• Nenhum resultado encontrado

Expertise e politização nas diretorias colegiadas das agências reguladoras brasileiras

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2020

Share "Expertise e politização nas diretorias colegiadas das agências reguladoras brasileiras"

Copied!
27
0
0

Texto

(1)

Expertise e politização nas diretorias

colegiadas das agências reguladoras

brasileiras

Policy paper

Junho de 2018

(2)

2

POLICY PAPER

Expertise e politização nas diretorias colegiadas das agências reguladoras brasileiras

FINANCIAMENTO FGV Pesquisa

COORDENADORA DO PROJETO Alketa Peci (EBAPE/FGV)

EQUIPE

LIDERES Alketa Peci Renato Rocha

Joisa Campanher Dutra

PESQUISADORES Aline Santos Fabiola Fernandes Flavio Fontanelli Luiz Geron Michelle Holperin AVISO

O conteúdo apresentado neste estudo é de responsabilidade da equipe responsável pela sua elaboração não representa necessariamente a posição oficial da Fundação Getulio Vargas. Estudo elaborado em 2017 e 2018. Publicado em junho de 2018.

CITAR COMO

Peci, Alketa (Coordenação). A composição de expertise nas diretorias colegiadas das agências reguladoras brasileiras. Policy Paper. Escola Brasileira de Administração Pública e de Empresas, EBAPE/FGV. Rio de Janeiro, 2018.

(3)

3

Sumário

1. RESUMO ... 4 2. A AUTONOMIA DECISÓRIA DAS AGÊNCIAS REGULADORAS INDEPENDENTES ... 5 3. INFLUÊNCIA POLÍTICA NAS ARIS BRASILEIRAS ... 8 4. TIPOLOGIAS DECISÓRIAS DAS AGÊNCIAS REGULADORAS E O PERFIL DA DIRETORIA COLEGIADA ... 10 5. RECOMENDAÇÕES DE POLÍTICAS PÚBLICAS ... 23 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ... 26

(4)

4

1. Resumo

Este policy paper foca em implicações e recomendações de políticas públicas decorrentes dos resultados da pesquisa aplicada “Agenda regulatória na prática: uma análise das políticas adotadas por agências reguladoras nos últimos 20 anos”, financiada pela Fundação Getulio Vargas. Concretamente, o relatório destaca a relevância da composição, em termos de expertises, da diretoria colegiada das Agências Reguladoras Independentes (ARIs) para a qualidade e a consistência das decisões que as ARIs tomam ao longo da sua trajetória. O nosso trabalho adapta as dimensões de expertise técnica, politização e vacância da diretoria colegiada das ARIs para verificar se estas se associam com as tipologias decisórias que caracterizam as agências. Entre as nossas recomendações, destacamos a importância de incentivar um mix adequado de expertises reguladoras nas diretorias colegiadas das ARIs como uma forma mais realista de garantir a autonomia decisória das ARIs e de blindar os reguladores da pressão isolada de certos grupos de interesse.

(5)

5

2. A

autonomia

decisória

das

Agências

Reguladoras

Independentes

O modelo de agencia reguladora independente (ARI) permeia-se pelo pressuposto da autonomia. ARIs são órgãos burocráticos instituídos na expectativa de ficar imune a pressões político-partidárias, mas também a pressões de grupos de interesse ou outras motivações corporativistas. Simultaneamente, ARIs são órgãos técnicos que deveriam ser orientados por um processo de tomada de decisões baseado em critérios profissionais e racionais. Em outras palavras, a autonomia busca evitar o risco de captura do regulador por específicos grupos de interesse, sendo estes representantes do mercado, do poder político ou da própria burocracia (Carpenter e Moss, 2014). Paralelamente, a expertise técnica garantiria a autonomia das ARIs, uma vez que poderia se traduzir em decisões neutras e baseadas em evidências.

Um conjunto de teorias, entre as quais destacamos as teorias de captura, questiona a premissa da autonomia das ARIs, enxergando as agências como instituições que podem ser capturadas por grupos de interesse, como as empresas privadas reguladas, os políticos, os consumidores, os ambientalistas e até a burocracia das próprias agências. Boa parte das teorias de captura privilegia, entretanto, aquela feita pelo mercado (Laffont e Tirole, 1991; Stigler, 1971). A captura afasta o ideal de uma tomada de decisão isenta, com base exclusiva no conhecimento técnico e nas informações existentes para obter o melhor equilíbrio para o setor. O agente “capturado” pode tomar decisões e passar a agir em benefício de apenas uma das partes do sistema, gerando incertezas e descontrole no processo regulatório e colocando em xeque a independência e a credibilidade das agências. A visão “dura” da captura dos reguladores e das agências reguladoras pelo mercado é empiricamente difícil de comprovar e tende a ser, geralmente, induzida, pelo estudo posterior das decisões regulatórias. Ainda, os grupos de interesse, de qualquer natureza, usam uma variedade de instrumentos políticos para influenciar as decisões governamentais (Baumgartner & Jones, 199; Coglianese, 1996; Hammond & Knott, 1996; Wright, 1996).

Na prática, observa-se que outras fontes de captura podem influenciar os processos decisórios das ARIs: parte dos cargos de diretores das agências reguladoras é preenchida por critérios políticos, como parte das negociações que permeiam as relações dos Poderes Executivo e Legislativo, e não por critérios estritamente técnicos. A própria burocracia pode

(6)

6

capturar cargos diretivos das agências e, embora mais raro, grupos de consumidores mais articulados e influentes (por exemplo, consumidores livres no mercado de energia elétrica) podem motivar as decisões regulatórias.

Estudos mais recentes também indicam que a “captura” de grupos de interesse segue uma dinâmica mais sutil. Por exemplo, estes podem conseguir influenciar as decisões regulatórias no decorrer do processo formal de regulamentação, quando as ARIs abrem espaço via consulta e audiência pública para participação de todos os interessados. Esta participação pode, e muitas vezes, consegue alterar o conteúdo das decisões burocráticas. Yackee (2005) comprova que estas vozes que participam no processo de consulta pública que precede as decisões regulatórias podem mudar o conteúdo destas decisões a seu favor.

Na pratica, a autonomia do órgão regulador se reflete na autonomia decisória dos reguladores que compõem a diretoria colegiada destes órgãos. Entre as várias fontes de captura, destacamos, neste trabalho, a política. O modelo autônomo das ARIs resgata uma outra questão clássica em administração pública: como (e, se) os órgãos burocráticos de natureza autônoma refletem as preferências presidenciais ou do próprio congresso (Goodsell, 2004). Os estudos internacionais que buscaram compreender a influência das preferências presidenciais no contexto norte-americano destacaram que a autonomia das agências não insula as mesmas da influência presidencial ou do congresso.

A principal ferramenta de influência presidencial para controlar politicamente as agências reside nas nomeações dos altos dirigentes (Wood e Waterman,1991). Outra influência importante nas decisões regulatórias emitidas por ARIs independentes refere-se às mudanças legislativas, cujos rumos as agências reguladoras precisam incorporar. Wood e Waterman (1991) também comprovam empiricamente que estas fontes de influências se refletem em responsividade por parte das agências, inclusive naquelas consideradas altamente independentes.

Por outro lado, as próprias agências, embora se ajustem às preferências políticas, também influenciam as decisões regulatórias, particularmente sustentando em bases mais racionais os processos de decisão.

Em outras palavras, é natural observar que mudanças substanciais de rumos das políticas públicas são naturalmente absorvidas por órgãos burocráticos, inclusive aqueles de natureza independente como as ARIs. Os fatores que influenciam a captura do regulador,

(7)

7

entendida como falta de credibilidade e compromisso nas decisões regulatórias, são, entretanto, altamente contingenciais e variam de um contexto para outro.

(8)

8

3. Influência política nas ARIs brasileiras

No contexto brasileiro, sujeito a especificidades político-institucionais, estudos anteriores têm comprovado que a maior fonte de captura das ARIs é a política. Batista (2011) mensura a independência das dez agências reguladoras federais com base nas seguintes variáveis: i) duração do mandato; ii) compartilhamento da indicação dos diretores; iii) demissão possível com sentença; iv) proibição da recondução; v) conhecimento prévio à área regulada; vi) decisões sem necessidade de autorização do governo; vii) decisões passíveis de revisão apenas no Judiciário; viii) orçamento definido pela agência; e ix) procedimentos da agência modificados com anuência do Legislativo. Após calcular um ranking de independência, a autora calcula o índice de interferência política, baseada em medidas como saída dos diretores, composição da diretoria e contingenciamento do orçamento. A autora observa a interferência política na troca do governo e conclui que, quanto maior o nível de independência formal, maior também a interferência política.

O trabalho de de Bonis (2016) buscou analisar os efeitos presidenciais sobre as ARIs, no período de 1997 a 2014. Ele observou que a transição presidencial parece afetar a taxa de conclusão dos mandatos dos dirigentes das ARIs. Enquanto a taxa de conclusão dos mandatos circunscritos ao mandato presidencial é de 90%, os dirigentes cujos mandatos atravessaram uma transição presidencial concluíram seu mandato em 76% dos casos. Por outro lado, a taxa de reconduções dos diretores das ARIs diminui muito com a troca do governo. De 43 diretores nomeados no governo FHC que poderiam ter sido reconduzidos aos seus cargos no governo Lula, apenas 4, ou 9%, o foram.

Outra forma de influência política que o autor observa nas ARIs brasileiras diz respeito à não complementação dos cargos de diretor dos colegiados. Durante o governo FHC as agências operaram durante 86% do tempo com a diretoria completa, percentual que cai para 55% no governo Lula e 49% no governo Dilma. No Governo Lula, por exemplo, a ANP operou com a diretoria completa durante apenas 21% do tempo.

O autor observa que quando se trata dos diretores-presidentes das ARIs (que tem poder inclusive nas nomeações de cargos de confiança internos) apenas 56% dos diretores-presidentes de ARIs nomeados por FHC, cujo mandato se encerraria no governo Lula, o exerceram até o final. Destes, nenhum foi reconduzido ao cargo pela nova administração. Ainda em relação aos diretores-presidentes, chama a atenção também que a taxa de recondução, para aqueles que exerciam o cargo na transição do governo Lula para o governo Dilma, foi de apenas um terço dos casos. O autor conclui: “esta parece ser uma

(9)

9

indicação de que mesmo em casos de continuidade político-partidária, os presidentes eleitos têm incentivos para fazer uso de suas próprias redes pessoais e profissionais na montagem de suas equipes de governo, incluindo-se aí, naturalmente, as ARIs” (De Bonis, 2016: 112).

Resumindo, pesquisas interiores vêm demonstrando que influências políticas têm impactado a estrutura organizacional das agências em várias dimensões. Boa parte dos estudos, entretanto, não foca nas decisões regulatórias, mas observa o impacto político em aspectos formais e organizacionais dos órgãos reguladores.

Resta a investigar se a influência política também permeia as decisões adotadas pelos reguladores, como observamos neste relatório. Ainda, buscamos destacar, neste relatório, como a composição das expertises da diretoria, nas suas dimensões políticas e de experiência prévia dos reguladores, também se reflete na qualidade e na consistência das decisões regulatórias das ARIs.

(10)

10

4. TIPOLOGIAS DECISÓRIAS DAS AGÊNCIAS REGULADORAS

E O PERFIL DA DIRETORIA COLEGIADA

Nesta pesquisa, buscamos levantar as principais tipologias decisórias adotadas por quatro ARIs federais de infraestrutura (Aneel, Anatel, ANP e ANTT) ao longo da trajetória de sua atuação. Para isto, recorremos às notícias de imprensa publicadas nos seus websites institucionais, no período de 1999-2018. Partimos do pressuposto que as notícias são uma boa proxy das decisões mais importantes dos órgãos – uma vez que são “escolhidas” para divulgação. Foi usada a modelagem de tópicos (topic modelling) para mapear as principais tipologias de decisões as agências tomaram ao longo das suas trajetórias.

Particularmente em países em desenvolvimento, a missão das agências reguladoras brasileiras torna-se mais complexa e ambiciosa e não aborda apenas a regulação entendida no sentido de incentivo à concorrência e defesa de mercado. Em linhas gerais, a regulação se tornou um instrumento fundamental para a organização de inteiras indústrias, sendo utilizada, inclusive, para incentivar os agentes de mercado a adotarem condutas mais concorrenciais e eficientes. Mas, em países como Brasil, os reguladores enfrentam desafios maiores. Como Dubash e Morgan (2012) argumentam, a regulação no hemisfério sul alinha não apenas decisões focada na regulação da conduta do monopolista e na regulação de possíveis falhas de mercado, mas também é pressionada por atender objetivos de universalização e acesso aos serviços públicos. Consequentemente, os reguladores buscam alcançar objetivos sociais, buscando garantir que consumidores fossem alcançados pelos serviços de uma forma adequada e justa; subsídios a indústrias nacionais, em nome dos ideais do desenvolvimentismo, entre outros possíveis objetivos que eventualmente capturam o processo de decisão regulatória.

Múltiplas são, portanto, as tarefas atribuídas ao regulador, que deveria comportar-se como um árbitro imparcial em frente a numerosos e divergentes interesses, além de assegurar aos investidores que não existiriam interferências, nem “políticas” nem “de mercado”, e que as escolhas regulatórias, críveis, previsíveis e coerentes, não seriam relacionadas aos ciclos eleitorais e às pressões de grupos de interesse específicos, mas, ao contrário, seriam comprometidas e refletiriam uma lógica de longo prazo.

Tendo em vista estas tensões inerentes ao trabalho das ARIs, a nossa pesquisa partiu para uma visão indutiva, que categorizasse as decisões efetivamente tomadas pelos

(11)

11

reguladores em tipologias decisórias. O resultado da análise aponta para um tripé de tipologias decisórias, conceitualmente classificadas como: regulatórias, burocráticas e outras políticas finalísticas. A tipologia regulatória é entendida como um conjunto de decisões relacionado à promoção da competição, à revisão contratual e tarifária. Ao longo da sua trajetória, as agencias manifestaram outras lógicas decisórias: próximas à burocratização, entendida como um conjunto de decisões que refletem aspectos institucionais da agência ou ao uso do poder de polícia, como na fiscalização ou na certificação de produtos e serviços; ou, outras políticas finalísticas, entendidas como um cardápio variado de decisões que englobem a promoção da indústria nacional, bolsas de P&D, subsídios de tarifa para consumidores de baixa renda, ou apoio a políticas setoriais (e.g. saúde) entre outras que não se encaixariam nas duas primeiras.

A seguir, seguem os resultados das tipologias decisórias nas 4 (quatro) agências de infraestrutura acima destacadas:

(12)

12

Agência Nacional de Energia Elétrica - Aneel

Gráfico 1: Aneel - Tipologias Decisórias - Série Histórica

Gráfico 2: Anatel – Tipologias Decisórias – Série Histórica

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

BUROCRÁTICA REGULAÇÃO OUTRAS POLÍTICAS FINALÍSTICAS

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 2017

(13)

13

Gráfico 3 ANP: Tipologias decisórias - Série Histórica

Gráfico 4. ANTT - Tipologias decisórias: Série Histórica

Importante observar que a tipologia regulatória não representa nem maior peso, e nem é um constante no repertório das agências reguladoras pesquisadas. Chamam atenção, particularmente, as oscilações ao longo da trajetória das agências.

De posse nestas tipologias decisórias, buscamos compreender fatores que ajudam a compreender as oscilações observadas. Destacamos, neste policy paper, o perfil da

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

BUROCRÁTICA REGULAÇÃO OUTRAS POLÍTICAS FINALÍSTICAS

0 0,1 0,2 0,3 0,4 0,5 0,6 0,7 0,8 0,9 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

(14)

14

diretoria colegiada das agências e sua associação com as tipologias decisórias acima observadas.

Na prática, a autonomia do órgão regulador se reflete na autonomia decisória dos reguladores, que, por sua vez, se traduz em duas dimensões: a de que os reguladores são independentes e isentos de influências políticas, e a de que possuem expertise e conhecimento técnico para tomar decisões regulatórias competentes. O nosso trabalho adapta as dimensões de expertise, politização e vacância da diretoria colegiada das ARIs para verificar se estas se associam com as tipologias decisórias acima identificadas. A análise do perfil profissional dos diretores das agências de regulação buscou explorar a relação das tipologias decisórias das agencias com outras variáveis que vão além da relação com a política – uma das mais complexas e sensíveis questões da administração pública. Considera-se, aqui, os processos decisórios das agências regulatórias podem também ser influenciadas por pela composição de expertises profissionais, além das políticas, presentes na diretoria colegiada das ARIs. Além dos indicadores de expertise e politização do board, foram também incluídas na análise indicadores relacionados a experiência técnica do corpo dos funcionários das agências (formação dos concursados exercendo cargo de “especialista em regulação”; presença de procuradores no quadro da agência), assim como dados sobre a vacância nas diretorias.

O quadro 1 apresenta as quatro dimensões de expertise inicialmente utilizadas neste trabalho, com as respectivas experiências profissionais que as compõem e que foram levantadas com base na análise detalhada dos CVs dos diretores das agências.

Quadro 1. Expertise Agregada da Diretoria Colegiada – Dimensões e Indicadores

Dimensão Experiência Profissional

Mercado

Professor em Universidade Privada

Consultor Técnico / Consultor Empresarial Indústria Regulada – Setor Privado

Experiência Empresarial em outros setores Industria Regulada

Estatal

Setor Público Federal Setor Público Estadual

Setor Público

Professor em Universidade Pública Setor Público Federal

Mesma Agência de Regulação Outra Agência de Regulação

(15)

15

Diretoria de Estatais/Soc. Eco. Mista

Política

Administração Estadual ou Municipal ou Assessoria Parlamentar

Associações ou Entidades de Classe Sindicatos

Filiação Partidária

Participação em conselhos de empresas estatais - não Setoriais

Os indicadores de experiência profissional foram, posteriormente, utilizados com outras agregações. Para a expertise “indústria regulada”, por exemplo, foi incorporada à expertise nos setores estatais regulados o indicador de experiência no setor regulado privado. Incorporou-se à dimensão setor público a experiência no setor público estadual e municipal.

Quadro 2: Dimensões e Indicadores - Expertise da Diretoria II

Dimensão Experiência Profissional Industria Regulada Setor Público e Privado

Setor Público

Professor Universidade Pública/ Setor Público Federal/ Agência de Regulação/ Diretoria de Estatais Não Setoriais/ Administração Estadual ou Municipal

Político

Administração Estadual ou Municipal – Não Concursado Associações/Entidades de Classe / Sindicatos/ Filiação Partidária/ Conselhos de estatais - Não Setoriais/ Assessor Parlamentar

4.1 Perfis de expertise nas ARIs brasileiras

Os gráficos abaixo apresentam os resultados dos perfis de expertise das diretorias colegiadas por agência de regulação.

O gráfico 5 apresenta a expertise da diretoria colegiada acumulada em industrias reguladas estatais.

(16)

16

Gráfico 5: Expertise na Indústria Regulada Estatal

Considerando que boa parte das ARIs foi criada para regular indústrias que foram, até o momento de criação das agências, de atuação estatal, era de se esperar que esta expertise tivesse bem representada nos primeiros anos de atuação das agências. Com exceção da Aneel, que apresenta uma alta expertise nesta área no início da série histórica, tal representação não é um padrão observado em todas as ARIs incluídas na análise. Ainda mais interessante é observar a oscilação dessa expertise ao longo do tempo, sem um aparente padrão de comportamento, com exceção do verificado na ANP. Ao contrario das demais agências, na ANP, sobretudo até o ano de 2012, a presença da expertise na indústria regulada estatal apresenta uma relativa estabilidade, a despeito do relativamente baixo peso dessa expertise.

A expertise na indústria regulada privada ainda não é muito expressiva em boa parte das ARIs brasileiras de infraestrutura, mas tem vindo a crescer em agências como Anatel e Aneel nos últimos anos, como era de se esperar. De novo, ANP chama atenção por estar na contramão desta tendência observada nas outras agências. Gráfico 6 apresenta esta evolução nas quatro agências.

Gráfico 6: Expertise na Indústria Regulada Privada

(0,20) 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

ANTT ANEEL ANP ANATEL

(0,05) 0,05 0,10 0,15 0,20 0,25 0,30 0,35 0,40 0,45 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016

(17)

17

Apesar do crescimento da participação de diretores com expertise na indústria regulada privada ainda predomina a expertise adquirida na indústria regulada estatal, a despeito das acentuadas variações ao longo do período.

A figura abaixo, confirma tal leitura. Com exceção da ANP, na qual a participação da expertise na indústria regulada privada aparece com relevância já em 2002, nas demais agências, tal participação começa a ganhar algum destaque somente a partir de 2009-2010. No caso da ANTT, diretores com experiência profissional na indústria regulada privada começam a ser nomeados somente a partir de 2015. A figura 1, a seguir, representa a expertise na indústria regulada total e subdividida em pública e privada.

Figura 1: Expertise na Industria Regulada: Total, Pública e Privada

ANTT ANEEL

ANP ANATEL

Percebe-se, adicionalmente, que, com algumas exceções, o peso da expertise da diretoria colegiada das ARIs na administração pública supera o peso da expertise na indústria regulada em todas as agências (Fig 2). Em outras palavras, boa parte da expertise do board das ARIs é consolidada no setor público. Este dado é semelhante às pesquisas de

0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90

REGULADO REGESTAT REGPRIV

0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60

REGULADO REGESTAT REGPRIV

0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70

REGULADO REGESTAT REGPRIV

0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20

(18)

18

Eckert’s (1981) e Spiller’s (1990) que também indicaram quase 75% dos reguladores norte-americanos tem experiência previa no setor público.

Figura 2. Expertise na Industria Regulada e na Administração Pública

ANTT ANEEL

ANP ANATEL

Ao contrário das expertises no setor privado, na indústria regulada e nas atividades político-partidária (ver a seguir), a expertise no setor público parece estar bem representada em todas as agências.

Por fim, a expertise política na composição das diretorias das ARIs é uma das principais variáveis a se considerar.

Duas características essenciais para a atuação das agências reguladoras são independência e accountability. Em particular, a implementação de regras sem interferências políticas de curto prazo torna-se crucial e isto poderia acontecer se a instituição possuísse competência técnica-especializada adequada, gozasse de autonomia na execução das próprias escolhas e fosse composta de indivíduos dotados de relativa autonomia para a solução, observadas as regras, de conflitos de interesse.

(0,20) 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 REGULADO PÚBLICO 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00 REGULADO PÚBLICO 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 REGULADO PÚBLICO 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 REGULADO PÚBLICO

(19)

19

Como pode ser verificado na figura abaixo, o peso do componente político partidário apresenta forte discrepância nas quatro agencias analisadas.

Figura 3: Expertise Político-partidária na Diretoria Colegiada das ARIs

ANTT ANEEL

ANP ANATEL

A figura 3, indica que algumas agências, como Aneel conseguiram manter em níveis baixos os indicadores de expertise política, enquanto outras como Antt e ANP não apenas apresentaram níveis maiores, mas também bastante oscilação nestes indicadores de politização.

4.2 Perfil de expertise e tipologias decisórias nas ARIs

Os perfis de expertise acima identificados nas diretorias colegiadas das ARIs influenciam as tipologias decisórias das ARIs.

Por exemplo, o baixo grau de politização, além de favorecer um predomínio da tipologia de decisão regulatória, favorece, em paralelo, uma maior estabilidade de atuação. Interessante observar as diferenças nas práticas regulatórias da ANEEL e da ANTT.

0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00

POLITICO NÃO POLITICO

(0,50) 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

POLITICO NÃO POLITICO

0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 1,20 1,40 1,60 1,80 2,00

POLITICO NÃO POLITICO

0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 3,50

(20)

20

Gráfico 7. ANTT: Lógicas de Atuação e Politização do Board

Gráfico 8. ANEEL: Lógicas de Atuação e Politização do Board

Como pode ser visto nos gráficos 7 & 8, percebe-se uma indefinição de decisões na ANTT, caracterizada por oscilações da lógica regulatória e burocrática. As maiores quedas na lógica regulatória são acompanhadas por maiores indícios de politização. O mesmo não se percebe na ANEEL, cuja atuação em favor lógica regulatória é claramente perceptível ao longo de toda série histórica analisada. Aneel também se caracteriza por presença menor de expertise política.

No caso da ANP, percebe-se como a agenda política do governo federal pode se refletir na composição de expertises das agências de regulação. A partir de 2005, com a descoberta de fortes indícios de petróleo nas camadas marítimas subterrâneas das bacias de Santos e Campos, o peso político-partidário das diretorias colegiadas da ANP foi significativamente ampliado. 0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 POLITICO NÃO POLITICO L.Reg L.Bur L.Opf

0,50 1,00 1,50 2,00 2,50 3,00 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 0,90 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 NÃO POLITICO POLITICO L.Reg L.Bur L.Opf

(21)

21

Gráfico 9. ANP: Politização do Board

Com o predomínio do peso relativo do componente político-partidário na agência, em detrimento de expertises no setor privado e na indústria regulada, a lógica regulatória perde importância a partir de 2005, como pode ser visto no gráfico abaixo.

Gráfico 10. ANP: Lógicas de Atuação e pesos relativos dos expertise do board

Por outro lado, as expertises no setor privado, na indústria regulada e no setor público federal reforçam, sobretudo quando associadas, a lógica regulatória. Como pode ser verificado no caso da ANEEL, a ausência de diretores com atuação político-partidária (entre 2006 e 2008) permitiu uma significativa predominância da lógica regulatória.

0,50 1,00 1,50 2,00 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 NÃO POLITICO POLITICO

,000 ,2000 ,4000 ,6000 ,8000 1,000 1,2000 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 0,80 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 MERC IRE SPFED POL L.Reg L.Bur L.Opf

(22)

22

Gráfico 11. ANEEL: Lógicas de Atuação e pesos relativos dos expertise do board

O componente político, por sua vez, reforça a presença de lógicas de atuação mais heterodoxas, como pode ser verificado no caso da ANP (ver gráfico 10) e da ANATEL (gráfico 12, abaixo). No caso da ANEEL (ver gráfico 11), além de maior constância na lógica regulatória, a lógica “outras políticas finalísticas”, como de esperado, dado o baixo peso político na composição das diretorias, apresenta baixos índices ao longo da série analisada.

Gráfico 12. ANATEL: Lógicas de Atuação e pesos relativos de expertise do board

Resumindo, a composição em termos de expertise e politização das diretorias colegiadas das agências parecem influenciar a adoção de distintas tipologias decisórias de atuação dos órgãos reguladores pesquisados.

,000 ,2000 ,4000 ,6000 ,8000 1,000 1,2000 0,20 0,40 0,60 0,80 1,00 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 MERC IRE SPFED POL L.Reg L.Bur L.Opf

,000 ,2000 ,4000 ,6000 ,8000 1,000 1,2000 0,10 0,20 0,30 0,40 0,50 0,60 0,70 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 2016 MERC IRE SPFED POL L.Reg L.Bur L.Opf

(23)

23

5. Recomendações de políticas públicas

Com base nos resultados da pesquisa, seguem algumas recomendações a serem observadas em termos de políticas públicas:

a) Incentivar um mix adequado de expertises reguladoras nas diretorias colegiadas das ARIs

A nossa pesquisa indica que diferentes expertises se associam a diferentes lógicas de atuação. Maiores níveis de expertise no setor privado ou na indústria regulada, por exemplo, favoreceriam a lógica regulatória. Maiores níveis de expertise político-partidária, por outro lado, enfraqueceria a lógica regulatória.

Em outras palavras, a dominância de certo perfil de expertise (política ou técnica) nas diretorias colegiadas pode estar associada à prevalência de uma ou outra tipologia de lógica decisória nas agências. Mas, nenhum destes perfis, isoladamente, influenciará positivamente o bom desempenho das decisões regulatórias.

Há indícios, ao contrário, da existência de um sistema de “pesos e contrapesos” em perfis plurais e técnicos de expertise nas diretorias colegiadas. Tal sistema favoreceria não somente uma maior consistência regulatória na atuação das agências como também uma maior proteção contra interferências políticas.

O perfil colegiado e plural de tomada de decisão deveria ser visto como uma vantagem na atuação destes órgãos, no sentido de fortalecer a autonomia de pressões políticas ao passo em que garante consistência de decisões regulatórias. Contando com colegiados, as ARIs têm um espaço para contar com um mix de perfis de diretoria que variam desde a experiência previa no setor privado no setor público federal e no setor regulado, seja este público ou privado.

O que deve se evitar a todo custo é a captura das diretorias colegiadas por interesses de grupos organizados. Existe uma tendência crescente de ocupação de cargos dos diretores por concursados das agências – consequência natural do processo de consolidação da burocracia regulatória nas ARIs. Ainda, existe uma pressão para que esta tendência se torne uma regra, blindando as vagas da diretoria para outras representações possíveis. Este é um processo não adequado que, levado ao extremo, pode capturar, de fato, as decisões das ARIs em prol de uma visão unilateral. A falta da diversidade de posições, ideologias, interesses e motivações que diferentes grupos representados nas diretorias

(24)

24

podem e devem levar em consideração terá implicações para o perfil decisório de órgãos teoricamente autônomos.

Em outras palavras, o que chamamos aqui de mix de expertise é não apenas uma visão mais realista da autonomia real do órgão regulador, mas também uma recomendação futura, que busca alavancar decisões menos capturadas por interesses e motivações de determinados grupos de interesse, no nível da diretoria colegiada das ARIs.

b) Observar os requisitos mínimos de qualificação dos candidatos ao diretor.

Boa parte dos reguladores federais brasileiros comprovam os requisitos mínimos técnicos para o exercício do seu cargo. Entretanto, a pressão política pode fazer com que estes requisitos tendam a se negligenciar.

Recomenda-se manter a comprovação de ampla experiência técnica e gerencial na regulação do setor, assim como observação de princípios éticos e probidade administrativa. Os conhecimentos técnicos e a experiência prévia no setor regulado são pré-requisitos importantes. Além destes, existem também competências gerenciais e estratégicas que devem ser demonstradas pelos potenciais candidatos a cargo de diretor. Eles lidarão com pressões externas fortes e também devem demonstrar observação de fortes princípios éticos, uma vez que a credibilidade é a chave do funcionamento da agência.

O conhecimento técnico não necessariamente tem a ver com a formação acadêmica das pessoas (embora esta também seja uma dimensão relevante), mas também experiência acumulada no campo de regulação (no mercado privado ou público), ou no mercado, de forma geral. Afinal, já existem quase de 20 anos de atividade regulatória no país, abrindo oportunidades para formação de profissionais altamente qualificados e com experiência acumuladas em vários setores.

c) Por fim, o processo de seleção dos diretores das ARIs não deve ser considerado de forma isolada, mas deve ser inserido numa visão sistêmica do papel da agência. As agências contam com órgãos colegiados e seria desejável que o perfil dos diretores selecionado fosse diversificado e complementar, integrando conhecimentos e competências de diversas áreas e contribuindo, dessa forma, para criar um colegiado forte, conforme destacamos ao longo da nossa pesquisa.

(25)

25

Considerando que a indicação dos diretores do board, de forma geral, é não coincidente, além do perfil dos candidatos à vaga deveria se considerar como o perfil da expertise de candidato vai somar ao perfil dos diretores já existentes na agência, fortalecendo o mix de expertise da diretoria colegiada.

A trajetória das ARIs brasileiras e internacionais indica que é impossível blindar as agências de indicações políticas. Entretanto, o mix de expertise prevalecente no board pode evitar influencias negativas decorrentes de um perfil excessivamente político que, por vezes, pode dominar as diretorias colegiadas das ARIs.

(26)

26

6. Referências bibliográficas

Baumgartner, F. R., & Bryan Jones. 1993. Agendas and instability in American politics. Chicago: University of Chicago Press.

Batista, M. Mensurando a independência das agências regulatórias brasileiras. Planejamento e Políticas Públicas, (36). (2011).

De Bonis, F. D. Os limites do desenho institucional: uma investigação empírica dos mecanismos da influência presidencial sobre as agências reguladoras independentes no Governo Federal brasileiro (Doctoral dissertation). 2016.

Carpenter, D., & Moss, D. A. (Eds.). Preventing regulatory capture: special interest influence and how to limit it. Cambridge University Press, 2014.

Coglianese, Cary. 1996. Litigating with relationships: Disputes and disturbance in the regulatory process. Law and Society Review 30:735–66.

Dubash, N. K., & Morgan, B. (2012). Understanding the Rise of the Regulatory State of the South. Regulation & Governance, 6(3), 261-281.

Eckert, R. D. “The Life Cycle of Regulatory Commissioners”. Journal of Law and Economics, 1981, pp. 113-120.

Goodsell, C T. The new case for bureaucracy. CQ Press, 2004.

Laffont, J.J.; Tirole, J. The politics of Government Decision-Making: Regulatory Institutions. Journal of Law, Economics and Organization, v. 6, no. 1, 1990, pp. 1-31.

_____. The Politics of Government Decision-Making: A Theory of Regulatory Capture. The Quarterly Journal of Economics, 1991, 106 (4): 1089-1127.

Hammond, T H., and Jack H. Knott. 1996. Who controls the bureaucracy? Presidential power, congressional dominance, legal constraints, and bureaucratic autonomy in a model of multiinstitutional policymaking. Journal of Law, Economics, and Organization 12:119–66.

Peci, A. (Coordenação). Agenda regulatória na prática: uma análise das políticas adotadas por agências reguladoras nos últimos 20 anos. Escola Brasileira de Administração Pública

(27)

27

e de Empresas, EBAPE/FGV. Rio de Janeiro, 2018.

____. Sistema de seleção de diretores e do pessoal de gerência superior das agências reguladoras. In: Jadir Dias Proença. (Org.). Contribuições para melhoria da qualidade da regulação no Brasil. Brasilia: Semear, 2010, v. 2, p. 133-200.

Spiller, P. T. Politicians, Interest Groups and Regulators – a Multiple-Principals Agency Theory of Regulation or ‘Let them be bribed’. Journal of Law and Economics, 1990, 1: 65-101.

Stigler, G. J. The Economic Theory of Regulation. Bell Journal of Economics, Spring 1971, 2, pp. 3-21.

Vieira, A. Agências reguladoras independentes? Especialização e captura nas trajetórias de carreira dos reguladores federais brasileiros. 2015. Dissertação (Mestrado em Mestrado em Administração Pública) - Fundação Getúlio Vargas. Orientador: Alketa Peci.

Wood, B. D, and Richard W. Waterman. "The dynamics of political control of the bureaucracy." American Political Science Review 85.3 (1991): 801-828.

Wright, J R. 1996. Interest groups and Congress: Lobbying, contributions, and influence. Boston: Allyn and Bacon.

Yackee, S. W. (2005). Sweet-talking the fourth branch: The influence of interest group comments on federal agency rulemaking. Journal of Public Administration Research and Theory, 16(1), 103-124.

Imagem

Gráfico 1: Aneel - Tipologias Decisórias - Série Histórica
Gráfico 3 ANP: Tipologias decisórias - Série Histórica
Gráfico 5: Expertise na Indústria Regulada Estatal
Figura 1: Expertise na Industria Regulada: Total, Pública e Privada
+6

Referências

Documentos relacionados

5) “Estado da arte” do desenvolvimento local sertaginense. “A Sertã continua a ser pequenina e com pouca população. O setor turístico tem vindo a melhorar e temos

Para o estágio de Medicina Geral e Familiar, estabeleci como prioridade (1) trabalhar no sentido de uma capacitação para o papel de gestor de cuidados, através de uma

Neste estudo foram estipulados os seguintes objec- tivos: (a) identifi car as dimensões do desenvolvimento vocacional (convicção vocacional, cooperação vocacio- nal,

Foi membro da Comissão Instaladora do Instituto Universitário de Évora e viria a exercer muitos outros cargos de relevo na Universidade de Évora, nomeadamente, o de Pró-reitor (1976-

Afastamento da sala de audiências: reflete a sensibilidade dos juízes quanto ao impacto das condições físicas, sobretudo das características austeras da sala da audiência de

Após a colheita, normalmente é necessário aguar- dar alguns dias, cerca de 10 a 15 dias dependendo da cultivar e das condições meteorológicas, para que a pele dos tubérculos continue

[r]

Os aspectos abordados nesta perspectiva relacionam-se às questões de PIB, investimentos públicos/privados, desempenho dos setores, renda per capita, arrecadação, orçamento