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DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DE IMIGRAÇÃO NO BRASIL: uma análise das condições econômicas e sociais do imigrante haitiano no município de Porto Velho – RONDÔNIA | Anais do Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas - ISSN 2526-8678

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Anais do I Congresso Rondoniense de Carreiras Jurídicas Porto Velho/RO 29 e 30 de novembro de 2016 P. 471 a 488 DIREITOS E GARANTIAS FUNDAMENTAIS DE IMIGRAÇÃO NO BRASIL: uma

análise das condições econômicas e sociais do imigrante haitiano no município de Porto Velho – RONDÔNIA

Alana Cristina Alves da Silva1 Walter Gustavo Lemos2

RESUMO

O presente estudo buscou analisar a interligação que existe entre os direitos e garantias fundamentais, especificamente, os que versam sobre cidadania, direitos humanos e sobre a imigração dos haitianos, que entraram no Brasil e ingressaram no município de Porto Velho. O objetivo principal deste artigo foi abordar, dentre os direitos fundamentais e sociais, como direito a educação e moradia, relacionadas às questões socioeconômicas na construção do processo migratório dos haitianos na cidade de Porto Velho, e sua inserção no mercado de trabalho. Perpassando por um breve histórico até a chegada a capital do Estado de Rondônia, bem como os nuances que os atraíram a este rincão ao norte do Brasil, e os motivaram a deixar o Haiti. Apontaremos neste trabalho os mecanismos jurídicos de resguardo ao tratamento igualitário a estrangeiros, assim como os destinados aos brasileiros por meio de todo arcabouço legal, Projetos de Leis existentes e em trâmite, direitos fundamentais e sociais, Estatuto do Estrangeiro, questões como cidadania e direitos humanos que suscitam tratamento igualitário a e implicam em garantir a dignidade da pessoa humana a estes povos que migram em busca de novas oportunidades configurando um novo movimento conceitual sobre migração. E apontando, se de fato há este tratamento igualitário, mediante aos entraves burocráticos do Estado brasileiro.

Palavras-chaves: Migração. Haitianos. Direitos Fundamentais e Sociais. Entraves

Burocráticos.

ABSTRACT

1 Graduanda do curso de bacharelado de Direito da Faculdade Católica de Rondônia, artigo de conclusão de curso,

E-mail: alanavip@outlook.com

2 Doutorando pela UNESA/RJ, docente da Faculdade Católica de Rondônia e orientador do artigo científico. E-mail: wgustavolemos@gmail.com

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The present study sought to analyze the interconnection between the fundamental rights and guarantees, specifically those related to citizenship, human rights and the immigration of Haitians, who entered Brazil and entered the municipality of Porto Velho. The main objective of this article was to address, among fundamental and social rights, the right to education and housing related to socioeconomic issues in the construction of the Haitian migratory process in the city of Porto Velho, and its insertion in the labor market. Passing through a brief history until the arrival in the capital of the State of Rondônia, as well as the nuances that attracted them to this corner in the north of Brazil, and motivated them to leave Haiti. We will point out in this work the legal mechanisms for safeguarding the equal treatment of foreigners, as well as those destined for Brazilians through any legal framework, existing and pending Law Projects, fundamental and social rights, Alien Statute, issues such as citizenship and human rights Which give rise to equal treatment and imply in guaranteeing the dignity of the human being to these people who migrate in search of new opportunities, setting up a new conceptual movement on migration. And pointing out, if in fact there is this egalitarian treatment, through the bureaucratic obstacles of the Brazilian State.

Key-words: Migration. Haitians. Fundamental and Social Rights

INTRODUÇÃO

O presente trabalho fará uma análise das implicações do fluxo migratório da última década, um fenômeno global, destinado ao Brasil especialmente haitianos erradicados no Estado de Rondônia na capital de Porto Velho, bem como seus entraves no atendimento final das necessidades básicas destes imigrantes, em que na maioria das vezes ocorre pela ausência de políticas públicas voltadas a seguridade e assistência a estes imigrantes. Existe um arcabouço legal que regula o atendimento e permanência destes estrangeiros, porém é incipiente por conta da ausência de políticas públicas voltadas ao fortalecimento e regulação destes mecanismosais como: Estatuto dos Estrangeiros, e a Resolução nº 97/2012 do Conselho Nacional de Imigração – CNIG, aliados a acordos internacionais e diplomáticos pactuados na última década, atraídos pelo fomento econômico advindo das condições mercadológicas favoráveis a absorção de mão de obra, ainda que pouco qualificada, mas como exigência das leisque regulam o mercado, demanda x procura como pseudoatrativo para melhor atender as demandas do capital internacional. Com a chegada em massa de imigrantes, haitianos, latinos americanos e outros de descendência africana, é notório que o estado brasileiro que

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há muito tempo não consegue dar vazão ao cumprimento das necessidades no atendimento e garantias fundamentais e constitucionais básicas aos cidadãos brasileiros, e com este fenômeno global de fluxo migratório, trazem em seu bojo aceleração e saturamento deste processo, e mudanças sociais e culturais. O espaço urbano tem que ser compreendido como espaço das relações sociais e os conflitos sociais vividos por estes imigrantes.

Utilizamos como metodologia para elaboração deste artigo, pesquisa bibliográfica, legislações e dados catalogados a partir de pesquisa empírica de trabalhos e artigos científicos.

1.1 IMIGRAÇÃO: DO HAITI AO MUNICÍPIO DE PORTO VELHO

Para uma melhor análise da chegada dos imigrantes haitianos ao Brasil é preciso compreender a situação dos porquês países latinos americanos e caribenhos tem um fluxo migracional exacerbado para outros países. Após um golpe de estado no Haiti, o governo acabou sendo tomado pelas forcas da ONU, que organizou a MINUSTAH - Missão das Nações Unidas para a estabilização do Haiti, organização da qual o Brasil participa. Essa coalizão assumiu a intervenção sobre o governo do país em 1º de junho de 2004 e permanece até os dias de hoje, com previsão de retirada para o ano de 2017. Vejamos especificamente o caso do Haiti, considerado durante o século XVIII como a mais rica colônia francesa, cenário contradito do que vive hoje a República do Haiti, que tem em torno de 80% de sua população vivendo abaixo da linha da pobreza (PROSPERE; MARTINS, 2011).Na década de 90 a crise se instala em definitivo no Haiti, econômica, política e de segurança também, segundo (MEIJA, 2016, p.4).

Na década de 1990 aumenta a dependência econômica, financeira e Haiti em relação às grandes potências. Dependência causada pela liberalização comercial e financeira, a presença militar das “missões de paz” das Nações Unidas e o controle de políticas públicas por parte das instituições financeiras internacionais. No Haiti, cresce a abertura para o mercado externo devido à redução de tarifas de importação. E os capitais gerados nas importações são transferidos ao exterior, principalmente aos Estados Unidos...as políticas públicas do Haiti têm sido definidas durante os últimos 20 anos por especialistas de instituições financeiras internacionais acreditadas no Haiti, acompanhados por políticos e burocratas haitianos e supostamente por membros da sociedade civil. Essas

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políticas públicas são desfavoráveis à população haitiana e provocam a intensificação da dependência em instituições financeiras internacionais (MEJÍA; CAZAROTTO, 2016, p.4).

Em 2010, a República do Haiti foi assolada por um dos mais violentos terremotos de sua história, Estados Unidos e Europa disputaram a partir dali a possibilidade de reconstrução do Haiti, intrincados também na possibilidade de movimentar recursos financeiros em prol das suas respectivas nações. A ponto de ter sido criada a Comissão Interina de Reconstrução do Haiti – CIRH, composta e controlada por organismos e potências internacionais. O Brasil passou a receber grande número de imigrantes haitianos, por conta do terremoto que praticamente o expurgaram de sua terra natal, facilitado pelos acordos bilaterais entre os dois países, e impulsionado pelo interesse do governo brasileiro em alavancar respaldo político internacional, como pretenso integrante de lugar nos assentos da Organização das Nações Unidas - ONU3. A catástrofe ocasionada pelos terremotos aliados às condições emergentes da economia brasileira tornou célere a absorção do contingente de imigrantes haitianos, a diplomacia brasileira selava condições para chegada dos haitianos ao Brasil4. A entrada desses imigrantes ocorreu, principalmente, pelas fronteiras ao norte do país.

Os pontos de entrada no Brasil se deram principalmente pelas fronteiras norte do país – pelas cidades de Assis Brasil e Brasileia, no Acre, e por Tabatinga, no Amazonas. Um contingente significativo que entrou pelo Acre rumou, posteriormente, para Porto Velho, capital de Rondônia, transformando a cidade em outro polo da presença haitiana na região (Pimentel, Cotinguiba, 2012). A presença dos haitianos mudou o cenário social das cidades fronteiriças e também das capitais – Manaus, Rio Branco e Porto Velho, onde passaram a circular em busca de postos de trabalho no mercado local. A maioria tentava ganhar algum dinheiro para seguir viagem até os estados do Sudeste, especialmente Rio de Janeiro e São Paulo, onde acreditavam ter mais oportunidades de trabalho. Sobre o tópico “trabalho”, os haitianos gostam de se apresentar como um povo afeito a essa atividade, e de certa forma isso parece fazer parte das estratégias que elaboraram para diminuir o preconceito nos lugares para onde costumam migrar. No Brasil não foi diferente, e os haitianos costumam evocar em seus discursos esse aspecto (SANTOS, 2016, p.01). 3 http://www.bbc.com/portuguese/noticias/2011/11/111110_brasil_conselho_onu_dg.shtml e- Alessandra Correa; 4 http://www.senado.gov.br/noticias/Jornal/emdiscussao/defesa-nacional/sociedade-armadas-debate- militares-defesa-nacional-seguranca/depois-do-terremoto-no-haiti-imigrantes-haitianos-buscam-refugio-no-brasil-e-recebem-vistos.aspx;

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A cidade de Porto Velho tem em sua formação histórica de fluxos migratórios atraídos por ciclos econômicos, como da borracha, do ouro e recentemente pela construção das Usinas do Rio Madeira (PIMENTEL; CONTIGUIBA, 2012). O processo das crises estruturais no Haiti e os laços bilaterais com o Brasil fortaleceram ainda mais absorção do contingente estrangeiro por cidades brasileiras, especialmente as de fronteiras da Região Norte, Acre, Amazonas e Rondônia. A vinda para o Estado de Rondônia foi facilitada pelo governo do Acre que encaminhavam estes imigrantes, especialmente, a Porto Velho5, dado ao aquecimento da economia local por conta dos adventos das Usinas Hidrelétricas do Madeira e também a grandes centros como São Paulo. Embora o governo brasileiro não tenha catalogado de forma precisa o contingente de haitianos no país, estima-se que cerca de 10.000 haitianos, dados imprecisos do Ministério da Justiça. Dados apontam números quanto ao fluxo migratório haitiano na cidade de Porto Velho “desde fevereiro de 2011, com a chegada do primeiro grupo, já passaram por Porto Velho mais de 1600 haitianos, destes ainda vivem aqui cerca de 1200, o restante migrou para outros estados brasileiros (COTINGUIBA; PIMENTEL, 2012, p. 3)”

A princípio a chegada dos imigrantes haitianos foi recepcionada por uma espécie de força tarefa para ajuda humanitária, que há de se destacar o relevante papel da igreja católica e da Secretaria Estadual de Assistência Social do Estado de Rondônia, segundo Cotinguiba e Pimentel:

Os primeiros trabalhos de ajuda humanitária aos haitianos em Porto Velho foram prestados pelo governo estadual, por meio da Secretaria de Assistência Social – SEAS/RO, providenciando abrigo provisório em um ginásio de esportes e mediação com empresas, a fim de contratá-los. A Igreja Católica esteve presente desses de a entrada do primeiro grupo, por meio do Serviço Pastoral do Migrante, coordenado pela Ir. Ozânia, juntamente com a Paróquia São João Bosco, com visitas, conversas, orientações sobre o Brasil, dentre outras ações.

Não podemos olvidar que a chegada destes estrangeiros foi uma via de mão dupla tanto para a nação que os acolheu, quanto aos próprios. Se por um lado as necessidades em buscar melhores condições para sobreviverem, tais como:

5 Apontamentos sobre processo de inserção social dos haitianos em Porto Velho Cotinguiba e Pimentel

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trabalho, moradia, e oportunizar a seus filhos condições básicas para participarem de instituições escolares e até enviar dinheiro aos seus familiares em sua terra natal, vieram a calhar na capital do Estado de Rondônia, do outro lado o fomento ocasionado por mais um ciclo econômico, que historicamente padece de mão de obra, qualificada ou não, trazida por obras de infra estrutura seja na construção civil, de produção do setor energético dentre outros como também na área de serviço:

Recrutados para o ramo da construção civil, os haitianos ocupam majoritariamente os ofícios de pedreiro e ajudante em prédios privados e obras públicas por meio de empresas terceirizadas. Há ainda outros ramos em que membros do grupo vêm sendo inseridos, como a área alimentícia, tais como restaurantes, lanchonetes e pizzarias, além de pequenos mercados e supermercados (COTINGUIBA; PIMENTEL, 2012, p.5)

De alguma forma a dinâmica de absorção do contingente de imigrantes haitianos foi otimizada por condições de demanda do mercado por mão de obra, como na lógica keynesiana, onde equilíbrio há pleno emprego, ou seja, fazer o equilíbrio entre oferta e demanda agregada coincidir com a renda ou produto de pleno emprego. Em outras palavras, não deverá existir capacidade ociosa de recursos nem de mão de obra6. A priori, foram estes os atrativos que sustentaram a permanência dos imigrantes haitianos na cidade de Porto Velho, o histórico dos ciclos econômicos que requerem mão de obra de massa, as condições de desastre natural em seu país de origem. Conforme Art. 16 da Lei nº 6.815/ 1980

O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se fixar definitivamente no Brasil. Parágrafo único: A imigração objetivará, primordialmente, propiciar mão-de-obra especializada aos vários setores da economia nacional, visando à Política Nacional de Desenvolvimento em todos os aspectos e, em especial, ao aumento da produtividade, à assimilação de tecnologia e à captação de recursos para setores específicos.

A permanência dos imigrantes haitianos no município de Porto Velho, bem como em território nacional, é permitida sob a condição de visto permanente de caráter humanitário, conforme previsão legal na Lei nº 6.815/1980 e disciplinado pela Resolução nº 97 do Conselho Nacional de Imigração – CNIg:

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Art. 1º Ao nacional do Haiti poderá ser concedido o visto permanente previsto no art. 16 da Lei nº 6.815, de 19 de agosto de 1980, por razões humanitárias, condicionado ao prazo de 5 (cinco) anos, nos termos do art. 18 da mesma Lei, circunstância que constará da Cédula de Identidade do Estrangeiro.

Parágrafo único. Consideram-se razões humanitárias, para efeito desta Resolução Normativa, aquelas resultantes do agravamento das condições de vida da população haitiana em decorrência do terremoto ocorrido naquele país em 12 de janeiro de 2010.

1.2 DO IMIGRANTE HAITIANO E DOS DIREITOS FUNDAMENTAIS E SOCIAIS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1988

Não obstante à Constituição Federal de 1988, garantir a brasileiros e estrangeiros na forma da lei direitos e garantias fundamentais, bem como Estatuto do Estrangeiro Lei n° 6.815/1980. Denota-se apenas do ponto de vista formal, conforme preconizado no Art. 5° da CF/88:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:

XV - é livre a locomoção no território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, nos termos da lei, nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.

A despeito do inciso acima citado, é competência da União para legislar sobre imigração e emigração cabendo à regulação. Do Capítulo II – Dos Direitos Sociais:

"Art.6° São direitos sociais a educação, a saúde, a alimentação, o trabalho, a moradia, o transporte, o lazer, a segurança, a previdência social, a proteção à maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição."(NR).

Embora haja uma aparente igualdade, a brasileiros e estrangeiros, há uma notória discrepância no que está preconizado na Carta Magna brasileira, em seu Art. 5°, e na prática dessas garantias de direitos aos estrangeiros, assim como no Código Civil Brasileiro, Art. 3° “a lei não faz distinção entre nacionais e estrangeiros quanto à situação e ao gozo dos direitos civis”. Os imigrantes haitianos, bem como demais imigrantes de outras nacionalidades, tem o “direito a livre locomoção em todo território nacional em tempo de paz, podendo qualquer pessoa, no termos da lei nele entrar, permanecer ou dele sair com seus bens.” O trânsito de estrangeiros haitianos ou de outras nacionalidades pelos estados brasileiros encontra ainda maior

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liberdade com base no Estatuto do Estrangeiro. Importante saber que diretos fundamentais são normas jurídicas, intimamente ligadas à ideia de dignidade da pessoa humana e de limitação do poder, positivadas no plano constitucional de determinado Estado Democrático de Direito, que, por sua importância axiológica, fundamentam e legitimam todo o ordenamento jurídico. Denota-se que embora esculpido na legislação brasileira esbarra-se na burocracia da organização do serviço público brasileiro. São estas dificuldades e nuances que configuram a estada do imigrante haitiano nas fronteiras do norte do país:

Pensemos então sobre essas duas ordens de desafios que atingem nossa percepção e práticas precipitadas nesse “novo momento”. Uma delas, diz respeito aos desafios normativos. Ao implementar recursos jurídicos de proteção aos imigrantes, novas formas de enunciação da questão migratória e o modo de localizar os destinatários de políticas de proteção, vem adquirindo legitimidade e tendo que reconsiderar noções de irregularidade e vulnerabilidade já acalentadas pelos diferentes agentes sociais (JARDIM, 2013, p.69).

Analisando a questão quanto ao atendimento dos Direitos Sociais, excepcionalmente, no que se refere à educação a imigrantes haitianos perdura os moldes de entraves burocráticos. Em Porto Velho, as práticas destas dificuldades podem ser comprovadas, a exemplo sobre a realidade dos haitianos em Cuiabá, do ponto de vista de inserção no ambiente escolar não era, significativamente, diferente do que conhecíamos até então em Porto Velho. As mesmas dificuldades, os mesmos entraves burocráticos (COTINGUIBA, 2014, p.73).

Cotinguiba e Pimentel (2014) trazem a luz, caso de tentativas de convalidação de certificado escolar de dois haitianos que equivale ao ensino médio brasileiro, que por diversas vezes as tentativas junto ao Conselho Estadual de Educação foram informados que o Conselho não possuía uma tabela de equivalência da educação haitiana. A burocratização como entrave não cessaram desta forma, os direitos sociais constitucionais assegurados sem distinção torna-se desestimulante aos imigrantes haitianos. A convalidação só foi realizada após serem acionadas as embaixadas de ambos os países, a haitiana em Brasília, e a brasileira no Haiti e com esforços dos próprios imigrantes haitianos que retornaram ao seu país solucionando o entrave burocrático (COTINGUIBA; PIMENTEL, 2014, p.79). Os Direitos Sociais de fato existem, mas a de se questionar o porquê da ausência de políticas públicas que regulem ou desburocratizem o acesso a estes direitos.

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As dificuldades se dão além dos trâmites do reconhecimento ou equivalência do certificado do Ensino Médio, há uma grande dificuldade quanto à legalização jurídica dos documentos estudantis destes estrangeiros. A convalidação de diploma universitário por si só, inclusive para brasileiros, segue um “martírio”, mas ganham toques de maior dificuldade aos imigrantes que necessitam juntar as mesmas documentações, no entanto, necessitam que os mesmos sejam submetidas a uma tradução que só pode ser feita por tradutor juramentado (COTINGUIBA; PIMETEL, 2014, p.80).

1.3 AMAPARO LEGAL: ESTATUTO DO ESTRANGEIRO E DDAS RESOLUÇÕES DO CONSELHO NACIONAL DE IMIGRAÇÃO

O Estatuto do Estrangeiro é a Lei n.º 6.815, de 19 de agosto de 1980. Ele dispõe que em tempo de paz, qualquer estrangeiro poderá entrar, permanecer e sair do Brasil, desde que atendidas às condições nele estipuladas e resguardados os interesses nacionais. A mencionada lei que é da época da ditadura brasileira, além dos mencionados acima, trata de outros temas, como quais as condições da admissão, entrada e impedimento de estrangeiros ao território brasileiro, sobre a deportação, expulsão e extradição dos imigrantes no Brasil, assim como das diversas penalidades aos que infringem de diversas formas essa norma legal. A primeira das condições determinadas do Estatuto do Estrangeiro diz respeito ao visto. Acerca dele, vejamos a seguir o artigo 4º da Lei 6.815/80:

Art. 4º Ao estrangeiro que pretenda entrar no território nacional poderá ser concedido visto: I - de trânsito; II - de turista; III - temporário; IV - permanente; V - de cortesia; VI - oficial; eb VII – diplomático.

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dependentes legais, observado o disposto no artigo 7º. Segundo prevê o art. 6º do Estatuto do Estrangeiro, a posse e a propriedade de bens no Brasil não confere ao estrangeiro o direito de obter visto de qualquer natureza, nem de obter autorização de permanência. Sobre as hipóteses em que não deve ser concedido o visto ao estrangeiro, vejamos o artigo 7º do Estatuto do Estrangeiro, Art. 7º Não se concederá visto ao estrangeiro:

I - menor de 18 (dezoito) anos, desacompanhado do responsável legal ou sem a sua autorização expressa;

II - considerado nocivo à ordem pública ou aos interesses nacionais;

III - anteriormente expulso do País, salvo se a expulsão tiver sido revogada;

IV - condenado ou processado em outro país por crime doloso, passível de extradição segundo a lei brasileira; ou

V - que não satisfaça às condições de saúde estabelecidas pelo Ministério da Saúde.

A condição dos imigrantes haitianos no Brasil está amparado no Estatuto do Estrangeiro com base nos artigos 16 e 18:

Art. 16. O visto permanente poderá ser concedido ao estrangeiro que pretenda se fixar definitivamente no Brasil.

Art. 18. A concessão do visto permanente poderá ficar condicionada, por prazo não-superior a 5 (cinco) anos, ao exercício de atividade certa e à fixação em região determinada do território nacional.

A entrada do estrangeiro em território nacional far-se-á na forma do art. 22 do Estatuto do Estrangeiro:

Art. 22. A entrada no território nacional far-se-á somente pelos locais onde houver fiscalização dos órgãos competentes dos Ministérios da Saúde, da Justiça e da Fazenda. Quanto à natureza do visto concedido por autoridade consular, ele configura mera expectativa de direito:

A condição do imigrante haitiano tem regulação dada pela Resolução Normativa nº 97 de 12/01/2012 do Conselho Nacional de Imigração – CNIG. Concedeu aos imigrantes Haitianos visto permanente sob a condição humanitária, bem como suas prorrogações sucederam através das Resoluções Normativas nº 106, incialmente até a última, a Resolução Normativa nº 123 de 13/09/2016 que

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prorrogou o visto, consequentemente a permanência dos imigrantes haitianos em território nacional, até 30 de outubro de 2017.

Vale ressaltar ainda, que a concessão do visto não configura certeza definitiva de estada do estrangeiro, como preconiza o Art. 26: “O visto concedido pela autoridade consular configura mera expectativa de direito, podendo a entrada, a estada ou o registro do estrangeiro ser obstado ocorrendo qualquer dos casos do Art. 7”. Em caso de inconveniência de sua presença no território nacional, compete7:

Ministério da Justiça:

§ 1º O estrangeiro que se tiver retirado do País sem recolher a multa devida em virtude desta Lei, não poderá reentrar sem efetuar o seu pagamento, acrescido de correção monetária

§ 2º O impedimento de qualquer dos integrantes da família poderá estender-se a todo o grupo familiar;

Estas são as normas basilares que norteiam a permanência dos estrangeiros em terras brasileiras, e disciplinam as regras de sua permanência ou não.

1.4 CIDADANIA

O conceito de cidadania assume um vasto cabedal de definições, se tornando um mister em cada nação, de acordo com seus regimes jurídico. Curioso é imaginar como estrangeiros podem exercer cidadania em outros países. No Brasil, exercer o direito cidadão é um adendo aos direitos sociais estatuídos na CF de 1988, a cidadania plena é algo que rege certa discrepância quando se observa os direitos de um nato e os destinados aos imigrantes. A cidadania plena aliada a liberdade e de igualdade para todos é algo subjetivo e quase inatingível nos moldes organizacional e legal do Estado brasileiro, uma vez que a ausência de políticas públicas que regulem direitos de estrangeiros, diante os entraves burocráticos natural da própria organização do Estado brasileiro:

Tornou-se costume desdobrar a cidadania de direitos civis, políticos e sociais. O cidadão pleno seria aquele que fosse titular dos três direitos. Cidadãos incompletos os que possuíssem apenas alguns dos direitos. Os que não se beneficiassem de nenhum dos direitos seriam não cidadãos. Esclareço os conceitos. Direitos civis são os direitos fundamentais à vida, à liberdade, à propriedade, à igualdade perante a lei. Els se desdobram na garantia de ir e vir, de escolher os trabalho de manifestar o pensamento, de organizar-se,

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de ter respeitada a inviolabilidade do lar e da correspondência, de não ser preso a não ser pela autoridade competente e de acordo com as leis, de não ser condenado sem processo legal regular. São direitos cuja garantia se baseia na existência de uma justiça independente, eficiente, barata e aceitável a todos (CARVALHO, 2008 p.5).

É justamente esta condição que nos suscita se a leis brasileiras asseguram de fato cidadania a estrangeiros, o simples fato da existência das leis não é instrumento garantidor de cidadania plena ou incompleta. Salienta-se que não assegurar direitos políticos a imigrantes, não é cercear os direitos civis a estes, e sim de proteção à organização política da sociedade brasileira. Embora nem mesmo a efetiva participação por meio da política seja garantidor automático das resoluções dos problemas sociais (CARVALHO, 2008). Não assegurar um modelo de educação a estrangeiros, ou inseri-los no modelo de educação escolar brasileira configuraria lesar o acesso a outros direitos:

Há, no entanto, uma exceção na sequência de direitos, anotada pelo próprio Marshall. Trata-se da educação popular. Ela é definida como direito social mas tem sido historicamente um pré-requisito para expansão de outros direitos...Foi ela que permitiu às pessoas tomarem conhecimento de seus direitos e se organizarem para lutar por eles (CARVALHO, 2008, p.6).

A partir do surgimento de direitos que tem como ponto de partida a educação, garantido na CF-1988, como um dos Direitos Sociais dos quais não se excetua a obrigação do Estado para com imigrantes, é possível superar os entraves burocráticos, que permeiam o acesso à dignidade destes imigrantes que, em muita os casos, são tolhidos por desinformação dos burocratas estatais8, ou por conta da falta de formação a estes estrangeiros para dirimir os próprios problemas. Tramita no Congresso Nacional brasileiro, Projeto de Lei 2.516/15 que visa alterar o Estatuto do Estrangeiro, e regular a política pública de migração e/ou do visitante, bem como a sua estada ou entrada no país9. A aprovação deste PL traria substancial regulação da política pública aos estrangeiros em noção país no que tange a ruptura com os entraves burocráticos e cumprimento da cidadania plena. O direito a cidadania

8 PEREIRA, Luiz Carlos Bresser. "A reforma do Estado dos anos 90: lógica e mecanismos de

controle." p.51.

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constitui, também, uma ligação aos Direitos Humanos de estrangeiros.

1.5 ACESSO AOS DIREITOS SOCIAIS

Os imigrantes haitianos dispõem de visto permanente de caráter humanitário, conforme o disciplinado na Resolução nº 97 do CNIg, tem acesso a Carteira Profissional de Trabalho, documento de identidade de estrangeiro, cartão do Sistema Único de Saúde – SUS, emissão de Cadastro de Pessoa Física – CPF, acesso a programas sociais como o Bolsa Família, Minha Casa Minha Vida10. Em Porto Velho, por dados da Secretaria Estadual de Assistência Social – SEAS, sabe – se que cerca de 2.800 haitianos residem em Porto Velho com moradia fixa. O governo do Estado de Rondônia criou o Decreto nº 16.474 de 12 de janeiro de 2012 que instituiu um grupo de trabalho, específico para recepcionar os imigrantes haitianos, realizou parceria com Serviço Nacional de Aprendizado Industrial – SENAI, com a finalidade de capacitar mão de obra dos imigrantes haitianos, e evitar que estes se sujeitassem a trabalhos análogos aos de trabalho escravo11. O acesso integral a estes direitos não são possíveis, muitas vezes, por desconhecimento por parte dos próprios imigrantes haitianos.

1.6 O DIREITO DOS ESTRANGEIROS E OS DIREITOS HUMANOS

Existe uma gama de direitos formais que são reconhecidos e tangíveis a sociedade, seja aos brasileiros natos, naturalizada e a estrangeiros. Para bem poder considerar o posicionamento dos estrangeiros, numa determinada ordem jurídica nacional ou no Direito Internacional, deve-se partir do estudo da nacionalidade das pessoas físicas e dos direitos e deveres atribuídos aos nacionais, e que, em princípio, não se acham reconhecidos aos estrangeiros. Durante o sec. XIX, donde se elaboraram a bases do Estado democrático moderno teve como finalidade apenas limitar o poder absoluto dos Monarcas, não se podendo afirmar que estes asseguravam direitos dos estrangeiros:

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http://odocumento.com.br/noticias/politica/brasil-dara-bolsa-familia-e-casas-a-estrangeiros-pobres,2456

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Contudo, não se pode dizer que, nessa mesma época, os direitos humanos, de cunho eminentemente nacionalista, estivessem abertos à recepção de normas de proteção aos direitos dos estrangeiros. Bem ao contrário, o que se verificou foi ter havido a instituição das bases da democracia moderna, na configuração do Estado liberal, mas, ao mesmo tempo, o fortalecimento de um nacionalismo exacerbado e xenófobo, conducente a atitudes cada vez mais hostis em relação aos estrangeiros (SOARES, 2004, p 4).

Superada esta fase, com os avanços dos Direitos Humanos na proteção dos estrangeiros, sobrepondo, muitas vezes, o ordenamento jurídico nacional.

A valorização da dignidade da pessoa humana ganha importância no âmbito do direito interno dos Estados (com a previsão legislativa consagrada nas Constituições substanciais ou formais na categoria de direito fundamental e, não tão raramente, na categoria de estrutura organizacional dos próprios Estados) como no plano internacional (em especial com a celebração de vários tratados internacionais (GUERRA, 2016,p 78).

Neste sentido, deduz-se o quão é importante, não somente para o imigrante haitiano, mas para todos os indivíduos, a atuação do Estado, em buscar meios para que se faça cumprir os objetivos descritos de forma assistencial, com base nos princípios que norteiam as relações de respeito entre pessoas, em especial conforme;

Constata-se que o princípio da dignidade da pessoa humana que impõe um dever de abstenção e de condutas positivas tendentes a efetivar e proteger a pessoa humana. É imposição que recai sobre o Estado de respeitar, proteger e promover as condições que viabilizem a vida com dignidade (GUERRA, 2016, p.79).

A presença do imigrante haitiano no território brasileiro tornou-se uma necessidade dado a demanda de mercado local, é o típico caso de Porto Velho, com a construção das UHE’s do Rio Madeira, Usina Hidrelétrica de Santo Antônio e a de Jirau, por mão de obra aliado ao aquecimento da economia por todo território nacional, uma das condições para concessão do visto permanente e suas sucessíveis prorrogações é justamente a necessidade de mão de obra abundante a fim de fazer frente aos projetos nacionais de infraestrutura.

Embora notória as obrigações do Estado brasileiro perante a regulação jurídica nacional, reforçada pelos mecanismos de proteção dos Direitos Humanos à dignidade da pessoa humana especialmente a estrangeiros na condição de imigrantes. A Declaração Universal dos Direitos Humanos e incumbe ao Estado a

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obrigação de discipliná-la, enquanto que no Direito Internacional a existência de Convenção, Tratados e Acordos. Destoam conotações jurídicas acerca de cidadania e nacionalidade, quanto a isso a Constituição Federal de 1988 respalda muito bem quanto a isso, segundo Silva, 2000:

Na compreensão conceitual entre nacionalidade e cidadania a Constituição Federal de 1988 é um bom exemplo, pois refere a estas expressões em diversos dispositivos. Como exemplo do direito à cidadania temos os direitos políticos que formam a base do regime democrático do Estado através de seu exercício de escolher os seus governantes e reivindicação de direitos. (SILVA, A., 2000)

Resta uma lacuna na observação da práxis na consecução dos pressupostos de garantias estatuída por um arcabouço que deveria suplantar determinados anseios de imigrantes, uma vez que não se pode olvidar da sua existência, porém sua aplicação se demonstra comprometida como garantida.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A imigração de haitianos a cidade de Porto Velho ocorreu por fatores históricos, econômicos e desastre natural no Haiti, os laços e alianças entre Brasil e Haiti, por interesse diplomático do primeiro aqui citado, em ocupar lugar no cenário internacional, na Organização das Nações Unidas, e como solução econômica aos imigrantes haitianos que rumaram ao norte do país especificamente a cidade de Porto Velho, capital do estado de Rondônia. No bojo da reciprocidade entre as nações, coube ao Brasil à observância das normas constitucionais para acolhimento dos haitianos, especialmente o Art. 6º dos Direitos Sociais. Podemos observar alguns conflitos entre o que temos preconizado na CF/88 e a prática ao atendimento e garantia destes direitos aos estrangeiros haitianos que migraram a Porto Velho, não há uma política pública regulatória destes direitos, a presunção deste não trouxe aos haitianos o trato indistinto que a própria constituição antevê. Os entraves burocráticos, típicos da organização do Estado Brasileiro não conseguiram dar respostas aos imigrantes, como os elencados neste trabalho quanto a documentação para convalidação dos certificados escolares haitianos ou equivalentes ao da educação escolar brasileira. O fato de existir uma regulação como o Estatuto do Estrangeiro e Projetos de Lei que transitam no Legislativo

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brasileiro aponta para um incipiente atendimento aos imigrantes haitianos que residem em Porto Velho.

Se tomarmos como base os conceitos que suscitam cidadania, aqui enfatizados, percebe-se que não é exercida em sua plenitude pelos estrangeiros que necessitam do amparo do Estado Brasileiro para estabelecimento de suas famílias, que vem em busca de trabalho, e que necessitam de que seus filhos sejam escolarizados. Embora a regulação de visto humanitário permanente aos imigrantes haitianos pelo CNIg através da resolução nº 97, assegurar o mesmo tratamento aos imigrantes haitianos que são garantidos aos brasileiros, não são acessados integralmente, devido ao desconhecimento da lei pelos próprios imigrantes, e outro fator preponderante, é a falta de políticas públicas do Estado, no sentido de capacitar o atendimento de ponta para atender esses imigrantes. Destaco, ainda, que os esforços de instituições como a Pastoral do Imigrante da Igreja Católica, e Universidade Federal de Rondônia – UNIR contribuiu na acolhida e na tentativa de inserção dos imigrantes haitianos em questões pontuais, mas se alavancar nenhuma conquista mais abrangente no que tange o cumprimento da Constituição Federal.

Posto isto, a garantia dos direitos fundamentais, assim como os direitos sociais dos imigrantes haitianos em Porto Velho, Rondônia, não foram atingidos em plenitude, por conseguinte aos entraves de garantia e acesso aos Direitos Sociais que implicam diretamente condições econômicas e sociais desses imigrantes. Não houve por parte do Estado brasileiro garantia por meio de regulamentação de políticas públicas do governo estadual, exceto pequena diretriz no encaminhamento dos haitianos a outros estados, mas sem conseguir de fato organizar o processo de migração para o município de Porto Velho, em contrapartida não identificamos, também, políticas públicas e ações do governo municipal nesse processo migratório. Observamos que houve uma absorção deste contingente como mão de obra por regulação do próprio mercado local e pelo momento positivo da economia local.

As experiências trazidas por este fluxo migratório encontraram dificuldades para respaldar aos imigrantes haitianos de forma igualitária, narrados na CF/88, sem distinção entre brasileiros e estrangeiros, quando tratamos de observar o atendimento dos Direitos Sociais. No entanto, muitos imigrantes haitianos não têm conhecimento do acesso a esses direitos, o que impossibilita exercê-los em sua plenitude.

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Referências

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