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MINORITOCRACIA: Um Conceito Legítimo da Actual Democracia Constitucional – Análises da Utopia da Democracia no Mundo

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Academic year: 2020

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MINORITOCRACIA:

Um Conceito Legítimo da Actual Democracia

Constitucional – Análises da Utopia da

Democra-cia no Mundo

Autor: Rizuane Mubarak - Reitor do ISCTAC PhD em Ciências de Educação: Inovação e Currículo,

rizuanemubarak@isctac.org

No mundo em geral, após o término da guerra - fria, entraram em colapso algumas ideologias que visam

tomar poder mundial, onde destacamos a URSS e EUA, a URSS pregava o Socialismo e os EUA pregavam

o Capitalismo, aliada a ideologias liberais, dentre elas a democracia, a liberdade de expressão entre outros. A

democracia não é um facto político-social recente, ela tem sido objecto de reflexão desde os gregos, pois ela

significa poder do povo (demo = povo e cracia = poder), entretanto, vários pensadores reflectem a democracia

como instrumento de coesão social visando o bem comum. Para Platão na sua obra “A República”, considera

que a democracia é um instrumento governativo aliada a política visando estabelecer um estado de origem

convencional, por sua vez, a democracia na visão de Aristóteles na sua obra “ A Política” é um governo

cor-rupto pois não cria condições de igualdade de oportunidades, para o filósofo grego na democracia todos são

iguais e o povo é soberano, pois peca pelo facto de delimitar as liberdades individuais em prol dos órgãos

deli-berativos pois estes são expressos em uma constituição e não exige competência técnica, a segunda limitação é

o dever de obrigatoriedade na lei. Na visão dos contratualistas, a política deve estar aliada a vontade geral

do povo visando manter o poder constitucional com vista a garantir a coesão social. Hobbes na sua obra

Leviatã

” compreende que o homem esteve no estado natural vestido de carneiro tornando-se lobo do outro

homem razão pela qual o egoísmo que move o homem no estado natural cria luta de todos contra todos.

Como solução hà delegação de poder com vista a evitar o caos social gerando assim o estado civil que se

orienta no contracto social pregado por Rousseau a partir da observação da sua obra inicial a “Origem das

desigualdades sociais” mostrando que o homem é desigual naturalmente e socialmente e para controlar os

vícios há necessidade do contracto social movido por uma relação de interdependência entre o súbdito e o

soberano, por sua vez, na opinião de Montesquieu não basta o contracto social para que haja coesão sócial

mas se é necessário a divisão de poderes (legislativo, executivo e judicial), facto que Ngoenha na sua obra a

“Terceira Questão compreende que é necessário também associar o poder económico”. Diante dessas

aborda-gens será que podemos estar diante de uma democracia visando a liberdade e coesão social? Pois para Sartre

o homem está condenado a ser livre, razão pela qual sempre está sujeito a autoridades e limites da sua

liber-dade. Contrariamente a Sartre Schopenhauer diz que não se deve esperar uma liberdade no mundo e que o

livre - arbítrio é uma utopia. Ele nega categoricamente a existência de livre - arbítrio nas acções humanas, na

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sua obra “Sobre a liberdade da Vontade” ele mostra como todas as nossas acções são determinadas por

moti-vos do mesmo modo como no mundo físico e o efeito é determinado pela causa. Ao longo da história evoluiu

vários tipos de governos que seguiam a linha de abordagem de Maquiavel “O Princípio” o fim justifica os

meios, facto que fez emergir governos ditatoriais. Aliada a estas abordagens, é legítimo questionar se em

Moçambique temos a democracia? Em termos legais e constitucionais não é de questionar a presença de

democracia pois passamos de um contexto de mono partidarismo para o multipartidarismo, facto que hoje

não deve ser objecto de analise em termos da democracia. O que se pretende actualmente é de ver a presença

de uma democracia participativa para construção de cidadania tal como Popper escreve na sua obra “A

Sociedade aberta”. Assim como as velhas democracias como a grega, nos faz entender que é acompanhada

por uma evolução que só chega a nos no segundo estágio, onde logo a prior tivemos a presença de democracia

directa, momento em que a população participava em termos de decisão de forma directa, passando neste

estágio, temos a democracia representativa onde a minoria é obrigada a representar interesses da maioria,

pois na nossa realidade não se percebe se realmente estamos perante uma representatividade ou perante um

veículo para objectivos individuais, de que poder de povo se pode referir hoje? Um dos preceitos da

democra-cia representativa é de consulta pública, se em Moçambique os nossos representantes não fazem consultas, de

que instrumento usam para decidir sobre alguns aspectos da nação? A democracia, para Norberto Bobbio,

caracteriza-se pela constituição pactuada de um conjunto de regras fundamentais que estabelecem quem está

autorizado a tomar decisões colectivas e com quais procedimentos. Tais regras são universais processuais.

Portanto é necessário compreender que a democracia moçambicana é uma abordagem mais teórica e em

ter-mos práticos leva-nos a questionar a legalidade pragmática da mesma. Para Ngoenha (2015), a nossa

demo-cracia é de poucos e esses poucos são os que tem posse económica.

1.1. Debate em Torno Da Democracia

nos Países Democráticos

N

a primeira metade do século XX, o debate centrou-se em torno da democracia (Weber, 1919; Sch-mitt, 1926; Kelsen, 1929; Michels, 1949; Schumpeter, 1942). Se, por um lado, tal debate foi resolvido em favor do desejo da democracia como forma de governo, por outro lado, a proposta que se tornou hege-mónica no final das duas guerras mundiais implicou uma restrição das formas de partici-pação e soberania ampliadas em favor de um consenso em torno de um procedimento eleitoral para a formação de governos (Schumpeter, 1942). Essa foi a forma hege-mónica de prática da democracia no pós-guerra, em particular nos países que se torna-ram democráticos após a segunda onda de democratização.

No período pós segunda guerra mundial,

debate acerca das condições estruturais da democracia foi também um debate sobre a compatibilidade ou incompatibilidade entre a democracia e o capitalismo (Wood, 1996). Barrington Moore inaugurou esse debate nos anos 1960 através da introdução de uma tipologia de acordo com a qual se poderia indicar os países com propensão democráti-ca e os países sem propensão democrátidemocráti-ca. Para Moore, um conjunto de característi-cas estruturais explicariam a baixa densidade democrática na segunda metade do Século XX: o papel do Estado no processo de modernização e sua relação com as classes agrárias; a relação entre os sectores agrários e os sectores urbanos e o nível de ruptura provocado pelo campesinato ao longo do processo de modernização (Moore, 1966). O objectivo de Moore era explicar por que a maior parte dos países não eram democráti-cos nem poderiam vir a sê-lo senão pela mudança das condições que neles

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ciam.

A discussão democrática da última década do século XX mudou os termos do debate democrático do pós-guerra. Pare-cem pouco actuais as perspectivas sobre a democracia da segunda metade do Século XX, com as suas discussões sobre os impedi-mentos estruturais da democracia, na medi-da em que passamos a ter muitas dezenas de países em processo de democratização, que incluem maioritariamente ases africanos, países esses com enormes variações no papel do campesinato e nos seus respectivos processos de urbanização. Amartya Sem, na sua obra liberdade como desenvolvimento, é um dos que celebra a perda de credibili-dade da ideia das condições estruturais quando afirma que a questão não é a de saber se um dado país está preparado para a democracia, mas antes partir da ideia que qualquer país se prepara através da demo-cracia (Sen, 1999, p. 4).

Os principais elementos dessa concep-ção seriam a tão apontada contradiconcep-ção entre mobilização e institucionalização (Huntington, 1969; Germani, 1971); a valoriza-ção positiva da apatia política (Downs, 1956), uma ideia muito salientada por Schumpeter para quem o cidadão comum não tinha capacidade ou interesse político senão para escolher os líderes a quem incumbiria tomar as decisões (1942: 269); a concentração do debate democrático na questão dos desenhos eleitorais das demo-cracias (Lijphart, 1984).

A experiencia de muitos países em volta da democracia consiste no multipartidaris-mo, onde o tratamento do pluralismo como forma de incorporação partidária e disputa entre as elites (Dahl, 1956; 1971) e a solução minimalista ao problema da participação pela via da discussão das escalas e da com-plexidade (Bobbio, 1986; Dahl, 1991). Todos esses elementos que poderiam ser aponta-dos como constituintes de uma concepção hegemónica da democracia não conse-guem enfrentar adequadamente o proble-ma da qualidade da democracia que voltou à superfície com a chamada “terceira onda de democratização”.

Quanto mais se insiste na fórmula clássi-ca da democracia de baixa intensidade,

menos se consegue explicar o paradoxo de a extensão da democracia ter trazido consi-go uma enorme degradação das práticas democráticas. Alias, a expansão global da democracia liberal coincidiu com uma crise grave desta nos países centrais onde mais se tinha consolidado, uma crise que ficou conhecida como a dupla patologia: a pato-logia da participação, sobretudo em vista do aumento dramático do abstencionismo; e a patologia da representação, o facto dos cidadãos se considerarem cada vez menos representados por aqueles que elegeram. Ao mesmo tempo, o fim da guerra fria e a inten-sificação dos processos de globalização implicaram uma reavaliação do problema da homogeneidade da prática democráti-ca.

A variação na prática democrática é vista com maior interesse no debate demo-crático actual rompendo com as adjectiva-ções próprias do debate político do período da guerra fria - democracias populares ver-sus democracias liberais. O processo de glo-balização suscita uma nova ênfase na democracia local e nas variações da forma democrática no interior do Estado nacional, permitindo a recuperação de tradições par-ticipativas.

1.2. A Democracia e a Hegemonia

no Século XX.

O debate democrático da primeira metade do século XX foi marcado pelo enfrentamento entre duas concepções de mundo e sua relação com o processo de modernização do Ocidente. De um lado, a concepção que Macpherson concebeu de liberal-democracia e de outro uma concep-ção marxista de democracia que entendia a autodeterminação no mundo do trabalho como o centro do processo de exercício da soberania por parte de cidadãos entendidos como indivíduos-produtores (Pateman, 1970). Diante desta realidade, surgiram as con-cepções hegemónicas no interior da teoria democrática que passaram a vigorar na segunda metade do século XX. Essas con-cepções estão relacionadas com a resposta dada a três questões: a da relação entre

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procedimento e forma; a do papel da buro-cracia na vida democrática; e a inevitabili-dade da representação nas democracias de grande escala. Permitam-nos examinar em detalhes cada uma dessas respostas.

A questão da democracia como forma e não como substância foi a resposta dada pela teoria democrática hegemónica às crí-ticas feitas pela teoria marxista à democra-cia (Marx, 1871; Lenin, 1917). Hans Kelsen, jurisfilosofo, formulou essa questão em termos neo-kantianos ainda na primeira metade do século XX. Para ele, o central era criticar a ideia de que a democracia poderia corres-ponder um conjunto preciso de valores e uma forma única de organização política:

Quem considera inacessíveis ao conheci-mento humano a verdade absoluta e os valores absolutos deve considerar possível não apenas a própria opinião, mas tam-bém a opinião alheia. Por isso, o relativis-mo é a concepção do mundo suposta pela ideia de democracia; e a democra-cia dá a cada convicção política a mes-ma possibilidade de exprimir-se e de bus-car o ânimo dos homens através da livre concorrência. Por isso, o procedimento dialéctico adoptado pela assembleia popular ou pelo parlamento na criação de normas, procedimento esse que se desenvolve através de discursos e répli-cas, foi oportunamente conhecido como democrático (Kelsen, 1929, p.104-6).

Na sua primeira formulação, o procedi-mento kelsiano tentou articular relativismo moral com métodos para solução de diver-gências, métodos que passavam pelo parla-mento, assim como por formas mais directas de expressão (Kelsen, 1929, p. 142). Para Bob-bio, Na medida em que as sociedades pas-saram de uma economia familiar para uma economia de mercado, de uma economia de mercado para uma economia protegida, regulada e planificada, aumentaram os pro-blemas políticos que requerem competên-cias técnicas.

Tecnocracia e democracia são antitéti-cas: se o protagonista da sociedade indus-trial é o especialista, impossível que venha a ser o cidadão comum, (Bobbio, 1986: 33-34). Ou seja, Bobbio radicaliza o argumento weberiano ao afirmar que o cidadão, ao fazer a opção pela sociedade de consumo

de massas e pelo Estado de bem-estar social, sabe que está a abrir mão do controle sobre as actividades políticas e económicas por ele exercidas em favor de burocracias priva-das e públicas.

No entanto, uma questão não parece resolvida pelos teóricos que argumentam pela substituição dos mecanismos de exercí-cio da soberania por parte dos cidadãos pelo aumento do controle da burocracia sobre a política. Trata-se do cepticismo sobre a capacidade das formas burocráticas de gestão de lidarem com a criatividade e de absorverem o conjunto das informações envolvidas na gestão pública (Domingues, 1997; Fung e Wright, 2002).

As formas burocráticas descritas por Weber e Bobbio são monocráticas na forma como gerem o pessoal administrativo e na forma como advogam uma solução homo-geneizante para cada problema enfrentado em cada jurisdição. Ou seja, a concepção tradicional de gestão burocrática advoga uma solução homogénea para cada proble-ma, a cada nível da gestão administrativa, no interior de uma jurisdição administrativa. No entanto, os problemas administrativos exi-gem cada vez mais soluções plurais, nas quais a coordenação de grupos distintos e soluções diferentes ocorrem no interior de uma mesma jurisdição (Sabel e Zeitlin, 1997).

O conhecimento detido pelos actores sociais passa, assim, a ser um elemento cen-tral não apropriável pelas burocracias para a solução de problemas de gestão. Ao mesmo tempo, torna-se cada vez mais claro que as burocracias centralizadas não têm condição de agregar ou lidar com o conjunto das infor-mações necessárias para a execução de políticas complexas nas áreas sociais, ambiental ou cultural (Sabel e Karrkainen, 2000).

O terceiro elemento que faz parte da concepção hegemónica da democracia que é a percepção de que a representativi-dade constitui a única solução possível nas democracias de grande escala para o pro-blema da autorização. Robert foi, entre os autores do pós-guerra, o que defendeu essa posição com maior ênfase. Para ele, Quanto menor for uma unidade democrática, maior será o potencial para a participação cidadã

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e menor será a necessidade para os cida-dãos de delegar as decisões de governo para os seus representantes. Quanto maior for a unidade, maior será a capacidade para lidar com problemas relevantes para os cidadãos e maior será a necessidade dos cidadãos de delegar decisões para os seus representantes (Dahl, 1998, p.110).

1.3. As Concepções Contra

Hegemo-nias da Democracia no Século XX

As políticas hegemónicas com o fim das grandes guerras mundiais, não assistiram apenas à formação e à consolidação do elitismo democrático. Ao largo da formação de uma concepção hegemónica da demo-cracia enquanto prática restrita de legitima-ção de governos, surgiu também, no período do pós-guerra, um conjunto de concepções alternativas que poderíamos denominar de contra-hegemónicas. A maioria destas con-cepções não rompeu com o procedimenta-lismo kelseniano, mantiveram a resposta pro-cedimental ao problema da democracia, vinculando procedimento como forma de vida e entendendo a democracia como for-ma de aperfeiçoamento da convivência humana.

De acordo com essa concepção, que pode ser encontrada na obra de autores como Lefort, Castoriadis e Habermas, nos países do Norte, (Lefort, 1986; Castoriadis, 1986; Habermas, 1984; Habermas, 1995) e Lechner, Nun e Bóron nos países do Sul (Lechner, 1988; Bóron, 1994; Nun, 2000), a democracia é uma gramática de organiza-ção da sociedade e da relaorganiza-ção entre o Esta-do e a sociedade:

A democracia revela, assim, a socieda-de histórica, por excelência, a sociedasocieda-de que por sua forma acolhe e preserva a inde-terminação em contraste notável com o totalitarismo que, edificando-se sob o signo da criação do novo homem, na realidade agencia-se contra essa indeterminação (Lefort, 1986: 31).

É possível, portanto, perceber que a preocupação que está na origem das con-cepções não hegemónicas de democracia é a mesma que está na origem da

concep-ção hegemónica mas que recebe uma res-posta diferente. Trata-se de negar as con-cepções substantivas de razão e as formas homogeneizadoras de organização da sociedade, reconhecendo a pluralidade humana. No entanto, o reconhecimento da pluralidade humana dá-se não apenas a partir da suspensão da ideia de bem comum, tal como propõem Schumpeter, Downs e Bobbio, mas a partir de dois critérios distintos:

A ênfase na criação de uma nova gramáti-ca social e cultural e o entendimento da inovação social articulada com a inova-ção institucional; Desenvolvemos seguida-mente ambos os aspectos.

O problema da democracia nas concep-ções não hegemónicas está estreitamente ligado ao reconhecimento de que a demo-cracia não constitui um mero acidente ou uma simples obra de engenharia institucional. A democracia constitui uma nova gramática histórica. Não se trata nesse caso, como em Barrington Moore, de pensar as determinações estruturais para a constituição dessa nova gra-mática. Trata-se, sim, de perceber que a democracia é uma forma sócio-histórica e que tais formas não são determinadas por quaisquer tipos de leis naturais.

A democracia, neste sentido, implica sempre ruptura com tradições estabelecidas e, portanto, a tentativa de instituição de novas determinações, novas normas e novas leis. Pensar a democracia como ruptura posi-tiva na trajectória de uma sociedade implica abordar os elementos culturais dessa mesma sociedade. Neste âmbito, abre-se aqui o espaço para discutir o procedimentalismo e as suas dimensões societárias. No interior das teorias contra-hegemónicas, Jürgen Haber-mas foi o autor que abriu o espaço para que o procedimentalismo passasse a ser pensado como prática societária e não como méto-do de constituição de governos.

1.4. Democracia Participativa no

Sul no Século XXI

A reinvenção de democracia participati-va nos países do Sul está intimamente ligada

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aos processos recentes de democratização pelos quais passaram estes países. Estamos tratando, portanto, de países que, dentro da lógica hegemónica da pós-segunda guerra mundial, não estiveram no chamado campo democrático. Apesar de a segunda guerra mundial ter terminado com a derrota do fas-cismo, esse sistema de governo continuou predominando no Sul da Europa até os anos 1970, nomeadamente em Portugal, onde vigorou durante 48 anos. Até 1975, Moçambi-que viveu sob o jugo colonial e a África do Sul, até ao final da década de 1980, sob o regime do apartheid.

Países como Brasil e Colômbia são paí-ses que estiveram, ainda que muito ambi-guamente, por algum tempo no campo democrático: o Brasil, alternando períodos autoritários e períodos democráticos até 1985 e a Colômbia, vivendo, desde os anos 1960, uma democracia truncada por sucessi-vos estados de emergência e pela guerra civil.

Em todos os casos, juntamente com a ampliação da democracia ou sua restaura-ção houve também um processo de redefini-ção do seu significado cultural ou da gramá-tica societária vigente. Assim, todos os casos de democracia participativa estudados se iniciam com uma tentativa de disputa pelo significado de determinadas práticas políti-cas, por uma tentativa de ampliação da gramática social e de incorporação de novos actores ou de novos temas na política. Para Buhlungu, cada movimento eman-cipatório "inspira uma visão de liberdade ou de liberação que contém, por sua vez, a pro-messa de uma forma de democracia partici-pativa e inclusiva". No caso de Moçambique a institucionalização da democracia liberal ocorreu nos escombros de uma experiência revolucionária dominada pelos ideais de par-ticipação, ainda que, na prática, muitas vezes são confrontados pelo autoritarismo revolucionário e pela dominação.

Assim, um traço comum aos movimentos pós-coloniais é a importância da democra-cia participativa. Ela é importante, porque como nos diz Castoriadis, ela cria uma nor-matividade pós-colonial imaginária na qual a democracia enquanto um projecto de inclu-são social e de inovação cultural se coloca

como tentativa de instituição de uma nova soberania democrática.

Em volta da democracia participativa e democracia representativa. A solução dada pela teoria hegemónica da democracia ao problema da relação entre democracia representativa e democracia participativa - a solução das escalas - não é uma solução adequada. As experiências estudadas neste projecto oferecem uma resposta alternativa ao problema democrático. Elas mostram que a capacidade de lidar com a complexidade cultural e administrativa não aumenta com o aumento das escalas. E mostram, sobretudo, que existe um processo de pluralização cul-tural e de reconhecimento de novas identi-dades que tem como consequência profun-das redefinições da prática democrática, redefinições essas que estão além do proces-so agregativo próprio à democracia repre-sentativa.

A democracia representativa a nível nacional (domínio exclusivo a nível da consti-tuição de governos; a aceitação da forma vertical burocrática como forma exclusiva da administração pública) coexiste com a democracia participativa a nível local, acen-tuando determinadas características partici-pativas já existentes em algumas democra-cias dos países centrais (Mansbridge, 1990).

1.5. Fundamentos da Democracia

Participativa

A democracia participativa é abordada diante de três ditames como o fortalecimen-to da demodiversidade. Nesta abordagem, implica reconhecer que não existe nenhum motivo para a democracia assumir uma só forma. Pelo contrário, o multiculturalismo e as experiências recentes de participação apon-tam no sentido da deliberação pública ampliada e para o adensamento da partici-pação; o fortalecimento da articulação con-tra-hegemónica entre o local e o global. Neste contexto, experiências democráticas precisam do apoio de actores democráticos transnacionais nos casos em que a democra-cia é fraca entretanto, a passagem do con-tra-hegemónico do plano local para o glo-bal é fundamental para o fortalecimento da

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democracia participativa; e a ampliação do experimentalismo democrático, neste aspec-to, é necessário para a pluralização cultural, racial, e distributiva da democracia que se multipliquem experiências em todas estas direcções.

1.5.1. Democracia Grega: Democracia e Cidadania: Da Grécia Antiga à Atualidade

A Grécia é apontada como mentora da democracia, o nascimento da democracia, por volta do século VI a.C., foi caracterizado por profundas transformações políticas, sociais e económicas que criaram expectati-vas para o melhoramento da qualidade de vida da população e uma maior participa-ção dos cidadãos na vida política. A demo-cracia originada na Grécia clássica serviu como alicerce para o atual estatuto demo-crático, que, assim como seu antecessor, tem como princípio básico a igualdade de todos perante a lei.

O termo “democracia” que utilizamos hoje para definir o tipo de governo do nosso país, tem sua origem na Antiguidade, mais precisamente na cidade de Atenas, na Gré-cia Antiga e significa (demo = povo e kraGré-cia = governo), ou seja, “governo do povo”. No entanto, o conceito de democracia dos anti-gos greanti-gos não é o mesmo que se tem nos dias contemporâneos, pois, a democracia ateniense não atendia às necessidades que hoje são consideradas como basilares no processo democrático.

O regime democrático amplia o direito à participação na vida política a todos os cidadãos de uma nação. O termo “cidadão” é oriundo da palavra “cidadania” do latim “civitas” (cidade) que significa um conjunto de direitos dados a uma pessoa que lhe permite participar da vida e do governo de seu povo. Contudo, a expressão “cidadania”, assim como a democracia, tem seu significado actual diverso daquele utiliza-do em Atenas. Antes, a cidadania grega era compreendida apenas por direitos políticos, hoje, define-se pelo exercício de vários outros direitos que dão ao ser humano a possibilida-de possibilida-de uma vida digna, como por exemplo, o direito à saúde, à liberdade, à segurança, à educação etc.

1.5.2. O Surgimento da Democracia Ate-niense

Anterior ao século VI a.C., Atenas era administrada por um regime monárquico, porém, uma série de conflitos possibilitou à tomada do poder pelos grandes latifundiá-rios (aristocratas). A aristocracia ligeiramente evolveu para uma oligarquia, pois, os ricos comerciantes também passaram a fazer par-te do governo, o que provocou uma enorme instabilidade social. Na tentativa de atenuar os problemas sociais e aspirando por mudan-ças para que também pudessem participar das decisões políticas, uma classe de novos proprietários de terras e de grandes riquezas, acumuladas a partir do crescimento do comércio marítimo na zona do Mediterrâneo e que não faziam parte da nobreza, rompe-ram o domínio aristocrático e instituírompe-ram um novo poder: a tirania. Contudo, as dificulda-des sociais não se amenizaram.

Por volta de 621 a.C., Drácon, um dos membros das assembleias aristocráticas, recebeu poderes dos atenienses para criar um código de leis escritas - até então eram apenas orais - com a finalidade de por fim nos conflitos sociais. No entanto, essas leis eram insuficientes, pois não contemplavam os problemas sociais e económicos. Em 594 a.C., por ser um grande conhecedor das leis, Sólon (638 a.C. – 558 a.C.) - jurista e poeta grego – foi convocado como novo legislador e iniciou uma série de reformas nas estruturas económica, social e política da cidade ate-niense, porém, não obteve grandes resulta-dos com suas inovações.

Em 508 a.C., Clístenes (565 a.C. - 492 a.C.) realizou uma profunda transformação política que proporcionou aos gregos, inde-pendentemente de sua renda, o direito ao voto e ocupação dos mais diversos cargos, dando início ao regime democrático, no qual todos os cidadãos tornaram-se integran-tes da Eclésia (Assembleia Popular). Por fim, a democracia é solidificada por Péricles (495/492 a.C. - 429 a.C), após constituir, defi-nitivamente, as condições que viabilizaram a participação dos cidadãos no governo da cidade e, por fim, contribuíram com a melhoria substancial da qualidade de vida, tanto para os que viviam nos campos

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to para os integrantes da polis.

1.5.3. A cidadania na Grécia Clássica

A democracia grega era restrita a pou-cos, apenas os homens nascidos de pais e mães atenienses, adultos, livres e cumprido-res de suas obrigações militacumprido-res eram consi-derados cidadãos. As mulheres eram inferiori-zadas, não sendo consideradas cidadãs, apenas exerciam papéis secundários como o trabalho doméstico e a educação das crianças. As crianças eram consideradas demasiadamente jovens para exercerem a cidadania, sendo, portanto, cidadãs incom-pletas.

Os anciãos, por sua vez, eram dispensa-dos das suas funções cívicas, ou seja, eram cidadãos aposentados. Os estrangeiros, ape-sar de habitarem na cidade (polis) e usufruí-rem alguns benefícios, não eram considera-dos cidadãos. Da mesma forma, os escravos também não eram incluídos no conceito de cidadão. Podemos verificar essa distinção entre os antigos habitantes atenienses nas palavras de Aristóteles quando refere que:

Deixando de parte os que se tornam políti-cos a título excepcional, como aparece com os políticos naturalizados, diremos que nenhum indivíduo é político só porque habita num determinado lugar, pois, tal como os políticos, também os metecos e os escravos possuem um local para habi-tar. (...) De tais casos poder-se-á afirmar que são políticos de modo imperfeito, tal como crianças demasiado jovens para se inscrever como político, e os anciãos já dispensados de exercer funções cívicas. Uns e outros podem ser considerados cida-dãos de algum modo, mas não no sentido absoluto do termo (Aristóteles. Política. I, 2, 1275a 05-19, citado por Anzolin, 2009).

Para Aristóteles, ser político, era ser cida-dão, e para isto, era necessário ter direitos e não apenas querer tomar parte das decisões políticas da cidade. Para Platão, assim como Aristóteles, dentre as condições de opinar sobre os rumos da sociedade estava a de que o cidadão fosse um homem completa-mente livre, ou melhor, não ter a obrigação de trabalhar para sobreviver, visto que, para ingressar na vida política, o cidadão deveria

dedicar-se integralmente a ela. Em suma, “A cidadania era para os gregos um bem inesti-mável. Para eles a plena realização do homem se fazia na sua participação integral na vida social e política da Cidade-Estado” (Bernardes, 1995, p. 23, citado por Silva, 2009). A cidadania era muito importan-te para um aimportan-teniense. Para eles, nenhum infortúnio podia ser pior do que a restrição dos seus direitos de cidadão.

1.5.4. Peculiaridades da Democracia Grega

Durante o período da Antiguidade Clás-sica, a democracia grega era exercida de maneira direta. Os cidadãos iam a uma espécie de praça central (Ágora) e discu-tiam as propostas para o bem-estar da polis. Essa assembleia, chamada de Eclésia, era realizada ao menos uma vez por mês e era considerada como “O órgão máximo de

poder na democracia

atenien-se” (SANTOS,2009).

Além da Eclésia, havia ainda a Bulé, também conhecida como “Conselho dos Quinhentos”, por ser composta por 50 mem-bros de cada tribo. Esse conselho era respon-sável, dentre várias outras obrigações, pela elaboração dos projectos de lei para a assembleia, recepcionar as embaixadas e conduzir as celebrações do culto. Outra par-ticularidade da democracia grega era o poder judiciário. Em Atenas, havia dois pode-res, o primeiro era composto pelos Arcontes e julgava os crimes religiosos, os homicídios e os de incêndio.

Santos, (2009), atribui o alicerce do pro-cesso democrático a três grandes princípios: A Isonomia, que definia a Igualdade de todos os cidadãos perante a lei; a Isegoria, a qual deliberava sobre a Igualdade de todos no falar, liberdade de expressão e a Isocra-cia, que estabelecia o critério da Igualdade de todos ao poder.

1.6. Da Democracia Clássica à Contemporâ-nea

Podemos observar que a democracia foi solidificada através de um processo histórico que se deu através das experiências gover-namentais ocorridas em Atenas e arraigadas

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por toda a Grécia, e que consistia em uma forma de poder em que o povo – embora esse direito fosse restrito a poucos - era o res-ponsável directo pelas decisões políticas, sociais e económicas de toda a colectivida-de.

No entanto, a democracia da cidade ateniense de Platão e Aristóteles se difere bastante da que vivemos nos dias actuais, pois, com o passar dos tempos, a organiza-ção social se tornava cada vez mais compli-cada, tendo em vista o aumento populacio-nal e uma série de outros factores que invia-bilizavam a democracia directa, obrigando assim, à busca por métodos mais eficientes que pudessem atender aos anseios da socie-dade.

Hoje, a democracia é exercida de forma indirecta, ou seja, as propostas são elabora-das, discutidas e decididas por um pequeno grupo de pessoas, que, por sua vez, são escolhidas através do voto, pelo povo, como seu representante. Além disso, notamos que no regime democrático actual, diferente-mente do grego, as mulheres possuem os mesmos direitos políticos que os homens, e os estrangeiros, que se tornam naturalizados, também são considerados cidadãos, pos-suindo todos os direitos e deveres do cida-dão nato. Porém, vale ressaltar que tais mudanças não foram fáceis nem rápidas de serem conquistadas.

1.7. Democracia Nos EUA:

Princípio da Soberania do Povo na

América

É pelo dogma da soberania do povo que se deve começar a falar das leis políti-cas dos Estados Unidos. Na América, o princí-pio da soberania popular jamais está oculto ou estéril, como em outras nações; ele é reconhecido nos costumes e proclamado nas leis; estende-se com toda liberdade, e alcança sem obstáculos as suas últimas con-sequências.

Em nossos dias, o princípio da soberania do povo passou, nos Estados Unidos, por todos os desenvolvimentos práticos que a imaginação poderia conceber. Ora o povo em seu conjunto faz as leis, como em Atenas;

ora deputados eleitos pelo sufrágio universal o representam e agem em seu nome, sob a sua vigilância quase imediata.

O povo participa da composição das leis, pela escolha dos legisladores, e da sua aplicação, através da eleição dos agentes do poder executivo; pode-se dizer que o pró-prio povo governa, já que é frágil e restrito o que é deixado à administração. Esta se res-sente da sua origem popular e obedece ao poder de que emana. O povo reina sobre o mundo político americano como Deus sobre o universo. Ele é a causa e o fim de todas as coisas, tudo sai do seu seio, e tudo se absor-ve nele.

Nos Estados Unidos, o povo não tem nenhum ódio às classes elevadas da socie-dade; mas sente pouca benevolência para com elas e mantém-nas com cuidado fora do poder; não receia de modo algum os grandes talentos, mas aprecia-os pouco. Em geral, nota-se que tudo o que se faz sem o seu apoio dificilmente obtém o seu agrado. Descobri que aqueles que encaram o voto universal como uma garantia da justiça das escolhas padecem de ilusão completa. O voto universal tem outras vantagens, mas não essa.

1.7.1. A “Concepção Processual” de Demo-cracia:

A “concepção processual”, ou “teoria das regras constitutivas da democracia”, são pontos centrais do pensamento de Bobbio. Para iniciar nossa análise, vale a pena obser-var o que o autor nos diz antes de estabele-cer uma “definição mínima” de democracia:

Afirmo preliminarmente que o único modo de se chegar a um acordo quando se fala de democracia, entendida como contraposta a todas as formas de governo autocrático, é o de considerá-la caracterizada por um conjunto de regras (primárias ou fundamentais) que estabelecem quem está autorizado a tomar deci-sões colectivas e com quais procedi-mentos. Todo grupo social está obri-gado a tomar decisões vinculatórias para todos os seus membros com o objectivo de prover a própria sobrevi-vência, tanto interna como

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mente (Bobbio, 2009, p. 30).

Partindo desse pressuposto, podemos adentrar neste aspecto do pensamento democrático bobbiano a partir daquilo que ele chamou de “significado formal de cracia”, segundo o qual, por regime demo-crático entende-se primariamente “um con-junto de regras de procedimento para a for-mação de decisões coletivas, em que está prevista e facilitada a participação mais ampla possível dos interessados” (Bobbio, 2009, p. 22).

De acordo com Bobbio, é inerente a qualquer regime democrático a instituição de normas e leis que regulem o “jogo” das disputas políticas. Com o advento do Estado moderno e, consequentemente, a ascensão da democracia representativa, passou-se a estabelecer previamente em constituições um conjunto de regras que tratassem da for-ma de como o poder político seria disputado e exercido em um dado país. Na visão do autor, a existência de tais regras caracteriza um regime como “democrático”, visto que num estado “autocrático”, o poder nunca está em disputa, e o povo jamais é chamado para tomar alguma decisão. Nesta perspec-tiva, as “regras do jogo” valem como condi-ção da democracia. No intuito de reforçar as diferenças entre as formas democráticas e não democráticas de governo, o pensador italiano nos diz que é possível perceber alguns requisitos essenciais que caracterizam e são inerentes às primeiras.

Não basta apenas termos em mente a institucionalização de leis e regras de jogos políticos, mais sim todo sistema político ade-quado tais como a separação de poderes, estabelecimento de um contrato social, o quadro jurídico necessário e com princípios de justiça, assim como instrumentos de anali-se de uns sociedade que visa minimizar aspectos relativos a representatividade.

Segundo Fukuyama (1992, p. 12), “a democracia liberal continuaria como a úni-ca aspiração polítiúni-ca corrente que constitui o ponto de união entre regiões e cultura diversas do mundo todo”. Não haveria pre-cedente para os níveis de desenvolvimento proporcionados, tanto para os países indus-trializados quanto para os países pobres.

Estes últimos receberiam uma série de investi-mentos sociais visando uma igualdade de oportunidades a todos os cidadãos do mun-do.

Para Fukuyama (1992, p. 70), “o direito de participar do poder político pode ser con-siderado como outro direito liberal, na verda-de, o mais importante, e é por isto que o libe-ralismo tem sido historicamente associado à democracia”. Portanto, é bastante provável que países como a China, a Correia do Norte ou, ainda, as teocracias islâmicas, não resis-tam por muito tempo. O mundo caminha através da globalização para uma econo-mia liberal.

Esta transformação pode ocorrer de for-ma pacífica ou por imposição dos países ricos, que precisam de países pobres liberais, democráticos e globalizados para manter suas economias e seu nível de desenvolvi-mento. Dos diferentes tipos de regimes surgi-dos no curso da história da humanidade, desde monarquias e aristocracias até as teo-cracias religiosas e as ditaduras fascistas e comunistas deste século, a única forma de governo que sobreviveu intacta até o fim do século XX foi a democracia liberal (Fukuyama, 1992, p. 80).

Não haveria hoje nenhuma ideologia apta a desafiar a democracia liberal nem princípio liberal de legitimidade que não seja a soberania do povo. Kant sugeria que a his-tória teria um ponto final, um objectivo que estava implícito nas potencialidades do homem. Tal ponto final seria a conquista da liberdade do homem. Em se tratando de um pensador liberal, tal liberdade existiria a partir da constituição perfeita de uma sociedade justa e liberal.

Considerações Finais

Terminada a pesquisa em volta deste artigo, é possível compreender que a ques-tão da democracia hoje constitui um instru-mento de pós-politica, tal como fala o filoso-fo moçambicano severino Ngoenha (2015), o qual considera a democracia como instru-mento de luta de aparatos políticos e a maior aparatocracia em termos financeiros saem bem-sucedidos, portanto, se realmente a democracia serve aos que tem posse

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nómica a nível internacional, ela não consti-tui um instrumento de emancipação da politica em termos do quadro constitucio-nal, mais sim como um instrumento de esta-belecimento de uma minoritocracia consti-tucional oculta, portanto, é legitimo criticar-mos a democracia como instrumento de emancipação do homem na sociedade pois desde a sua institucionalização ela caracteriza-se como veiculo de desigualda-des, de injustiças e falta de respeito das liberdades individuais sujeitando-se a con-cepção de Rousseau que é de Vontade Geral.

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