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Programa de medidas do Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2 (PGRH2): avaliação da bacia hidrográfica do Ave

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Tiago Joaquim Rodrigues Gonçalves

Programa de medidas do Plano de

Gestão da Região Hidrográfica 2 (PGRH2):

Avaliação da bacia hidrográfica do Ave

Tiago Joaquim Rodrigues Gonçalves

Outubro de 2015

UMinho | 2015

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Universidade do Minho

Instituto de Ciências Sociais

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Outubro de 2015

Relatório de estágio Curricular no

Mestrado em Geografia

Especialização em Planeamento e Gestão do Território

Trabalho efectuado sob a orientação do

Professor Doutor Francisco da Silva Costa

Tiago Joaquim Rodrigues Gonçalves

Programa de medidas do Plano de

Gestão da Região Hidrográfica 2 (PGRH2):

Avaliação da bacia hidrográfica do Ave

Universidade do Minho

Instituto de Ciências Sociais

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III

Agradecimentos

Pretendo deixar uma palavra de agradecimento, breve mas sincera, em primeiro lugar como não poderia deixar de ser há minha família, por me terem dado a possibilidade de me realizar desta forma, sem o vosso esforço seria impossível e estou grato pela vossa força e compreensão. Em particular refiro-me aos meus pais e irmãs, que tudo fizeram para tornar possível mais esta etapa. Pelo apoio, carinho e pela força que sempre me deram.

Também um agradecimento para o meu orientador, professor doutor Francisco Costa, pela inteira disponibilidade no acompanhamento do trabalho, pelo tempo e atenção despendido na realização do meu objetivo, não só no desenvolvimento do relatório, mas também na ajuda e contacto que possibilitou este estágio com a ARHN.

Ao Engenheiro Arnaldo Machado da ARHN deixo um sincero obrigado, incapaz de retribuir toda a atenção, gentileza, concelhos e sobretudo a amizade que sempre demonstrou. Agradeço também pelos dados que me facultou para o trabalho e que possibilitaram um forte enriquecimento de conteúdos.

Por fim, mas não menos importante e como não poderia deixar de ser, uma palavra de agradecimento também para todos os meus amigos, por perceberem a minha ausência em certos momentos e por nunca deixarem de me apoiar.

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IV

Resumo

Programa de medidas do Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2 (PGRH2): Avaliação da bacia hidrográfica do Ave

A poluição antrópica é a causa de muitos problemas causados ao ambiente e tem degradado muitos dos recursos disponíveis. O uso desmedido da água acontece ainda com frequência, sobretudo no setor agrícola e industrial.

Na Bacia do Ave, a indústria é a grande responsável pela deterioração dos cursos de água da região. Com a emissão de fortes poluentes ligados aos curtumes e tinturaria por parte do setor têxtil assistimos à constante degradação dos recursos hídricos.

Tornou-se necessário criar medidas e leis de proteção específicas para os recursos hídricos e sanções para os infratores ao cumprimento das mesmas. O planeamento e a gestão tornou-se uma ferramenta fundamental para reverter o mau estado das massas de água. Reforçando a importância do cumprimento imposto pela legislação, nesse contexto a Diretiva Quadro da Água, veio estabelecer normas europeias a fim de que os rios em toda a Europa possam atingir uma melhoria gradual da qualidade das suas águas, através dos sucessivos ciclos de planeamento a que estão sujeitos pelos governos.

Este estágio surge no âmbito curricular com intuito de avaliar o programa de medidas e o processo de participação pública que antecede a realização do novo Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2 (RH2), que vai suceder ao Plano de 2009-2015, nomeadamente de identificar algumas lacunas e sugerir outras abordagens, além de avaliar a metodologia utilizada e a implementação do programa de medidas na bacia do Ave em particular.

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V

Abstract

Measures plan of the hydrographic region’s management plan 2 (PGRH2):Ave’s hydrographic basin evaluation

The anthropic pollution is the cause of many environmental problems and it has been damaging many of the available resources. The uncontrolled use of water is still frequent, mainly in the industrial and agricultural sectors.

At Ave’s basin, industry is the main responsible for the damage of the region’s water courses. The heavy pollutant emissions by the fabric sector, mainly tanneries and cleaners are damaging the hydrous resources.

Therefore it has become necessary to create specific protection measures and laws to the hydrous resources and also fines for those who do not follow them. For this, planning and management became a crucial tool to reverse the bad condition of the water masses. To reinforce the importance of this legislation’s accomplishment, the Water Board Directive ( Diretiva Quadro da Água ) established European rules so that all the rivers in Europe may reach a gradual improvement of their water quality, through successive planning cycles which are imposed by governments.

This internship appears in the curricular context with the purpose to evaluate the measures program and the public participation process that predates the realization of the new Hydrographic Region’s Management Plan 2 (RH2), which will succeed the 2009-2015 Plan, mainly to identify some failures and suggest other approaches , apart from evaluating the adopted methodology and the implementation of the measures program, particularly in the Ave’s basin

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VI

Siglas

 (APA), Agência Portuguesa do Ambiente

 (ARHN), Administração da Região Hidrográfica do Norte;

 (CCDR), Comissões de Coordenação e Desenvolvimento Regional  (CCDRN), Comissão de Coordenação da Região Norte;

 (DQA), Diretiva Quadro da Água

 (DGRAH), Direção-Geral dos Recursos e Aproveitamentos Hidráulicos  (DRAOT), Direções Regionais do Ambiente Ordenamento do território.

 (DRAOT-N), Direção Regional do Ambiente e do Ordenamento do Território do Norte  (ETARES), Estação de Tratamento de Águas Residuais;

 (ETAS), Estação de tratamento de Águas para consumo, (Captação);  (PGBH), Plano de Gestão de Bacia Hidrográfica;

 (PGRH), Plano de Gestão da Região Hidrográfica;  (PNUEA), Plano Nacional, para o uso eficiente da água;  (POOC), Plano de Ordenamento da Orla Costeira;  (PROT), Plano Regional de Ordenamento do Território;  (QSIGA), Questões significativas

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VII

Índice Geral

Agradecimentos ……….III

Resumo ……….IV

Abstract ……….….V

Siglas ………..VI

Índice Geral ……….VII

Índice de figuras ……….IX

Introdução ……….11

Parte I – Experiência profissional ………12

1.1 Expectativa em relação ao trabalho a desenvolver ………..13

1.2 Trabalho a desenvolver e resultados esperados ………..14

1.3 Tarefas desenvolvidas ………15

Parte II – Enquadramento ………31

2.1 Localização Geográfica ……….31

2.2 Enquadramento Climático e Geológico ………32

2.3 A importância da água como recurso estratégico ………..34

2.4 Enquadramento legal, Institucional ………..35

Parte III – Contributos e Resultados esperados ……….37

3.1 Contributo do estágio no desenvolvimento de competências ………37

3.2 Resultados esperados ………39

3.3 Reflexão crítica decorrente da problemática ………..39

(10)

VIII

3.3.2 Programa de medidas ………..41

3.3.3 Investimento em saneamento ………..47

Parte IV – Reflexão Crítica ……….49

4.1 Reflexões ………49

Conclusão ………..……….54

Bibliografia ………..55

(11)

IX

Índice de Figuras

Figura 1 – Modelo elucidativo do funcionamento de uma ETAR ………17

Figura 2 – ETAR de Frossos ………18

Figura 3 – ETAR de Palmeiras ………..18

Figura 4 – ETAR de Santo Emilião ………19

Figura 5 – ETAR da Rabada ………19

Figura 6 – ETAR de Vila do Conde ………..20

Figura 7 – Modelo elucidativo do funcionamento de uma ETA ………21

Figura 8 – Captação das Taipas ………..21

Figura 9 – Captação do Cávado/Braga ……….22

Figura 10 – Captação de Areias de Vilar/ Barcelos ……….22

Figura 11 – Placar identificativo da obra ………..24

Figura 12 – Intervenção contra a erosão das margens ………..25

Figura 13 – Enquadramento geográfico da Bacia do Ave ……….31

Figura 14 – Precipitação média mensal RH2 ……….33

Figura 15 – Mapa de distribuição de medidas pela Bacia hidrográfica do Ave ………..40

Figura 16 – Estrutura do PGRH2 ……….41

Figura 17 – Tipos de medidas x Objetivos propostos ………...42

Figura 18 – Estações de tratamento de Águas Residuais x População servida ……….47

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11

Introdução

A água é um recurso que carece de cada vez maior preocupação, no que respeita a quantidade, qualidade e disponibilidade. O planeamento dos recursos hídricos, visa fazer a gestão de uma forma adequada da água, para não comprometer as gerações futuras e tenta inverter os erros do passado que se repercutiram na degradação deste recurso. Perante este facto irrevogável, achamos interessante desenvolvermos um trabalho de pareceria com a Administração da Região Hidrográfica do Norte, que resultou na produção deste relatório de estágio, com o título: Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2 (PGRH2): Avaliação da bacia hidrográfica do Ave.

Este relatório corresponde ao trabalho desenvolvido entre o dia 1 de Janeiro de 2015 e o dia 31 de Agosto de 2015 nas instalações da ARHN, envolvendo a Universidade do Minho e a Agência Portuguesa do Ambiente.

Ao longo do trabalho são retratadas as tarefas desenvolvidas no estágio, bem como as competências adquiridas.

O trabalho tem como objetivos principais, estabelecer uma conexão entre a universidade e o organismo ARHN, de forma a complementar os conhecimentos teóricos académicos com o trabalho prático. Conhecer a organização interna e a forma como desenvolvem os Planos. Desenvolver um estudo de avaliação que possa ser útil para ambas as partes, que se manifeste em termos práticos numa reestruturação dos PGRH, em particular no programa de medidas dos rios, Cávado, Ave e Leça. Visitar no terreno algumas das medidas implementadas, o seu funcionamento e eficiência. Participar ativamente em reuniões e debates sobre as questões significativas da água.

Na produção do trabalho realizou-se leitura de vários planos regionais, análise e cruzamento de dados de relatórios sobre os PGRH2, fichas de saída de campo e mapeamento da distribuição das medidas na bacia do Ave com recurso aos Sistemas de Informação Geográfica.

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Parte I – Experiência profissional

No período de estágio procederam-se a algumas reuniões tendo a primeira sido realizada no dia 27 de Dezembro, com a apresentação pessoal do meu orientador Francisco Costa, onde foi exposto de forma breve os trabalhos que tem vindo a desenvolver na área dos recursos hídricos. Esta reunião teve como objetivo principal ter um primeiro contacto acerca do funcionamento da ARHN, das suas competências e funções enquanto organismo da Agência Portuguesa do Ambiente.

Posteriormente a estas apresentações houve uma conversa de esclarecimento acerca do trabalho a desenvolver, também deste projeto entre a universidade do Minho e a ARHN. Estipulamos a organização de um plano de atividades e reuniões regulares, para reajustar alguns pormenores relativamente ao estágio.

A partir dessa data, com a periocidade de 2 a 3 vezes por semana, frequentamos a ARHN, até 31 de Agosto, onde com o acompanhamento do Engenheiro Arnaldo Machado desenvolvemos algumas tarefas relacionadas com o plano de estágio. Todas as atividades, bem como reuniões ficaram datadas e serão apresentadas ao longo do relatório.

Apesar do relatório incidir sobre a Bacia do Ave, desenvolvemos também tarefas com relação a outras bacias, das 3 regiões hidrográficas do Norte.

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1.1- Expectativa em relação ao trabalho a desenvolver

Começamos por ter espectativas bastante positivas em relação ao trabalho no âmbito do estágio curricular, uma vez que pensamos sempre ser possível desenvolver um trabalho conjunto que pudesse vir a ser integrado até mesmo no novo Plano de Gestão para a RH2. Com o passar do tempo, percebemos que apesar da intenção manifesta, se tornaria difícil a concretização desse objetivo. Ainda assim acreditamos que as críticas resultantes do relatório possam ser tidas em conta, fazendo com que resultem as devidas correções necessárias.

A principal expectativa é de ganhar uma maior experiência e adquirir novas competências para as questões relacionadas com os Planos de Gestão. Ter a noção clara do funcionamento da instituição, bem como a forma de organização e divisão de tarefas no que constitui a elaboração de planos de Gestão de Regiões Hidrográficas.

Podemos apontar os seguintes resultados obtidos com a realização do estágio na ARH do Norte:

- O contributo para a organização da ARHN, no que respeita ao programa de medidas do Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2 (na bacia do Ave).

- A avaliação da implementação das medidas nas massas de água.

- A identificação de fragilidades que têm de ser melhoradas para que as massas de água não saiam em prejuízo. E neste sentido apontar algumas respostas.

- A visita a infraestruturas resultantes da ação do programa de medidas e perceber o seu funcionamento e importância.

- A intervenção e colaboração no processo de participação pública.

- A integração numa equipa que possa trabalhar de futuro dentro dos temas ligados aos recursos hídricos.

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1.2 Trabalho a desenvolver e resultados esperados

Como ponto de partida, pretendemos fazer uma comparação entre os diferentes tipos de planos no quadro de avaliação do Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2, no sentido de verificar a sua articulação com os outros planos de Gestão territorial.

A finalidade do presente projeto passa pelo “estudo e avaliação do programa de medidas referente à Bacia do Ave”, inserida na Região Hidrográfica 2 (RH2), no que respeita a avaliação, acompanhamento e monitorização das mesmas.

Pretendemos atingir os seguintes objetivos específicos:

- Compreender o direito da água, no que respeita à regulamentação das leis nacionais e internacionais e sua aplicação ao nível dos Serviços da APA;

- Analisar a orgânica, as competências e os procedimentos das secções que compõem os APA_ARH Norte, no que respeita às competências para a aplicação do PGRH2;

- Compreender as relações entre as instituições públicas, privadas e particulares, no desenvolvimento dos processos administrativos, relacionados com as medidas previstas no PGRH2;

- Identificar o tipo de conflitos entre utilizadores, agentes e Serviços da ARH do Norte. - Fomentar a colaboração/ pareceria com a ARHN, no desenvolvimento deste projeto.

- Apoiar na análise estrutural detalhada do plano e dos seus conteúdos, de forma a apurar se as medidas visadas no programa, correspondem às necessidades reais.

- Desenvolver trabalho de campo que interligue a investigação e conteúdo científico com a componente prática em contexto de trabalho e no exterior.

- Distinguir os diferentes tipos de intervenções sobre o Domínio Público Hídrico e os impactes, problemas e condicionantes que daí resultam.

Vários aspetos vão ser abordados no que respeita ao programa de medidas: - Fazer a análise processual que está na base da elaboração do PGRH.

- Definir de que forma estas medidas têm atingido as metas propostas. - Identificar o nível de inovação tecnológica das medidas e o seu potencial.

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- Identificar se os problemas de bacia que visam ser corrigidos/melhorados por essas medidas estão a ser solucionados de uma forma eficaz ou se apresentam ciclos de sazonalidade.

- Analisar o contexto da participação pública na elaboração dos planos.

- Compreender se as medidas propostas são suficientes para atingir os objetivos de qualidade da água, impostos pela Diretiva Quadro da Água.

Trata-se de perceber em primeiro lugar, todo o funcionamento e competências da ARHN, quais são as limitações físicas e humanas e perceber as metas propostas.

Em termos de resultados esperamos que o trabalho seja uma consolidação dos conhecimentos teóricos e que abram futuros horizontes de trabalho na área. No que consigna especificamente ao relatório, contamos encontrar fragilidades em diferentes níveis do plano, principalmente na monitorização e que podem levar a diagnósticos menos corretos. Esperamos que o trabalho seja algo pragmático e que sirva para melhoramentos futuros na questão do programa de medidas. Que seja criada uma metodologia específica de avaliação das medidas, onde possamos dar o nosso contributo, participando ativamente neste processo em conjunto com os responsáveis da ARHN.

1.3 Tarefas desenvolvidas e Metodologia

As tarefas desenvolvidas foram numa fase inicial de pesquisa e investigação, incidindo no conhecimento dos PGRH e outros planos regionais complementares. Adotamos como metodologia, a leitura e análise de documentos relacionados com o planeamento dos recursos hídricos e respetiva legislação. Posteriormente fizemos cruzamento de dados em Excel relativamente ao programa de medidas do plano e um guião de saídas de campo onde constavam algumas das medidas do referido programa em análise.

Iniciamos com a análise sobre a formulação de um plano regional e fatores a ter em conta na sua elaboração, na perspetiva Geográfica e Hidrológica. Onde seguidamente são apresentadas algumas caraterísticas fundamentais na sua elaboração. Nesta perspetiva, a visão fundamental tida como ponto de partida num plano desta natureza, incide inevitavelmente sobre o território, as pessoas, instituições e atividades económicas e diversos outros (fatores múltiplos) que são apresentados:

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- Diversidade geográfica (padrões físicos, demográficos e de povoamento, socioeconómicos e culturais);

- Potencial hídrico, áreas protegidas, classificadas como património da humanidade; - Avaliação Ambiental.

Há também uma visão policêntrica sustentável a longo prazo que envolve os planos, por forma a:

- Promover a intensificação tecnológica da base produtiva regional - Assegurar, sustentadamente, a competitividade regional

- Promover a inclusão social e territorial.

O objetivo final é, através dessa estratégia, promover uma forte coesão não só económica mas também social e territorial e para isso é determinante uma outra visão que se prende com a realização de equipas técnicas com uma pluralidade de formação que potencie ao máximo os planos, fazendo com que a articulação entre diferentes tipos de planos seja o melhor possível.

Depois de estudar a forma de realização dos planos, fizemos a leitura dos planos (PNUEA, POOC, PGBH, PGRH, PROT) tendo posteriormente realizado uma comparação dos planos de bacia Espanhóis equivalentes aos nossos PGRH.

Planos Estudados:

- (PNUEA), Plano Nacional, para o uso eficiente da água; - (POOC), Plano de Ordenamento da Orla Costeira; - (PBH), Plano de Bacia Hidrográfica;

- (PGRH), Plano de Gestão da Região Hidrográfica; - (PROT), Plano Regional de Ordenamento do Território; Artigos científicos:

- Bases de dados internas (ARHN) – Workspace e Plataforma de Gestão de medidas Saídas de campo

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As saídas de campo resultaram na visita a ETAR`ES e ETA`S, onde foi feita uma pré seleção com base no programa de medidas do PGRH2, das mais importantes a visitar. Algumas encontram-se fora da bacia do Ave e serviram como termo de comparação em termos de dimensão e modos de funcionamento.

Foram escolhidas estas infraestruturas, pois grande parte do investimento do 1º ciclo de planeamento (2009-2015) e das ações realizadas através das medidas recaí precisamente sobre as questões de saneamento e captações de água, mas com maior ênfase nas questões de saneamento. Pelo que na fig.1 apresentamos um quadro síntese, de como se processa todo o tratamento a que estão sujeitas as águas residuais, desde a sua chegada às instalações até a sua devolução no meio recetor, que na maioria dos casos são rios e afluentes.

Figura 1 Modelo elucidativo do funcionamento de uma ETAR

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A primeira ETAR a ser visitada, no âmbito das saídas de campo foi a de Frossos em Braga,

fig.2 cuja empresa responsável é a AGERE. A imagem encontra-se na própria sede, em formato

de maquete, reproduzida a uma pequena escala, com uma reprodução fidedigna de todo o espaço e equipamento. A visita foi acompanhada pelo Engenheiro Arnaldo Machado da ARHN.

Figura 2 ETAR de Frossos

Fonte: imagem captada pelo próprio

A figura que se segue é referente a um dos processos de separação de resíduos sólidos, de granulometria mais reduzida, que não são filtrados nos primeiros processos de gradagem efetuados pela ETAR de Palmeiras. A empresa responsável é a LUSÁGUA. Acompanharam na visita o Engenheiro Arnaldo Machado e a Engenheira Sofia Vieira.

Figura3 ETAR de Palmeiras

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De seguida expomos uma imagem do tanque principal de tratamento de águas residuais de Santo Emilião. A empresa responsável pela manutenção e gestão é a Águas do Ave S.A. Nesta visita participou também o Doutor Francisco Costa, Engenheiro Arnaldo e a Engenheira Carla Azevedo. Figura 4 ETAR de Santo Emilião

Fonte: imagem captada pelo próprio

A TRATAVE é a empresa responsável pela ETAR da Rabada, uma das maiores do Ave e que pelo que presenciamos, recebe muitos efluentes da Industria, sobretudo de tinturarias de têxteis o que se reflete nesta cor da água, percetível na imagem que apresentamos de seguida

Figura 5 ETAR da Rabada

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A última ETAR a ser visitada e ilustrada é a de Vila do Conde, uma das obras mais recentes do programa de medidas do PGRH2. Trata-se de uma ETAR de grandes dimensões e com grande capacidade de tratamento. Possuí um nível tecnológico avançado, com capacidade de aproveitamento e transformação dos gases produzidos pelos resíduos em energia. A imagem é referente ao equipamento descrito “Gasómetro”. Acompanharam a visita o Engenheiro Vitorino da ARHN, O Engenheiro Arnaldo Machado e o Engenheiro Vasco Braga da Efacec.

Figura 6 ETAR de Vila do Conde

Fonte: imagem captada pelo próprio

As ETA´S, por sua vez, são indispensáveis para assegurarem a captação e distribuição de água em perfeita qualidade para ser consumida pela população, sem necessidade de tratamentos adjacentes, assim que é aberta uma torneira numa casa com abastecimento pela rede de águas Municipais ou Supramunicipais. Ainda que as finalidades sejam diversas, esta água possuí o grau de pureza adequado para ser ingerida e para higiene pessoal dos cidadãos.

De seguida através de um esquema, para melhor compreensão mostramos o funcionamento de uma estação de tratamento de águas, com os mesmos mecanismos e procedimentos das captações de água visitadas.

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Figura 7 Modelo elucidativo do funcionamento de uma ETA

Fonte: http://www.agda.pt/tratamento-de-agua.html

A Captação das Taipas, está sob responsabilidade da VIMÁGUA e abastece população do Ave e de Vizela. A imagem é referente a uma das etapas de purificação da água, dentro dos tubos brancos, encontram-se os filtros de micropartículas.

Figura 8 Captação das Taipas

Fonte: imagem captada pelo próprio

A imagem que se segue mostra a fase final da água que já vem tratada dos diversos tanques em que está armazenada e pronta a seguir para as estações elevatórias que a farão

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chegar aos reservatórios, onde sofre novamente uma injeção de cloro, seguindo depois para o utilizador. A empresa responsável pela captação é a AGERE.

Figura 9 Captação do Cávado/Braga

Fonte: imagem captada pelo próprio

Por fim a Captação de Areias de Vilar, que se localiza no rio Cávado, mas foi igualmente visitada por ser a maior da RH2. É visível na imagem o rio assim como uma das colunas de captação e os reservatórios.

Figura 10 Captação de Areias de Vilar/ Barcelos

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- Cruzamento de dados e elaboração de fichas em Excel o Avaliação do estado de Execução das medidas

o Fichas de saídas de campo, com dados sobre cada unidade visitada

o Ficha de massas de água transfronteiriças com incidência no rio Douro nome ficheiro - (M_A transf RHDouro)

- Participação em reuniões da APA o 05-02-2015

 Lisboa; APA “Zonas inundáveis e riscos de inundação, Planos de Gestão de risco de inundação”.

o 10-03-2015

 Lisboa; LNEC “Planeamento dos recursos hídricos no âmbito da DQA – desafios para 2016-2021

o 30-04-2015

 Porto; ARHN “Reunião com as entidades gestoras (CIMS), com o objetivo de debater e analisar as medidas que foram ou não executadas e para ver as que transitam para o próximo ciclo; (medidas na área da drenagem e saneamento.

o 17-06-2015

 Régua; “Sessão pública de apresentação das propostas de Plano de Gestão da Região Hidrográfica das partes Portuguesa e Espanhola da Região Hidrográfica do Douro”

- Debates sobre as QSIGA o 20-02-2015

 Viana do Castelo; “Sessão de participação pública, Questões Significativas da Gestão da Água (QSIGA)” RH1.

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 Porto; “Sessão de participação pública, Questões Significativas da Gestão da Água (QSIGA)” RH3.

o 27-03-2015

 Braga; “Sessão de participação pública, Questões Significativas da Gestão da Água (QSIGA)” RH2.

- Visita no âmbito da implementação de Restauro fluvial no Rio Lima

Figura 11 Placar identificativo da obra de Requalificação

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Na figura 12 é possível observar a obra feita em Cardielos, para mitigar o problema de erosão que afetava a margem. Optou-se por um entrançado de vegetação seca com a sua fixação e estacas de salgueiros naturais do rio.

Figura 12 Intervenção contra a erosão das margens

Fonte: imagem captada pelo próprio

Participação no debate das Qsiga; questões colocadas:

No cumprimento da aplicação dos princípios da convenção de Albufeira e últimas cimeiras Ibéricas, os Governos de Portugal e Espanha, acordaram impulsionar a elaboração conjunta do plano de Gestão de bacias partilhadas.

- Relativamente a este compromisso, qual o ponto de situação de ambas as partes? - Quais os objetivos ambientais para as massas de água transfronteiriças, tendo em conta que do lado Espanhol, no rio Minho internacional haverá ainda problemas significativos por resolver?

Nas últimas décadas, temos assistido a um contínuo aumento do número de incêndios florestais a maioria causados pelo homem. Inerente a estes fenómenos, temos uma problemática

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que está associada à escorrência das águas, as quais provocam arrastamentos de grandes cargas sedimentares e nutrientes, oriundos desses solos desprovidos de vegetação, tendo efeitos diretos no estado da massa de água, suspensão de sedimentos, que causam turbidez, subida dos leitos e depósitos sólidos entre outros…

- Não se deveria dar particular atenção a este fenómeno?

- O que deveria ser feito no sentido de proteger as margens e massas de água?

- Já foram feitos estudos que contemplem a problemática e pensadas formas de a mitigar? Não é novo o fenómeno, que diz respeito à introdução de espécies exóticas entre as quais piscícolas. Estas espécies têm proliferado quer em número de população como de espécies propriamente ditas. Ainda assim é um problema que não tem sido muito abordado. As espécies autóctones muitas vezes não têm capacidade de competir com estes predadores vorazes, levando num futuro à sua possível extinção.

- Não será pertinente estudar a fundo esta questão e procurar soluções e medidas urgentes que salvaguardem as espécies naturais?

A orla costeira da RH1 tem registado em especial no último ano situações críticas de erosão, evidenciando risco para os aglomerados e populações ribeirinhas, assim como praias e águas balneares. Sendo os cordões dunares bem como outras estruturas as formas de proteger estes ecossistemas/zonas ribeirinhas;

- Questiona-se que intervenções estão pensadas para colmatar a previsível subida do nível médio das águas do mar?

- Existem soluções do ponto de vista da prevenção e precaução, ou apenas são lembradas quando se manifestam?

Uma vez que algumas medidas que estavam estabelecidas no programa de medidas para o 1ºCiclo de planeamento ficaram por realizar, prolongando-se para o 2º Ciclo…

- Foi, ou está a ser feita alguma revisão específica, algum tipo de análise, no sentido de perceber a razão custo - benefício da implementação dessas medidas e se a sua implementação continua a fazer sentido?

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A chave do sucesso, para o cumprimento da DQA, nomeadamente no que respeita a gestão da quantidade e qualidade da água, passa sem dúvida pelo planeamento correto dos usos da água! Porém, para o bom funcionamento, são necessários avultados valores monetários.

- O dinheiro comunitário é suficiente?

- De que forma poderemos tornar este planeamento autossustentável? - Nesta perspetiva, que cenários se preveem?

- Caso não se encontre uma forma de subvencionar estas despesas, como será vista a próxima geração de planos?

A extração de areias na bacia do Douro, principalmente entre as barragens de Carrapatelo e Crestuma-Lever que tanta polémica têm causado ao longo dos últimos anos.

- O que se sabe efetivamente acerca desta matéria, existem alguns estudos que comprovem efetivamente a fundo a problemática?

- Até que ponto essa extração condiciona a chegada de sedimentos à foz, ou o prejuízo para infraestruturas no meio hídrico?

Acerca das pressões e impactes nas massas de água, prevê-se na RH3 que para os diversos sectores, entre os quais agrícola, industrial, urbano, navegação, Hotelaria (…) haja um “boom”, ou seja uma intensificação das pressões.

- Até que ponto o plano está preparado para lidar com estas questões?

- Quais os impactes diretos previstos na qualidade das massas de água, que devem melhorar a sua qualidade e não o inverso.

Respostas:

Apesar dos esforços e da boa relação transfronteiriça, a elaboração conjunta de 1 plano de Gestão de bacias partilhadas ainda não foi possível neste 2º ciclo de planeamento. Além da dificuldade técnica da concretização desse objetivo, surgem outros entraves. A articulação de diferentes entidades e associações, além das entidades principais, a metodologia a adotar, realidades, problemas e necessidades diferentes, além do facto de Espanha estar mais avançada em matéria de planeamento.

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Relativamente aos problemas ambientais das massas de água transfronteiriças e que não são da responsabilidade de Portugal, estes terão de ser assumidos e resolvidos por Espanha, uma vez que o problema está a montante.

Nos últimos anos, docentes e alunos de algumas universidades têm investigado a relação causa efeito dos incêndios florestais e está cientificamente provado que a insuficiência de vegetação nas áreas fustigadas leva a problemas de escorrências com causas e efeitos graves nas massas de água. É necessário ter consciência e avaliar a perigosidade da qual resulta o arrastamento de sedimentos para os rios e dependendo do índice de risco atuar de diferentes formas. Contudo, é sem dúvida necessário criar zonas verdes de amortização e filtração natural das águas.

A questão da introdução e proliferação de espécies exóticas nas massas de água é uma questão muito sensível e que deve ser considerada como significativa. Torna-se urgente criar zonas de proteção para as espécies naturais e tentar minimizar os efeitos deste problema. É possível combater de certa forma esta situação, primeiro com uma fiscalização mais apertada, atualmente muito deficitária, depois através de regulamentação que atribua competências e responsabilidades às entidades responsáveis por concessões de pesca desportiva. Com essa atribuição de competências é possível uma fiscalização mais apertada a cargo dos próprios responsáveis da concessão, sem custos adicionais e a redução do número de indivíduos indesejados.

Portugal tem uma extensa costa e os problemas de erosão não são exceção no Norte, a forte pressão da demanda urbana em zonas costeiras têm tido consequências drásticas nas estruturas naturais de suporte e proteção. A ocupação com a construção em cima dos cordões dunares impossibilitam a mobilidade destes por ação natural, isto aliado aos problemas da alimentação de sedimentos nas praias e à previsão da subida do nível médio das águas do mar cria problemas sérios para resolver. O investimento na proteção das zonas costeiras tem sido avultado e não ficará por aqui. Não podemos mudar os erros do passado, mas podemos e devemos prevenir-nos para o futuro, desta forma é fundamental repensar as estratégias de intervenção que têm sido demasiado estruturais e pesadas e apesar de resolver o problema localmente, vai agrava-lo em muitos casos em outro.

A avaliação do investimento é feita antes da aplicação do mesmo, ou seja, só avança a medida se esta não for demasiado onerosa em função do resultado pretendido (custo-benefício). Em relação à metodologia, a questão do estado de execução das medidas é algo que ainda está

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a ser feito, ou seja ainda não foi apresentado ao público pela APA um documento que apresente efetivamente esse estado correto e atualizado. O que significa que enquanto não se souber ao certo o que foi feito e onde, não se pode fazer a avaliação do benefício que a medida trouxe para a massa de água.

Com a conjuntura generalizada de crise económica que assombrou o país nos últimos anos, foram muitas as empresas que fecharam as portas. Esse fator foi negativo para a economia mas no que respeita a saúde das águas. Contudo, será possível ainda fazer intervenções que tragam um acréscimo na qualidade da água.

É necessário que as entidades Municipais tenham consciência do seu papel neste aspeto e que não podem apenas candidatar-se com projetos para ter financiamentos, mas devem também aliar-se e colaborar, reunindo esforços para investirem no setor do restauro e conservação, fazendo-o através de técnicos especializados na área.

A questão das perdas de água nas redes de abastecimento é um problema grave, pois a percentagem de água perdida é muito elevada. O objetivo que se pretende, é de reduzir essa percentagem de água perdida para valores mais baixos num horizonte futuro. Porém, é necessário criar medidas específicas que visem solucionar o problema, quer das perdas, quer dos consumos não faturados.

Relativamente a esta questão, acerca da monitorização, é algo determinante e necessário. Ainda assim atualmente podemos avaliar de certa forma positivamente a ação das medidas aplicadas, uma vez que no 1º ciclo as medidas se centraram muito em questões básicas de saneamento como construção e melhoria de ETARES, que veio amortizar significativamente os efeitos nefastos da poluição direta nas massas de água. A prova de que a qualidade melhorou substancialmente pode ser traduzida na atribuição de mais bandeiras azuis e de mais praias, com a categoria de praia fluvial.

O dinheiro comunitário é uma ajuda preciosa, no entanto com tanto trabalho para realizar, fica muito aquém do necessário. O planeamento só será autossustentável, se encontrar uma forma de rentabilizar recursos e minimizar custos sem perder a qualidade pretendida. Para tal é necessária a colaboração com autarquias e outras entidades, que assegurem o bom funcionamento e se responsabilizem pela manutenção de espaços e instalações. Caso não haja este esforço conjunto, se as entidades esperarem apenas os fundos comunitários e não adotarem

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uma estratégia que assegure a continuidade das medidas propostas, a próxima geração de planos estará a ser comprometida desde logo.

A questão que envolve extração de areias, tornou-se um problema vulgar. No entanto é uma questão complexa, sabe-se que as barragens retêm uma parte significativa de sedimentos, no entanto a extração é uma forma de manter os rios navegáveis e de não saturar os drenos das captações em subleito. Acontece muitas vezes é que as extrações são clandestinas, ou quando autorizadas, são incrivelmente superiores ao autorizado.

A extração clandestina será sempre um problema, que no entanto pode ser em muito mitigado. Isso passa essencialmente pelo investimento em meios e recursos humanos de fiscalização.

Perante todas as previsões, o plano deve estar preparado para responder de forma eficiente. É importante ter em conta as previsões futuras em termos de pressões para que o planeamento seja correto e adequado. Os esforços têm sido grandes, ainda assim não se sabe até que ponto estará o plano pronto a dar resposta às piores previsões.

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Parte II – Enquadramento

2.1 Localização Geográfica

A Bacia Hidrográfica do Ave insere-se na Região Hidrográfica 2, a qual integra também os rios Cávado e Leça e as bacias hidrográficas das ribeiras da costa. Localiza-se no Noroeste Português, na região do Minho, como ilustra o mapa.

Figura 13 Enquadramento geográfico da Bacia do Ave

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A região hidrográfica encontra-se delimitada a Este por Espanha, a Oeste pelo oceano Atlântico, a Norte pela Região Hidrográfica do Minho e Lima e a Sul pela Região Hidrográfica do Douro, completando assim as 3 regiões hidrográficas, do domínio da ARHN. A área total da região hidrográfica 2 é de cerca de 3500 km2.

O rio Ave tem as suas nascentes na serra da Cabreira, Concelho de Vieira do Minho, a cerca de 1200 m de altitude, fazendo um trajeto de aproximadamente 100Km até Vila do Conde onde desagua no Oceano Atlântico.

A área total ocupada pela bacia do rio Ave é de 1391 km2. Os seus dois afluentes mais

importantes são os rios Este e Vizela, os quais ocupam respetivamente uma área de 247 e 340 km2 .

O Plano de Gestão, no que respeita a Bacia do Ave, compreende na totalidade ou parcialmente os Concelhos de: Guimarães, Vila Nova de Famalicão, Barcelos, Braga, Cabeceiras de Basto, Fafe, Felgueiras, Lousada, Maia, Paços de Ferreira, Póvoa de Lanhoso, Póvoa de Varzim, Santo Tirso, Trofa, Vieira do Minho, Vila do Conde, Vizela.

Cada um dos Concelhos se inclui sob a área de intervenção da Comissão de Coordenação da Região Norte (CCRN).

2.2 Enquadramento Climático e Geológico

“Portugal é uma região de transição entre o domínio atlântico e o domínio mediterrâneo,

constituindo o Tejo, um limite pouco rígido entre os referidos domínios climáticos: o norte mais atlântico, e o sul mais mediterrâneo. Estando o noroeste isento durante grande parte do ano das influências mediterrâneas, podendo aqui falar-se de um Portugal atlântico quase puro”. (S. DAVEAU, 1995).

Ou seja, estas caraterísticas mediterrânicas estendem-se a todo o território, ainda que no Norte esteja fortemente amenizada, surgindo com maior evidência na medida que nos deslocamos para Sul. O fator relevo e proximidade do mar são os mais preponderantes para que isso aconteça. Fator ao qual podemos aglutinar a distribuição das chuvas em Portugal. Denota-se que os contrastes se acentuam onde o relevo é mais diferenciado. Há maior índice de precipitação nas terras altas, próximas do litoral e, principalmente, nas vertentes expostas aos ventos marítimos; chove menos nas depressões, sobretudo nas mais afastadas do litoral e abrigadas por relevos

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interpostos.

Perto do oceano as chuvas são frequentes mas pouco intensas.

Como exemplo desta situação, pode dar-se o contraste existente entre a plataforma litoral na região do Porto e as áreas situadas para o interior do relevo marginal. As estações da Sª da Hora e da Serra do Pilar apresentam amplitudes térmicas anuais (rondando os 9,3°C), as quais são significativamente inferiores às da estação de Sto Tirso (=12,3°C), pese embora o fato de a distância a que esta última se encontra do mar, seja aproximadamente de apenas 25 km. Como seria de esperar, estas características vão-se acentuando à medida que caminhamos para o interior, à semelhança daquilo que acontece quando caminhamos para Sul.

Figura 14 Precipitação média mensal RH2

Fonte: SNIRH, Estação Meteorológica de Barcelos

Pode-se facilmente concluir, que os meses mais pluviosos são entre Novembro e Março, sendo os meses de Julho e Agosto, aqueles onde ocorre menor quantidade de precipitação.

No que respeita a Geologia, a unidade morfoestrutural correspondente à área de estudo, a Bacia do Ave, Insere-se no maciço Hespérico, a unidade mais antiga da Península Ibérica onde predominam as rochas graníticas, os xistos, quartzos e rochas metamórficas diversas como apresenta o anexo nº 1.

Ao longo dos Rios Ave, Vizela e Selho encontram-se depósitos superficiais recentes constituídos por cascalheiros fluviais e por argilas pouco espessas. Apesar desta breve apresentação da Geologia na área de estudo, esta é fundamental para explicar a existência de águas subterrâneas.

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2.3 A importância da água como recurso estratégico

Para explicar a importância da água, existem inúmeros argumentos válidos. Desde logo porque é o habitat natural de infindas espécies; assim como para essas espécies, a água é indispensável para o funcionamento metabólico de todas as formas de vida e tem uma imensidão de usos.

A água é crucial para o funcionamento dos ecossistemas e da vida, como na formação e dinâmica dos solos e do clima.

Com o evoluir dos tempos, percebeu-se a necessidade de cuidar deste recurso tão vulnerável. É certo que a água tem um ciclo e que é o elemento de ligação nos ecossistemas, pese embora o fato de ser um recurso renovável pelo seu ciclo, não se pode negligenciar que é um recurso limitado, pois a disponibilidade de água doce é muito pequena no mundo. “A água da Terra distribui-se por três reservatórios principais, os oceanos, os continentes e a atmosfera, entre os quais existe uma circulação contínua.” (Alves, 2005). A limitação em termos de quantidade e qualidade, não poderia ser melhor justificação para a necessidade de estipular uma forma de a proteger e gerir.

O elevado consumo para uso agrícola e Industrial é uma das grandes preocupações em qualquer bacia hidrográfica. Os desperdícios de água na agricultura há muito que são debatidos, por serem excessivos, além da contaminação a que está normalmente sujeita a água de uso agrícola. Já na Indústria o consumo de água gera outro tipo de problemas igualmente alarmantes associados a diversos tipos de poluição difusa.

A juntar aos dilemas associados à agricultura e industria, ainda que não de ordem qualitativa como os anteriores, está a percentagem de perdas de água nas redes de distribuição, um problema quantitativo, mas que gera muitos constrangimentos, pelos mais diversos motivos, desde a elevada percentagem de água perdida, em alguns casos em cada 100litros de água 30são perdidos na rede de abastecimento, ao agravamento do preço pago pelo utilizador. Por todas estas razões se manifesta a importância do planeamento e da gestão da água bem como o acompanhamento e monitorização, para a conservação da quantidade e qualidade da água.

Neste contexto e recordando que muitos dos problemas surgem nos grandes núcleos urbanos, devemos explanar a importância do ciclo urbano da água, que resumidamente compreende o processo de captação, tratamento, armazenamento, canalização até ao consumidor

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final, descarga para o sistema de saneamento, tratamento e devolução da água ao meio recetor. Como a água envolvida neste processo é sempre a mesma, que está envolvida no ciclo da água, é fundamental a melhor gestão e planeamento possível para não comprometer a quantidade e qualidade disponível às gerações futuras.

Em termos de captação de água para consumo humano, normalmente passa por intervenções físicas e químicas, executadas nas Estações de tratamento de Águas. Depois de sofrer essas intervenções a água segue pronta para abastecer a população. Após a sua utilização para as mais diversas funções do dia-a-dia geram-se os efluentes domésticos. Tornando-se essa água poluída, necessita de tratamento prévio, antes de ser devolvida ao meio recetor, para mais tarde poder voltar a ser captada e assim sucessivamente. Para poder haver descargas de águas residuais na água ou no solo as instalações necessitam de licenças que são emitidas pela Direção Regional do Ambiente, segundo DL nº 236/98 de 1 de Agosto.

Muitas vezes se ouvem pessoas levantar a hipótese das estações de tratamento de águas residuais, não estarem a cumprir o seu papel na sua plenitude, o que por vezes acontece efetivamente. Todavia, para salvaguardar essas situações existe um controle de análises e fiscalização permanente por parte da ARHN.

2.4 Enquadramento Legal, Institucional

Em Portugal foram dadas algumas demonstrações evidentes da vontade em proteger a água, desde o século XIX. Em 1892 foram criados e regulamentados os serviços Hidráulicos com as delimitações respetivas. Foram instituídas normas referentes à demarcação e classificação de cursos de água e das suas bacias, também normas acerca de aproveitamento, melhoramento, conservação e licenciamento de obras hidráulicas.

Em 1919, através do Dec-Lei nº 5787-IIII, foi criada a Lei das águas. Esta lei veio reforçar a importância da água para todos. Fizeram-se melhorias em relação à delimitação do domínio público Hídrico assim como também se regulamentou o aproveitamento das águas públicas para concessão.

A partir da década de 70, ocorreram mudanças significativas. A proteção, utilização e gestão dos recursos hídricos é um marco naquilo que é a atual legislação, sendo o ano de 1977 o ponto de partida. Com o Dec-Lei nº 383/77 e o diploma da constituição da (DGRAH) e das cinco direções

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hidráulicas foi tida em conta a importância da água como recurso natural indispensável ao Homem.

Em 1986, surgiu a direção Geral dos Recursos Naturais. Em 1987 surgiu a Lei de Bases do Ambiente, Lei nº11/87, em que foi reconhecida a perspetiva ambiental da água e também a importância de uma interligação com o ordenamento, onde se encontram definidos alguns princípios essenciais para a gestão da água.

Anos mais tarde, em 1990, foi criado o Instituto Nacional da água. Com o Dec-Lei nº74/90 ficaram aprovadas normas de qualidade da água em função do tipo de utilização e foram estipuladas regras de atuação da Administração pública. Apenas 3 anos mais tarde passou a chamar-se Instituto da Água e foram estabelecidas as Direções Regionais do Ambiente (DRAOT). Foi nesse ano ainda que foi constituída a empresa Águas de Portugal. Um ano mais tarde em 1994 surgiram os Concelhos de Bacia.

No ano 2000, foi aprovado pelo parlamento Europeu o Dec-Lei nº 2000/60/CE, surgiu assim a Diretiva quadro da água, que estabeleceu um quadro de ação comunitária no domínio Hídrico. Em 2001 foram elaborados os Planos de Bacia Hidrográfica e em 2002 com a Lei nº112/2002 foi publicado o Plano Nacional da Água.

Entre 2003 e 2005, ocorreram algumas reestruturações. Com o Lei nº 104/2003, Dec-Lei 117/2004 e Dec-Dec-Lei nº 114/2005, foram criadas as (CCDR), e extinguiram-se as CCR e as DRAOT. Mas a mudança mais relevante é a da Lei da Água nº 58/2005, que fez a transposição para o direito Português da Diretiva Quadro da Água, fazendo com que o novo quadro institucional assegure a gestão sustentável das águas superficiais e subterrâneas.

Em 2007, com o Dec-Lei nº 208/2007, foram criadas cinco Administrações de Região Hidrográfica (ARH). No ano de 2012 com o Dec-Lei nº 7/2012 e 56/2012 o Instituto da Água foi integrado na Agência Portuguesa do Ambiente. Foram também desde esse ano, descentralizadas e integradas na APA as ARH.

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Parte III – Contributos e resultados

esperados

3.1 Contributo do estágio no desenvolvimento de competências

Na conclusão do mestrado, optamos por uma experiência que fosse mais próxima da realidade profissional. Neste caso para a consolidação da aprendizagem de Geografia e Planeamento, onde foram aprofundados os conhecimentos em Planeamento e Gestão de Recursos Hídricos.

“Durante os estágios os estudantes estreitam a sua relação com o mercado de trabalho e embora possam ter alguma experiência anterior, os estágios são reconhecidos como o momento em que o trabalho e a profissão vinculam.” (Oliveira 2009).

As atividades desenvolvidas ao longo deste período de estágio foram uma grande mais-valia, o facto de estar presente em reuniões promovidas pela APA, ARHN, entre outras e de poder acompanhar de perto o processo de participação pública e o desenvolvimento de propostas para os novos PGRH, fizeram com que desenvolvesse e melhorasse determinadas aptidões de trabalho. Cada dificuldade fez com que desenvolve-se um espírito reflexivo e crítico, fundamental para o futuro profissional.

O estágio foi um espaço de aprendizagem e também de reflexão, que proporcionou adquirir competências para o futuro, dessa forma melhoramos a minha organização, planificação de trabalho, capacidade de comunicação e de avaliação.

Trabalhar na Administração da Região Hidrográfica do Norte, com pessoas com uma vasta experiência em matéria de Planeamento, proporcionou ter uma visão do que são as necessidades e aquilo que são as nossas realidades políticas e financeiras. Esse conhecimento através do contacto ao nível do estágio curricular é fundamental no processo de formação académica e para a preparação da inserção no mercado de trabalho.

A experiência com empresas em situações reais, onde se pode pela primeira vez exercer as funções da profissão e perceber as exigências com que deve contar, fazem com que este estágio

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curricular tenha um papel indiscutivelmente enriquecedor (Melo Silva, 2003; Rocha-de-Oliveira & Piccinini, 2012).

No âmbito deste estágio, a maioria das tarefas envolveu a análise das questões significativas propostas pela ARHN, do programa de medidas e a participação pública nos PGRH. Foi desenvolvido trabalho de campo, que incidiu sobre as visitas descritas e ilustradas anteriormente no relatório e que dizem respeito às medidas de base do programa, todas elas destinadas à redução da poluiçãotópica, difusa e Proteção da água, na figura17podemos analisar em pormenor o âmbito dessas medidas, das quais resultaram a observação “in loco” do funcionamento das estações de tratamento de águas e de Estações de tratamento de águas residuais em particular, e a produção das respetivas fichas de campo que permitiram tirar as seguintes informações:

- Ano de construção e início de atividade; - Quantidade de reservatórios;

- Duração do processo de tratamento; - Capacidade máxima de armazenamento; -Taxa de adesão à rede;

- Tarifa paga pelos utilizadores; - Tipo e forma de captação;

- Profundidade dos poços e drenos no caso da captação; - Capacidade de abastecimento;

- População servida; - Processos de tratamento; - Principais problemas recorrentes;

- Destino das águas utilizadas no processo de limpeza e manutenção, quais as medidas associadas:

Apesar de ser uma tarefa relativamente simples, é algo que é desconhecido mesmo por entidades que financiaram e acompanharam a construção destes equipamentos de tratamento de águas.

Outro contributo importante foi a Interdisciplinaridade das equipas com que trabalhamos ao longo deste período de tempo, alguns inclusive vindos de outros Países e que permitiu a troca

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de ideias das diferentes realidades existentes bem como a discussão de soluções no âmbito do planeamento e gestão de recursos hídricos e da participação pública.

3.2 Resultados esperados

Após o percurso académico realizado e com a consolidação que permitiu o estágio, sentimo-nos preparados para trabalhar, no desenvolvimento de uma metodologia nova para avaliação das medidas, pois através das fichas realizadas é possível encontrar erros que podem ser detetados com esse cruzamento de dados. Em conjunto com a ARHN podermos fazer a atualização periódica do estado de execução do programa de medidas. Fazer trabalho de observação no terreno como o que foi feito nos projetos de restauro e requalificação em Cardielos no rio Lima para analisar a evolução e eficácia deste tipo de medidas.

Esperamos que em termos de resultados futuros, possamos ter oportunidade de continuar a trabalhar com os Planos de Gestão, integrando uma equipa técnica. Poder dar um contributo para possíveis melhorias nos planos, desenvolver como foi referido novas metodologias que sejam mais eficazes e menos burocráticas, assim como colaborar no desenvolvimento de avaliações cada vez mais rigorosas, que permitam sempre fazer a análise custo benefício das medidas postas em prática e encontrar soluções futuras para o caso daquelas que não alcancem o sucesso pretendido…

Esperamos ainda que a análise crítica resultante deste trabalho possa ser tida em conta pelas equipas responsáveis pelos Planos de Gestão como forma de os melhorar.

3.3 Reflexão crítica decorrente da problemática

O seguinte mapa permite uma visualização simplificada, da distribuição espacial das medidas na Bacia do Ave. É percetível o predomínio das medidas de tipo Base, assim como são explícitos os trechos de rio que sofreram mais medidas interventivas, que correspondem aos locais que carecem de maior atenção e controlo e que condizem com os grandes aglomerados de população,

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Figura 15 Mapa de distribuição de medidas pela Bacia hidrográfica do Ave

Fonte: Atlas do ambiente e CAOP 2014

bem como de Industria, como é percetível na representação da figura 15.

3.3.1 Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2

“O PGRH-Cávado, Ave e Leça, instrumento de planeamento que, em conjunto com o PGRH Minho e Lima e com o PGRH-Douro, constitui o PGRH-Norte, é um plano sectorial, na aceção do Dec-Lei n.º 380/99, de 22 de Setembro, alterado pelo Decreto-Lei n.º 316/2007, de 19 de Setembro, na redação atual, e pelo Dec-Lei n.º 46/2009, de 20 de Fevereiro e representa um elemento estruturante para toda Região. Neste quadro, deverá ser refletido nos instrumentos de gestão territorial, bem como assumir-se como a base dos planos de atividades da ARH do Norte, I.P. durante o seu período de vigência. Nesta perspetiva, o PGRH-Cávado, Ave e Leça é mais que o mero cumprimento da legislação, constituindo a abordagem integrada dos recursos hídricos para a proteção da qualidade do ambiente e para o desenvolvimento regional.

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Figura 16 Estrutura do PGRH2

Fonte: Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2

A figura 16 é uma simplificação resumida da forma como são estruturados os Planos de Gestão para as regiões hidrográficas, sendo o mesmo modelo aplicado a todas as outras.

3.3.2 Programa de medidas

Os programas de medidas e ações previstos, são o culminar de uma pré avaliação que faz a análise e diagnóstico das necessidades reais a serem postas em prática de acordo com o cumprimento dos objetivos ambientais da DQA.

O enquadramento operacional quanto ao tipo de medidas, estrutura-se da seguinte forma: 4 Tipos de medida;

I. Tipo B; Medidas Base

II. Tipo S; Medidas Suplementares

III. Tipo A; Medidas Adicionais

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I. Base: pretende obter os requisitos mínimos, de modo a cumprir os objetivos

ambientais referentes à legislação e englobam as medidas projetos e ações previstas no n.º 3 do art. 30.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, no n.º 1 do art. 5.º do Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março e nos n.º 1 ao n.º 18 do art. 34.º da Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro;

II. Suplementares: Visam garantir maior proteção ou melhoria adicional das águas,

sobretudo para cumprir acordos internacionais. Encontram-se englobadas as medidas, os projetos e as ações previstas no n.º 6 do art. 30.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro, no n.º 2 do art. 5.º do Decreto-Lei n.º 77/2006, de 30 de Março e do n.º 1 ao n.º 12 do art. 35.º da Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro;

III. Adicionais: são aplicadas nas águas em que não se espera que sejam alcançados

os objetivos ambientais. Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro, anexo 5; estão explicadas as medidas que se enquadram neste âmbito nos n.º 1 ao n.º 4 do art. 36.º.

IV. Complementares: Apontam para a prevenção e proteção de catástrofes,

nomeadamente contra os riscos de cheias e inundações, de secas e de acidentes graves de rotura de infraestruturas. art. 32.º da Lei n.º 58/2005, de 29 de Dezembro. De seguida apresentamos um quadro onde constam estas medidas e como se aplica o seu enquadramento operacional. Para os 4 diferentes tipos de medidas estão integradas 16 diferentes “siglas” que correspondem a medidas operacionais, com objetivos distintos. A figura ajuda a perceber de que forma os tipos de medida se encaixam nos diferentes programas.

Figura 17 Tipos de medidas x Objetivos propostos

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De todas as medidas que foram propostas, analisadas e aprovadas para a RH2, 42 delas tinham como única entidade responsável a ARHN e 86 medidas, cujos responsáveis são a ARHN e outras entidades em conjunto, na maioria entidades Camararias. Nessas medidas estão incluídos os seguintes programas, apesar de nem todos terem sido executados.

1- (Reduzirtop); Reduzir a contaminação tópica.

Diz respeito a um grupo de medidas que pretende ter como resultado final a redução da contaminação tópica. Engloba as medidas do tipo Base, uma vez que as medidas que nele se inserem dizem respeito à aplicação da regulamentação destinada à proibição de descargas de poluentes provenientes de fontes pontuais urbanas e industriais e medidas específicas para redução gradual das descargas e das emissões de poluentes ou grupos de poluentes. Algumas destas medidas estão previstas em outros planos como o PEAASAR II. São as entidades gestoras dos serviços de saneamento urbano as responsáveis pela maioria das medidas previstas neste programa.

2- (Reduzirdif); reduzir a poluição difusa.

As medidas deste programa, desenvolvem-se em articulação com os projetos do programa sensibilizar. Têm como objetivo o controlo e a redução da contaminação difusa. Medidas que visam a proteção, melhoria e recuperação das massas de água, de forma a atingirem “Bom” estado.

3- (Restaurar); Requalificação hidromorfológica.

Foca-se no restauro do estado natural dos rios, com o objetivo de melhorar o estado ecológico e geomorfológico de alguns locais que podem ser recuperados sem grandes custos, em prol do interesse na melhoria das funções ecológicas da rede hidrográfica. Também estão incluídas no programa medidas de melhoria de conectividade fluvial e estuarina.

4- (Protagua); Proteção das massas de água.

Faz parte de um grupo de medidas de proteção das massas de água, além de medidas de outros planos, como as medidas específicas dos planos de ordenamento de área protegida.

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São medidas bastante específicas, focadas num único programa de valorização energética dos rios, a partir dos aproveitamentos hidroelétricos o programa pretende dotar a RH2 com um conjunto de aproveitamentos, que contribuam para a implementação e para a consecução dos objetivos definidos no PNAER, sempre com a menor ocupação possível do número de linhas de água.

6- (Monitorar); Monitorização das massas de água e controlo de emissões.

Engloba medidas de controlo e monitorização das massas de água e respetivas pressões. As medidas propostas de reforço às atuais redes de monitorização das águas superficiais, subterrâneas, transição, interior e costeiras estão também incluídas e previstas medidas específicas de levantamento de pressões e monitorização de problemas específicos em algumas massas de água.

7- (Proteger); Condicionamento de utilizações em perímetros de proteção.

Medidas que se reservam a condicionar, interditar e restringir atuações e utilizações que são suscetíveis de perturbar objetivos específicos relacionados com quantidade e qualidade das massas de água nas imediações de captações de água, zonas de infiltração máxima ou em zonas vulneráveis.

8- (Prevenir); Prevenir ou reduzir do impacte de poluição acidental, riscos de cheias e inundações, de secas e de rotura de infraestruturas hidráulicas.

Consiste em medidas a ser tomadas no seguimento de possíveis acidentes como derrames de hidrocarbonetos ou outras substâncias perigosas nas águas marinhas, portos, estuários e trechos navegáveis dos rios, as quais deverão ser coordenadas com o Plano Mar Limpo. O objetivo é de prevenir ou reduzir o impacte no caso de poluição acidental, também no caso de rotura de infraestruturas hidráulicas.

9- (Valoragua); Uso eficiente da água e recuperação de custos.

Propõe-se que estas medidas do uso eficiente da água sejam enquadradas no Programa Operacional VALORAGUA que inclui também algumas das medidas de recuperação de custos.

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Pretende-se desta forma enquadrar no mesmo programa e de forma concertada os incentivos ao uso eficiente da água e as medidas compensatórias pela utilização deste mesmo recurso.

10- (Capacitar); Capacitação e ações administrativas, económicas e fiscais.

O Programa Operacional de capacitação e ações administrativas, económicas e fiscais inclui as medidas do tipo Suplementar previstas no n.º 1 do art. 35.º da Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro, respeitantes a “Atos e instrumentos legislativos, administrativos, económicos e fiscais”.

11- (Conservar); Proteção e valorização das águas.

Incluem o grupo de medidas respeitantes à proteção e valorização das águas, previstas no n.º 5 do art. 35.º da Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro. Mediante as características, podem ser enquadradas no programa Conservar ou Restaurar.

12- (Sensibilizar); Elaboração e aplicação de códigos de boas práticas e projetos educativos. São medidas do tipo suplementar, que dizem respeito à realização e aplicação prática de códigos de boas práticas, bem como projetos educativos.

13- (Reabilitar); Projetos de reabilitação

Deste programa fazem parte as medidas previstas no n.º 8 do art. 35.º da Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro, respeitantes à elaboração de projetos de reabilitação. Estão também incluídas medidas previstas noutros planos nomeadamente para proteção costeira.

14- (Aquífero); Recarga artificial de aquíferos.

Diz respeito ao grupo das medidas previstas no n.º 9 do art. 35.º da Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro, respeitantes à recarga artificial de aquíferos.

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15- (Inovecer); Projetos de investigação, desenvolvimento e demonstração

Este grupo de medidas, estão previstas no n.º 11 do art. 35.º da Portaria n.º 1284/2009, de 19 de Outubro, respeitantes a projetos de investigação, desenvolvimento e demonstração.

16- (Aferir); Definir novos critérios de classificação das massas de água, revisão das licenças e das autorizações relevantes, ajuste de programas de controlo, estabelecimento de normas de qualidade ambiental adequadas.

Estas medidas são do tipo base e estabelecem a definição de critérios de classificação para o potencial ecológico das massas de água de rios fortemente modificados e de massas de água artificiais. Incluem-se também medidas do tipo adicional, que correspondem à revisão das licenças e autorizações relevantes, ajustamento dos programas de controlo e estabelecimento de normas de qualidade ambiental.

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3.3.3 Investimento em saneamento

O programa de medidas do plano foi “circunscrito” praticamente a medidas de instalação de equipamentos de tratamento de águas residuais, com o objetivo de reduzir a poluição tópica e difusa. Na totalidade da RH2, foram construídos 247 equipamentos dessa tipologia. Os seguintes gráficos retirados do Plano ostentam a comparação entre o número de instalações de tratamento de águas residuais e a população servida na região.

Figura 18 Estações de tratamento de Águas Residuais x População servida

Fonte: TRH,2010: INSAAR,2009 ; Plano de Gestão da Região Hidrográfica 2

Em seguida, na figura 19, apresentamos um mapa que simplifica a análise do estado das massas de água na RH2 e permite identificar as áreas sensíveis. Na bacia do rio Ave, nenhum troço apresenta um estado excelente, embora nas cabeceiras do rio Ave e Vizela, onde não existem grandes problemas de poluição da água, o estado é classificado como Bom. Contudo a maioria da bacia apresenta uma classificação entre o razoável e medíocre.

Este mapa consta no PGRH2, pelo que permite identificar as áreas que carecem de maiores intervenções ou medidas de prevenção, a fim de melhorar a qualidade da água. O objetivo do novo ciclo de planeamento é poder melhorar a qualidade da água nas massas de água identificadas e

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alargar o conhecimento do estado de algumas que não estavam controladas e portanto sem avaliação.

Figura 19 Mapa de qualidade da água

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Figura 1 Modelo elucidativo do funcionamento de uma ETAR
Figura 2 ETAR de Frossos
Figura 5 ETAR da Rabada
Figura 6 ETAR de Vila do Conde
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Referências

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