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Participação das classes

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Academic year: 2021

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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETRÔNICA

CURSO SUPEROR DE TECNOLOGIA EM SISTEMAS DE TELECOMUNICAÇÕES

ANDREY CRISTIANI SOTTOMAIOR CAMARGO

PARTICIPAÇÃO DAS CLASSES “D” E “E” NO MERCADO DE

TELECOM - estudo de caso BRASIL

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

CURITIBA MARÇO/2015

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ANDREY CRISTIANI SOTTOMAIOR CAMARGO

PARTICIPAÇÃO DAS CLASSES “D” E “E” NO MERCADO DE

TELECOM - estudo de caso BRASIL

Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação, apresentado ao Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, do Departamento Acadêmico de Eletrônica, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná – UTFPR, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo.

Orientador: Alexandre Jorge Miziara.

CURITIBA MARÇO/2015

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TERMO DE APROVAÇÃO

ANDREY CRISTIANI SOTTOMAIOR CAMARGO

PARTICIPAÇÃO DAS CLASSES “D” E “E” NO MERCADO DE

TELECOM: estudo de caso BRASIL

Este trabalho de conclusão de curso foi apresentado no dia 10 de março de 2015, como requisito parcial para obtenção do título de Tecnólogo em Sistemas de Telecomunicações, outorgado pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná. A aluna foi arguida pela Banca Examinadora composta pelos professores abaixo assinados. Após deliberação, a Banca Examinadora considerou o trabalho aprovado.

______________________________ Prof. Dr. Luis Carlos Vieira

Coordenador de Curso

Departamento Acadêmico de Eletrônica

______________________________ Prof. Esp. Sérgio Moribe

Responsável pela Atividade de Trabalho de Conclusão de Curso Departamento Acadêmico de Eletrônica

BANCA EXAMINADORA

______________________________ __________________________ Prof.ª Dr.ª Jamea Cristina Batista Silva Prof. Dr. Valmir de Oliveira

UTFPR UTFPR

___________________________ Prof. M.Sc. Alexandre Jorge Miziara Orientador – UTFPR

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AGRADECIMENTOS

Agradeço à Deus pelos desafios e obstáculos que impôs em minha jornada. Agradeço às pessoas que participaram direta ou indiretamente durante à realização do curso. Aos Professores que ensinaram as matérias e também nos contaram suas experiências de vida. E aos professores que participaram do trabalho de conclusão de curso. A Professora Jamea Cristina Batista Silva que conheci no final do curso e ajudou com suas critica na melhoria do trabalho. O Professor Valmir de Oliveira que além de ensinar sobre fibras óticas colaborou com suas criticas construtivas. E ao Professor Alexandre Jorge Miziara que apoiou a ideia do trabalho e orientou sua execução. Suas palavras e criticas me desafiavam a ir além das minhas expectativas.

Agradeço ao meu marido Oroazil que sempre me apoiou na realização do curso e não pôde ver a sua conclusão e a paciência dos meus filhos Raphael e Gabriel pela ausência durante as aulas e trabalhos acadêmicos.

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"Aprendi que vai demorar muito para me transformar na pessoa que quero ser, e devo ter paciência. Mas, aprendi também, que posso ir além dos limites que eu próprio coloquei."

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RESUMO

CAMARGO, Andrey C. S. Participação das classes D e E no mercado de Telecom: estudo de caso Brasil. 2015. 103 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, UTFPR, Curitiba, 2015.

Este trabalho é um estudo de caso que avalia as classes D e E como consumidoras dos serviços de telecomunicações. Em 2010 elas representavam 40% da população brasileira e eram consumidores dos serviços. O estudo esboça como está a situação atual das operadoras através da análise do ambiente. As operadoras além de atender a demanda dos consumidores ainda precisam investir em novas tecnologias para poder seguir competindo no mercado. O trabalho relaciona características, necessidades e incentivos que essa classe social possui e que as operadoras poderiam se beneficiar através de estratégias focadas a eles. E indiretamente promoveria a inclusão social do grupo, além disso, teria a imagem de uma empresa preocupada com sua responsabilidade social.

Palavras-chaves: Operadoras. Telecomunicações. Serviços. Classes D e E. Mercado.

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ABSTRACT

CAMARGO, Andrey C. S. Participação das classes D e E no mercado de Telecom: estudo de caso Brasil. 2015. 103 p. Trabalho de conclusão de curso (Graduação) – Curso Superior de Tecnologia em Sistemas de Telecomunicações, UTFPR, Curitiba, 2015.

This paper is a case study that evaluates classes D and E as consumers of telecommunications services. In 2010 they represented 40% of the population and were consumers of services. The study outlines how is the current situation of operators through environmental analysis. Operators in addition to meeting consumer demand have yet to invest in new technologies in order to stay competitive in the market. The work related characteristics, needs and incentives that social class has and that operators could benefit through strategies focused to them. And indirectly promote the social inclusion of the group also have the image of a company concerned with social responsibility.

Keywords: Telecom Operators. Telecommunications. Services. Classes D and E. Market.

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – População nos Censos Demográficos, segundo as Grandes

Regiões e as Unidades da Federação – 1872/2010... 87

Tabela 2 - Distribuição das pessoas de 10 anos ou mais de idade, por Grandes Regiões, segundo as classes de rendimento nominal mensal – 2010... 89

Tabela 3 – Posse de itens... 90

Tabela 4 – Grau de Instrução do chefe de família... 90

Tabela 5 – Cortes do Critério Brasil... 91

Tabela 6 – Distribuição das classes por praça... 91

Tabela 7 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal familiar, por classes extremas de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa selecionadas – Brasil –período 2008-2009... 92

Tabela 8 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal familiar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das famílias, na área urbana – Brasil – período 2008 - 2009... 94

Tabela 9 – Distribuição das despesas monetária e não monetária média mensal familiar, por classes de rendimento total e variação patrimonial mensal familiar, segundo os tipos de despesa, com indicação do número e tamanho médio das famílias, na área rural – Brasil – período 2008-2009... .. 96

Tabela 10 - Contribuição dos grupos socioeconômicos para a formação da classe média, 2012... 98

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LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1 - Número de pessoa de acordo com a renda... ... 17

Gráfico 2 – Market Share telefonia fixa 3T14. ... 21

Gráfico 3 – Market Share telefonia móvel 3T14. ... ... 21

Gráfico 4 – Market Share Banda Larga 3T14... 22

Gráfico 5 – Market Share TV por assinatura 3T14... 22

Gráfico 6 – Receita líquida das operadoras 3T14. ... 23

Gráfico 7 – Total da população em 2010 ... 28

Gráfico 8 – População com renda de até 2 salários mínimos entre as regiões do Brasil... 29

Gráfico 9 – Proporção da classe DE nas Grandes Áreas Metropolitanas... 29

Gráfico 10 – Proporção de domicílios particulares permanentes urbanos, com acesso a serviços de iluminação elétrica, telefone fixo, posse de computadores, geladeira, TV em cores e máquina de lavar, segundo as Grandes Regiões – 2003/2008... 31

Gráfico 11 – Despesa média familiar, segundo tipo de despesas - Brasil. ... 32

Gráfico 12 – Despesa média familiar, população da área urbana, segundo tipo de despesas - Brasil... 33

Gráfico 13 – Despesa média familiar, população da área rural, segundo tipo de despesas - Brasil... 33

Gráfico 14 – Telefonia móvel Brasil. ... 35

Gráfico 15 – Tecnologia de acesso à telefonia móvel Brasil. ... 35

Gráfico 16 – Forma de pagamento pelos serviços de telefonia móvel Brasil - 2014. 36 Gráfico 17 – Distribuição do telefone popular. ... 39

Gráfico 18 – Posse de telefone celular conforme a renda. ... 39

Gráfico 19 – Utilização da Internet conforme a renda. ... 40

Gráfico 20 – Utilização do telefone móvel celular segundo o grupamento de atividade do trabalho. ... 40

Gráfico 21 – Segmentação consolidada por classe social: universo total. ... 47

Gráfico 22 – Categoria de serviços online considerados como essenciais para o universo total e o grupo jovens de classe C, D e E... 48

Gráfico 23 – Distribuição do mercado de 4G entre as operadoras no 4º trimestre de 2014... 67

Gráfico 24 - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, segundo as classes de rendimento mensal domiciliar per capita – Brasil – 2005/2011... 100

Gráfico 25 – Percentual de pessoas que utilizaram a Internet, no período de referencia dos últimos três meses, na população de 10 anos ou mais de idade, por classe de rendimento mensal real domiciliar per capita a preços de setembro de 2011 – Brasil – 2005/2011... 101

Gráfico 26 - Percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, segundo os grupamentos de atividade do trabalho principal – Brasil - 2005/2011... 102

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LISTA DE FIGURAS

Figura 1 – Pressões sofridas pelas empresas... 26

Figura 2 - Proporção de indivíduos que usaram telefone celular nos últimos 3 meses (Percentual sobre o total da população)... 41

Figura 3 - Proporção de indivíduos que usaram a Internet no telefone celular nos últimos três meses (Percentual sobre o total da população)... 41

Figura 4 - Proporção de domicílios com acesso à Internet (Percentual sobre o total de domicílios)... 42

Figura 5 - Proporção de usuários de Internet (Percentual sobre o total da população)... 42

Figura 6 – Adesão – Redes Sociais... 43

Figura 7 – Comportamento digital – Redes Sociais... 44

Figura 8 – Intenção de participação – Redes Sociais... 44

Figura 9 – Posse de celular com acesso à Internet – Redes Sociais... 45

Figura 10 – Acesso à rede – Redes Sociais... 45

Figura 11 – Motivos de acesso à rede – Redes Sociais... 46

Figura 12 – Comportamento tecnológico – Redes Sociais... 47

Figura 13 – Aplicativo de comunicação utilizado em celulares... 49

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

3G terceira geração de padrões e tecnologias de telefonia móvel. 3T14 terceiro trimestre de 2014.

4G quarta geração de telefonia móvel. 5G quinta geração de Internet móvel.

ABEP Associação Brasileira de Empresas de Pesquisas.

ACIUR Associação Comercial e Industrial do Uberaba e Região. AICE Acesso Individual Classe Especial – Telefone Popular. ANATEL Agência Nacional de Telecomunicações.

ANID Associação Nacional para Inclusão Digital. APP Application Software.

BYOD Bring Your Own Device.

Capes Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior.

CERN Organização Europeia para a Investigação Nuclear.

CETIC.Br Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação.Brasil.

Cloud-RAN Cloud - Radio Access Network.

CPqD Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações.

EU União Europeia.

FIEP Federação das Industrias do Paraná. Fies Fundo de Financiamento Estudantil. GVT Global Village Telecom.

HDTV televisão de alta definição - high-definition television. HIV Human immunodeficiency virus infection.

IBCC Centro Internacional de Coordenação de Transmissão. IBGE Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.

IBOPE Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística. IoE Internet de Todas as Coisas - Internet of Everything. IoT Internet das Coisas - Internet of Things.

IP Internet Protocol.

IPv4 Internet Protocol version 4.

IPv6 Internet Protocol version 6.

IUT International Telecommunication Union.

LGT Lei Geral de Telecomunicações – Lei n° 9.472/97. LTE Long Term Evolution.

LTE-A Long Term Evolution Advanced.

M2M Machine to Machine

MDS Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome. MEC Ministério da Educação

MEI Microempreendedor Individual. MEMS Microelectromechanical systems. NFC Near Field Communication.

OIT Organização Internacional do Trabalho. ONU Organizações das Nações Unidas

PAC Programa de Aceleração do Crescimento. PBLE Programa de Banda Larga nas Escolas. PMCMV Programa Minha Casa Minha Vida.

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PNAD Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio. PNBL Programa Nacional de Banda Larga.

PNUD Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. POF Pesquisa de Orçamentos Familiares.

Pronatec Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego. ProUni Programa Universidade para Todos.

RFDI Radio-Frequency Identification.

SAE/PR Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República.

SARS Severe acute respiratory syndrome. SCM Serviço de Comunicação Multimídia.

SM salário mínimo.

SMS Short Message Service.

SIMCARD Subscriber Identification Module Card. STFC Serviço Telefônico Fixo Comutado.

SWOT pontos fortes, fraquezas, oportunidades e ameaças - Strengths, Weaknesses, Opportunities and Threats.

TELEBRAS Telecomunicações Brasileiras S. A. THE Times Higher Education.

TIC Tecnologia da informação e comunicação. TSEE Tarifa Social de Energia Elétrica.

VCA Valor de Chamada Atendida. VoIP Voz sobre IP - Voice over IP. VoLTE Voz sobre LTE - Voice over LTE. Wi-Fi Wireless Fidelity.

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SUMÁRIO 1.  INTRODUÇÃO ... 13  1.1 PROBLEMA ... 13  1.2 OBJETIVOS ... 14  1.2.1 Objetivo Geral ... 14  1.2.2 Objetivos Específicos ... 14  1.3 JUSTIFICATIVA ... 15  1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ... 16  2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ... 17 

3. ESBOÇO DA ATUAÇÃO DAS OPERADORAS PRESTADORAS DE SERVIÇO NO BRASIL ... 20 

4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS ... 28 

4.1 CONHECENDO O TAMANHO DO GRUPO CLASSE “D” E “E” ... 28 

4.2 IDENTIFICAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO ... 30 

4.3 VERIFICAÇÕES DOS TIPOS DE SERVIÇOS QUE UTILIZAM. ... 34 

4.4 VERIFICAÇÕES DOS INCENTIVOS / BENEFÍCIOS QUE O GOVERNO CONCEDE PARA BAIXA RENDA ... 51 

4.5 COMPARAÇÕES ENTRE OS BENEFICIÁRIOS DE PROGRAMAS SOCIAIS E O CONSUMO DOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICALÇÕES E DE QUE MANEIRA OCORRE A INCLUSÃO SOCIAL ... 55 

4.6 IDENTIFICANDO DE NOVOS SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES QUE A CLASSE D E E DESEJAM NOS PRÓXIMOS 5 ANOS. ... 59 

5. CONCLUSÃO ... 69 

6. TRABALHOS FUTUROS ... 72 

REFERÊNCIAS ... 74 

APÊNDICE A - POPULAÇÃO SEGUNDO CENSO ... 87 

APÊNDICE B – DISTRIBUIÇÃO DAS PESSOAS DE 10 ANOS OU MAIS DE IDADE, POR GRANDES REGIÕES, SEGUNDO AS CLASSES DE RENDIMENTO NOMINAL MENSAL – 2010. ... 89 

APÊNDICE C – SISTEMA DE PONTOS CRITÉRIO BRASIL ... 90 

APÊNDICE D - DESPESA MÉDIA FAMILIAR, SEGUNDO TIPO DE DESPESAS - BRASIL. ... 92 

APÊNDICE E - DESPESA MÉDIA FAMILIAR, POPULAÇÃO DA ÁREA URBANA, SEGUNDO TIPO DE DESPESAS - BRASIL. ... 94 

APÊNDICE F - DESPESA MÉDIA FAMILIAR, POPULAÇÃO DA ÁREA RURAL, SEGUNDO TIPO DE DESPESAS - BRASIL. ... 96 

APÊNDICE G – CONTRIBUIÇÃO DOS GRUPOS SOCIOECONÔMICOS PARA A FORMAÇÃO DA CLASSE MÉDIA ... 98 

APÊNDICE H - PERCENTUAL DE PESSOAS QUE TINHAM TELEFONE MÓVEL CELULAR PARA USO PESSOAL ... 100 

APÊNDICE I – PERCENTUAL DE PESSOAS QUE UTILIZARAM A INTERNET ... 101 

APÊNDICE J - PERCENTUAL DE PESSOAS QUE TINHAM TELEFONE MÓVEL CELULAR PARA USO PESSOAL SEGUNDO OS GRUPAMENTOS DE ATIVIDADE DO TRABALHO PRINCIPAL ... 102 

(14)

1. INTRODUÇÃO

Quando se pensa em serviços de telecomunicações é possível afirmar que o acesso da população está em constante ampliação ao longo dos últimos anos. A ampliação ocorre tanto pela expansão da capacidade como o acesso a novas tecnologias. Os números mais impressionantes do crescimento são o número de usuários de celulares e o de acesso à Internet de banda larga fixa e móvel.

O fascínio do povo brasileiro pelo telefone começou com D. Pedro II ao visitar a Exposição de Filadélfia, em 1876, que exclamou “esta coisa fala!” (SANCHEZ, 2014). Ao retornar ao Brasil, o Imperador autorizou a instalação das primeiras linhas telefônicas no país. Então surgiu a necessidade de conexão com outros países, feito através de cabos submarinos metálicos e muito recentemente por fibras óticas. Com o avanço da tecnologia passou-se a transmitir pelo ar.

Na época da privatização dos serviços de telecomunicações, as empresas públicas buscavam a modernização dos serviços. O Governo deixou de prestar o serviço para regular o mercado de telecomunicações.

A regulação dos serviços começa pela Lei Geral de Telecomunicações (LGT - Lei 9.472/97) (BRASIL, 2014b) que prevê o dever do Poder Público de “garantir, a toda a população, o acesso às telecomunicações, a tarifas e preços razoáveis, em condições adequadas”.

Portanto, este trabalho pretende mostrar que com o acesso aos serviços de telecomunicações pelas classes D e E ocorreu a inclusão social e também possibilitou a ascensão para a nova classe média.

1.1 PROBLEMA

Este trabalho pretende avaliar a utilização dos serviços de telecomunicações pela classe baixa.

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Qual a razão da população de baixa renda consumir esses serviços? Para responder a questão é necessário analisar a motivação do consumidor para esse serviço.

A razão pela escolha da classe baixa é devido à motivação do Governo em acabar com a miséria do País. Ele promove programas sociais que busca a integração dos cidadãos na sociedade, no mercado consumidor e no mercado de trabalho. O acesso aos serviços de telecomunicações ajuda nessa integração de diversas formas como poder se comunicar ou ser localizado ou ter acesso as informações. O trabalho pretende mostrar que as telecomunicações é uma ferramenta útil para o alcance do objetivo do Governo – “Um País rico é um País sem miséria” (PORTAL BRASIL, 2011).

1.2 OBJETIVOS

Avaliar as classes D e E como consumidora dos serviços de telecomunicações.

1.2.1 Objetivo Geral

Determinar a participação das classes D e E no mercado de serviços de telecomunicações no Brasil atualmente e nos próximos 5 anos.

1.2.2 Objetivos Específicos

 Conhecer o tamanho do grupo.

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 Verificar os tipos de serviços que utilizam.

 Verificar os incentivos / benefícios que o Governo concede.

 Comparar se há relação entre os beneficiários de programas sociais e o consumo dos serviços e de que maneira ocorre a inclusão social.

 Identificar os novos serviços que o grupo deseja nos próximos 5 anos.

1.3 JUSTIFICATIVA

O tema é importante porque demonstra o interesse da classe baixa em participar da relação de consumo dos serviços de telecomunicações. As classes D e E demandam por serviços mais simples, de menor custo.

A classe representa uma proporção da população com características especificas. A telefonia fixa tem dificuldade em atender os consumidores e a telefonia móvel na modalidade pré-pago atende as necessidades mínimas.

É um nicho de mercado que as operadoras podem expandir para obter receitas que serão convertidas em capital para ampliação/renovação da infraestrutura atual e futura. Desta maneira podem massificar o fornecimento dos serviços de telecomunicações.

As conclusões do trabalho podem ser usadas como base para planejamento de estratégias públicas e privadas, para futuros investimentos na área, além de indicar novas necessidades dos consumidores no futuro que pela inclusão social podem ascender para a classe média e continuar a consumir os serviços.

A escolha do tema para o Trabalho de Conclusão de Curso é justificada pela necessidade do Tecnólogo em Sistema de Telecomunicações ser capaz de atuar na área de gestão de sistemas. Para uma melhor gestão é primordial conhecer o mercado onde atua e desta maneira é possível obter melhor eficiência e resultado. A escolha do público alvo foi por ser um grupo que não consome serviços de alto custo, mas somente o acesso à rede. Desta forma, o trabalho pretende provar que o atendimento da demanda deste grupo pode ter retorno viável aos investimentos.

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1.4 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS

O trabalho é exploratório e descritivo porque irá analisar os dados e informações sobre o assunto e possíveis opções no mercado para atender a demanda futura.

O estudo tem como objetivo a pesquisa bibliográfica. Serão analisados dados de instituições oficiais como os dados estatísticos do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), ANATEL (Agência Nacional de Telecomunicações) e artigos relacionados ao tema no portal de periódicos da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior).

Em seguida, são pesquisadas as opções que os consumidores dispõem no mercado de serviços ofertado pelos fornecedores.

Na sequência, serão identificados os incentivos que o Governo oferece para estimular o consumo.

Por fim, o estudo vai analisar as opções de serviços que serão disponibilizados nos próximos anos que servirão para a integração social da classe baixa.

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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

Segundo dados do Censo 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2014), a população do Brasil era formada por 190.732.694 pessoas. Este grupo pode ser dividido em razão da renda per capita conforme observado no gráfico 1. Desta maneira o Brasil possuía 4,76% dos habitantes com renda de 1/4 de salário mínimo, 3,76% dos habitantes com renda entre 1/4 a 1/2 salário mínimo, 19,26% dos habitantes com renda entre 1/2 a 1 salário mínimo e 20,33% dos habitantes com renda entre 1 a 2 de salário mínimo. É possível concluir que 48% da população tem renda per capita de até 2 salários mínimos. A população com renda entre 2 a 3 salários mínimos representava 7,02% e a população com renda superior a 3 salários mínimos eram 44,87%, não representada no gráfico (IBGE, 2011, p.94).

Gráfico 1 – Número de pessoa de acordo com a renda.

Fonte: Adaptado do IBGE, Censo Demográfico 2010, Apêndice B.

Conforme divulgado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE/PR), entre 2004 e 2010 houve mobilidade social de 32 milhões de pessoas para a classe média. A classe C é composta por famílias com renda mensal domiciliar entre R$ 1.064,00 e R$ 4.561,00. (SAE, 2012, p.22). Neste mesmo período, 19,3 milhões saíram da pobreza. Desta forma o país atinge um dos objetivos fundamentais elencado na Constituição Federal: “erradicar a

4,76% 3,76% 19,26% 20,33% 7,02% 7.703.046 hab. 6.096.100 hab. 31.192.417 hab. 32.934.535 hab. 11.367.350 hab. 1/4 SM mais de 1/4 a 1/2 SM mais de 1/2 a 1 SM de 1 a 2 SM mais de 2 a 3 SM

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pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais” (art. 3 inc. III – CF 1988).

O Governo Federal para atender a esse objetivo implantou diversos projetos em diversas áreas como: Programa Bolsa Família, Tarifa Social de Energia Elétrica (TSEE), cursos de qualificação profissional do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), Microempreendedor Individual (MEI), Telefone Popular (Acesso Individual Classe Especial – AICE), Programa Banda Larga nas Escolas (PBLE). Esses são alguns exemplos. Desta maneira o governo busca acabar com a extrema pobreza, melhorar as condições de vida da população, capacitar através de educação profissional, estimular o microempreendedorismo através de microcrédito e proporcionar comunicação à população participante de programas sociais (MDS, 2013).

Também é possível considerar o uso de telefonia móvel. Conforme ANATEL, no final de 2013 existiam 271,1 milhões de acesso móvel pessoal, sendo 78% pré-pago (TELECO, 2015a). No Brasil a telefonia pré-paga foi bem aceita tanto por jovens quanto pela população de baixa renda que passou a contar com serviços de telecomunicações.

A inclusão digital no Brasil começa nas escolas públicas através do PBLE e nas Cidades Digitais (AGENCIA FIEP, 2011) que disponibilizam sinal de wi-fi para acesso a Internet. Há também as redes sociais, como o Facebook, que tem cadastrados 61,2 milhões de usuários no Brasil (5% dos usuários mundiais) (UOL, 2014) e o serviço de mensagens WhatsApp com 38 milhões de usuários no Brasil (8% dos usuários mundiais) que promovem a inclusão social (DIAS, 2014b).

Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio - PNAD (IBGE, 2013, p.81), em 2012, 40,8% dos domicílios urbanos possuíam computador e 34,3% o computador tinha acesso à Internet. Comparando com os 9,2 milhões de domicílios com renda per capital de ½ salário mínimo, 10% tinham computador com acesso à Internet.

Conforme a cartilha Vozes da Classe Média (SAE, 2012, p.21), 74% da população da classe baixa tinha ocupação informal (tabela 11, apêndice G). Eram trabalhadores dos setores de comércio e reparação, serviços domésticos e construção. A telefonia é uma ótima ferramenta para aproximar o trabalhador do seu cliente. Seja para contratar um serviço, seja para comprar um produto, seja para tomar decisões mais rápidas com relação a problemas ocorridos.

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Diante desses dados é possível afirmar que a classe baixa é uma fatia considerável no mercado de serviços de telecomunicações, que demanda por serviços tanto pessoal como comercial.

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3. ESBOÇO DA ATUAÇÃO DAS OPERADORAS PRESTADORAS DE SERVIÇO NO BRASIL

Com a privatização dos serviços de telecomunicações em 1998, empresas privadas passaram a atuar no mercado. Através de leilões na Bolsa de Valores os controles das empresas públicas de telecomunicações foram cedidos às empresas privadas. Estas empresas compradoras passaram a ter concessões para exploração de serviços de telecomunicações conforme área determinada. Outras empresas tiveram que investir em suas infraestruturas e foram autorizadas pela ANATEL para exploração de serviços de telecomunicações. Desta forma o mercado tornou-se competitivo e orientado para o crescimento da universalização dos serviços que foi uma das razões para a privatização do serviço público (BNDES, 2009).

Atualmente os principais grupos que atuam no mercado de telefonia fixa são: Telesp, Oi, Embratel e GVT. Já o serviço de telefonia móvel é oferecido pelos grupos: Vivo, Oi, Claro e Tim. Os principais grupos que fornecem conexão banda larga são: Telesp, Oi, Net e Embratel, Tim Fiber, GVT e Sky, e o serviço de TV por assinatura tem como principais empresas: TVA, Oi, Net e Embratel, GVT e Sky (TELECO, 2014).

Os serviços de telecomunicações são serviços essenciais, demandam um grande investimento em infraestrutura e há uma grande concorrência entre as operadoras. A participação no mercado é medida pelo Market Share que indica a fatia do mercado que cada empresa representa (FERRAZ; KUPFER; HAGUENAUER, 1996, p.6). De acordo com dados do 3º trimestre de 2014 (3T14) a situação do mercado de serviço está mostrado nos gráficos de 2 até 5. O mercado da telefonia fixa era partilhado entre as operadoras da seguinte forma: 36,5% para a operadora Oi, 25,2% para o Grupo América Móvil Brasil (o grupo promoveu a fusão das Empresas Embratel, Net e Claro), 23,9% para a Telefônica/Vivo, 9,8% para a GVT, 1,4% para a Tim e 3,1% entre empresas menores conforme observado no gráfico 2. Já no mercado de telefonia móvel, o mercado é partilhado na seguinte proporção: 28,7% para a Telefônica/Vivo, 26,5% para a Tim, 25% para Grupo América Móvil Brasil, 18,5% para a Oi e o restante entre as outras empresas menores conforme observado no gráfico 3. O mercado de banda larga é partilhado entre as seguintes empresas: 32,1% para o Grupo América Móvil Brasil, 25,8% para

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Oi, 17,4% para a Telefônica/Vivo, 12,8% para GVT e 11,8% entre as empresas restantes conforme gráfico 4. E o mercado de TV por assinatura era partilhado na seguinte proporção: 53,2% para o Grupo América Móvil Brasil, 29% para a Sky, 5,3% para a Oi, 4,3% para a GVT, 3,7% para a Telefônica/Vivo e 4,4% entre as outras empresas que atuam no setor conforme gráfico 5.

Gráfico 2 – Market Share telefonia fixa 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.

Gráfico 3 – Market Share telefonia móvel 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.

Telefonica/ Vivo; 23,90% Claro, Embratel e Net.; 25,20% Tim; 1,40% Oi; 36,50% GVT; 9,80% Outros; 3,10% Telefonica/ Vivo; 28,70% Claro, Embratel e Net.; 25,00% Tim; 26,90% Oi; 18,50% Nextel; 0,46% Outros; 0,50%

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Através dos gráficos de 2 a 5 percebe-se que cada operadora tem uma participação representativa em relação às concorrentes. Há competição entre pelo menos 4 empresas na maioria dos serviços. Os valores servem para confirmar se as estratégias das empresas estão trazendo bons resultados. Manter o valor não é um mau resultado, porém aumentar a representação no mercado é um excelente resultado.

Gráfico 4 – Market Share Banda Larga 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.

Gráfico 5 – Market Share TV por assinatura 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.

Telefonica/ Vivo; 17,40% Claro, Embratel e Net.; 32,10% Oi; 25,80% GVT; 12,80% Outros; 11,80% Telefonica/ Vivo; 3,70% Claro, Embratel e Net.; 53,20% Oi; 5,30% Sky; 29,00% GVT; 4,30% Outros; 4,40%

(24)

Para aumentar os lucros e reduzir os riscos, as operadoras oferecem pacotes de serviços com vantagem no preço para os clientes. Pode ser constatado que a fusão das Empresas Embratel, Net e Claro proporciona para o Grupo América Móvil Brasil uma vantagem competitiva através da oferta de vários serviços a seus clientes. O aumento de clientes pode aumentar as receitas das operadoras. A receita liquida do 3T14 foi repartida entre: 25,5% para o Grupo América Móvil Brasil, 25% para a Telefônica/Vivo, 19,3% para a Oi, 13,9% para a Tim, 7,1% para a Sky, 4% para a GVT e 5% entre as outras empresas conforme gráfico 6.

Gráfico 6 – Receita líquida das operadoras 3T14. Fonte: Adaptado do Teleco, 2014.

Os preços máximos cobrados pelas empresas são regulados pela ANATEL. A combinação de vários serviços atendidos por uma mesma empresa favorece para uma redução de preço. E a competição no setor obriga as operadoras a trabalhar com valores inferiores ao estabelecido pela ANATEL.

Uma característica do serviço é que sempre há alguma inovação, seja no serviço, seja na tecnologia, ou então no dispositivo de acesso ao serviço. O cliente pode ter acesso a recursos que às vezes nem esperava dispor. Porém, conforme o desempenho da operadora no serviço prestado, as expectativas dos clientes podem ser: satisfação, insatisfação ou encantamento. O cliente pode estar satisfeito quando suas necessidades e expectativas são atendidas. Também gera satisfação quando a empresa se preocupa com a retenção dos seus clientes, tem um bom

Telefonica/Viv o; 25,0% Claro, a Embratel e a Net.; 25,5% Oi; 19,3% Tim; 13,9% Sky; 7,1% GVT; 4,0% Nextel; 3,1% Outros; 2,0%

(25)

relacionamento e conhece o perfil dos consumidores. Um cliente satisfeito permanece por mais tempo e pode levar à fidelidade, e um cliente encantado é aquele que teve suas expectativas excedidas.

Para se compreender melhor este serviço, uma análise do ambiente ou análise SWOT, criada por Humphrey (1960-1970), do ponto de vista das empresas prestadoras de serviço indica como Pontos Fortes (Strengths):

 o uso de fibra ótica e equipamentos de conexão de última geração;  preferência dos consumidores por serviços móveis;

 infraestrutura/redes instaladas;

 implantação de novas tecnologias ou o aumento da capacidade requer software e atualização de hardware mínima;

 as marcas são conhecidas pelos consumidores;

 pacotes de serviços com telefonia fixa, móvel, conexão banda larga e TV por assinatura; e

 cultura da inovação.

Os pontos fortes aumentam as capacidades dos recursos das empresas. Estas forças são atributos que aumentam a vantagem competitiva da empresa.

As Fraquezas (Weaknesses) encontradas no ambiente interno das empresas foram:

 alta competição entre os concorrentes, alto custo da infraestrutura;  falta de investimento em tecnologias de ponta;

 problemas de conexão, via cabo ou wireless;  congestionamento de serviço;

 áreas sem cobertura ou com deficiência;

 obrigação das concessionárias em implantar e prestar serviços de forma gratuita conforme acordo nas metas com a Agencia Reguladora;  dificuldade em encontrar mão de obra capacitada para novas tecnologias.

Os pontos fracos da empresa são deficiências competitivas que a colocam em desvantagem no mercado. Os clientes quando são afetados por essa deficiência mudam de operadora, adquirindo um novo número telefônico, ou fazem

(26)

portabilidade, mantendo o mesmo número telefônico em outra operadora. Contudo, um ponto fraco pode ser revertido em força.

As Oportunidades (Opportunities) com relação ao ambiente externo que a empresa está inserida formam:

 novas tecnologias, sejam em equipamentos, ou em novos dispositivos capazes de conectar o usuário de diversas formas;

 apesar da alta densidade da telefonia móvel, o acesso aos serviços é desigual, principalmente na área rural;

 aproveitar dos benefícios que o acesso de dados de alta velocidade no telefone proporciona;

 ser pioneiro na prestação de uma nova tecnologia afasta a concorrência por um determinado tempo;

 fusões e aquisições de empresas pode trazer bom resultado em longo prazo.

As oportunidades são eventos externos que uma empresa pode usar para aumentar seus pontos fortes existentes.

Com relação às Ameaças (Threats) no ambiente externo, foram identificados:

 alto custo de investimento;  tarifas baixas;

 retorno do investimento lento;  produtos substitutos;

 migração da TV de analógica para digital e a realocação do espectro;  novas regulamentações no setor;

 portabilidade numérica;

 pequenas empresas atuando em nichos de mercado lucrativo e não tendo a obrigação de atender grupos de consumidores com baixo retorno no investimento.

As ameaças são eventos externos ou influências que criam futuros obstáculos para uma empresa. Esses eventos devem ser acompanhados porque podem apresentar um risco muito maior que a capacidade de retorno.

(27)

As estratégias planejadas pelas empresas devem ser reavaliadas constantemente e, se preciso for, atuar na correção dos problemas. Elas devem maximizar os pontos fortes e as oportunidades e minimizar os pontos fracos e ameaças. O ambiente em que a empresas está inserido sofre influências de vários fatores como representado na figura 1. No ambiente interno os diretores, gerentes e empregados exercem suas influências na empresa. A empresa precisa se relacionar com o mercado que através dos clientes, fornecedores, concorrentes, acionistas e órgãos de proteção ao consumidor e proteção ao mercado também exercem suas influências na empresa. E a sociedade global, mesmo não sendo consumidoras, exigem certos comportamentos e impõem regras para que a empresa possa ser autorizada a operar ou continuar no mercado.

Figura 1 – Pressões sofridas pelas empresas. Fonte: autoria própria.

Além das pressões, outro desafio é atender a todo tipo de público consumidor. Podem ser pessoas com necessidade diferentes e capacidade de consumir e pagar pelos serviços de todas as classes sociais. Ou pequenas ou grandes empresas que demandam de uma utilização maior das redes e garantia de conexão. Podem ser um cliente vantajoso para as operadoras, mas também pressionam por menores custos no serviço.

Nesta exposição do ambiente que uma empresa de serviços de telecomunicação está inserida pode-se concluir que não é fácil alcançar e manter a

Empresa: Diretores Gerentes Empregados Mercado: Acionistas Clientes Fornecedores Conselheiros Consultores Concorrentes PROCON CADE Sociedade Global: ANATEL Governo local Comunidade pressão grupos pressão mídia Desenvolvimento Sustentável

(28)

liderança no mercado. As pressões são inúmeras, mas com novos enfoques nos desafios que surgem é possível que a empresa seja eficiente. Este trabalho pretende relatar que a classe D e E pode ser um nicho de mercado interessante de ser focado. O país busca inclusão social desta população e ao demonstrar interesse às empresas podem se beneficiar desta preocupação com o acesso de todos aos serviços e fortalecer o relacionamento com a sociedade.

(29)

4. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DOS DADOS

4.1 CONHECENDO O TAMANHO DO GRUPO CLASSE “D” E “E”

O Brasil segundo o IBGE - Censo 2010 - tinha uma população de 190.755.799 habitantes (apêndice A). Para análise deste trabalho será considerado a população com renda de até 2 salários mínimos. Segundo os dados do apêndice B isso correspondia a 83,4% da população do Brasil (159.377.203 habitantes). No gráfico 7 mostra as proporções desta divisão.

Gráfico 7 – Total da população em 2010. Fonte: Adaptado do Censo 2010 (apêndice A).

Se agrupar a população com renda de até 2 salários mínimos nas Regiões do Brasil pode ser observado que: 89,6% da população da Região Norte tem renda de até 2 salários mínimos, 92,1% da Região Nordeste, 79,1% da Região Sudeste, 78,1% da Região Sul e 80,5% da Região Centro-Oeste conforme dados da tabela 2 no apêndice B e visualizado no gráfico 8.

Outra forma de mensurar o tamanho da classe baixa é através de pesquisas particulares. A ABEP - Associação Brasileira de Empresas de Pesquisa realiza pesquisas nas grandes áreas metropolitanas do Brasil. Ela divulga o Critério Brasil. A segmentação econômica é feita através do levantamento de características domiciliares urbanas e do grau de escolaridade do chefe de família. (ABEP, 2014).

100% 83% 17% 190.755.799 159.377.203 31.378.596

Total até 2 salários mínimos acima de 2 salários mínimos

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Gráfico 8 – População com renda de até 2 salários mínimos entre as regiões do Brasil. Fonte: Adaptado do Censo 2010 (apêndice B).

Como o foco do trabalho é o grupo de baixa renda - se considerarmos uma família com uma TV em cores (1 ponto), o domicilio possui um banheiro (4 pontos), uma geladeira (4 pontos) e o chefe de família possua o ensino fundamental completo (2 pontos) - nessas condições, o somatório será de 11 pontos e esta família seria classificada como classe D conforme apêndice C.

Segundo a pesquisa de 2011, a população das classes D e E representavam 13,6% do total da população das 9 grandes Áreas Metropolitanas. O gráfico 9 detalha a proporção de cada área.

Gráfico 9 – Proporção da classe DE nas Grandes Áreas Metropolitanas. Fonte: Adaptado do ABEP (apêndice C).

89,60% 92,10% 79,10% 78,10% 80,50% 14.214.551 hab. 48.888.476 hab. 63.568.248 hab. 21.389.162 hab. 11.316.766 hab.

Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

29,6% 25,2% 20,5% 15,8% 12,7% 9,5% 8,7% 8,2% 11,8%

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Assim, conforme observado nos dados do Censo, a Região Nordeste possui a maior concentração da população de baixa renda – 92,10% da população (gráfico 8) – e em média, segundo a ABEP, 25% da população que mora nas Áreas Metropolitanas são das classes D e E (gráfico 9), logo a maior concentração está no interior dos estados do Nordeste.

A Região Sudeste também se destaca por possui o maior número de pessoas. Conforme o Censo a população com renda de até 2 salários mínimos correspondia a 1/3 da população do país (gráfico 7 e 8). Porém se comparar com os dados da ABEP, em média 12% da população das classes D e E está nas Áreas Metropolitanas (gráfico 9).

Ainda de acordo com a tabela 7 no apêndice C, as classes D e E nas 9 grandes Áreas Metropolitanas eram de 13,6%. Este valor se comparado com o gráfico 7 (total da população com renda de até 2 salários mínimos) pode-se concluir que a maior concentração das classes D e E encontram-se no interior de todos os Estados.

4.2 IDENTIFICAÇÕES DAS CARACTERÍSTICAS DO GRUPO

O IBGE realiza anualmente, desde 2003, a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD). Ela coleta informações específicas dos domicílios como aspectos demográficos, sociais e econômicos (IBGE, 2009, p.77).

Um dos itens levantados é a proporção de domicílios particulares permanentes urbanos, com acesso a serviços de iluminação elétrica, telefone fixo, posse de computador, geladeira, TV em cores e máquina de lavar. Como está incluído telefone fixo e posse de computador, esse dado é relevante. Conforme Gráfico 10, é observado que no espaço de 5 anos, de 2003 a 2008, os domicílios do país aumentaram em 65% o acesso a estes tipos de serviços.

Outra pesquisa realizada pelo IBGE é a POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) que fornece informações para análise de despesas, rendimentos, aquisição alimentar domiciliar per capita e avaliação subjetiva das condições de vida, por estratos geográficos e por classe de rendimento mensal. Ela é realizada a cada 5 anos. (IBGE, 2010, p.60). A última pesquisa foi realizada no período de

(32)

2008-2009. Ela apresenta o quanto a população gastou com serviços de telefone fixo, telefone celular e pacote de telefone, TV e Internet. Especifica também o gasto com celular e acessórios (aparelhos e acessórios de telefonia celular). Não é possível verificar os serviços de acesso a Internet e TV por assinatura individualmente, porque eles estão agrupados no item outras despesas. Da mesma forma não é possível verificar o gasto com aquisição de computador por estar agrupado em aquisição de eletrodomésticos e equipamentos do lar. O gráfico 10 apresenta os valores gastos conforme a região.

Gráfico 10 – Proporção de domicílios particulares permanentes urbanos, com acesso a serviços de iluminação elétrica, telefone fixo, posse de computadores, geladeira, TV em cores e máquina de lavar, segundo as Grandes Regiões – 2003/2008.

Fonte: Indicadores sociais 2009, IBGE, p.77.

Analisando o gráfico 11, a renda de até R$ 830,00 correspondia a 1,8 salários mínimos e a renda de R$ 1.245,00 correspondia a 2,7 salários mínimos no ano de 2009. Os valores percentuais são em relação à renda total. O gasto com energia elétrica foi incluído para comparação dos gastos com outro serviço público, neste caso considerado serviço essencial. O que se observa é que a família com renda de até R$ 830,00 gastava em média por mês R$ 4,91 com telefone fixo, R$ 5,84 com telefone celular, R$ 0,82 com pacote de telefone, TV e Internet e R$ 2,69 em aquisição de aparelho celular. Não é possível afirmar se a posse de telefone fixo e móvel são concomitante, porém pode-se afirmar que no máximo 0,7% da renda

13,6 4,4 4,8 17,9 17 11 22,5 8,6 8,2 29,6 28,8 18,3 2003 2008

(33)

mensal familiar é gasto com um tipo de serviço. De acordo com o apêndice D, o tamanho médio das famílias era 3,07 pessoas para a renda de até R$ 830,00.

Gráfico 11 – Despesa média familiar, segundo tipo de despesas - Brasil. Fonte: Adaptado do POF (2008-2009), IBGE, p.87, apêndice D.

É possível analisar separadamente a população da área urbana e da área rural. Nos gráficos 12 e 13 os dados são agrupados para a população da área urbana e rural.

Gráfico 12 – Despesa média familiar, população da área urbana, segundo tipo de despesas - Brasil.

Fonte: Adaptado do POF (2008-2009), IBGE, p.91, apêndice E. 3,16% R$ 26,21 0,59% R$ 4,91 0,70% 5,84 0,1% R$ 0,82 0,32% R$ 2,69 3,10% R$ 38,57 1,13% 14,03 0,82% 10,20 0,14% R$ 1,71 0,36% R$ 4,46 Energia elétrica

Telefone fixo Telefone celular Pacote de telefone, TV e Internet Celulares e acessórios até R$ 830,00 mais de R$ 830,00 a R$ 1.245,00 3,67% R$ 30,42 0,8% R$ 6,63 0,82% R$ 6,78 0,13% R$ 1,11 0,37% R$ 3,07 3,38% R$ 42,13 1,34% R$ 16,66 0,86% R$ 10,76 0,15% R$ 1,89 0,38% R$ 4,78 Energia elétrica

Telefone fixo Telefone celular Pacote de telefone, TV e Internet Celulares e acessórios até R$ 830,00 mais de R$ 830,00 a R$ 1.245,00

(34)

Pode ser observado que há um ligeiro aumento em todas as despesas se comparado com o gráfico anterior que considerava a totalidade do Brasil. A população urbana comprometia em média até 0,82% da renda mensal em um serviço. O gasto com o aparelho também é maior indicando que ou adquiriam um aparelho mais caro ou trocavam com mais frequência de aparelho. De acordo com o apêndice E, o tamanho médio das famílias era 2,9 pessoas para a renda de até R$ 830,00.

Gráfico 13 – Despesa média familiar, população da área rural, segundo tipo de despesas - Brasil.

Fonte: Adaptado do POF (2008-2009), IBGE, p.95, apêndice F.

No gráfico 13 é possível observar que os gastos com os serviços são menores que a totalidade do Brasil e a área urbana. Os gastos com o telefone fixo são mínimos pela dificuldade de atender a população isolada no interior do país, porém os gastos com o telefone celular são 4 vezes maior comparado com o fixo. O pouco gasto com pacote de serviço é porque este serviço é baseado na telefonia fixa que tem dificuldade de atender esta população. De acordo com o apêndice F, o tamanho médio das famílias era 3,46 pessoas para a renda de até R$ 830,00.

Assim pode-se afirmar que uma família com 2,9 pessoas na área urbana com renda de até R$ 830,00 gastava R$ 6,78 com telefone celular e uma família com 3,46 pessoas na área rural gasta R$ 3,58.

A cooperação de entes governamentais e a ONU verificou as condições de vida da classe média no Brasil. A Secretaria de Assuntos Estratégicos da

1,94% R$ 16,12 0,1% R$ 0,79 0,43% R$ 3,58 0,01% R$ 0,11 0,22% R$ 1,80 1,92% R$ 23,86 0,25% R$ 3,16 0,63% R$ 7,87 0,08% R$ 0,95 0,25% R$ 3,15 Energia elétrica

Telefone fixo Telefone celular Pacote de telefone, TV e Internet Celulares e acessórios até R$ 830,00 mais de R$ 830 a R$ 1.245

(35)

Presidência da República (SAE/PR), a Caixa Econômica Federal e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) apresentaram o projeto Vozes da Classe Média. A cartilha contém dados de 2012, das diversas classes (apêndice G) (SAE, 2012, p.20-21).

Analisando a tabela 11 no apêndice G, os dados que se destacam da classe baixa são:

 69% eram negros,

 50% estavam na Região Nordeste,  75% nas áreas urbanas,

 68% ou tinham ensino fundamental completo ou sem escolaridade.

Com relação ao trabalho 74% da população tinha ocupação informal, e atuavam nos seguintes setores que atuavam na área urbana:

 14% comércio e reparação;  12% serviços domésticos; e  10% construção.

Os dados se complementam, trabalhadores da classe baixa tem pouca formação escolar e profissional, aprenderam os ofícios na prática e atuavam em atividades informais de baixa complexidade com grande oferta de serviços. Estes dados foram apresentados porque determinam uma característica do grupo, em que setores de atividade atuam.

4.3 VERIFICAÇÕES DOS TIPOS DE SERVIÇOS QUE UTILIZAM.

De acordo com os dados disponibilizados pela ANATEL (ANATEL, 2015) com relação aos serviços de telefonia utilizados em dezembro de 2014 o Brasil alcançou 280.731.936 acessos em operação com uma densidade de 137,9 (acessos por 100 habitantes). Este valor está distribuído nas regiões conforme mostrado no gráfico 14.

Com relação à tecnologia de acesso da telefonia móvel a repartição é mostrada no gráfico 15.

(36)

De acordo com a TELECO (2015), a forma de pagamento pelos serviços é mostrada no gráfico 16.

Gráfico 14 – Telefonia móvel Brasil. Fonte: adaptado ANATEL, 2015.

Gráfico 15 – Tecnologia de acesso à telefonia móvel Brasil. Fonte: adaptado ANATEL, 2015.

Após observar as informações do mercado de telefonia móvel, foi feita uma pesquisa de mercado nas lojas virtuais das 4 maiores operadoras. Elas atendem com soluções completas para os clientes, de aparelhos a pacotes de acesso. Constatou-se que há facilidade de aquisição e uso da telefonia por um baixo custo.

A operadora VIVO, através das revendedoras oferece o VIVO Chip pré ou pós por R$ 10,00. Já no site da operadora há diversas opções de aparelhos. Entre

Norte 7% Nordeste 25% Centro-Oeste 11% Sudeste 43% Sul 14% GSM 39% WCDMA 50% LTE 2% Outros 9%

(37)

as escolhas de baixo custo de aquisição temos o Nokia E5-00 por R$ 179,00 ou em 12 parcelas no plano pré-pago ou grátis no plano pós-pago SmartVivo 4GB. O custo do plano é R$ 41,90 por mês para ligação ilimitada Vivo, SMS ilimitado para qualquer operadora e 250 MB de Internet. Outro aparelho disponível é o LG Optimus L1 II Dual por R$ 229,00 parcelado em 12 vezes no plano pré-pago ou grátis no plano pós-pago SmartVivo 8GB. Outro pacote de serviços disponível é o Vivo Tudo para pré-pago. Por R$ 6,90 por semana para ligação ilimitada para celular vivo do Brasil, SMS ilimitado para Vivo e R$ 0,05 por mensagem para outras operadoras e Internet de 100 MB com velocidade de até 5 Mbps (VIVO, 2015).

Gráfico 16 – Forma de pagamento pelos serviços de telefonia móvel Brasil - 2014. Fonte: adaptado TELECO, 2015.

Assim, para utilizar os serviços da operadora os consumidor precisará gastar inicialmente no mínimo R$ 42,00 com um aparelho simples e créditos ou R$ 48,60 em um smartphone simples que permite navegar na Internet mais créditos adicionais.

A TIM oferece em suas revendedoras o Chip TIM Infinity Pré Nacional por R$ 9,00 ou o TIM Chip Liberty por R$ 10,00 em seu site. Uma opção de aparelho é o Nokia 208 por R$ 129,00 parcelado em 5 vezes. Já um smathphone LG Optimus L1 II Dual pode ser comprado por 249,00 ou parcelado em 8 vezes. Um plano pós-pago de acesso oferecido é o Liberty Controle Express por R$ 29,90. Ele oferece chamadas locais e DDD 41 ilimitadas, um crédito de R$ 10,00, chamada para fixo local por R$ 0,60 por chamada, Internet e torpedos ilimitados por R$ 0,75 por dia

Pré-pago 76% Pós-pago

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que usar, ou o plano Infinity pré por R$ 0,75 para ligações TIM local, R$ 0,70 para ligações para fixo local e R$ 0,99 para SMS e acesso Internet 10 MB por dia que usar (TIM, 2015).

Para utilizar este serviço, o consumidor inicialmente gastará R$ 55,70 em um aparelho simples mais os creditos, ou R$60,82 em um smartphone simples mais os créditos para navegação.

A operadora Claro oferece através de suas revendedoras o Chip Claro por R$10,00. Em seu site, uma opção de aparelho é Samsung Galaxy Young Plus TV por R$ 49,00 podendo ser parcelado em 5 vezes e na parcela inclui uma franquia por R$ 51,90 mensais, ou então um Nokia Lumia 635 por R$ 199,00 parcelado em 12 vezes e incluindo uma franquia de R$ 51,90 mensais. Os custos dos serviços são de R$ 0,25 por chamada ilimitada para Claro em todo o Brasil, R$ 0,70 para chamada ilimitada para fixo local, R$ 0,75 por dia que usar para torpedos e R$ 0,75 por dia que usar para 225 MB de Internet. Um plano de acesso oferecido é o Plano Toda Hora. Ele tem tarifa única por minuto em ligações locais. Cada ligação para fixo custa R$ 1,58, ligação de Claro para Claro por R$ 1,46 e para outras operadoras por R$ 1,58. Outro pacote é o Claro Promo7 que por R$ 7,00 durante 7 dias permite 70 chamadas ilimitadas por dia, 70 torpedos por dia para qualquer operadora e Internet 4GMax com 10 MB por dia. A operadora também incentiva a portabilidade com desconto para novos clientes que aderirem (CLARO, 2015).

Então para ser cliente precisará gastar inicialmente R$ 51,90 por um smartphone com TV com uma franquia incluída.

Na operadora Oi pode-se adquirir o chip grátis através do próprio site ou comprar em pontos de venda por R$ 10,00. É possível a compra de aparelhos como o LG Optimus L1 II Dual por R$ 229,00 ou em 12 parcelas, ou um LG A275 Dual Chip por R$ 119,00 ou 11 parcelas. Por R$ 0,99 por dia que usar é possível falar 60 minutos com qualquer Oi no Brasil, 500 SMS por dia, sendo até 30 para outras operadoras e 10 MB por dia de Internet. Outro plano ofertado é o Voz Total Controle Ilimitado por R$ 49,90. Ele permite ligações locais ilimitada do fixo para fixo Oi e para fixo de outras operadoras locais. Pode adicionar 3 Chip Pré e realizar ligações ilimitadas do pré para fixo e celular Oi (OI, 2015). Para começar a utilizar este serviço o consumidor gastará R$ 48,78, no parcelamento do aparelho e 30 dias de crédito. Ou R$ 49,90 no pacote do fixo com mais 3 chip pré cadastrados no pacote.

(39)

Conforme observado, as operadoras facilitam o acesso aos novos clientes. E com promoções de recarga mantêm os clientes em sua rede.

Assim, para ter acesso ao serviço é necessário um aparelho e um chip ou Simcard. O chip, como foi mencionado anteriormente, pode ser adquirido nas lojas das operadoras ou revendas, em alguns casos é grátis. O aparelho que é o item de maior custo pode ser adquirido de diversas formas. Pode ser novo, importado ou seminovo/usado. Com o frequente lançamento de novos modelos e a convergência de novos aparelhos da telefonia para a Internet alguns consumidores trocam de aparelho com maior frequência. O aparelho antigo, que está em condições normais para continuar a ser usado, pode ser repassado a outro consumidor seja para substituir um aparelho com defeito ou roubado, seja para atender uma necessidade de um novo consumidor. Desta maneira é possível observar que não é necessário um grande investimento para ter acesso aos serviços. Pode ocorrer também que grupos (de familiares, amigos ou até com algum interesse comercial) utilizem a mesma operadora quando esta oferece ligações ilimitadas para telefones da mesma rede. Ou possuam mais de um chip para aproveitar ofertas que as operadoras promovem (ESTADÃO, 2014). Existe também a possibilidade de portabilidade do número, dentro da mesma área de DDD, para outra operadora que atenda a demanda do cliente.

Conforme citado por Leandro Prearo da USCS (Universidade Municipal de São Caetano) “hoje, as famílias de renda mais baixa têm o celular como telefone de casa já que, mesmo sem créditos, dá para receber ligações". Segundo ele essa característica, apelidada pelas pessoas de celular ‘pai-de-santo' (aquele que só recebe), mesmo quem está no limite da baixa renda pode se manter encontrável por meio telefônico (CIAFFONE, 2013).

Para atender as metas para a universalização dos serviços de telecomunicações, o Acesso Individual Classe Especial foi implantado. Também chamado de telefone popular, em dezembro de 2013, tinha 116,1 mil assinantes no Brasil (ANATEL, 2014, p.23). Esse número está distribuído no gráfico 17 conforme os estados.

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Gráfico 17 – Distribuição do telefone popular. Fonte: Relatório ANATEL 2013.

Conforme dados disponíveis pela PNAD (IBGE, 2013, p.47), o percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, com rendimento de até 2 salários mínimos (apêndice H) é mostrado no gráfico 18.

Gráfico 18 – Posse de telefone celular conforme a renda. Fonte: adaptado PNAD, 2013.

Com relação à utilização da Internet, o percentual de pessoas que utilizam a Internet, no período de referencia dos últimos três meses, na população de 10 anos ou mais de idade, com rendimento de até 2 salários mínimos (Apêndice H) é mostrada no gráfico 19. São Paulo; 23,08% Bahia; 14,57% Rio de Janeiro; 12,38% Minas Gerais; 9,70% Ceará; 7,16% Pernambuco ; 6,71% Paraná; 3,83% Goiás; 3,78% Outros; 18,79% 41% 55,40% 65,30% 77,20% sem rendimento a 1/4 salários mínimos mais de 1/4 a 1/2 salários mínimos mais de 1/2 a 1 salários mínimos de 1 a 2 salários mínimos

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Gráfico 19 – Utilização da Internet conforme a renda. Fonte: adaptado PNAD, 2013.

A pesquisa determina também o percentual de pessoas que tinham telefone móvel celular para uso pessoal na população de 10 anos ou mais de idade, ocupada na semana de referência, segundo os grupamentos de atividade do trabalho (Apêndice H). O gráfico 20 apresenta os valores.

Gráfico 20 – Utilização do telefone móvel celular segundo o grupamento de atividade do trabalho.

Fonte: adaptado PNAD, 2013.

Estes grupos são os mesmos que foram listados pela Cartilha Vozes da Classe Média para a classe baixa segundo setor de ocupação e apresentados no item 4.2 deste trabalho.

21,40% 30,30% 39,50% 52,90% sem rendimento a 1/4 salários mínimos mais de 1/4 a 1/2 salários mínimos mais de 1/2 a 1 salários mínimos de 1 a 2 salários mínimos 30,30% 38,40% 54,70% 76,50% 76,10% 86,80%

Serviços domésticos Construção Comércio e reparação 2005 2011

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O CETIC.br – Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação realizou a pesquisa TIC Domicílios 2013 - Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias de Informação e Comunicação no Brasil. O objetivo era medir o acesso e os usos da população brasileira em relação às tecnologias de informação e comunicação e sua abrangência nacional (CETIC.BR, 2013). Conforme a figura 2, 69% da população da classe D/E utilizavam telefone celular em 2013, e 11% da população da classe DE utilizavam também a Internet por meio do celular conforme figura 3.

Figura 2 - Proporção de indivíduos que usaram telefone celular nos últimos 3 meses (Percentual sobre o total da população).

Fonte: CETIC.br, 2013, p.10.

Figura 3 - Proporção de indivíduos que usaram a Internet no telefone celular nos últimos três meses (Percentual sobre o total da população).

Fonte: CETIC.br, 2013, p.11.

A pesquisa indicou que 8% da classe D/E possuíam acesso a Internet no domicilio, mostrada na figura 4, e 17% eram usuários de Internet, conforme figura 5.

(43)

Figura 4 - Proporção de domicílios com acesso à Internet (Percentual sobre o total de domicílios).

Fonte: CETIC.br, 2013, p.6..

Figura 5 - Proporção de usuários de Internet (Percentual sobre o total da população).

Fonte: CETIC.br, 2013, p.8.

Outra fonte de dados encontrada foi um estudo sobre o consumo e comportamento dos internautas brasileiros nas Redes Sociais, realizado em 2010 pelo IBOPE MÍDIA, com o título “Many-to-many: o fenômeno das redes sociais no Brasil.” (IBOPE MÍDIA, 2010). Foram ouvidas 8.561 pessoas com mais de 10 anos em 11 regiões metropolitanas do País, o que significava uma representatividade de mais de 25 milhões de usuários de redes sociais. (IBOPE, 2010).

Segundo o estudo as redes sociais tiveram papel importante como a porta de entrada das classes C e DE na Internet conforme figura 6.

(44)

Figura 6 – Adesão – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.18.

Pela facilidade que os adolescentes e jovens têm de manipular os novos aparelho e programas, o aprendizado de como usar passa de filho para pai. Também é uma nova maneira de relacionar-se com os filhos utilizando o ambiente virtual conforme a figura 7.

As redes sociais são os impulsionadores de expansão do acesso à Internet. Em 5 anos o número de pessoas da classe DE que tinha celular com acesso à Internet dobrou, e segundo o estudo havia o desejo de 56% do restante do grupo em participar de alguma rede social conforme mostrado na figura 8.

O uso do aparelho celular proporcionou mobilidade ao usuário e ubiquidade, que é estar presente ao mesmo tempo em todos os lugares através das redes sociais. (MICHAELIS, 2014). De acordo com a figura 9 a classe DE dobrou a proporção de usuários com telefone celular com acesso à Internet de 2005 a 2010.

Foi observado que o acesso à Internet era feito em casa pela maioria dos entrevistados. Para a classe DE 29% tinham alguma conexão em casa com a Internet conforme figura 10.

(45)

Figura 7 – Comportamento digital – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.23.

Figura 8 – Intenção de participação – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.24.

Entre os principais motivos de acesso a Internet para a classe DE ver fotos e textos dos amigos representava 39% de acordo com a figura 11.

(46)

Figura 9 – Posse de celular com acesso à Internet – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.26.

Figura 10 – Acesso à rede – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.30.

(47)

Figura 11 – Motivos de acesso à rede – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.38.

As redes sociais são ambientes democráticos, todos podem participar de todas as maneiras. A maioria assiste/visualiza e alguns compartilham. Há os que avaliam/comentam/participam. Têm os “artistas” e os que fazem filmagem e publicam. E também os curadores que editam/moderam/influenciam. O grande interesse da Classe DE na rede social é para compartilhamento (90%), conforme figura 12. Mas há casos de vídeos postados que tiveram imensa visualização pelos internautas.

Outra fonte de informação encontrada foi o artigo “O aumento no acesso à Internet por jovens da base da pirâmide no Brasil e suas particularidades”. Ele apresenta dados de uma pesquisa on-line, realizada em 2012 com 142 participantes,

que compara o comportamento entre consumidores jovens, de até 24 anos das

classes C, D e E, com o comportamento da população on-line brasileira em sua totalidade (FREITAS; CARVALHO, 2012).

(48)

Figura 12 – Comportamento tecnológico – Redes Sociais. Fonte: IBOPE Mídia, 2010, p.49.

De acordo com o gráfico 21, os dados salientes são: 40,6% dos entrevistados eram das classes D e E; as redes sociais, os emails e os serviços de buscas são os mais acessados mostrados no gráfico 22; e que o celular é a segunda opção de acesso à Internet para todos os grupos pesquisados. O celular possibilitou o uso da Internet com mobilidade.

, Gráfico 21 – Segmentação consolidada por classe social: universo total. Fonte: Freitas; Carvalho, 2012, p.143.

Classe A ;  40,60% Classe B;  9,77% Classe C;  44,36% Classe D e E;  5,26%

(49)

Gráfico 22 – Categoria de serviços online considerados como essenciais para o universo total e o grupo jovens de classe C, D e E.

Fonte: Freitas; Carvalho, 2012, p.145.

Analisando os dados do gráfico observa-se que as redes sociais, os blogs, entretenimento, referencias de conhecimento e sites de tecnologias são considerados essenciais para os jovens de classe C, D e E. Mesmo sendo uma pequena amostra da população jovem, 57 pessoas no ano de 2012, serve como ponto de partida para novas pesquisas.

Mais outra pesquisa on-line encontrada foi a realizada pelo site Conectai, no período de 2 a 9 de julho de 2014, com a amostra de 1513 participantes entre 15 a 32 anos, de ambos os sexos e de todas as regiões do país. A pesquisa concluiu que: 96% dos entrevistados usam Internet diariamente; só 1% usa Internet menos de 1 vez por semana. O que também foi observado é que não há diferenças entre classes A-B-C, e internautas da classe D já demonstram frequência quase igual (CONECTAÍ BRASIL, 2014).

Os aplicativos mais utilizados em celulares são: Facebook, Email, Youtube e WhatsApp conforme figura 13 e a frequência de utilização é mostrada na figura 14

(50)

com 87% das pessoas acessam diariamente o Whatsapp e 89% acessam o Facebook.

Figura 13 – Aplicativo de comunicação utilizado em celulares.

Fonte: Conectai Brasil, 2014, p.20.

Figura 14 – Frequência de utilização de APP.

(51)

Entre os aplicativos mencionados temos redes sociais (Facebook, Youtube,

Instagram, Twitter), mensagens (E-mail, WhatsApp) e comunicação (Skype).

O Facebook é uma rede social que os usuários podem compartilhar fotos e vídeos, conversar com amigos, publicar o que estão fazendo, curtir e comentar as postagens de outros usuários, jogar, criar eventos de diversão, grupos acadêmicos ou empresariais, entre outros (TECHTUDO, 2014a).

O WhatsApp é um aplicativo que permite enviar mensagens de textos, imagens, vídeos e outros arquivos para usuários que também tenham o programa instalado no smartphone ou tablet - usando a Internet, via Wi-Fi, 3G ou 4G. Ele é compatível com os principais sistemas operacionais do mercado (TECHTUDO, 2014c).

O Skype é um software que permite comunicação pela Internet através de conexões de voz e vídeo. É o substituto do MSN. Tornou-se um serviço popular gratuito para comunicações de longa distância nacional e internacional (TECHTUDO, 2014b).

Portanto, observa-se que o telefone popular teve uma boa aceitação nos Estado de São Paulo, Bahia e Rio de Janeiro, representando 50% do total. Nos demais Estados a adesão não foi importante. Porém, segundo o PNAD (IBGE, 2011) a posse de celular pela população de baixa renda tem uma adesão maior que a telefonia fixa. O interesse se estende para acesso a Internet. Ele é utilizado por 76,5% dos trabalhadores em serviços domésticos, por 76,1% dos trabalhadores da construção e 86,8% dos trabalhadores do comércio e reparação. Segundo a cartilha Vozes da Classe Média, ¾ dos trabalhadores de baixa renda trabalham informalmente nestes setores de atividade e o telefone celular tornou-se uma ferramenta de trabalho para eles segundo Adriana Araújo Beringuy economista do IBGE (ESTADÃO, 2013).

A facilidade de adquirir um aparelho e um chip de acesso, a mobilidade e a ubiguidade parece atender as necessidades da população de baixa renda é comprovado com os resultados do CETIC.br que 69% da população da classe D e E utilizavam telefone celular e 11% utilizavam também a Internet por meio do celular. Com relação à Internet, 8% possuíam acesso a Internet no domicilio e 17% eram usuários de Internet.

E o estudo IBOPE MÍDIA, confirma o interesse e a participação da classe DE em redes sociais, aplicativos de comunicação e troca de mensagens. Estes serviços

(52)

são de acesso gratuito e podem ser feitos de várias maneiras, pagas ou não, como: Wi-Fi, 3G, 4G, banda larga, cable modem, Hotspots (Wi-Fi) públicos, telecentros, entre outros.

4.4 VERIFICAÇÕES DOS INCENTIVOS / BENEFÍCIOS QUE O GOVERNO CONCEDE PARA BAIXA RENDA

O governo brasileiro buscando a integração dos cidadãos na sociedade, no mercado consumidor e no mercado de trabalho formula políticas públicas de inclusão. As políticas públicas são compostas de planos, programas, ações e atividades. Um exemplo é o Plano Brasil Sem Miséria, que tem como foco de atuação os milhões de brasileiros com renda familiar per capita inferior a R$ 77,00 mensais e está baseado na garantia de renda, inclusão produtiva e no acesso aos serviços públicos segundo o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS (MDS, 2014).

O acesso é através do cadastro único, que é um banco de dados criado pelo Governo Federal. O cadastro único disponibiliza informações sobre renda, tipo de moradia, escolaridade, idade, e outros. Ele deve ser atualizado a cada dois anos ou sempre que houver uma mudança na situação da família. Podem ser cadastradas as famílias de baixa renda que ganham até meio salário mínimo mensal por pessoa; e também as que ganham até 3 salários mínimos de renda total por mês. Ele proporciona acesso aos programas como o Bolsa Família e a Tarifa Social de Energia Elétrica entre outros para baixa renda e programa de habitação popular e telefone popular para renda de até 3 salários (GUIA DE SERVIÇOS PÚBLICOS, 2014).

Conforme a legislação que define e regula, “os serviços de telecomunicações é de competência da União explorar ou mediante concessão permitir a particular prestar este serviço” (art. 21, XI – CF 1988). Ele é considerado um serviço público. Então segundo a Lei n° 9472 de 1997 (LGT) no artigo 2º é dever do poder público:

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