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ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA AOS ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO DE PEDESTRE: O CASO DE CAMPINAS-SP

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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

C

ENTRO DE

C

IÊNCIAS

E

XATAS E DE

T

ECNOLOGIA

P

ROGRAMA DE

P

ÓS

-G

RADUAÇÃO EM

E

NGENHARIA

U

RBANA

EXAME DE DEFESA

ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA AOS ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO DE

PEDESTRE: O CASO DE CAMPINAS-SP

Débora Feliciana dos Reis Orientador: Prof.º Dr.º Marcos Antonio Garcia Ferreira

(2)

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS

C

ENTRO DE

C

IÊNCIAS

E

XATAS E DE

T

ECNOLOGIA

P

ROGRAMA DE

P

ÓS

-G

RADUAÇÃO EM

E

NGENHARIA

U

RBANA

EXAME DE DEFESA

ANÁLISE DA ACESSIBILIDADE DE PESSOAS COM

DEFICIÊNCIA FÍSICA AOS ESPAÇOS DE CIRCULAÇÃO DE

PEDESTRE: O CASO DE CAMPINAS-SP

Débora Feliciana dos Reis Orientador: Prof.º Dr.º Marcos Antonio Garcia Ferreira

São Carlos

Maio/2014

(3)

Ficha catalográfica elaborada pelo DePT da Biblioteca Comunitária da UFSCar

R375aa

Reis, Débora Feliciana dos.

Análise da acessibilidade de pessoas com deficiência física aos espaços de circulação de pedestre : o caso de Campinas-SP / Débora Feliciana dos Reis. -- São Carlos : UFSCar, 2014.

103 f.

Dissertação (Mestrado) -- Universidade Federal de São Carlos, 2014.

1. Acessibilidade. 2. Pessoas com deficiências. 3. Deficiência física. 4. Circulação. I. Título.

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AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me permitir a realização de sonhos, e colocar em

meu caminho anjos.

Aos meus pais que sempre me apoiaram e incentivaram e, acima de tudo

aceitaram minhas escolhas.

Aos colegas de mestrado Bia, Isadora, Cintia, João Vitor, Juliano, Talita,

Mayara, Polyana, André, Anelise e, todos que participaram em algum momento

desta fase.

A minha querida amiga que me acolheu todas as vezes que gritei por

socorro, com abrigo, comida, momentos de total relax e, muitas risadas... Heidoca,

e a sua querida irmã Keila, sempre receptiva.

Aos tios queridos, nem sempre presente Ascísio e Fabiana, que apoiam,

incentivam e torcem sempreee.

A todos os professores do programa de Engenharia Urbana da UFSCAR,

especialmente a professora Suely pela atenção e dedicação, sempre que precisei.

Ao professor orientador Marcos, que sempre esteve atento aos detalhes e

que me orientou neste trabalho novo e desafiador.

Ao Pepe e toda sua dedicação em ajudar sempre.

A CAPES por fomentar parte desta pesquisa.

Aos grupos de esporte Gadecamp e Adeacamp, as instituições Casa da

Criança Paralitica e Associação Pestalozzi, pela receptividade e disposição em

participar da pesquisa.

E, a todos que contribuíram para o meu crescimento pessoal e profissional, o

meu muito obrigada de todo coração.

(7)

LISTA DE TABELA

Tabela 4.1: Importância das características das calçadas para a escolha de seus trajetos

pela cidade...49

Tabela4.2: A importância das características das travessias para a escolha de seus trajetos pela cidade...49

Tabela 4.3: A influência das características do ambiente para a escolha de seus trajetos pela cidade...48

Tabela 4.4: Avaliação das características das calçadas no trajeto indicado...48

Tabela 4.5: A avaliação das características das travessias no trajeto indicado...49

Tabela 4.6: A avaliação das características do ambiente do trajeto indicado...49

Tabela 4.7: Avaliação do trajeto indicado...49

Tabela 4.8: Com relação à Legislação...50

Tabela 6. 1: Perfil dos Respondentes... 73

Tabela 6.2: Calçadas - Importância x Avaliação ... 77

Tabela 6.3: Travessias - Importância x Avaliação ... 78

Tabela 6.4: Ambiente - Importância x Avaliação... 80

Tabela 6.5: Percepção de Homens e Mulheres ... 82

Tabela 6.6: Auditoria Virtual - Calçadas ... 86

Tabela 6.7: Auditoria Virtual – Travessias ... 88

Tabela 6.8: Auditoria Virtual – Ambiente ... 89

Tabela 6.9: Calçadas – Avaliação x Auditoria ... 92

Tabela 6.10: Travessias – Avaliação x Auditoria ... 93

Tabela 6.11: Ambiente – Avaliação x Auditoria ... 94

(8)

LISTA DE FIGURAS

Figura4. 1: Piso Ideal ... 56

Figura4. 2: Piso Inadequado ... 56

Figura4.3: Desnível Transversal ... 57

Figura 4.4: Desnível...54

Figura 4.5: Grelha Longitudinal...54

Figura 4.6: Grelha Transversal...55

Figura 4.7: Tampa de caixa (correta)...55

Figura 4.8: Tampa de caixa(errada)...55

Figura 4.9: Rampa (correta)...56

Figura 4.10: Rampa (errada)...56

Figura 4.11: Transversal (errada)...56

Figura 4.12: Transversal (errada)...57

Figura 4.13: Longitudinal(correta)...57

Figura 4.14: Longitudinal (correta)...57

Figura 4.15: Faixa de Passeio...58

Figura 4.16: Faixa Livre...58

Figura 4.17: Obras na Calçada...58

Figura 4.18: Obras na Calçada...59

Figura 4.19: Faixa Livre...59

(9)

Figura 4.21: Faixa (correta)...60

Figura 4.22: Faixa (incorreta)...60

Figura 4.23: Faixa Elevada...60

Figura 4.24: Faixa Elevada...61

Figura 4.25: Calçada Obstruída...61

Figura 4.26: Calçada Obstruída...61

Figura 4.27: Rebaixamento (correto)...62

Figura 4.28: Rebaixamento(incorreto)...62

Figura 4.29: Posição dos Rebaixamentos...62

Figura 4.30: Posição dos Rebaixamentos...63

Figura 4.31: Semáforo...63

Figura 6.1: Gênero dos Respondentes ... 74

Figura 6.2: Faixa Etária dos Respondentes ... 75

Figura 6.3: Motivo de Circulação ... 75

Figura 6.4: Frequência de Circulação ... 76

Figura 6.5: Calçadas - Importância x Avaliação ... 77

Figura 6.6: Travessias - Importância x Avaliação ... 79

Figura 6. 7: Ambiente - Importância x Avaliação ... 80

Figura 6.8: Avaliação dos Trajetos ... 81

Figura 6.9: Percepção de Homens e Mulheres - Calçadas ... 83

Figura 6.10: Percepção de Homens e Mulheres – Travessias ... 83

Figura 6.11: Percepção de Homens e Mulheres – Ambiente ... 84

(10)

Figura 6.13: Auditoria Virtual - Calçadas ... 87

Figura 6.14: Auditoria Virtual - Travessias ... 88

Figura 6.15: Auditoria Virtual - Ambiente ... 90

Figura 6.16: Nota dos Trajetos na Auditoria ... 91

Figura 6.17: Calçadas – Avaliação x Auditoria ... 92

Figura 6.18: Travessias – Avaliação x Auditoria ... 93

Figura 6.19: Ambiente – Avaliação x Auditoria ... 94

Figura 6. 20: Trajeto – Avaliação x Auditoria... 95

LISTA DE QUADROS Quadro 1.1: Normas Técnicas - Acessibilidade ... 21

(11)

SUMÁRIO

CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO ... 14

1.1 OBJETIVO ... 14

1.2 JUSTIFICATIVA ... 15

CAPITULO 2 - CONCEITOS GERAIS ... 17

2.1 Revisão Bibliográfica ... 17

2.2 Acessibilidade – Marco Legal ... 18

2.3 Ações do Governo Federal ... 19

2.4 Leis Federais ... 20

2.5 Normas Técnicas ... 21

2.5.1 NBR 9050/04 ... 21

2.6 Avaliação dos Espaços de Pedestre ... 23

2.7 A Pessoa com Deficiência ... 29

2.8 Auditoria Técnica Virtual ... 31

2.9 Ferramentas Virtuais de Análise... 32

2.10 Google StreetView ... 35

CAPITULO 3 - INFRAESTRUTURA DE PEDESTRE ... 37

3.1 Rotas Acessíveis ... 37

3.2 Espaços de Circulação de Pedestre ... 38

3.2.1 Calçadas ... 38

3.2.2 Travessias ... 41

3.2.3 Ambiente ... 41

3.3 Desenho Universal ... 42

CAPITULO 4 – METODOLOGIA... 45

4.1 Revisão Bibliográfica ... 45

(12)

4.3 Definição do Instrumento de Pesquisa - Questionário ... 46

4.4 Questionário Aplicado ... 48

4.5 Pesquisa Piloto ... 52

4.6. Amostra e Coleta de Dados ... 54

4.7 Procedimento da Auditoria Virtual... 55

4.8 Características Observadas na Auditoria Virtual ... 56

4.9 Processo de Comparação dos Dados Obtidos ... 66

CAPITULO 5 - ESTUDO DE CASO: CAMPINAS-SP ... 67

5.1. Acessibilidade – Ação e Legislação ... 68

5.2 População com Deficiência Física no município de Campinas-SP ... 70

5.3 Respondentes da Pesquisa ... 71

CAPITULO 6 - RESULTADOS OBTIDOS ... 73

6.1 Perfil dos Respondentes ... 73

6.2 Percepção das Condições dos Espaços de Circulação ... 76

6.2.1 Avaliação das Calçadas ... 76

6.2.2 Avaliação das Travessias ... 78

6.2.3 Avaliação do Ambiente ... 79

6.2.4 Avaliação dos Trajetos Indicados ... 81

6.3 A Percepção de Homens e Mulheres ... 81

6.4 Legislação ... 84

6.5 Auditoria Técnica Virtual – Resultados ... 85

6.5.1 Calçadas ... 86

6.5.2 Travessias ... 88

6.5.3 Ambiente ... 89

6.5.4 Trajetos Auditados ... 90

6.6 Comparação dos Resultados: Auditoria e Avaliação ... 91

(13)

6.6.2 Travessias ... 93

6.6.3 Ambiente ... 94

6.6.4 Trajetos ... 95

6.6.5 Diferenças na Auditoria e Avaliação ... 95

(14)

Resumo

Neste estudo foram analisadas as condições de acessibilidade dos espaços de circulação de pedestre ofertada às pessoas com deficiência física usuárias de cadeira de rodas. Foram investigadas a importância e influência das características de calçadas e travessias na escolha dos trajetos do respondente. Numa auditoria técnica virtual, por

meio do Google StreetView, foram analisados os trajetos utilizados com frequência, os

(15)

Abstract

In this study the conditions of accessibility of pedestrian circulation spaces offered to people with physical disabilities users wheelchair were analyzed. The importance and influence of the characteristics of sidewalks and crossings in the choice of paths of public respondent were investigated. A virtual technical audit , through Google

StreetView, paths frequently used, which had been previously evaluated and reported by

(16)

CAPITULO 1 - INTRODUÇÃO

As cidades foram construídas servindo a um padrão de cidadão, como se todos fossem iguais ou semelhantes fisicamente, sem considerar as diferenças e sem respeitar a diversidade humana. De tal modo, as cidades se tornaram inacessíveis a uma parcela significativa da população, principalmente as pessoas com deficiência física e sensorial.

Em resposta a falta de acessibilidade surge o Desenho Universal, um conceito voltado para eliminação de barreiras dos ambientes e objetos, focado na criação de projetos (objetos, espaços, etc.) sem obstáculos.

Segundo o último censo (2010), 23,9% da população brasileira tem algum tipo de deficiência, aproximadamente 45.623.910 pessoas que podem estar impossibilitadas ou com dificuldades no acesso às cidades. Um dos fatores que contribuem para esta situação é a falta, ou carência de infraestrutura urbana adequada que permita a acessibilidade nos espaços públicos e privados.

Para que as cidades se tornem acessíveis a todos, há a necessidade de adaptação dos seus espaços, e melhorias das condições das infraestruturas de circulação possibilitando o ir e vir não só das pessoas com limitações físicas, mas da população como um todo.

A locomoção das pessoas com deficiência física pelas calçadas e travessias é quase impossível devido às condições das mesmas. As adaptações existentes são pontuais e acabam por não conectar os espaços, não proporcionando a acessibilidade almejada.

Um espaço de circulação de pedestre dito acessível permite que a pessoa com deficiência, venha usufruir de seu direito a educação, emprego, saúde, lazer entre outros.

1.1 OBJETIVO

a. Objetivo Principal

(17)

circulação de pedestre e comparar esta avaliação com o resultado de uma auditoria técnica virtual por meio do Google StreetView1.

b. Objetivos Secundários

Para alcançar o objetivo principal desta pesquisa faz-se necessário o desenvolvimento dos seguintes objetivos secundários:

I. Identificar, a partir da aplicação de uma pesquisa de opinião, junto às pessoas com deficiência física, usuárias de cadeira de rodas, como elas avaliam a infraestrutura de circulação de pedestre, utilizados no seu dia a dia, em termos de conforto e segurança;

II. Realizar uma auditoria técnica virtual sobre as condições da infraestrutura de circulação de pedestre, avaliados pelos respondentes, considerando o recomendado pela NBR9050/04 no que tange a acessibilidade de espaços públicos;

III. Analisar as avaliações obtidas nos itens I e II visando identificar aspectos da infraestrutura de circulação (características) de pedestre, realçada através da percepção dos entrevistados, que são concordantes/discordantes com a ponderação feita à luz da legislação.

1.2 JUSTIFICATIVA

Um dos maiores obstáculos enfrentados, no que tange as pessoas com deficiência física, são as barreiras encontradas na arquitetura, na infraestrutura de circulação e no sistema de transporte, ou seja, muitas das vezes estas têm a acessibilidade e mobilidade muito reduzida ou até mesmo impedida devido à configuração urbana atual.

Avaliar ou diagnosticar a situação atual dos centros urbanos é de grande valia, para que possam ser delineados os “atrasos” à luz das leis e normas já instituídas, e por meio da avaliação identificar as barreiras que podem ser superadas, e apontar caminhos e possíveis saídas.

Contudo, é preciso ir mais fundo na questão, conhecer a rotina das pessoas com deficiência física usuárias de cadeira de rodas, bem como, seus desejos de viagem e sua

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(19)

CAPITULO 2 - CONCEITOS GERAIS

No presente estudo são analisadas as condições das calçadas, travessias e o ambiente em torno destas, no que tange a acessibilidade ofertada as pessoas com deficiência física usuárias de cadeira de rodas (cadeirantes).

2.1 Revisão Bibliográfica

O desenvolvimento da pesquisa se deu por uma ampla revisão bibliográfica, voltada ao aprofundamento das questões ligadas ao tema estudado e a elucidação dos pontos teóricos e metodológicos da pesquisa.

a) Legislação Federal e Normas Técnicas vigentes: Lei 12.587/12, Decreto 5.296/04, Lei 10.098/00, Lei 10.048/00, NBR9050/04, NBR14022/06, Programa Brasil Acessível da Secretaria Nacional de Transporte e Mobilidade Urbana entre outras;

b) Aprofundamento dos conceitos: transporte público, mobilidade urbana,

acessibilidade, planejamento urbano, deficiência física, mobilidade reduzida, inclusão social e demais temas relevantes à pesquisa;

c) Consulta aos modelos disponíveis na bibliografia: Aguiar (2003), Pereira (2003), Orlandi (2003), Lunaro (2006), Ferreira&Sanches (2005,2001,1995), KeppeJr. (2007), Fruin (1987), Antunes (2010), Dixon (1996),Vianna (2000), Gallin (2001) entre outros.

(20)

2.2 Acessibilidade – Marco Legal

A acessibilidade oferecida à pessoa com deficiência é um tema que vem sendo revisado e discutido no país, nas diversas leis, normas e programas que têm sido instituídos pelo governo federal.

Dentre as leis e programas aprovados são norteadores da presente pesquisa, a Lei 10.098/00 e 10.048/00, o Decreto 5.296/04, a NBR9050/04 e NBR14022/06, a Política Nacional de Mobilidade Urbana 12.587/12, e o Programa Brasileiro de Acessibilidade

Urbana – Brasil Acessível, as quais anteveem melhorias nas condições de acessibilidade

dos espaços de uso exclusivo de pedestre.

Segundo a Politica Nacional de Mobilidade Urbana, a acessibilidade é a facilidade disponibilizada às pessoas, que possibilita autonomia a todos nos deslocamentos desejados.

O Decreto 5.296/04 e a Lei 10.098/00 trazem a acessibilidade como a condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida.

A Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT na NBR9050/04 define acessibilidade como a possibilidade, à condição de alcance, a percepção, o entendimento para a utilização com segurança e autonomia de edificações, espaço,

mobiliário,equipamento urbano e seus elementos. E, acessível todo espaço, edificação,

mobiliário, equipamento urbano ou elemento que possa ser alcançado, acionado, utilizado e vivenciado por qualquer pessoa, inclusive aquelas com mobilidade reduzida. A NBR9050/04 foi utilizada no presente estudo como referência para a avaliação técnica das calçadas, travessias e ambiente, pois é a norma brasileira que trata da acessibilidade em espaços públicos.

O conceito de acessibilidade fica mais claro quando se apreende a ideia de barreira, definida na Lei 10.098/00 como qualquer entrave ou obstáculo que limite ou impeça o acesso, a liberdade de movimento e a circulação com segurança das pessoas.

(21)

As denominadas barreiras arquitetônicas urbanísticas existentes nas vias e espaços públicos, geralmente são equipamentos urbanos mal posicionados, vegetação, placas de sinalização ou propagandas, mesas e cadeiras de estabelecimentos comerciais, restos de construção, entulho, lixo, caçambas, e mesmo a ausência de rampas, de faixas de pedestres, de calçadas, entre outros.

Os espaços exclusivos de circulação de pedestre possibilitam o acesso aos destinos finais e aos meios de transportes de todos que circulam pelos centros urbanos, estes devem estar aptos e possibilitar a circulação de todos os tipos de pedestres. As calçadas e travessias são facilitadoras do deslocamento de pedestres num meio dominado por veículos e que prioriza o uso destes.

2.3 Ações do Governo Federal

O Ministério das Cidades foi criado em 2003 com o intuito de alavancar e ordenar o desenvolvimento urbano no país, por meio de programas de apoio aos governos locais. A Secretaria Nacional de Transporte e da Mobilidade Urbana (SeMob) tem implantado e instituído as políticas de ampliação da acessibilidade e mobilidade urbana

nos municípios. O Programa Brasileiro de Acessibilidade Urbana – Brasil Acessível é

um exemplo, este tem o intuito de desenvolver ações que garantam o acesso das pessoas com restrição de mobilidade aos sistemas de transportes, equipamentos urbanos e circulação em áreas públicas. Dentre as ações previstas:

1. Capacitação de Pessoal;

2. Adequação dos Sistemas de Transportes;

3. Eliminação de Barreiras;

4. Difusão do Conceito de Desenho Universal no Planejamento de Sistemas

de Transportes e Equipamentos Públicos;

5. Estímulo à Integração das Ações de Governo;

6. Sensibilização da Sociedade;

7. Estímulo à Organização da Pessoa com Deficiência;

8. Estímulo ao Desenvolvimento Tecnológico.

(22)

incluindo as áreas de circulação de pedestres, ou seja, as rotas devem ser acessíveis e possibilitar o deslocamento de todos especialmente das pessoas com deficiência.

2.4 Leis Federais

O aparato jurídico federal brasileiro tem ganhado corpo na busca em suprir as necessidades das pessoas com deficiência, às leis aprovadas têm instigado mudanças nos diferentes setores, meios de transporte, ambientes públicos de circulação, prioridade de atendimento e, ocasionado mudanças atitudinais na sociedade.

A Politica Nacional de Mobilidade Urbana - Lei 12.587/12 tem dentre seus objetivos: reduzir as desigualdades e promover a inclusão social, proporcionar melhorias nas condições urbanas da população no que se refere à acessibilidade e a mobilidade. E, ressalta ainda, a preocupação de que todos tenham respeitado o direito de ir e vir, garantido na facilidade de acesso.

As leis que antecedem e apoiam a Politica Nacional de Mobilidade Urbana destaca-se a Lei 10.098/00 regulamentada pelo Decreto 5.296/04, que determina as normas e critérios básicos para a promoção da acessibilidade de pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida. Explana as medidas para a supressão de barreiras e de obstáculos nas vias e espaços públicos, no mobiliário urbano, na construção e reforma de edifícios, nos meios de transporte e de comunicação. E ainda, ressalta que o planejamento e a urbanização das vias públicas, dos parques e dos demais espaços de uso público devem ser concedidos e executados de forma a torná-los acessíveis para as pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida (artigo 3º).

A Lei 10.098/00 determina o projeto e o traçado dos elementos de urbanização públicos e privados de uso comunitário, abarcam os itinerários e as passagens de pedestres, os percursos de entrada e de saída de veículos, as escadas e rampas, e devem observar os parâmetros estabelecidos pela ABNT.

(23)

deverão ser cumpridas, os espaços de circulação devem seguir os padrões estabelecidos e fornecer as condições de uso por qualquer cidadão.

2.5 Normas Técnicas

As normas técnicas são especificações aprovadas pela Organização Internacional

de Normas – ISO. No Brasil, as normas técnicas são divulgadas pela ABNT -

Associação Brasileira de Normas Técnicas que possui uma série de normas relacionadas à acessibilidade, tanto nos meios de transportes quanto em edificações, espaços, mobiliários e equipamentos urbanos. Algumas das normas relacionadas à acessibilidade são apresentadas no Quadro1.1.

Quadro 1.1: Normas Técnicas - Acessibilidade

Norma Descrição

NBR 9050 Acessibilidade de pessoas com deficiência física a edificações, espaços, mobiliário e equipamentos urbanos.

NBR 14020 Transporte: acessibilidade à pessoa com deficiência – trem de longo percurso.

NBR 14021 Transporte: acessibilidade à pessoa com deficiência – trem metropolitano.

NBR 14022 Transporte: acessibilidade à pessoa com deficiência – em ônibus e trólebus, urbano e intermunicipal.

NBR 14273 Transporte: acessibilidade à pessoa com deficiência – aéreo comercial.

NBR 13994 Transporte: acessibilidade à pessoa com deficiência – elevadores.

Fonte: Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Esta pesquisa tem como base para auditoria técnica virtual os padrões estabelecidos pela NBR9050/04, no que tange a acessibilidade que deve ser assegurada nos espaços públicos, edificações, mobiliários e equipamentos urbanos, com a finalidade de tornar estes locais adequados ao uso de qualquer pessoa especialmente as com deficiência.

2.5.1 NBR 9050/04

(24)

equipamentos urbanos. No processo de auditoria do presente estudo foram utilizadas as definições e exigências vigentes nesta norma.

A norma define como rota acessível o trajeto contínuo, desobstruído e sinalizado,

que conecta os ambientes externos ou internos de espaços e edificações, que possam ser utilizados de forma autônoma e segura por todas as pessoas, inclusive as com

deficiência. A rota acessível externa pode incorporar estacionamentos, calçadas

rebaixadas, faixas de travessia de pedestres, rampas, etc.

Segundo o Código de Trânsito Brasileiro a calçada é parte da via, normalmente

segregada e em nível diferente, reservada ao trânsito de pedestres e quando possível, a implantação de mobiliário, sinalização, vegetação e outros fins. E, a faixa de travessia

de pedestre como a sinalização transversal às pistas de rolamento de veículos, destinada

a ordenar e indicar os deslocamentos dos pedestres para a travessia da via. As calçadas e travessias são parte da rota acessível, e deve dar suporte ao uso por qualquer pessoa, independente de suas características físicas ou sensoriais.

Além das condições adequadas de uso, os espaços destinados à circulação de pedestres devem ser livres de barreiras. A norma define barreira arquitetônica, urbanística ou ambiental como qualquer elemento natural, instalado ou edificado que impeça a aproximação, transferência ou circulação no espaço, mobiliário ou equipamento urbano.

A NBR9050/04 traz como itens obrigatórios nas rotas acessíveis:

Rampas: com inclinação da superfície de piso longitudinal ao sentido do

caminhamento;

Calçada Rebaixada: rampa construída ou implantada na calçada ou

passeio;

Faixa Livre: área do passeio, calçada, via ou rota destinada

exclusivamente à circulação de pedestres;

Faixa de Travessia de Pedestre: sinalização transversal às pistas de

rolamento de veículos, destinada a ordenar e indicar os deslocamentos dos pedestres para a travessia da via;

Passeio: parte da calçada ou da pista de rolamento (separada por pintura

(25)

Segundo a norma devem ser evitados nas rotas acessíveis:

Fatores de Impedância: elementos ou condições que possam interferir no

fluxo de pedestres (mobiliário urbano, entradas de edificações junto ao alinhamento, vitrines junto ao alinhamento, vegetação, postes de sinalização, entre outros);

Na composição a rota acessível deve ofertar guias rebaixadas, rampas de acesso, sinalização adequada, faixa de pedestres, inexistência de barreiras, etc.

No presente estudo foram verificadas as condições das calçadas e travessias, e se estão em acordo com os requisitos exigidos na NBR9050/04. Os itens averiguados nas calçadas foram largura, estado de conservação do piso, tipo de material usado no pavimento, irregularidades por piso tátil ou direcional, trepidações, desníveis ou degraus, declividade, inclinação. Nas travessias foram verificadas as rampas, faixa de pedestre, semáforos e cruzamentos. No ambiente em torno apurou-se a quantidade de garagens, comércio, arborização, equipamento urbano, áreas verdes e a poluição causada pelos veículos. E, se estes têm possibilitado e facilitado o deslocamento da pessoa com deficiência física usuária de cadeira de rodas.

2.6 Avaliação dos Espaços de Pedestre

As calçadas e travessias são espaços destinados à circulação de pedestres, e devem propiciar deslocamento seguro e confortável a todos. Porém, em condições inadequadas interferem, e podem até limitar o ir e vir dos pedestres mais vulneráveis, tais como: idosos, crianças, grávidas, pessoas com deficiência, etc.

Diversas pesquisas têm sido desenvolvidas sobre a acessibilidade ofertada aos pedestres, tendo como referência o pedestre “comum”, o idoso e a pessoa com deficiência. Têm-se analisado as condições dos espaços de uso exclusivo do pedestre, levantados dados e desenvolvendo metodologias de avaliação destes espaços.

(26)

devem atender aos objetivos de caminhada de todos os usuários, independente de suas características físicas e sensoriais. A avaliação da qualidade de um espaço para circulação de pedestres requer a verificação de vários fatores, e contribui para que estas instalações possam vir a ser ajustadas a todos os tipos de pedestres (idosos, crianças, pessoas com deficiência e demais usuários).

Fruin (1987) propôs metas e objetivos básicos para um programa de melhoria das instalações para pedestres, tais como segurança, seguridade, conveniência, continuidade, conforto, atratividade e coerência. Para o autor, todos estes itens estão relacionados e os progressos obtidos em um dos pontos citados acabam por provocar melhorias nos outros.

Sarkar (1993) avaliou o ambiente de pedestres por meio de fotos de algumas cidades europeias usando medidas de desempenho com base nos trabalhos desenvolvidos por Fruin (1987). Depois da analise das condições de uso e desenvolvimento de atividades no ambiente, classificou-os em níveis de serviço. Para o autor os projetos de pedestre devem satisfazer todos os tipos de pedestres, e, possibilitar o tráfego de veículos e pessoas.

As características qualitativas dos espaços públicos destinados aos pedestres, de acordo com a percepção dos usuários são abordadas por Pereira (2003), que identificou e classificou-as por ordem de importância do ponto de vista do usuário. As características selecionadas e usadas como medidor de qualidade: segurança, seguridade, atratividade, conforto, conveniência, continuidade e coerência do sistema. Utilizando o método de Análise Hierárquica avaliou o grau de importância de cada característica para o pedestre, identificou os aspectos de segurança e seguridade como os indicadores de qualidade mais importantes nos espaços públicos destinados aos pedestres.

(27)

sempre acompanha a hierarquia da importância atribuída pelos técnicos. A pesquisa apontou como prioridade as variáveis físicas das calçadas que possibilitam mínimas condições de movimento, em detrimento das boas condições de qualidade, conforto, segurança e aspectos ambientais.

Lunaro (2006) pesquisou o pedestre idoso e como este observa a qualidade das calçadas e passeios públicos. As calçadas são tidas como os principais obstáculos e barreiras físicas para este pedestre, muitas vezes elas dificultam ou mesmo impedem o deslocamento. A autora identificou as principais variáveis ou indicadores de caracterização física e ambiental das calçadas e passeios públicos: conforto, segurança e aspectos ambientais. E ainda, analisou a ordem de importância destas de acordo com a percepção dos usuários idosos.

Os trajetos e a motivação dos pedestres foi tema da pesquisa de Antunes (2010). A autora fez uma análise da preferência do pedestre, por meio do mapeamento dos caminhos que escolhem para chegar aos pontos de acesso ao transporte público coletivo. A autora buscou desenvolver uma metodologia de análise capaz de avaliar a qualidade dos acessos e a percepção do usuário em relação a estes.

Outra importante contribuição neste tema foi o Highway Capacity Manual (2000), o qual desenvolveu o Nível de Serviço voltado à avaliação da infraestrutura de pedestre. As medidas numéricas de velocidade, fluxo e densidade foram revisados, e considerados os fatores ambientais de conforto, conveniência, segurança, etc. Foram ponderados os aspectos de eliminação dos conflitos e obstáculos, e ainda, a minimização dos riscos de ferimentos e quedas nos espaços destinados aos pedestres. E ainda, definidos cinco indicadores para o nível de serviço: condição do piso da calçada, largura efetiva da calçada; existência de redutores de velocidade; permissão de estacionamento sobre as calçadas; conflito com veículos em intersecções.

(28)

conflito com veículos em intersecções, existência de redutores de velocidade e condição do piso da calçada.

Khisty (1994) descreve um método para avaliar o nível de serviço dos espaços públicos para pedestres, considerou fatores ambientais os quais são observados por grupos independentes e familiarizados com o local avaliado. As medidas de desempenho foram baseadas em Fruin (1987), atratividade, coerência, conforto, continuidade, conveniência, segurança e seguridade.

Shafer et al. (1999) pesquisaram a satisfação e percepção de usuários com o objetivo de avaliar infraestruturas de bicicleta e de pedestres. Os autores avaliaram por meio de questionários, caminhos de uso compartilhado em três cidades dos Estados Unidos, o resultado da pesquisa demonstrou que vários atributos contribuem para a satisfação do usuário: separação dos automóveis, qualidade da superfície, largura do caminho, e acabam por implicar no uso mais frequente dos caminhos.

Ferreira e Sanches (1998) apresentaram uma metodologia para avaliação da qualidade dos espaços destinados aos pedestres. Considerando aspectos de conforto, segurança, seguridade, continuidade, atratividade visual e psicológica, aplicada em três etapas: avaliação técnica dos espaços para pedestres, atribuição de nota de acordo com cada nível de serviço e, a ponderação dos indicadores de acordo com a percepção do usuário. A avaliação final dos espaços considera a pontuação obtida na avaliação técnica ponderada pela avaliação dos usuários.

Axelson et al. (1999) avaliaram as infraestruturas de pedestres, especificamente as calçadas, por meio de uma ferramenta de coletar informações objetivas sobre todas as características de calçadas, tais como o grau de declive transversal que afeta a acessibilidade dos pedestres.

Ferreira e Sanches (2001) desenvolveram o Índice de Qualidade de Calçada –

(29)

Stuck (2001) derivou os critérios que deveriam ser cumpridos antes de definir a qualidade de um sistema urbano de pedestre, em termos de legibilidade e acessibilidade para todos aqueles que têm dificuldade de mobilidade.

Sakar (1995) propôs uma metodologia desenvolvida com base nos princípios de planejamento e projeto que tornam as calçadas e intersecções urbanas seguras para o uso de grupos vulneráveis (idosos, crianças, pessoas com deficiência, etc.). O método

coloca duas avaliações: Nível de Serviço – variação de A para F avaliando em macro

nível, o projeto e as condições das calçadas e intersecções. Nível de Qualidade de

Serviço – variação de A para F, avaliando em micro nível o projeto e as condições das

calçadas e intersecções, com base na eliminação de conflitos e remoção de obstáculos na calçada e intersecções; projeto visual e psicológico para mudanças no comportamento dos motoristas para garantir a segurança dos pedestres; eliminação das possibilidades de quedas e ferimentos dos pedestres; princípios de planejamento de projeto que aumentam a percepção de segurança social (seguridade).

Dixon (1996) avalia o Nível de Serviço que descreve o grau de acomodação da bicicleta e do pedestre em um corredor de transporte. Os critérios de Nível de Serviço de pedestres são: provisão de instalações básicas (existência de calçadas, padrões de acessibilidade, etc.); conflitos (visibilidade, tempo de exposição do pedestre, etc.); amenidades (conforto e conveniência); manutenção (rachaduras, etc.); conexão com o transporte público (calçadas nos dois lados da rua, abrigo para ponto de ônibus, etc.).

Vianna (2000) ponderou os elementos da infraestrutura ofertados aos pedestres na cidade de São Paulo, com ênfase aos aspectos de segurança, conforto e acessibilidade. O autor destaca que as melhorias nas condições de circulação de pedestres, ciclistas e pessoas com deficiência contribuem para a construção de um modelo de transporte urbano de passageiro mais humano.

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são fornecidos ou não em determinados caminhos. O autor classifica os fatores em três categorias: fatores de projeto - características físicas (largura da calçada, qualidade da superfície, etc.), fatores de local (conectividade de origem a destino, etc.), e fatores do usuário (volume de pedestre, tipo de usuário, segurança pessoal, etc.). Os fatores foram ponderados por importância relativa em uma escala de A até E para descrever o nível de serviço de rotas de pedestres.

Ferreira e Sanches (2005) desenvolveram um Índice de Acessibilidade – IA, o

qual permite a avaliação do desempenho da infraestrutura das calçadas tendo como base a expectativa e reais necessidades dos usuários de cadeira de rodas, no intuito de definir rotas acessíveis ao longo da malha urbana nas cidades. Os autores levantaram para caracterização física dos espaços, perfil longitudinal, estado de conservação do piso, tipo de material usado no piso, largura efetiva e adequação da travessia nas vias.

Keppe Júnior (2007) definiu um índice com base na identificação e ordenação de variáveis de caracterização física e ambiental das calçadas, enfatizou os aspectos de qualidade. O autor desenvolveu um índice que considera os parâmetros de maior importância para os usuários de cadeira de rodas (cadeirantes), com a ponderação das variáveis de conforto, segurança e as condições ambientais, e propôs o Índice de Acessibilidade das Calçadas e Travessias - IACT.

Larrañaga et al. (2011) propuseram uma metodologia para avaliar as

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Os diversos trabalhos consultados apresentaram diferentes métodos que permitem analisar as rotas de uso exclusivo dos pedestres, alguns índices foram desenvolvidos para medir as específicas condições ofertadas às pessoas com deficiência física e população idosa. Seus autores recomendam que sejam considerados critérios quantitativos e qualitativos no processo de avaliação da qualidade das infraestruturas disponíveis aos pedestres.

2.7 A Pessoa com Deficiência

As pessoas com deficiência física muitas das vezes são impossibilitadas de ir e vir, devido às características das rotas que não favorecem o uso por elas. Estas pessoas devem ser consideradas pedestres especiais, justamente por sua dificuldade de locomoção.

A ONU na Convenção sobre Direito das Pessoas com Deficiência2 especificou que pessoas com deficiência são aquelas que possuem impedimentos de natureza física, intelectual ou sensorial.

Um estudo divulgado pela Organização Mundial da Saúde - OMS revelou que mais de 1 bilhão de pessoas em todo o mundo apresentam algum tipo de deficiência: aproximadamente 190 milhões de pessoas têm a vida dificultada por falta de condições

acessíveis. As pessoas com deficiência são a maior minoria do mundo, cerca de 80%

dessas pessoas vivem nos países em desenvolvimento.

No Brasil, o Decreto 3.298/99 considera pessoa com deficiência aquela que apresenta em caráter permanente, perdas ou anormalidades de sua estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica, que gerem incapacidade para o desempenho de atividades, dentro do padrão considerado normal para o ser humano. Os direitos das pessoas com deficiência são garantidos pela Constituição Federal de 1988:

 Art. 6º - Garantia dos direitos individuais;

 Art. 7º – Proibição de discriminação no emprego;

 Art. 24º – Garantia de proteção pela União, Estados e Municípios;

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 Art. 227º §2º – Determina que a lei disponha sobre as normas de construção dos logradouros e edifícios de uso público e de fabricação de veículos de transporte coletivo, a fim de garantir o acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência;

 Art. 244 – A lei disporá sobre a adaptação dos logradouros, dos edifícios

de uso público e dos veículos de transporte coletivo atualmente existente, a fim de garantir acesso adequado às pessoas portadoras de deficiência, conforme disposto no art. 227 § 2º (efetivado com as leis 10.048/00 e 10.098/00);

A NBR 9050/04 traz a deficiência como a redução, limitação ou inexistência das condições de percepção das características do ambiente ou de mobilidade e de utilização de edificações, espaço, mobiliário, equipamento urbano e elementos, em caráter temporário ou permanente.

O Decreto 5.296/04 coloca a deficiência física como a alteração completa ou parcial, de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física.

No uso do sistema de circulação e transporte as pessoas com deficiência física, dependerão totalmente das boas condições das calçadas, travessias, pontos de parada, vias, terminais, estações de transferência e veículos adaptados. O estudo das condições de acessibilidade nas cidades visa contribuir com a melhoria nas condições de circulação e deslocamento das pessoas com deficiência, idosos, grávidas, pessoas com limitações temporárias, etc.

Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística IBGE no Censo de 2010

revelou que 24% da população brasileira – cerca de 45,6 milhões de pessoas têm algum

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Tabela 1.1: Classificação das Deficiências

Deficiência e Gravidade Pessoas

Deficiência Visual 35.791.488

Não consegue de modo algum 528.624

Grande dificuldade 6.056.684

Alguma dificuldade 29.206.180

Deficiência Motora 13.273.969

Não consegue de modo algum 740.456

Grande dificuldade 3.701.790

Alguma dificuldade 8.831.723

Deficiência Auditiva 9.722.163

Não consegue de modo algum 347.481

Grande dificuldade 1.799.885

Alguma dificuldade 7.574.797

Deficiência Mental/Intelectual 2.617.025

Fonte: Censo Demográfico 2010/IBGE.

O termo pessoa com deficiência tem sido utilizado oficialmente no Brasil e no mundo, sendo considerado o mais adequado por profissionais e pesquisadores das áreas correlacionadas.

O público entrevistado no presente estudo são pessoas com deficiência física, especificamente usuários de cadeira de rodas.

2.8 Auditoria Técnica Virtual

Uma auditoria técnica consiste na apreciação de uma situação com o intuito de investigar a realidade, e então averiguar se esta se encontra em conformidade com os padrões já pré-estabelecidos.

Ribeiro Neto (2001) define auditoria como um processo sistemático, documentado e independente para obter evidências e avaliá-las objetivamente para determinar a extensão na qual os critérios são atendidos.

(34)

Como base para auditoria técnica deste estudo foi utilizada a NBR9050/04 que especifica as particularidades que os espaços públicos de circulação devem abranger para se tornarem utilizáveis por todos e, se constituírem em rotas acessíveis.

A auditoria técnica virtual foi imprescindível, devido à necessidade de averiguar as reais condições dos trajetos indicados e avaliados pelos entrevistados e, se estes estão em acordo com o exigido na norma vigente.

2.9 Ferramentas Virtuais de Análise

O StreetView tem sido usado em diferentes pesquisas para analise do ambiente

construído, por possibilitar uma boa visão dos ambientes analisados este recurso tem contribuído em muitas pesquisas e até mesmo substituído auditorias técnicas presenciais. Pesquisadores das áreas de saúde pública, urbanismo, planejamento de transporte entre outras tem cada vez mais interesse no uso do StreetView conforme

estudos consultados.

Os pesquisadores e estudantes têm contado com ferramentas da internet, tais

como Google Maps, Google StreetView e Microsoft Oblique Visualizador para realizar

auditorias e avaliações (quantitativa/qualitativa), antes de visitar os locais ou como um substituto para uma auditoria presencial.

O StreetView tem sido usado em diferentes pesquisas como instrumento de

realização de auditorias em diferentes bairros, no intuito de observar as condições destes ambientes e se estes favorecem a pratica da atividade física ou não. São auditorias voltadas para a área da saúde relacionada às condições do ambiente dos bairros, algumas características como o volume de tráfego, conectividade com a rua, disponibilidade de áreas de lazer são observadas e posteriormente relacionadas a outros dados.

Clark et al.(2012) avaliaram a confiabilidade de um instrumento de auditoria num bairro na cidade de Chicago usando o Google StreetView. Segundo os autores o

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confiabilidade de um instrumento de auditoria em bairros usando a internet,

comparando os dados “virtuais” com os obtidos a partir de um instrumento idêntico

administrado “em pessoa”. Verificar a confiabilidade deste método, comparando os dados existentes que foram coletados como parte de um estudo sobre os bairros e de saúde na cidade de Chicago. Os resultados indicam que um instrumento de auditoria virtual usando o Google StreetView pode fornecer indicadores confiáveis.

Ben-Joseph et al. (2012) avaliaram a precisão relativa e utilidade das ferramentas da internet para avaliar e medir as características do ambiente construído na escala da rua. Eles mediram 84 ruas da região metropolitana de Boston, Massachusetts, usando visitas in loco e três ferramentas da internet. As avaliações foram comparadas para avaliar a precisão relativa e a utilidade das ferramentas. Os autores concordaram

que auditorias com base na internet, no Google Maps, Google StreetView, e MS Visual

Oblique, tendem a concordar fortemente com os resultados de auditorias no local sobre o uso da terra e características de transporte (tais como, os tipos de edifícios, destinos comerciais e ruas).

Os autores classificaram o MS Visual Oblique como a melhor ferramenta, o Sreet View foi classificado como o mais útil para medir características mais sutis, como nivelamento e condição das calçadas. Para os autores a combinação das três ferramentas citadas, pode ajudar os auditores a estabelecer um amplo entendimento das características ambientais. Porém, as ferramentas baseadas na internet não oferecem um substituto para uma auditoria real, mas permitem auditorias preliminares realizadas com precisão em locais remotos, economizando tempo e custos e complementando visitas reais.

Badland et al.(2010) colocam que uma auditoria baseada na internet pode economizar tempo, e demonstra estar em acordo aceitável com uma auditoria no local. Os autores veem as ferramentas da internet como úteis para medir ruas (a presença de calçadas, instalações, etc.) e características gerais do ambiente, porém, menos útil na identificação de características sutis (nivelamento de calçada, sinalização, etc.).

Rundle et al. (2012) relatam que o Google StreetView torna as auditorias em

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de dados de auditorias de bairros coletados em 2007 com dados de 2008 coletados por meio do StreetView. A amostra incluiu 37 blocos em bairros de alto potencial para

caminhada em Nova York. Na auditoria de campo e no StreetView foram coletados

dados referentes a 143 itens associados: a estética, a desordem física, segurança do pedestre, o tráfego motorizado e estacionamento, infraestrutura para o turismo, amenidades na calçada, e atividade social e comercial. O estudo indicou que o

StreetView pode ser usado para auditar ambientes de vizinhança, e avaliou a viabilidade,

as barreiras e limitações de usar o StreetView para auditar ambientes de bairros. Embora

geralmente limitado aos espaços públicos visíveis das ruas, poucas barreiras para seu uso foram identificadas. Entre os itens que foram medidos pelos autores 54,3% apresentaram alta concordância entre a auditoria de campo e a virtual. Segundo os autores a coleta de dados via StreetView pode ser menos caro e logisticamente mais

simples do que as auditorias em pessoa, facilita a supervisão e o controle de qualidade, e aborda algumas preocupações sobre a intromissão de estudos e auditoria de campo, bem como, problemas de segurança associados com o trabalho de campo em bairros de alta

criminalidade. Para os autores, o StreetView pode ser uma ferramenta eficiente para a

coleta de dados em ambientes urbanos. E ponderam, pesquisas futuras devem considerar a viabilidade, confiabilidade e validade da medição do StreetView em outros tipos de

ambientes de vizinhança.

Wilson et al.(2012) analisaram que a implementação de auditorias de campo podem ser caras se as observações forem necessárias em áreas grandes ou geograficamente dispersas ou em vários pontos. Os autores avaliaram o grau de concordância entre as auditorias de campo e auditorias derivada de interpretação de três tipos de imagens virtuais. As auditorias com base em imagens virtuais representam um método confiável, que pode ser usado no lugar de auditorias de campo para medir diversas características-chave do ambiente construído, importantes para a pesquisa em saúde pública. Os autores avaliaram um novo método para a coleta de medidas observáveis do ambiente construído usando imagens virtuais. Imagens virtuais referem-se à coleta simultânea de imagens em múltiplas direções a partir de um único local,

produzir uma vista panorâmica (StreetView). O estudo foi conduzido em áreas

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indicaram que as atuais auditorias com base em imagens virtuais representam um método confiável, que pode ser usado no lugar de auditorias de campo para medir diversas características do ambiente construído.

No Brasil o uso do StreetView tem sido pesquisado como uma ferramenta para

averiguar efetivamente as condições das calçadas na cidade de São Paulo. O projeto denominado Accessibility View é de Eduardo Battiston da Agência Click, a ideia é o

desenvolvimento de um aplicativo que permita traçar as melhores rotas de acordo com as condições de acessibilidade que as calçadas oferecem. O objetivo é mapear a cidade de São Paulo e evidenciar os pontos mais críticos, os mais adequados e tudo o que possa facilitar a vida do portador de deficiência física. A ideia é colocar um grupo de membros da Associação de Assistência a Criança Deficiente AACD com câmeras

fotográficas para circular pelas ruas, fazendo fotos panorâmicas como as do StreetView.

O material produzido deve ser usado como referência para as pessoas com deficiência em seus trajetos de circulação pela cidade.

2.10 Google StreetView

O StreetView é uma tecnologia relativamente nova do Google Earth que permite

uma vista panorâmica ao nível da rua (com base em imagens feitas em cerca de 10 ou 20m e altura de 2,5m). Essa configuração permite ao usuário ter a sensação de andar pelo local observado, as imagens altamente detalhadas disponíveis possibilita a

realização de uma “visita virtual”. O usuário pode navegar para frente ou para trás ao

longo das ruas.

Este recurso foi utilizado no presente estudo, devido a sua configuração, que permitiu verificar as condições das calçadas e travessias nos trajetos. O procedimento é simples, o endereço indicado é inserido no software, em seguida o Pegman é arrastado para o mapa, à panorâmica correspondente mais próxima calculada e a imagem exibida, girando para um ângulo diferente, outra seção da mesma panorâmica carrega. Tem-se

uma visão ampla do local em ângulos e distâncias diversas. O StreetView permite uma

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possibilita uma visita muito aproximada aos locais, facilita a observação e averiguação dos espaços públicos, ou seja, consente uma auditoria técnica virtual.

O StreetView permite grande flexibilidade na exibição de imagens e comporta a

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CAPITULO 3 - INFRAESTRUTURA DE PEDESTRE

A presente pesquisa analisou parte dos espaços de circulação de pedestre, mais especificamente as calçadas e travessias, especialmente as condições de uso, dada às pessoas com deficiência física usuárias de cadeira de rodas.

Segundo a NBR9050/04 os espaços destinados à circulação de pedestres são as áreas de circulação externa, ou seja, espaço coberto ou descoberto situado fora dos limites de uma edificação. A norma inclui nas áreas de circulação externa as áreas públicas, como passeios, calçadas, vias de uso de pedestres, faixas de travessia de pedestres, passarelas, caminhos, passagens, calçadas verdes, pisos drenantes, entre outros.

O Washington State Department of Transportation (WSDOT, 1997), define infraestruturas ou instalações de pedestres são os meios fornecidos para favorecer a viagem destes, tais como calçadas, caminhos, passeios, rampas de meio fio, faixa de pedestres, entre outros.

Na presente pesquisa as calçadas e travessias foram analisadas de acordo com as exigências na NBR9050/04, para tanto se fez necessário conhecer as exigências da norma quanto a estes espaços.

3.1 Rotas Acessíveis

O guia de instalações para pedestres do Washington State Department of Transportation (WSDOT, 1997), coloca que as calçadas e passeios funcionam como elementos do sistema de ruas amigáveis aos pedestres, pois estes espaços oferecem ou deveriam ter segurança, conforto, acessibilidade, mobilidade eficiente em ambiente agradável com espaço delimitado e boa visibilidade. As calçadas e passeios ofertam aos pedestres um espaço seguro para deslocamento livre do tráfego de veículos.

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A calçada é definida como a parte da via normalmente segregada e em nível diferente, reservada ao trânsito de pedestres e quando possível, a implantação de mobiliário urbano, sinalização, vegetação e outros fins conforme define o Código de Trânsito Brasileiro (1997).

Calçadas e travessias compõem a rota acessível e, devem estar em condições de uso conforme estabelecido na norma.

3.2 Espaços de Circulação de Pedestre

Para que a circulação nas áreas públicas seja segura para qualquer tipo de pedestre, a NBR9050/04 define os elementos necessários para atender a necessidade de todos.

3.2.1 Calçadas Calçada

Parte da via, normalmente segregada e em nível diferente, não destinada à circulação de veículos, reservada ao trânsito de pedestres e, quando possível, à implantação de mobiliário, sinalização, vegetação e outros fins - Código de Trânsito Brasileiro.

Calçada Rebaixada

Rampa construída ou implantada na calçada ou passeio, destinada a promover a concordância de nível entre estes e o leito carroçável.

Passeio

Parte da calçada ou da pista de rolamento, neste último caso separado por pintura ou elemento físico, livre de interferências, destinado à circulação exclusiva de pedestres e, excepcionalmente, de ciclistas - Código de Trânsito Brasileiro.

Piso

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para pisos externos e inclinação longitudinal máxima de 5%. Inclinações superiores a 5% são consideradas rampas. A norma recomenda que se evite a utilização de padrões na superfície do piso que possa causar sensação de insegurança.

Piso Tátil

Piso caracterizado pela diferenciação de textura em relação ao piso adjacente, destinado a constituir alerta ou linha guia, perceptível por pessoas com deficiência visual.

Desnível

Desníveis de qualquer natureza devem ser evitados em rotas acessíveis. Eventuais desníveis no piso de até 5mm não demandam tratamento especial. Desníveis superiores a 5mm até 15mm devem ser tratados em forma de rampa. Desníveis superiores a 15mm devem ser considerados degraus e sinalizados.

Grelhas e Juntas de Dilatação

As grelhas e juntas de dilatação devem estar preferencialmente fora do fluxo principal de circulação. Quando instaladas transversalmente em rotas acessíveis, os vãos resultantes devem ter dimensão máxima de 15mm, no sentido transversal ao movimento.

Tampas de Caixas de Inspeção e de Visita

As tampas devem estar absolutamente niveladas com o piso onde se encontram e eventuais frestas devem possuir dimensão máxima de 15mm. As tampas devem ser firmes, estáveis e antiderrapantes. A textura de sua superfície não pode ser similar a dos pisos táteis de alerta ou direcionais.

Inclinação Transversal

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Inclinação Longitudinal

A inclinação longitudinal de calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres deve sempre acompanhar a inclinação das vias lindeiras. A inclinação longitudinal das áreas de circulação exclusivas de pedestres deve ser de no máximo 8,33%.

Dimensões Mínimas de Faixa Livre

Calçadas, passeios e vias exclusivas de pedestres devem incorporar faixa livre com largura mínima recomendável de 1,50m, sendo o mínimo admissível de 1,20m e altura livre mínima de 2,10m.

Interferências na Faixa Livre

As faixas livres devem ser completamente desobstruídas e isentas de interferências como vegetação, mobiliário urbano, equipamento de infraestrutura aflorado (postes, armários de equipamentos e outros), orlas de árvores e jardineiras, rebaixamentos para acesso de veículos, bem como, qualquer outro tipo de interferência ou obstáculo que reduza a largura da faixa livre. Eventuais obstáculos aéreos devem ter altura superior a 2,10m.

Acomodação Transversal de Circulação

A acomodação transversal do acesso de veículos e seus espaços de circulação e estacionamento devem ser feita exclusivamente dentro do imóvel, de forma a não criar degraus ou desníveis abruptos nos passeios.

Dimensionamento da Faixa Livre

Admite-se que a faixa livre possa absorver com conforto um fluxo de tráfego de 25 pedestres/min., em ambos os sentidos, a cada metro de largura.

Rebaixamento de Calçadas para Travessia de Pedestre

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ser igual à largura das faixas de travessia de pedestres. Deve ser garantida uma faixa livre no passeio, além do espaço ocupado pelo rebaixamento, de no mínimo 0,80m, sendo recomendados 1,20m. Os rebaixamentos de calçadas devem ser sinalizados, podem estar localizados nas esquinas, nos meios de quadra e nos canteiros divisores de pistas.

3.2.2 Travessias

Faixa de Travessia de Pedestre

Sinalização transversal às pistas de rolamento de veículos, destinada a ordenar e indicar os deslocamentos dos pedestres para a travessia da via (Código de Trânsito Brasileiro). As faixas devem ser aplicadas nas seções de via onde houver demanda de travessia, junto a semáforos, focos de pedestres, no prolongamento das calçadas e passeios. A largura da faixa de travessia de pedestres é determinada pelo fluxo de pedestres no local.

Foco de Pedestre

Indicação luminosa de permissão ou impedimento de locomoção na faixa apropriada (Código de Trânsito Brasileiro).

Semáforo ou Foco de Pedestre

Onde houver semáforo ou focos de acionamento manual para travessia de pedestres, o dispositivo de acionamento deve situar-se à altura entre 0,80m e 1,20m do piso.

Rampa

Inclinação da superfície de piso, longitudinal ao sentido de caminhamento. Consideram-se rampas aquelas com declividade igual ou superior a 5%. A inclinação transversal não pode exceder 2% em rampas internas e 3% em rampas externas.

3.2.3 Ambiente

Equipamento Urbano

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Fatores de Impedância

Elementos ou condições que possam interferir no fluxo de pedestres. Exemplos de fatores de impedância: mobiliário urbano, entradas de edificações junto ao alinhamento, vitrines junto ao alinhamento, vegetação, postes de sinalização entre outros.

Mobiliário Urbano

Todos os objetos, elementos e pequenas construções integrantes da paisagem urbana, de natureza utilitária ou não, implantados mediante autorização do poder público em espaços públicos e privados.

Vegetação

Os elementos da vegetação tais como ramos pendentes, plantas, galhos de arbustos, muretas, orlas, grades ou desníveis no entorno da vegetação e de árvores não devem interferir na faixa livre de circulação. Nas áreas adjacentes à rota acessível não são recomendadas plantas dotadas de espinhos, produtoras de substâncias tóxicas, invasivas com manutenção constante, que desprendam muitas folhas, flores, frutos ou substâncias que tornem o piso escorregadio, cujas raízes possam danificar o pavimento.

3.3 Desenho Universal

Em 1963 foi criado em Washington uma comissão para desenvolvimento de um

“Desenho Livre de Barreiras”, uma corrente ideológica voltada a desenvolver o desenho de equipamentos, edifícios e áreas urbanas, com o intuito de promover a acessibilidade, por meio da eliminação de barreiras nas edificações e espaços urbanos.

As barreiras existentes nos espaços urbanos eram associadas aos comportamentos de exclusão e segregação das pessoas com deficiência, as quais são impedidas de circular livremente devido à existência de obstáculos. O objetivo não era remover as barreiras existentes, mas evitar que elas surgissem.

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todas as pessoas o acesso a ambientes e objetos. E evitar a necessidade de ambientes e produtos adaptados ou diferenciados para pessoas com deficiência.

Segundo a NBR9050/04 o Desenho Universal visa atender à maior gama de variações possíveis das características antropométricas e sensoriais da população.

Os princípios básicos do Desenho Universal são:

1. Uso equitativo: ser útil a pessoas com diversas capacidades;

2. Flexibilidade no uso: acomodar um vasto leque de preferências e capacidades individuais;

3. Uso simples e intuitivo: utilização facilmente compreendida, independente da experiência, do conhecimento, das capacidades linguísticas ou do nível de concentração do utilizador;

4. Informação perceptível: comunicar eficazmente ao utilizador a informação

necessária, independente das suas capacidades ou condições ambientais;

5. Tolerância ao erro: minimizar os riscos e consequências adversas de ações acidentais ou não intencionais;

6. Baixo esforço físico: poderá ser usado de uma forma eficiente e confortável e com o mínimo de fadiga;

7. Tamanho e espaço para aproximação e uso: providenciará tamanho e espaço

apropriados para aproximação, alcance, manipulação e uso, independentemente do tamanho do corpo, postura ou mobilidade do utilizador.

Segundo Wright (2001), a calçada construída de acordo com os princípios do desenho universal deve ter:

 Largura mínima de 1,80m;

 Superfície antiderrapante de 1% a 2% de inclinação para escoar a água de chuva;

 Livre de buracos e obstáculos: postes, lixeiras, bancas de jornal, veículos estacionados, entre outros. Na altura do corpo ou cabeça: placas, toldos, galhos de árvores, vegetação suspensa, etc.;

 Rebaixamento nas esquinas, com rampas suaves no lugar do meio-fio;

 Borda diferenciada ao tato e perceptível quando pisada ou tocada com uma

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CAPITULO 4 – METODOLOGIA

O desenvolvimento desta pesquisa se deu nas seguintes etapas metodológicas:

1. Revisão Bibliográfica

2. Identificação dos Fatores Influentes

3. Definição do Instrumento de Pesquisa – Questionário

4. Pesquisa Piloto e Amostra 5. Coleta de Dados

6. Análise dos Resultados

7. Características Observadas na Auditoria Virtual 8. Processo de Comparação dos Dados Obtidos

A presente pesquisa analisou as condições de acessibilidade ofertada às pessoas com deficiência física especificamente os cadeirantes. Os aspectos de conforto e segurança das vias públicas de uso exclusivo do pedestre (calçadas e travessias) foram avaliados, por meio de um questionário de opinião aplicado junto ao público respondente. Efetivou-se também uma leitura das condições encontradas nos trajetos indicados, por meio de auditoria técnica virtual à luz da legislação vigente

(NBR9050/04), com o uso do StreetView. A metodologia empregada foi desenvolvida

em diversas etapas.

4.1 Revisão Bibliográfica

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4.2 Identificação dos Fatores Influentes

Os fatores que podem influenciar nas condições dos deslocamentos das pessoas com deficiência física são muitos. Com base nas pesquisas consultadas, os aspectos delineados e medidos neste estudo foram: conforto, segurança e aspectos ambientais.

Os autores estudados ressaltam que o ambiente ideal para pedestre deve ofertar condições de segurança, seguridade, conforto, continuidade, coerência, atratividade visual e psicológica.

No presente estudo foram tidos como fundamentais para a avaliação das calçadas e travessias, os aspectos de segurança, conforto e do ambiente. Os itens relevantes foram delineados:

 Conforto - grau de dificuldade relacionado à existência ou não de

obstáculos que impeçam ou dificultem o movimento e o uso das calçadas e das travessias;

 Segurança - possibilidade de ocorrência de conflito entre veículos e a pessoa com deficiência física, e o risco de acidentes e incidentes a que estão expostos;

 Ambiente - condições encontradas e percebidas pelos usuários de cadeira

de rodas, durante o deslocamento aspectos agradáveis e desagradáveis.

A proposta foi elaborar questões que abarcassem os aspectos mais relevantes dentro das características de conforto, segurança e ambiente, e permitissem obter a percepção das pessoas com deficiência física e usuárias de cadeira de rodas, sobre as condições dos espaços de circulação de pedestre.

4.3 Definição do Instrumento de Pesquisa - Questionário

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tem a função básica de medir alguma coisa, e pode apresentar questões fechadas ou abertas. No questionário de questões fechadas é solicitada a escolha de uma das opções, o entrevistado deve assinalar ou escolher entre as alternativas a que mais se adequa a sua opinião, as questões podem ser lidas em voz alta ou expostas ao respondente.

Neste estudo foi adotado o questionário de perguntas fechadas, as quais foram ditas em voz alta pelo pesquisador aos entrevistados, e estes por sua vez ponderavam a questão e a respondiam. Com o intuito de avaliar as condições dos espaços de circulação do pedestre, segundo o ponto de vista dos usuários (pessoas com deficiência física), foi necessário o desenvolvimento de questões avaliativas sobre as características importantes e essenciais das calçadas e travessias.

Para a elaboração do questionário os seguintes passos foram delineados:

a) Levantamento das características mais importantes nos espaços de circulação

de pedestres para as pessoas com deficiência física, idosos e demais pedestres;

b) Identificação na bibliografia de indicadores da qualidade das infraestruturas de circulação de pedestre utilizados na avaliação destas;

c) Seleção da Escala de Osgood - Técnica do Diferencial Semântico,

considerando indicadores de caracterização física e ambiental da infraestrutura dos espaços de circulação de pedestres;

d) Apresentação dos indicadores a serem utilizados na verificação das condições

de calçadas e travessias no uso de pessoas com deficiência física e usuárias de cadeira de rodas.

Imagem

Tabela 1.1: Classificação das Deficiências
Tabela 4.1: Importância das características das calçadas para a  escolha de  seus trajetos pela cidade:
Tabela  4.3:  A  influência  das  características  do  ambiente  para  a  escolha  de  seus trajetos pela cidade:
Tabela 4.6: A avaliação das características do ambiente do trajeto indicado:
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Referências

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