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Modelo de Autoria de Cursos de Ensino a Distância

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Modelo de Autoria de Cursos de Ensino a Distância

Gláucia Regina M. A. Sizilio 1

Nina Edelweiss2

Resumo - O Ensino a Distância (EAD) é caracterizado não só pela separação entre professor e aluno, como também pela comunicação mediada por alguma forma de tecnologia. Identificando a world wide web como o instrumento com maior condição de promover a bilaterali-dade nessa comunicação (através de aplicações educacionais interati-vas) e o workflow como uma alternativa adequada à modelagem de cursos de EAD (permitindo a definição de um curso, com a clara es-pecificação de todas as atividades a serem executadas, dos relaciona-mentos entre as mesmas e dos agentes responsáveis pela sua execução), este trabalho apresenta um método para a modelagem de cursos de EAD e o workflow completo da autoria de cursos.

Abstract - Not only the physical distance of the student to the teacher characterizes Long Distance Learning (LDL) , but also the need of any kind of communication between them. This communication must be provided by some kind of technology. Nowadays the world wide web appears as the best tool to assure this communication, through educa-tional interactive applications. Workflow Modeling has proven to be an appropriate tool to model LDL courses, representing, specifying clearly all the activities to be executed, their relationships and the agents re-sponsible for their execution. This paper presents a method to be used in LDL courses modeling. The complete workflow to be followed with the aim of creating a new course (authoring workflow) is also pre-sented.

Palavras-chave - Ensino a distância, ensino a distância via world wide

web, workflow, modelagem de workflow, workflow de autoria para ensino a distância.

1 I

NTRODUÇÃO

Um workflow (Casati et al., 1995; Barthelmes et al., 1995; Workflow Management Coalition, 1996) define as tarefas e atividades a serem desenvolvidas para a execução de um trabalho, sua coordenação e os agentes res-ponsáveis por cada uma delas. A coordenação entre as tarefas/atividades inclui a possibilidade de estas serem executadas seqüencialmente ou em paralelo, além de permitir o controle de disparo de cada uma delas.

1 Profa Msc. Enga Gláucia Regina Medeiros Azambuja Sizilio - Universidade para o Desenvolvimento do Estado e da Região do Pantanal Núcleo de Educação a Distância/UNIDERP; Sizilio@terra.com.br

(2)

As técnicas de modelagem de workflow, amplamente utilizadas para a modelagem de negócios e de proces-sos, têm-se apresentado como possibilidade para mo-delar as atividades inerentes aos cursos de ensino a distância, uma vez que permitem a “definição de todo um processo, com a especificação clara de todas as atividades a serem executadas, de seus relaciona-mentos, e incluindo os agentes responsáveis pela sua execução, é conhecida como workflow” (Nicolao et al., 1998).

Oliveira et al. (1998) propõem um modelo de curso para tele-ensino, utilizando o TF-ORM (modelo de dados temporal orientado a objetos), baseado na mo-delagem conceitual do curso como um workflow e em agentes inteligentes que seguem a especificação e monitoram cada um dos estudantes.

Como resultado de pesquisa realizada sobre técnicas de modelagem de workflow aplicadas à autoria de execução de cursos de ensino a distância (Sizilio, 2000), além de uma proposta de estrutura para cursos de EAD, desenvolveu-se a modelagem completa tanto da autoria quanto da execução de cursos nesta modalidade de ensino.

O workflow (WF) de autoria tem por objetivo apoiar o professor na criação de cursos de EAD, englobando todas as tarefas relacionadas à criação de um curso (concepção, planejamento, definição e implementa-ção); o de execução engloba as tarefas operacionais inerentes ao curso (todas as tarefas relacionadas à aplicação do curso em uma ou mais alunos).

Neste artigo será detalhado somente o WF de autoria, considerando-se a importância que ele tem no auxílio à elaboração de cursos. Norteado pelo workflow aqui apresentado, o autor de um curso tem a indicação de quais tarefas/atividades podem ser executadas a cada momento, de quais as ferramentas instrucionais dis-poníveis em cada uma das fases, e de como podem ser inseridas no contexto, definindo-se, portanto, um “caminho” claro e completo para a autoria de um curso.

A seção 2 deste trabalho apresenta o método utilizado para representar o WF, cujo conhecimento será ne-cessário à compreensão do mesmo. O WF propria-mente dito é apresentado na seção 3. Um exemplo de sua aplicação é mostrado na seção 4, além de avalia-ção da utilizaavalia-ção do workflow de autoria. Algumas

considerações conclusivas, sinalizando inclusive tra-balhos futuros nesta linha, são apresentadas na seção 5.

2 M

ÉTODO DE MODELAGEM

UTILIZADO

Esta seção apresenta o método de modelagem utiliza-do neste artigo para a representação utiliza-do WF de auto-ria. O entendimento deste método é fundamental para possibilitar a sua utilização.

O WF foi expresso através de um modelo de repre-sentação de WF proposto por Casati et al. (1995), estendido por Sizilio (2000) para atender às especifi-cidades da modelagem de cursos de EAD. Foram realizadas algumas alterações com relação, princi-palmente, à especificação das tarefas. Para tal foi desenvolvido um template utilizando-se itens defini-dos no modelo original, algumas características ine-rentes ao modelo de gatilhos proposto por Stef Joos-ten (1994, 1995) e alguns iJoos-tens utilizados pelo méto-do CIMOSA para modelagem de negócios (Zelm, 1995).

Os principais aspectos que influenciaram na escolha deste modelo foram (Sizilio, 2000):

♦ a capacidade de o modelo representar qualquer tipo de WF, sendo considerado um dos mais completos modelos para especificação de WF;

♦ a especificação de tarefas permitir a inclusão de acesso a banco de dados externos;

♦ o modelo apresentar facilidades para a modularização de tarefas;

♦ o formalismo requerido pelo modelo permitir a especificação clara e completa das tarefas;

♦ o modelo prever a representação do tratamento de exceções.

O WF é definido através de uma representação gráfi-ca, cujos símbolos utilizados, com seus significados e a explicação dos templates que os complementam, são apresentados a seguir.

(3)

2.1 R

EPRESENTAÇÃO GRÁFICA DO

WF

2.1.1 TAREFA

Uma tarefa é uma unidade elementar de trabalho entregue para execução por um ator. É representada através de um retângulo, contendo o nome da tarefas e um identificador que a relaciona ao template que complementa sua descrição (Figura 1-a).

Nessa representação, [Tarefa: Tn.n] é o identificador da tarefa, em que T significa Tarefa, o primeiro n refere-se à fase relativa ao curso de EAD sendo des-envolvido (sendo n=1 para autoria e n=2 para execu-ção) e o segundo n refere-se ao número aleatório de identificação da tarefa na fase (Ex.: [Tarefa: T1.19] significa a tarefa 19 da fase autoria).

2.1.2 SUPERTAREFA

O agrupamento de várias tarefas é denominado de

supertarefa. A definição de supertarefas permite a

modularização das tarefas, visando diminuir a com-plexidade do WF. São representadas através de um retângulo sombreado, contendo um nome e a indica-ção de qual figura (constante da lista de figuras do texto ou do conjunto de figuras com a modelagem do WF) tem o seu detalhamento (Figura 1-b). Nessa representação da supertarefa, [Figura n] é a indica-ção de qual figura tem o detalhamento da supertarefa. 2.1.3 MULTITAREFA

As multitarefas servem para definir um conjunto de tarefas que realizam as mesmas operações em para-lelo. Cada multitarefa possui um componente (tarefa ou supertarefa) do qual são geradas múltiplas

instân-cias para execução, devendo ser definidos os valores j (número de instâncias geradas) e quorum (número de instâncias que precisam ser concluídas para que se encerre a multitarefa). A Figura 1-c apresenta o sím-bolo utilizado para representar uma multitarefa, e seu significado. Uma supertarefa pode esta mesclada com uma multitarefa, ficando a representação gráfica como segue (Figura 1-d):

2.1.4 CONEXÕES ENTRE TAREFAS

As conexões entre tarefas estipulam os tipos de roteamento possíveis entre duas tarefas A e B a serem executadas. O modelo implementa um conjunto des-sas construções que são causalidade, forks e joins.

Na construção causalidade, o término da tarefa A habilita a execução da tarefa B, que é sua sucessora (Figura 2).

Nos forks, uma tarefa A é seguida por um conjunto de outras tarefas, denominadas sucessoras. Essa rela-ção pode ser de quatro formas, ou seja, Total, Não-determinístico, Condicional e Condicional com Ex-clusão Mútua.

Figura 1 - Representação gráfica de elementos de WF

(4)

No fork total, após o término da tarefa A, todas as suas atividades sucessoras são habilitadas (Figura 3-a). No fork não-determinístico após o término da tarefa A, um número K de tarefas sucessoras é esco-lhido não deterministicamente para habilitação (Figu-ra 3-b). No fork condicional com exclusão mútua, a condição é avaliada e somente uma tarefa é habilitada (Figura 3-c). No fork condicional, a condição é ava-liada e somente as tarefas sucessoras com condição verdadeira são habilitadas (Figura 3-d).

Nos joins uma tarefa A é precedida por um conjunto de outras tarefas predecessoras, com uma das quatro formas de relação: no total a tarefa M é habilitada somente após o término de todas as suas tarefas pre-decessoras (Figura 4-a); no parcial a tarefa M é ha-bilitada, após o término de um número k de tarefas predecessoras (Figura 4-b); no interativo, a tarefa M é habilitada após cada término de um número K de tarefas predecessoras. Assim, a tarefa M pode ser habilitada várias vezes, gerando várias execuções em paralelo (Figura 4-c).

2.1.5 INÍCIO E FIM

Os símbolos de início e fim indicam respectivamente o início e o fim de uma instância de WF. Após o sím-bolo de início (Figura 5) habilita-se a atividade suces-sora dele; e quando se habilita o símbolo de fim, a instância do WF é terminada, implicando o cancela-mento de qualquer atividade em execução.

2.2 T

EMPLATES QUE COMPLEMENTAM O

MODELO DE

WF

O detalhamento de uma tarefa é representado através do template apresentado na Tabela 1. Cada um dos itens relacionados é explicado a seguir.

Figura 3: Tipos de Fork

Figura 4 - Tipos de Join

(5)

Item Caracterização da Tarefa

Domínio Fase: Supertarefa:

Nome da Tarefa Tn.n: Descrição Ações Pré-condição Pós-condição Exceção/Reação Agentes Recursos

Tabela 1 - Template para descrição de uma tarefa

Domínio3

(informação obrigatória): onde é informado o contexto em que a tarefa está inserida. Definiu-se que neste item deveriam ser acrescentados os subitens Fase (de autoria ou de execução) e a Supertarefa (do workflow) na qual a tarefa está inserida. Este último subitem

também pode ser preenchido com informações da multitarefa relacionada, devendo ser informado todo o caminho para se acionar a referida tarefa. As supertarefas nas quais a tarefa descrita estiver diretamente inserida deverão ser precedidas pelo símbolo ⇒.

Nome da tarefa4

(informação obrigatória): campo que receberá o nome da tarefa, devendo ser semelhante à nomenclatura utilizada no workflow. Definiu-se que neste item, precedendo o nome da tarefa, deverá ser acrescentado um identificador5 Tn.n, onde T significa Tarefa, o primeiro n refere-se à fase (sendo n=1 para autoria e n=2 para execução) e o segundo n refere-se ao número aleatório de identificação da tarefa na fase (Ex.: T1.5 significa a tarefa 5 da fase autoria).

Descrição6

(informação não obrigatória): deverão ser utilizadas poucas linhas, em linguagem natural, descrevendo-se o propósito da tarefa e, se necessário, colocando-se alguma observação relevante sobre a execução da tarefa.

3 Extraído de CIMOSA (Zelm, 1995).

4 Extraído de Casati/Ceri (Casati et al., 1995) e de CIMOSA (Zelm, 1995).

5 CIMOSA (Zelm, 1995) prevê um item em separado para receber o identificador do processo.

6 Extraído de Casati/Ceri (Casati et al., 1995) e de CIMOSA (Zelm, 1995).

Ações7

(informação obrigatória): descrição, em linguagem natural, das ações que deverão ser realizadas durante a execução da tarefa. As ações definidas não serão efetuadas necessariamente na seqüência apresentada, sendo possível que algumas não tenham ordem pré-estabelecida para efetivação. Caberá ao agente responsável definir a seqüência de execução das mesmas. As ações serão responsáveis por manipular as informações através de recursos disponíveis para tal (no caso, os recursos disponíveis são computador, banco de dados (BD), multimídia e internet). Os tipos básicos de ações que poderão ser executadas são: definir um valor; escolher entre valores; obter, inserir e atualizar dados em um banco de dados; obter e enviar dados para um dispositivo externo; filtrar informações; testar condição para disparar outras ações; associar e validar informações; elaborar e armazenar instrumento de estudo; atualizar, em um banco de dados, o status do atributo indicativo de conclusão da tarefa (conclusão de todas as ações previstas). É importante ressaltar que esse conjunto de ações não é completo, tratando-se de uma sugestão de possíveis ações. Concluídas todas as ações previstas, será automaticamente executada a ação de atualizar positivamente o status de conclusão da tarefa que, por sua vez, será o evento que ativará as tarefas subseqüentes.

Pré-condição8

(informação obrigatória): definição, em linguagem natural, de quais eventos disparam a execução da tarefa. Tais eventos podem ser: (1) conclusão da tarefa predecessora; (2) resultado de um fork; (3) resultado de um join; e (4) início do workflow. Existindo mais de um evento a ser tratado na pré-condição, deverá ser utilizada expressão

booleana que, se verdadeira, disparará a execução da tarefa.

Pós-condição9

(informação não obrigatória): definição, também em linguagem natural, da condição que deverá estar satisfeita quando da

7 Mescla dos itens ações (extraído de Casati/Ceri (Casati et al., 1995)) e

events (extraído de CIMOSA (Zelm, 1995)).

8 Mescla dos itens pré-condições (extraído de Casati/Ceri (Casati et al., 1995)) e boundary (extraído de CIMOSA (Zelm, 1995)).

9 Item que não consta nos métodos de referência (Casati/Ceri (Casati et al., 1995) e CIMOSA (Zelm, 1995)), tendo sido extraído do Modelo de Gatilhos (Joosten, 1994, 1995).

(6)

conclusão da tarefa. Na prática, será a verificação, no banco de dados, do status do indicativo de conclusão da tarefa (ressaltando-se que a última ação realizada na execução da tarefa será sempre a atualização do status de tal

atributo).

Exceção/reação10

(informação não obrigatória): onde deverão ser previstas as situações

excepcionais que podem acontecer durante a execução do workflow e quais as ações necessárias para tratá-las. Também neste item será utilizada a linguagem natural, semelhante à utilizada no item ações.

Agentes11

(informação obrigatória): relação de todos os agentes envolvidos na execução da tarefa, sendo os responsáveis pela realização das ações previstas para a mesma.

Recursos12

(informação não obrigatória): relação dos recursos necessários para a execução da tarefa. Os recursos são utilizados pelos agentes como instrumentos para a realização das ações.

3 WF

DE AUTORIA DE UM CURSO

O WF de autoria (Sizilio, 2000) engloba as tarefas relacionadas à criação do curso (concepção, planeja-mento, definição e implementação do mesmo). Suge-re-se que na execução das tarefas estejam envolvidos os seguintes agentes: autor do curso (responsável pelo projeto e por convocar, se necessário, os demais agentes) e profissionais das áreas de computação, pedagogia, comunicação e psicologia. Sugere-se, ainda, que sejam disponibilizados recursos tais como: computador; banco de dados; internet e multimídia. A definição/elaboração de todo o material didático, atividades, formas de comunicação e tutoria é reali-zada durante a execução deste modelo, sendo este o

10 Mescla dos itens exceção/reação (extraído de Casati/Ceri (Casati et al., 1995)) e constrains (extraído de CIMOSA (Zelm, 1995)).

11 Item que não consta nos métodos de referência (Casati/Ceri (Casati et al., 1995) e CIMOSA (Zelm, 1995)), tendo sido definido a partir dos conceitos básicos de workflow (Barthelmes et al., 1995; Workflow Management Coalition, 1996).

12 Item que não consta nos métodos de referência (Casati/Ceri (Casati et al., 1995) e CIMOSA (Zelm, 1995)), tendo sido definido a partir dos conceitos básicos de workflow (Barthelmes et al., 1995; Workflow Management Coalition, 1996).

momento mais demorado da implementação. É, tam-bém, o que apresenta maior custo, envolvendo a mai-or parte dos recursos e dos profissionais da equipe. No WF apresentado, várias tarefas são opcionais (a critério do autor do curso), sendo várias as possibili-dades de seqüência de execução das mesmas, geran-do, conseqüentemente, cursos com estruturas dife-rentes.

3.1 O

W

ORKFLOW DE AUTORIA

O WF de autoria de cursos é apresentado na Figura 6. Quatro tarefas básicas são identificadas: cadastrar curso, definir critérios de análise e desempenho do aluno, implementar módulos e liberar curso para a execução. Como cada uma destas é composta por outras atividades, são representadas através de su-pertarefas, e são representadas por WFs específicos, em separado. Para cada supertarefa que for definida nesses WFs adicionais corresponde também um WF específico. Deste modo, o WF completo de autoria é composto pelo conjunto de todos os WFs correspon-dentes. Neste artigo apresentamos somente os WFs das supertarefas que compõem o WF inicial. O con-junto completo do WF de autoria, com todos os tem-plates que completam sua definição, está disponí-vel na world wide web, nas URLs http://www.uniderp.br/nead/sizilio e http://www.inf.ufrgs.br/~tapejara.

Um WF define não somente as tarefas a serem exe-cutadas, mas também sua seqüência e coordenação. Deste modo, o WF básico de autoria (Figura 6) define que o início da autoria de um curso se dá com o ca-dastro do curso, durante o qual são definidas ementas, módulos, conteúdos por módulo etc. Uma vez termi-nado esse cadastro, devem ser definidos critérios para a análise do desempenho do aluno, passando-se, em seguida, à implementação de todos os módulos defi-nidos durante o cadastro do curso, e finalizando com a liberação do curso para execução. A seguir são de-talhadas tais supertarefas.

(7)

3.2 S

UPERTAREFA CADASTRAR CURSO

A supertarefa cadastrar curso (Figura 7) é responsável pela identificação e definição dos parâmetros básicos do curso. Observando o WF correspondente a esta supertarefa, nota-se que é composta por várias tare-fas, que deverão ser detalhadas em templates corres-pondentes, cujos dados são definidos pelo autor ao executar as tarefas.

O cadastro de um curso inicia-se com a identificação deste curso, através da tarefa identificar curso, quan-do então os daquan-dos relativos a este curso são inseriquan-dos no template correspondente, T1.1. Uma vez finaliza-da esta identificação, duas tarefas devem ser executa-das (em qualquer ordem, ou paralelamente): definir ementa, na qual são definidos os objetivos do curso, e definir quantidade de módulos, em que o conteúdo é decomposto (um curso deverá ter no mínimo um módulo).

O WF representa que as duas tarefas anteriores de-vem estar concluídas para que seja dado prossegui-mento à definição do curso. Neste moprossegui-mento cinco outras tarefas podem ser iniciadas, podendo também ser executadas em qualquer ordem ou em paralelo.

Estas tarefas tratam da definição de bibliografia, de instrumentos de auto-estudo que serão disponibiliza-dos, de instrumentos de comunicação que serão utili-zados no decorrer do curso, de instrumentos de avali-ação e dos eventuais momentos presenciais. Em cada uma delas devem ser analisadas todas as possibilida-des disponíveis, e como se adaptam ao tipo de curso a ser implementado. Deste modo, ao finalizar todas estas tarefas, estarão selecionados e definidos todos os elementos relevantes para a execução do curso, sendo sinalizada a finalização desta supertarefa.

3.3 S

UPERTAREFA DEFINIR CRITÉRIOS DE

ANÁLISE DE DESEMPENHO DO ALUNO

Esta supertarefa (Figura 8) é utilizada para que o autor possa definir os critérios de análise de desem-penho que serão utilizados para avaliar o aluno, veri-ficando se os objetivos inicialmente colocados foram atingidos. Caso o autor opte por um curso sem tutoria (por exemplo, aplicação hipermídia para instrução distribuída sem tutoria), poderá descartar todos os critérios de desempenho disponíveis. Se, no entanto, for importante a avaliação do aluno, um ou mais dos seguintes aspectos podem utilizados como critérios:

(8)

(1) utilização de “nota” obtida a partir de avaliações; (2) análise do tempo que o aluno levou para executar determinadas tarefas; e (3) registro de freqüência do aluno ao curso. O WF guia o autor, fazendo com que sejam analisadas as possibilidades de utilização de cada um desses critérios e indicando quando devem ser definidos valores para a avaliação.

3.4 S

UPERTAREFA

-

MULTITAREFA

IMPLEMENTAR MÓDULO

A supertarefa-multitarefa implementar módulo (Figu-ra 9) deve ser executada pa(Figu-ra cada um dos módulos anteriormente definidos. Inicia-se com a identificação do módulo e de seus objetivos, sendo definida a sua ementa, que deve estar compatível com a ementa do curso. Em seguida devem ser definidas quais as

tare-fas, dentre as que definem aspectos genéricos para o módulo, deverão obrigatoriamente ser implementa-das.

Uma série de tarefas deve ser executadas a seguir, levando à definição de (1) utilização ou não de pré-condições para a execução do módulo; (2) se deve ou não ser aplicada uma avaliação inicial quando o aluno iniciar o módulo; (3) aspectos temporais para o mó-dulo, como por exemplo, tempo para executar uma ou mais atividades; (4) definição de indicativo de con-clusão do módulo, com possível sugestão do próximo módulo a ser cursado.

Paralelamente a essas definições devem ser estabele-cidos quais e quantos instrumentos serão implemen-tados para desenvolver a ementa definida para o

(9)

módulo. Esses instrumentos de estudo são então efe-tivamente elaborados, através da supertarefa-multitarefa elaborar instrumentos (Figura 10).

3.5 E

XEMPLOS DE TEMPLATES

A tarefa definir quantidade de módulos que comporão o curso (Figura 7) apresenta um exemplo simples de template (Tabela 2), onde o autor do curso (único agente envolvido) utiliza os recursos disponíveis (computador e banco de dados) para executar as ações previstas, condicionado ao atendimento das pré e pós condições estabelecidas. Observe-se, ainda, que um tratamento de exceção é previsto.

A tarefa T1.5 (definir instrumentos de auto-estudo a serem disponibilizados), detalhada na Tabela 3, é fundamental para que o autor do curso, logo no início do planejamento, defina quais os tipos de instrumento de auto-estudo serão utilizados no desenvolvimento do curso. Também, neste caso, é previsto um trata-mento de exceção. Ressalta-se que definição

seme-lhante deverá ser feita para instrumentos de comuni-cação, instrumentos de avaliação e momentos presen-ciais.

Observe-se que na pré-condição para execução da tarefa definir patamares de nota para análise (Tabela 4), além de testar se o evento predecessor foi con-cluído, é realizado um teste de condição, em função da existência, no workflow, de um fork condicional com exclusão mútua. Existem outros templates res-ponsáveis por definir outros parâmetros para análise (tempo e freqüência).

Já na tarefa T1.16 (Tabela 5), a pré-condição é verifi-cada através de uma sentença lógica.

Nas tarefas que envolvem várias exceções, deverá haver um tratamento específico para cada uma delas, conforme caracterizado na tarefa T1.16 (Tabela 6). É fundamental a definição da quantidade de instru-mentos de cada tipo a serem elaborados. A tarefa T1.32 (Tabela 7) norteia a definição da quantidade de

Figura 8 - Workflow de autoria de curso de EAD ⇒ Supertarefa: definir critérios de análise de desempenho do aluno

(10)
(11)

instrumentos de auto-estudo que deverão ser produzi-dos, existindo procedimento semelhante para a defi-nição também de instrumentos de comunicação, ava-liação e momentos presenciais.

Tendo havido um bom planejamento, ou seja, execu-ção com qualidade de todas tarefas antecessoras à Tarefa 1.39 (Tabela 8), incluindo aqui adequadas tomadas de decisão no decorrer de todo o workflow de autoria, a execução desta tarefa terá como resulta-do final a implementação efetiva resulta-do curso.

Observe-se que vários agentes são responsáveis por executar as ações, caracterizando uma equipe multi-disciplinar. Além disto, todos os recursos disponíveis serão utilizados neste momento.

Ressalta-se que esta tarefa será executada tantas ve-zes quantas forem necessárias, para elaborarem-se todos os instrumentos definidos para o curso.

4 E

XEMPLO DE UTILIZAÇÃO DO

WF

DE AUTORIA

Nesta seção é mostrada a utilização do WF aqui pro-posto, na autoria de um tipo particular de curso - um curso na modalidade de aplicação hipermídia para instrução distribuída, sem tutoria. A definição dos requisitos que o curso deve apresentar, quando apli-cada ao WF proposto, resulta em uma seqüência de passos a serem executados na autoria de qualquer curso que apresente as mesmas características – no caso, um curso sem tutoria.

4.1 S

EQÜÊNCIA DE EXECUÇÃO DO

WF

DE

AUTORIA DE UMA APLICAÇÃO HIPERMÍDIA PARA INSTRUÇÃO DISTRIBUÍDA SEM TUTORIA

O objetivo deste exemplo é a autoria de um curso sem tutoria, que poderá ser executado por alunos de forma totalmente independente, a qualquer momento,

Figura 10 - Workflow de autoria de curso de EAD ⇒ Multitarefa: elaborar instrumentos (oriunda da

(12)

Item Caracterização da Tarefa

Domínio Fase: Autoria Supertarefa: ⇒ Cadastrar curso Nome da Tarefa T1.3: DEFINIR QUANTIDADE DE MÓDULOS

Descrição O autor define a quantidade de módulos (>=1) que comporão o curso, suficiente para o desenvolvimento da ementa definida. Ações Obter e inserir no BD a quantidade (Q) de módulos que comporão o curso, devendo Q ser maior ou igual a 1.

Pré-condição Conclusão do evento de atualização positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.1.

Pós-condição Quantidade de módulos estar informada, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.3.

Exceção/Reação Exceção: valor obtido para Q é menor ou igual a zero.

Reação: execução do workflow de autoria para o curso é cancelada. Agentes Autor.

Recursos Computador, Banco de Dados.

Tabela 2 - Template T1.3 – Definir quantidade de módulos

Item Caracterização da Tarefa

Domínio Fase: Autoria Supertarefa: ⇒ Cadastrar curso

Nome da Tarefa T1.5: DEFINIR INSTRUMENTOS DE AUTO-ESTUDO A SEREM DISPONIBILIZADOS

Descrição Registrar quais tipos de instrumentos de auto-estudo (hiperdocumento, leitura, exercício, jogo, link, etc) serão disponibilizados na elaboração dos módulos e definir um código para cada tipo de instrumento de auto-estudo.

Ações Inserir no BD informação de que instrumentos de auto-estudo serão disponibilizados. Obter e inserir no BD os códigos dos tipos de instrumento de auto-estudo que serão disponibilizados.

Pré-condição Conclusão dos eventos de atualização positiva do status indicativo de conclusão das tarefas T1.2 e T1.3.

Pós-condição Estarem selecionados e codificados todos os tipos de instrumento de auto-estudo que serão disponibilizados, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.5.

Exceção/Reação Exceção: Código informado para o tipo de instrumento é desconhecido.

Reação: Ignorar a informação e enviar mensagem indicando que a informação foi ignorada. Agentes Autor.

Recursos Computador, Banco de Dados.

Tabela 3 - Template T1.5 – Definir instrumentos de auto-estudo a serem disponibilizados

Item Caracterização da Tarefa

Domínio Fase: Autoria Supertarefa: ⇒ Definir critérios de análise de desempenho do aluno Nome da Tarefa T1.10: DEFINIR PATAMARES DE NOTA PARA ANÁLISE

Descrição Registrar a utilização de nota como critério de avaliação. Registrar as notas máxima e mínima a serem atribuídas ao aluno em uma avaliação. Registrar quantos patamares de nota serão utilizados para análise pelos tutores. Definir o percentual máximo da nota a ser relacionado a cada patamar registrado.

Ações Inserir no BD informação de que o critério nota será utilizado na análise do desempenho do aluno. Obter e inserir no BD informações relativas ao critério nota, tais como: nota mínima, nota máxima, quantidade de patamares de nota para classificação do estudante e seus respectivos valores máximos (percentuais).

Pré-condição Conclusão do evento de atualização positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.9 e do evento resultante do teste de condição “Utilizar nota como critério de avaliação?” = “Sim”.

Pós-condição Estar registrada a utilização de nota como critério de avaliação e seus respectivos parâmetros, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.10.

Exceção/Reação Exceção: Algum parâmetro da nota deixar de ser informado. Reação: Inserir no BD informações default para tais parâmetros. Agentes Autor.

Recursos Computador, Banco de Dados.

(13)

Item Caracterização da Tarefa

Domínio Fase: Autoria Supertarefa: ⇒ Definir critérios de análise de desempenho do aluno

Nome da Tarefa T1.16: DEFINIR FORMA DE APRESENTAÇÃO DA TRILHA DE PROGRESSO DO ALUNO

Descrição Verificar quais os critérios a serem utilizados para análise de desempenho do aluno e definir a forma de apresentação da trilha de progresso do aluno: (1) Nota, (2) Tempo, (3) Freqüência, (4) Nota e Tempo, (5) Nota e Freqüência, (6) Tempo e Freqüência, (7) Nota, Tempo e Freqüência.

Ações Inserir no BD, a partir dos critérios de análise de desempenho selecionados, a forma de apresentação da trilha de progresso do aluno.

Pré-condição Conclusão dos eventos de atualização positiva do status indicativo de conclusão das tarefas e do evento resultante do teste de condição citados a seguir, segundo resultado verdadeiro da sentença lógica: ( (T1.10 ou T1.11) e (T1.12 ou T1.13) e (T1.14 ou T1.15)) e (“Foi definido pelo menos um critério de desempenho?” = “Sim”).

Pós-condição Estar definida a forma de apresentação da trilha de progresso do aluno, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.16.

Exceção/Reação

Agentes Autor.

Recursos Computador, Banco de Dados.

Tabela 5: Template T1.16–Definir forma de apresentação da trilha de progresso do aluno

Item Caracterização da Tarefa

Domínio Fase: Autoria Supertarefa: ⇒ Multitarefa implementar módulo Nome da Tarefa T1.22: DEFINIR PRÉ-CONDIÇÕES PARA EXECUÇÃO DO MÓDULO

Descrição Definir quais os módulos que deverão ter sido concluídos com sucesso pelo aluno, para que o módulo seja liberado para ser executado pelo aluno.

Obs.: Isto permite que módulos sejam executados (estudados) em paralelo e/ou em seqüência aleatória por um aluno, desde que ele tenha cumprido os pré-requisitos.

Ações Obter e inserir no BD as identificações de todos os módulos que forem pré-requisito para a execução do módulo corrente. Pré-condição Conclusão do evento de atualização positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.21 e do evento resultante do teste de

condição “Obrigatório definir pré-condições?” = “Sim”.

Pós-condição Estarem definidas as pré-condições para execução do módulo, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.22.

Exceção/Reação Exceção 1: serem obtidas identificações de módulos não existentes. Reação 1: rejeitar tais módulos, enviando mensagem informando tal rejeição. Exceção 2: identificação obtida ser igual à identificação do módulo corrente.

Reação 2: rejeitar tal identificação, enviando mensagem informando que um módulo não pode ser pré-requisito para execução dele próprio.

Agentes Autor.

Recursos Computador, Banco de Dados.

Tabela 6 - Template T1.22 – Definir pré-condições para execução do módulo

Item Caracterização da Tarefa Domínio Fase: Autoria

Supertarefa(s): Multitarefa implementar módulo ⇒ Definir instrumentos a serem utilizados no módulo

Nome da Tarefa T1.32: DEFINIR QUANTIDADE (k1) DE INSTRUMENTOS DE AUTO-ESTUDO A SEREM ELABORADOS PARA O MÓDULO

Descrição Registrar a quantidade de instrumentos de auto-estudo a serem elaborados para o módulo. Esta Quantidade (k1) irá determinar a quantidade de execuções da multitarefa “Elaborar atividades de auto-estudo”.

Ações Obter e inserir no BD a quantidade (k1) de instrumentos de auto-estudo a serem elaborados para o módulo, devendo k1 ser maior ou igual a 1.

Pré-condição Conclusão do evento de atualização positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.21 e do evento resultante do teste de condição “Foi definida a disponibilização de pelo menos um tipo de instrumento de auto-estudo?”= “Sim”.

Pós-condição Estar definida a quantidade de instrumentos de auto-estudo a serem elaborados para o módulo, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.32.

Exceção/Reação Exceção: valor obtido para k1 é menor ou igual a zero.

Reação: ignorar a informação e solicitar que a quantidade de instrumentos de auto-estudo seja reinformada. Agentes Autor.

Recursos Computador, Banco de Dados.

(14)

Item Caracterização DA TAREFA

Domínio Fase: Autoria Supertarefa(s): Multitarefa implementar módulo⇒ Multitarefa elaborar instrumentos Nome da Tarefa T1.39: ELABORAR INSTRUMENTO

Descrição Elaborar instrumento.

Ações Utilizar os recursos disponíveis para elaborar o instrumento, considerando o tipo de instrumento a ser utilizado.

Pré-condição Estar sugerido o próximo módulo a ser executado pelo aluno, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.28.

Pós-condição Estar elaborado o instrumento, através da verificação de situação positiva do status indicativo de conclusão da tarefa T1.39. Exceção/Reação

Agentes Autor, profissionais das áreas de Computação, Pedagogia, Comunicação e Psicologia. Recursos Computador, Banco de Dados, Internet, Multimídia.

Tabela 8 - Template T1.39 – Elaborar instrumento

sem avaliação formal. Não deverá apresentar intera-ção entre alunos.

A seqüência de execução do WF de autoria para im-plementação de um curso com as características aci-ma é apresentada na Tabela 9.

Na autoria de um curso, as tarefas relacionadas de-vem ser executadas passo-a-passo, ressaltando que a execução de uma tarefa (Tn.n) nada mais é do que efetivamente realizar todas as ações previstas no tem-plate da referida tarefa, ou seja, deverá ser executado o que estiver indicado no item ações do template.

O resultado final da execução da seqüência de passos é a implementação efetiva do curso.

4.2 A

PLICAÇÃO EM ESTUDOS DE CASOS

REAIS

Para verificar a exatidão do WF gerado, foi simulada sua aplicação para gerar um curso de línguas pela Internet. A análise foi baseada no curso Fluency

Trough Fables13 (Comenius English Language Cen-ter, 1999), que é uma de muitas seções de ofertas do website do centro da língua inglesa Comenius (Co-menius English Language Center). O objetivo do curso é ajudar estudantes a melhorar suas habilidades na língua inglesa, através de exercícios interativos. Nesse curso, os estudantes selecionam uma dentre seis pequenas fábulas disponíveis. Após a leitura, o estudante é submetido a exercícios de múltipla esco-lha envolvendo vocabulário e compreensão do texto. Os estudantes podem verificar suas respostas logo após a conclusão de cada exercício, sendo informados do seu índice de acerto.

13 Disponível em http://www.comenius.com/fable/index.html

Após analisar o curso existente, procurou-se verificar se ele poderia ter sido gerado através da aplicação dos passos apresentados na Tabela 9. Isto seria possível se cada uma das fábulas apresentadas no curso fosse considerada como um módulo. Assim, os passos 15 e 16 da Tabela 9 corresponderiam à escolha da fábula, e dos objetivos que seriam buscados em cada uma delas. No passo 17 seriam definidas as tarefas a se-rem percorridas em cada fábula. Como instrumentos de auto-estudo (passo 18) todos os módulos (fábulas) apresentariam um texto pelo menos – a fábula apre-sentada. Além deste, outros instrumentos de auto-estudo podem ser acrescentados aos módulos. De-pendendo dos objetivos buscados em cada fábula apresentada, o número de instrumentos de auto-avaliação seria variável (passo 19). Seguindo os pas-sos indicados, os instrumentos de auto-estudo e de auto-avaliação seriam definidos e implementados. Deste modo, foi comprovado que a aplicação do WF gerado poderia dar origem ao curso analisado.

Foram realizadas, também, algumas experiências isoladas de utilização do WF de autoria (proposto neste artigo) na modelagem de cursos on-line da mo-dalidade salas de aulas virtuais. Para essas experiên-cias foram escolhidos autores procedentes de áreas de conhecimento distintas (ciência da computação, psi-cologia e educação). Foram modelados seis cursos de extensão (apenas os dois módulos iniciais de cada curso): (1) Algoritmos e Estrutura de Dados; (2) Java: Acesso a Banco de Dados; (3) Introdução ao Proces-samento de Dados; (4) Metodologia do Ensino; (5) Psicologia na Educação; e (6) Operações Matemáti-cas BásiMatemáti-cas. As modelagens dos cursos, que tiveram como principal objetivo validar a utilização geral do método proposto, foram realizadas da seguinte forma:

(15)

Passo Tarefa Descrição 1 T1.1 Identificar curso.

2 T1.2 Definir ementa [objetivos do curso]. 3 T1.3 Definir quantidade de módulos. 4 T1.4 Definir bibliografia.

5 T1.5 Definir instrumentos de auto-estudo a serem disponibilizados. 6 T1.6 Definir instrumentos de comunicação a serem disponibilizados

[tratando- se um curso sem tutoria, não é prevista nenhuma comunicação entre alunos e/ou tutor]. 7 T1.7 Definir instrumentos de avaliação a serem disponibilizados [neste caso, apenas auto-avaliação]. 8 T1.8 Definir utilização de momentos presenciais [neste caso não haverá momentos presenciais]. 9 T1.9 Sinalizar conclusão da supertarefa cadastrar curso.

10 T1.11 Registrar não-utilização de nota como critério de desempenho. 11 T1.13 Registrar não-utilização de tempo como critério de desempenho. 12 T1.15 Registrar não-utilização de freqüência como critério de desempenho. 13 T1.17 Registrar não-apresentação da trilha de progresso do aluno.

14 T1.18 Sinalizar conclusão da supertarefa Definir Critérios de Análise de Desempenho do Aluno. Para cada módulo identificado, repetir passos 15 a 33.

15 T1.19 Identificar módulo. 16 T1.20 Definir objetivos do módulo.

17 T1.21 Determinar quais tarefas devem obrigatoriamente ser definidas para o módulo.

18 T1.32 Definir quantidade (k1) de instrumentos de auto-estudo a serem elaborados para o módulo. 19 T1.34 Definir quantidade (k3) de instrumentos de auto-avaliação a serem elaborados para o módulo. 20 T1.36 Sinalizar conclusão da supertarefa definir instrumentos a serem utilizados no módulo. 21 T1.37 Identificar instrumento de auto-estudo.

22 T1.38 Escolher tipo de instrumento de auto-estudo. 23 T1.39 Elaborar instrumento de auto-estudo.

24 T1.40 Definir se o aluno é obrigado a submeter-se ao instrumento de auto-estudo. 25 T1.41 Definir aspectos temporais relacionados ao instrumento de auto-estudo. 26 T1.42 Sinalizar conclusão da supertarefa Elaborar Instrumentos (auto-estudo). Para cada instrumento de avaliação escolhido, repetir passos 27 a 32. 27 T1.37 Identificar instrumento de avaliação.

28 T1.38 Escolher tipo de instrumento de avaliação. 29 T1.39 Elaborar instrumento de avaliação.

30 T1.40 Definir se aluno é obrigado a submeter-se ao instrumento de avaliação. 31 T1.41 Definir aspectos temporais relacionados ao instrumento de avaliação. 32 T1.42 Sinalizar conclusão da supertarefa Elaborar Instrumentos.

33 T1.26 Liberar módulo para execução. 34 T1.43 Liberar curso para execução.

Tabela 9 - Seqüência de execução do WF de autoria para curso da modalidade aplicação hipermídia para instrução distribuída sem tutoria

os dois primeiros cursos foram modelados por professores de curso de Ciência da Computação da UNIDERP (implementados utilizando-se o software de autoria ToolBook); o terceiro por um aluno con-cluinte do curso de Ciência da Computação na mo-delagem de protótipos para a sua monografia de con-clusão de curso, em fase final, sobre estudo compara-tivo entre softwares de autoria (implementado em duas versões: uma utilizando ToolBook e outra Visu-alClass); os quarto e quinto cursos foram modelados, respectivamente, por professores das áreas de

educa-ção e psicologia da UNIDERP (não tendo sido im-plementados); e o sexto por um aluno concluinte do curso de Matemática (implementado utilizando-se ToolBook). As modelagens não estão apresentadas neste artigo por serem muito extensas – como exem-plo, cita-se a modelagem do curso de Algoritmos e Estrutura de Dados (Sizilio, 2000) que tem 147 pas-sos.

Inicialmente buscou-se identificar somente se os au-tores teriam capacidade de entender a simbologia

(16)

utilizada no WF proposto, de modo a poder utilizá-lo na elaboração de cursos. Verificou-se que o entendi-mento do WF dependia do conhecientendi-mento prévio do autor:

autor da área de ciência da computação – quando o autor era da área de ciência da computação, estando já habituado a utilizar modelos para representar aplicações, o

entendimento do modelo proposto foi bastante simples. Quando o autor já tinha conhecimento prévio do conceito de modelagem de workflow, um conceito não muito comum em ciência da computação, o entendimento foi melhor ainda. Entretanto, a falta de conhecimento da área educacional fez com que este tipo de autor apresentasse dificuldades na definição dos instrumentos disponíveis para EAD, sendo necessário um estudo inicial nesta área;

autor das áreas educacional e de psicologia – neste caso, o entendimento do modelo foi dificultado pela falta de conhecimentos de modelagem em geral, e de workflow em

específico. Foi necessário uma capacitação nesses assuntos para que o WF proposto pudesse ser utilizado.

Para ambos os tipos de usuários avaliados foi neces-sário algum treinamento (de modelagem ou de técni-cas e recursos educacionais). Esta conclusão era espe-rada, considerando-se que a proposta engloba mais de uma área de conhecimento.

A partir das avaliações iniciais realizadas, foi possí-vel concluir que o WF somente poderá ser utilizado se for proporcionado um treinamento prévio aos auto-res, explicando-lhes claramente: (1) o objetivo do próprio WF; (2) o método utilizado para expressar o WF, e; (3) como o WF deve ser utilizado para apoiar a construção de um curso de EAD.

A eficácia da utilização do WF durante a autoria de um curso, entretanto, ainda não foi avaliada. Foram iniciadas algumas experiências para medir a eficiên-cia do WF de autoria na geração de cursos, em dife-rentes áreas de conhecimento e para difedife-rentes moda-lidades de EAD via www (principalmente salas de aulas virtuais). Para estas experiências estão sendo definidos parâmetros mensuráveis, de modo a permi-tir a obtenção de resultados concretos da relação

custo x benefício quanto à utilização do WF para apoiar a autoria de um curso de EAD.

5 C

ONCLUSÕES E PERSPECTIVAS

O ensino a distância é uma realidade mundial, cons-tituindo-se imperativo face às exigências de um mun-do globalizamun-do, facilitamun-do pela acelerada evolução da tecnologia. Neste contexto, a informática, especial-mente a rede mundial de informação proporcionada pela Internet, constitui-se em um instrumento privile-giado a ser utilizado em prol da democratização do conhecimento. Verifica-se, no entanto, que, mesmo face à demanda crescente no setor, e às exigências do novo paradigma, não existe em nossa realidade uma especificação clara e completa para o desenvolvi-mento de cursos de EAD.

Este trabalho apontou as técnicas de modelagem de workflow como uma tecnologia capaz de modelar a criação de cursos de EAD e implementar os conceitos relacionados à interação entre os processos, proporci-onando um tratamento adequado aos aspectos dinâ-micos que se apresentaram, às restrições temporais para sua execução e à troca de controle entre tarefas. Neste contexto, procurou-se cobrir uma lacuna com relação à definição de técnica de modelagem concei-tual para cursos remotos implementados na world wide web.

A continuidade deste ou de outros trabalhos nesta linha envolve, principalmente, aprofundamento em todos os aspectos relacionados à modelagem de workflow aplicada ao ensino a distância, abrangendo desde a validação completa e extensão do modelo proposto até o desenvolvimento de ferramentas vol-tadas para implementação de cursos de EAD.

Uma vertente interessante para se pesquisar é a defi-nição e formalização de pseudo-linguagem para ser utilizada nos templates, tanto para expressar as ações e exceções/reações como para definir as pré e pós-condições, o que pode ser relevante para dar um mai-or fmai-ormalismo ao modelo. Também se pode sugerir que seja efetuado um estudo mais aprofundado do tratamento dos aspectos temporais e dados dinâmicos inerentes à modelagem de workflow aplicada ao EAD.

Certamente a aplicação e a evolução dos resultados obtidos neste trabalho contribuirão para o

(17)

desenvol-vimento da tecnologia para implementação de cursos de ensino distância via world wide web.

R

EFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CASATI, F., & CERI, S., & PERCINI, B., & POZZI, G. Con-ceptual modeling of workflows. In Proceedings of The Ob-ject-Oriented and Entity-Relationship Conference, Gold Coast/Austrália: 1995.

COMENIUS ENGLISH LANGUAGE CENTER. Fluency trough fables. Disponível em

http://www.comenius.com/fable/index.html (15/04/1999). JOOSTEN, S. Trigger modelling for workflow analysis. In:

CON'94: WORKFLOW MANAGEMENT, CHAL-LENGES, PARADIGMS AND PRODUCTS, 1994. Viena. Proceedings. Viena: [s.n.], 1994.

JOOSTEN, M.M.S. A method for analysing workflow. At-lanta/GA: Georgia State University/Computer Information System Departament, 1995.

NICOLAO, M., & VICCARI, R.M., & EDELWEISS, N., & OLIVEIRA, J.P.M. Modelagem conceitual de workflow para cursos na internet. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE INFORMÁTICA NA EDUCAÇÃO, SBIE, 9., 1998, For-taleza, CE. Anais... Fortaleza: Sociedade Brasileira de Computação, 1998. CD-ROM.

OLIVEIRA, J.P.M., & NICOLAO, M., & EDELWEISS, N. Conceptual workflow modelling for remote courses. In: INTERNATIONAL IFIP CONFERENCE DISTANCE LEARNING, TRAINING AND EDUCATION, 1998, Vi-ena. Proceedings... Viena: TELETEACHING, 1998. P.789-798.

SIZILIO, G.R.M.A. Técnicas de modelagem de workflow aplica-das à autoria e execução de cursos de ensino a distância. PPGC da UFRGS, janeiro de 2000. Dissertação de Mes-trado.

WORKFLOW MANAGEMENT COALITION. Interface 1: process definition interchange. Bruxelas, Jun. 1996. 42p. Disponível em

http://www.aiai.ed.ac.uk/project/wfmc.index.html (06/04/1999).

ZELM, M., & VERNADAT, F.B., & KOSANKE, K. The CI-MOSA business modelling process. Computers in Industry, n. 27, pp. 123-142, Elsevier, 1995.

Imagem

Figura 2 - Causalidade – Conexão direta entre duas tarefas
Figura 3: Tipos de Fork
Tabela 1 - Template para descrição de uma tarefa
Figura 6 - Workflow de autoria de curso de EAD
+7

Referências

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