• Nenhum resultado encontrado

Ocupar e Resistir

N/A
N/A
Protected

Academic year: 2021

Share "Ocupar e Resistir"

Copied!
13
0
0

Texto

(1)

Anderson Alves de Medeiros

Cláudio Dias Bezerra

Luciana Nunes Rotondi

Steff Cordeiro de Oliveira

Ocupar e Resistir

Estudantes de graduação no curso de Sociologia e Política, da Escola de Sociologia e Política de São Paulo

1. Introdução

Partindo do tema: Cidade e Poder, lembramos oportunamente de um debate que atualmente tem sido pauta entre os pesquisadores, em virtude de Projetos como o da Nova Luz1,

trata-se do fenômeno da gentrificação.

A palavra gentrificação foi introduzida pela socióloga Ruth Glass (apud OLIVEIRA,

2012), que utilizou o termo “gentrification” no início dos anos sessenta para descrever o fenômeno que observou em Londres como:

[…] a transformação da composição social dos residentes de antigos bairros operários londrinos, onde ocorreu a substituição de camadas populares por camadas médias assalariadas que não tinham receio de “encostar” nas massas populares e que antes se instalavam nos subúrbios. (apud OLIVEIRA, 2012, p. 2)

Para Smith, o processo urbano identificado inicialmente por Ruth Glass, evoluiu rapidamente chegando ao século XXI como uma dimensão marcante do urbanismo contemporâneo. (apud

OLIVEIRA, 2012)

O processo de gentrificação já ocorreu em vários centros urbanos no mundo e foi viabilizado por políticas públicas de revitalização e requalificação.

Analisaremos uma ocupação2 na região

central de São Paulo, para tanto entrevistaremos

os ocupantes do antigo prédio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), localizado na rua Martins Fontes n°180 no centro de São Paulo, promovida e organizada pelos seguintes movimentos: MMC (Movimento de Moradia do Centro), AMPJ (Associação de Moradia Popular Junior), Conde São Joaquim (Associação Conde de São Joaquim), ILS (Instituto de Lutas Sociais), AUAP (Associação Unificadora de Ações Populares) e MMPT (Movimento de Moradia Para Todos).

Trataremos da questão com o objetivo de verificar se a ocupação pesquisada pode ser caracterizada como uma forma de resistência ao processo de gentrificação do centro de São Paulo. Em virtude de nosso objetivo, nos ateremos apenas à resistência propiciada pela ocupação, deixando de abordar aspectos ligados à sua organização cotidiana.

1.1. Apresentação do Problema

Para alcançarmos o objetivo de verificar se a ocupação pesquisada pode ser caracterizada como uma forma de resistência ao processo de gentrificação do centro de São Paulo, analisaremos nosso objeto a partir dos conceitos de políticas públicas, gentrificação, revitalização, requalificação, biopolítica e resistência.

Entendemos que as políticas públicas3

(2)

os governos (nacionais, estaduais ou municipais) traçam para alcançar o bem-estar da sociedade e o interesse público”. Vale ressaltar que as ações selecionadas pelos agentes do poder público, “[…] são aquelas que eles entendem serem as demandas ou expectativas da sociedade. Ou seja, o bem-estar da sociedade é sempre definido pelo governo e não pela sociedade”4.

Em seu estudo sobre gentrificação, a autora Catherine Bidou-Zachariasen (2006), revela que a gentrificação é um conjunto de transformações do espaço urbano que tendem a valorizar a região afetada. Estas transformações acontecem nas grandes capitais e podem ou não conter políticas públicas que as viabilizem. No decorrer do fenômeno, normalmente, há a expulsão dos moradores tradicionais, que geralmente pertencem a classes sociais menos favorecidas e sofrem com a valorização imobiliária decorrente da intervenção.

Revitalização é a ação orientada por estratégias de desenvolvimento urbano, em que as ações de natureza material são concebidas de forma integrada e ativamente combinadas na sua execução com intervenções de natureza social, econômica ou cultural, normalmente é voltada à dinamização e capacitação do tecido social e econômico.

Já a requalificação é a intervenção urbanística localizada de renovação que tem como escopo a valorização ambiental e a melhoria da qualidade do espaço urbano, normalmente promove a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas, além da valorização do espaço público com medidas de dinamização social e econômica.

A biopolítica é a tecnologia de poder exercida sobre a população, que visa à regulamentação da vida. Nas sociedades de

controle, segundo Michel Foucault, o poder central representado pelo Estado, passa a regular a vida cotidiana da população, a fim de “fazer viver” e “deixar morrer”.(FOUCAULT, 1979) Essa regulação da vida passa a ser exercida com base em previsões, estimativas e estatísticas a fim de implementar políticas públicas sobre fenômenos específicos.

Essa perspectiva política caracterizada por “fazer viver” e “deixar morrer” se aplica à discussão apresentada, uma vez que no processo de gentrificação tal lógica está inserida, pois o poder público “privilegia” alguns em detrimento de outros.

Utilizaremos o conceito de resistência formulado por Foucault, no qual toda forma de poder sempre encontra uma forma de resistência, esta reação pode se apresentar das mais variadas formas. (FOUCAULT, 1979).

Para compreender o conceito de resistência em Foucault é necessário entender que para o autor não existe poder, mas relações de poder e estas não são reduzidas simplesmente a uma relação de dominação ou opressão. O poder não é um objeto e não é fixo, funciona em rede como uma teia, não se sustenta somente como dominação e utiliza outros mecanismos para sua realização. Nesse sentido, o poder não é somente repressivo, pode ser ao mesmo tempo produtivo e constitutivo. (FOUCAULT, 1979)

Foucault entende que existindo poder haverá resistência. Tal resistência não é exterior, mas concomitante ao poder. As próprias relações de poder trazem consigo o espaço da resistência. Segundo Foucault (1979), onde não existe possibilidade de resistência, não existem relações de poder, mas sim a pura dominação.

Portanto, Foucault (1979) argumenta que os indivíduos não são meros sujeitos passivos ou

(3)

receptores sobre os quais o poder incide:

[...] Esta resistência de que falo não é uma substancia. Ela não é anterior ao poder que ela enfrenta. Ela é coextensiva a ele é absolutamente contemporânea [...] Para resistir, é preciso que a resistência seja como o poder. Tão inventiva, tão móvel, tão produtiva quanto ele. [...] Não coloco uma substância de resistência face a uma substância de poder. Digo simplesmente: a partir do momento em que há uma relação de poder, há uma possibilidade de resistência. Jamais fomos aprisionados pelo poder: podemos sempre modificar

sua dominação em condições

determinadas e segundo uma estratégia precisa. (FOUCAULT, 1979, p. 241).

1.2. Relevância

As políticas públicas de revitalização e requalificação unidas à especulação imobiliária são ferramentas que promovem a gentrificação, uma vez que quando os centros urbanos são revitalizados ou requalificados, uma parte da população residente se muda para periferia devido às dificuldades econômicas que encontram para se manter no local após o processo de valorização. Nas áreas periféricas há pouca ou nenhuma infraestrutura e ao fazerem isso se rompem não apenas os laços já preestabelecidos uns com os outros como também há uma perda dos modos de organização, construídos ao longo de anos durante a permanência na localidade.

Morar no centro é uma reivindicação feita pelos movimentos de moradia que atuam no centro. A justificativa para essa importância é que as pessoas que participam dos movimentos têm sua fonte de renda no centro e seus filhos estudam nas proximidades, o que consequentemente diminui custos com o transporte e a alimentação, além disso, os moradores se consideram participantes na construção desse espaço.

Uma das alternativas possíveis à população é a resistência por meio da ocupação de prédios vazios, dessa forma é possível permanecer no centro. As ocupações são organizadas por movimentos de moradia, no presente estudo os movimentos organizadores são: MMC (Movimento de Moradia do Centro), AMPJ (Associação de Moradia Popular Junior), Conde São Joaquim (Associação Conde de São Joaquim), ILS (Instituto de Lutas Sociais), AUAP (Associação Unificadora de Ações Populares) e MMPT (Movimento de Moradia Para Todos). Tais ocupações, na opinião do arquiteto e urbanista Kazuo Nakano (2007), são legítimas em virtude do preceito constitucional de função social da propriedade:

Esses tipos de ações, quando ocorrem, sempre ganham visibilidade nos diferentes veículos de comunicação, pois são atos políticos que afetam a propriedade e os interesses privados. Muitas vezes, tais atos são criminalizados e classificados como "fora-da-lei". Apesar de reconhecer a existência de problemas em certas ocupações, penso que, em muitos casos, são atos políticos legítimos que exigem o cumprimento do princípio constitucional da "função social da propriedade urbana". Esse é o caso das ocupações, pelos movimentos de luta pela moradia, de alguns prédios ociosos, públicos e privados, localizados nos centros das grandes cidades, regiões acessíveis e com boa oferta de empregos, comércio, serviços, equipamentos e infra-estruturas urbanas. (NAKANO, 2007, p. 1)

O problema que nos colocamos é se a ocupação do prédio configura uma forma de resistência à gentrificação?

Nossa hipótese é que a ocupação do prédio citado é uma forma de resistência ao processo de gentrificação. Uma vez que os

(4)

processos de gentrificação são identificados em casos de recuperação do valor imobiliário em regiões de grandes cidades que passaram por um período de degradação. No decorrer deste processo, a população que reside nestes locais e que pertence às camadas sociais de menor poder aquisitivo são “sutilmente” expulsas para atrair residentes de renda mais alta. Para possibilitar tal ação, o mercado imobiliário, muitas vezes, aliado a políticas públicas de revitalização ou requalificação dos centros urbanos, busca recuperar o caráter “glamouroso” da região em

questão.

Visando permanecer em áreas centrais, a população de baixa renda procura resistir à expulsão que normalmente é proporcionada pela gentrificação. Acreditamos que as ocupações dos prédios vazios, localizados no centro de São Paulo, configuram uma forma de resistir e permanecer nessas áreas.

1.3. Justificativa

O presente trabalho deseja levar a debate a existência de resistência ao processo de gentrificação do centro de São Paulo. A escolha da ocupação mencionada ocorreu por estar localizada no centro e por ser organizada por movimentos sociais de moradia que atuam nas zonas centrais.

As entrevistas serão individuais. O local de realização das entrevistas para coleta de dados será o antigo prédio do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social), localizado na Rua Martins Fontes n°180. Realizaremos 10 (dez) entrevistas, dentre estas, entrevistaremos as lideranças que vivem na ocupação (coordenadores de base) e os ocupantes, conforme for possível também entrevistaremos os líderes que não vivem na ocupação. Dividiremos a quantidade de

entrevistas em 5 (cinco) líderes e 5 (ocupantes). A faixa etária mínima será de 20 (vinte) anos e a máxima de 70 (setenta) anos. Salientamos que a quantidade de entrevistas aqui estipulada pode ou não ser ampliada para melhor atender os objetivos propostos.

2. Metodologia

A pesquisa do projeto apresentado será realizada por meio de métodos qualitativos, utilizaremos três tipos de técnica: entrevistas semiestruturadas, observação participante e história oral.

Para realização da coleta de dados em campo utilizaremos o método de entrevista semiestruturada. Essa técnica é composta por perguntas abertas e fechadas, e possibilita que alguns tópicos pré-determinados no roteiro de entrevistas sejam aprofundados sem que o objetivo da pesquisa se perca. A escolha da técnica de entrevista semiestruturada se deu porque ela permite uma maior interação com os entrevistados, além disso, a entrevista semiestruturada possibilita que as questões sejam reformuladas, para melhor entendimento dos entrevistados, desde que não se mude o sentido da questão.

A observação participante possui três características indispensáveis à pesquisa, a saber: olhar, ouvir e escrever. Essas características se complementam entre si, mas cada uma possui uma especificidade. O olhar deve estar atento aos detalhes mais corriqueiros da vida cotidiana, sendo necessário anotar no caderno de campo o que foi observado para evitar que o olhar se adapte ao ambiente estudado e perca detalhes importantes. Ouvir as pessoas é fundamental no uso desta técnica, mas é importante também saber perguntar. Por fim, temos que escrever nossas

(5)

experiências em campo. É nesse momento que contextualizamos os acontecimentos vividos no momento da observação participante. A técnica de observação participante deve ser utilizada em todas as visitas ao local da coleta de dados. Em uma dessas ocasiões, visitamos todos os andares do prédio na companhia da coordenadora Geralda. A descrição da observação participante da visita mencionada será apresentada por cada integrante do grupo de maneira individual no item 2.2.

A história oral é uma técnica que utiliza a entrevista aberta para captação de dados. As reflexões e opiniões do entrevistado que são apresentadas em seu depoimento pessoal são baseadas em sua memória. A história oral é utilizada com pessoas que ainda estão comprometidas com as atividades públicas, essas pessoas são consideradas como especialistas no assunto. Os dados obtidos pela técnica da história oral devem ser checados de maneira interna (confrontar com os demais depoimentos) e se necessário de maneira externa (disponíveis em outras fontes). A partir das circunstâncias que se apresentaram em uma de nossas visitas ao local para coleta de dados, a história oral teve que ser incluída em nossa metodologia. Nesta ocasião, o Sr. Gegê (líder geral do MMC – Movimento de Moradia do Centro) fez questão de dar seu depoimento sobre coisas que ele considerava importantes e que segundo o mesmo, deveriam servir como preâmbulo de nossa pesquisa. O Sr. Gegê abordou diversos temas que compõem sua biografia, desde sua vinda para São Paulo até os dias de hoje. Vale ressaltar que durante o depoimento, o Sr. Gegê abordou questões essenciais para o desenvolvimento da pesquisa e que tais informações estarão presentes nos resultados do projeto.

2.1. Questionários

Visto que entrevistaremos líderes (que vivem na ocupação e se possível, os que não vivem) e ocupantes, foram elaborados dois roteiros de entrevista. Esses roteiros de entrevista contêm os mesmos tópicos e em alguns casos as mesmas questões, no entanto, foram elaboradas algumas questões especificas que serão direcionadas de acordo com cada tipo de perfil, a saber, líderes e ocupantes. Os tópicos que serão abordados para obtenção dos dados são: Identificação; Movimento de Moradia; Ocupação no Centro e Resistência;

2.2. Observação Participante

Foram realizadas 6 (seis) visitas ao local da coleta de dados. A primeira visita foi realizada em 15/04/2012 das 10h24min às 10h33min, nesta ocasião não foi possível entrar no prédio, mas conseguimos fazer contato com a líder Alcione, representante do MMC (Movimento de Moradia do Centro) e ocupante do prédio. Alcione nos explicou que era a única líder presente no local naquele momento e que para autorizar nossa entrada no prédio precisaria conversar com os demais líderes.

A segunda visita foi realizada no dia 05/05/2012 das 09h30min às 10h42min, como já havia sido combinado com a líder Alcione dessa vez foi possível entrar no prédio da ocupação, onde foram colhidos os dados necessários para elaboração do perfil de pessoas que entrevistaremos. A terceira visita foi realizada em 23/09/12 das 10h00min às 11h10min, na ocasião realizamos a observação participante.

A quarta visita foi realizada no dia 21/10/2012 das 14h05min às 16h35min, foram realizadas algumas das entrevistas, além disso, conhecemos e conversamos com o líder geral da

(6)

ocupação, o Sr. Gegê do MMC (Movimento de Moradia do Centro). A quinta visita foi realizada no dia 01/11/2012 das 16h00min às 16h45min para realização de mais uma das entrevistas e a sexta visita foi realizada no dia 04/11/2012 das 14h08min às 15h05min para realização das últimas entrevistas.

3. Resultados

Os resultados serão apresentados por tópicos, assim como foram abordados nos roteiros de entrevista, a saber: Identificação; Movimento de Moradia; Ocupação no Centro e Resistência. Entrevistamos 10 (dez) pessoas, 5 (cinco) ocupantes e 5 (cinco) líderes, cada grupo foi entrevistado conforme o roteiro destinado a cada tipo de perfil, além disso, escutamos a explanação do líder geral de um dos movimentos e captamos os dados pela técnica da história oral. Ainda, obtivemos importantes dados adicionais no decorrer das entrevistas, os quais serão apresentados no tópico: Outros Resultados.

Identificação:

Entrevistamos 7 (sete) mulheres e 4 (quatro) homens. Destes, 8 (oito) nasceram na região nordeste, sendo 2 (dois) na Bahia, 2 (dois) no Maranhão, 2 (dois) no Ceará, 1 (um) em Pernambuco e 1 (um) na Paraíba; 1 (um) na região Centro-oeste, em Brasília, 2 (dois) na região sudeste, em São Paulo, 1 (um) de São Bernardo do Campo e 1 (um) da zona leste da capital. 5 (cinco) são casados, 2 (dois) separados, 3 (três) solteiros e um viúvo. Quanto à escolaridade 1 (um) possui superior completo, 2 (dois) superior incompleto, 1 (um) ensino médio completo, 2 (dois) ensino fundamental completo, 4 (quatro) ensino fundamental incompleto. Dos entrevistados há: diarista, vendedor ambulante, auxiliar de produção, operador de telemarketing,

auxiliar contábil, trabalhador da construção civil, cuidadora de idosos e aposentados. Importante, no depoimento não ficou claro a escolaridade e profissão do depoente.

Os seguintes aspectos do roteiro de entrevistas foram considerados somente para entrevistados que residem atualmente na ocupação, a saber: filiação, região onde estudam os filhos que residem com eles, região onde trabalham, pessoas com quem dividem o espaço dentro da ocupação, andar que ocupam e região anterior de moradia. Assim, dos 6 (seis) que residem atualmente na ocupação, 4 (quatro) possuem filhos, porém somente 2 (dois) tem os filhos morando com eles, destes os filhos de 1 (um) estudam no centro e de outro no Brás; 4 (quatro) trabalham no centro e 1 (um) no Brás e 1 (um) está desempregado; 1 (um) mora com mulher e 4 (quatro) filhos, 1 (um) mora somente com os 3 (três) filhos, 1 (um) mora com uma amiga, 1 (um) mora sozinho, 1 (um) com o companheiro e 1 (um) com o noivo. 3 (três) ocupam o primeiro andar, 1 (um) o segundo andar e 2 (dois) o quarto andar; 3 (três) deles moravam anteriormente no centro, 1 (um) na zona sul da capital, bairro Real Parque, 1 (um) em Suzano e 1 (um) em Diadema. Movimento de Moradia:

Das 11 (onze) pessoas ouvidas, 9 (nove) são do MMC (Movimento de Moradia do Centro), 1(um) da AUAP (Associação Unificadora de Ações Populares) e 1 (um) do MMPT (Movimento de Moradia Para Todos). O período máximo de atuação nos movimentos de moradia relatado foi o máximo de 26 (vinte e seis) anos e o mínimo de 10 (dez) meses. A princípio, a entrada da maioria dos entrevistados nos movimentos de moradia deu-se por algum tipo de contato prévio com integrantes destes movimentos. A situação financeira perpassa todos os contextos

(7)

com ênfases explícitas ou não. Porém, em alguns relatos a dificuldade financeira é preponderante ou mesmo única, enquanto em outros casos, existem interesses pelos projetos de moradia que culminam em luta política.

Ocupação no Centro:

Com relação à importância das ocupações que ocorrerem na região central da cidade, encontramos dois tipos de posicionamentos que não se excluem, por um lado alguns ressaltam a quantidade de prédios vazios no centro como uma oportunidade que não se encontra nas demais regiões. Por outro lado, outros ressaltam interesse na infraestrutura proporcionada pela região.

Dos entrevistados 7 (sete) participaram no dia da ocupação do prédio, 3 (três) não e no depoimento, o líder Gegê não abordou o assunto. Dos 6 (seis) entrevistados que residem no prédio, 3 (três) estão desde do dia da ocupação e outros 3 (três) chegaram posteriormente.

Quando perguntados acerca das formas de ocupação do prédio, obtivemos dois tipos de respostas: os relatos dos ocupantes comuns dão conta da parte operacional e dos líderes, tanto ocupantes quanto não, relatam todo o processo de planejamento e organização.

A distribuição das pessoas por andares no prédio não é realizada de imediato, segundo os relatos obtidos. Após o período de limpeza do local e estabilização da ocupação, a distribuição dos espaços é realizada conforme tamanho de cada família ou grupo. Com relação aos andares, a organização dispõe os idosos e crianças nos andares mais próximos ao térreo para facilitar a mobilidade. Não foi possível estabelecer uma quantidade mínima ou máxima de ocupantes pelos andares devido à rotatividade das pessoas

residentes na ocupação.

Constatamos pelas entrevistas que os líderes não residem na ocupação, apenas os coordenadores de base (líderes que moram na ocupação): Ana Alcione e o Manoel (coordenador não entrevistado), ambos do MMC (Movimento de Moradia do Centro).

Seguindo o roteiro de entrevistas direcionado aos ocupantes, questionamos como são resolvidas as questões entre eles e qual o tipo de relação existe entre eles e os líderes. Obtivemos como resposta que os problemas mais sérios são levados aos líderes de cada movimento, sendo posteriormente discutidos em assembléia geral. A relação dos ocupantes com os lideres de todos os movimentos foi relatada como satisfatória em todas as 5 (cinco) entrevistas.

Utilizando o roteiro de entrevista direcionado somente aos líderes, indagamos se há diferença na atuação de um líder que vive na ocupação (coordenador de base) e um que não vive, se naquele momento existiam outras ocupações no centro organizadas pelo mesmo movimento, se existiam outras ocupações na periferia e como é feita a escolha dos prédios. Os relatos indicam que os líderes e/ou coordenadores que vivem na ocupação atuam nas funções de organização diária interna, já os líderes que não residem cuidam de aspectos mais burocráticos. Foi verificada a existência de ocupações tanto no centro como na periferia, sendo que as realizadas nas zonas periféricas são mantidas por movimentos que atuam nessas regiões. Com relação à escolha dos prédios foi constatado que, após estudo prévio da infraestrutura, as ocupações são feitas preferencialmente em prédios vagos e de propriedade de órgãos públicos.

A maioria dos entrevistados não relatou diferença entre os movimentos devido ao

(8)

número de integrantes em cada um deles. Porém, cada movimento tem sua forma especifica de organização. O depoente não abordou o assunto. Resistência:

Perguntamos aos 10 (dez) entrevistados acerca da opinião sobre projetos urbanos existentes no centro da cidade como, por exemplo, o “Nova Luz”. A maioria dos entrevistados, bem como o líder geral, abordou a especulação imobiliária como razão implícita para os projetos urbanos no centro de São Paulo, em especial o “Nova Luz”. Ressaltamos que alguns dos entrevistados mencionam a “Operação Integrada Centro Legal”5, realizada

pelos governos estadual e municipal na região conhecida como “Cracolândia”6 como uma ação

relacionada ao projeto “Nova Luz”. Percebemos que alguns simplesmente remetem à ação policial implementada contra os usuários de droga da região da Luz. Porém, independentemente dos motivos apontados todos demonstraram contrariedade ao projeto.

Com relação aos objetivos se ocupar prédios encontramos duas vertentes complementares, a primeira trata de denunciar à sociedade e cobrar do governo o não cumprimento da função social da propriedade, prevista na Constituição Federal. A segunda diz respeito à moradia em si, segundo a qual a ocupação visa transformar os prédios em moradia popular, o que se dá após vasta negociação com o poder público. A infraestrutura do prédio condiciona os objetivos iniciais da ocupação.

No que tange à reintegração de posse, 7 (sete) dos entrevistados já participaram, 3 (três) não, e o depoente não abordou o assunto. Entre os 10 (dez) entrevistados todos relatam as orientações a serem seguidas. No caso dos líderes

a ação é voltada para as negociações com os entes do poder público no momento da reintegração. Os relatos dos ocupantes dizem respeito às ações a serem seguidas conforme determinação prévia dos líderes dos movimentos. Todos relatam que existem tipos diversos de reintegração, sendo algumas mais pacíficas. Quando perguntados sobre participação em ocupações anteriores, somente 2 (dois) dos 11 (onze) entrevistados responderam que não participaram.

Os entrevistados foram unânimes ao relatar a completa ausência de qualquer tipo de auxílio governamental, tais como: aluguel social e oferta de moradia, entre outros. Alguns relataram que em reintegrações das quais participaram foram realizados cadastramentos de moradia por intermédio de assistente social da Prefeitura, que até o momento da entrevista não havia resultado em atendimento.

Na ocupação estudada, não houve qualquer relato de acompanhamento governamental.

Entre os articuladores que contribuem com os movimentos ou com a própria ocupação, foram relatados vários tipos de contribuições, desde doações efetuadas por vizinhos até atuação de advogados, do ministério público, de padres e de organizações de direitos humanos.

Questionados sobre quais seriam as ações a serem efetivadas pelo poder público acerca dos movimentos de moradia e ao direito de moradia em geral. Todos os 11 (onze) entrevistados gostariam que o poder público atendesse a demanda dos movimentos de moradia, negociando a aquisição dos prédios e transformando-os em moradia para pessoas de baixa renda. Alguns, ainda, ressaltam que existem vários prédios no centro de São Paulo que não atendem a função social da propriedade por

(9)

estarem vagos e abandonados há anos.

Quanto à ocupação do prédio estudado, percebemos uma divergência entre o discurso dos ocupantes e dos líderes entrevistados quanto à destinação do prédio em questão. Enquanto os ocupantes pretendem ver o espaço reformado para moradia, os líderes utilizam-no como meio de reivindicação para negociação com as diversas esferas do poder público. Assim sendo, os líderes preocupam-se primordialmente com a visibilidade das ocupações com intuito de promover sua luta política.

Seguindo o roteiro de entrevistas direcionado somente aos ocupantes, indagamos se conheciam alguém pertencente à outra ocupação na cidade naquele momento. Todos responderam de forma afirmativa, relatando que seus conhecidos ocupavam prédios localizados no centro da cidade e faziam parte do seu círculo de amizade.

Ao questionarmos os líderes conforme o roteiro de entrevistas, quanto à existência de alguma relação entre as ocupações realizadas no centro no momento da pesquisa, todos afirmaram que os movimentos possuem os mesmos objetivos ao realizar ocupações, a saber: necessidade de moradia e preferência pelo o centro da cidade.

Outros Resultados:

Notamos que os entrevistados que participaram de outras ocupações e/ou reintegrações, recordam com facilidade quando e onde ocorreram os eventos. As datas foram relatadas de forma precisa, contendo o dia, o mês e o ano. A maneira como tais acontecimentos foram descritos, denota a sua importância na vida dos entrevistados, bem como do depoente.

Comparando os relatos obtidos, ficou

evidenciado que existe uma diferença entre os discursos dos líderes e ocupantes, enquanto os últimos mostram-se centrados nos problemas cotidianos devido às necessidades mais prementes, os primeiros pretendem uma maior conscientização da luta política.

A preferência dos entrevistados pelo centro deu-se por múltiplos motivos, desde costumes enraizados, passando pela própria infraestrutura propiciada, até, em alguns casos, pela falta de opção. Na maioria dos relatos a importância de morar no centro estava presente, com exceção de 2 (dois) casos de ocupantes em extrema dificuldade financeira e que, exclusivamente por esse motivo, recentemente ingressaram nos movimentos de moradia. Nesses últimos casos, morar no centro não se mostrou essencial, pois almejam apenas um teto. Ainda, na ocupação estudada, existem 3 (três) movimentos, AUAP (Associação Unificadora de Ações Populares), MMPT (Associação de Moradia Popular Junior) e ILS (Instituto de Lutas Sociais), que atuam tanto no centro como em outras regiões da cidades.

Os integrantes do MMC (Movimento de Moradia do Centro), em especial os líderes, inclusive o líder geral, Sr. Gegê, narraram que a origem do movimento se deu pelas reivindicações oriundas de pessoas que residiram em cortiços, devido às precárias condições daqueles espaços.

Segundo o líder geral, e confirmado por meio de outras entrevistas, a ocupação do prédio da Rua Martins Fontes, inicialmente ocorreu para dar visibilidade às causas defendidas pelos 6 (seis) movimentos. Assim, não era, a princípio, destinada à moradia, serviria como protesto. Porém, em virtude de reintegrações de posse em outros prédios próximos, foi necessário utilizar tal ocupação como abrigo para pessoas despejadas de

(10)

outros locais. Com isso, a destinação da ocupação foi modificada devido às necessidades dos movimentos e seus membros. Aliás, esse tipo de readequação parece não ser incomum, pois apesar do planejamento realizado pelos movimentos de moradia, o imponderável faz parte de suas rotinas.

Há um importante aspecto realçado em algumas entrevistas e no depoimento do líder geral, nem todos os prédios são ocupados com o objetivo de serem transformados em moradia. Existem imóveis em que a ocupação se dá com objetivo exclusivo de protesto, nesses casos após a efetivação da ocupação são realizados atos, sendo normalmente estendidas faixas e bandeiras contendo os nomes dos movimentos e suas reivindicações, para, em seguida, serem completamente desocupados.

Os dados foram coletados durante a campanha eleitoral para Prefeitura de São Paulo, visitamos o local antes do primeiro turno, entre o primeiro e segundo turnos e após o término da eleição, na qual foi eleito o candidato Fernando Haddad pelo Partido dos Trabalhadores (PT). Percebemos mudanças no comportamento dos ocupantes, antes do primeiro turno havia somente uma pequena propaganda do candidato do PT no interior do prédio e a eleição não era abordada; já entre um turno e outro, o discurso eleitoral estava presente e era motivo de preocupação e campanha, as propagandas se avolumaram; finda a eleição, as preocupações deram lugar a uma expectativa mais positiva. Os relatos demonstram, ainda, ligação de alguns integrantes dos movimentos com o Partido dos Trabalhadores (PT).

A maioria dos entrevistados caracterizou a sua luta política por reivindicações e protestos pacíficos, alegaram que desejariam morar no centro e enfatizaram que pretenderiam pagar para

tanto. Porém, está presente nesse discurso que tal pagamento deve estar de acordo com sua renda, pois os imóveis localizados na região central da cidade possuem custo elevado e, portanto, estão fora de seu alcance financeiro. Diante disso, tais entrevistados entendem que a intervenção do Estado, por meio de políticas públicas de habitação, é necessária para que possam morar com dignidade e pagar conforme suas capacidades econômicas, fundamentando suas pretensões no direito à moradia consagrado na Constituição. Ainda, a maioria dos entrevistados abordou a especulação imobiliária como fator de valorização das áreas centrais.

Na data da última visita a campo, dia 04/11/2012, fomos informados que o INSS – Instituto Nacional do Seguro Social havia entrado com o pedido de reintegração de posse do prédio, sendo o pedido deferido pela Justiça. Assim, tal reintegração pode ocorrer a qualquer momento, porém, até a presente data, não tivemos noticia de sua efetivação.

4. Considerações Finais

Ao iniciar este trabalho tivemos em mente o tão discutido projeto urbanístico denominado “Nova Luz”. Buscávamos entender se nas ocupações de prédios vazios no centro da cidade existiria uma intencionalidade em fixar moradia no centro, resistindo, assim, ao processo de valorização das áreas centrais, caracterizado como gentrificação.

Escolhemos uma ocupação no coração do centro, porém um pouco distante da região da Luz. A ocupação escolhida foi emblemática, pois nela atuam 6 (seis) movimentos de moradia, sendo 3 (três) com atuação exclusiva na área central e 3 (três) que participam também de ocupações nas áreas periféricas da cidade. Assim,

(11)

apesar de não ter sido possível entrevistar um membro de cada um dos 6 (seis) movimentos que atuam na ocupação pesquisada, foi enriquecedor perceber que tal ocupação faz parte de uma luta política mais abrangente por moradia digna, tanto no centro, propriamente dito, como em regiões mais afastadas.

O problema que nos colocamos inicialmente foi formulado a partir da perspectiva de que a ocupação do prédio configuraria uma forma de resistência à gentrificação e nossa hipótese era de que a ocupação do prédio estudado seria uma forma de resistência ao processo de gentrificação.

Dentro das limitações dadas ao recorte da pesquisa, a análise dos dados obtidos sugere que nossa hipótese é ratificada, pois há resistência sendo promovida por movimentos de moradia no Centro e mesmo que o objetivo geral destes movimentos não seja com fins a resistir especificamente à gentrificação, mas sim reivindicar moradia digna e com valor acessível á sua faixa de renda, a resistência que os movimentos de moradia e seus integrantes promovem por meio de protestos e ocupações em busca de políticas públicas que os auxiliem, de certa maneira, “retarda” o processo de gentrificação. Portanto, é possível perceber intencionalidade da luta política empreendida pelos movimentos de moradia e seus membros, a qual pode ser caracterizada como uma forma de resistência às imposições tanto do poder público como do poder econômico.

Acreditamos ter atingido o objetivo proposto nesta pesquisa, uma vez que, apesar do número reduzido de entrevistados, foi possível perceber de forma clara (tanto nas entrevistas dos lideres como dos ocupantes, em especial, os mais antigos), que as pessoas que têm sua

vida estruturada no centro da cidade, têm uma maior preocupação em não se afastar da zona central, área onde trabalham, estudam ou que simplesmente estão habituados.

Acrescentamos que pesquisar os movimentos de moradia que atuam em outras regiões da cidade pode ajudar a esclarecer algumas questões que não foram exploradas neste projeto.

Notas:

1 Conforme dados retirados do site oficial <http://www.

novaluzsp.com.br/projeto.asp?item=projeto>, trata-se de um projeto de requalificação urbana que prevê, a valorização dos prédios históricos, reforma das áreas livres públicas, criação de espaços verdes e de lazer e a melhoria do ambiente urbano da região.

2 O edifício da rua Martins Fontes pertence ao INSS

(Instituto Nacional do Seguro Social) e deixou de ser utilizado em 2006. Após o abandono, o prédio foi ocupado por usuários de drogas e moradores de rua, na ocasião da reintegração de posse em 06/09/2011, os movimentos de moradia realizaram uma nova ocupação em 02/10/2011. Segundo Mônica Cristina Pereira uma das coordenadoras da AUAP (Associação Unificadora de Ações Populares), a ocupação do prédio da Martins Fontes foi feita pelos seis movimentos de uma única vez. As estratégias de ocupação são traçadas pelos coordenadores, somente eles sabem quando e onde será realizada a ocupação. A ocupação é feita de forma rápida, antes da chegada da polícia.

3 (Políticas Públicas: conceitos e práticas. SEBRAE/MG,

2008, p. 5)

4 (Políticas Públicas: conceitos e práticas. SEBRAE/MG,

2008, p. 5)

5 A operação integrada Centro Legal é constituída de

atividades que envolvem as polícias e os órgãos estaduais e municipais ligados à segurança, saúde e assistência social. Seus objetivos são o resgate da cidadania, a elevação da dignidade humana por meio da reinserção social, a recuperação de áreas degradadas e o combate do tráfico de drogas. Após estudos e reuniões preparatórias, as novas ações começaram no dia 3 de janeiro de 2012 e irão ser desenvolvidas de maneira permanente, não havendo

(12)

assim previsão para o término. Fonte:< http://www. policiamilitar.sp.gov.br/hotsites/centrolegal/boletim. html>.

6 Cracolândia (por derivação de crack) é uma denominação

popular para uma região no centro da cidade de São Paulo, nas imediações das avenidas Duque de Caxias, Ipiranga, Rio Branco, Cásper Líbero e a rua Mauá, onde historicamente se desenvolveu intenso tráfico de drogas e meretrício. Fonte:< http://pt.wikipedia.org/wiki/ Cracol%C3%A2ndia>.

Referências Bibliográficas:

ALVES, Glória da Anunciação. A Requalificação do Centro de São Paulo. [s.l.]. Disponível em:

<http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0103-40142011000100008&script=sci_arttext>. Acessado em: 30 abr. 2012.

BIDOU-ZACHARIASEN, Catherine. De Volta À Cidade: dos processos de “gentrificação” às

políticas de revitalização dos centros urbanos. [s.l.], Annablume.

BLOCH, Janaina Aliano. Movimento de Moradia no Centro (MMC). Florianópolis: Anais do II

Seminário Nacional. Disponível em: < http:// www.sociologia.ufsc.br/npms/janaina_a_ bloch.pdf>. Acessado em: 02 mai. 2012. BONI, Valdete; QUARESMA, Sílvia Jurema.

Aprendendo a Entrevistar: como fazer entrevistas em ciências sociais. Em Tese:

Rev. Eletrônica dos Pós-Graduandos em Sociologia Política da UFSC, [s.l.], N°. 1, Ano 3, p. 68-80, 2005.

CARVALHO, Igor. Um Túnel e o Destino de 8 Mil Famílias. Rev. Fórum: outro mundo em

debate, Brasil, N°. 108, Ano 11, p. 10, 2012.

CASTELO BRANCO, Guilherme. As Resistências ao Poder em Michel Foucault. [s.l.] Trans/Form/Ação [online]. Nº 1, vol. 24, p.

237-248, 2001. Disponível em: <http://www. scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid =S0101-31732001000100016>. Acessado em: 20 set. 2012.

DELORENZO, Adriana; BRITO, Gisele;

FARIA, Glauco. Cidades em Crise. Rev. Fórum:

outro mundo em debate, Brasil, N°. 108, Ano 11, p. 6-9, 2012.

DELORENZO, Adriana; FARIA, Glauco. O Panorama das Cidades Doentes. Rev. Fórum:

outro mundo em debate, Brasil, N°. 108, Ano 11, p. 11-15, 2012.

DANNER, Fernando. A Genealogia do Poder em Michael Foucault. [s.l.]: IV Mostra de Pesquisa

da Pós-Graduação PUCRS. Disponível em: <www.pucrs.br/edipucrs/.../IV.../71464-FERNANDO_DANNER.pdf>. Acessado em: 02 abr. 2012.

FONSECA, Márcio Alves. “Fazer viver e deixar morrer”: as sociedades modernas e a tipologia de seus poderes. [s.l.]. Rev. bras. Ci. Soc. [online].

N°. 44, vol. 15, p. 188-193, 2000.

FOUCAULT, Michael. Em Defesa da Sociedade.

São Paulo, Martins fontes, p. 285-315, 1979. ______. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro, Graal,

1979.

FRÚGOLI JR, Heitor; SKLAIR, Jéssica. O Bairro da Luz em São Paulo: questões antropológicas

sobre o fenômeno da gentrification. [s.l.]. Disponível em: <http://www.4shared.com/ office/99EhPT2t/FRGOLI_JR_Heitor__

(13)

SKLAIR_Jessi.html>. Acessado em: 22 abr. 2012.

HAGUETTE, Maria Teresa Frota. Metodologias Qualitativas. In: Metodologias Qualitativas na Sociologia. Petrópolis, Editora Vozes, p. 63-105,

2003.

MAY, Tim. Entrevistas: métodos e processos. In:

Pesquisa social: questões, métodos e processos.

Porto Alegre, Atmed, p. 145-172, 2004. NAKANO, Kazuo. Ocupações. [s.l.]. Disponível

em: < http://www.direitoacidade.org.br/ noticias_interna.asp?codigo=425>. Acessado em: 02 abr. 2012.

OLIVEIRA, Kátia Ferreira. O Fenômeno da Gentrificação: uma abordagem voltada para as

políticas públicas de revitalização de centros urbanos. [s.l.]. Disponível em: <iad.ufpel. edu.br/prodart/artigos/download/193>. Acessado em: 02 abr. 2012.

OLIVEIRA, Nathália C. Os Movimentos dos Sem-teto da Cidade de São Paulo: semelhanças

e diferenças. [s.l.]. Disponível em: <http:// www.uel.br/grupo-pesquisa/gepal/

terceirosimposio/nathaliaoliveira.pdf>. Acessado em: 30 abr. 2012.

PIMENTEL FILHO, Ernesto;

VASCONCELOS, Edson. Foucault: da microfísica á biopolítica. [s.l.]. Rev. Aulas [online]. N°. 3, p. 1-22, 2007. Disponível em:

<www.unicamp.br/~aulas/pdf3/09.pdf>. Acessado em: 02 abr. 2012.

SOUZA, Nelson Rosário de. Dossiê Cidade e Poder. [s.l.]. Disponível em: < http://www.

scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid

=S0104-44782001000100002>. Acessado em: 30 abr. 2012.

STICA, Fernanda. Um Lugar ao Centro. [filme-vídeo]. São Paulo, Rev. Vitruvius [online]: minha

cidade. N°. 135.01, Ano 12, 2011. Disponível em: <http://www.vitruvius.com.br/revistas/ read/minhacidade/12.135/4056%3E>. Acessado em: 02 abr. 2012.

TÓTORA, Silvana. Foucault: biopolítica e

Governamentabilidade neoliberal. [s.l.]. Disponível em: <http://periodicos. uniso.br/index.php/index/search/

titles?searchPage=13>. Acessado em: 02 abr. 2012.

UCHOAS, Leandro. A Copa do Mundo é Nossa?. Rev. Caros Amigos: a primeira à

esquerda, [s.l.], N°. 181, Ano 16, p. 10-15, 2012.

ZINET, Caio. A Capital da Desigualdade Social.

Rev. Caros Amigos: a primeira à esquerda, [s.l.],

Referências

Documentos relacionados

Metodologia ­ a superação de análises auto­explicativas

Para construir um caso real (case) da aplicação do MAB apresentada no parágrafo 6.1, &#34;Decisão Sobre a Abertura de um Novo Curso Superior por uma Instituição de Ensino&#34;, e que

Considerando as circunstâncias específicas do caso concreto, em especial o alto grau de culpa da autarquia requerida, que deixou de dar cumprimento a determinação

homens jovens que realizaram 10 semanas de treinamento, foram realizados exercícios sempre em máxima velocidade e com a série baseada em tempo de execução (30s) em ambos os grupos,

Para um se- afirma qué isso está, consequentemente, tor que vinha crescendo em média 30% afetando em muito o setor de informática ao ano e, no segundo semestre do ano como um

303 Wagton Gomes de Oliveira 123 Aprovado em Lista de Espera. 338 Yuri Britto Perissinotto 80 Aprovado em Lista

A Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo publicou a Resolução SS - 130 em 10/10/2001, que estabelece as Diretrizes e Estratégias para as Ações de Controle da Hanseníase

Desta forma, dentre outras coisas, o presente trabalho fornece os subídios para a implementação de um plano de monitoramento do uso e da qualidade das águas,