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Apostila Esferas de Comunicacao Resenha Academica

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Academic year: 2019

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(1)

AULA:

Esferas de Comunicação

e Gêneros do discurso.

A resenha

acadêmica

(2)

Caros alunos

Esta apostila foi elaborada para que você compreenda minimamente, em um primeiro momento, os conceitos de Esfera de Comunicação e Gêneros do Discurso.

Compreendendo um pouco estes conceitos, você poderá refletir sobre um Gênero específico da Esfera de Comunicação Acadêmica, o Gênero Resenha Acadêmica.

ESFERA ACADÊMICA:

(1)

“Todos os diversos campos da atividade humana estão ligados ao uso da linguagem”

(2)

“Evidentemente, cada enunciado particular é individual, mas cada esfera de utilização da língua elabora seus tipos relativamente estáveis de enunciados, os quais denominamos

gêneros do discurso.”

As duas citações acima são de um filósofo da linguagem chamado Mikhail Bakhtin. Com elas, podemos compreender que não há como ‘fugir’ da utilização da linguagem, pois, como dito em (1), todas as atividades que realizamos estão relacionadas a um uso específico da linguagem!!!!

Além disso, podemos compreender com que está expresso em (2), que a utilização da língua é organizada de acordo com tipos de enunciados, ou seja, maneiras diferentes de utilizar a língua dependendo da esfera em que estamos enunciando!!!

(3)

MOVIMENTANDO OS SENTIDOS DO MUNDO:

No ambiente de trabalho, conversamos com nossos colegas de uma forma. Já no ambiente familiar, a utilização da língua com nossa família é diferente da utilização da língua com nossos colegas de trabalho.

Desse modo, na esfera religiosa, também utilizamos a língua de uma forma específica. E assim é com cada Esfera de Comunicação Específica!

Toda vez que produzimos um texto, o fazemos

dentro de um gênero, em uma esfera de

comunicação...

Com isso movimentamos os sentidos do mundo!

Por exemplo:

O que significa a expressão “Que horas são?”?

... na fila do banco?

... no altar da igreja esperando a noiva?

... no ponto de ônibus

?

A mesma expressão pode significar uma infinidade de coisas

diferentes, dependendo da esfera de comunicação.

... na fila do banco quem pergunta “Que horas são?”, provavelmente

está atrasado para

um compromisso e com pressa. Dependendo da

entonação, está irritado com a demora!

... no altar da igreja o noivo pode estar nervoso com o atraso da

noiva. Ou está muito preocupado

imaginando que ela talvez não

entre, que desistiu do casamento!

(4)

CALVIN E SUA HABILIDADE EM MOVIMENTAR OS SENTIDOS EM UM GÊNERO ESPECÍFICO: A CARTA AO PAPAI NOEL:

Caros alunos,

Peço que observem nos três exemplos como o personagem Calvin está enunciando suas palavras em um gênero específico: uma Carta ao Papai Noel!

Exemplo 1:

-

Respondam as perguntas abaixo mentalmente:

- É normal utilizar a expressão “Querido Papai Noel” em início de cartas para o Papai Noel?

- É normal utilizar a expressão “Este ano, por favor tenha em mente que devo ser considerado inocente até que se prove o contrário” em cartas para o Papai Noel?

- Porque Calvin faz isso?

Veja se você compreende da seguinte forma:

- É comum, no gênero Carta, iniciar com um vocativo. Vejam que na carta ao Papai Noel, o vocativo traz o adjetivo “Querido”. Isso porque o autor da carta, geralmente uma criança, tende a ser carinhoso com o Papai Noel.

Como Calvin sabe que é uma criança levada e pouca carinhosa, utilizar o vocativo comum na carta é uma estratégia para se aproximar de forma carinhosa do seu interlocutor, o Papai Noel.

- Não é normal utilizar uma expressão tão “formal” em cartas para o Papai Noel. Essa expressão “Este ano, por favor tenha em mente que devo ser considerado inocente até que se prove o contrário”, é uma expressão utilizada em uma outra Esfera de Comunicação, a esfera Jurídica!

- Calvin faz isso porque sabe que passou o ano fazendo bagunça, não obedecendo aos pais, sendo uma criança muito ‘levada’. Sendo assim, tenta se defender ao trazer a linguagem mais formal da Esfera de Comunição Jurídica para dentro da Carta.

(5)

Exemplo 2:

Responda a pergunta abaixo mentalmente:

- Qual estratégia utilizada por Calvin para tentar convencer o Papai Noel neste exemplo?

Veja se você compreende da seguinte forma:

- Calvin se apropria da estratégia de comunicação utilizada em outra Esfera de Comunicação: a esfera da Propaganda.

Com isso, Calvin tenta enganar o Papai Noel. Calvin sabe que não pode mentir, porque mentira irá fazer com que ele não ganhe presentes de Natal. Isso é próprio da esfera em que ele está, a esfera religiosa Sendo assim, ele utiliza a mesma estratégia utilizada em Propagandas de carro para enganar os compradores.

(6)

Exemplo 3:

Responda a pergunta abaixo mentalmente:

- A linguagem utilizada por Calvin na carta, neste exemplo, é mais formal ou mais informal?

-- Isso influencia em alguma coisa?

Veja se você compreende da seguinte forma:

- Percebam que Calvin se irrita com a relação conflituosa com o Papai Noel e o trata como se estivesse falando com ele, e não escrevendo uma carta de forma respeitosa.

(7)

Caros alunos,

O que eu gostaria que vocês entendessem com esses exemplos são as seguintes afirmações:

1) Quando falamos ou escrevemos, estamos sempre enunciando em um gênero específico;

2) Este gêneroé utilizadosempre em uma Esfera de Comunicação específica;

3) Enunciar neste gênero e nesta esfera implica em perceber as relações existentes entre você, que enuncia, e seu interlocutor, que o ouve ou que o lê;

4) Quando enunciamos, tentamos movimentar os sentidos do mundo, ou como diria o Veríssimo em “O gigolô das palavras”, tentamos “surpreender, iluminar, divertir, mover”!!!!

A partir de agora, é importante que todos compreendam

que, assim como Calvin, quando vamos produzir um

texto, seja de forma oral ou escrita, precisamos atentar

para as especificadas daquela Esfera de Comunicação

e

daquele Gê

nero do Discurso que estamos utilizando.

Vocês estão iniciando na Esfera de Comunicação

Acadêmica!

Portanto,

atentem

para

suas

(8)

A ESFERA ACADÊMICA:

A esfera acadêmica, assim como todas as outras esferas (jornalística, musical, da saúde, etc.), possui algumas particularidades. Ela se insere em um ambiente em que

pesquisas são desenvolvidas e divulgadas para a comunidade científica, nas mais variadas áreas.

A divulgação destas pesquisas é fundamental, pois é a partir disso que a comunidade acadêmica toma conhecimento do que está sendo produzido e também pode dar sugestões de melhoria e amadurecimento ao trabalho científico, visando sempre o progresso da ciência.

Além disso, existe uma série de atividades de ensino e aprendizagem pelas quais vocês irão passar no decorrer do curso que estão fazendo! Essas atividades também obedecem às particularidades da Esfera Acadêmica.

Leia o texto abaixo e observe os comentários!

Ciência, Esfera Acadêmica e Linguagem Científica.

Fonseca, M. J. M. Disponível em: http://www.ipv.pt/millenium/Fonseca_ect1.htm

(...)

A ciência, etimologicamente scientia (saber), que os gregos designaram ejpisthvmh (epistêmê -

conhecimento) por oposição a dovxa (doxa - opinião), é conhecimento - já que queremos conhecer ou

não fosse o homem, por natureza, um animal curioso que deseja o saber - é mesmo uma das

modalidades privilegiadas que assume o conhecimento humano. Há outras formas de saber e de dizer

o real - o que as coisas são e quem somos nós - ou seja, há outras linguagens ou outros discursos já

que, por essência, o saber se manifesta e traduz num dizer, é comunicável e comunicado. O discurso do senso comum, o discurso filosófico, o discurso religioso ou o discurso estético são tantas outras formas de dizer o real.Se toda a ciência é conhecimento a inversa já não é verdadeira, isto é, nem todo o conhecimento é científico, o que significa que os diferentes tipos de conhecimento se distinguem uns dos outros por características que são específicas e próprias de cada um deles.

(...)

É preciso compreender que o saber (a produção científica, a produção de conhecimentos)

se manifesta por meio da linguagem. E por isso existem formas específicas de utilizar a linguagem nessa Esfera de Comunicação! O discurso filosófico, o discurso religioso, o

discurso estético (da literatura)são diferentes do discurso científico.

Produzir conhecimento da forma científica demanda obedecer a características específicas

da Esfera Acadêmica.

Uma das características é a utilização da língua na sua forma Padrão!

Você lembra da discussão sobre “o certo e o errado na língua”? Você lembra da discussão sobre gramática e variação linguística?

(9)

A RESENHA ACADÊMICA:

Caros alunos,

Neste tópico vocês entrarão em contato com o gênero Resenha Acadêmica.

Antes, é preciso que vocês compreendam que, todas as vezes que vamos produzir um texto, seja na forma oral ou escrita, precisamos identificar a Esfera Acadêmica e o Gênero em que estamos enunciando.

Para isso, devemos responder a quatro perguntas básicas:

1) Porque irei escrever (falar) este texto? Ou seja, quais são as razões que me

levam a enunciar este texto?

2) O queeu tenho a dizer neste texto? Ou seja, quais são as informações que eu quero transmitir com este texto?

3) Para quem eu irei dirigir este texto? Ou seja, preciso identificar meus interlocutores, pois isso me ajudará a definir estratégias de construção do texto.

4) Como eu vou enunciar este texto? Ou seja, a partir das respostas para as perguntas (1), (2) e (3), irei traçar estratégias para enunciar o meu texto!

Sendo assim, no que diz respeito à Resenha Acadêmica, as principais respostas para estas perguntas são:

1) Porque escrever uma Resenha?

A resenha a é um texto que contém informações e análise crítica sobre determinado objeto.

A resenha é texto que permite ao leitor decidir sobre a conveniência ou o interesse em consultar determinada obra, seja essa obra um livro, uma apostila, um filme, um disco, etc.

A resenha é um texto no qual o autor dialoga diretamente com o outro autor (daquela obra sobre a qual se está resenhando).

Geralmente as resenhas são escritas para que as pessoas possam decidir se irão ou não ler aquele livro resenhado, ou assistir àquele filme resenhado, ou comprar aquele disco resenhado.

Fica a pergunta: Como autor de uma resenha, o que eu preciso fazer para o leitor da minha resenha possa decidir se irá não ler, assistir, comprar aquela obra que estou resenhando?

2) O quê eu tenho a dizer em uma resenha?

(10)

O autor de uma resenha de obras não acadêmicas irá transmitir informações gerais sobre aquela obra, informações sobre o autor da obra, informações extras que possuem relações com a obra, etc.

Obras acadêmicas, como livros, apostilas, artigos, teses e dissertações, demandam a escrita de resenhas acadêmicas.

O autor de uma resenha de obras acadêmicas também irá transmitir informações gerais sobre aquela obra, informações sobre o autor da obra, informações extras que possuem relações com a obra, etc.

Fica a pergunta: Então onde está a diferença entre uma Resenha Não Acadêmica e uma Resenha Acadêmica?

3) Para quem eu irei escrever uma resenha acadêmica?

Geralmente, resenhas não acadêmicas atingem uma maior amplitude de leitores. Justamente porque tratam de temas e obras mais gerais!

Resenhas Acadêmicas atingem leitores especializados, que circulam na Esfera Acadêmica e estão buscando informações para decidirem se devem ou não, a partir de seus objetivos, lerem determinada obra (livro, apostila, artigo, tese, dissertação, etc.)

Observem que, por conta disso, o autor de uma Resenha Acadêmica já deve pensar diferente do autor de uma Resenha Não Acadêmica.

Em uma Resenha Acadêmica, o fato de estar escrevendo para um leitor especializado, influencia na decisão da quantidade de informações que ele irá expor

(O quê?) e nas estratégias que ele irá utilizar para expor essas informações

(Como?).

4) Como eu vou redigir uma resenha acadêmica?

Se eu preciso cumprir com as exigências descritas nas respostas em (1), (2) e (3), qual é a melhor estrutura textual para isso?

APRESENTAR > DESCREVER > AVALIAR > RECOMENDAR

Uma Resenha Acadêmica deve apresentar os seguintes movimentos:

A) Apresentar a obra: Nesse momento o autor procura informar o tópico geral da obra, dar referências sobre o autor, fazer generalizações e inserir a obra na disciplina (áreas e subáreas).

B) Descrever a obra: Nesse momento o autor procura dar uma visão geral da organização da obra, estabelecer o tópico de cada capítulo (ou parte) e citar material extra-obra.

(11)

C) Avaliar partes da obra: Nesse momento o autor procura realçar pontos específicos.

D) Recomendar ou não recomentar a obra: Nesse momento o autor procura desqualificar/recomendar a obra, recomendar a obra apesar das falhas e/ou recomendar a obra para objetivos específicos.

Isso responde a pergunta: “Como autor de uma resenha, o que eu preciso fazer para o leitor da minha resenha possa decidir se irá não ler, assistir, comprar aquela obra que estou resenhando?”!

É possível então perceber onde está a diferença entre uma Resenha Não Acadêmica e uma Resenha Acadêmica, certo?!

Para finalizar, peço que leiam os dois exemplos de resenhas abaixo e procure responder, mentalmente, as quatro perguntas

básicas que ajudam a identificar o gênero e a esfera em que os textos estão inseridos.

Apesar das duas resenhas terem sido escritas sobre a mesma

obra, o filme “Mais estranho que a Ficção”, você deverá observar, por meio das perguntas básicas, as diferenças entre elas.

Além disso, tente identificar a estrutura textual de cada resenha.

Depois disso, nas páginas seguintes você encontrará comentários

(12)

Resenha 1:

Retirada do BLOG: http://umpoucodetudo.wordpress.com/2007/06/28/mais-estranho-que-a-ficcao/

Mais estranho que a ficção

Mando aqui breve resenha do filme com o nome esquisitão ai em cima. Mando, mas não escrevo. O texto é de Ana Paula dePétta (talvez com algum spoiler):

O filme conta a história de Harold Crick, um auditor da receita federal (americana) que leva uma vida monótona e faz todo dia a mesma coisa da mesma maneira. A monotonia da vida de Harold é quebrada quando ele, de forma estranha e subitamente, começa a ouvir uma voz feminina narrar suas ações e pensamentos. Apesar de angustiado, ele passa a conviver com a estranha narração, até que um dia, para o seu desespero, ele ouve a narradora declarar que ele morrerá em breve.

Harold procura a ajuda de um especialista em literatura chamado Jules Hilbert (interpretado de forma brilhante por Dustin Hoffman), que junto com ele chega à conclusão de que ele faz parte de uma história. A partir daí, passam a estudar algumas possibilidades: Sua história é uma tragédia ou uma comédia? Quais escritoras seguem aquela linha narrativa? Como será o fim da história?

Nesse meio tempo, durante uma auditoria, Harold conhece Ana Pascal, uma padeira que deixou propositadamente de recolher parte de seus impostos e caiu na malha fina.

Harold então se apaixona por Ana, que é uma moça alegre e vive sua vida intensamente. Tudo muda a partir daí.

É claro que não vou contar o final do filme, para não perder a graça.

O filme é muito bom, tem um roteiro original e bastante inteligente e prende o telespectador até o final, pois é o que interessa no filme: qual será o final do personagem??

Mas o que mais me tocou no filme e me fez pensar é a mensagem que ele deixa: quem não tem um objetivo na vida, algo que queira, algo pelo que viver, na realidade não está vivendo; apenas deixando os dias passarem de forma monótona. Para quem “passa” a vida assim, morrer não faz diferença.

Porém, quando existe um objetivo, uma paixão, tudo muda. Este é o recado do filme: busque aquilo que faça diferença na sua vida, busque sua paixão. Harold a encontrou em Ana Pascal. Depois que a conheceu, sua vida mudou e passou a fazer sentido.

(13)

Resenha 2:

Mais Estranho que a Ficção Stranger Than Fiction (EUA/2006)

Direção: Marc Forster Roteiro: Zach Helm

Elenco: Will Ferrell (Harold Crick), Maggie Gyllenhaal (Ana Pascal), Queen Latifah (Penny Escher), Emma Thompson (Kay Eiffel), Dustin Hoffman (Professor Jules Hilbert), Kristin Chenoweth

(Anchorwoman), Tom Hulce (Dr. Cayly), Linda Hunt (Dra. Mittag-Leffler), Tony Hale (Dave), Denise Hughes (Carla)

Duração: 113 min.

Gênero: Comédia/Drama

http://www.cinemacafri.com/filme.jsp?id=703

"Harold Crick está pronto para partir. Ponto final."

“Essa é a históriade um homem chamado Harold Crick e seu relógio de pulso”. Assim inicia-se “Mais Estranho que a Ficção”, que possui um dos roteiros mais inteligentes que apareceram em Hollywood nos últimos anos, motivo pelo qual foi disputado por mais de 40 diretores e vários estúdios. Filme de estréia do roteirista

Zach Helm, de apenas 31 anos, “Mais Estranho que a Ficção” é dirigido por Marc

Foster. Inicialmente, Helm ficou receoso em escolher Foster, pois o via como um diretor dramático, por causa de “A Última Ceia”, mas depois de conferir apenas 10 minutos de “Em Busca da Terra do Nunca” concluiu que o cineasta era capaz de fazer

filmes bem diferentes.

Certa manhã, um funcionário comum e solitário da Receita Federal chamado Harold Crick (Will Ferrell, indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator - Comédia/Musical pelo papel) começa a ouvir uma voz feminina narrando todos os seus pensamentos, sentimentos e ações com precisão e detalhismo surpreendentes. A vida meticulosamente controlada de Harold é virada de cabeça para baixo por essa narração. E quando a voz declara que Harold Crick encontra-se em uma situação de morte iminente, ele inicia uma jornada tentando descobrir quem está escrevendo sua história, procurando a ajuda de vários “especialistas”, como psicólogos e até um professor de literatura, Jules Hilbert (Dustin Hoffman, genial!).

A voz na cabeça de Harold revela-se ser de Karen Eiffel (Emma Thompson, brilhante como de costume), uma escritora que está se esforçando para encontrar um final para aquele que promete sua obra definitiva. O único desafio que resta é imaginar uma maneira de matar seu personagem principal, porém mal sabe ela que Harold Crick está vivo. Para tornar as coisas piores, a editora de Kay escala uma assistente, Penny Escher (Queen Latifah), para forçar Eiffel a acabar seu livro e liqüidar Harold Crick.

Apesar de viver uma vida solitária e rotineira, Harold deseja continuar vivendo, vontade esta que aumenta quando conhece Ana Pascal (Maggie Gyllenhaal, belíssima), uma jovem contribuinte que está sendo investigada por sonegação.

“Stranger Than Fiction” (no original) é um filme excelente que deve ser conferido! Poucos filmes mesclam tão bem, e de forma tão inteligente, os gêneros comédia e drama. Will Ferrell, um gênio na arte de fazer rir, revela-se também um promissor ator dramático (mesmo!), protagonizando uma cena de choro de realismo raro. O longa conta ainda com diversas seqüências antológicas, como: a do flerte no ônibus entre Harold e Ana; a que o mesmo toca violão; a do teste que Hilbert aplica à Crick, em que se descobre que o segundo não está em uma tragédia grega (!); e praticamente todas as cenas com Emma Thompson, que não usou maquiagem para o

(14)

Lembrando o estilo de roteiro de Charlie Kaufman (“Adaptação”, “Brilho Eterno

de uma Mente Sem Lembrança”), Zach Helm se revela um escritor a ser acompanhado. Seu próximo projeto, em que estreará na direção de um filme, já desperta curiosidade. Trata-se de “Mr. Magorium`s Wonder Emporium”, com Natalie

Portman e, mais uma vez, Dustin Hoffman.

“Mais Estranho que a Ficção” conta com diversas homenagens aos Beatles. Aqui temos a maça verde, Crick atravessando a famosa Abbey Road e muitas outras citações subentendidas. Além disso, o nome da assistente de Eiffel é Penny e Crick é um fiscal de impostos (taxman). O longa faz referência ainda à importantes gênios da matemática, através do segundo nome dos personagens: Crick, Pascal, Eiffel, Hilbert, Escher.

Curiosidades: 1) o filme que Harold assiste no cinema é “Monty Phyton - O Sentido da Vida”; 2) o livro que Dustin Hoffman lê na beira da piscina é “The Graduate”, que gerou a adaptação “A Primeira Noite de um Homem”.

(15)

Resenha 1 (Comentada):

Retirada do BLOG: http://umpoucodetudo.wordpress.com/2007/06/28/mais-estranho-que-a-ficcao/

Mais estranho que a ficção

Mando aqui breve resenha do filme com o nome esquisitão ai em cima. Mando, mas não escrevo. O texto é de Ana Paula de Pétta (talvez com algum spoiler):

O filme conta a história de Harold Crick, um auditor da receita federal (americana) que leva uma vida monótona e faz todo dia a mesma coisa da mesma maneira. A monotonia da vida de Harold é quebrada quando ele, de forma estranha e subitamente, começa a ouvir uma voz feminina narrar suas

ações e pensamentos. Apesar de angustiado, ele passa a conviver com a

estranha narração, até que um dia, para o seu desespero, ele ouve a narradora declarar que ele morrerá em breve.

Harold procura a ajuda de um especialista em literatura chamado Jules Hilbert (interpretado de forma brilhante por Dustin Hoffman), que junto com

ele chega à conclusão de que ele faz parte de uma história. A partir daí, passam a estudar algumas possibilidades: Sua história é uma tragédia ou uma comédia? Quais escritoras seguem aquela linha narrativa? Como será o fim

da história?

Nesse meio tempo, durante uma auditoria, Harold conhece Ana Pascal, uma padeira que deixou propositadamente de recolher parte de seus impostos e caiu na malha fina.

Harold então se apaixona por Ana, que é uma moça alegre e vive sua

vida intensamente. Tudo muda a partir daí.

É claro que não vou contar o final do filme, para não perder a graça. O filme é muito bom, tem um roteiro original e bastante inteligente e prende o telespectador até o final, pois é o que interessa no filme: qual será o final do personagem??

Mas o que mais me tocou no filme e me fez pensar é a mensagem que

ele deixa: quem não tem um objetivo na vida, algo que queira, algo pelo que

viver, na realidade não está vivendo; apenas deixando os dias passarem de forma monótona. Para quem “passa” a vida assim, morrer não faz diferença.

Porém, quando existe um objetivo, uma paixão, tudo muda. Este é o recado do filme: busque aquilo que faça diferença na sua vida, busque sua paixão. Harold a encontrou em Ana Pascal. Depois que a conheceu, sua vida mudou e passou a fazer sentido.

Busque sua “Ana Pascal”, aquilo que tornará sua vida diferente, colorida. A paixão que fará tudo valer a pena. Desta forma, a morte não será tão difícil, nem assustadora, pois a sensação que o acompanhará é a de que valeu a pena viver.

APRESENTAÇÃO

DA OBRA

DESCRIÇÃO

DA OBRA POR MEIO DE UM RESUMO DE SUAS PARTES

NESSE CASO, DA SEQUÊNCIA MÍNIMA DO FILME

AVALIAÇÃO DAS PARTES E

DO FILME

OBSERVE (NOS TRECHOS GRIFADOS) AS

ESTRATÉGIAS E A

LINGUAGEM UTILIZADA PARA AVALIAR O FILME

OBSERVE QUE A AUTORA

NÃO RECOMENDA

DIRETAMENTE O FILME.

A AUTORA SIMPLESMENTE ELOGIA PARTES QUE ELA CONSIDERA INTERESSANTES

NO FILME.

ESTA RESENHA NÃO ESTÁ

COMPLETA.

OBSERVEM TAMBÉM OS SEGUINTES ASPECTOS:

- A linguagem utilizada é bastante informal, com a utilização da primeira

pessoa no singular: “Eu”, “me”.

- O resumo da descrição da obra é mínimo e tem poucas informações. - Os argumentos utilizados são pessoais, extramente pessoais!

- Há pouca informação EXTRA-OBRA, ou seja, informações extras que poderiam ajudar a compreender ou avaliar a obra com argumentos menos pessoais.

- A interpretação da autora da resenha é muito específica, revelando que, para ela, o filme passa uma mensagem.

- A resenha foi publicada em um blog. Os leitores para os quais a autora

escreveu este texto são especializados?

(16)

Resenha 2 (Comentada):

Mais Estranho que a Ficção Stranger Than Fiction (EUA/2006)

Direção: Marc Forster Roteiro: Zach Helm

Elenco: Will Ferrell (Harold Crick), Maggie Gyllenhaal (Ana Pascal), Queen Latifah (Penny Escher), Emma Thompson (Kay Eiffel), Dustin Hoffman (Professor Jules Hilbert), Kristin Chenoweth (Anchorwoman), Tom Hulce (Dr. Cayly), Linda Hunt (Dra. Mittag-Leffler), Tony Hale (Dave), Denise Hughes (Carla)

Duração: 113 min.

Gênero: Comédia/Drama http://www.cinemacafri.com/filme.jsp?id=703

"Harold Crick está pronto para partir. Ponto final."

“Essa é a história de um homem chamado Harold Crick e seu relógio de pulso”. Assim inicia-se “Mais Estranho que a Ficção”, que possui um dos roteiros mais inteligentes que apareceram em Hollywood nos últimos anos, motivo pelo qual foi disputado por mais de 40 diretores e vários estúdios. Filme de estréia do roteirista Zach Helm, de apenas 31 anos, “Mais Estranho que a Ficção” é dirigido por Marc Foster. Inicialmente, Helm ficou receoso em escolher Foster, pois o via como um diretor dramático, por causa de “A Última Ceia”, mas depois de conferir apenas 10 minutos de “Em Busca da Terra do Nunca” concluiu que o cineasta era capaz de fazer filmes bem diferentes.

Certa manhã, um funcionário comum e solitário da Receita Federal

chamado Harold Crick (Will Ferrell, indicado ao Globo de Ouro de Melhor Ator

- Comédia/Musical pelo papel) começa a ouvir uma voz feminina narrando

todos os seus pensamentos, sentimentos e ações com precisão e detalhismo surpreendentes. A vida meticulosamente controlada de Harold é virada de cabeça para baixo por essa narração. E quando a voz declara que Harold Crick

encontra-se em uma situação de morte iminente, ele inicia uma jornada

tentando descobrir quem está escrevendo sua história, procurando a ajuda de vários “especialistas”, como psicólogos e até um professor de literatura,

Jules Hilbert (Dustin Hoffman, genial!).

A voz na cabeça de Harold revela-se ser de Karen Eiffel (Emma

Thompson, brilhante como de costume), uma escritora que está se esforçando

para encontrar um final para aquele que promete sua obra definitiva. O único desafio que resta é imaginar uma maneira de matar seu personagem principal, porém mal sabe ela que Harold Crick está vivo. Para tornar as coisas piores, a

editora de Kay escala uma assistente, Penny Escher (Queen Latifah), para

forçar Eiffel a acabar seu livro e liqüidar Harold Crick.

Apesar de viver uma vida solitária e rotineira, Harold deseja continuar

vivendo, vontade esta que aumenta quando conhece Ana Pascal (Maggie Gyllenhaal, belíssima), uma jovem contribuinte que está sendo investigada

por sonegação.

“Stranger Than Fiction” (no original) é um filme excelente que deve ser conferido! Poucos filmes mesclam tão bem, e de forma tão inteligente, os gêneros comédia e drama. Will Ferrell, um gênio na arte de fazer rir, revela-se

também um promissor ator dramático (mesmo!), protagonizando uma cena de

choro de realismo raro. O longa conta ainda com diversas seqüências antológicas, como: a do flerte no ônibus entre Harold e Ana; a que o mesmo toca violão; a do teste que Hilbert aplica à Crick, em que se descobre que o

APRESENTAÇÃO

DA OBRA

Observe ao lado e no

primeiro parágrafo, presença de informações extras sobre roteiro, direção e sobre o contexto de produção do

filme!

DESCRIÇÃO

DA OBRA POR MEIO DE UM RESUMO DE SUAS PARTES

NESSE CASO, DA SEQUÊNCIA MÍNIMA DO FILME.

Observem a linguagem

utilizada e as informações

avaliativas sobre os atores, que o autor da resenha coloca no meio do resumo.

Abaixo o autor da resenha irá

avaliar o filme e suas partes de forma geral.

AVALIAÇÃO DAS PARTES E

DO FILME

Vejam que nessa parte o autor da resenha avalia o filme de forma geral.

OBSERVE QUE O AUTOR

RECOMENDA O FILME E

ARGUMENTA COM

INFORMAÇÕES EXTRAS, NÃO

(17)

segundo não está em uma tragédia grega (!); e praticamente todas as cenas

com Emma Thompson, que não usou maquiagem para o papel.

Lembrando o estilo de roteiro de Charlie Kaufman (“Adaptação”,

“Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembrança”), Zach Helm se revela um escritor a ser acompanhado. Seu próximo projeto, em que estreará na direção de um filme, já desperta curiosidade. Trata-se de “Mr. Magorium`s Wonder

Emporium”, com Natalie Portman e, mais uma vez, Dustin Hoffman.

“Mais Estranho que a Ficção” conta com diversas homenagens aos Beatles.

Aqui temos a maça verde, Crick atravessando a famosa Abbey Road e muitas outras citações subentendidas. Além disso, o nome da assistente de Eiffel é Penny e Crick é um fiscal de impostos (taxman). O longa faz referência ainda à importantes gênios da matemática, através do segundo nome dos personagens: Crick, Pascal, Eiffel, Hilbert, Escher.

Curiosidades: 1) o filme que Harold assiste no cinema é “Monty Phyton - O Sentido da Vida”; 2) o livro que Dustin Hoffman lê na beira da piscina é “The Graduate”, que gerou a adaptação “A Primeira Noite de um Homem”.

Lucas Salgado

Bom trabalho!

OBSERVE AS ESTRATÉGIAS

E A LINGUAGEM UTILIZADA PARA AVALIAR

O FILME.

Compare com a resenha

número 1.

ESTA RESENHA ESTÁ

COMPLETA

OBSERVE TAMBÉM OS SEGUINTES ASPECTOS:

- A linguagem utilizada é bastante formal e não há utilização da primeira

pessoa no singular: “Eu”, “me”, etc.

- O resumo da descrição da obra é mais extenso e permeado de avaliações dos atores que interpretam os personagens.

- Os argumentos utilizados não são pessoais. O autor da resenha traz

informações extras para argumentar sobre a qualidade do filme.

- Há muita informação EXTRA-OBRA, ou seja, informações extras que podem ajudar a compreender ou avaliar a obra. Vejam por exemplo o tópico

“Curiosidades”, ao final do texto!

- A interpretação da autor da resenha é muito profissional, revelando que, para ele, o filme é uma grande obra.

- A resenha foi publicada em um site especializado. Veja essa informação

nos dados técnicos no início da resenha. Os leitores para os quais o autor

escreveu este texto são especializados!

Por todos esses motivos, a resenha 2 se aproxima mais de uma RESENHA

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