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Atuação do Engenheiro Florestal na Avaliação de Impactos AmbientaisPaulo Rogrio Soares de OLIVEIRA, Thelma Shirlen SOARES

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Academic year: 2020

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R E V I S T A C I E N T Í F I C A E L E T R Ô N I C A D E E N G E N H A R I A F L O R E S T A L - I S S N 1 6 7 8 - 3 8 6 7 PU B L I C A Ç Ã O CI E N T Í F I C A D A FA C U L D A D E D E AG R O N O M I A E EN G E N H A R I A FL O R E S T A L D E GA R Ç A/ F A E F

AN O I V , N Ú M E R O, 0 7 , F E V E R E I R O D E 2 0 0 6 . PE R I O D I C I D A D E: S E M E S T R A L

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ATUAÇÃO DO ENGENHEIRO FLORESTAL NA AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Paulo Rogério Soares de OLIVEIRA Universidade Federal de Viçosa

Thelma Shirlen SOARES Universidade Federal do Espírito Santo

RESUMO

Este trabalho teve como objetivo ressaltar a atuação do engenheiro florestal no que diz respeito à avaliação de impactos ambientais ressaltando que tal profissional, desempenha um papel fundamental neste contexto pois no desempenho de suas tarefas atua adequando a empresa ao contexto legal, social e econômico.

Palavras-chave: engenharia florestal, impacto ambiental.

ABSTRACT

This study had as objective to stand out the performance of the forester in environmental impacts evaluation standing out that such professional plays a basic role in this context therefore in the performance of tasks acts adjusting the company to the legal, social and economical context.

Keywords: forestry, environmental impact.

De acordo com COELHO (1999), o engenheiro florestal é um profissional que atua entre a preservação de recursos naturais e na produção destes. No intervalo entre preservação e produção encontra-se a conservação, ou seja, a capacidade de produzir conscientemente em relação ao meio utilizando-se de metodologias e ferramentas que minimizem a perda de recursos naturais.

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De fato, a formação acadêmica do engenheiro florestal abrange desde disciplinas relacionadas diretamente com a produção de produtos e subprodutos florestais, como Inventário Florestal, Papel e Celulose, Tecnologia da Madeira e outras, assim como disciplinas que estão mais diretamente ligadas à conservação e preservação, como por exemplo: Ecologia Florestal, Conservação dos Recursos Naturais e Manejo da Fauna Silvestre, dentre outras.

Desde modo, sua formação traz os subsídios básicos necessários para o entendimento da dinâmica dos processos naturais e antrópicos, e esta situação é primordial para começar a se desenvolver uma visão holística com relação aos desdobramentos das ações antrópicas sobre o meio ambiente.

Um exemplo da sua atuação profissional está relacionada ao processo de fornecimento de matéria-prima para produtos madeireiros (madeira serrada; toras, e outros), e produtos não-madeireiros (resinas, frutos e outros), bem como sua participação em projetos de preservação de espécies ameaçadas ou não de extinção.

É nas etapas de preservação e produção encontra-se a conservação, ou seja, a capacidade de produzir racionalmente em relação ao meio ambiente, utilizando-se de metodologias e ferramentas que minimizem a perda de recursos naturais, otimizando seu processo.

Durante a graduação são ministradas disciplinas, que favorecem subsídios básicos necessários para o entendimento da dinâmica dos processos naturais, e esta situação é propicia ao desenvolvimento de uma visão holística com relação aos desdobramentos das ações antrópicas sobre o meio ambiente.

Sua participação em Avaliações de Impacto Ambiental (AIA) contribui para aos estudos e avaliações realizados por grupos multidisciplinares, podendo contribuir desde o delineamento do método de amostragem da flora, na identificação de espécies vegetais e nas associações dessas com o solo e o clima.

Atua, também, na identificação de áreas degradadas ou passíveis de degradação, como aquelas destinadas aos setores agropecuários, florestais,

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de mineração e outros, e também participa da elaboração de planos de recuperação dessas áreas, contribuindo com a recomendação de práticas de caráter edáfico, das espécies vegetais a serem plantadas, indicadas a partir de inventário florístico.

Dada a sua familiarização com a geração e interpretação de mapas (de solos, topográfico, de vegetação entre outros) este profissional também pode inferir sobre os desdobramentos das ações antrópicas sobre os compartimentos ambientais, a partir de dados colhidos em campo e também associados aos dados obtidos por imagens e outros bancos de dados.

De modo geral, pode-se dizer que este profissional está habilitado a atuar em AIA, nas questões referentes ao meio biótico, pode também colaborar com os profissionais que atuam nas questões referentes ao meio físico e ao meio antrópico, havendo assim a possibilidade de contribuir com grupos multidisciplinares, e a ampliar o sentido holístico que deve estar também presente num estudo de impacto ambiental.

Um melhor conhecimento do meio antrópico, principalmente da questão social, vem se estabelecendo para esse profissional como uma das prerrogativas para se gerir empreendimentos tanto do setor governamental como do setor florestal privado.

Verifica-se que grande parte das propostas e ações destinadas a mitigar os impactos ou até mesmo elaborar e conduzir um processo de recuperação e conservação, ou mesmo de monitoramento, teriam maiores chances de sucesso se as populações afetadas pelo empreendimento, ou seja, aquelas inseridas em sua área de influência, estivessem envolvidas na gestão de determinado recurso natural.

OLIVEIRA (2001) traz à discussão este novo perfil da atuação do engenheiro florestal, onde os aspectos culturais e a necessidade do florestal em promover o envolvimento das comunidades nos projetos de desenvolvimento são também de grande relevância para a concepção e gestão dos referidos projetos, e a principal vertente são as ações que possam levar ao equilíbrio para a questão que associa o desenvolvimento econômico, recursos naturais e as comunidades, incluindo as populações tradicionais.

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Um dos princípios da AIA para a sustentabilidade, segundo RODRIGUES (1998) é o princípio da precaução, onde eventuais erros no manejo devem favorecer a conservação (antes que qualquer risco de degradação) como uma condição limite para evitar alterações irreversíveis ou altamente danosas.

Nesse sentido, vem o florestal adquirindo mais um prisma para melhor avaliar determinada atividade sobre o meio, e dado que cada vez mais é exigida uma visão mais ampla para atuação no mercado de trabalho, e, visto que tal sentido holístico é fundamental na área de AIA, essa tendência de atuação, que acaba por pressionar o profissional a um melhor entendimento das ações antrópicas sobre o meio ao longo do tempo, deriva-se, conforme IMAÑA-ENCINAS (2000), de mudanças curriculares para atender à conceituação de que o Engenheiro Florestal deve possuir formação científica, tecnológica, filosófica, ética, social e intelectual que o habilite a diagnosticar problemas e propor soluções em sua área de competência, bem como ser capaz de criar, gerenciar e executar empreendimentos relacionados aos ecossistemas florestais nativos e implantados, com compromissos no âmbito socioeconômico e ambiental.

Sobre este aspecto, este profissional possui um grande poder certificador e licenciador, e é sobre essa grande responsabilidade sobre a questão da AIA, e sobre a implícita (ou suposta sustentabilidade) que, de certa forma, a classe profissional no mercado de trabalho vem pressionando a academia, e tais fatos são vistos nos trabalhos realizados por COELHO (1999), onde se percebe que na própria classe dos florestais há uma demanda por uma visão mais holística, ambiental e social da floresta, que requer não somente o acréscimo de novas disciplinas nos cursos de Engenharia Florestal, mas também uma transformação epistemológica, que muitas vezes iriam contra as expectativas de grandes empresas que investem ou financiam projetos de estudo, e relata também, em um contexto atual que:

“(...) a consciência pública sobre a questão ambiental vem crescendo, o que provoca uma pressão sobre os conteúdos mecanicistas da formação do florestal. Ao mesmo tempo, essa preocupação ambiental transformou-se em mais um capital para essas empresas que se apóiam no poder do florestal para garantir

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a qualidade ambiental de seus empreendimentos, embora muita coisa não possa ser garantida, mesmo que se venham produzindo certificados e selos de qualidade ambiental. (COELHO,1999)”.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

COELHO, F. M. G. A construção das profissões agrárias. 1999. 303 f. Tese (Doutorado em Ciência, Tecnologia e Sociedade) – Universidade de Brasília, Brasília/DF.

IMAÑA-ENCINAS, J. Futura atuação profissional do Engenheiro Florestal. Folha Florestal, Viçosa, n. 97, p. 16-18, 2000.

OLIVEIRA, P. R. S. de. O desenvolvimento comunitário e a gestão dos recursos naturais e das unidades de conservação. 2001. 54 f. Monografia (graduação em Engenharia Florestal) – Departamento de Engenharia Florestal, Universidade Federal de Viçosa, Viçosa/MG.

RODRIGUES, G. S. Avaliação de impactos ambientais de projetos de desenvolvimento tecnológico agropecuário. In: PROCISUR – Programa Cooperativo para el Desarrollo Tecnológico Agropecuario del Cono Sur. Valoración económica en el uso de los recursos naturales y el medio ambiente. Montevideo: PROCISUR, 1998. 118p. (Series Dialogo, LI)

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