farmácia possui um código próprio, confidencial e intransmissível, que lhe permite aceder à utilização do sistema informático e iniciar a sessão de trabalho, ficando identificadas inequivocamente todas as atividades realizadas por cada um.[5]

O Farmacêutico deve manter-se informado a nível científico, ético e legal e assumir um grau de competência adequado à prestação de uma prática eficiente. Assim, a formação continuada é uma obrigação profissional, e deve incluir a frequência de cursos de formação científica e técnica, simpósios, congressos, encontros profissionais e científicos, sessões clínicas internas da farmácia, e ainda a leitura de publicações que contribuam para a sua atualização profissional e reforço das suas competências.[2] Por isso, na FCa existe uma gaveta de Circulares de leitura obrigatória para todos os colaboradores e sob responsabilidade de organização da Dr.ª Luísa. São, ainda, promovidas sessões de formação na farmácia sobre novos produtos no mercado ou a introduzir na mesma (durante o estágio foi possível participar nas formações Dormidina® e Reumon®, Cholagutt®, Ansiwell® e Libifeme®, Gurosan®, Procto-Glyvenol® e Aloclair Plus®), e é incentivada a participação em formações externas. No decorrer do estágio foi passível de atender a:

֍ Um dia com a diabetes na Unidade Hospitalar de Vila Real a 21 de maio, onde se abordou a história e realidade desta doença em Portugal, tipos e critérios de diagnóstico, abordagens farmacológicas e não farmacológicas, Cuidados de Saúde Primários e complicações major;

֍ Protocolos de atendimento e soluções para o aconselhamento pelo Espaço Animal na Delegação do Norte da Associação Nacional de Farmácias (ANF - Porto) a 25 de maio, onde foram dadas sugestões sobre como abordar o cliente e aconselhar os produtos (desparasitação externa e interna, tratamento de afeções cutâneas e gastrointestinais, carências nutricionais, etc.);

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֍ Formação de aconselhamento na dor muscular na ANF - Porto a 30 de junho, onde foram distinguidos os vários tipos de dor, seus sintomas e tratamento mais adequado, recorrendo a exemplos práticos. No final foi apresentado o Panadol® Extra e Prolong.

1. Funções desempenhadas pela equipa

[5]

Responsável

A Dr.ª Filipa Fontes assegura, para além das funções comuns ao Farmacêutico, as seguintes funções:

• planear, dirigir, coordenar e assumir responsabilidade pela execução de todas as tarefas inerentes ao desenvolvimento da atividade farmacêutica pelos membros da sua equipa;

• gerir a farmácia na sua vertente comercial e financeira, assegurando que essa gestão económica não interfere com qualquer ato farmacêutico;

• gerir os recursos humanos, definindo os principais objetivos a alcançar, executando horários, coordenando o quadro técnico e zelando pela sua constante atualização técnico-científica;

• definir os níveis de acesso ao sistema informático pelos utilizadores;

• adquirir todos os produtos farmacêuticos e serviços necessários ao funcionamento da farmácia, determinando igualmente a sua aprovação/rejeição e execução/suspensão; • garantir que a farmácia possui todo o equipamento necessário à sua atividade, em bom estado e de desempenho requerido, seguindo um plano de manutenção;

• organizar montras e prateleiras;

• colaborar com entidades e autoridades oficiais;

• coordenar intervenções de educação para a saúde, promoção da saúde, prevenção da doença e salvaguarda da saúde pública.

Diretora Técnica

À Dr.ª Ana Luísa Teixeira cabem, para além das funções comuns ao Farmacêutico, as seguintes tarefas:

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• implementar programas de gestão terapêutica, minimização de riscos e outras intervenções sobre responsabilidade farmacêutica;

• corrigir diariamente receituário e prepará-lo mensalmente para faturação, encerrando-o no último dia do mês;

• controlar a entrada e saída de medicamentos contendo psicotrópicos e estupefacientes;

• definir os stocks máximos e mínimos no sistema informático para os vários medicamentos e outros produtos farmacêuticos;

• gerir, implementar e melhorar do Sistema de Gestão de Qualidade (SGQ), garantindo o seu adequado funcionamento e manutenção do desempenho, mantendo atualizada a documentação e formando em qualidade aos restantes funcionários da farmácia;

• assegurar o bom estado de conservação dos produtos farmacêuticos;

• promover que sejam observadas boas condições de higiene e segurança na farmácia; • dar o seu parecer sobre a contratação e qualificação do quadro técnico;

• assegurar a correta identificação de todos os funcionários da farmácia.

Farmacêutica Adjunta

À Dr.ª Joana Pita compete coadjuvar a Dr.ª Luísa nas tarefas e atos a praticar pela mesma e substituí-la nas suas ausências e impedimentos temporários de harmonia com a lei. Assim, desempenha as funções referidas acima com exceção da responsabilidade pelo SGQ, apesar de estar também nele envolvida.

Farmacêuticas

Como Farmacêuticas, as Dr.as Filipa, Luísa, Joana e Sónia Nogueira executam os atos inerentes ao exercício dessa atividade na FC, que incluem:

• analisar as necessidades do utente por forma a oferecer o melhor aconselhamento farmacêutico possível;

• identificar e atender casos especiais ou utentes que exijam maior atenção;

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modo de utilização segura e racional dos medicamentos;

• dispensar medicamentos sujeitos ou não a receita médica (MSRM e MNSRM); • organizar diariamente o receituário;

• participar nos programas de educação para a saúde;

• contactar com médicos e Centros de Informação de Medicamentos (CIMs); • enviar encomendas diárias aos fornecedores;

• rejeitar e devolver produtos aos fornecedores; • auxiliar na organização de montras e prateleiras; • envolvimento no SGQ.

Ajudantes Técnicos

Aos Técnicos de Diagnóstico e Terapêutica (TDTs) Joana Filipa Pereira, Andreia Machado e Tiago Vicente compete:

• auxiliar na execução de todos os atos inerentes à atividade da farmácia;

• analisar as necessidades do utente para oferecer o melhor aconselhamento possível; • identificar casos especiais ou utentes que exijam maior atenção e encaminhá-los para as Farmacêuticas;

• dispensar medicamentos sujeitos ou não a receita médica; • organizar diariamente o receituário;

• enviar encomendas diárias aos fornecedores; • rejeitar e devolver produtos aos fornecedores;

• arrumar os produtos farmacêuticos e repor os stocks;

• controlar prazos de validade e fazer contagem física de stocks; • envolvimento no SGQ.

Todos os colaboradores da FCa estão devidamente identificados mediante o uso de um cartão contendo o nome, número e título profissional.

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9 Apoio Administrativo e Financeiro

A faturação, os pagamentos em geral, a organização da documentação para os seguros e outras funções desta natureza, são realizadas por um escritório associado à empresa Fontes e Saúde Lda.

Apoio de Limpeza

A empresa DOUROlimpo executa as atividades de limpeza todas as quartas-feiras à hora de almoço e conforme as instruções das Dr.as Filipa, Luísa e Joana, por forma a assegurar continuamente a higiene das instalações e equipamentos.

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CIRCUITO DOS PRODUTOS FARMACÊUTICOS

O exercício da profissão abrange todos os níveis desde a seleção à distribuição de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, dos cuidados farmacêuticos no ato da dispensa ao acompanhamento pós-venda. A experiência permitirá ao Farmacêutico adquirir as técnicas de gestão necessárias, tendo em vista uma maior eficácia nos serviços prestados ao público.[1] O conceito em que o Farmacêutico se responsabiliza pelas necessidades assistenciais do utente e da comunidade foi designado de Cuidados Farmacêuticos, e engloba um conjunto de processos clínicos tais como a cedência, a indicação, a revisão da terapêutica, a educação para a saúde, a farmacovigilância, o seguimento farmacoterapêutico e, no âmbito geral, o conceito designado como o uso racional do medicamento.[2]

1. Seleção de fornecedores

A escolha de fornecedores é realizada de acordo com critérios rigorosos no que toca à qualidade do produto e ao estabelecimento de uma boa relação procura-tempo de resposta/aquisição.[2] A farmácia pode trabalhar diretamente com os laboratórios e seus representantes legais ou com armazenistas/cooperativas de distribuição grossista. O primeiro caso aplica-se a situações em que se pretende efetuar grandes encomendas de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, geralmente de elevada rotação ou em melhores condições financeiras, apenas com a desvantagem de demorarem mais tempo na entrega. Os armazenistas encarregam-se de encomendas diárias, urgentes, instantâneas e telefónicas, contudo, podem também realizar a distribuição de encomendas feitas aos laboratórios. Estes disponibilizam de forma rápida, metódica e efetiva uma vasta gama de produtos.

A FCa trabalha essencialmente com os distribuidores grossistas Alliance Healthcare, OCP Portugal, com a vantagem de possuir um armazém na Régua, e Empifarma. Efetua, ainda, encomendas periódicas a laboratórios como a Generis, Ratiopharm e Farmoz entregues na farmácia pelos distribuidores acima referidos, mas também à Gameiros, Nuxe, Pierre Fabre, ARTSANA GROUP, Farmodiética, etc., que recorrem a outras vias de distribuição.

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2. Realização de encomendas

Depois de parametrizado o sistema informático do ponto de vista de códigos de produtos, definição de stocks mínimos e máximos, gestão de prazos de validade e fornecedor de eleição para cada produto, a aplicação gera as próprias encomendas. Estas são analisadas pelo responsável das compras e, depois de feito o ajuste necessário, são enviadas para o distribuidor via modem em horários estabelecidos para o efeito.[4] Na FCa, as encomendas (diárias, instantâneas e telefónicas) efetuadas para a OCP Portugal e Alliance Healthcare até às 13 horas, de segunda a sexta, são recebidas na farmácia pelas 14:30 e 15:30 do próprio dia, respetivamente, após essa hora serão recebidas na manhã seguinte. As encomendas realizadas sábado de manhã são recebidas à tarde e as feitas durante a tarde ou ao domingo são rececionadas à segunda de manhã. Para a OCP Portugal é ainda possível efetuar encomendas urgentes para o armazém do Peso da Régua, via telefone e durante o seu horário de funcionamento (das 9h-13h e das 14:30-19h), que são mais fácil e rapidamente recebidas na farmácia.

Diariamente, e sempre que existam linhas que possibilitem a sua encomenda urgente diretamente aos laboratórios (como, por exemplo, para a AstraZeneca e Boehringer Ingelheim), a TDT Andreia efetua esse contacto na tentativa de encomendar produtos esgotados nos fornecedores habituais e por forma e evitar que a FCa não possa responder às necessidades dos seus utentes.

3. Receção e Conferência

O estágio foi iniciado precisamente pela receção e conferência de encomendas, atividades que se mantiveram ao longo de todas as 16 semanas que o constituíram. Tratam-se de tarefas de elevada importância que devem ser executadas com grande responsabilidade de modo a evitar a criação de erros de stock, para além de permitirem um contacto muito próximo com todos os produtos vendidos na farmácia.

Os produtos encomendados chegam à FCa em contentores de plástico ou caixas de papel que asseguram o seu transporte adequado, acompanhados de uma “Guia de Remessa” ou “Fatura” e respetivo duplicado. Primeiramente é verificada a existência de produtos de frio, por forma a serem conferidos e armazenados o mais rapidamente possível. Deve sempre ser confirmado o fornecedor, verificada a qualidade e quantidade dos produtos rececionados, se vêm em boas condições e não se encontram danificados,

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controlados os prazos de validade, preço de venda ao público (PVP) e preço de custo e, se for o caso, verificada a “Nota de Encomenda”, por forma a decidir pela sua aceitação ou devolução/reclamação ao fornecedor.

Na execução desta atividade podem ser detetados erros de stock e, nesse caso, o nome do produto e respetivo código são assentes numa lista de “Erros de stock” para posterior verificação e correção.

Nos produtos de venda livre o preço é estabelecido pela farmácia, tendo em conta o preço de venda à mesma, a margem de lucro fixada, o imposto sobre o valor acrescentado (IVA) e o PVP recomendado. No final do processo de entrada da encomenda, e sempre que necessário, são impressas as etiquetas para marcação destes produtos.

Após a validação da receção da encomenda, o sistema informático acerta automaticamente o stock de cada produto e deve permitir a rastreabilidade de todos os produtos admitidos e vendidos na farmácia, e seus lotes.[2]. Os produtos em falta ou esgotados são notificados ao Instituto Nacional da Farmácia e do Medicamento (INFARMED) e, se desejado, transferidos para uma encomenda a outro fornecedor que aguardará aprovação, numa tentativa de evitar ruturas de stock.

4. Armazenamento e Exposição

O armazenamento e exposição dos produtos rececionados constituiu também uma considerável parte do estágio, e proporcionou um maior conhecimento da organização da farmácia e da localização dos seus produtos. Tornou-se evidente que um bom armazenamento é fundamental para facilitar e agilizar o atendimento ao público.

As condições de espaço, iluminação, temperatura, humidade e ventilação das zonas de armazenamento e exposição devem respeitar as exigências específicas para a correta conservação de medicamentos e outros produtos farmacêuticos, e ser verificadas e registadas periodicamente.[2] Na FCa, a temperatura e humidade ambiente são continuamente monitorizadas por dois termo-higrómetros (um que permanece na zona de receção, conferência e armazenamento e outro que circula semanalmente entre a zona de atendimento e o laboratório) e registadas no sistema informático HW4. As Dr.as Luísa e Sónia verificam semanalmente esses parâmetros quanto ao cumprimento dessas exigências, com justificação dos parâmetros “Não conforme”, caso se verifiquem, e

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sugestão de ações corretivas a implementar. É feita, ainda, uma arquivação manual destes documentos.

A farmácia deve estar preparada para armazenar produtos que requeiram condições específicas de conservação como, por exemplo, aqueles que exigem refrigeração a temperatura adequada, controlada e igualmente monitorizada. Na FCa esses medicamentos são mantidos num frigorífico a 2-8ºC [Anexo 1], cuja temperatura também é verificada, justificada e arquivada semanalmente pelas Dr.as Luísa e Sónia.

Estes equipamentos de monitorização são alvo de calibração, manutenção e validação anuais.

Os produtos farmacêuticos armazenados no back office da FCa são acondicionados num armário de medicamentos de 56 gavetas, em três estantes e em caixas de papel. Esta zona de armazenamento sofreu uma reorganização durante a última quinzena de julho e início de agosto para possibilitar um maior aproveitamento do espaço. Assim, os medicamentos acondicionados no armário foram organizados por forma farmacêutica ou uso terapêutico, e por ordem alfabética da sua Denominação Comum Internacional (DCI) ou do seu nome comercial, conforme sejam medicamentos genéricos ou de marca, respetivamente [Anexo 2]. Numa das estantes foram colocados todos os produtos de uso tópico (pastas, cremes, pomadas, géis, emulsões, emplastros, pós cutâneos, pensos impregnados, soluções para gargarejar, pulverizar e cutâneas, champôs, loções, vernizes para as unhas, etc.) também por ordem alfabética [Anexo 3], e nas duas restantes assim como nas caixas de papel são acondicionados os produtos em excesso que não cabem nos seus respetivos lugares de exposição ou armazenamento comum [Anexo 4]. Ao fim da manhã, meio e fim da tarde é dada uma vistoria no armário e são repostos os medicamentos em falta, a partir desses excessos armazenados. O mesmo é realizado regularmente para os produtos expostos na zona de atendimento.

A maior parte dos produtos de venda livre são expostos nos lineares na zona de atendimento, e os medicamentos com maior rotação (paracetamol, ibuprofeno, Buscopan®, anti-histamínicos, antigripais, anticoagulantes e pastinhas para a dor de garganta) e ainda as tiras reativas de glicemia, lancetas e agulhas são colocados nas gavetas existentes também nessa zona [Anexo 5].

Quer na zona de exposição como na de armazenamento é posto em prática o método First In, First Out (FIFO), que garante que os primeiros produtos a serem rececionados são os primeiros a serem dispensados, a não ser que sejam recebidos produtos com prazo de validade inferior aos já armazenados, aí é aplicado o método

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First Expired, First Out (FEFO) para assegurar o escoamento prioritário de produtos que expiram mais rápido.

5. Controlo de prazos de validade

Os medicamentos e outros produtos farmacêuticos, quando conservados sob as condições de armazenamento indicadas pelo fabricante, devem manter-se química e fisicamente estáveis durante, pelo menos, o período indicado na cartonagem e designado de prazo de validade.[6]

O controlo de prazos de validade é uma preocupação constante nas farmácias, por forma a assegurar que todos os produtos dispensados se encontram em boas condições. Por isso, na FCa é realizada a verificação do prazo de validade aquando da receção e armazenamento ou exposição dos produtos, e é gerada mensalmente através do sistema informático uma lista com os produtos a expirar dentro de 6 meses. Com base nessa lista, confirmam-se fisicamente as validades e quantidades de cada produto, o que permite, para além de um controlo das validades, a deteção de eventuais erros de stock. Os produtos cujo prazo de validade termina brevemente são assinalados com um post-it colorido e podem:

a) permanecer nos locais comuns de armazenamento ou exposição quando há razões para crer que serão dispensados dentro do prazo;

b) ser colocados numa estante própria para produtos a escoar por forma a chamar a atenção dos funcionários para a necessidade da sua venda, sempre que apropriada ao cliente;

c) ser recolhidos para devolução aos fornecedores, quando aplicável, o que evita a perda total do capital investido pela farmácia na sua aquisição.

Se o prazo de validade não se encontrar atualizado, é anotada a validade mais curta na respetiva listagem e mais tarde é feita uma atualização dos prazos de validade no sistema informático.

No início de cada um dos quatro meses de estágio foi realizada esta atividade que, não só permitiu contactar com a correta gestão de stocks e prazos de validade, como possibilitou uma maior perceção da organização da farmácia e alguns dos seus produtos.

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6. Devoluções e Reclamações

6.1. Devoluções

A necessidade de devolução de produtos rececionados na farmácia pode dever-se a danificação da embalagem ou deterioração do produto, prazo de validade inferior a 6 meses, faturação e envio de um produto que não foi pedido ou encomenda de um produto por erro. Podem ainda ser devolvidos produtos cuja retirada do lote do mercado foi indicada pelo INFARMED ou respetivo produtor. Este procedimento implica a emissão da “Nota de Devolução” através do sistema informático, e os produtos a devolver devem estar separados dos restantes enquanto esperam o seu levantamento.

O fornecedor regulariza a devolução pela troca do produto ou envio da “Nota de Crédito” para regularização do capital investido, podendo ainda não aceitar a devolução com a devida justificação.

6.2. Reclamações

Quando um produto faturado não é recebido, os descontos ou preços faturados não estão conformes com o acordado e especificado na “Nota de Encomenda” ou o PVP faturado não corresponde ao preço independente comparado (PIC), é realizada uma reclamação ao fornecedor. Este procedimento implica o contacto telefónico para o fornecedor, registando-se o número da reclamação e nome do operador.

A resolução do problema pode passar pelo envio do produto pelo fornecedor, acerto dos descontos, preços, PVP ou PIC, ou envio da “Nota de crédito”.

7. Dispensa

[2]

O principal objetivo da FC é a cedência de medicamentos em condições que possam minimizar os riscos do seu uso e que permitam a avaliação dos resultados clínicos dos mesmos, de modo a que possa ser reduzida a elevada morbi-mortalidade a eles associada e que provoca tantos danos sociais e económicos na nossa sociedade.

Na cedência de produtos farmacêuticos, o Farmacêutico, após avaliação quanto à sua necessidade e ausência de conflito, cede-os ao doente ou seu cuidador mediante prescrição médica, em regime de automedicação ou por sua indicação, acompanhados de toda a informação indispensável para o correto uso dos mesmos.

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Devem ser desenvolvidos registos do que é dispensado aos utentes, se não de todos, de um grupo específico (por exemplo, clientes habituais), e de preferência recorrendo ao sistema informático com garantia de total confidencialidade. Esta rastreabilidade garante a segurança do utente e auxilia no ato de dispensa regular.

7.1. Receção da prescrição médica e Validação farmacêutica

A prescrição de medicamentos pelo Médico deve ser feita preferencialmente por via informática já que se revela mais vantajosa que a manual, pois permite aumentar a segurança na prescrição e dispensa, agilizar processos e facilitar a comunicação entre profissionais de saúde.[7,8] Durante o estágio foram várias as vezes em que a Dr.ª Sónia apresentou receitas manuais para que fosse promovida a capacidade de interpretação das mesmas, apesar de constituírem um pequeno volume das receitas que chegam à FCa.

Aos funcionários da FC cabe garantir que as prescrições são dispensadas de forma segura e eficiente. Para isso, devem ser tomadas as medidas apropriadas para: • verificar a autenticidade da prescrição e se a receita não se encontra rasurada;

• atentar à presença do número da receita, local de prescrição, identificação do Médico prescritos e sua especialidade;

• identificar o doente (nome e número de utente) e a entidade a que está associado; • verificar a data de validade da prescrição e confirmar a assinatura do prescritor; • avaliar farmacoterapeuticamente quanto à

- designação do medicamento pela DCI ou nome de marca

- necessidade do medicamento, e se é o mais indicado para tratar o problema de saúde do doente ou o mais adequado àquele (tendo em conta contra-indicações, interações, alergias, intolerâncias, etc.)

- adequação da forma farmacêutica e modo de administração;

- adequação da posologia (dose, frequência e duração do tratamento)

- condições do doente para administrar o medicamento (aspetos legais, sociais e económicos);

• confirmar a regularidade do número de embalagens prescritas - até quatro embalagens por receita

- até duas embalagens por cada medicamento

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• certificar que as receitas contendo dispositivos médicos abrangidos pelo Programa Nacional de Prevenção e Controlo da Diabetes e medicamentos psicotrópicos ou estupefacientes não apresentam prescrição de outros medicamentos;

• caso a prescrição não possa ser dispensada, ajudar o utente a resolver o problema. Se necessário, o Farmacêutico deve contactar o Médico prescritor.[2,7,8]

Nas situações em que não estejam especificadas a dose do medicamento e dimensão da embalagem, deverá ser dispensada a embalagem na menor quantidade e dose comercializadas.[8]

O Farmacêutico possui competência profissional para selecionar medicamentos similares aos prescritos, isto é, medicamentos com a mesma composição qualitativa e quantitativa em princípios ativos, a mesma forma farmacêutica, tamanho de embalagem e, quando apropriado, a mesma bioequivalência desde que demonstrada por estudos relevantes. Quando houver lugar à substituição, o doente deve ser informado dessa possibilidade. Essa substituição pode ser impedida pelas exceções do n.º 3 do art. 6.º, sendo que apenas o medicamento prescrito pode ser dispensado:

• “a) Margem ou índice terapêutico estreito” - limitada ao conjunto de medicamentos previamente identificado pelo INFARMED;

• “b) Reação adversa prévia” - aplicada a situações em que tenha sido reportada ao INFARMED para um determinado medicamento e naquele utente em particular.

Quando na receita figurar a exceção “c) Continuidade de tratamento superior a 28 dias”, pode ser dispensado um medicamento de valor igual ou inferior ao prescrito.[2,9]

Após validação da receita médica é necessário ter muita atenção na dispensa, devendo recorrer-se, sempre que possível, à confirmação do código do produto. É também necessário assegurar que é selecionado o plano de comparticipação correto. O Estado abrange a comparticipação de medicamentos para a maioria dos utentes, sendo que o Sistema Nacional de Saúde (SNS) estabelece diferentes escalões de comparticipação que correspondem a diferentes planos no Sifarma. Existem ainda entidades externas de comparticipação, por exemplo, associadas a determinadas empresas ou seguros.[8,10,11]

Os MSRM só podem ser dispensados na farmácia mediante apresentação de receita válida e incluem, por exemplo, psicotrópicos e estupefacientes, benzodiazepinas, insulinas, antibióticos, etc.. Contudo, nas receitas podem também figurar MNSRM e outros produtos farmacêuticos.

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7.1.1. Receita eletrónica[12,13]

O novo sistema de receita eletrónica consiste num projeto integrado de transmissão eletrónica de todo o ciclo da receita médica. O médico regista eletronicamente e através do cartão de cidadão do utente os medicamentos que lhe prescreve, dados esses que ficam automaticamente depositados numa base de dados. Ao utente é fornecida uma guia contendo os principais conceitos da terapêutica. Por sua vez, a farmácia acede à mesma base de dados e invoca a prescrição, ficando registado o que foi efetivamente dispensado e onde.

Continua, contudo, a haver uma quebra na cadeia pois a conferência e faturação diretas ainda não estão disponíveis, não sendo para já possível a desejada desmaterialização da receita. Os benefícios que advirão da eliminação do papel são inegáveis: todo o processo se tornará mais prático, económico, seguro e sustentável.

Para já, nas receitas aviadas eletronicamente toda a informação relevante à dispensa é introduzida automaticamente, ficando no Sifarma associadas ao Plano 99x e não necessitando de conferência pelo Farmacêutico.

Os objetivos mais imediatos deste projeto são vencer algumas ineficiências existentes no circuito do receituário médico e reduzir o consumo de recursos humanos e financeiros.

7.2. Indicação farmacêutica[2]

O Farmacêutico pode responsabilizar-se pela avaliação do problema apresentado e seleção de um MNSRM, outro produto farmacêutico ou de eventual tratamento não farmacológico (por exemplo, mudança ou reforçar de hábitos higiénico-dietéticos), com o objetivo de aliviar ou resolver um problema de saúde de carácter não grave, autolimitante, de curta duração, considerado como um transtorno ou sintoma menor, que não apresente relação com manifestações clínicas de outros problemas de saúde do doente. Para isso, deve assegurar-se de que possui toda a informação necessária, nomeadamente, situação fisiológica do doente, qual a sua patologia e sintomas, há quanto tempo persistem, se já foram tomadas medidas para a sua resolução, se apresenta alergias medicamentosas, se possui outros problemas de saúde ou toma medicamentos

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regularmente. A seleção de um MNSRM por parte do Farmacêutico requer que este possua formação atualizada sobre os mesmos e deverá ter em conta a seleção do princípio ativo, forma farmacêutica, dose, frequência de administração e duração do tratamento.

A automedicação consiste na instauração de um tratamento medicamentoso por iniciativa própria do doente. Nesta situação o Farmacêutico deve orientar a utilização desse medicamento, contribuindo para que a automedicação se realize sob uma indicação adequada e segundo o uso racional do medicamento, ou desaconselha-lo quando não lhe parecer ser o curso de tratamento mais correto.

Em ambas as situações, no caso de suspeita de uma patologia grave o Farmacêutico deverá aconselhar o utente a procurar consulta médica.

Ao longo do estágio foram várias as solicitações deste tipo, sendo as mais frequentes para resolução de alergias (decorrentes do próprio clima, picadas de insetos, exposição solar, etc.), cefaleias, dores articulo-musculares, prevenção ou resolução de queimaduras solares e prevenção de complicações pós-tatuagem.

7.3. Manipulados

Um medicamento manipulado é definido como “qualquer fórmula magistral ou preparado oficinal cuja preparação e dispensa estão sob responsabilidade de um Farmacêutico”. Todas as atividades realizadas na sua preparação devem estar devidamente documentadas, visando a garantia de qualidade e segurança.[14] A cedência de medicamentos manipulados mira a obtenção de medicamentos seguros e efetivos, cuja preparação tem em consideração o perfil fisiopatológico específico de cada doente.[2]

Na FCa não se efetua a preparação de medicamentos manipulados, como tal, sempre que é recebida uma prescrição onde estes figurem, entra-se me contacto via

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telefone com a Farmácia Lordelo situada em Vila Real por forma a encomendar a preparação do(s) mesmo(s). Caso seja necessário adquirir mais informações quanto ao modo de preparação, estabelece-se contacto com o Médico prescritor e essa informação, juntamente com a receita original, são enviadas por fax para aquela farmácia.

7.4. Produtos farmacêuticos homeopáticos

Os produtos homeopáticos são classificados em medicamentos homeopáticos e produtos farmacêuticos homeopáticos. Estes devem reunir, cumulativamente, as seguintes características:

a) administração por via oral ou tópica;

b) grau de diluição que garanta a inocuidade do produto. Não devem conter mais de

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/10.000 de tintura-mãe nem mais de 1/100 da mais pequena dose eventualmente utilizada

em alopatia para as substâncias ativas;

c) ausência de indicações terapêuticas especiais no rótulo ou em qualquer informação relativa ao produto.[15] Oferecem soluções para as patologias mais comuns, tais como constipações, tosse, estados gripais e enjoos, mas podem também ser usados no tratamento de doenças crónicas ou recorrentes, nomeadamente alergias, eczemas e distúrbios do sono. Podem ser considerados uma boa alternativa à terapia convencional por não apresentarem efeitos adversos nem interações medicamentosas.[16] Na FCa são dispensados essencialmente produtos da marca Dr. Reckeweg®.

A FCa disponibiliza aos seus utentes que procuram esta terapia alternativa sessões de Homeopatia que se realizam todas as terças-feiras, salvo algumas exceções, pelo Dr. Casimiro Pinto.

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7.5. Produtos de cosmética e higiene corporal

Estes produtos correspondem a qualquer substância ou preparação destinada a ser posta em contacto com as diversas partes superficiais do corpo humano (epiderme, sistemas piloso e capilar, unhas, lábios e órgãos genitais externos), ou com os dentes e as mucosas orais, com a finalidade de os limpar, perfumar, modificar o seu aspeto, proteger, manter em bom estado ou de corrigir os odores corporais.[17]

Pelo facto de existirem em grande variedade, quantidade e qualidade no mercado, é importante que o Farmacêutico Comunitário se inteire acerca destes produtos por forma a realizar um aconselhamento assertivo, eficaz e benéfico para o utente da sua farmácia. Por isso, na FCa são promovidas regularmente formações internas por parte de laboratórios que comercializam este tipo de produtos e que, eventualmente, estejam representados na farmácia.

A FCa trabalha com e expõe nos seus lineares produtos de vários laboratórios, como Lactacyd e Lutsine, Interapothek e LusaCare®, Pierre Fabre (Pedi Relax®, Elgydium®, Avéne®, Galénic®, Klorane® e Elancyl®), Boots® e Nuxe®, que foi introduzida em maio após formação de todos os funcionários. Efetua também encomendas individuais quando o utente procura um produto específico de uma marca não comercializada na farmácia.

Ao longo do estágio foram várias as situações observadas e experienciadas de aconselhamento destes produtos, onde é fundamental estabelecer um diálogo claro e simples com o utente de modo a identificar os produtos mais adequados às suas características individuais, histológicas, fisiológicas e socioeconómicas.

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7.6. Produtos de puericultura e obstetrícia

A FCa possui um espaço próprio na zona de atendimento inteiramente dedicado a produtos direcionados para os cuidados de mamãs, bebés e crianças. Aqui podem encontrar-se cintas e cuecas pré e pós-parto, almofadas de amamentação, chupetas, biberões, tetinas, fraldas descartáveis, papas, leites, boiões alimentares, variados produtos de cosmética e higiene corporal, óculos de sol, vários utensílios e até brinquedos. Trabalhando com marcas como a Chicco®, Nûby®, Nutriben®, A-DERMA® e KLORANE®. Para estes utentes é necessário dedicar uma atenção especial dada a sensibilidade acrescida de bebés e crianças, e a necessidade dos pais para se sentirem seguros de que estão a oferecer os melhores produtos ao seu bebé.

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7.7. Produtos fitoterápicos

A fitoterapia constitui o sistema terapêutico mais antigo da humanidade, remontando-nos para histórias de valentes curandeiras que desafiavam os deuses e a morte pelo uso de plantas no seu estado selvagem. Os produtos fitoterápicos, tal como o próprio nome sugere, são constituídos à base de plantas e utilizados na prevenção, alívio ou cura de transtornos menores, como infeções, problemas digestivos, doenças de pele e alergias, ansiedade e alterações do sono, excesso de peso, etc.. Estes produtos estão geralmente associados a uma baixa incidência de efeitos adversos mas, ao contrário da crença popular, não são ausentes de toxicidade, pelo que o Farmacêutico deve alertar para esse facto, não negligenciando eventuais efeitos secundários e interações com fármacos ou alimentos.[18] Há uma grande variedade de produtos deste género na FCa, destacando-se as infusões Fitos®, em que cada número corresponde a um produto e uso terapêutico, os chás Tilman® e as Reduztisanas®.

7.8. Suplementos alimentares

Os suplementos alimentares constituem géneros alimentícios que se destinam a complementar o regime de alimentação normal e podem ser usados com variadas finalidades: fornecimento de vitaminas e minerais, programas dietéticos de emagrecimento ou ganho de massa muscular, promoção de energia e função cerebral, melhoria da circulação sanguínea, entrave do desgaste articular e ósseo, desintoxicação, etc.. A procura destes produtos é bastante elevada, cabendo ao Farmacêutico

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consciencializar os consumidores para o facto de não substituírem um estilo de vida saudável, assim como para as consequências do seu consumo em excesso.[19] Na FCa existe uma vasta oferta destes produtos, de marcas e laboratórios como Antistax®, Menopace®, Depuralina®, MorEPA®, Guronsan®, Cholagutt®,Farmodiética, Theralab, etc.. Durante o estágio observou-se uma grande requisição dos vários tipos de suplementos.

7.8.1. Produtos de alimentação especial

Estes géneros alimentícios distinguem-se dos alimentos de consumo corrente pela sua composição especial, obtida recorrendo a processos de fabrico específicos. Revelam-se adequados às necessidades nutricionais particulares de determinados grupos de utentes, como lactentes e crianças, doentes com perturbações digestivas ou metabólicas, doentes oncológicos ou recentemente submetidos a tratamentos de radio e quimioterapia, que necessitam de um reforço alimentar.[20]

Mesmo em bebés que estão a ser amamentados pela mãe, o aleitamento materno deve ser suplementado com produtos específicos para satisfazer as suas necessidades particulares. Estas podem incluir a prevenção de cólicas, regurgitação, obstipação, entre outros. Na ausência dessa possibilidade, existe uma grande variedade de leites adaptados às diferentes etapas de desenvolvimento dos bebés e suas particularidades.

Na FCa são disponibilizados super-alimentos, como o Fortimel® e o da Absorvit®, aconselhados em casos de falta de apetite, défice nutricional e energético, perda de peso acentuada, doentes em convalescença ou acamados e com alterações do trato gastrointestinal que comprometam a normal absorção.

7.8.2. Produtos de dietética

A FCa presta o seu auxílio no combate ao excesso de peso, à obesidade e suas consequências através da Dieta EasySlim®, implementada na farmácia em maio. O excesso de peso e obesidade resultam de uma acumulação excessiva de gordura corporal, acima daquela que é preciso armazenar para fins energéticos. A gordura acumulada na cavidade intra-abdominal e junto aos principais órgãos representa um acrescido risco cardiovasculares (RCV) e de desenvolvimento de hipertensão, diabetes e dislipidémias. Num obeso, a perda de “apenas” 5 a 10% de gordura

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corporal é suficiente para controlar/melhorar os seus parâmetros fisiológicos e reduzir esse RCV.[21]

O programa EasySlim® foi criado e desenvolvido para as Farmácias Nacionais por forma a oferecer uma solução estruturada, segura e personalizada para quem pretende perder peso de forma saudável, rápida e eficaz. Consiste num rastreio gratuito para avaliar o estilo de vida do indivíduo (atividade física, alimentação, comportamento de risco), seguido de acompanhamento semanal por Dietistas e Nutricionistas para promover uma reeducação alimentar, a aquisição de um conjunto de estratégias de gestão de peso e a adesão motivada ao programa.[22] Os objetivos podem ser atingidos através de um programa estruturado em três fases ou por Nutrição Clínica.

A 1ª fase do programa consiste num “Emagrecimento Acelerado”, a 2ª num “Emagrecimento Continuado” e a 3ª na “Manutenção do Peso Ideal”, e inclui a toma de suplementos alimentares essenciais para compensar défices nutricionais habituais nas restrições alimentares e promover uma perda de peso mais eficaz.[22]

Sempre que o programa não possa ser implementado, por razões clínicas (diabéticos, hipertensos, grávidas, etc.) ou escolha do utente, este é encaminhado para a Nutrição Clínica. Aqui, o Dietista/Nutricionista é responsável pelo aconselhamento, planificação e supervisão de protocolos alimentares com vista à implementação de uma terapêutica dietética adequada à situação clínica do utente e promoção de hábitos alimentares saudáveis. Consiste na definição e quantificação dos nutrientes necessários.[23]

Na FCa as sessões são realizadas às sextas à tarde pela Dr.ª Liliana Ribeiro, com elevada procura por parte dos utentes da farmácia e elevada satisfação daqueles que já estão associados ao programa.

7.9. Dispositivos médicos

Os dispositivos médicos são importantes instrumentos de saúde e englobam um vasto conjunto de produtos, cuja venda deve ser adequada às necessidades distintas do doente e suas particularidades.[24]

Na FCa existem muitos destes produtos à disposição do cliente como, por exemplo, seringas, termómetros, testes de gravidez, pulseiras anti-enjoo por acupressão,

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protetores auriculares, sacos de urina, frascos esterilizados, material de penso, caixas e pulverizadores de comprimidos, entre outros.

7.10. Medicamentos e produtos de uso veterinário

Apesar de alguma carência académica no que toca à formação sobre estes produtos, o Farmacêutico é o especialista do medicamento, não só de uso humano mas também animal. Por isso, e por se situar numa zona tipicamente rural, a FCa tem-se empenhado em dar cada vez mais relevo ao chamado ”Espaço Animal”, apresentando já todo um linear de produtos de uso veterinário na sua zona de atendimento e apoiando a formação dos seus colaboradores por forma a se capacitarem a fornecer um atendimento mais entendido e cuidadoso.

Sendo muitas as pessoas que têm um ou mais animais de companhia, geralmente cães e gatos, cuja saúde se reflete também no agregado familiar e vice-versa, é essencial educá-las para a importância de medidas preventivas. Aqui destaca-se a necessidade regular de desparasitação externa e interna do(s) animal(ais) e, neste último caso, também dos humanos que com ele(s) contactam.

Tratando-se o Peso da Régua de uma cidade do interior, e no sentido de oferecer o melhor atendimento possível aos seus utentes, a FCa apresenta muitos outros produtos de uso animal, inclusive para gado ovino, bovino, suíno e galináceo.

Sempre que surge uma dúvida, os funcionários da FCa podem contar com o apoio de vários Veterinários que compõem o Espaço Animal.

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8. Aconselhamento farmacêutico

A função do Farmacêutico não consiste só na entrega dos medicamentos destinados à prevenção e à cura das doenças e à proteção da saúde, como se de uma simples transação comercial se tratasse. Como último profissional de saúde a estar em contacto com o utente antes que este tome o medicamento prescrito, a sua intervenção é fulcral para sensibilizar quanto aos perigos de práticas inadequadas e para assegurar a eficácia e a segurança do medicamento. Assim, é imprescindível prestar-lhes todos os esclarecimentos, de forma simples, clara, pessoal e adaptada ao seu nível sociocultural, sobre a correta, segura e eficaz utilização dos medicamentos, modo de administração, efeitos terapêuticos desejados e secundários, eventuais interações, contra-indicações e conservação correta do mesmo.[1,2]

A informação ao utente é fundamental para o uso racional dos medicamentos e maximização do resultado terapêutico. O desconhecimento da necessidade e dos cuidados específicos da terapêutica contribuem para o seu fracasso e, consequentemente, para o desperdício de recursos e acréscimo dos encargos com os cuidados de saúde. O Farmacêutico deve assegurar-se que o utente não tem dúvidas sobre os cuidados de utilização do medicamento (como, quando e quanto), a duração do tratamento e eventuais precauções especiais. Além da comunicação oral, os conselhos e informação prestados devem ser reforçados por escrito ou com material de apoio condizente.[2]

9. Gestão de stocks

A gestão racional de stocks é um processo complexo que exige um vasto conhecimento de variáveis como o perfil dos utentes e suas necessidades, as variações sazonais de vendas, a publicidade efetuada a determinados produtos pelos meios de comunicação social, a viabilidade económica da farmácia, etc..[25] O Sifarma foi desenvolvido precisamente para auxiliar na gestão diária de uma farmácia, no que respeita à entrada e saída de mercadoria e todas as tarefas com ela relacionadas, desde o inventário de produtos ao controlo de prazos de validade.[2,4]

O stock ideal é aquele que permite uma boa rotação de produtos. Para isso, a FCa estipula para cada produto um stock mínimo e outro máximo, que evitem a rutura de stock que a impossibilite de responder às necessidades dos seus utentes e,

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simultaneamente, não conduzam à retenção de produtos com custos para a farmácia. Assim, é importante que haja liquidez de produtos e maximização económica e financeira do capital investido. O estabelecimento destes valores é efetuado pelas Dr.as Filipa, Luísa e Joana no sistema informático, e é por ele facilitado devido à existência de uma “Ficha do Produto”, que permite a consulta do histórico de compras e vendas.

10. Organização, Conferência e Correção de receituário

Durante todo o estágio, e duas vezes ao dia, as receitas foram organizadas por entidade comparticipante/plano de comparticipação, lote por ordem crescente e número de receita por ordem decrescente, sabendo que o Sifarma faz a gestão em lotes com 30 receitas cada. Também diariamente, as Dr.as Luísa, Joana e Sónia conferem e eventualmente corrigem essas receitas por forma a ser detetado atempadamente qualquer erro cometido, permitindo o rápido contacto com o utente e resolução do problema, e a assegurar que se cumprem todos os requisitos para que sejam consideradas válidas pelas entidades comparticipantes e a farmácia receba o valor a que tem direito.

No final de cada mês procede-se ao fecho dos lotes no sistema informático e imprime-se o “Verbete de identificação de lote” e a “Relação de resumos de lote”. Esta documentação e as respetivas receitas são enviadas para o Centro de Conferência de Faturas (CCF) quando a entidade comparticipante é o SNS, ou para a ANF que posteriormente as distribui pelas restantes entidades. Procede-se depois ao reembolso do valor das comparticipações à farmácia, a não ser que sejam apontadas irregularidades, passíveis ou não de resolução.[10]

11. Controlo de medicamentos estupefacientes e psicotrópicos

Apesar das suas inúmeras aplicações terapêuticas, os estupefacientes e psicotrópicos apresentam também alguns riscos como indução de habituação, podendo mesmo causar dependência. Por isso mesmo são sujeitos a uma legislação específica para assegurar que sejam utilizados apenas a nível clínico e de forma lícita.[26]

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A aquisição destes medicamentos faz-se através dos distribuidores grossistas e de modo semelhante à dos restantes produtos. Diferenciam-se pelo envio de um documento de requisição por parte do fornecedor (em todas as encomendas em que estão presentes pela OCP Portugal e mensalmente pela Alliance Healthcare) que, após conferência, é assinado e carimbado pela Dr.ª Luísa, devolvido ao fornecedor e o respetivo duplicado arquivado na farmácia durante três anos.

Aquando da sua dispensa, é pedido pelo sistema informático o preenchimento dos seguintes dados, algo que não é exigido para a restante medicação,:

• nome do médico prescritor; • nome e morada do doente;

• nome, morada, idade, número do documento de identificação e respetiva data de expiração do utente a quem é feita a dispensa. O adquirente da medicação não pode ter idade inferior a 18 anos nem apresentar défice mental.[8]

Após conclusão da venda, para além da impressão da receita e respetiva fatura, é emitido o “Documento de Psicotrópicos” em duplicado e de forma sequencial, que contém informação relativa ao medicamento dispensado, médico prescritor, utente e adquirente. Um desses documentos é agrafado à receita para posterior envio ao CCF ou à ANF, o outro é agrafado à fotocópia da receita para arquivamento.

Através do Sifarma são emitidos trimestralmente o “Registo de entradas”, mensalmente o “Registo de saídas” e anualmente o “Balanço de E/S” destes medicamentos, a ser enviados ao INFARMED com aviso de receção, e mantendo-se arquivo de todos os documentos na capa de “Registos de psicotrópicos”.

Nota 1: Para as benzodiazepinas é apenas necessário enviar o mapa de balanço anual.

12. Farmacovigilância

A farmacovigilância é a atividade de saúde pública que tem por objetivo a identificação, quantificação, avaliação e prevenção dos riscos associados ao uso dos medicamentos em comercialização, permitindo o seguimento dos possíveis efeitos adversos dos medicamentos. Como parte integrante do SNS, o Farmacêutico tem o dever de comunicar com celeridade tais suspeitas, pelo que, sempre que seja detetada uma reação adversa a medicamentos, esta deverá ser notificada ao Sistema Nacional de Farmacovigilância (SNF) com as seguintes informações:

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• descrição da reação adversa (sinais e sintomas), sua duração, gravidade e evolução; • possível relação com a toma do medicamento X;

• data de início e suspensão da terapia, lote do medicamento, via de administração e indicação terapêutica;

• outros medicamentos que o doente esteja a tomar ou tome regularmente.[2]

É ainda importante oferecer acompanhamento àquele utente de modo a ajudá-lo na resolução dos efeitos da reação adversa e a chegar à terapia que com ele mais se coaduna, melhorando a sua saúde e qualidade de vida.

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CUIDADOS DE SAÚDE PRESTADOS NA FARMÁCIA

O conjunto de serviços que hoje é prestado aos portugueses pelos Farmacêuticos nas farmácias afirma-as, cada vez mais, como uma unidade imprescindível para o funcionamento completo do sistema de saúde.[1]

1. Programas de educação para a saúde

O entendimento de que a promoção da saúde pública passa pela educação, proteção e prevenção está ainda na base de todo o esforço de informação e de pedagogia de saúde junto das populações.[1] A educação para a saúde é um processo ativo que pretende criar na população, conhecimentos, habilidades e atitudes para lhe permitam prevenir a doença ou lidar com ela, mudando os comportamentos individuais de risco e oferecendo ao utente a possibilidade de participar na tomada de decisões acerca da sua saúde e tratamento. Os Farmacêuticos Comunitários devem criar condições para que os indivíduos, as famílias, os grupos e as populações adquiram essas capacidades e as desenvolvam.[2]

1.1. Intervenção no risco cardiovascular

É no sentido de contribuir para que os seus doentes com RCV alcancem os objetivos terapêuticos e previnam possíveis complicações que os funcionários da FCa insistem na divulgação dos hábitos e estilos de vida que devem ser por eles adquiridos, como uma alimentação saudável, ingestão de bastante água, prática de exercício regular e, se for o caso, adesão e correto cumprimento da terapêutica.

1.2. Intervenção no “medo” dos genéricos

Atualmente, os medicamentos genéricos ocupam uma posição relevante nos stocks das farmácias, mas também nos receios dos seus utentes. O medicamento genérico é definido como tendo a mesma substância ativa, forma farmacêutica, dosagem e indicação terapêutica que o medicamento original de marca que lhe serviu de referência. No fundo, tem a mesma qualidade, eficácia e segurança que o original mas

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um preço inferior.[27] Perante este panorama, há quem reaja com confiança e satisfação pela melhor relação custo-benefício, mas há também quem se sinta ainda muito inseguro. Foi precisamente direcionado para estes utentes que a FCa abriu as suas portas à formação sobre genéricos realizada pela Ratiopharm, no sentido de esclarecer dúvidas e incertezas e de aumentar a adesão à terapêutica por estes doentes, que muitas vezes a abandonam por razões económicas.

2. Determinação de parâmetros bioquímicos e fisiológicos

Enquanto espaço de saúde, a farmácia pode oferecer serviços que permitam a medição de indicadores para avaliação do estado de saúde do doente e/ou eficácia e segurança da terapia. Os aparelhos de determinação usados devem estar devidamente validados e calibrados.[2] Sendo uma entidade próxima dos utentes e de fácil acesso, a farmácia surge como um lugar privilegiado para o controlo destes parâmetros. E o Farmacêutico, para além de poder informar o utente quanto a medidas não farmacológicas que pode adotar e promover a adesão à terapêutica, ainda pode alertar os indivíduos com um histórico de valores anormais, encaminhando-os para o Médico no sentido de controlarem a doença e evitarem complicações graves.

Na FCa a determinação de parâmetros fisiológicos e bioquímicos (pressão arterial, glicémia, colesterol total, peso e altura) [Anexo 6] é bastante requisitada, e os seus resultados registados num cartão individualizado disponibilizado pela farmácia, o que auxilia no controlo e monitorização de doenças crónicas com elevada prevalência em Portugal, nomeadamente a Hipertensão Arterial (HTA) e a Diabetes Mellitus (DM).

No decorrer do estágio foram várias as oportunidades apresentadas para determinar estes parâmetros e efetuar o respetivo aconselhamento, de medidas não farmacológicas ou de acompanhamento médico. A maioria dos utentes que recorreram a estes serviços, principalmente à medição da pressão arterial, era regular.

֍ Pressão Arterial: determinação procurada por doentes hipertensos medicados ou

não, utentes saudáveis ou que apresentavam mal-estar de origem desconhecida. A medição é efetuada por um tensiómetro automático, o qual determina a pressão sistólica e diastólica (deve ser < 120/80mmHg) e a frequência cardíaca (deve ser 60-100bpm).

Referências

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